ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE MINAS,
METALÚRGICA E DE MATERIAIS – PPGEM
ALEXANDRE POLOZINE
Tese de Doutorado
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – UFRGS
ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE MINAS,
METALÚRGICA E DE MATERIAIS – PPGEM
ALEXANDRE POLOZINE
BANCA EXAMINADORA:
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
RESUMO......................................................................................................................... XXIII
ABSTRACT..................................................................................................................... XXIV
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 1
DA ARTE......................................................................................................................... 4
amostra – ferramenta.............................................................................................. 5
de Contato...................................................................................................... 10
superficiais.......................................................................................... 11
de Contato..................................................................................................... 17
VII
interfaciais.............................................................................................................. 30
amostra metálica................................................................................. 32
de temperaturas superficiais................................................ 36
temperaturas superficiais..................................................... 36
5.4.2.1 Matrizes................................................................................ 40
5.4.2.2 Amostras............................................................................... 43
superficial da matriz............................................................ 45
de temperaturas superficiais................................................. 48
volumétricas......................................................................... 49
Térmica de Contato................................................................................................ 53
Térmica de Contato................................................................................................ 58
de temperaturas............................................................................................. 58
Ti6Al4V......................................................................................................... 60
de titânio Ti6Al4V.............................................................................. 62
amostra de titânio................................................................ 67
titânio Ti6Al4V.................................................................... 68
de titânio Ti6Al4V............................................................... 72
alumínio AA6351.......................................................................................... 77
amostra de alumínio–ferramenta......................................................... 78
alumínio AA6351............................................................................... 79
alumínio AA6351............................................................................... 79
amostra de alumínio............................................................. 79
alumínio AA6351................................................................ 82
alumínio AA6351................................................................ 83
ABNT 1045........................................................................................ 87
ABNT 1045....................................................................................... 87
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 99
XII
ÍNDICE DE FIGURAS
Nº – TÍTULO p.
Li e Sellars (1996)......................................................................................... 6
e Bramley (2002).......................................................................................... 14
Rosochowska et al (2004).............................................................................. 16
tradicional...................................................................................................... 30
de alumínio.................................................................................................... 48
superficial...................................................................................................... 50
amostra – ferramenta...................................................................................... 51
aparelho USB–TC......................................................................................... 59
Ti6Al4V........................................................................................................ 68
Ti6Al4V (fragmento)..................................................................................... 69
ÍNDICE DE TABELAS
Nº – TÍTULO p.
nas referências......................................................................................... 21
titânio Ti6Al4V....................................................................................... 63
alumínio AA6351....................................................................................
b – largura do fio, m
aquecimento prévio, J
deformação plástica, J
no material forjado, J
F – força de deformação, N
convecção, W/m2 ºC
L – coordenada, m
m – massa da amostra, kg
de fases, kg
diferentes
a ferramenta de forja, W
T – temperatura, ºC
TA – temperatura no ponto A, ºC
TB – temperatura no ponto B, ºC
do termopar, ºC
a ferramenta, ºC
material forjado, ºC
com o termopar, ºC
XXI
do experimento, ºC
Ø – diâmetro
– quadrado
SIGLAS
ABAQUS, Inc.
Alemanha
XXIII
Resumo
A inovação foi testada com sucesso para alguns materiais típicos (aço, liga de
alumínio e liga de titânio) utilizados no forjamento a quente ou a morno. Os valores da
Resistência Térmica de Contato, obtidos nos testes, são recomendados para uso em programas
de simulação computacional.
Abstract
The Thermal Contact Resistance between a die and a blank is an important parameter in
the computer simulation used for the optimization of the blank plastic deformation. The
known procedures intended for the determination of the Thermal Contact Resistance show
significant discrepancy in results. The lack of reliable values of this parameter affects the
precision of the simulation.
Taking in account the importance of computer tools for the optimization of the forging
process, a new technique for the determination of the Thermal Contact Resistance has been
developed in the present study. The developed technique includes a method for the
measurement of the interface temperatures, which was unknown before, and the equipment
for the realization of this method as well as the system for the measurement of the volumetric
temperatures. This technique is intended for use under moderate and high temperature / high
pressure conditions at the die–workpiece interface.
The innovation has been tested successfully on some typical materials (steel,
aluminium alloy e titanium alloy) used in warm and hot forging. Values of the Thermal
Contact Resistance obtained by these tests are recommended for use in computer simulations.
Capítulo 1 – Introdução
necessários para os cálculos corretos. A falta de informação nessa área forçava os engenheiros
industriais a utilizar nos programas de simulação os valores da Resistência Térmica de
Contato aproximados e até arbitrários [3], o que resultava em perda significativa das
vantagens de simulação computacional.
A transferência de calor de amostra para a ferramenta ocorre por condução, convecção e por
radiação [4]. A análise das referências [3,4,6] mostra uma grande quantidade de fatores que
tem a influência sobre o processo de transferência de calor através da interface. Estes fatores
são as seguintes:
A RTC não pode ser obtida diretamente nos experimentos [4], mas pode ser calculada
[4] por
∆T
RTC = ⋅ Aint , (2.1)
Qint
onde:
1
α= . (2.2)
RTC
8
onde:
Tamostra – temperatura do material na zona de contato com a ferramenta, ºC.
Tferramenta – temperatura da ferramenta na zona de contato com o material forjado, ºC.
• A condutividade térmica superficial de metais é pelo menos duas vezes menor que a
volumétrica [9];
• A dilatação térmica superficial de metais é 5–20 vezes maior que a volumétrica [9].
• Métodos experimentais;
• Método misto (experimento + simulação numérica).
• Métodos teóricos.
