)I( Academia
egaiiada?
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uma — - aaoabe por onde
Ess e Od~ questões e de-
trabalho po~ estar direta-
- racionados ao que o respei-
a' psicólogo norteamerican0 Ste-
peian B. Poulter chama de "fator pai". 1
t
Stephan B. Poulter
O FATOR PAI
Corno o legad.o paterno
afeta a sua vida profissional
Tradução
Magda Lopes
)I( Academia
Título oriiiiu/: T/Jefitbertlao/: de Steplian 8, Poulrer
Copvrght © 2006 Prome.teLEs Boc)ks Ptiblishe.rs. Àiiihcrst
Publicado orginaltnentc por Proiiie.te.ias Books Puhlishe.rs, Aanhei-sr NY -
prornetheusbooks.com
Copvright cia tradução em portu -us © 200, Ecílironi Academia de Intellirêncla, um
selo cia Editora Planeti do Brasil Ltda.
Este livro foi negociado atracis cia Ute Krncr L.iterarv Barcelona -
www.uk.] i tag.coiii
Puulttr, Slephau B.
E) Íator pai como o Legado paterno afeta a sua
vida proflssu.mal / Stcphan ft Poulter tradução
Magda Lopes- -- So Pauto Fditora Academia de
t
Inte1icncEa, 2008,
08-06163 CDD-158.6
2008
RH.lO.5os direitos desta edição reservados ii
Editora Academia de lnreHgncia
Avenida Francisco M ata razo, 15 00 - 3 andai- - conj 3 2B
Edi ficio New ïork
0001-l00— Suo Paulo-SP
w\vacadenhiacicint'eijencja.com,hr
veiiclas@cditoraplancta.coni.hr
NOTA DO AUTOR
Agradecimentos 9
Prólogo li
ÍNDICE
Agradecinentos 9
#ro1ot() ii
Bibliografia 289
Capítulo S. O estilo de paternidade "explosivo" - Superaço do
niedo e evasão 130
Bibliografia 289
GRADECIAIENTOS
So depois que tive meu terceiro conflito pessoal em seis meses com
11/11 .V//pï visor iiiiiciilin e (11R1 observei um padrõo problemír/co.
achei que minha te/ação com mcii pai wdería rer aio a
O L:ilt(70
E. muito provável que, sem passar por este exercício formal. você
tenha vivido situações em que suas palavras ou sentimentos no traba-
lho lhe recordaram algum encontro COlfl seu pai. As pessoas relatam
comumente que falam com seus subordinados exatamente da mesma
maneira que seu pai talava com elas, a ponto de usarem as mesmas ex-
pressões. E. tamhém se relacionam com o chefe do mesmo modo que
se relacionavam com o pai. flui Outros casos, no emanto, o impacto
de uni pai na conduta de uni filho adulto no trabalho é mais sutil
do que muitos esperariam. Esse efeito é o rema dc todo este livro.
e nós o examinaremos a partir de muitas perspectivas e. em diversas
c:ircunst nelas.
Entretanto, o fundamental é reconhecer que existe um i.pacto.
Só se no o reconhecer ou descobrir, o fator pai será algo negati-
vo em sua vida profissional. Quando você está consciente dele e
aprende a manejá-lo, esse fator se converte em uma forca positiva.
Portanto, vejamos alguns dos problemas que devem torná-lo mais
consc.cnte do profundo impacto de .'eu pai na sua vida pessoal e
profissional.
C) REï)R P:\T
O fator pai pode funcionar a seu flivor Ou i::ï voc; rddc' vai de-
pender de se você o entende e o aprecia, ou se o ignora. Suponhamos
que prefira a primeira opção. A chave para entende-lo e apreciá-lo
26 O FATOR PAI
rj
depender de ver a relação entre pai e filho apartir das seguintes
pCrS)eCt.]VaS:
/1 historia de 5am
Para lhe dar urna idéia de tomo estas três ireas de tC2CO di-
ria, conduta e com cá com seu pai influem em se trabalho e
ciii sua vida profissional, vamos examinar o caso de Sam, de 3S anos
de idade, sócio de, unia pequena firma de advogados de Cleveland.
0 pai de. Sam, Tedd, era um vendedor que viajava frequentemente.
O FATOR Pf
Sam recorda que passava semanas sem ver nem ouvir falir do pai,
que viajava por toda o Meio-oeste vendendo peças de. substituiço
niecinjcas a ak,rumas fihricas. Mas mesmo quando Teddv estava cm
casa. no se reJacionava particularmente com Satn, exceto quando se
tratava de esportes. Desportista ávido e
ex-lançador da liga menor,
llddy só dava atenção a Sa i,, quando este jogava na lia infantil: ia
a todos os jogos e, se estava viajando. telcionava para Saiu depois da
partida para lhe perguntar como havia sido.
Apesar de Téddy estar fora com freqiiência devido ao seu traba-
lho, sua atividade no era particulat'mcnte irdua, ou pelo menos as-
sim parecia a 5am. Ni verdade, despediram-no da empresa de peças
de reposição porque a colupan hia achou que ele no estava dando
tudo o que podia". Sam lembra-se de ter escutado a frase durante
UM -,1 discuss-j entre seus pais. J1)u1-a11te os dez anos seujntes, mais
ou menos, Teddv passou por vrios trabalhos de venda, sem jamais
ganhar muito dinheiro nem expressar .satisfaco com o seu trabalho;
seu coirientário mais comuin quando deixava urna enipresa ou perdia
um posto era: "E só um trabalho'.
5am, boiii estudante, soube deste cedo que queria ser advogado.
Tinha uma lógica muito aguda e era excelente nos debates; quando
estivera na equipe de oratória da escola, ganhara prèmnios, e poste-
riormente freq{ientara urna das mais iniportantes escolas de direito
do país, razão pela qual obteve o posto mais alto outorgado aos me-
lhores estudantes de direito. Quando se formou, ofereceram-lhe um
lugar muito bem pago em uma das maiores firmas de advocacia de
Cleveland. POUCO depois, casou-se e teve dois hlhos,
1 ri fel izinente, a carreira de.S am no deslanchou corno parecia que
o faria. Desde o início, disse sua e.posa que se Sentia totalmente
deslocado na firma de advocacia. incomodava-lhe a firnia degradante
radante
os sóc.ios tratavam os associados, e, depois que seus filhos nasce-
ram, negou-se pereJnptoriameite a viajar mais de uma vez por mês a
fl j:iç TfI1'p
trabalho, apesar de
os outros associados viajarem pelo menos o dobro
disso. Em mais de
TM Sam teve o que chamava de conflitos
pessoais" com, os sócios, em geral pi coisas que rido tinham nada a
Ver CUIfl O
traba iho e tudo a ver corri suas atitudes" Quaricio ficou
sabendo que n5o lhe ofcreceram sociedade, Sam deiiiitiu-se e dksc
à sua esposa que queria trabalhar par a urna firma menor, onde a cul-
tura fosse mais civilizada e o horário mais razoável. Entretanto teve
problemas em todas as peque nas
Íirnias para as quais trahalhoia. Em
uma deles, seu chefe era fraco e Incompetente Eni Outra, o trabalho
não era subejenteniente mteressante Embora no tenha mudado de
empresa com tanta frcqiência
quantos pai, em doze anoç trabalhou
para cinco fim 5, e 11cr,
huma delas lhe ot.receu sociedade.
De que forma Teddv impactou a carreira profissional, o desempe-
nho e a satisfç de Saiu COffl
o trabalho? Em primeiro lugar, Teddv
era um pai emocjonaliiiiti intermitente ou evasivo. Seu estilo de
paternidade era principalment e
ausente, embora pai e hli() \:rivesseln
juntos. Na melhor das hipót5. è.dd era um pai passivo para Sam.
Foi-
isso, este cresceu sem jamais estabelecer um vinculo emocional
seguro com o pai, e tendia a Suspeitar da maioria das pessoas, espe-
ciainiente dos cheks. Nunca confiavi totalmente neles nem acreditava
no que lhe diziam (o resultado de uni pai ausentt.). Sam tendia a
muito cedo as firiiias de advocacia, talvez porque inconscien:e=
não queria que o despedisseiui corno parecia ter acontecida
sei
P ai. Em seLrundo lugar, Tddv nunca foi i. im modelo de CO12
tiva em sua relaço com o dinheiro ou com a ani.biço:
-M~ hra
fliultO
nem parecia se preocupar muito com os ganhos.
'oa xre-
riorniente Saiu qUISeSSe ter êxito e evitar a história oE
de seu
P21 - havia escolhido estudar direito rijo Somente porqae Jra talen-
to para isso, mas talnl)ám porque lhe. parecia que Doderi-a ganhar mais
dinheiro e viajar menos do que com as outras profissões sempre deu
a impress - de sabotar-se profissiona]nente
30 OLVTOR PU
Quase todo chefe reconhecia o talento dele, mas era sua atitude
que o impedia de ir além de um stat'ts marg-inal. Parecia que Satii es-
tava sempre se queixando de algo, e sua atitude afetava negativamente
suas relações com os clientes. Em mais de urna ocasio, Os clientes
Iliencionarani aos colegas ou chefes de. .Sam que este aparentava de-
sinteresse ou falta de cnvolviinento, Isso pode mui-co bem ter sido
resultado do estilo de paternidade evasivo/ausente de T.dd: exceto
quando Sani jogava beisebol. Tcddv raras vezes demonstrava emoção
ou interesse pelo filho. Apesar de Sani estar muito mais consciente e
envolvido emocionalmente com seus filhos, no trabalho ele se com-
portava de maneira diferente, afastando-se dos demais. Tinha uma
cabeça excelente para as leis e seu trabalho era sólido, mas não se
Coflec:tava com seus clientes ou colegas. Parecia-se mais com seu pai
no trabalho do que jamais teria imaginado, desejado ou adivinhado.
Ao pensar nos problemas de Sain, você deve ter percebido que ele
estava desconcertado e. profundamente Írustrado por sua incapacida-
de de se desenvolver no nível esperado, depois de ter sido uru astro
na fculdadc de direito. Só depois de doze anos de desajustes em sua
carreira profissional, e corri o benefício da reflexão e da psicoterapia,
5am começou a ver corno o fator pai o havia afetado. Não admira que
ele finalmente tenha ficado sócio de uma firma de advogados de porte
médio, quando percebeu corno Tèddy ainda influenciava sutilmente
suas escolhas profissionais e suas atitudes. Mediante sua crescente
conscientizacão, Sam assumiu o controle do seu fator pai e o con-
verteu em uma influência positiva. Ele teve muito cuidado em não
culpar o pai ou sua tensa relação por suas frustrações profissionais.
que as palavras e. atos de seu pai tiveram nas suas escolhas e. no seu
desempenho profissional.
.
1. Os pais e as mães'têm o mesmo papel na criação dos filhos
2. (I)s filhos e as filhas aprendem a assertividadc e a contiança
de seu pai e a inteligência emociona de sua mãe (a inteligên-
cia emocional é a capacidade de ter empatia, entendimento e
compreensão de suas interações e impacto nos demais,).
3. Os pais biológicos não têm mais influência nos filhos do que
os pais adotivos ou outras fig:uras paternas não-biológicas.
4. As mulheres e os homens podem superar um passado sem pai
e desenvolver um modelo positivo do fator pai.
5. Os pais afetam os filhos e filhas durante a vida toda.
6. E impossível homens ou muflieres aprenderem algo de valor
de pais aos quais odeiam ou odiaram.
7. Nem todas as meninas OU meninos necessitam ou desejam
uma relação positiva com os pais.
