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Patrocínio:

Club de Conselheiro Lafaiete


Distrito 4580
Gilmar Dias Rodrigues & Renata Karla Peres Rodrigues
Varinia Alejandra Frau Alveal

Valorização da Vida e Prevenção do Suicídio:


Um Projeto Social
©  Gilmar Dias Rodrigues, Renata Karla Peres Rodrigues e Varinia Alejandra Frau Alveal, 2017

editor
Leandro Brazil
coordenação editorial
Adriana de Jesus
capa e diagramação
Diógenes Lopes
revisão
Dr. Humberto Corrêa
Cinthia Filomeno

Valorização da Vida & Prevenção do Suicídio: Um Projeto Social/Gilmar Dias Rodrigues, Renata Karla Peres Rodrigues e Varinia Alejandra Frau Alveal
. – São Paulo: LEDRIPRINT EDITORA, 2017.

88 p.

ISBN: 978-85-92505-33-2

1. Ciências sociais I. Título

COPYRIGHT © 2017, LEDRIPRINT EDITORA


SÃO PAULO-SP – CNPJ 23.697.862/0001-10

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AGRADECIMENTOS E DEDICATÓRIA

Nossos sinceros agradecimentos a TODOS que viabilizaram a concretização desse projeto, através da aborda-
gem de tão relevante tema, transmitindo e trabalhando as ideias propostas, sobretudo colaborando e executan-
do as ações que contemplaram a Sociedade com expectativas promissoras de Saúde Pública Preventiva, além
de difundir, referências de esperança e otimismo, que certamente far-se-ão multiplicadoras de sorrisos, amor e
VIDA!
Especialmente ao Dr. Carlos Capristrano, pela efetiva extensão e execução dessa proposta aos municípios de
Barbacena e São João del Rei, assim como através da exposição de tais diretrizes à Chefia de Polícia Civil do Estado
de Minas Gerais, culminando na Campanha “Setembro Amarelo”, Institucionalmente expandida.
Dedicamos este trabalho aos nossos familiares e amigos, que motivaram e apoiaram todo o estudo aqui des-
crito, contribuindo sobremaneira para sua consolidação. E, mui carinhosamente, à Vovó Maria, Cocó, Sr. Jorge,
Rafael, Luiz Paulo e Carol, sempre presentes em todas as etapas, atestando que amor, incentivo e determinação
convertem ideais em realidade.
Gilmar Dias Rodrigues & Renata Karla Peres Rodrigues
Varinia Alejandra Frau Alveal
AUTORES

Gilmar Dias Rodrigues


Perito Criminal Oficial do Estado de Minas Gerais - Criminólogo
Professor de Crimes contra a Vida - SENASP
Chefe da 2ª. STRC / Posto de Perícia Integrada - Conselheiro Lafaiete/MG (2014 – 2016)

Renata Karla Peres Rodrigues


Perita Criminal Oficial do Estado de Minas Gerais - Criminóloga
Professora de Crimes contra a Vida - SENASP
Chefe da 2ª. STRC / Posto de Perícia Integrada - Conselheiro Lafaiete/MG
Mestranda em Ciências Criminológico Forenses - UCES - Buenos Aires/AR

Varinia Alejandra Frau Aveal


Psiquiatra Forense - Médica Legista
Professora de Psiquiatria - Universidade Católica Argentina
Professora de Mestrado - UCES - Buenos Aires/AR
Coordinación de Ateneos en la Fundación Argentina de Salud Mental
SUMÁRIO

PREFÁCIO.......................................................................................................................9

INTRODUÇÃO.................................................................................................................11

COMPORTAMENTO SUICIDA.........................................................................................13

IDEIAS ERRÔNEAS SOBRE SUICÍDIO...............................................................................16

FATORES DE ATENÇÃO E PROTEÇÃO.............................................................................18

ESTATÍSTICA – MUNDIAL................................................................................................21

ESTATÍSTICA – NACIONAL..............................................................................................24

ESTATÍSTICA – REGIONAL...............................................................................................26

ANÁLISE DOS DADOS ESTATÍSTICOS REGIONAIS...........................................................31

PRINCIPAIS METAS PARA PLANOS DE PREVENÇÃO DO SUICÍDIO.................................32

REDES DE APOIO............................................................................................................33

VEICULAÇÃO RESPONSÁVEL DE INFORMAÇÕES...........................................................34

PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE......................................................................................38
AÇÕES ENVOLVENDO O ENSINO INFANTIL...................................................................48

SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA.........................................................................................56

ATIVIDADE FÍSICA E GRUPOS DE CONVIVÊNCIA............................................................68

“MELHOR IDADE” NO PROJETO.....................................................................................74

ATUAÇÃO MUNICIPAL E PREVENÇÃO............................................................................76

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................82

NOTA DE ESCLARECIMENTO..........................................................................................84

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................85
PREFÁCIO

O suicídio é um assunto socialmente tratado como tabu, altamente estigmatizado. Os reflexos desse estigma são
inúmeros. A mídia pouco fala sobre o assunto e, verdade seja dita, algumas vezes, quando aborda o tema o faz de
forma inadequada. As pessoas têm dificuldade, quase medo, de falarem sobre suicídio e, frequentemente, quando
perdem um ente querido por suicídio escondem o fato, quase envergonhadas. Os profissionais de saúde também
têm dificuldades (reflexo do estigma) no atendimento de pessoas que fizeram uma tentativa de suicídio.
Não deveria ser assim. De fato, o suicídio é um assunto de saúde pública no Brasil e na maioria dos países do
mundo. Em nosso país, segundo dados oficiais (certamente subdimensionados) cerca de doze mil pessoas se ma-
tam anualmente, número que vem aumentando na última década (diferentemente de alguns países desenvolvi-
dos que ao estabelecerem estratégias nacionais de prevenção, conseguiram reduzir a mortalidade por suicídio).
Nesse sentido o livro “Valorização da Vida e Prevenção do Suicídio: Um Projeto Social”, escrito pelos amigos
Gilmar Dias Rodrigues, Renata Karla Peres Rodrigues e Varinia Alejandra Frau Alveal é um alento.
A partir da preocupação dos dois primeiros autores com o que viam em seus trabalhos como peritos na cidade
de Conselheiro Lafaiete, se colocaram a estudar o tema e a desenvolver ações sociais, inúmeras, atuando desde
os escolares até os idosos, sensibilizando a população e o poder público, reduzindo o estigma e, com isso, preve-
nindo o suicídio. Desse intenso trabalho, resultou agora esse livro que tem formato inédito na literatura brasileira
sobre o tema, posto que mescla dados técnicos e científicos tanto regionais quanto mundiais com as ricas expe-
riências de campo na prevenção do suicídio. Espero que sirva de exemplo para todos os que tiverem o prazer e o
privilégio de lerem esse precioso livro!
Humberto Corrêa
Professor Titular de Psiquiatria da UFMG
Presidente da Associação Brasileira para o Estudo e a Prevenção do Suicídio (ABEPS)
Presidente da Associação Latinoamericana de Suicidologia (ASULAC)