Fig. 2.5 – Montagem típica para determinar a Resistência Térmica de Contato (RTC).
Fonte: Boutonnet (1998).
A análise das figuras 2.7, 2.8 e da tabela 2.1 mostra uma grande diferença entre o
esquema da ASTM medição de temperaturas superficiais e o do Chang e Bramley [14], que
faz a utilização do último totalmente duvidosa. Neste sentido, o esquema do Chang e Bramley
apresenta as particularidades importantes na transferência de calor através da interface
amostra – ferramenta (Fig.2.9), que não foram levadas em conta pelos autores, as quais são as
seguintes:
14
• A amostra de aço Ma8 para o forjamento a frio foi colocada entre duas matrizes de aço
N1019. As faces da amostra foram polidas. As dimensões da amostra foram de Ø18 x
2mm.
17
• A ferramenta (matriz) superior foi aquecida e a temperatura do topo dela foi mantida
constante por um aquecedor elétrico. A superfície lateral dessa matriz foi coberta por
um isolamento térmico.
• A ferramenta (matriz) inferior foi resfriada e a temperatura da base dela foi mantida
constante pelo um resfriador da água fria. A superfície lateral dessa matriz também foi
coberta pelo isolamento térmico.
• A temperatura da amostra não foi controlada.
O exemplo típico do método misto para determinar o coeficiente α, que tem o valor
recíproco quando comparado com a RTC, é mostrado na obra do Caliskanoglu et al [19] .
• A amostra de aço 100Cr6 de Ø100x30mm foi aquecida até 1000ºC no forno, foi
colocada sobre uma placa de cerâmica aquecida à mesma temperatura, e foi levada
para a prensa hidráulica. O conjunto foi colocado entre as matrizes de aço
X38CrMoV5–3 aquecidas até 200ºC;
• O fluxo de calor através da interface amostra – matriz foi transitório;
• A força aplicada para a amostra foi de [0; 2,55; 6,37 e 15,28] MPa. As temperaturas da
amostra e matrizes foram registradas pelos 5 termopares;
• As temperaturas da amostra resfriada foram registradas no centro e no topo da mesma.
As curvas experimentais de resfriamento da amostra de aço foram calculadas
manualmente;
• As curvas simuladas de resfriamento da amostra de aço foram obtidas pelo software
ABAQUS para os valores arbitrários de α.
1 W .
α= = 0 ,0020
RTC mm ⋅º C
2
1 W .
α= = 0 ,0008
RTC mm ⋅º C
2
Ano de Método
nº Ref.
publicação de obtenção da RTC
1 Experimental [15]
2004
2 Simulação [21]
3 Simulação [22]
2005 4 Simulação [23]
5 Simulação [24–25]
6 Cálculos [26]
2006 7 Experimento + simulação [27]
8 Experimento + simulação [28–30]
2008 10 Experimento + cálculo aproximado [31]
Análise de fluxos de calor
2008 9 característicos para o forjamento [3]
a quente
• As pesquisas baseadas nas simulações numéricas [21–30] são de pouca utilidade por
falta de informações (metodologia de trabalho, base de dados utilizada, etc.);
• A pesquisa baseada no cálculo aproximado [31] também é de pouca utilidade por falta
de margem de erro do resultado;
• O único trabalho experimental [15] baseia-se na suposição incorreta (v. item 2.3.1.2);
• Quanto ao trabalho [3], ele define a faixa de valores da RTC, típicos para o forjamento
a quente, mas não apresenta nenhum método de determinação da RTC.
Amostra Ferramenta
RTC Ref.
Temperatura Material Temperatura Material
2 –
m K/ W ºC – ºC –
222 – 404 920 Titânio 20–800 Aço [32]
29,8 – 227,3 900 Titânio 550 Aço [3]
20 200 Alumínio – Aço [33]
69 273 Alumínio 206 Aço [31]
≥ 29,8 500 Alumínio 200 Aço [3]
25 – 370,4 87 Aço 200 Aço [16]
10 – 50 <200 Aço 200 Aço [34]
10 – 50 <300 Aço 300 Aço [34]
166,7 – 170 425 Aço 195 Aço [35]
128,4 – 2531,6 910 Aço 250 Aço [14]
166,7 – 1250 950 Aço 200 Aço [19]
133,3 – 333,3 1100 Aço – Aço [1]
142,9 – 166,7 1000 Aço 200 Aço [19]
1538 1150 Aço 200 Aço [36]
≤ 645,2 1200 Aço 200 Aço [3]
*Observação:
O isolante térmico é destinado para diminuir as perdas de calor da amostra para o meio
ambiente e para fazer o fluxo de calor unidirecional. Isso simplifica significativamente os
cálculos posteriores da RTC.
25
∆T
RTC = ⋅ Aint .
Qint
A análise da equação (2.1) mostra que os seus membros Aint e ∆T podem ser
determinados (medidas) diretamente num experimento adequado ao modelo físico do
processo de forjamento, descrito no capítulo 3.
No que se refere à taxa de calor total, Qint calcula se com base na soma de três tipos de
calor de natureza diferente:
• Calor sensível transferido para o material forjado por seu aquecimento prévio;
• Calor latente de transformação de fase, fornecido no material forjado;
• Calor gerado no material forjado pela sua deformação plástica,
ou seja:
Cint
Qint = ; (4.1)
dt
e
Cint = Csensível + Cfase + Cdeformação. (4.2)
onde:
m – massa da amostra;
Cp – calor específico do material da amostra;
dTm – alteração da temperatura média da amostra por seu resfriamento;
t – tempo de resfriamento da amostra;
26
O calor, fornecido no material forjado pela transformação de fases, calcula-se pela equação
(4.4) que é semelhante à equação (4.3):
onde:
ma – massa da região (da amostra) afetada pela transformação de fases;
d (∆T f ) – alteração da temperatura média da amostra por energia liberada pela transformação
de fases.
