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Infelizmente, no município onde trabalho os casos como o de Joana têm um tratamento muito

semelhante, por ser um grande hospital, a individualidade não é muito considerada. Na maior
parte dos casos ocorre o uso de medicação e um tratamento baseado na adaptação da fissura.
Porém, falta um atendimento psicológico mais aprofundado, apenas os casos mais graves não
relacionados à droga, como doenças mentais como esquizofrenia ou bipolaridade são tratados
com mais rigor. No município em geral têm alguns bons centros de tratamento, mas
insuficientes em relação ao grande número de usuários.

Acho que para enfrentar esses desafios devemos ressignificar as representações em torno das
questões relacionadas ao assunto, pois percebo um preconceito enorme e em grande parte
das pessoas de meu convívio, e esta generalização não considera o ser humano em si por trás
do dependente. Acho que este é o primeiro desafio a ser enfrentado, a modificação do
pensamento desumanizado. Assim, a partir disto, pode-se desenvolver uma sociedade que
observa de uma forma mais relativa tais questões, e assim tomar uma posição mais crítica e
construtiva. Também acredito que seja necessária maior atenção à infraestrutura das
organizações de tratamento, e na criação de novas, pois muitos locais não possuem condições
adequadas de receber a grande demanda existente, e se possuem são poucos.

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Temos que enfrentar esses desafios com muita garra e determinaçao,pois sabemos que a
iniciativa do paciente em uso de drogas nao é nada facil,eles se negam a internaçao,nao
aceitam ajuda,porem fizemos a nossa acolhida a familia e por meio deles começamos os
primeiros procedimentos sendo direcionado ao paciente,tratando-o e estando sempre disponivel
a familia,Sabemos que a recaida e um dos fatores frequentes em pacientes,e na maioria dos
casos isso faz com que nos profissionais os quais lidamos com esse caso acabamos nos
deixando ''enfraquecido'' e desanimando de estar sempre em funcao de um paciente ao qual
nao vemos mudanca.Por Isso temos que ter em mente que quando se trata desses assuntos e
dessas Joana's em nossos municipios embora façamos tudo que esta ao nosso alcance nao
podemos desanimar e sempre seguir em frente,pois nao tem sensaçao melhor do que estar
fazendo aquilo que realmente gostamos,e estarmos ajudando ao proximo.

Acredito que o sistema falhou com a Joana, ela traz em sua trajetória de vida problemas
sociais, familiares,histórico de violência desde sua infância e, não houve intervenção por parte
de nenhum órgão governamental. Observamos ainda que muitas de suas atitudes demonstram
que ela procurava chamar a atenção de todos que ela precisava de socorro e, não foi ouvida,
por fim, a história faz nos entender que houve aceitação de sua parte.Nosso Município, Gurupi-
TO, possui CAPS AD e, enfrentamos este grande problema de saúde pública que é a
drogadição,de forma bastante eficaz,possuindo uma equipe multiprofissional, onde procura-se
apoiar casos como esse, realizando acompanhamento durante o diae, plantão no período
noturno. E, visando reinserí-lo na sociedade e, de preferência que volte para o seio familiar à
noite.Claro que existem casos que exigem internação, porém, último caso. Ela possuía dois
filhos em que no nosso município ficariam em uma casa de passagem esperando que a mãe
melhore, caso isso não aconteça, tentar até parentes mais próximos em ultimo caso, enviar
para adoção. Tentamos primeiro reunir a família.Vemos esta realidade bem de perto em nosso
município, casos como Joana e até outros semelhantes.Para enfrentarmos casos como esse,
nós profissionais de saúde, demais órgãos e sociedade em geral precisamos nos despir de
preconceitos e, nos sentirmos responsáveis por situações como esta e, entender que precisam
de ajuda e, que devemos nos sentir responsáveis e participantes desse processo e, não
somente acreditar que o estado ou órgãos governamentais são os únicos responsáveis.

ao nos depararmos com o caso de Joana, observamos a complexidade de se trabalhar saúde


mental em nosso dia a dia. Portanto, o caso referenciado nos possibilita avaliar nossos
conceitos e práticas no processo de trabalho em saúde mental; tornando-se fundamental um
maior compreensão sobre a Reforma Psiquiátrica, a necessidade de ressignificar nossas
práticas, superar preconceitos visando qualificar a abordagem do usuário, desde o acolhimento,
compreender o indivíduo em sua singularidade e contexto o qual estar inserido. Em meu
município Itapiúna-CE, a casos parecidos com o de Joana e em meio as dificuldades existentes,
os atendimentos/cuidados com estes usuários são feitos em parceria com as equipes de Saúde
da Família, CAPS -I e unidades de referência. Acredito que se trabalharmos dentro do princípio
da corresponsabilidade (sociedade, usuários,profissionais,gestores e dentre outros atores
sociais.) estaremos enfrentando os desafios e consequentemente fortalecendo e qualificando a
RAPS.

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