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INTRODUÇÃO

A ideia do desenvolvimento de um Projeto de Valorização da Vida e Prevenção do Suicídio surgiu a partir, da


preocupante constatação do número de suicídios consumados e atendidos pelos Peritos Criminais, na área de
atuação do Posto de Perícia Integrada de Conselheiro Lafaiete, que os levou a um sistemático estudo da matéria,
em busca de mecanismos de intervenção que modificassem tal cenário.
O trabalho passou, então, a integrar um mestrado em Ciências Criminológico-Forenses, desenvolvido em Bue-
nos Aires (UCES), criteriosamente assistido e orientado pela Psiquiatra e Médica Legista, Dra. Varinia Alejandra
Frau Alveal.
Tal estudo, vem sendo executado desde 2008, inicialmente através da obtenção de dados destinados ao levan-
tamento estatístico de locais envolvendo autoextermínios e seus relatos necroscópicos.
A partir de 2014, a proposta acadêmica ampliou a ótica dos autores sobre a questão, conduzindo-os a desenca-
dear um processo de intervenção social, objetivando a modificação gradativa do panorama regional.
Com a efetiva participação de diversos segmentos sociais, a questão foi abordada de maneira simples, direta
e eficiente, levando à população a possibilidade de conhecer e compreender o tema, intervindo, participando e
construindo uma sociedade comprometida a propagar ideais e políticas públicas eficazes a alcançar o objetivo do
Projeto.
A proposta se estendeu a algumas cidades que integram o 13º. Departamento de Polícia Civil de Minas Gerais,
que igualmente se mobilizaram, sobretudo durante o mês de setembro/2016, adotando uma sequência de ações
e mensagens preconizadas pela campanha mundial “Setembro Amarelo”.
A sensibilização sobre o tema aportou junto aos Poderes Municipais, que diante da relevância e necessidade de
atuação de Institutos Públicos, culminou na edição de Leis Municipais (precisamente, em Conselheiro Lafaiete e
Barbacena) que tratam da matéria.

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O desenvolvimento do Projeto de Valorização da Vida e Prevenção do Suicídio, se encontra compilado nesta
edição, alinhado ao propósito inicial, simples, esclarecedor e integralmente doado a agentes multiplicadores des-
te ideal.

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COMPORTAMENTO SUICIDA

O suicídio é um comportamento descrito ao longo da história da humanidade, presente em todas as culturas,


classes sociais e acometendo pessoas de várias idades. É a concretização de pôr fim à própria vida. Com determi-
nantes multifatoriais, resulta de uma complexa interação de fatores psicológicos, biológicos, culturais e socioam-
bientais. Não pode ser considerado causal ou simplista por acontecimentos pontuais, é a consequência final de
um processo.
Por isso é tão difícil explicar por que alguns decidem cometer o ato, enquanto outros, em situação similar ou
pior não o fazem.
Muitas famílias enlutadas atribuem a perda à depressão, ansiedade, culpa, remorso, fracasso, humilhação, ex-
cessivas cobranças sociais e financeiras, porventura vivenciadas ou sofridas pela vítima; contudo a explicação vai
muito além desses parâmetros.
O ato suicida, resulta de uma crise com maior ou menor duração, variando em cada indivíduo. Nos instantes
que precedem a ação a pessoa oscila a combinação de ideias ou sentimentos conflituosos (ambivalência) = luta
interna entre o desejo de viver e o desespero para dar fim à dor psíquica.
O predomínio do desejo de vida sobre a morte (instinto de autopreservação) é o que possibilita a prevenção do
suicídio.
A ação suicida, também pode resultar de um ato impulsivo. Como qualquer outro impulso (reação natural), faz
parte da natureza humana: é transitório, podendo durar alguns segundos, ou até mesmo, horas. Normalmente
desencadeado por eventos negativos do dia a dia, atinge com mais frequência pessoas fragilizadas ou emocio-
nalmente exaustas. Acalmado e vencido esse momento de crise, com o devido suporte ao indivíduo vulnerável, a
potencialidade do ato diminui consideravelmente.

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O estado cognitivo de quem apresenta comportamento suicida é, geralmente, de constrição. Sua consciência
passa a funcionar de forma dicotômica: tudo ou nada. Seus pensamentos, sentimentos e ações, são rígidos e
drásticos.
Todavia, ao receber ajuda preventiva ou oferta de socorro, o potencial suicida pode reverter tal situação. Ao
expor seus sentimentos, ideias, valores e sendo ouvido sem qualquer julgamento, parcialidade ou pretensão (dei-
xando fluir suas angústias e sofrimentos mais íntimos), o indivíduo passa a perceber seu estado interior, tomando
gradativa consciência do que doravante julgava perdido. Falar e ser ouvido fortalece as intenções de viver.
A maioria dos indivíduos com ideias de morte comunica seus pensamentos e intenções. Frequentemente dão
sinais e fazem comentários, considerados como frases de alerta:

• “Preferia estar morto” / “Não posso fazer mais nada”


• “Eu não aguento mais” / “Sou um perdedor e um peso para os outros”
• “As pessoas vão ser mais felizes sem mim”
Essas mensagens são pedidos de ajuda e não podem ser ignoradas. Por trás delas encontramos pessoas que po-
dem estar idealizando o suicídio e, principalmente, sofrendo de indicadores que predigam a conduta: Depressão,
Desesperança, Desamparo, Desespero.
Quando dizem “Estou cansado da vida” ou “Não há mais razão para viver”, normalmente são rejeitadas ou
escutam sobre dificuldades piores superadas por outros que em nada contribuem, para minimizar o risco de sui-
cídio.
A abordagem de um indivíduo vulnerável é muito importante, sendo indispensável o preenchimento da lacuna
criada pela desconfiança inicial e perda de esperança. O estabelecimento de uma conversa tranquila, com pri-
vacidade, tempo e disponibilidade para ouvir são fundamentais para a redução do nível de confusão mental e
desespero suicidas.
Ouvir com cordialidade, tratar com respeito, demonstrar empatia com as emoções e, sobretudo, enfatizar o
sigilo são elementares para facilitar a comunicação.