O calor, gerado no material pela sua deformação plástica, é igual ao trabalho de compressão
da amostra, por unidade de tempo, e calcula-se pela seguinte equação:
C deformação = F ⋅ dh , (4.5)
onde:
F – força de deformação;
dh – deformação absoluta da amostra forjada;
A expressão matemática para o cálculo da taxa de calor total Qinterface é deduzida das equações
(4.1), (4.2), (4.3), (4.4) e (4.5):
dTm d (∆T f ) dh
Qint = m ⋅ C p ⋅ + ma ⋅ C p ⋅ +F . (4.6)
dt dt dt
De acordo com o modelo físico mostrado na figura 3.1, o fluxo de calor da amostra
para a ferramenta é unidirecional, ou seja, o calor flui na direção longitudinal do cilindro e
não flui na direção radial do mesmo.
A temperatura média da amostra pode ser calculada por integração numérica das
temperaturas medidas nos pontos diferentes do cilindro. O cálculo baseia-se nas coordenadas
L de pontos (A, B, C, D, E) de medição de temperaturas e nas curvas de resfriamento do
mesmo gravadas nos pontos mencionados. O valor da temperatura média da amostra é igual à
área da figura ALALEEDCBA, dividida por sua base LALE, ou seja:
LE
∫ T ( L) ⋅ dL
LA
Tm = . (4.7)
LE − LA
28
Quanto à taxa de perda, por resfriamento, de calor sensível da amostra, ela é definida
como a primeira derivada da função Tm(t) em relação a variável t. O método de obtenção da
derivada é baseado na elaboração da curva de resfriamento em temperaturas Tm (médias) da
amostra, relacionadas com o calor sensível do seu material. O procedimento detalhado de
elaboração da curva é descrito nas referências bibliográficas [37] e [38].
O desenho esquemático da curva de resfriamento da amostra forjada, e suas
características analíticas que são necessárias para os cálculos da derivada, são mostradas na
figura 4.2.
dTm
A equação para calcular a variável é a seguinte:
dt
dTm d [Tm (t )]
= . (4.8)
dt dt
Quanto às variáveis ma e ∆Tf , elas não podem ser medidas diretamente. Mas estas
variáveis podem ser avaliadas numericamente pela análise quantitativa de curvas de
resfriamento da amostra.
A nova técnica desenvolvida para determinar a RTC era baseada nos seguintes conceitos:
TA=Ti=TB, (5.1)
TA>Ti>TB . (5.2)
∑k
j =1
j ⋅Tj ⋅ S j
dV = , (5.3)
S
onde:
j – número da microárea da junta do termopar,
n – quantidade microáreas Sj, que compõem a área total da junta.
kj – coeficiente Seebeck para temperatura Tj.
As superfícies da junta de medição do termopar e da amostra devem ficar em bom
contato mecânico sob pressão elevada. A massa da extremidade externa da junta de medição
deve ser muito menor do que a da amostra. Nessas condições, o gradiente de temperatura na
interface “termopar– amostra” (fig.5.1) é desprezível, ou seja, a temperatura da extremidade
A do termopar e da superfície CD da amostra são praticamente iguais: Tsup≈ TA.
A equação empírica (5.3) mostra a estrutura do potencial termoelétrico gerado pela
junta não isotérmica do termopar, ou seja, um caminho novo para determinar com exatidão as
temperaturas superficiais de um corpo sólido.
As equações apresentadas neste item são válidas somente para os termopares tipo “K”.
A equação válida para todos os tipos de dispositivos termoelétricos é mais complexa e não é
mostrada nesta tese.
Portanto, o sistema composto por dois fios e uma amostra metálica (fig.5.2) pode ser
considerado como um sensor de temperatura da região superficial da mesma.
A junta deste novo sensor é composta por faces de fios, ou seja, por lados laterais de
paralelepípedo que são representados na figura 5.2 pelas arestas CD, DE, EF, C1D1, D1E1 e
E1F1 de tamanho igual.
O gradiente de temperatura ao longo do eixo vertical da amostra resultou em
temperatura não homogênea nas arestas verticais CD, EF, C1D1 e E1F1 do material da mesma. A
temperatura não homogênea nas arestas mencionadas pode ser caracterizada por uma
temperatura convencional.
o valor da temperatura convencional Tconv indicada pelo sensor pode ser calculado pela
equação:
n 3
∑ k j ⋅ Tj ⋅ S j 1
∑T j ⋅ S j
j =1 j =1
Tconv = ⋅ = , (5.4)
S k S
ou seja:
3
∑T
j =1
j ⋅Sj
TCD + TEF + TDE 2 ⋅ TCD + TDE
Tconv = = = , (5.5)
S 3 3
onde:
1
S1 = S2 = S3 = ⋅ S ;
3
TCD ,TEF e TDE – temperaturas convencionais das faces laterais de fio, representadas pelas
arestas CD, EF e DE respectivamente;
TCD é igual a TEF.
O valor da temperatura convencional Tconv, indicada pelo sensor, pode ser calculado
pela equação (5.4):
n 4
∑ k j ⋅ Tj ⋅ S j 1
∑T j ⋅ S j
j =1 j =1
Tconv = ⋅ = ,
S k S
ou seja:
4
∑T
j =1
j ⋅Sj
TCD + TEF + TDE + TFC 2 ⋅ TCD + TDE + TFC
Tconv = = = , (5.7)
S 4 4
onde:
TCD – temperatura convencional da face lateral de fio, representada pela aresta CD;
TEF – temperatura convencional da face lateral de fio, representada pela aresta EF;
TDE – temperatura convencional da face lateral de fio, representada pela aresta DE;
TFC – temperatura convencional da face lateral de fio, representada pela aresta FC.