S. Quando os homens e as mulheres chegam a tinia certa idade,
não desejam a aprovação do pai.
9. As lesões emocionais e mentais que as pessoas sofreram quan-
do crianças impedem que tenham êxito na vida profissional.
1(11. Mesmo quando muito pequenos, os fi'hos presrnm muita
atenção às atitudes e conduta dos pais em relação ao trabalho
e ao valor do dinheiro.
11. As aressões verbais de um pai são muito menos prejudiciais
do que a violência física.
12. Embora as pessoas que parecem ter resolvido uma relação en-
tre pai e filho negativa apresentem uma fachada de tranqüi-
lidade no trabalho, na verdade sob a superfície quase sempre
estão prestes a explodir.
I()[x1:i'rr
R esp estas
Rpostis
110
trabalho e ranibém nas relações íntimas.
freqüência
Co111
não buscam ajuda Profissional pelo dano causado à sua auto-
estima e janlais expressam ou reconheceni o constrangj fl(=
provocado pela conduta do pai, tanto passada como presente.
Dada a falta de. unia evidência física clara (braços quebrados,
equinloses, rosto inchado),elas ten(lefll a tninirnizar o dano
que as agressões provocam a longo prazo. Em conseqüência
disso, carregam o sofrimento emocional e a dor tanto para a
vida pessoal c01-110 para a carreira profissional.
12.
VER DADJJR() As pessoas em postos de direção com freqüência
aperfeiç11111
a arte de parecer calmas exteriormente quaido
estão sob pressão, enquanto interiormente a pressão aumen-
ta. Esses Sintomas podem causar noites de insnia. úlceras e
ansiedade, assim como problemas físicos que chegam a afetar
sua capacidade de tomar decisões ou até a levá-
las a se demitir. Uni pai carinhoso que proporcione ao filho
apoio emocional dá-lhe os recursos necessários para Suportar
todo tipo de estresse, incluindo as pressões relacionadas com
o trahah. Ajude seu filho a obter auto-estima e aptidão para
enfrentar suas responsabilidades; isso lhe será útil na escola,
no trabalho e nas relações adultas. Algumas dessas crianças
podem responder ao estresse coni raiva, depressão ou ansie-
dade. mas interiormente são capazes de manear o estresse e
COfltjflhj2r atuando efetivamente
2. Michacl,
encanador independette era muito crítico e irascí-
vel com seu filh o Akx. Na liga infantil,
Micha1 era o tipo de
pai que gritava do alambrado Com o tubo quando
este Come-
tia alutn erro, e lhe dizia
consta ntemejite como ele deveria
jogar. Quando Alex trazia as notas para casa m
\Iichaej nunca
cava satisfeito, sem se importar com quantos dez
:ICX obti-
vesse. Micliael explodia com o filho por qualquer desrespeito
seu às regras da
família, e gritava Coni ele diante de seus arni-
gos e de outros menibros da
família. \lichael fazia isso em
parte porque ele próprio fora criado dessa maneira; seu pai
lhe deixara muito claro que os filhos precisam de pais rudes,
pois do contrário se envolverão em terríN eis problemas
Cresci sabendo que meu pai era minha rede de segurança. _\/
época eu não sabia, mas ele sempre estava ao meu lado. Sempre
tive a sensação de que as coisas sairiam bem e de que não me acon-
teceria nenhum mal. Sei que a ,ninba confiança em meu êxito
profissional e pessoal resulta do fito de meu pai sempre me ter
apoiado e cuidado. Eu não poderia ter sucesso nos negócios sem o
apoio emocional de ?IICI( pal.
Charles, 38 anos
(dono de urna loja, pai e casado há cinco anos)
44
O FXFO R PÀI
O pioneiro da investigaçc) e
da teoria do afeto é o dr. John
BowJb, Psiquiatra inglês que observou que nenhuma
eperiêncja
STF PI-Luç B POUla'ER
45
zações, verá que muitos deles provem de lares em que tinham uma
relação próxima com uni pai forte. Certamente tarribém encontrará
alguns líderes que tiveram relações afetivas distantes com o pai. A
falta de calidez emocional faz com que os deste último grupo ado-
tem um estilo
de liderança frio e agressivo, e se inclinem a pensar
inconscienteiflente) que exibir emoções diante de seus subordinados
não seria natural. Do mesmo modo, alguém que teve uma relação
afetiva insegura com seu pai procura trabalhar com um chefe que
seja um pai substituto, pessoas que dêciii urna grande atenção a seus
subordinados e exibam urna
grande elnpatia. Também há pessoas que
tiveram relações afetivas tão débeis com o pai que lhes falta a auto-
estima neccssária para se expressar com força e criatividade, o que as
prejudica em sua vida profissional.
Esses são apenas alguns dos muitos modos de afeto que podem
ter impacto na vida profissional. Vamos através de dois estudos de
casos, por que o afeto tem um efeito tão poderoso.
Marv, de 36 anos, está passando pelo processo de entrevistas para
um cargo de direção nacional de uma empresa. Ela tem curso superior
em administração e um excelente histórico profissional, a experiência
adequada e o apoio de seu chefe na promoção. Durante a entrevista
de dois dias, Mary teve muita dificuldade em fazer Contato visual com
o comité de seleção. Apesar de tentar desesperadamente ser agradável
e se esforçar para que a vejam como qualificada para o cargo, parece
retraída e distante. Mary, sente que o comitê de seleção já se decidiu
por outro candidato e que só estão seguindo o protocolo.
O que o comitê de seleção não sabe é que este é o modo habitual
de AMary se comportar quando enfrenta possíveis modificações e in-
certeza. Diante da perspectiva de perder suas conhecidas relações de
trabalho e de ter que formar novas, torna-se inclusive mais fechad a
do que normalmente é. No fundo, Mary, está convencida de que as
pessoas não a acham agradável nem competente. Por isso ela se retrai
47
S1EPHAN B. POLLTEK
E possível que você tenha tido urna relação afetiva forte e posi-
tiva com seu pai - e, nesse caso, provavelmente sua vida profissional
foi beneficiada. Entretanto, o mais provável é que sua relação fosse
urna mistura. A maioria dos genitores de uma ou duas ÇYerações atrás
no sabia tanto sobre ser pais como sabemos agora, e por isso com
freqüência mio estabeleciam o tipo de relação proxirria com os filhos
que os pais de hoje estão mais aptos a fazer.
1 boa notícia e que, independentemente do tipo de relação íifètiva que
tenha tido, rocé pode superar seus e/'itos negativos. O primeiro passo para
reverter o dano é determinar sua vulnerabilidade. Para isso, coloque
uma marca ao lado das condutas que se apliquem a você. O primeiro
conjunto de condutas relaciona-se com o trabalho; o segundo envolve
seu pai. Ao examinar a lista que se segue, tenha presente que urna
conduta merece receber urna marca se representa uni tema recor-
rente ou padrão em sua vida; você não tem que exibir essa conduta o
tempo todo. e seu pai fl() tinha que agir de um determinado modo
diariamente.
Problemas attivos
COM o pai
O ESTTL(i) INTERMITENTE
O ESTILO EWSTV()
O ESTILO DEPRIMIDO
ESTILO SEGURO
Os afetos são alienas unia das peças (10 quebra-cabeça cio fator pai,
mas constituem unia peça Importante. Ter consciência do estilo de
afeto de seu pai e de seu impacto em suas condutas de trabalho não vai
resolver todos os problemas da sua vida profissional, mas pode propor-
cionar-lhe unia valiosa percepção que pode ser o princípio de uma so-
lução positiva. Percebi que as pessoas se surpreendem constantemente
ao descobrir que os Obstáculos que enfrentaram em todos os empregos
que tiveram podem desaparecer totalmente quando entendem os pri n-
cípios do afeto. Por exemplo, o simples fato de estar Consciente de suas
vulnerabilidades devido ao estilo de afeto intermitente de seu pai já lhe
dá uma boa ferramenta para lidar com esse problema.
E muito provável que já possa identificar o estilo de afeto coni o
qual cresceu. Dado esse estilo, estas são algumas idéias e coisas que 1
você Pode fazer para se contrapor a seus efeitos negativos.
s'rEpnr B. POL El iR
• Faça
um diário com cinco novas condutas de trabalho, com
a meta de praticá-las constantemente. Elas podem incluii-
comparecer a reuniões, responder a telefonemas de nlancj-
ra oportuna, acompanhar o desenvolvimento dos negócios,
marcar encontros para almoçar com um colega e terminar as
tarefas antes da data limite.
• Pratique cumprimentar as pessoas no trabalho por seus es-
trços, mesmo que iSSO
seja raro ou fingido, Experimente
durante unia semana notar e reconhecer todos os dias algo
que um empregado, colega ou cliente tenha feito que você
aprove. Assuma o risco e expresse verbalmente o seu apreço
a seus companheiros de trabalho.
• Faça urna lista de pessoas que acompanhar, especialmente
aquelas que tenham expressado preocupações OU que tenham
solicitado sua ajuda. Domine o seu impulso de enterrar bem
fundo esses problemas, esperando que desapareçam. 'Você
não tem que resolver os problemas de todos, mas deve acom-
panhar o seu progresso, mantê-los atualizados, apoiá-los e
responder a suas perguntas. Essa é urna rnaneii-a eficaz de
transmitir às pessoas que você se preocupa com seus proble-
mas e esforços.
Depressivo
e nO futuro.
Capítulo 3
Meu pai era viciado em trabalho: trabalhava seis dias por smr_
e viíjava seis meses por ano. Agora me percebo frzendo o
e isso está arruinando minha vida pessoal. Raramente z
filhos, e minha mulher marca hora para me ver no trahilM_ i1r
chefè adora a minha dedicação, mas isto está me mjumã& e
Vejo o /1U' posso 7/111d111
Mike.. 36
com seu pai. Está começando a ver que a eonexo entre a negligência
de seu pai para com ela em sua iii lncia e a profunda dor que isso
provocava nela têm uni profundo impacto cru sua vida pessoal e pro-
fissional de hoje. No ânibito pessoal, Jane se Casou e se divorciou duas
vezes, e sempre saiu com homens vinte anos mais velhos do que ela.
Esses padrões muito óbvios de vergonha, insegurança e imaturidade
emocional estão diretamente ligados ao estilo de paternidade com o
qual cresceu.
A história de Jane pode parecer demasiado básica para ilustrar
essa questão, mas não se deixe enganar. O essencial é lembrar que há
25 anos Jane vem lutando com esses confusos problemas profissionais
provocados por seu fator pai, e que essa questão é muito comple-
xa. Ela está tão acostumada com eles que os considera parte de sua
personalidade e não acredita na possibilidade de mudança. Na ver-
dade, Jane é uma profissional muito bem-sucedida, uma mãe que se
mantém sozinha e uma mulher fisicamente ativa. Entretanto, a única
coisa que ela enxerga é urna profunda sensação de abandono. O estilo
de paternidade de seu pai era passivo; ele estava fisicamente presente,
mas era como se não estivesse (exposto em detalhes no capítulo 6).
Agora que Jane começa a enfrentar pela primeira vez seus três gran-
des proI)Ien-ias pessoais e profissionais de insegurança, vergonha e
, maturidade emocional, juntamente com o estilo de paternidade de
seu pai, sua vida profissional e sua percepção a respeito de si mesma
estão tomando um rumo positivo.