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COMO PROCEDER QUANDO O INDIVÍDUO RECORRE À AJUDA:
– Manifestar disponibilidade, calma e atenção para ouvi-lo, sem interrupções frequentes;
– Estabelecer empatia, com mensagens não verbais de aceitação e respeito;
– Jamais declarar-se chocado, envergonhado, em pânico ou emocionalmente descontrolado;
– Nunca se esquivar, ignorar a situação ou dizer-se ocupado;
– Mostrar naturalidade, preocupação e cuidado - sem fazer com que o problema pareça trivial;
– Expressar respeito pelas opiniões e valores da pessoa;
– Conversar honestamente e com autenticidade. Não dar falsas garantias;
– Não tratar o indivíduo com inferioridade, dó ou lamentações;
– Atentar-se para os sentimentos que a pessoa extravasa;
– Evitar comentários invasivos e pouco claros;
– Sob nenhuma hipótese, fazer perguntas indiscretas ou especulativas;
– Oferecer a continuidade de contato e, se necessário, solicitar à família que não o deixe só;
– Verificar o grau de risco (se há algum plano ou tentativas anteriores);
– Providenciar encaminhamento a atendimento psicológico, médico ou hospitalar, se necessário.

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IDEIAS ERRÔNEAS SOBRE SUICÍDIO

“O suicídio é uma escolha livre e consciente”


ERRADO = Os suicidas estão passando, quase invariavelmente, por um transtorno mental que altera, de forma
radical, a sua percepção da realidade e interfere em seu livre arbítrio.
“O suicídio é um ato de covardia (ou de coragem) ”
ERRADO = O que conduz ao suicídio é uma dor psíquica insuportável, jamais um medidor de covardia ou coragem.
“As pessoas que ameaçam se matar não farão isso, querem apenas chamar a atenção”
“Ele está ameaçando suicídio para fingir ou manipular”
“Quem quer se matar, se mata mesmo”
ERRADO = A maioria dos suicidas (pelo menos dois terços) fala ou dá sinais sobre suas ideias de morte. Boa
parte dos suicidas expressou, em dias ou semanas anteriores, à família, amigos ou aos profissionais de saúde, seu
desejo de se matar, indicando sofrimento e necessidade de ajuda.
“Não devemos falar sobre suicídio, isso pode aumentar o risco”
“Se eu perguntar sobre suicídio, poderei induzir a pessoa a isso”
ERRADO = Falar sobre suicídio não aumenta o risco. Muito pelo contrário, abordar o assunto de modo sensato e
franco, aumenta o vínculo com o indivíduo vulnerável, podendo aliviar a angústia e tensão que esses pensamen-
tos trazem. Demonstra interesse, atenção e cuidado pelo sofrimento alheio.
“Quando um indivíduo mostra sinais de melhora ou sobrevive à uma tentativa de suicídio, está fora de perigo”
ERRADO = Um dos períodos mais perigosos, é quando se está melhorando da crise que motivou a tentativa, ou
quando o paciente ainda está hospitalizado, após o ato tentado.

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“No lugar dele, eu também me mataria”
ERRADO = Quem ouve, ampara, assiste ou trata, nunca deve se identificar com os aspectos de desamparo ou
desesperança do paciente, justificando ou admitindo as atitudes, então relatadas. Não deve-se valer de um jul-
gamento pessoal e subjetivo para aconselhamento. Caso ocorra tal situação e o ouvinte se sinta impotente para
a tarefa assistencial, deverá reencaminhar imediatamente o paciente.

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FATORES DE ATENÇÃO E PROTEÇÃO

O reconhecimento de fatores de atenção e proteção é, fundamental, para estabelecer estratégias de redução


do comportamento suicida em alguma região ou população.
Não é possível prever exatamente quem cometerá o ato, mas o estudo desses parâmetros, pode orientar uma
intervenção mais eficaz.
Os dois principais fatores de atenção (risco) são:
- Tentativa prévia de suicídio: Indivíduos que tentaram suicídio previamente têm de cinco a seis vezes mais
chances de repetir o ato. Estima-se que 50% daqueles que se suicidaram haviam tentado anteriormente.
- Quase todos os suicidas descreviam algum transtorno mental, na maioria das vezes não diagnosticado e/ou
frequentemente, não tratado ou acompanhado.
Os fatores mencionados merecem destaque, atenção e intervenção prioritários entretanto, além desses, exis-
tem alguns sinais que podemos procurar na história de vida e comportamento das pessoas, que podem indicar
algum risco para o comportamento suicida. Devemos ficar atentos a indivíduos que descrevam:
– Comportamento retraído, inabilidade para se relacionar com a família ou amigos = reduzido convívio social;
– Vítima de abuso físico / sexual (recente ou na infância), dinâmica familiar conturbada;
– Sentimentos de solidão, impotência, desesperança;
– Episódios recorrentes de ansiedade ou crises de pânico;
– Alteração na personalidade = irritabilidade, pessimismo, depressão ou apatia;
– Ódio de si mesmo, agressividade, impulsividade;
– Sentimentos de culpa ou vergonha desproporcionados;

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– Mudanças no hábito alimentar (ganho ou perda extremos de peso) e no padrão de sono;
– Histórico de alcoolismo, abuso ou dependência de outras drogas;
– Transtornos do humor (depressão), mentais ou de personalidade (antissocial, narcisista e borderline) não as-
sistidos;
– Comorbidade potencializada (ex: alcoolismo + depressão);
– Perda recente importante e não tolerada (morte, divórcio, separação, desemprego);
– Doença crônica, degenerativa, limitante, dolorosa ou maligna, lesões desfigurantes;
– Desejo súbito de concluir os afazeres pessoais, organizar documentos, escrever testamentos;
– Cartas de despedida;
– Menção repetitiva de morte ou suicídio, associada a proximidade de datas significativas.
O imediato acesso a um método para cometer suicídio é considerado importante fator para um indivíduo con-
sumar ou não o ato. Reduzir o acesso a esses meios é uma efetiva estratégia de prevenção.
Os homens se matam quatro vezes mais que as mulheres embora, elas tentem mais vezes. As mulheres comu-
nicam seu sofrimento através da tentativa de suicídio e os homens são mais efetivos, buscando meios letais para
a consumação do ato.
Tanto a população jovem (entre 15 e 35 anos) quanto a idosa (acima dos 65 anos), registram um maior número
de casos.
Jovens de 15 a 24 anos, com mais acesso às drogas lícitas ou ilícitas, experimentam maior risco.
Os idosos podem vivenciar um isolamento social mais intenso em razão da maior exposição a doenças ou limi-
tações físicas, afastamento do mercado de trabalho, perdas de cônjuge ou amigos contemporâneos.
A incidência também é alta em determinadas etnias indígenas.