2 ⋅ T(CD ) + 1 ⋅ T( DE ) + 1 ⋅ Tamostra
Tconv ≈ , (5.8)
4
onde:
T(CD) e T(DE) são as temperaturas da ferramenta nas zonas de contato com fio.
EXPERIMENTO
Cálculo da
temperatura Cálculo das temperaturas
média da superficiais na zona de contato
amostra “amostra – ferramenta”
Cálculo da taxa
de resfriamento
da amostra
RTC
A montagem experimental para determinar a RTC foi desenvolvida com base nos
seguintes conceitos e elementos:
• Matrizes;
• Suporte de matrizes;
• Sistema de aquecimento de matrizes;
• Revestimento térmico de matrizes;
• Amostras;
• Suporte de amostras;
• Sistema de aquecimento de amostras;
• Revestimento térmico de amostras;
• Sistema de medição de temperatura superficial da matriz;
• Sistemas de medição de temperatura superficial da amostra de titânio;
• Sistema de medição de temperatura superficial da amostra de alumínio;
• Sistemas de medição de temperatura superficial da matriz de aço;
• Sistema de medição de temperaturas volumétricas;
• Aparelho de aquisição de dados;
• Microscópio;
• Outro equipamento.
5.4.2.1 Matrizes
5.4.2.2 Amostras
As amostras de tamanho relativamente grande foram fabricadas de materiais mais
usados no forjamento a quente: ligas de alumínio, de titânio e os aços.
As amostras foram usinadas na forma de um cilindro de tamanho relativamente grande
em comparação com as normalmente utilizadas pelos outros experimentadores. O desenho
esquemático da amostra é mostrado na figura 5.11.
A junta metálica (fig.5.16b) de aço carbono foi prevista para gerar uma resistência térmica na
interface fio–matriz. Isto diminui o gradiente vertical de temperatura no material do fio e
resulta em temperatura mais elevada da parte inferior do mesmo. Assim, a temperatura
convencional da superfície lateral do fio se aproxima da temperatura da superfície da matriz.
Marca do fio
0,50
Kellow (1969)
0,40
Profundidade (mm)
0,30
Burte (1990)
0,20
Terceli (2001)
0,10
Polozine (2008)
0,00
1965 1975 1985 1995 2005 2015 Ano
Vale salientar que os pesquisadores Kellow et al [13], Burte et al [42] e Terceli [43]
conseguiram medir somente a temperatura superficial da ferramenta. Quanto à temperatura
superficial da amostra deformada, ela não foi medida diretamente nos experimentos dos
pesquisadores mencionados, pois termopares não suportaram a deformação da superfície da
amostra. Portanto a temperatura superficial da amostra deformada foi calculada ou foi obtida
na\s simulações.
Quanto ao sensor de temperatura, desenvolvido na presente tese, ele pode ser colocado
tanto na superfície da ferramenta como na superfície da amostra. Portanto, as características
técnicas do sensor desenvolvido são melhores do que às de termopares mencionados.
Anel VEB
1 KMB-11 40,0 MPa
dinamométrico Kraftmessgerate
Marte Balanço
Faixa: 0–5 kg
4 Balança Semi-analítica e Aparelhos
Precisão: 0,0001kg
de Precisão
8 Faixa: [0–150] mm
Paquímetro Nº 9223642 Mitutoyo
Precisão: 0,05mm
Modelo EKA Prensas
9 Prensa Força máxima: 400 kN
PHB 40.220 Hidráulicas
Instrumentos Incerteza: 2,2ºC até 0,75%
10 Termopar Tipo “K”
Elétricos Engro para faixa [0, 1200]ºC:
Fabricante
nº Material Designação Características técnicas
(vendedor)
Instrumentos
1 Fios Alumel Ø 0,51mm, Ø 0,25mm
Elétricos Engro
Instrumentos
2 Fios Cromel Ø 0,51mm; Ø 0,25mm
Elétricos Engro
Fibra cerâmica.
Espessura: 51,0mm;
Isolante Placa
3 Unifrax Resistência térmica: 1260ºC;
térmico Duraboard LD
Comdutividade térmica:
0,08–0,25 W/m.ºC
Os valores do calor específico da liga de alumínio AA6351 não foram mostrados nas
referências para a faixa de temperaturas de forjamento a quente. Mas o calor específico de
ligas de alumínio varia insignificantemente de uma liga para outra.
Alumínio
Temperatura puro AA2024 AA3004 AA6061 AA7075
J J J J J
ºC kg ⋅º C kg ⋅º C kg ⋅º C kg ⋅º C kg ⋅º C
300 1030 970 1004 1023 980
400 1070 1000 1066 1066 1040
500 1100 1080 1160 1155 1100
Os valores médios do calor específico de alumínio e suas ligas são mostrados na figura 6.1.
1120 2
Cp = 0.0012Tm - 0.356Tm + 1002
1100
Cp, J/kg.ºC
1080
1060
1040
1020
1000
250 300 350 400 450 500 Tm, ºC
J J J J
K kg ⋅ K kg ⋅ K kg ⋅ K kg ⋅ K
1200
Cp = 0.2052Tm + 594.35 Bazak
1100
Boutonnet
1000
Cp, J/kg.K
Boivineau
900
Presente
800
trabalho
700 Mills
600
550 650 750 850 950 Tm , ºC
Os valores do calor específico de aço carbono ABNT 1045 são representados pela
tabela 6.5 e figura 6.3.
Tab. 6.5 – Calor específico de aço ABNT 1045.