Jane vem se perguntado há anos por que sempre encontrou urna
fbrma de sabotar passivamente, no momento exato, qualquer avan-
ço em sua vida profissional. Por exemplo, inconscientemente se es-
quecerá de responder ao telefonema de uni cliente novo, falhará no
cumprimento de iiiii prazo e faltará a urna reunião fundamental de
planejamento exatamente antes de urna possível promoção. Todas
essas condutas têm reforçado seus problemas pessoais de vergonha,
STEPHAN II, POLILTFR
Lista da vergonha
Lista da insegurança
•
Você sempre hesita e questiona qualquer decisão de
11 egócios?
•
Em geral sofre terrive111ente antes de tornar urna decisão?
•
Com o objetivo de manter baixa a sua ansiedade devido à sua
insegurança, você cede à vontade das pessoas?
•
Evita tornar decisões, fazer escolhas ou ter que dizer não a
um cliente, subordinado ou supervjsor
•
Às vezes deixa de expressar sua opinião ou pensamentos para
evitar uma situação incômoda?
•
Concorda com a opinião geral para que flingué no trabalho
o questione ou à sua posição sobre o assunto?
•
Quando está inseguro, muda sua decisão para fazer baixar
sua ansiedade, sem pensar nas Conseqüências?
• Ignora seu boi-
ri Senso, suas Convicções pessoais e sua experi-
ência profissional quando torna urna decisão?
•
Evita deliberadarnente urna circunstância relacionada ao tra-
balho, um cliente ou um problema pessoal para esquivar-se
de Sentir (]ualquer grau de insegurança?
•
Pergunta a si mesmo como seria sua vida profissional se a
insegurança não se manifestasse em momentos críticos?
•
\o:ê começou a notar urna incapacidade para se concentram-
nas questões do trabalho?
•
Ignorou alguns de seus Pensamentos e desejos nos últimos
ITICSCS OU
anos?
•
Sonha acordado em ter outro trabalho, cargo ou carreira?
Qual seria esse trabalho e Como se veria nele?
• Sente-se oprimido em seu cargo
011 na sua vida profissional
atual?
•
Sua falta de concentração tem sido urna preocupaço para
Seus supervisores, Clientes e colegas?
• Encontra maneiras de evitar seu trabalho:
•
Tem sido com treqíiêr1cia muito difícil chegar no horário ao
seu trabalho:
•
Cria rnallejras de evitar trabalhar e assumir mais responsabi-
lidades profissionais?
•
No há nada no trabalho que o emocione e prenda a sua
atenção:
88 O 1X!OR PAI
MOTiVAÇÃO. Se existe uma palavra conrnm que se usa mais que qual-
quer outra para descrever um funcionário excelente, essa palavra é
"motivado". 1\'Iuitas carreiras se constroem e desmoronam pela per-
cepçiio da nossa motivação no trabalho. À palavra "motwaçao" signi-
fica impulso, incentivo, uma necessidade ou desejo que faz com que
uma pessoa atue. Ir trabalhar todos os dias, escolher uma carreira em
particular, tomar algumas decisões e se comportar de certa forma -
todos esses atos são medidas de sua motivação interior. Quando uma
pessoa tem um claro desejo de algo, seja um novo cargo ou urna meta
a longo prazo, é a motivação que a alimenta.
Foram realizadas muitas investigações sobre a dinâmica da mo-
tivação, e tudo se reduz ao que você deseja que se converta em sua
S1FPIIAN B. IOULTE!
89
Lista de motivação
trabalho?
• Você sabe o que o motiva atualmeflt
imt2fltes em sua vida
• Cite três coisas que sejam muito
pr ofissional atual.
suaS rrUS pro€ssioflaiS em
• Você tem uni plano para atingir
um, três e çinCO anos?
em relação a sua
• EStá COSC1fltC
fl C do seu desejo mais prof
vida pro hssl(flalr
Há um modelo) de motivação funciooil em sua carreira
•
proti ssOflal
Os dias em que sente pavor de ir trabalhar são mais freqiicn-
•
tes que os outroY
Quanto esforço concentra cm sua vida pmfissiOflal atual cru
•
comparaçao com cincO anos atrás?
• Você se Onsi(lcra tão motivado corno se companheiros no
ãinbito prohssiofla ir
Seus colegas, supervisores e clientes o considerariam um
•
profissional motivado?
rofissional.
• Deseja mudar de carreira, de vida p
• Tem paixão por sua vida prol ssionai
O eStÍTiiUlO proSSi0mhl
e o enfoque desempe-
• A motivaçao
nham um papel importante na sua vida diária de trabalho?
STEPfLrç B. PoULuFR
9
co iidere como mudar o padrão. Nunca é tarde demais para come çar
a ser o tipo de pessoa responsável por sua própria vida profissional e
p-xr todas as decisões que acompanham essa ação.
lação a tudo que não ocorra conforme suas expectativas. A baixa 11-
1rãncia à frustração impede a capacidade de ver as coisas a parur
de urna perspectiva mais ampla. Desenvolver um nível mais alto de
tolerância à frustração permite a uma pessoa tornar-Se paciente
compreensiva, cm vez de a verem no trabalho Como UIT12 pessoa de
mperamento irascível. Todo comportamento dependente é guiado
:e1a incapacidade emocional de tolerar qualquer grau de frustração
u aflição. Para poder escapar desses incômodos sentimentos, essas
:essoas usam e abusam de drogas estimulantes ou substâncias legais
:u ilegais (por exemplo, álcool., maconha, analgésicos). A meta de
uso excessivo de drogas é encobrir os sentimentos de frustração.
iesesperança e dor emocional. O nível de amadurecimento ernocio-
nal maioria dos comportamentos dependentes é de quinze anos.
Esse bloqueio emocional inantéin a pessoa fechada no pensamento
Jolescente e reagindo excessivamente aos desafios da vida. O tra-
a1ho se Converte em urna fonte continua de frustraço. As pessoa
que são emocionalmente imaturas tentarão evitar qualquer situaçâ
que represente um desafio e seja potencialmente frustrante. Simp-
mente nio podem manejar ou processar os altos e baixos da vida_ o
trabalho e as relações.
O pensamento claro e permanecer em calma refletem a cr
pessoal de que o mundo é um tugar seguro, o que permite qar a
:cssoa desenvolva a força emocional para suportar os imc
o trabalho, os clientes e os supervisores. A incerteza, o r~ e a
especulação) são elementos do fator pai e se relacionam ao
mento emocional das loas. Considere sua capacid2& & ctL
o estresse, a ansiedade, a decepção e a frustração no traI -
diante as perguntas que apresentamos a seguir. Seu 2T tO
RE SUI\'T()
PARTE 2
ES TIL OS DE
PATERNIDADE
DO FATOR PAI
Capítulo 4
SUPERFILHO E SUPERFILHA
O ESTILO DE PATERNIDADE SUPEREXIGENTE
nsar dele do que ao que ele próprio pensa ou sente. Fazer com que
a perspectiva da importãncia das qualidades interiores se sobreponha
as exteriores (honestidade, amor, esperança. compreensão. empatia) é
3ifícil cm qualquer idade.
Por exemplo, na tarde de seu baile de formatura, Maggie sai de
seu quarto em meio a uma nuvem de perfume. com o cabelo arruma-
do e usando um vestido preto justo. Seu pai. Stan. a vê com expres-
são preocupada e declara: "Querida, esse vestido a deixa gorda e não
quero que a vejam assim. O coração de \Iag-ie se aperta diante do
comentário insensível de seu pai. Como essa jovenzinha pode se sen-
tir bem consigo mesma quando seu pai está tão dolorosamente afeta-
do Com sua aparência? Vinte e cinco anos mais tarde, como i\Iaggie
vai lidar com qualquer tipo de feedhack profissional que implique
que seu desempenho tenha sido menos do que excepcional? Maggie
aprendeu desde a infância que seu valor COiflo pessoa se resume à Sua
aparência e ao seu sucesso no trabalho.
Se seu próprio pai enfatiza a atração física e o exito e a estimula
a agir sempre de modo a ser bem vista, a mensagem que chega até
você é que a forma exterior como você se apresenta é niuito mais
importante do que o que sente por dentro. Jss() pode ter feito COM
que você comece a desenvolver um padrão emocional de ignorar seus
sentimentos e pensamentos, especialmente quando se contraponham
ao imperativo de ser atraente. Esse modo de se relacionar coni'o
mesma converte-se em uma base para suas futuras interações no tra-
balho. O reforço constante pelas ações, comentários e sentimentos de
seu pai sobre Suas epcctativas de que você seja bem vista, não impor-
ta o que faça, tornam-se parte do seu fator pai no desenvolvimento da
sua vida profissional.
Esse estilo de paternidade enfatiza para filhos e filhas que as opi-
niões dos outros são muito mais importantes do que as suas próprias.
E um processo sutil, porque o êxito ou a ausência dele sempre cons-
STE11 H\5 B. I0LLTER
pensar dele do que ao que ele próprio pensa ou sente. Fazer coni que
a perspectiva da importai-leia das qualidades interiores se sobreponha
às exteriores (honestidade, amor, esperança. compreensão, empatia) é
difícil cm qualquer idade.
Por exemplo, na tarde de seu baile de formatura, 1\Iaggie sai de
seu quarto em meio a urna nuvem de perfume. com o cabelo arruina-
do e usando um vestido preto justo. Seu pai. Stan. a .-é com expres-
são preocupada e declara: Querida. esse vdo a deixa corda e não
quero que a vejam assim. O coração de \1aie se aperta diante do
comentário insensível de seu pai. Corno essa jovenzjnha pode se sen -
tir bem consigo mesma quando seu pai está to dolorosamente afeta-
do com sua aparência? Vinte e cinco anos mais tarde. como \Iaggie
vai lidar com qualquer tipo de feedhack profissional que implique
que seu desempenho tenha sido menos do que excepcional? \Iaggie
aprendeu desde a infância que seu valor como pessoa se resume à sua
aparência e ao seu sucesso no trabalho.
Se seu próprio pai enfatiza a atração física e o êxito e a estimula
a agir sempre de modo a ser bem vista, a mensagem que chega até
você é que a forma exterior como você se apresenta é muito mais
importante do que o que sente por dentro. Isso pode ter feito Com
que você comece a desenvolver um padrão emocional de ignorar seus
sentimentos e pensamentos, especialmente quando se contraponham
ao imperativo de ser atraente. Esse modo de se relacionar consigo
mesma converte-se em uma base ia suas futuras interações no tra-
balho. O reforço constante pelas ações, comnentá rios e sentimentos de
seu pai sobre suas expectativas de que você seja bem vista, no impor-
ta o que faça, tornam-se parte do seu fator pai no dcseii olvimento da
sua vida profissional.
Esse estilo de paternidade enfatiza para filhos e filhas que as opi-
niões dos outros Si() milito mais importantes do que as suas próprias.
E um processo sutil, porque o êxito ou a ausência dele sempre cons-
08 O FATOR PM
Estas
Estas perguntas. elaboradas para ilustrar se você incorporou mui-
to ou pouco das crenças paternas apenas roçam a superfície do im-
pacto que, para o filho de um pai superexigente, representa aparentar
estar sempre bem. (1) segundo componente desse estilo de paternida-
de, que se enfatizou em seus anos de desenvolvimento, é o poderoso
papel das realizações e do êxito a qualquer custo. Essa atitude se vê
apoiada pela necessidade constante de demonstrar urna determinada
STFPH\ B. POLJ:rFR
!1I
i:ncia sejani quais forem as
cirduhl stãncias O impulso e a pressão
M ~I Constantes pelo
SUCCSSO e pelas aparência s
:êncja, da fachada de não passani1 em
problemas emocionais mais profundos e iião
rfto () problema
relacionado a essa obsessão pelas
e éxiros é a sensação de aparências
iio ser nunca suficienteniente bom". O lado
0, ta1 desse estilo de patcriijdjde é
1 a seaço crônica de que no
::porta o que faça, você nunca
será "suficientejepte bom" ou estará
altura das expectativas
Isso se torna problemático no trabalho por-
que a necessidade de parecem- competente e bem-sucedido é anulada
Por sua prpría insegurança insidiosa de nunca estar à altura dos pa-
drões de seu pai.