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Adolescentes grávidas, com dependência química e que moram nas ruas, população carcerária e indivíduos
com privação de liberdade (sequestrados ou em cárcere privado), também são lábeis ao ato.
Outro grupo que merece especial atenção é, o dos trabalhadores rurais,que se expõem diretamente a agrotó-
xicos lesivos, sujeitando-se aos seus efeitos colaterais, incidentes sobre o sistema nervoso central.
Desempregados com problemas financeiros ou trabalhadores não qualificados apresentam maior risco de sui-
cídio: a taxa de mortalidade aumenta em períodos de recessão econômica, principalmente nos três primeiros
meses de piora econômica ou perda laboral.
Viver sozinho parece aumentar o risco de suicídio, com taxas mais elevadas entre indivíduos divorciados, viúvos
ou que nunca se casaram.
Os fatores protetores geralmente são menos estudados, mas importantíssimos como indicadores em regiões
de implementação de programas preventivos. São eles: autoestima elevada, bom suporte familiar, laços sociais
bem estabelecidos com familiares e amigos, religiosidade ativa (independentemente de crença = todas as re-
ligiões conclamam a VIDA), razões para viver, presença de crianças em casa ou no convívio externo, senso de
responsabilidade familiar e financeiro, capacidade de adaptação positiva para resolução de problemas, iniciativa
e disposição frente a adversidades, acesso a serviços e cuidados de saúde mental e, principalmente, referências
de otimismo e esperança.

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ESTATÍSTICA – MUNDIAL

De acordo com os relatórios mais recentes divulgados pela Organização Mundial de Saúde:
A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo e, a cada três segundos, alguém atenta contra a
própria vida = por ano, entre 10 e 20 milhões de indivíduos tentam cometer o ato.
Cerca de 75% dos casos de autoextermínio ocorrem em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.
O número de vidas perdidas desta forma, anualmente, ultrapassa o número de mortes decorrentes de homicí-
dio e guerra combinados (OMS, 2014).
A mortalidade global por suicídio vem migrando e crescendo consideravelmente, do grupo de mais idosos para
os mais jovens. Na faixa etária de 15 a 35 anos, o suicídio está entre as três maiores causas de óbitos.
Estima-se que até 2020 poderá ocorrer um incremento de 50% na incidência anual de suicídios em todo o mun-
do, caso não sejam implementadas medidas de intervenção. Em 2013 a OMS relatou que de 157 países, apenas
28 informaram possuir estratégias nacionais de prevenção (o Brasil está incluso).

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ESTATÍSTICA MUNDIAL

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ESTATÍSTICA – NACIONAL

O Brasil é o oitavo país em números absolutos de suicídios. Todos os anos são registrados cerca de dez mil casos
no território nacional = uma média de 26 mortes diárias por autoextermínio.
Segundo o “Mapa da Violência - 2014, os jovens do Brasil” (Wailselfisz), entre 2000 e 2012, houve um aumento
de 10,4% no quantitativo dessas mortes, vitimando 33,6% de jovens - índice superior ao do crescimento popula-
cional no mesmo período = 11,1% e ultrapassando inclusive, o aumento de homicídios consumados = 2,1% e de
mortes em acidentes de trânsito = 24,5%.
No período em questão o aumento dessas mortes figurou nas regiões: Norte (77,7%), Nordeste (51,7%), Sudes-
te (35,8%) - contudo Minas Gerais teve uma elevação de 58,3% nos óbitos por suicídio neste período, Centro-Oes-
te (16,3%) e Sul (15,2%).
A maior incidência, por estados, assim está descrita: São Paulo, seguido por Rio Grande do Sul e Ceará.
Consoante manual “Falando Abertamente Sobre Suicídio” (CVV), 17% dos brasileiros, em algum momento,
pensaram seriamente em pôr fim à própria vida e 4,8% chegaram a elaborar um plano para esse propósito. Em
uma sala com 30 pessoas, 5 já pensaram em suicídio.
O vocábulo “Suicídio” é mencionado 16 milhões de vezes ao dia, por brasileiros, nas redes sociais.

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ESTATÍSTICA NACIONAL

*Observação: O número diário de autoextermínios no Brasil varia entre 26 e 30.

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ESTATÍSTICA – REGIONAL

A área / população atendidas pelo Posto de Perícia Integrada de Conselheiro Lafaiete/MG


Município População 2.010 População 2016 (prevista)
Conselheiro Lafaiete 116.512 hab. 126.420 hab.
Congonhas 48.519 hab. 53.348 hab.
Belo Vale 7.536 hab. 7.829 hab.
Moeda 4.689 hab. 4.940 hab.
São Brás do Suaçuí 3.513 hab. 3.730 hab.
Jeceaba 5.395 hab. 5.250 hab.
Desterro de Entre Rios 7.002 hab. 7.317 hab.
Entre Rios de Minas 14.242 hab. 15.210 hab.
Santana dos Montes 3.822 hab. 3.892 hab.
Cristiano Otoni 5.007 hab. 5.215 hab.
Queluzito 1.861 hab. 1.953 hab.
Casa Grande 2.244 hab. 2.309 hab.
Carandaí 23.346 hab. 25.214 hab.
Caranaíba 3.288 hab. 3.309 hab.
Capela Nova 4.755 hab. 4.815 hab.
Ouro Branco 35.268 hab. 38.601 hab.
Itaverava 5.799 hab. 5.723 hab.
Lamim 3.452 hab. 3.504 hab.
Rio Espera 6.070 hab. 5.876 hab.
Senhora de Oliveira 5.683 hab. 5.886 hab.
Piranga 17.232 hab. 17.892 hab.
Porto Firme 10.417 hab. 11.178 hab.
Presidente Bernardes 5.537 hab. 5.578 hab.
Catas Altas da Noruega 3.462 hab. 3.652 hab.
TOTAL 344.651 hab. 368.641 hab.
26
SUICÍDIOS REGISTRADOS EM 2008 E 2013
Ano Número de casos
2008 25
2009 23
2010 24
2011 21
2012 19
2013 16

SUICÍDIOS REGISTRADOS ENTRE 2014 E 2016


Ano Número de casos
2014 21
2015 23
2016 21

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Suicídios 2014 - Características Gerais
Total de suicídios: 21
Meio utilizado: Enforcamento 100%