.
850
Ref.[47]
800
Ref.[48]
750
Cp, J /kg.ºC
Presente
700
trabalho
650
600
550
750 850 950 1050 1150 1250 1350 T, ºC
Alumínio
β puro Ti6Al4V ABNT 1045
10−6
23,6 [49] 10,5 [50] 15,2 [47]
°C
Parâmetro Unidade Alumel [51] Cromel [52] Aço AISI H13 [52,53]
1
A faixa de valores de gradiente de temperaturas interfaciais, esperado na determinação experimental de RTC,
foi aproximadamente igual aos mencionados nas referências (0,17-10ºC) e mostrados na tabela 5.2.
60
• A montagem é composta por dois termopares (dois par de fios) idênticos ligados nos
canais 1, 2 de entrada do aparelho USB–TC;
• As extremidades dos fios são interligadas e compõem a junta de medição comum;
• A junta de medição tem uma temperatura determinada, mas o aparelho indica duas
temperaturas distintas.
A incerteza relativa dos canais 1 e 2 foi calculada como a diferença das indicações dos
mesmos. Essa incerteza foi determinada na faixa de 300 a 1200°C.
O valor obtido da incerteza relativa foi igual a ± 0,1°C. Assim a incerteza relativa do
aparelho de medição de temperaturas é comparável com o gradiente de temperatura esperado
(0,17 a 10ºC) nos experimentos de determinação da RTC.
das curvas de resfriamento da amostra (fig.6.5) da liga de titânio Ti6Al4V para os cálculos
posteriores da RTC. Para obtenção das curvas de resfriamento da amostra, foram realizadas
as medições e os experimentos seguintes:
As dimensões e a massa de cada uma das matrizes idênticas de aço AISI H13, são
mostrados na tabela 6.9.
62
Unidade mm mm mm2 µm kg
Valor 54,0 98,0 7543 0,45 4,2
Incerteza ±0,1 ±0,1 ±1,6 ±0,15 ±0,02
Temperatura Temperatura
Liga Referência
da amostra da ferramenta
– °C °C –
Ti–6Al–6V–2Sn 857 – 913 – [36]
Ti–4Al–4MO 815 – 899 – [36]
Ti–6Al–4V 899 – 982 – [36]
Ti–6Al–4V 595 – 900 400 –700 [36]
Ligas de titânio 800 – 1030 95 – 480; 540 [55]
63
Quando as temperaturas das matrizes atingiram 290ºC nas suas superfícies e 240ºC no
seus centros, o segundo aquecedor foi retirado da ferramenta.
600
G2 G3
500
Temperatura, °C
400 G1
H3
300
H2
200
H1
100
0
0 200 400 600 800 1000 1200 Tempo, s
• cinco termopares tipo “K”, previamente ligados nos 5 canais da entrada do aparelho de
aquisição de dados, foram colocados no fundo dos furos A, B, C, D e E da amostra de
titânio Ti6Al4V;
• O sensor de temperatura superficial da amostra de titânio foi ligado num canal da
entrada do mesmo aparelho.
1000
900
Temperatura, °C
800
F F
700
600
A B C E D F
500
850 900 950 1000 1050 Tempo, s
O início da etapa 5 corresponde aos pontos marcados com “”. O início da etapa de
compressão da amostra corresponde aos pontos marcados com “z”. O tempo total de
movimento da amostra durou cerca de 15 segundos.
950
A
850
Temperatura, °C
B
750
C
650 D
F
550
G
450
H
350
0 50 100 150 200 Tempo, s
1000
A
A
800
F
Temperatura, °C
600
G G
400 H
G
G H
200
H A, B, C, E, D F
0
0 200 400 600 800 1000 1200 Tempo, s
950
A
850
Temperatura, °C
B
750
C
650 D
F
550
G
450
350
0 50 100 150 200 Tempo, s
950
A
850
B
Temperatura, ºC
750
C
650
D
F
550
G
450
0 50 100 150 200 Tempo, s
900
Convexidade da curva "A"
A
850
B
Temperatura, ºC
Linha de tendência
800
750
700
A
B
650
0 50 100 150 Tempo, s
2
A necessidade de diferenciar os tipos de energia interna da amostra de titânio é prevista pela equação básica
(4.9) para o cálculo da RTC.
70
900
A
A1
850
A1
Temperatura, ºC
800
A1
750
A
Linha de tendência
700
A1
A
650
0 50 100 150 Tempo, s
Para separar os dados numéricos, associados com o calor específico sensível e o calor
latente, as curvas A e B foram normalizadas pela troca dos seus segmentos convexos por
linhas retas de tendência. Portanto, as curvas A e B normalizadas podem ser utilizadas nos
cálculos da energia interna da amostra de titânio Ti6Al4V, associada com o calor específico
sensível.
950
A
850
Temperatura, ºC
B
750
C
650 D
F
550
G
450
0 50 100 150 200 Tempo, s
Tm(t) =0,000000287634272xt4-0,000138350413124xt3+0,023966794972949x t2 -
-2,87190189612252x t +874,953055444854. (6.1)
950
Tm = 0,000000287634272 *t 4 - 0,000138350413124*t 3 + 0,023966794972949 *t 2 -
900
2,871901896122520*t + 874,953055444854
850
800
T m , ºC
750
700
650
600
0 50 100 150 t, s
O resultado dos cálculos mostrou que a temperatura da amostra de titânio Ti6Al4V teve um
insignificante aumento causado pela liberação de calor latente: ≈1,7ºC ou 0,23% . Portanto, a
liberação de calor latente, relacionada com a convexidade das curvas A e B, não foi levada em
conta nos cálculos posteriores da RTC.
dTm 3 2
= -0,000001150537088xt +0,000415051239372xt -0,047933589945898xt+2,871901896. (6.4)
dt
3
dT m /dt = - 0.000001150537088* t 3 + 0.000415051239372* t 2 - 0.047933589945898* t +
2.5 2.871901896122480
R2 = 0.999999999999925
dT m /dt , ºC/s
1.5
0.5
0 50 100 150 200 Tempo, s
∆T=Tamostra - Tferramenta.