1
A bistória de 7im
Jim, de 47 anos, foi me ver depois que sua esposa, Com quem ele
esteve casado durante dezoito anos. foi embora de casa e lhe pediu o
divórcio. A primeira vista, parecia que ele não tinha nenhum proble-
mas. Era um profissional que se expressava muito bem e tinha uma
S]Epk- ç 8. POTJ[jj
117
Já fi z
de tudo. Fui carpinteiro diretor de cinema,
cozinheiroo e pro-
grarnador de computador em um banco. Atualmente,
SOU instrutor
de ioga. Nos Últimos quinze anos trabalhei em doze lugar es
. to me
esforcei em nada seriamente desde que estavario
quinto ano. Nessa
ocasião tirei as melhores notas meu pai riu e disse que não era gran-
de coisa, e COfltjflUju
dizendo) isso durante o resto de meus estudos
Quando eu tinha 11 anos, disse a
mim mesmo: "Jí chegai" A partir
daí, a escoja era só para passai' o tempo; isso aborrecia imelisanlente
meu pai, luas a mim me encantava. No segundo grau, conheci duas
drogas nlagnfujcas. o surfe e a maconha. Desde a quinta série tenho
tido uma vida instável, e agora tenho quase
50 anos. Sei que tenho
de mudar as Coisas; a maior parte do tempo sinto-me um fracassado.
Meu pai foi to duro conl.igo na minha infncia porque sabia que eu
era mais inteligeiit do que ele, e no conseguia aceitar isso. Agora
tem 82
anos, é multjmj1jnário e Continua rue irlcornodan(Jo Minha
ex-
esposa me acha um bicho raro, mas no á isso, é que
sinip1e51_
1
O FXI{ OR P.LI
1H
te não quero ser como ele; isso me aterroriza. Por isso nO quero ter
filhos ou levar uma carreira a sério.
A história de Pan;
Pam foi educada por uru pai que. durante toda a sua infância,
viajava três de cada quatro scmanas. O pai de Pam, Paul, era um
negociante sulista muito dinâmico e exigente ConsigO meSmO. Paul
era urna pessoa nmito) agradável cuja prioridade máxima era a satis-
fação do cliente. A família e os prazeres pessoais fica vamn em segundo
plano. Nunca podia dizer não a um clientes Supervisor ou empregado,
porque sabia que o trabalho duro requer sacrifícios. Pam, urna deco-
amhiçO
radora de interiores de 32 anos, tinha a ética de. trabalho, a
ai,, no tinha a personalidade
C- o impulso profissional de seu pai. p
amistosa do pai; era fria e distante quando falava. Seus dois irmãos
mais velhos ainda moravam com o pai e dependiam dele financeira-
mente. Pam sempre foi a luz e o orgulho do pai. Ela dizia que com
STF:PEN B. POU[TER
nu
Na terapia, Pani Começou a se dar conta de que seu fator pai es-
tava fora de equilíbrio e lhe criava importantes obstáculos profissio-
nais. Pam jamais havia considerado o lado humano, compreensivo e
1». 0!ATOR PAI
A MLTDANCA DE UM SUPEREXIGETF:
PARA UM SER EQUILIBRADO
forca
força mais poderosa do que seus sentimentos fundamentais sobre sã
mesmo e sobre seu lugar no mundo. São as pessoas que atualizam
suas crenças da infância que realizam as aspirações profissionais e
desfrutam de um êxito genuíno. É obrigatório fazer um diário de
seus pensamentos interiores e das refutações positivas a essas inexa-
tidões negativas. Lembre-se de que seus pensamentos precedem e influen-
ciam seus sentimentos. Suas crenças precedem seus pensamentos, e por
isso é imperativo entendê-las. Muito poucos profissionais se dão ao
trabalho de fazer essa elaboração interna, mas ela é necessária para
mudar a influência de seu pai.
Terceiro,crie um mantra, lema ou refrão que lhe recorde seus navaç
Sentimentos, pensamentos e ações mais profundos. Esse mantra pode ser
como você quiser - por exemplo: "Posso fazer isto"; "Sou suficien-
temente bom: 'Tudo está bem e sairá bem no meu trabalho hoje.
"Não há nada de ruim em mim, embora eu me sinta mal e assusta-
do". Seja criativo com seu mantra, porque ele se converterá em um
recordação inconsciente de como você está mudando a influência de
seu pai para uma visão mais equilibrada de si mesmo. Escreva esse
mantra e mantenha uma cópia em sua carteira, em sua bolsa e em se-- e:
automóvel.
automóvel. Consulte-a várias vezes por dia durante algumas sern-
nas. Vai se surpreender com a rapidez com que pode voltar a treinar
a mente para deixar de pensar negativamente.
Quarto, considere o :'a/or de se cultivar ou educar a si mesmo. Isso sig-
nifica você ser mais tolerante e receptivo com suas capacidades, don
e sonhos, e lhes dar mais apoio. Cultivar-se costuma ser um termo
milito mal entendido. Gultjvar-se (ou educar-se) iio é uni conceito
OFÀT()R P.M
12 IS
RESUMO
Essa refutação será necessária para que você inicie uni no'o diálogo
consigo mesmo.
Segundo: no trabalho, as pessoas rm defiarse reinventando constante-
mente para sua vida profissionalprogre'dir. O segredo está em rei rwentar
o modo como você se sente e pensa a respeito de si mesmo. Não há
força mais poderosa do que seus senumentos fundamentais sobre si
mesmo e sobre seu lugar no mundo São as pessoas que atualizam
suas crenças da infância que reaIiim as aspirações profissionais e
desfrutam de um êxito genuíno. É obrigatório fazer uni diário de
seus pensamentos interiores e ihs retutações positivas a essas inexa-
tidões negativas. Lembre-se de q.e ww pewíamentos precedem e influen-
ciam seus sentimentos. Suas crenças precedem seus pensamentos, e por
isso é imperativo entendê-las. Muito poucos profissionais se dão ao
trabalho de fazer essa eIaboraço interna, mas ela é necessária para
mudar a influência de seu pai.
Tc;ïeii-o. crie um mantra. kma ou n-frsio que lhe recorde seus novos
sentimentos, pensamentos e ações mais pru(índos. Esse mantra pode ser
torno você quiser - por exemplo: Posso fazer isto"; "Sou suficien-
temente bom"; "Tudo está bem e sairá bem no meu trabalho hoje";
"Não há nada de ruim em mim, embora eu me sinta mal e assusta-
do". Seja criativo com seu mantra, porque ele se converterá em uma
recordação inconsciente de como você está mudando a influência de
seu pai para urna visão mais equilibrada de si mesmo. Escreva esse
mantra. e mantenha urna cópia em sua carteira, em sua bolsa e em seu
autonióvel. Consulte-a várias vezes por dia durante algum as sema-
nas. Vai se surpreender com a rapidez com que pode voltar a treinar
a mente para deixar de pensar negativamente.
Quarto, considere o valor de se cultivar ou educar a si mesmo. Isso sig-
nifica você ser mais tolerante e receptivo com suas capacidades, dons
e sonhos, e lhes dar mais apoio. Cultivar-se costuma ser um termo
muito mal entendido. Cultivar-se (ou educar-se) não é um conceito
STEI'HA'\ B. POL UFER 1
RESUMO
Cresci com pavor de meu pai e de seu cardtei Sempre evitei qual-
Minha vida profissional se
quer tipo de con flito e L-onfrrntJÇ4.
estagflol( devido ao meu medo de rnmodar as pessoas. Permiti
u erisoTrs me pisoteasseifl. É muito mais
que alguns dos piores s
,r Ode o a confrrintJ° e sempre carei calada.
flhcil ficar
Betty Lou, 38 anos
Sempre achei que todo inundo era educado do mesmo modo que
Meu pai chegava bêbado e irritado em casa, e sempre me
eu fui.
batia. Nunca imaginei que as outras famílias não fissem tãovio-
lentas ou aterrado'iaS como a minha. As rezes no trabalho tenho
começo a gritar
o mesmo mau caráter de meu pai. Simplesmente
com as pessoas, e isso não é nada agradável
Michael, 29 anos
prob1efl1at1c0 e, no
O estilo de paternidade explosivo é fllUjt()
entanto, pode ser ao mesmo tempo produtivo para um filho ou uma
filha. O principal problema é que esse estilo se baseia no medo, na
intimidação e na instabilidade emocional Esse pai expressa sem he-
sitaço sua ira para com seus filhos, esposa colegas e o mundo em
"gr1ta1hãø" sendo dado a ataques incs
geral. E conhecido como 11111
srEP}IAN B. POULTER 131
tava assim em casa. Dizia que seu pai tinha demasiadas tensões e quL
alguns tragos depois do trabalho o ajudavam a relaxar.
As três situações que se seguem so sobre o impacto atual de sei
pessoal. Estas S() situ-
pai em seu trabalho, em sua casa e na sua vida
que luta para mudar seu fator pa
ações da vida real-1c filhas e filhosm
interiorizado. Descubra como sua sida profissional pode ser afetada
impacto negativo que
pelo fato de você não se ter dado conta do
estilo de seu pai pode ainda ter na sua 'vida.
ara
NioNU-~~ TO PRESENTE. Você volta para-
TFRCL!RA S1TUAÇA0 NO
casa do trabalho e seus filhos e cônjuge o estão deixando louco. Escu-
casa
ta a briga das crianças e seu cônjuge pede sua ajuda aos gritos. Você
cTianças
> e com seu cônjuge
começa imediatamente gritar com as
plodido no escritório
porque a casa está desarrumada. Antes havia ex
ião.
Por uni comentaria agressivo que alguém lhe fez em uma reun
Estava to enojado pela falta de respeito de seus colegas que perdeu
forra com o encarregado do correio por não
as estribeiras e foi à
De volta a casa, começou a se
recolher sua correspondência à tarde-
otas que andavam pela
sentir um monstro ao volante devido aos idi
seu carro começou a gritar
rua durante aquele horrio de pico. Em
com os outros motoristas, mas sem baixar os vidros, para que nin-
guém ouvisse o colapso nuclear que eclodia em sua mente. Quando
sentia unia incrível tensão e firia. Como seu pai.
entrou em casa1
começo1 a gritar com sua família. Infelizmente seus filhos têm medo
de você mas você não) percebe e continua gritando Passa o resto da
tarde diante do computador lendo e-maus e trabalhand0 o que só
contribui para aumentar sua raiva e ressentimento.
TÂNCI AS
A QUARTA SITUAÇÃO SE REFERE TA\IBÉM ÀS CIRCUNS
GOl ÍDI ANAS DO TRABALhO. Antes de sair do trabalho uma sexta-
feira à tardei um chefe autoritário) e rude lhe pede que termine para
ÇITPHAN B. P01LTER
guérn quer tratar com você. Sua companhia admira sua excelente áti-
ca profissional e sua produtividade. Mas esses freqüentes confrontos
emocionais acalorados com seus clientes e colegas impedem o seu
progresso. \')ce sabe que "tem génio forte", mas em deterniinadas
circunstâncias é difícil controlá-lo.