Mês Sexo Idade Meio utilizado Estado civil


Janeiro M 22 Enforcamento Solteiro
Janeiro M 22 Enforcamento Solteiro
Março M 92 Enforcamento Viúvo
Abril M 15 Enforcamento Solteiro
Abril M 62 Enforcamento Viúvo
Abril M 86 Enforcamento Viúvo
Maio M 53 Enforcamento Casado
Junho M 62 Enforcamento Solteiro
Junho M 45 Enforcamento Separado
Julho M 31 Enforcamento Solteiro
Setembro M 55 Enforcamento Solteiro
Setembro M 32 Enforcamento Solteiro
Setembro M 72 Enforcamento Solteiro
Setembro M 71 Enforcamento Viúvo
Setembro M 50 Enforcamento Separado
Setembro M 37 Enforcamento Casado
Outubro M 40 Enforcamento Solteiro
Outubro M 22 Enforcamento Solteiro
Novembro M 53 Enforcamento Separado
Dezembro M 55 Enforcamento Separado
Dezembro M 35 Enforcamento Casado
Dezembro M 41 Enforcamento Casado

28
Suicídios 2015 - Características Gerais
Total de suicídios: 23
Meio utilizado: Enforcamento 100%
Mês Sexo Idade Meio utilizado Estado civil
Janeiro M 25 Enforcamento Solteiro
Janeiro M 48 Enforcamento Casado
Janeiro M 56 Enforcamento Viúvo
Março M 24 Enforcamento Casado
Março M 37 Enforcamento Separado 
Março M 39 Enforcamento Solteiro
Março M 22 Enforcamento Solteiro
Março M 33 Enforcamento Solteiro ϴ͕ϳϬй
Março M 26 Enforcamento Solteiro
Abril F 35 Enforcamento Solteiro ^ĞdžŽĨĞŵŝŶŝŶŽ
Maio M 63 Enforcamento Viúvo ^ĞdžŽŵĂƐĐƵůŝŶŽ
Junho M 59 Enforcamento Separado
Julho M 53 Enforcamento Separado ϵϭ͕ϯϬй
Julho M 28 Enforcamento Separado
Julho F 15 Enforcamento Solteiro
Agosto M 20 Enforcamento Solteiro

Setembro M 58 Enforcamento Separado
Outubro M 23 Enforcamento Solteiro
Outubro M 40 Enforcamento Solteiro
Outubro M 23 Enforcamento Solteiro
Novembro M 47 Enforcamento Casado
Dezembro M 47 Enforcamento Separado
Dezembro M 48 Enforcamento Casado

29
Suicídios 2016 – Características Gerais

Total de suicídios: 21
Mês Sexo Idade Meio utilizado Estado civil
Fevereiro F 63 Atropelamento Viúvo
Fevereiro M 30 Enforcamento Solteiro
Enforcamento: 76,19%
Março M 56 Enforcamento Casado Precipitação: 9,52%
Março M 34 Enforcamento Solteiro
Meios Intoxicação: 4,76%
Março M 30 Enforcamento Solteiro
utilizados Atropelamento: 4,76%
Março F 13 Enforcamento Solteiro
Março M 39 Enforcamento Solteiro Disparo de arma de fogo:
Abril F 35 Enforcamento Solteiro 4,76%
Maio M 30 Disparo arma de fogo Solteiro
Maio M 58 Enforcamento Solteiro

Junho M 61 Enforcamento Solteiro
Julho M 41 Enforcamento Solteiro
Agosto F 28 Enforcamento Separado
Agosto F 54 Enforcamento Separado
Outubro M 60 Precipitação Separado Ϯϴ͕ϱϳй
Outubro M 53 Enforcamento Casado &ĞŵŝŶŝŶŽ
Outubro M 59 Enforcamento Separado DĂƐĐƵůŝŶŽ
Outubro M 38 Enforcamento Casado ϳϭ͕ϰϯй
Novembro M 21 Enforcamento Solteiro
Dezembro F 53 Intoxicação aguda Casado
Dezembro M 48 Precipitação Solteiro


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ANÁLISE DOS DADOS ESTATÍSTICOS REGIONAIS

- Preponderância do número de jovens suicidas;


- Modificação da eleição do meio utilizado para consumação do ato (entre 2014 e 2015 = 100% enforcamento
e, a partir de 2016, meios diversos;
- Aumento na taxa de suicídios consumados por mulheres (em 2014 = nenhum caso; em 2015 = 2 casos e em
2016 = 6 ocorrências);
- Maior frequência de autoextermínio registrada entre indivíduos solteiros, separados ou divorciados e viúvos;
- Taxa de suicídios regional por cada 100 mil habitantes / ano = 6,01;
- Crescimento populacional estimado para a região estudada entre 2010 e 2016 = 6,96%;
- Nesse estudo não foram contabilizadas as tentativas de suicídio em virtude da solicitação para atendimento
pericial se vincular unicamente ao ato consumado (fonte de obtenção da estatística aqui apresentada), entretan-
to, estima-se que as tentativas de suicídio superem o ato em pelo menos dez vezes;
- Necessidade premente de implementação de medidas de intervenção - prevenção do suicídio.

31
PRINCIPAIS METAS PARA PLANOS DE PREVENÇÃO DO SUICÍDIO

• Conscientização da população;

• Divulgação responsável pela mídia;

• Programas em escolas;

• Disponibilidade multisetorial para prevenção do suicídio - REDES DE APOIO;

• Redução do acesso a meios letais;

• Manutenção de estatísticas atualizadas sobre suicídio;

• Monitoramento da efetividade das ações de prevenção idealizadas pelo plano.

32
REDES DE APOIO

Considerando o conteúdo exposto e o aspecto multifatorial do comportamento suicida, resta a necessidade do


estabelecimento de ações de vigilância, prevenção e controle efetivos.
Vários atores podem contribuir para o enfrentamento da questão de maneira conjunta, estabelecendo canais
de comunicação permanentes, trocas de informações, definições de metas e alinhamentos de condutas, através
do envolvimento de Institutos de Assistência Social, Saúde, Educação e Cultura, Mídia, lideranças comunitárias e
religiosas, dentre outros, dando origem às denominadas “Redes de Apoio”.
As redes de apoio, são um conjunto de relações, que propiciam ao indivíduo, interações com a comunidade,
balizadas pelo suporte e apoio emocional para compartilhamento de problemas e busca de soluções viáveis.
Além da função protetora (fator de proteção), que essas redes de apoio propiciam, frente a conduta suicida,
reforçando a autoestima de indivíduos vulneráveis ao ato, disponibilizando acompanhamento clínico, suporte e
apoio familiares; dão especial ênfase à divulgação ampla e correta de informações e instruções sobre o assunto.