160
120
T, ºC
80
40
0
0 50 100 150 Tempo, s
Etapa 6. Cálculo do coeficiente α e a RTC para a interface aço AISI H13– liga Ti6Al4V.
250 80000
200
60000
α , W/m *ºC
10 * m * ºC/ W
150
2
RTC ,
40000
100
2
-6
50 20000
0 0
0 50 100 150 t, s 0 50 100 150 t, s
a) b)
Fig. 6.20 – Resistência Térmica de Contato (a) e o coeficiente α (b)
em função do tempo de forjamento da amostra de titânio Ti6Al4V.
250 80000
200 y = 111838x-0,6158
60000
R 2 = 0,9674
10 * m * ºC/ W
α , W/m * ºC
150
2
40000
RTC ,
100
2
20000
-6
50
0 0
150 125 100 75 50 25 ∆Τ,0ºC 150 125 100 75 50 25 ∆T,°C
0
a) b)
Fig. 6.21 – Resistência Térmica de Contato (a) e o coeficiente α (b)
em função do gradiente de temperatura na interface liga Ti6Al4V – aço AISI H13.
250 60000
200 50000
10-6*m2* ºC/ W
40000
α , W /m * ºC
150
RTC,
30000
2
100
20000
50 10000
0 0
900 800 700 T m600
,°C. 900 800 700 Tm,600
ºC.
a) b)
Fig. 6.22 – Resistência Térmica de Contato (a) e o coeficiente α (b)
em função da temperatura média da interface liga Ti6Al4V – aço AISI H13.
76
nº Tempo de RTCx106 α TF TG Tm
compressão
– (s) (m2xºC/W) (W/m2xºC) ( ºC ) ( ºC ) ( ºC )
1 0 218,9 4569 651 516 873
2 1 215,1 4650 650 517 869
3 2 138,0 7248 608 525 866
4 3 135,6 7374 607 526 864
5 4 114,4 8738 596 530 861
6 5 112,5 8890 595 531 859
7 6 101,6 9847 590 533 856
8 7 99,8 10018 589 534 853
9 8 93,5 10701 586 535 851
10 9 91,9 10880 585 536 850
11 10 87,9 11371 583 537 845
12 11 86,5 11561 582 537 844
13 12 82,4 12135 581 538 842
14 13 81,0 12342 580 538 839
15 14 79,9 12509 578 539 837
16 15 78,6 12721 578 539 835
17 16 78,1 12804 577 540 832
18 17 76,8 13018 576 540 830
19 18 76,7 13045 575 540 828
20 19 75,4 13260 575 540 826
21 20 75,4 13262 574 541 824
22 21 74,2 13479 574 541 821
23 22 74,2 13482 573 541 819
24 23 73,0 13700 573 541 817
25 24 72,8 13740 572 542 815
26 25 71,6 13959 571 542 813
27 26 70,9 14096 568 542 796
28 36 69,0 14497 562 542 776
29 51 66,6 15013 557 540 757
30 66 60,4 16553 552 538 740
31 81 53,6 18672 548 536 722
32 96 42,8 23349 542 532 705
33 111 34,1 29329 536 528 688
34 126 26,3 38056 529 523 671
35 141 21,0 47608 522 517 656
36 156 17,0 58666 514 511 640
37 171 15,2 65898 508 505 625
38 186 15,2 65782 501 499 611
77
Etapa 7. Cálculo da incerteza da RTC e de α da interface liga Ti6Al4V – aço AISI H13.
A incerteza absoluta ZRTC do parâmetro RTC foi calculada, com base na equação
básica (4.9), pelo procedimento descrito na referência [54]:
1
2
2
2 2
d (RTC ) d (RTC ) d (RTC ) d (RTC ) d (RTC )
2
2
Z RTC = ⋅ Zm + ⋅ Z C p + ⋅ Z ∆T + ⋅ Z Aint erface + ⋅ Z dTm
dm dC p d [∆T ] dAint erface dTm
d dt
dt
onde:
Zm, ZCp, Z[∆T], ZAinterface e Z dTm - são as incertezas da determinação dos parâmetros e das
dt
dTm
variáveis m, Cp , ∆T, Ainterface e .
dt
Os valores das incertezas mencionadas são mostrados na tabela 6.13:
*
A incerteza do gradiente de temperatura foi maior no início do ensaio de conformação.
A incerteza relativa da RTC fica na faixa de 5,2 a 7,4%. A incerteza da RTC foi menor
para o início do ensaio de compressão.
A incerteza relativa de α foi calculada na mesma maneira e ficou na faixa de 5,2 a
7,4%.
As dimensões e a massa de cada uma das matrizes de aço AISI H13, na temperatura de
25°C, são mostrados na tabela 6.9.
Temperatura
Temperatura da ferramenta Referência
da amostra
°C °C –
95 – 205
<540 (forjamento em matriz aberta)
[57]
480 – 370 150 – 260
(forjamento em matriz fechada)
Nesta posição da amostra de alumínio AA6351, os cinco termopares tipo “K” foram
colocados no fundo dos furos A, B, C, D e E (fig.6.23).
