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A COMPREENSÃO DA EMPRESA COMO UM SISTEMA

Toda organização pode ser entendida como uma estrutura orgânica/sistêmica, com component
es comuns, que mantêm relacionamento estratégico/operacional, ilustrados a seguir:
Na figura, vê-se que todos os principais aspectos da existência e gestão de uma empres
a estão intimamente relacionados:
- Da estratégia empresarial surge a arquitetura de negócios, que por sua vez inclui
a cadeia de negócios, a estrutura de objetivos/metas e os indicadores de performan
ce.
- A cadeia de negócios se decompõe em processos, e estes em atividades, que são suport
ados por tecnologias.
- Os processos são operados de duas maneiras: ou automaticamente, ou pela estrutur
a organizacional existente.
- Todos esses aspectos devem ser gerenciados, de forma integrada, com a avaliação da
performance corporativa.
Finalmente, todos estes aspectos podem ser tratados como subsistemas de uma empr
esa.
A importância da visão sistêmica em uma organização
Um dos principais autores sobre o pensamento sistêmico é Charles West Churchman, cuj
o mais importante trabalho nesta área é o livro The Systems Approach, de 1968. Muita
s novas "teorias" sobre sistemas (Peter Senge, Eliyahu M. Goldratt, entre outros
) basearam-se, essencialmente, nos conceitos propostos por Churchman.
O pensamento sistêmico, ou Teoria dos Sistemas como é mais conhecido, propõe uma manei
ra de ver as organizações que enfatiza as interligações entre as partes de uma empresa e
os ambientes externos. É também um método de resolução de problemas que procura identific
ar as dimensões mais importantes de uma determinada realidade, os padrões de interli
gações, ou de relações causais, das quais também os problemas fazem parte.
Pode-se dizer que uma das vantagens da visão sistêmica consiste em tornar mais abran
gente e integrada a compreensão da empresa, porque força esta a partir da visão do tod
o para o detalhe, relacionando muito mais fortemente os processos empresariais c
om os objetivos da empresa/sistema.
Uma visão sistêmica de empresa também identifica claramente os focos de necessidade de
racionalização já que, ao decompor um sistema do todo para o detalhe, mostra focos de
problemas de integração.
Por sua própria natureza, a abordagem sistêmica torna muito mais objetiva a análise de
operações de qualquer organização, conforme orienta a análise do todo para o detalhe. Além
disto, identifica claramente os focos de necessidades de controle, na medida em
que estabelece uma relação clara entre resultados, insumos e processos operacionais.
A empresa orientada a processos
Uma vez estabelecido o conceito de processos empresariais sob uma visão sistêmica (p
rocessos gerados de subsistemas/componentes de um sistema principal/empresa), fi
ca mais clara a importância do porquê um negócio adotar a orientação a processos, consider
ando ainda os seguintes aspectos:
Necessidade de adaptação constante
Uma das transformações mais profundas que as organizações estão vivendo hoje é a mudança do
radigma da estrutura orientada a processos pré-estabelecidos para a necessidade de
estruturas orgânicas, adaptativas a processos também orgânicos.
Estes processos se alteram continuamente para atender a novas demandas e a mudança
s no corpo de conhecimentos com os quais uma organização trabalha, além, e mais import
ante, das mudanças de relacionamento da organização com outros organismos externos a e
la, com os quais ela precisa cooperar.
Convergência de tecnologias
Vivemos, atualmente, a convergência de todas as tecnologias orientadas a processos
e integração, que se unem para formar novas e revolucionárias plataformas de processa
mento, capazes de tornar a integração em larga escala e a automação de processos uma tar
efa relativamente simples – o que há pouco tempo era praticamente impossível -, e supo
rtada por padrões e ferramentas poderosas.
Na próxima edição, veremos a lógica de decomposição de processos que pode-se aplicar às emp
as, visando a aproximação entre a estratégia e os resultados.

A todo processo ou sistema devem ser associadas as razões de sua existência, de form
a que seus elementos possam ser devidamente entendidos. Essas razões constituem os
"objetivos" do processo/sistema, e estão diretamente relacionadas às saídas que o sis
tema deve produzir.
Analogamente, dos processos empresariais espera-se que existam apenas enquanto h
ouver uma razão real para a sua existência, e devem ser por isto inteiramente revisa
dos, analisados, redesenhados ou redirecionados, quando necessário, para de fato i
nfluenciar os resultados que uma empresa tem de produzir.
Subprocessos e eliminação de ineficiências
Podemos definir um sistema - ou uma empresa, para efeitos desta análise -, como um
conjunto de componentes que, por meio de determinados processos, convertem as e
ntradas em saídas.
Sistemas podem ser naturais (uma árvore, um rio, um animal) ou construídos (um veículo
, uma casa, uma rua), e todos têm entradas (insumos, estímulos), saídas úteis (respostas
, resultados), saídas residuais (desaproveitamentos, desperdícios), componentes, pro
cessos e retroalimentação (controle, feedback).
Como uma das regras essenciais da visão sistêmica, processos são analisados a partir d
a visão do todo para o detalhe, e por isto, às vezes podem (quando devem) ser decomp
ostos em novos sistemas menores, consecutivamente. Obviamente, o fim pretendido
da análise dos processos determinará até que ponto o sistema deverá ser subdividido. Est
a é uma parte essencial da análise sistêmica: detectar até que ponto a decomposição é inter
ante para a compreensão do sistema para o fim desejado.
Uma segunda e não menos importante regra diz que toda falha de concepção ou operação de um
sistema deve ser eliminada ou reaproveitada para produzir algo com valor. A red
ução ou eliminação destas falhas podem ocorrer de duas formas, simultâneas ou não:
- Alterando as entradas do sistema
- Alterando os processos internos do sistema

Fixação de padrões, comparação, intervenção


Um subsistema de retroalimentação, que também podemos denominar de feedback ou control
e, é um subsistema como outros do sistema principal, mas com a finalidade específica
de monitorar saídas, intervindo sobre: (a) as entradas, (b) os componentes ou (c)
os processos executados no sistema ou subsistema, de forma a orientar as decisões
para que as saídas desejadas ou exigidas sejam obtidas.
Um subsistema de retroalimentação é composto, do ponto de vista lógico, por três component
es principais: (a) de fixação de padrões, (b) de comparação e (c) de intervenção, ilustrado
a figura a seguir:
Os padrões são aqueles estabelecidos em função do que se pretende como saídas úteis para o
istema ou subsistema objeto da retroalimentação. O comparador compara os valores rea
is das saídas do sistema ou subsistema com os padrões estabelecidos desejados, e sin
aliza para o elemento de intervenção sobre os desvios existentes. O elemento interve
ntor, ou elementos interventores, provocam, quando necessário, ações de correção sobre as
entradas, sobre os componentes ou sobre os processos do sistema ou subsistema ob
jeto da retroalimentação.
Concluindo: aplicada à estratégias empresarias, a visão sistêmica representa uma importa
nte metodologia de apoio aos objetivos do negócio, ao analisar uma empresa como um
conjunto de sistemas que devem operar com um conceito de reflexibilidade e inte
rferência multidirecional entre as partes, para manter o ciclo de operação do negócio ef
iciente e aperfeiçoado.
Fonte: http://www.uni.com.br
Acessado: 29/09/10 16:35 HRS

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