33
VEICULAÇÃO RESPONSÁVEL DE INFORMAÇÕES

Talvez o conjunto preventivo mais importante para começarmos a abordagem do tema seja o combinado: IN-
FORMAÇÃO - EDUCAÇÃO. É preciso minimizar o preconceito e tabu que envolvem o assunto: O que não é discu-
tido, não é resolvido.
Em épocas passadas, a “aceitação” de indivíduos sensibilizados e socialmente segregados por questões relacio-
nadas às doenças sexualmente transmissíveis, AIDS, gravidez precoce, perda da virgindade antes do casamento,
homossexualidade, divórcio, transtornos mentais ou até mesmo aos acometidos por câncer, só foi bem-sucedida
quando a sociedade começou a se inteirar melhor e, de maneira apropriada, a respeito desses temas e das con-
sequências vividas por pessoas, então, “ilhadas” de convívio pleno.
Conhecer as principais causas e formas de auxílio podem ser os primeiros passos para a redução das taxas de
suicídios tentados ou consumados em alguma região. O silêncio em torno do assunto não constrói soluções.
Portanto, tratar corretamente sobre suicídio é indispensável para sua prevenção, observados alguns critérios e
cuidados:

• Recorrer a fontes confiáveis sobre o assunto;

• Dar a publicidade coerente ao tema, a fim de que a população o assimile de maneira adequada;

• Não exibir a palavra “suicídio” como destaque principal, desacompanhada de uma proposta positiva;

• Evitar histórias sensacionalistas sobre suicídios ou explicações simplistas para o tema;

• Nunca “glorificar” ou “romancear” o ato ou quem o cometeu;

34
• Jamais publicar fotografias do falecido, tampouco do método utilizado para consumar a ação;

• Desassociar a palavra suicídio de: “saída”, “opção” ou “solução”;

• Atentar para os fatores de risco associados ao comportamento;

• Discutir a relação existente entre suicídio, transtornos mentais, alcoolismo, etc;

• Divulgar informações e enfatizar a necessidade sobre como e onde conseguir ajuda;

• Denunciar a veiculação de qualquer mídia que incentive de forma inescrupulosa a consumação ou tenta-
tiva do ato.

35
36
37
PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE

Aderindo à proposta de desmistificação do assunto, conhecimento e busca de soluções, a sociedade Lafaieten-


se se engajou num corajoso ato de levar o tema às ruas, mobilizando a atenção da população, exaltando a vida e
demonstrando cuidado com seus semelhantes.
A ideia contagiou municípios vizinhos que se identificaram com as ações e as replicaram, envolvendo múltiplas
iniciativas.
Durante o mês de setembro/2016 as atividades se intensificaram, sendo incorporadas ao período denominado
“Setembro Amarelo” - mês mundialmente dedicado à visibilidade da questão, representado pela cor amarela,
simbolizando esperança, energia, renovação; e, principalmente, acolhimento.
Aconteceram caminhadas, motociatas, desfile cívico pautado no tema, apresentações culturais, ações sociais
aproximando a população (com a participação dos Institutos de Segurança Pública e Defesa Social: Polícias Civil,
Militar, Exército Brasileiro, Aeronáutica e Bombeiros Militares), cultos ecumênicos, palestras, iluminação amarela
de prédios públicos e inúmeras outras atividades coletivas.

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Vivinho é o mascote do Projeto, carinhosamente chamado de “Vivito” na Argentina. Por onde quer
que ele ande ou apareça, sua mensagem sempre será de alegria, positividade, esperança e aproximação
entre as pessoas.
Como o sol, propaga luz e VIDA. Seu calor contagia, renasce, floresce dos “Jardins de Infância” aos gru-
pos de “abuelos” (vovôs e vovós), transpondo o tempo, limites geográficos, estratos sociais, com o único
propósito de fazer lares e seres humanos mais felizes.

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Desfile Cívico (07/09/2016) em Conselheiro Lafaiete/MG, abordando como temática principal “Valorização da Vida & Prevenção do Suicídio”,
com a participação do CVV (Centro de Valorização da Vida) – BH. Público presente: aproximadamente 10.000 pessoas.

40
Carreata de veículos (com faróis amarelos) exaltando integração ao tema.
Conselheiro Lafaiete/MG (Setembro/2016).
Conselheiro Lafaiete/MG (2016).

41
Barbacena/MG aderindo ao propósito do Projeto; através da Campanha “Setembro Amarelo” - 2016.

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Barbacena/MG - “Setembro Amarelo” - 2016.

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São João Del Rei/MG aderindo ao propósito do Projeto; através da Campanha “Setembro Amarelo” - 2016.

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São João Del Rei/MG - “Setembro Amarelo” - 2016.

45
Encerramento da Campanha “Setembro Amarelo” São João Del Rei/MG - 2016.

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“Valorização da Vida”
Longe da família não é fácil viver,
Mas para virmos para este lugar, algo teve que acontecer
Não se deixe desesperar
Não importa o que foi feito
Na vida, tudo Deus tem um jeito
É só tratarmos os irmãos com respeito
Que os desafios vamos superar
Antes de pensar em desistir, lembre-se que tem alguém lá fora
Que te ama e que te adora, esperando você voltar
Um dia, as grades vão se abrir
E vocês, irmãos, voltarão a sorrir
E mostrarão para sociedade que os erros temos que pagar
Mas, que nela, todos têm o seu lugar.

Gabriel R. Dias

Poesia escrita por custodiado quando da Inserção da População Carcerária de Conselheiro Lafaiete/MG no Projeto
de Valorização da Vida & Prevenção do Suicídio.

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AÇÕES ENVOLVENDO O ENSINO INFANTIL

Dados do Mapa da Violência (2014), do Ministério da Saúde, revelam que houve um crescimento de 40% na
taxa de suicídios entre crianças e pré-adolescentes no período de 2002 a 2012. As principais causas descritas para
o comportamento nessa fase são: depressão, privação emocional, falta de afeto e abuso físico.
O ambiente escolar é o local ideal para fornecer referenciais do estado geral dos alunos que ali permanecem grande par-
te do dia, podendo ser constatados alguns sinais: perda de interesse pelas atividades, faltas recorrentes, queda no desem-
penho, má conduta, tristeza, ferimentos frequentes e não justificados: hematomas, escoriações, arranhões, queimaduras,
fraturas, dor ao urinar ou defecar com constrangimento (vergonha demasiada ou medo) para a criança relatar tal situação.
Quando a equipe escolar detecta que uma criança não está bem e, importante estabelecer, canais de comuni-
cação com ela e organismos protetores para criar mecanismos eficientes e oportunos de acolhimento.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, existem intervenções que podem ser desenvolvidas a curto,
médio e longo prazos para a redução e controle do comportamento suicida, iniciadas desde o ensino infantil:

• Reforço da autoestima dos alunos;


• Incentivo aos jogos, brincadeiras e atividades em grupo que enfatizem valores positivos;

• Promoção da expressão saudável de emoções - dentro e fora da Escola;

• Aproximação contínua do núcleo aluno/escola/família com execução de tarefas integradas;

• Desenvolvimento de temas e exercícios lúdicos...