500
A, B, C, D, E, F
400
Temperatura, ºC
300
G G
G
200 H
G H
100
H
A, B, C, D, E, F
0
0 200 400 600 800 1000 1200 Tempo, s
500
A
450
F B, C
400
Temperatura, ºC
D, E
350
G
300
250
200
150
0 5 10 15 20 Tempo, s
A análise visual da forma das curvas A, B, C, D, E e F (Fig. 6.25) não revelou uma
convexidade característica do processo de transformação de fases no material da amostra de
alumínio resfriada. Portanto, a normalização das curvas de resfriamento da amostra de
alumínio não foi necessária.
4
∑T j ⋅ S j
j =1
Tconv = ,
S
ou seja:
3 ⋅ T ferramenta + 1 ⋅ Tamostra
Tconv ≈ , (para a matriz de AISI H13), (6.1)
3 +1
onde:
3/1 foi a razão entre as áreas de contato de fios acoplados na superfície da matriz;
5,5/1 foi a razão entre as áreas de contato de fios acoplados na superfície da amostra de
alumínio.
As áreas de contato foram determinadas pelo microscópio.
120 75000
100 60000
, W/m2* °C
80
10 * m * °C
45000
60
RTC ,
2
30000
40
-6
20 15000
0 0
0 10 20 Tempo, s 0 10 20 Tempo, s
a) b)
Fig. 6.27 – Resistência Térmica de Contato (a) e o coeficiente α (b)
em função do tempo de forjamento da amostra de alumínio AA6351.
120 75000
100 60000
W
α , W/m * °C
80
45000
10 * m * °C/
60
2
RTC ,
30000
2
40
15000
-6
20
0 0
150 120 90 60 30 ∆Τ0, ºC 150 120 90 60 0 ºC
30 ∆Τ,
a) b)
Fig. 6.28 – Resistência Térmica de Contato (a) e o coeficiente α (b)
em função do gradiente de temperatura na interface liga AA6351 – aço AISI H13.
120 75000
100 60000
80
α , W/m * °C
W
45000
2
10 * m * °C/
60
RTC ,
30000
2
40
-6
15000
20
0 0
410 400 390 380 370 360 Tm
350
, ºC 410 400 390 380 370 360 T350
m ,°C
a) b)
Fig. 6.29 – Resistência Térmica de Contato (a) e o coeficiente α (b)
em função da temperatura média da interface liga AA6351 – aço AISI H13.
85
nº Tempo de
compressão RTCx106 α TF TG Tm
As dimensões e a massa de cada uma das matrizes de aço AISI H13, na temperatura de
25°C, são mostrados na tabela 6.9.
87
Temperatura
Temperatura da ferramenta Referência
da amostra
°C °C –
1250. <690 [57]
1250 – 700 – [48]
1250 – 700 200 – 400 [57]
F
1200
1000
Temperatura, °C
800
600
G B, C, A, D, E G
400
200 H
H
0
3500 4000 4500 5000 Tempo, s
1200
1000
F E A, B
Temperatura, °C
800 C, D
E
F
600
G
400
G
200
5130 5150 5170 5190 5210 Tempo, s
.
Fig. 6.32 – Temperaturas do sistema
amostra de aço – matriz de AISI H13 sob pressão de 23,1 MPa.
Quanto à temperatura superficial da amostra de aço ABNT 1045, ela foi igual à
temperatura Tconv, registrada pelo termopar superficial F, pois o último foi coberto por espessa
camada de óxidos, e não teve um contato elétrico com a superfície da ferramenta.
Quanto à temperatura superficial da ferramenta de aço, ela foi igual à temperatura
Tconv, registrada pelo sensor de temperatura superficial da matriz (termopar G), pois este
termopar não teve um contato elétrico com a superfície metálica da amostra de aço ABNT
1045 que foi coberta por espessa camada de óxidos.
500 8000
400
α , W/m *°C
W
6000
10 * m * °C/
300
RTC,
2
4000
-6
200
100 2000
0 5 10 Tempo, s 0 5 10 Tempo, s
a) b)
Fig. 6.33 – Resistência Térmica de Contato (a) e o coeficiente α (b)
em função do tempo de forjamento da amostra de aço ABNT 1045.
500 8000
400
W
α , W/m * °C
6000
10 * m * °C/
300
RTC,
2
4000
-6
200
100 2000
750 650 550 450 350 ∆250
T,°C 750 650 550 450 350 ∆ T,°C
250
a) b)
Fig. 6.34 – Resistência Térmica de Contato (a) e o coeficiente α (b)
em função do gradiente de temperatura na interface aço ABNT 1045 – aço AISI H13.
92
500 8000
400
10 * m * °C/ W 6000
α , W/m * °C
300
2
RTC,
2
4000
-6
200
100 2000
1125 1100 1075 m,°C
T1050 1125 1100 1075 Tm, °C
1050
a) b)
nº Tempo de
RTCx106 α TF TG Tm
compressão
– (s) (m2xºC/W) (W/m2xºC) ( ºC ) ( ºC ) ( ºC )
1 0 414 2415 977.0 251.1 1112.4
2 1 357 2801 873.7 295.4 1107.4
3 2 309 3239 808.6 332.1 1102.8
4 3 271 3683 772.3 362.2 1098.3
5 4 244 4092 755.2 386.9 1093.9
6 5 224 4468 747.9 406.9 1089.4
7 6 205 4881 740.9 423.1 1084.9
8 7 191 5238 738.5 436.1 1080.3
9 8 179 5589 735.5 446.6 1075.6
10 9 169 5912 732.6 455.0 1070.7
11 10 162 6191 730.0 461.8 1065.9
12 11 156 6416 727.7 467.4 1060.9
13 12 152 6581 725.9 472.1 1056.0
14 13 150 6687 724.5 476.2 1051.0
15 14 148 6738 723.4 479.7 1046.1
16 15 148 6744 722.6 483.0 1041.3
17 16 149 6714 721.9 486.1 1036.5
18 17 150 6660 721.4 489.0 1031.9
19 18 152 6590 720.8 491.9 1027.3
20 19 154 6514 720.2 494.7 1022.9
12
Outros trabalhos
Tipo de interface Presente tese
científicos
investigado
ZRTC (%) ZRTC (%) Fonte
3
Alguns dos experimentos realizados na presente tese não foram bem sucedidos devido às falhas técnicas (falha
do software de gravação de dados, quebra do termopar, etc.) ocorridas durante a realização dos mesmos.