Os primeiros dois tipos de situação explosiva lhe pareciam
normais e fizeram parte da sua vida diíria na infncia. Ninguém
questionava a conduta de seu pai ou achava que ela fosse anormal
ou prohleniática. Na verdade, você pensa que pode estar louco por
lembrar-se do trauma diário, pois ninuém mais cm sua família acha
que o problema foi to grrave- Até meados dos anos 1990, as agressões
verbais e de outros tipos, com exceção do abuso sexual, eram consi-
deradas uma conduta paterna normal. Agora você se pergunta como
pode controlar seus sentimentos de maneira positiva para não agir
como seu pai em casa ou no trabalho. SzU medo interior é que, dadas
algumas circunstãncias. sua reação ao estresse do trabalho possa se
parecer com a conduta de seu pai. Você deseja transformar a conduta
de seu pai em uma influência positiva. Entretanto, essas 'explosões"
continuam ocorrendo, e sua vida profissional sofre constantemente
COM isso.
011 de mau humor. Depois começava a brigar com minha mãe. Sem-
144 O I1IO1. PAI
os pensamentos e redirecion-los.
A história de iar1a
mas que encontra é muito baixo, e ela não é considerada urna pessoa
calorosa ou enipática. Com o passar dos anos, as pessoas disseram a
Maria que ela tende a ser verbalmente agressiva, exigente, inflexível,
intolerante para com as diferenças profissionais e aniquiladora. \1arla
foi me ver por sugestão da sua supervisora.
Perguntei a MarIa sobre sua relação com seu pai, e esta foi a sua
resposta:
Quando eu era menina, meu pai sempre estava aborrecido. Tudo lhe
parecia uma crise no trabalho ou um desastre cru casa, Parecia que
nada nunca estava bem. Quando papai se irritava, gritava e insulta-
va minha mãe e a mim. Ocasionalmente, aborrecia-se de verdade e
batia na minha mãe. Sempre havia tensão em casa, até que meu pai
morreu, quando eu tinha 16 anos. O dano já estava feito; ambas,
minha me e eu, tínhamos ficado traumatizadas com toda aquela
raiva e as agressõe'. \int' anos mais tarde, ainda OUÇO a voz de
meu pai no fundo da mente quando faço algo errado. Realmente me
espanto quando me vejo gritando com os clientes e com os colegas
Cdflflo papai fazia comigo.
.4 bistórii de Garth
Toda a minha vida tive medo de no ter êxito. Toda a minha iden-
tidade gira em torno desse trabalho e de me convidarem para ser
sócio da firma. Meu pai riu muito do meu fracasso e me disse que
tem atido e me tratado como o fazia meu pai quando eu era garotei-
Acha que eu sou estúpido e covarde por não enfrentar os socios que
votaram contra mim. o estou de acordo, e me sinto ressentido
com meu pai e com ela porque estao sempre me criticando.
REsuMo
Sua filha e sua ex-esposa têm dito com freqüência a Mark que ele
= rnocionalmeritc distante e frio. Laura lhe disse repetidas vezes que
- ca trabalharia para eie porque ele não se comunica. Esses comeu-
:iios sobre seu estilo de comunicação não são novidade nem surpre-
para ele; na verdade, antes de ser demitido, .\lark foi advertido de
que os colegas fl o achavam amistoso e de que ele no parecia estar
Inão
t'rticu]a 1-mente interessado nos proietos deles. \lark disse que esta
realmente interessado nos demais. Segundo ele, é uma pena que não
unsiga externar verbalmente a aprovação, o apoio e as impressões
positivas que os outros lhe provocam.
Mark tem tentado conversar Coni o pai, Pat. sobre seus problemas
de cornunicaço pessoais e profissionais, mas Pat faz o que fez a vida
toda sempre que Mark tenta conversar de coração aberto: inchna-se
para a frente como se lhe doesse a cabeça e diz a Miark que não se
reocupe que tudo vai acabar bern. E justamente esse tipoimpas-
(IC
e emocional que tem ensinado Mark a não compartilhar seus senti-
mentos ou pensamentos sobre nenhum problema revestido de carga
mocional. Uma vez, quando tinha 10 anos, A"lark se recorda de ter
ficado amargamente decepcionado porque no entrou na equipe de
astros da liga júnior de beisebol. CheLou chorando em casa e correu
para o pai. Fui vez de consolar o filho e lhe permitir expressar sua de-
cepção. ou mesmo gritar com ele por ser um chorão, Pat ignorou suas
:igi- irias e começou a falar de um assunto completamente diferente.
Essa era a reação cniocioiial normal de Pat com relação aos filhos, à
esposa ou aos colegas.
A tbrma de enfrentar a vida pessoal e profissional de Mark foi
moldada por esse tipo de decepções emocionais que sofreu desde
cedo. 1\'lark está muito preocupado com o fato de sua filia ter o mes-
mo estilo que ele e seu pai. Quando Laura é inquirida a respeito,
torna-se verbalmente agressiva com o pai e o culpa por ser um mau
modelo de conmriicador. Mark trouxe a filha à terapia para falar sobre
162
O }-T-\TOR PAI
-
• perceber-se como poLico interessante ou incapaz. d
nar no trabalho;
• incremento no uso e abuso de álcool ou de drogas legais ou
ilegais;
• problemas com a i inagerfl pessoal; preOCupaÇa() irracional
com perda ou gailho de peso;
• perda de interesse no trabalho, nos passatempos, nos amigos
e na família;
• evitar os amigos próximOS ou os familiares, assim como os
colegas e clientes no trabalho;
• fantasias sobre morrer;
• fantasias sobre partir e começar urna nova vida;
• mudança súbita na rotina sem uma razão tangível ou lógica;
• ênfase excessiva no trabalho, na carreira no dinheiro, com
exclusão de outras questões pessoais;
iTiudanÇa de estado de
• as pessoas próximas de -você notam sua
animo (por exemplo1 seu cônjuge, seus colegas,seus filhos);
• sua energia no trabalho é baixa, VOCê tem dificuldade para
responder aos telefonemas e realizar suas atividades normais
de trabalho.
a falta de motivação.
Já vimos o estilo passivo de paternidade e suas conseqüências: a
falta de vínculo emocional cria um vazio que às vezes pode se refletir
fe.ita ie paixão, Jrlta de nwti'açïio e pouco estl
em seu trabalho como
A restauração de suas forças internas depende de você
mulo intrflO.
e do seu estado emocional. Quando você começar a reconhecer que
a negligência ca depressão desempenham uru papel importante em
sua vida profissional, perceberá natural mente quais são as coisas que
precisam mudar. Gerentes, diretores, supervisores, professores, sa-
cerdotes1 treinadores e investigadorcs todos se perguntam por que
as e outras não, e por que aluns correm
algumas pessoas são motivad
riscos enquanto outros os evitam como se fossem pragas.
1;O
A evolução deJim pode parecer simples e fáci1, mas nio foi. Trata-
de um homem que, aos 20 anos, percebeu que não podia enfrentar
Vida cio mesmo modo que seu pai. jini reconheceu sua depressão e
mudou a maneira de ver a si mesmo e à sua vida profissional. Depois
de superar a depressão e o medo do futuro e do passado, Jim percebeu
que o céu era o limite.
Qual é o 1imite da sua vida profissional: Se você não tem uru
legado de passividade nem tem medo do futuros que risco pode assu-
mir? Lembre-se de que nunca é. cedo demais nem tarde demais para
mudar o legado de seu pai e o curso da sua vida profissional. Mesmo
aos 20 anos, jim soube que era tempo de ajustar sua visão do mundo
e criar melhores opções para sua vida pessoal e profissional.
O legado de negligincia passividade, distanciamento emocional
e falta de paixão não precisa ser o fundamento da sua personalidade.
Ao contrário ,você pode encontrar o lado oposto das mesmas moedas
e dirigir-se rumo à paixão aos vínculos emocionais satisfatórios à
alta motivação e a urna imagem positiva de si mesmoedo mundo.
-
—Capítulo 7—
FILHAS E FILHOS SEM PAI
ENCONTRE SEU PODER E SUA POSIÇAO PROFISSIONAL
1/1771
Estou c1i11sad0 de me sentir ml com relação a meu pai e a
mesmo. As crianças sobre:i:em a coisas muito piores da que não
ver nunca ou não ter um pai. A ausêiicia de meu pai foi quase tão
importante quanto se ele tivesse sido atuante na minha vida. Em
todo caso, meu pai realmente me influenciou. Nunca conheci meu
pai, e isso e urna pena.
Curtis, 49 anos
Morei com meu pai até os 9 anos. quando ele e minha mãe se
divorciaram. Raras vezes falei com meu pai ou soube milito a
respeito dei, antes ou depois do dkórcio. Depois da separação, ele
foi morar na costa leste. Sinta-me muito magoada de nunca ter
tido meu pai perto de mim. Na verdade, ele nunca me conheceu
nem se importou com a nossa flimília. Voltou a se casar e formou
outra família. Não nos falamos há anos; entretanto, sinto filta
dele, 'mesmo/a sendo adulta.
7V1elinda, 33 anos
mais sutil, o pai ausente ë similar ao pai passivo dos anos 1950, que
não se envolve emocionaliflente com seus lilhos. Entretanto, dife-
ntcrnente do pai passi'o, o pai ausente decide abandonar a família
e livrar-se das responsabilidades que a acompanham. Não é que se
mantenha simplesmente afastado do ponto d \ista emocional: pare-
-e não se importar, OU algo pior. Não tem interte cru interagir com
s filhos, nem sequer no nível mais básico. Esse pai saiu da vida de
cus filhos.
Em contraste com os três estilos anteriores de paternidadesupe-
:exigCflte explosivo e passivo), o pa ausente leva as coisas um passo
adiante ao abandonar fisicamente seu filho ou filha. Todos podemos
Compreender um divórcio desastroso, urna situação complicada devi-
do à custódia dos filhos ou um casamento difícil, mas para muitos de
nós a rejeição total de u m filho ou filha é absolutamente inconcebível.
Os problemas provocados por esse estilo de paternidade vão além do
divórcio porque urna percentagem significativa dos pais se envolve
mais com os filhos depois de se divorciar.' O pai ausente promove
U`111111 CFiSC
emocional, mental e física nos filhos: a experiência e a per-
cepção da re jeição paterna. Tndependentemerite da idade, suportar
o profundo impacto da falta de interesse de seu pai, do abandono
de sua obrigação e da rejeição só pode ser comparado ao choque de
um míssil contra um prédio. O efeito psicolOgico) é muito profundo
e afeta o desenvolvimento da sua vida profissional. Essa experiência
infeliz - porém demasiado comum - na relação entre pai e filho ou
entre pai e filha é urna das principais razões pelas quais as pessoas que
passam por isso nunca se referem aos pais. E demasiado doloroso e
emocionalmente opressivo.
Outro exemplo extremo de pai ausente é o pai que não serve para
nada. O governo federal aprovOti nos anos 1990 uma legislação que
obriga à manutenção de um filho até que este complete 18 anos. ISSO)
á um sinal social de que o fenômeno do pai ausente é mais amplo do
OF;TORRU
Quando eu tinha 11 anos, mataram meu pai. Meus pais tinham urna
loja em Oakland, na Califórnia; certa sexta-feira pela manha, cm
maio de 1977, dois homens entraram ria loja para assaltá-la e atira-
ram em meu pai. Desde então tenho tentado lidar com sua morte, e
sei que essa perda realmente mudou a minha vida. Imediatamente,
na escola, na quinta série, todos os meninos ficaram meus amigos
e ninguém jamais inc incomodou até o segundo grau. Nio consigo
contratar nem despedir pessoal no trabalho. Iu me identifico com
a perda e a decepção deles, e meu julgamento fica comprometido.