Pois, por meio da brincadeira, a criança constrói suas referências e se projeta no mundo real com mais espon-
taneidade, interagindo satisfatoriamente em cada fase de seu desenvolvimento.

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Participação das escolas municipais de Conselheiro Lafaiete/MG no Projeto de Valorização da Vida & Prevenção do Suicídio. (2016)

49
Alunos das Escolas municipais de Conselheiro Lafaiete/MG no Projeto de Valorização da Vida & Prevenção do Suicídio. (2016)

50
Escolas municipais de Conselheiro Lafaiete/MG no Projeto de Valorização da Vida & Prevenção do Suicídio. (2016)

51
Alunos das Escolas municipais de Conselheiro Lafaiete/MG no Projeto de Valorização da Vida & Prevenção do Suicídio. (2016)

52
Alunos e professores das Escolas municipais de Conselheiro Lafaiete/MG no Projeto de Valorização da Vida & Prevenção do Suicídio. (2016)

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Alunos e professores das Escolas municipais de Conselheiro Lafaiete/MG no Projeto de Valorização da Vida & Prevenção do Suicídio. (2016)

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Alunos das Escolas municipais de Conselheiro Lafaiete/MG no Projeto de Valorização da Vida & Prevenção do Suicídio. (2016)

55
SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA

A adolescência é um período que merece especial atenção. Caracterizada pela transição entre a infância e a ida-
de adulta, num período de grandes transformações, vulnerabilidade e, principalmente, dificuldade para controle
dos impulsos, oferece maior risco para a ocorrência de tentativas ou consumação suicida.
No mundo inteiro, o suicídio está entre as cinco maiores causas de morte na faixa etária de 15 a 19 anos, con-
tabilizando um aumento expressivo de 33,5% nos últimos 10 anos.
Considerando a propensão dos jovens ao imediatismo, impulsividade e à incompleta maturidade emocional,
eles encontram maior dificuldade para lidar com estresses agudos, como términos de relacionamentos, situações
que provocam vergonha ou humilhação (ex: exposição involuntária da intimidade na internet = flagrantes de cor-
pos nus ou relacionamentos íntimos, “vingança pornô”), rejeição pelo grupo social (bullying ou cyberbullying),
fracasso escolar ou perda de um ente querido, podem desencadear o ato.
Não esquecendo dos relatos comuns sobre a virtualização das relações interpessoais, do vazio existencial (tédio
e sensação de que a vida não representa nada) e, doenças psiquiátricas.

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SINAIS DE RISCO - DETECÇÃO DE IDEAÇÃO SUICIDA EM ADOLESCENTES

• Mudanças marcantes na personalidade ou nos hábitos;

• Comportamento ansioso, agitado ou deprimido;

• Piora no desempenho escolar;

• Afastamento da família e amigos;

• Perda de interesse de atividades que anteriormente gostava de praticar;

• Descuido com a aparência;

• Perda ou ganho inusitado de peso;

• Alteração do padrão de sono;

• Comentários auto depressivos persistentes;

• Desesperança, falta de perspectiva para o futuro;

• Combinação de tristeza, irritabilidade e acessos de raiva;

• Interesse repentino pelo tema morte;

• Doação de pertences que estimava;

• Expressão do desejo de morrer.

57
58
INTERVENÇÃO - PREVENÇÃO COM JOVENS
É possível criar oportunidades de aproximação com os jovens nos mais diversos ambientes de convívio, buscan-
do a exaltação de valores positivos, diálogos e estabelecimento de medidas preventivas a fim de evitar tentativas
ou ações autodestrutivas, assim como a busca pela identificação de adolescentes que necessitem acolhimento
imediato.
Foram desenvolvidos com êxito: melhoria da comunicação entre jovens e adultos resultando no esclarecimento
direto sobre o tema e suas consequências, através de palestras continuadas, atividades em grupo nos mais varia-
dos segmentos sociais (escolas, clubes, igrejas, etc.), concurso de redação envolvendo as redes público/privada
de ensino (com premiação e divulgação formal dos resultados), incentivo a Instituições que promovam o “primei-
ro emprego”, difusão de música motivacional (exaltando à vida), teatro, dança e coral de adolescentes.

59
Desistir, jamais!
“Enquanto houver sol, ainda haverá...”. Esse refrão faz parte de uma canção dos Titãs que encerra um grande en-
sinamento para todos nós: a vida se renova a cada dia, trazendo muitas oportunidades e o dever de acreditarmos
e valorizarmos cada momento, porque tudo pode se transformar para melhor, de um dia para o outro.
A maioria das pessoas carrega dentro de si um desejo, uma vontade e uma disposição tão grandes de viver, que
vencem os obstáculos mais difíceis porque acreditam que podem e querem superá-los. Outras, por algum motivo,
não conseguem enxergar a luz que o sol traz para suas vidas e acabam se entregando ao pessimismo e ao desâ-
nimo. Para essas pessoas, peço que aprendam com a canção que falei, que reflitam e que possam renovar suas
esperanças de viver.
É preciso lutar para alcançarmos nossos objetivos e se não der certo na primeira tentativa, tentamos, tentamos
e tentamos novamente... Enquanto houver sol, haverá outro dia, haverá esperança, oportunidades para mudar e
possibilidades de vencer. Assim estaremos valorizando esse dom tão precioso que é a VIDA.
Termino pedindo que acreditemos e tenhamos sempre fé em dias melhores e sempre melhores, que devemos nos
mexer porque parados não conseguimos e nem resolvemos nada, que tenhamos muitos amigos para dividir nossos
problemas e comemorarmos nossas conquistas e, principalmente, que ninguém desanime diante dos fracassos
porque todos podemos ser vencedores.
Enquanto houver amanhã, haverá uma chance para tentar. Acredite!

Rayane Kessia Ribeiro Reis

Redação premiada no Concurso procedido pela Superintendência Regional de Ensino – Conselheiro Lafaiete/MG.

60
Concurso de Redação
(Superintendência Regional de Ensino Conselheiro Lafaiete/MG).
Premiação de finalista da Rede Municipal (2016).

Rayane Kessia Ribeiro Reis


9º ano
Escola Municipal “Dr. Rui Pena” - CAIC

61
Premiação do concurso de Redação procedido nos municípios de Barbacena e São João Del Rei/MG. (Setembro/2016)

62
Coral e Orquestra de Adolescentes em Conselheiro Lafaiete/MG, difundindo a música tema do Projeto.

63
Veiculação da proposta junto aos grupos de jovens aprendizes em Conselheiro Lafaiete/MG,
ressaltando a importância e incentivo ao Primeiro Emprego (2016).