94
Todos os experimentos foram feitos sob as mesmas condições para cada tipo de material da
amostra. Estas condições incluíram:
• Mesmo experimentador
• Mesmo procedimento de medição;
• Mesmos instrumentos de medição;
• Mesma montagem experimental;
• Mesmo local;
• Repetição, para cada tipo de material da amostra, em curto período de tempo.
A repetitividade da RTC foi avaliada pelo valor do desvio máximo da RTC do seu
valor médio da série de seis experimentos de igual confiança, mencionados acima. O desvio
máximo da RTC do seu valor médio, calculado em função de tempo de prensagem da amostra
de alumínio, é mostrado na figura 6.36.
4
Desvio, %
0
0 5 10 15 t c ,s
A comparação do desvio máximo (Fig.6.35) com a incerteza ZRTC (tabela 6.22), no início4 de
prensagem, mostra que o valor do desvio máximo da RTC é muito menor que a sua incerteza
relativa, ou seja, a repetitividade da RTC é alta.
4
As condições iniciais de prensagem constituem a parte de dados de entrada para os programas atuais de
simulação computacional do processo de deformação plástica a quente. Nesta altura, as condições transitórias de
prensagem não podem ser usadas nos programas de simulação e são de interesse acadêmico.
95
A comparação dos valores da RTC obtidos na presente tese com os das referências foi
feita pela análise dos valores da RTC mostrados nas tabelas 6.23 – 6.25:
A análise dos valores da RTC, representados nas tabelas 6.23 – 6.25, revelou
correlações positivas entre os valores obtidos na presente tese e os dos outros trabalhos
científicos. As correlações mencionadas são mostradas na tabela 6.26:
96
Correlação da RTC
Levando em conta que (i) a incerteza dos valores obtidos da Resistência Térmica de
Contato está significativamente menor que a das mostradas nas referências bibliográficas, (ii)
a repetitividade dos resultados obtidos é alta, e (iii) as correlações positivas entre os resultados
e os dos trabalhos científicos, os valores da RTC são considerados confiáveis.
. De acordo com este raciocínio, os valores obtidos da RTC podem ser recomendados
para uso em programas de simulação computacional do comportamento do material forjado.
Entretanto, vale salientar que a análise dos resultados de testes com as amostras de aço
ABNT 1045, apresentou correlação significativa entre o aumento da espessura da camada de
óxidos (carepa), que ocorre na superfície de aço aquecido, e o aumento da RTC. Portanto, os
valores discutidos da RTC são válidos na simulação do comportamento de aço carbono pré-
aquecido nas mesmas condições que a amostra mencionada. No caso contrário, os valores da
RTC podem ser usados apenas como orientação.
97
A análise detalhada dos resultados apresentados nesta tese permite tirar as seguintes
conclusões:
2. A técnica desenvolvida foi testada com sucesso para os materiais típicos (aço
ABNT 1045, liga de alumínio AA6351e liga de titânio Ti6Al4V) utilizados no
forjamento a quente;
experimentos passaram a ser feitos sem pressa, uma etapa por outra, e foram realizados por
uma mesma pessoa.
Na prática, a massa da amostra pode ser menor e o seu resfriamento mais rápido do
que nos experimentos realizados na presente tese. Em conseqüência disso, a execução do
experimento será limitada por tempo e o experimentador deverá atuar com muita rapidez.
Mesmo assim, ele pode fracassar.
REFERÊNCIAS
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simulation of hot forming processes. Steel research, Dusseldorf, 1992. Verlag
Stahlesisen, v. 63, n. 9, p. 394.
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aplicações. 1.ed. São Carlos: Editora da UFSCAR, 1999. 350 p.
3 POLOZINE, A., SCHAEFFER, L. Influence of the inaccuracy of thermal contact
conductance coefficient on the weighted-mean temperature calculated for a forged blank.
Journal of Materials Processing Technology, [Atlanta GA], jan. 2008, Elsevier, n. 195,
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4 KREITH Frank., BOHNT Mark .S. Princípios de transferência de calor. 1.ed. São
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. 623 p.
5 LI Y.H., SELLARS C.M. Evaluation of interfacial heat transfer and its effects on hot
forming processes. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON MODELLING OF
METAL ROLLING PROCESSES n.2, 12., 1996, London. Ironmaking and
Steelmaking, v.23, n.1, p. 52–91.
6 BARDON, J.P., et al. Bilan des principales recherches sur les résistances thermiques de
Contact. Rapport DETB 7101. Institut de Physique, Univ. de Nantes, Nantes, 1971.
Institut de Physique, Univ. de Nantes. (em francês).
7 BOUTONNET A.S. Etude de resistance thermique de contact a l’interface de
solides de deformables en frottement: application aux procedes de forgeage. Lyon,
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A escrita da palavra “eFUNDA” é feita conforme o site <http://www.efunda.com/materials/ alloys/too l_
steels/show_ tool. cfm?ID=AISI_H13&prop =cte&Page_Title=Tool%20Steel%20AISI%20H13>.
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