Venho saindo com a mesma moça há quatro anos e não consigo
terminar com ela. O fim de um relacionamento rue choca, e isso em
geral me impede de agir.
180 O FATOR PAI
ter meu pai perto de num. Os pais dos meus colegas assistiam a
todos os nossos jogos de beisebol, e eu só tinha minha mãe. Foi urna
época difícil para ela e para mim, até que cheguei à universidade.
Depois (Ia morte de meu pai, minha mãe começou a trabalhar em
tempo integral no banco local para nos sustentar.
Meu pai saiu de casa quando eu tinha 9 anos. À partir daí, só o via
urna vez ao ano até meus 15 ou 16 anos. Depois disso ele suspendeu
toda coniunicaÇao. Sua nova esposa, uma desgraçada, não queria ver
nem a meu ftrnão nem a mim. Meu pai não pagou as passagens de
avião para que fôssemos para sua casa ficar algumas semanas com
ele no verão corno havia prometido. Não falei mais com meu pai
até que me formei na universidade. Foi minha mãe que pagou meus
estudos, pois meu pai disse que não poderia pagá-los. Creio que foi a
tensão de manter dois filhos sozinha que matou minha mãe quando
eu tinha 25 anos. Não veio meu pai desde o funeral da minha mãe,
há oito anos. No lhe telefono, e ele também não inc telefona. Estou
furiosa com ele por ter-me abandonado e não falar comigo. En-
tendo o divórcio, mas o fato de ele não se comunicar é inaceitável.
Não confio nos homens. São todos iguais: brincam com os nossos
scrititflefltøS e nos usam. já me partiram o coração, chega.
Isso é fácil; sempre saí com homens quinze ou vinte anos mais
velhos que eu. Não me casei e não quero ter filhos. Não quero
que meus filhos tenham que passar pelo que eu passei e senti. Os
homens mais velhos com querri saio são amáveis, generosos e me
apóiam muito, à minha carreira e a mim. No trabalho, sou urna
1
18
c: ivroi j
..\Ielinda admite que precisa resolver a raiva que sente pela partida
de seu pai e deixar de ser tão agressiva no trabalho. Ela sabe que o
modo Como reage aos colegas de trabalho, agressivo e raivoso, está
vinculado à sua relação com o pai.
E claro que Àllan e Melinda foram profundamente afetados pela
ausência do pai, por razões totalmente distintas, mas apesar disso
ambos sentem a perda. Melinda, diferentemente de Alian, tem o peso
adicional da raiva por ter perdido o amor, a aprovação e a aceitação
do pai. Os pais ausentes criam cm seus filhos Sentimentos contradi-
tórios que são difíceis de entender e de resolver. A reação psicológica
natural diante de uma perda importante (tanto do pai quanto da mãe)
é em prinleiro lugar o medo, em seguida a dor e depois a raiva, para
encobrir a mágoa e o vazio. Os filhos de qualquer idade que experi-
mentam a perda do pai passam por esse processo)
Filhos e filhas naturalmente se pergunrani se as características de
desconfiança que marcaram a partida de seus pais também ocorrerão
em sua vida pessoal e profissional. No fundo, questionam: "Eu farei
o mesmo que nicu pai fez?" F:les presenciaram o ressentinicnto e a
raiva da uie em relação ao pai por este a ter deixado educar os filhos
sozinha. Muitas vezes, o ressentimento e a raiva da esposa abandona-
da acabam por abarcar todos os homens. Corno a metade do mundo é
constituída de homens, os filhos têni que reparar a experiência da sua
relação com o pai para atuar de modo pleno na carreira profissional.
Esse legado paterno confunde o filho porque metade dele próprio
provém do pai, que abdicou da responsabilidade como pai e corno
marido. 0 filho homem se contunde com a ausência do pai porque
1
51EPRN B. 1C)ULflR
TEMPO DE REAÇÃO
fator pai que está agindo. Para OS colegas de trabalho parece absurdo
que estejam sempre discutindo sobre a estrutura da autoridade no
trabalho, mas para os filhos adultos desses pais ausentes isso é sim-
plesmente uma questão de sobrevivência e vingança.
Estas quatro reações problemáticas (esforçar-se demais, persona-
lizar OS problemas, ter urna atitude agressiva e não ter confiança na
autoridade) são coisas que contribuem para desenvolver unia persona-
lidade irascív e urna abordagem agressiva no trabalho. O problenia
abordag agressiva
do rancor é a chave para resolver os quatro fatores relacionados com
a ausência e a rejeição do pai. O rancor é de longe o maior obstáculo
para urna carreira bem-sucedida no futuro. Enquanto a vergonha é o
sentimento interior mais forte que deriva de um pai ausente, o rancor
é a maniFestação externa dessa profunda sensação de inadaptação. As
pessoas irascíveis nunca se sentem bem com relação a si mesmas ou
às suas reações diante dos demais.
cia de seu
Apesar de super{cialmcflte não parecer verdade, a ausên
pai na infância, na adolescência e na juventude teve uma forte influên-
cia na escolha de sua carreiras na sua conduta e na sua eficiência. Essa
premissa parecia mais palpível quando sua relação com seu pai não
era tão tensa, distante ou, para alguns, inexistente. Por mais que você
conscientemente rejeite a ausência de seu pai, continha estando sob
seu domínio. A maioria dos filhos adultos de pais ausentes têm uma
enorme quantidade de raiva não resolvida que, infelizmente em geral
dirigem para outras pessoas, coiegas, amigos, familiares e a si rneIflO.
O bom senso pressupõe que você necessita enfrentar sua raiva
para evitar os contínuos bloqueios emOciOnaiS, mentais e prolissio -
nais que ela cria inerentemente. Sua vida profissional é diretamente
influenciada e moldada por esse tipo de preocupações emocionais. A
raiva é apenas uma cortina de fumaça para encobrir as verdadeiras
1 15
O FATOR PAI
mia
ginc que está com seu pai e tem a oportunidade de lhe di-
zer corno ficava zangado Com ele quando era criança, adolescente ou
191
STEPHAN 8. POULTER
:to jovem. No o culpe pelo que fez nem use este exercício para se
±safogar. Ao contrário, sua intenÇãO é comunicar Com precisão setis
2tirnentos e pensamefltC) você quer que ele entenda plenamente o
mo o fez sentir-se
:e foi que ele fez exatamente que o magoou.e co
ndonado, negligenciado ou rejeitado. Expresse-lhe como se
lustrar seus sentimentos, inclua
c por que se sentiu assim. Para i
incidentes específicos. Apresentamos agora um \emplo dessa
i.uflS
tuaç ão:
Quando eu era criança você me fez sentir que eu não merecia sua
em casa, sempre estava com a cara
atençã: porque. quando estava
en1ada na página de finanças do jornal ou se trancava no escritório.
Eu achava que na verdade não tinha, importância para você. Sempre
a carga. Depois' que você e nianiãc se divorcia-
me sentirn como u
ram, quando eu tinha 7 anos, foi como se voCê tivesse se divorciado
também de mim. Nunca mais voltei a vê-lo ou a falar com você.
Lembro-me de que uma vez.lhe telefonei porque meu namorado
havia terminado comigo quando eu estava no segundo ano do curso
o'taria a me ligar em dez minutos e
secundário; você disse que v
nunca o fez. Eu sempre quis que me amasse e tivesse orgulho de
mim. Parece que não importava o que eu iz.esse não lhe causava a
assar os próximos trinta anos da vid a
menor impressãO. Não quero p
magoada com você - hi passei anos demais magoada. Papai quero
você me fez falta enquanto eu crescia.
que saiba que na verdade
Ainda sinto inveja das minhas amigas que têm uma boa relação com
pai. Sei que nós também poderíamos ter tidom u bom COnVÍViO.
meninas e foi para outro estado. Sara está furiosa consigo me----
por ter-se casado com Uru homem que é exatamente igual a seu
Entretanto, está nrnit() contente com suas duas belas filhas, Amane
e Alison.
Depois de fazer o exercicio anterior vária.s vezes cm ineu con
tário, Sara começou a Sentir certo alívio, firmeza e paz em relação
pai ausente. Descobriu que, ao comunicar com clareza seus pcn-
mentos e sentimentos sobre suas experiências na infância, começou
deixar para trás a dor da rejeição.
se e fez não vai ajudá-lo a ter uma vida profissional mais satisfatória
STF PIIkN 13. EOULTFR
RAIVA MODERADA: Você tem uma opinião forte. Embora seja bas-
tante objetivo, sua segurança a respeito deste assunto está diminuin-
do, e sua insegurança está aumentando. Não se sente seguro, ouvido
ou entendido nesta situação ou problema.
O ESTILO DE P.VFERNIDADE
\IENTOROMNTSI\. O
Não nos esqueçamos de que o pai M-C também tem falhas, mo-
mil -- os de explosão emocional e sentimentos negativos. Mas desde
mito cedo a criança sabe que o pai a ama (independentemente de
existirem algumas circunstãnCias que ela absolutamente não enten-
é) especialmente se ele a apóia entre os 13 e os 22 anos, em meio a
mudanças de humor e momentos de carência emocional. Esse
~,
íIho ou filha sabe que terá a orientação e o amor do pai para sustentá-
k) através de períodos de grande dificuldade e mudança pessoal. Esse
OiO
recorrente e tácito permite às pessoas vincular-se emocional-
mente ao pai. Cria uma profunda sensação de segurança que lhes
na vida, tomar decisões importantes e encarar
permite aventurar-Se
desafios profissionais. Esse tipo de atitude corajosa é possível devido
do pai. Essa sensação de confiança é contagiosa e um
in apoio ativo
grande motivador pessoal no trabalho.
É muito importante lembrar que, se o estilo de seu pai e sua in-
fincia não refletirem esse tipo de experiência positiva você não deve
perança. Você pode criar o tipo de am-
desanimar nem perder a es
biente pessoal e profissional que fomente essa confiança e essa força
fazê-lo
interior dentro de você e de seus filhos. Agora veremos como
no final deste capítulo e na seção seguinte.
A PATERNIDADE SENSÍVEL
Mike é um pai M-C, e durante anos fez esse tipo de coisas para
seus filhos. Este exemplo pode parecer trivial, mas ilustra como de-
vemos reagir aos nossos filhos quando eles precisam de nós, e não o
contrário, Essa Sintonia emocional, esse entendimento e essa capaci-
dade de empatia são características vitais que o filho adulto adota e
traduz em êxito com colegas, clientes e supervisores.
