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Umbuzeiro
2018
Ádyla Márcia Paulino da Silva
Umbuzeiro
2018
Sócrates
O ponto central do pensamento socrático e dos sofistas envolve a questão de como educar ou
preparar as pessoas para viver na cidade. Esse objeto (o como e para quê educar) perpassa
toda a filosofia ocidental, indo de Platão a Hegel. Para Sócrates era necessário revisar o
sistema educacional que preparava o jovem para ser guerreiro, ou seja, ter uma boa e gloriosa
morte em um campo de batalha. Também era preciso rever o fato dos ensinamentos morais e
intelectuais serem objetos acessíveis apenas aos considerados de sangue puro e divino. O
filósofo entendia que os tempos haviam mudado e que a educação centrada na formação de
guerreiros era ultrapassada. Com o desenvolvimento da cidade, o objetivo da educação seria
então o de preparar pessoas para viver plenamente o sistema democrático que vigorava na
Pólis, o objetivo deveria ser o de preparar cidadãos. Nesse momento, Sócrates e os sofistas
começam então a questionar as verdades até então absolutas. Eles promoviam debates em
praça pública, onde o saber é disseminado através da oposição de argumentação e oposição
de ideias, algo que a sistema democrático permite e até tem como uma de suas bases. A
educação, nesse sentido, assume o papel de responsável pela formação humanística, pelo uso
hábil da palavra e argumentação e se torna centrada em objetivos e em conteúdos
pragmáticos. É possível notar que o pensamento educacional da época sai de uma lógica
cosmológica, no qual as verdades absolutas não podem ser questionadas, para um
pensamento antropológico. A preocupação de Sócrates era a de despertar nas pessoas a
importância do autoconhecimento, o que, sem dúvida, as conduziria à sabedoria e à prática do
bem.
Para Kant é somente a partir da educação que o homem pode alcançar, com plenitude, sua
humanidade, pois a educação o “constrói”, fazendo com que ele seja capaz de gozar sua
liberdade. A liberdade plena só pode ser alcançada a partir do momento em que o homem
compreende que deve cumprir a lei moral e é capaz de cumpri-la. O papel da educação é
aperfeiçoar as disposições que o homem já traz dentro de si referentes a essa lei . Não
podemos deixar de considerar a influencia de Kant na educação. Seus pressupostos permeiam
o cenário escolar até os dias de hoje e são refletidos na prática docente. No entanto, é
importante ressaltar que a pedagogia de Kant, bem como sua filosofia, partem do princípio da
universalidade do ser humano, sem considerar o contexto específico em que se desenvolve
sua moralidade. Isso, de fato, dificulta sua aplicação na prática já que a educação é um
processo repleto de especificidades. O homem nasce com disposições naturais para o bem, no
entanto estas disposições desenvolvem-se enquanto virtudes a partir do contato com a
Educação Prática. A Educação Prática de Kant consiste em trabalhar no homem sua habilidade,
sua prudência e sua moralidade – aspectos que somados estão diretamente relacionados à
formação de seu caráter. Quanto às virtudes podemos compreendê-las como a capacidade
que o homem desenvolve em si de agir conforme o dever estabelecido por ele mesmo por
meio da razão. É a razão que nos permite conhecer a lei moral que encontra-se em nós. Tal lei
é um imperativo categórico, pelo fato de ser uma ação boa em si mesma, um princípio
ordenado por nossa razão
Descartes
O sujeito é sempre independente do objeto. Isto porque para o autor existe uma separação
entre a consciência e o mundo da materialidade, considerados como substâncias
independentes e autônomas, ou seja, a consciência é um substância, uma res cogitans,
independente do mundo dos objetos, da res extensa. Outra implicação da concepção
cartesiana que se apresenta problemática é a idéia de que o método deve se impor no
processo de investigação. Com essa idéia estabelece-se uma exterioridade entre o sujeito e o
objeto e entre o método e a verdade. E o saber não é algo a ser produzido, mas um conjunto
de regras a ser seguidas, e, é produto do controle, da razão metódica. Mas estes são alguns
dos aspectos do pensamento do filósofo. Descartes criou o Cogito, e com ele iniciou a
concepção de homem enquanto consciência; instituiu a dúvida como método de busca da
verdade ; e, imprimiu a radicalização das formas racionais de constituição do conhecimento.
Com isso Descartes iniciou a construção de uma nova mentalidade social. A reflexão que
proponho aqui será feita a partir dos fundamentos da filosofia de Descartes que fazem dele
um revolucionário e contestador da ordem social e do pensamento estabelecidos. Os aspectos
do filósofo que serão lembrados aqui são do Descartes revolucionário, inquieto, contestador e
comprometido com o seu tempo, com a ciência e com o pensamento de sua época. É com a
ilustração desse espírito do filósofo que serão buscadas as contribuições deste à educação.
Deleuze
Quem vem por lá, no meio da neblina? Quem entra sem bater, sem se anunciar, sem dizer o
nome próprio? Quem chega ao jardim de infância da Educação? As crianças assustam-se, pois,
vêem, é um homem de saúde frágil, a quem freqüentemente falta ar. Elas gritam por socorro,
ao olharem suas unhas longas, não aparadas, que protegem a falta de impressões digitais.
Todos se perguntam: – O que ele vem fazer aqui? O que quer da Educação? Cometerá
violências contra a sua educação, ao fazê-las aprender a pensar sem imagens e a desaprender
o que já aprenderam? Quem ele acha que é, para vir se meter com elas, até agora
tranqüilamente fixadas em formas essenciais e saturadas por definições substanciais? Quanto
atrevimento por parte de quem nunca atribuiu à infância qualquer valor, enquanto fonte do
sujeito, origem do sentir e do pensar adultos! Quanta invasão de quem jamais deu qualquer
importância à infância-arquivo, à criança-lembrança ou ao infantil-universal, por privilegiar
somente um de vir criança do mundo! Que ousadia a desse homem intrometer-se na
Educação, justamente ele que, enquanto aluno, foi uma nulidade na escola... (Até descobrir a
filosofia podia ser tão desafiadora e divertida quanto qualquer obra de arte!)
Os professores tentam acalmar as crianças, mas elas choram de medo, quando o homem lhes
fala com sua voz rouca e dicção fatigada, como as de um feiticeiro. Então, mostram-lhes que
este pensador traz, para todos, belas, novas e fortes lufadas de enunciação, que nos levam a
pensar e a viver a Educação do mesmo modo que um artista pensa e vive a sua arte.
Explicam-lhes que se trata de um filósofo que prossegue a tarefa (que Spinoza começou e
Nietzsche continuou) denos levar a detestar todos os poderes ligados à tristeza, os quais
transmitem a ideia de vivermos em estado perpétuo de dívida infinita. De alguém que tem
horror a tudo que apequena e entristece a vida, isto é, dos poderes de quem trabalha para
diminuir ou nos separar das forças ativas de que somos capazes; e que, com isso, buscam
conduzir nossas vidas à resignação, à má-consciência, à culpa, recheandoas de afetos tristes e
imobilizadores, de queixas e de ressentimentos .
(Sócrates) (Kant)
(Descartes) (Deleuze)
Referência :
https://demonstre.com/socrates-e-a-educacao/
https://www.webartigos.com/artigos/a-educacao-em-kant/23199/
https://pt.slideshare.net/christrarbach/
file:///C:/Users/CASA/Downloads/