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idem Abrahao
Matot (Bamidbar 30:2 - 32:42) inicia-se com uma discussão das leis sobre nedarim
(promessas) e shevuot (juramentos). A Torá então descreve a batalha do povo judeu e a
vitória sobre Midyan, seguida por uma narrativa detalhada da distribuição dos despojos de
guerra.
Após alguma discussão, Moshê concorda, mas apenas sob a condição de que ajudassem o
restante da nação a conquistar toda a Terra de Israel, antes de retornarem para estabelecer-se
no seu legado.
Mensagem da Parashá
Assassino impiedoso
por Ranon Cortell
Duas porções atrás, ao final da Parashá Balac, uma praga terrível e destruidora assolou os
filhos de Israel, devido aos pecados instigados por nossos inimigos, os Moavitas e
Medianitas.
Na mesma porção, toda nossa existência foi também perigosamente ameaçada por um hábil e
poderoso feiticeiro não-judeu, Bilam, que foi contratado pelas forças conjuntas de Median e
Moav para amaldiçoar o povo judeu, esperando torná-lo uma vítima indefesa para seus
selvagens inimigos. Mesmo assim, na porção desta semana, quando D'us decide que chegou a
hora de vingar a honra de Israel e destruir seus inimigos, Ele ordena a Moshê que destrua
apenas os medianitas, permitindo que os moavitas escapem ilesos.
Por que os medianitas foram escolhidos para a destruição, enquanto que os moavitas, que
lideraram a extrema intrusão, foram poupados?
Para responder esta questão, Rashi explica que os moavitas agiram puramente por razões de
auto-defesa contra um inimigo avultado e potente em suas fronteiras, enquanto que os
medianitas haviam se engajado em uma disputa que não lhes dizia respeito, pois não foram
ameaçados pelos judeus por viverem longe da rota para a Terra de Israel. Foi pela ação de
ódio infundado dos medianitas que D'us quis vingança.
Rashi explica que tal ódio e envolvimento nas disputas de outro povo é especialmente
perigosa espiritualmente porque mesmo quando as partes chegam a um acordo, o ódio
daquele que está de fora da disputa conservará seu vigor pois, afinal, não era baseado em
coisa alguma.
Esta mensagem é especialmente fundamental para nossa geração, para quem ódio infundado
é um de nossos maiores erros e desafios. O Talmud (Tratado Yoma 9b) exorta-nos que no
caso do insuportável pecado de ódio fútil e infundado para com um irmão judeu, a esposa e o
filho de quem odeia morrerá, D'us não o permita. Rashi explica que esta punição é midá
k'neged midá, pois assim como a pessoa falhou em amar o próximo, aqueles que ama serão
tirados de seu convívio. Portanto, devemos enxergar este pecado de ódio injustificado como
um assassino impiedoso, e combatê-lo com fervor.
Rabi Yechiel Weinberg relata uma conversa que teve com o Alter de Slabodka. Certo dia, o
Alter estava falando sobre as "Três Semanas", o período de luto pela destruição dos Templos.
Resumindo, ele explicou que a razão para a instituição deste período de luto foi despertar-nos
de nossa rotina de pecado e incitar-nos ao arrependimento, para que possamos nos tornar
merecedores da reconstrução do Templo. A destruição do Primeiro Templo foi devida ao
envolvimento do povo judeu em assassinato, idolatria e relacionamentos imorais, e mesmo
assim o exílio durou apenas setenta anos. O Segundo Templo, por outro lado, apesar do
envolvimento dos judeus na Torá e boas ações, foi arrasado principalmente por causa do
pecado ameaçador do ódio infundado, e infelizmente ainda não merecemos vê-lo
reconstruído.
"Fique atento," ordena o Alter, "esta influência sinistra ainda espreita entre nós, e
infelizmente não temos o nível de boas ações e Torá que envolveu nossos antepassados." "
Honestamente,"
pergunta ele, "quantos de nós, ao ver um colega elevado a uma posição de honra que
acreditamos ser nossa por merecimento, não fervemos face a tão horrível insulto, e
imaginamos porque nossos amigos não correram a defender nossa honra? E mesmo assim,
quantos de nós simplesmente passam pelos impulsos e leis deste período sem agir sobre sua
mensagem essencial – erradicar o ódio injustificado de nosso coração?"
Devemos instilar esta mensagem dentro de nós, arrepender-nos de nossos pecados cometidos,
e aprendermos a praticar o amor injustificado.