O interessante é que Mike não foi educado por um pai M-C, mas
por um pai ausente. Durante toda a sua infância, seu pai foi viciado
em analgésicos. O abuso crônico desses medicamentos evitou que
Mike e o pai tivessem uma Conexão emocional próxima. Ele traba-
lhou muito duramente para superar esse passado "sem pai" (apesar
de ter vivido com ele e tê-lo visto todos os dias). O pai de Mike usou
os medicamentos e seu assoberbado horário de trabalho para perma-
necer afastado da família. Mike perseverou e desenvolveu um estilo
positivo de paternidade M-C, apesar da infância dolorosa. Ele usou
207
STEPHAN B. POULTER
muitos dos exercícios deste livro, e os que estão no final deste capí-
tulo, para se converter em um pai M-C para seus filhos. O fator pai
que criou dentro de si reflete sua capacidade emocional e mental para
entender e ter empatia com as pessoas. Como a maioria de nós, de
início Mike não tinha um estilo de paternidade M-C, mas decidiu se
converter nesse tipo de pessoa no trabalho e em casa.
unia longa lista de sonhos insatisfei-
O M-C é um pai que não tem
se teve, trabalhou para
tos ou r essentimentos sobre o seu passado - ou
atuar no presente com seus filhos e desse modo
supera-1a. É capaz de
esmo. O senso de coragem e competenCl3 do
permitir-lhes fazer o m
pai M-C é transmitido ao filho, e constitui o fundamento que permite
nterdependentes; eles
a ambos ser simultaneamente independentes e i
rofundamente
têm a capacidade de ficar separados e ao mesmo tempo p
vinculados. Os filhos adultos de um pai M-C não sentem a influência
dos sonhos ou desejos insatisfeitos de seus pais. Aqueles que carrega-
ram as decepções, frustrações, depressões e ressentimentos dos pais
conhecem essa carga na vida pessoal e profissional
E muito difícil progredir na vida profissional quando você sente
êxito profissional e
que seu pai tem ciúme e ressentimento de seu
crescimento pessoal. O pai M-C transmite aos filhos, por meio de
palavras e ações, a liberdade de criar a própria vida contando com a
gurança do seu apoio e do seu amor. Isso não quer dizer
rede de se
que pai e filho estejam sempre de acordo, mas que se permitem ter
diferenças em sua relação. A aceitação da discordância cria espaço
para que a auto-estima do filho (independentemente da sua idade)
tolere as rejeições, decepções e frustrações- Esse pai e filho ou filha
aprenderam que podem discutir temas fortes, como a sexualidade,
o dinheiro, a paternidade as decisões e o crescimento profissionalt
sem ter de lutar para que suas opiniões, pensamentos e sentimen-
tos sejam ouvidos. Eles aprenderam a ouvir e apoiar uns aos outros,
mesmo que não tenham as mesmas preferências pessoais. Uma at-
20$ O FATOR PAI
• Pense em cinco coisas que teria gostado de fazer com seu pai
antes de terminar o segundo grau.
• Pense em duas coisas que gostaria de fazer com seu pai agora
que já é adulto (não importa se ele está vivo ou morto).
• Pense em cinco coisas de que você gostava em seu pai quando
era criança. (Pense de modo amplo, e não com base em sua
dor emocional ou nas limitações de seu pai.)
• Agora que já é adulto, o que é mais importante para você em
uma relação entre pai e filho?
• Se existisse uma coisa que pudesse pedir a seu pai ago-
ra, independentemente de o pedido ser ou não realista,
STEPHAN B. POULTER 211
Seu pai é uma das forças mais poderosas do seu passado, presente
e futuro. As pessoas conhecem esta verdade, mas não sabem o que
'1
O FATOR PAI
3.
4.
5.
6.
STEPHAN B. POULTER 221
S.
RELAÇÕES. Que importância têm para você seus contatos, suas ami-
des e seus colegas pessoais e profissionais? Qual é a sua definição de
uma boa relação profissional? Você consegue ser autêntico com seus
colegas de trabalho? Qual é o propósito das relações pessoais na sua
vida? Quem é seu melhor amigo atualmente? Você tem o mesmo tipo
de relação com seus colegas e subordinados que seu pai tinha com
você? Quem era o melhor amigo de seu pai na sua infância? O que
você aprendeu com essa relação-
ÉTIc4. Que segredos você guarda sobre seu pai, sua família e sobre
você mesmo? Seu pai era um homem honesto? Você se considera
uma pessoa particularmente ética? Até que ponto é importante sua
integridade e honestidade para com seus colegas, amigos, cônjuge e
filhos? O que aprendeu com seu pai sobre ser ético no trabalho? Com
que freqüência facilita as coisas dizendo "mentiras inocentes" ou es-
conde pequenos detalhes de seus colegas, clientes ou supervisores?
Você valoriza a importância e o papel da ética em sua vida?
geral não está em mudar uma regra, mas no vínculo emocional que
você tem com seu pai. Muitas regras da sua infância, tanto implícita
como explícitas. são fáceis de mudar quando você percebe que elas
não são úteis para você. O fundamental é descobrir quais as regra
implícitas que governam seu fator pai interiorizado. Investigar as re-
gras que -erium sua vida. Consciente ou inconscientemente, vale o
esforço e a dor emociorul que isso pode desencadear.
O terceiro ~o 40 primeiro foi sobre as regras de seu pai, e ü
segundo, sobre as regras implícitas) compreende as emoções relacio-
nadas com roin. mudar e deixar de seguir suas regras desatuali-
zadas. Isso se C~Crte em uni desafio para muitas pessoas porque as
mudanças tcn&M a er ansiedade, medo e outros sentimentos e
pensamentos i1ro&áveis. Por exemplo, é necessário coragem para
mudar a maiira co 'ocê se relaciona com pessoas que tenham
autoridade sobre vtxe se seu pai o agredia muito verbalmente (in-
fluência do pai expIosu. O medo de não agradar às pessoas é outra
regra bastante cxnum que faz com que muitos profissionais fiquem
paralisados ou se desviem do seu caminho (influência do pai supe-
rexigente). VOCê não pode agradar a todos, e isso requer uma nova
capacidade de tolerar os sentimentos de mudança.
da sua
carreira, O primeiro passo importante
é: lflore os cínicos, O
pessimismo os pensamentos negativos
zona aruJ de comodidade , o medo da mudança e sua
se rebelam contra a mudança do seu livro
de regras— Nunca é tarde ou cedo demais para fazer mudança
vida s em sua
pessoal, profissional e em Suas relações. A idade, o gênero, os
erros passados no trabalho e as decepções nas relações profissionais
C
pessoais são motivos para mudar. Sua Conduta anterior não é uma
sentença de morte nem uma garantia de que você
uma decisão que i fl o possa tomar
mpulsione Sua carreira para a frente. Sua história
pessoal e profissional nem sempre o ajudará a prever seu êxito ou fra-
casso futuros. Na verdade, suas novas escolhas e pensamentos são os
melhores indicadores de Sucesso de sua vida profissional Considere
os passos que se seguem COmO
um guia para VOCê
sincero de seu livro de regras e começar um exame
interiorizado do impacto dele em seu fator pai
E não se surpreenda caso se sinta culpad
as regras. o por mudar
Primeiro passo. Quais são as cinco regras (você pode mudar todas as
que quiser, mas não se oprima com um livro de regras completa-
mente novas) que você precisa mudar? Você necessitará de tempo,
paciência, repetição e persistência para mudar sua conduta. Quais são
as regras que você precisa mudar com maior urgência? Considere por
um ??,omdnto a magnitude da mudança que estd realizando no curso da sua
vida. Pensar nas diferentes mudanças proporciona muito poder e mo-
tivação. Seja persistente para implementar as mudanças nas regras.
Sétimo passo. Durante os meses seguintes leve este livro com você ao
trabalho em seu portfóiio ou em algum lugar em que ele esteja segu-
ro, mas acessível durante as horas de trabalho. Você ficará surpreso
ao comprovar quantos pensamentos5 crenças, sentimentos e idéias
começarão a surgir em sua mente agora que abriu seu livro de regras
implícitas. Nos próximos meses, seu inconsciente lhe revelará muitos
pensamentos e idéias novas.
232 O FATOR PAI
Nono passo. Algumas regras existentes podem ser ainda mais funcio-
nais e produtivas em sua vida se você as expandir. Não se limite ape-
nas à sua vida profissional; considere também sua vida amorosa, sua
família, suas finanças, seus passatempos, seus modos de passar os fins
de semana e seu corpo.
Kyle, 44 anos
• Qual era o estilo básico de seu pai quando você era criança?
• Corno esse estilo se reflete na sua vida profissional em termos
das suas condutas, crenças e relações?
• Qual dos sete obstáculos (vergonha, insegurança, evasão, moti-
vação, responsabilidade/ética profissional, raiva, medo do fracasso
é o padrão de conduta mais ativo em sua vida profissional
corno resultado do estilo de seu pai?
• Qual é seu principal ponto forte em sua vida profissional?
• Dentre as regras que você mantém, quais estão conectadas
com o estilo de seu pai?
• Qual é o fio condutor do legado de seu pai que perpassa a sua
vida toda? (Lembre-se de que existem muitos fios, ou seja.
condutas)
• Que estilo de ligação afetiva (intermitente, evasivo, depressivo
0(1 estável/seguro) é o mais próximo de você? Você tem dife-
era providencial para lidar com o incrível mau humor de seu pai,
seus constantes gritos e seu comportamento agressivo. Se você teve que
conviver com um pai gi-italbão, sobreviveu a muitos tipos de agressão,
incluindo dois dos piores - os emocionais e os mentais. Você luta
contra a ansiedade, a evasão e o medo do futuro. Outras vezes confia
em suas próprias habilidades, dons naturais e talentos profissionais.
verdadeiro para saber se você era um filho sem pai. Se esse foi o seu
passado, você o sabe. O que desconcerta tantos filhos adultos sem
pai é a questão de como enfrentar o desgaste emocional e o desespe-
ro precoces que viveram. Além disso, você pode se perguntar como
evitar esses tipos de circunstâncias emocionais que desencadeiam a
cólera no trabalho. Quando se sente magoado a raiva se manifesta
dentro de você com o ímpeto de um rio na primavera. Não há como
desfazer o dano emocional sofrido nesses momentos críticos. Mas
nem tudo está perdido. Aprofundar essas questões constitui a base
para transformar seu fator pai.
Entretanto. há pontos fortes legítimos que provêm do fato de não
ter tido uma figura paterna ativa na sua vida. Considere-os e observe
os outros que 'você deve ter desenvolvido.
Uma das coisas que mais tem iie assustado fazer em minha vida
é ir além do sucesso profissional de meu pai e me converter real-
mente na pessoa que sempre quis ser no trabalho, em casa e com as
Pessoas que me rodeiam. Ainda me parece intimidante ter sucesso
e tentar explicá-lo a meu pai.
Hank, 47 anos
Mal conheci meu pai quando era criança; ele trabalhava o tempo
todo, e tinha se diz orciado de minha mãe. Tanto minha mãe como
meu pai trabalharam arduamente na fábrica Ford local. Nin-.
guém jamais imaginou que eu me tornaria uma empresária e
criaria n'juba Própria empresa. Eu nunca pensei que o faria, mas
me alegro por tê- to feito.
Margaret, 39 anos
Uma de suas metas pessoais ao ler este livro é fazer com que
sua vida pessoal, sua carreira e suas relações íntimas e profissionais
254 O FATOR PAI
vamos considerar a idéia de que você vai conseguir as chaves sem bri-
gar com seu pai. O pai mentor-compreensivo mostra a seus filhos,
desde pequenos, corno funcionam suas chaves, como abrir suas pró-
prias portas e seus próprios tesouros. Esse pai tem seu próprio jogo
de chaves e reconhece o valor de os filhos terem essa mesma experi-
ência de poder. Filhos e filhas do pai M-C chegam à idade adulta no
dia em que ocorre a transação emocional, mental e psicológica de se-
gurar as próprias chaves. Os Outros quatro tipos de pai não percebem
a importância de mostrar aos filhos como funcionam as chaves. Na
verdade, muitos desses pais se aferram a elas, seja porque não confiam
completamente nos filhos, seta porque não acham necessário que eles
tenham tanta liberdade e poder pessoal.
Para recuperarmos nossas chaves, ternos que considerar o con-
ceito de perdoar. Seg-undo um sábio provérbio, o dia em que perdoas
teu pai é o dia em que te trrnas adulto. Ser adulto significa possuir suas
chaves. No capítulo -. falamos sobre escrever uma carta a seu pai
como uma forma de deixar para trás a raiva e o ressentimento. Exis-
tem tantas formas de perdoar quanto pessoas no mundo. O resultado
de qualquer grau de perdão é você encontrar um modo de liberar
seu pai. Isso seria perdoar a dívida emocional e mental que ele nun-
ca poderá pagar. Muitos de nossos pais nos devem muito mais do
que jamais poderíamos escrever ou expressar ao nosso amigo mais
chegado. Podemos escolher entre nos aferrar à mágoa ou encontrar
um modo de ser mais agradável a nós mesmos e liberar nosso pai da
nossa dor e decepção da infância. O perdão ajuda você a se perdoar
para eliminar alguns dos velhos sentimentos de raiva ou de inade-
quação baseados na vergonha. Liberar seu pai eleva sua inteligência
emocional e aptidão mental. Outro aspecto é que liberar seu pai vai
lhe permitir deixar de ter um pé no passado e outro no presente. Essa
ação coloca toda a sua energia, emoções e pensamentos nos eventos e
nas estruturas da sua vida atual.
STEPHAN R. POULTER
Quando você vê seu pai, inicia urna conversa Com as palavras mais im-
portantes de sua vida adulta: Pai, eu o perdôo. Essa conversa continua
e dura muito mais do que você jamais considerou possível. Enquanto
fala, dizendo a seu pai o que sempre quis lhe dizer, surpreende-111u
sobremaneira que esse encontro tenha sido poss ivl. Mesmo que seu
pai esteja morto, ou que jamais o tenha conhecido, ou que nunca
pudesse ter com ele esse tipo (te discussão cara a cara, considere a va-
lidade de realizar este exercício poderoso. Você começa a abordar os
temas não resolvidos que o vêm incomodando há anos. A medida que
fala, nota que seus sentimentos estão SOb controle, seus pensamentos
O
estão claros e o tempo transcorre lentamente. Está falando com
coração na conversa mais honesta que já teve com seu pai.
inclina-se para a frente e diz a seu pai que quer as chaves da sua
vida e todas as outras coisas que ele conservou trancadas. Sua voz
torna-se tensa e seu ressentilTleflt() começa a surgir. Seu P em um
momento de lucidez, diz-lhe: Eu não tenho as suas chaves; elas sem-
pre estiveram com você, só que você não sabia disso". Você faz uma
pausa e retruca: Então, quem tem as chaves da minha liberdade, da
Seu pai o olha diretamente nos olhos
minha paz e do meu SUCCSSOr"
e lhe responde- "Perdoar é a chave com que você vai abrir sua vida, e
você sempre teve esse poder". Você não acredita no que ouve e acha
que seu pai ficou louco. Depois de ponderar os comelitarJos de seu
pai, concorda que a aprovação, o amor e a aceitação S() as portas que
de perdão abre as outras por-
você tem de abrir para perdoá-lo. Seu
tas que achava que seu paiosse
f responsável por manter trancadas. A
chave que sempre desejou esteve o tempo todo ao seu alcance. A chave
início quando você resolveu perdoar
é perdoar, e o rocesso pai Obtê-la teve
seu pai.
Você pergunta a si niesmo: Por que não fiz isso antes?" A
única resposta é que agora está pronto para abrir todas as portas,
talentos e tesouros da sua vida. Agradeça a seu pai pelo presente do
perdão, levante-se e vá embora. Ao se afastar, perceber que sua vida
STEPUA.N B. POULI'ER
nunca mais será a mesma depois desse breve encontro com seu pai.
Agora você sabe como passar a urna nova etapa de desenvolvimento
do seu trabalho e de todos os outros aspectos da sua vida.
A VERDADEIRA CONVERSA
Este é um exercício muito intenso, que não pode ser feito às pres-
sas ou passivamente. Perdoar o pai por suas transgressões passadas é
uni passo psicológico enorme que a maioria dos adultos jamais dará,
geralmente evita rá e, com freqüências nem sequer levará em consi-
deração. Eles simplesmente enterram a dor e se arrastam pela vida
toda com o grande vazio no coração provocado ) por sua relação com o
pai. Para a maioria, a simples lembrança do pai envenena, e portanto
considera-Ia como unia influência transformadora está fora dc ques-
tão. Os anos que passaram sofrendo são demasiados para que possam
lidar com eles ou sequer falar a respeito. Entretanto, ninguém tem
de continuar vivendo a vida adulta desse modo. A grande chave do
STEPIIAN B. POUIJTR
:61
perdão que você agora possui é algo que ninguém nem circunstância
alguma jamais lhe poderá arrebatar. Está em seu coração, em sua
mente e em seus pensamentos. Sua relação interna com seu pai nunca
será a mesma, porque você revisou o seu fator pai.
A chave do perdão abre o caminho para que você junte as peças
do seu fator pai revisado, emendado e reconstruído. Esse passo inclui
incorporar eni sua vida elementos do estilo de paternidade mentor-
compreensivo Vários especialistas de todas as áreas de estudo (psi-
cologia, sociologia, negócios, comportamento afetivo) consideram os
elementos incluídos a seguir valiosos e tão necessários como respirar
para o desenvolvimento humano e as relações sauclveis. Ser uma pes-
soa, chefe, cônjuge ou pai do tipo M-C é urna força muito poderosa
que transformará todas as áreas da sua vida e das suas relações com
as pessoas que o cercam.
Sua relação com seu pai tem elementos das dez variáveis positi-
vas incluídas neste capítulo. Os pontos fortes do legado que seu pai
lhe proporcionou são fundamentos sobre os quais é vital que você
Continue construindo. Você está no processo de transformar os en-
traves mais importantes de cada estilo de paternidade em potenciais
valiosos:
:ambéiii a forma como você interage com seu mundo: o modo COIflO
:rata sua família, seus filhos, seus amigos e as demais pessoas. Essas
iferentes partes mais seu estilo de relação pessoal e profissional é
que compõem a substância da sua vida.
A lista seguinte é a aplicação direta das condutas M-C rio tra-
balho, assim como na vida diária. Essas qualidades é que compõem
a vantagem competitiva que as pessoas estão sempre buscando, mas
que raramente encontram em si mesmas e nos outros. Esses talentos,
características e condutas, o fundamento para impulsionar sua car-
reira hoje, foram popularizados em um livro brilhante sessenta anos
à frente de seu tempo, denominado como fizer amigos e influenciar
csoas, de Dale Carnegie, que escreveu sobre o valor da amizade e
como tratar e trabalhar com as pessoas em todas as facetas da vida.
É surpreendente que esse livro tenha sido escrito no auge da Grande
Depressão, quando a taxa nacional de desemprego era de 33 por cen-
to e as pessoas não davam muita importância as relações de trabalho.
He foi o primeiro de muitos autores a reconhecer o imenso valor de
r urna pessoa compreensiva e um mentor para as pessoas na vida
cssoal e na carreira profissional. E esse tipo de visão atemporal que
UM impacto de longo alcance na vida e no desenvolvimento das
pessoas. Carnegie tinha uni fator pai mentor-compreensivo, e sua
mensagem continua atual setenta anos depois.'
A lista que se segue é uma aplicação direta das dez qualidades que
você precisa assimilar em seu comportamento diário no trabalho, em
conversas informais, nas reuniões matutinas, nas reuniões de pessoal,
nas sessões para formar equipes, nos jantares com ci ientes, nas reu-
niões de vendas e em suas conversas íntimas à tarde. Essas qualidades
24 O FVFï.)T PAI
• Super ienrc-. Você vê seus colegas como jessois que têm opi-
niões próprias. Vê as pessoas como algo mais do que engre-
nagens do trabalho.. É compreensivo para Com seus colegas,
o que o ajudará a criar estabilidade na carreira profissional.
Você precisa escutar e entender as opiniões deles. E. muito
provável que aprenda algo com isso.
• Explosito: Resiste à tentação de gritar ou de se comunicar
de maneira déspota. Respeita os direitos e perísamentos
dos outros como ) urna forma de controlar sua cólera e sua
frustração.
a Passivo. Participa dos sentimentos e pensamentos de seus
colegas. Começa a criar laços e a estabelecer relações mais
fortes com as pessoas com quem trabalha. Começa a mos-
trar compreensão e estabilidade emocional em todas as suas
relações.
• :iusente. Está consciente das necessidades emocionais básicas
de todas as pessoas quanto a amor, apoio e aprovação. Você
tem essas três qualidades ativas em suas interações com as
pessoas em todas as áreas da sua vida. Esses três fatores emo-
cionais M-C aparecem cm seu comportamento compreensivo
e de empatia no trabalho e em casa, com sua família.
STEPHAN B. POLLTEg
equilíbrio
Ferramenta 7 - %'iediaute o 7 10de10 -11- C t'oé consegue um
de assertiv idade entre os extremos de passividade e agressividade. Todas as
crianças aprendem Corno resultado de sua relação com o pai, a ser
passivas ou agressivas no trabalho. O melhor equilíbrio entre esses
dois extremos é o equilíbrio de serem assertivas e corajosas. A as-
sertividacle é a capacidade de expressar seus desejos ou opinloes de
maneira firme e construtiva. O gerente M-C pode ser assertivo sem
isolar ou afastar seus empregados ou colegas.
Aplicação do modelo i\l-C às áreas da coragem e da segurançiu
Ferramenta 8 - .cê não busca a aprovação dos outros para suas ações
ou decisões. Tem o discernimento e o entendimento emocional de que
a conduta de buscar aprovação debilita o desenvolvimento da sua
vida profissional e a forma como se sente a respeito de si mesmo. ()
empregado M-C sabe que buscar a aprovação ni é u círcu
lo vicioso
de sentimentos de impotência e insegurança. Você desenvolveu unia
percepção saudável de quais são seus desejos emocionais, pessoais e
profissionais e de como satisfazê-los. Ao trabalhar dessa maneira po-
sitiva, não precisa de validação.
Aplicação do modelo .\I-C de intuição e discernimento em ter-
mos de aprovação:
• intuição e entendimento;
• autoconfiança e segurança
O 1 Xi OR PAI
de não andar carregando essa dívida que ninguém mais do que você
é capaz de cancelar.
Estes sete passos são o plano pragmático e linear para mover
montanhas em sua vida profissional. Não há nada que VOCê não possa
conseguir com este plano direto e fundamental.
\Ji)
5. Tome cOflSCiênclIl dos velhos cotumesfamiharts do fitov
p7
passiva e voce quer ser uma pessoa \i-C. Todos os dias você
esta agregando ferramentas a seus talentos e potencialidades
ii existentes.
RFSUM()
Persi*stencid
zda no mundo pode oeupaï o lugar da persistência. Não o
fimi
o talento: não bií nada tão comum como homens talentosos sem
slIctV
Xão o irá o gênio: o gênio não reconheculo e quase um
prozérbio. Não o fimí a educaçao: o mundo está cheio de estudio-
Somente a peri.VtêflCU1 e u determinação são
sos rnarginalizados.
onipotentes.
Calviri Coolidge
CAPÍTULO 2
1. 89-99.
Attachment and Loss (Nova York: Basic Books
2. John Bow1bv,
J9(i9) pp. 156-75.
CAprruL() 4
and Gieii: the 1asters ofDisguise
1. Jane Midde1ton-\l0Z, Shame
alth mnu
Co1niCRti0, 1990) pp. 8-34.
(Deercld
fi Bcach He
CAPITULO-)
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
ZUKAV Garv. Sear of tbe Soul. Nova 'York: Simon & Schuster.
1990.
1
e.
IP
II II.
9 788560 096091