64
Integração da Polícia Militar de Minas Gerais ao Projeto, com ativa participação da sua equipe de psicólogos
às Instituições Educacionais em Conselheiro Lafaiete/MG.

65
Participação dos adolescentes na Campanha “Setembro Amarelo” em Barbacena/MG. (2016)

66
Participação dos adolescentes na Campanha “Setembro Amarelo” em São João Del Rei/MG. (2016)

67
ATIVIDADE FÍSICA E GRUPOS DE CONVIVÊNCIA

Muitos estudos atestam a possibilidade de pessoas fisicamente ativas, em qualquer idade, apresentarem me-
lhor bem-estar emocional do que os sedentários. Entre as hipóteses que tentam explicar a ação dos exercícios,
principalmente sobre ansiedade e depressão, uma das mais aceitas é a do aumento de endorfinas.
Essa teoria sugere que a atividade física desencadeie a secreção de endorfinas, capazes de provocar um estado
de euforia natural, aliviando ou atenuando vários sintomas que poderiam levar o indivíduo à irritabilidade, fadi-
ga, baixa autoestima, tristeza e, até mesmo, algum nível de desvinculação social.
O exercício físico também pode estar associado a neurotransmissão de noradrenalina e serotonina, melhoran-
do a sensação de satisfação e bem-estar geral do indivíduo.
A perspectiva cognitiva dita a melhoria da autoestima mediante a prática regular de exercícios, que, gradativa-
mente, melhoram a imagem do indivíduo, sua saúde, propiciando uma sensação de plenitude e satisfação.
Vários precursores desse propósito se identificaram com a proposta de Valorização da Vida, agregando iniciati-
vas e promovendo saúde.

68
Alunos do Centro de Reabilitação Hidrosolar (colaborador / parceiro ativo em todas as fases do trabalho)
incorporados à mensagem difundida pelo Projeto. (Conselheiro Lafaiete/MG)

69
Em Conselheiro Lafaiete, alguns grupos permanentes de convivência comunitária e atividade física regular ex-
ternaram seus exemplos publicamente, demonstrando que a possibilidade de estreitamento de laços de convívio
e manutenção da saúde está ao alcance de todos.

Praça do Cristo – Conselheiro Lafaiete/MG. (2016)

70
Grupos de Convivência integrados à proposta. Praça do Cristo – Conselheiro Lafaiete/MG. (2016)

71
Grupos de Convivência integrados à proposta. Praça do Cristo – Conselheiro Lafaiete/MG. (2016)

72
Praça do Cristo – Conselheiro Lafaiete/MG. (2016)

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“MELHOR IDADE” NO PROJETO

Na Terceira ou “Melhor” idade as pessoas tornam-se mais vulneráveis a um possível quadro depressivo em vir-
tude do acometimento de doenças crônicas, luto pela perda de entes próximos e queridos ou frustração diante
da limitação para algumas atividades.
O sinal mais evidente de que há algum indício de depressão é a tristeza em excesso e o progressivo isolamento.
A fala do idoso, frequentemente gira em torno de questionamentos sobre ainda estar entre nós e/ou profunda
sensação de inutilidade.
Esse comportamento, muitas vezes, pode ser percebido pela própria família que precisa redobrar os cuidados
diante de tais situações. Os parentes ou cuidadores devem assisti-los, se mostrando interessados em seu dia a
dia, ainda que à distância. O importante é doar atenção, fazendo com que o idoso perceba que pode ser feliz,
buscando a satisfação dentro de si, com suas próprias realizações que podem vir com o incentivo para que inte-
rajam em grupos, participem de trabalhos voluntários, cultivem amizades e frequentem lugares para lazer. Tudo
isso trará a reinserção social e gradativa melhoria pessoal.
O sociólogo Émile Durkheim assinalou, no século XIX, um conceito de laço social que ainda hoje é bastante útil:
“Quanto maiores os laços sociais de uma determinada comunidade, menores são as taxas de mortalidade por
suicídio.”

74
Ofertando atenção, acolhimento e afeto...

... a VIDA “renasce”.

Interação com a Melhor Idade – Conselheiro Lafaiete/MG (2016).

75
ATUAÇÃO MUNICIPAL E PREVENÇÃO

A prevenção do suicídio não é tarefa simples, vez que devem ser considerados aspectos médicos, psicológicos,
familiares, socioculturais, religiosos e econômicos. Contudo, a intervenção de Institutos Municipais estabelece
um canal de proximidade e territorialidade com os indivíduos vulneráveis e com os munícipes em geral.
Equipes de saúde, assistência social, educação, dentre outras de alcance comunitário, descrevem na maioria
das vezes, um longo e próximo contato com a população local, frequentemente sendo muito bem aceitos, pro-
vendo um elo entre a sociedade e o sistema de saúde.
O conhecimento da estrutura social de determinado lugar permite, inclusive, reunir o apoio e integração de
diversos segmentos, possibilitando atenção contínua e comprometimento com a promoção do bem-estar geral.
Considerando que a Organização Mundial de Saúde (OMS), definiu para o período 2013-2020, a meta de redu-
zir em 10% os índices mundiais de autoextermínios e que cada suicídio, aflige direta e permanentemente, pelo
menos outras 6 pessoas, produzindo graves consequências familiares, financeiras, previdenciárias e sobretudo
comunitárias; o município de Conselheiro Lafaiete, aderiu à causa e entrou em ação...
Alinhado aos objetivos preconizados pelo Projeto de Valorização da Vida & Prevenção do Suicídio, Conselheiro
Lafaiete implantou o Protocolo Municipal de Prevenção e Atendimento da Rede às tentativas do ato, viabilizando
a construção de um Fluxo e orientação aos profissionais da Rede Sócio assistencial quanto aos encaminhamentos
a serem realizados.
Referido Fluxo resultou de reuniões conjuntas de várias Instituições, dentre elas: Poder Judiciário, Ministério
Público, Policlínica Municipal, Atenção e Rede de Atenção Psicossocial (CAPS III, CAPS AD, CAPS i), visando a ga-
rantia dos direitos dos usuários, a partir de princípios legais, atribuições específicas de cada órgão e serviços e,
sobretudo, da importância do trabalho Inter setorial para o atendimento com qualidade e resoluto àqueles que
se veem fragilizados pela ideação ou tentativa suicidas.

76
Desta forma o protocolo prevê, dentre ou-
tras medidas, ações de promoção em saúde
e prevenção de danos, reforçando a ação da
atenção primária, visando o fortalecimento
e a melhoria da qualidade de vida da popu-
lação. Uma das principais estratégias adota-
das é trabalhar a prevenção do suicídio ini-
cialmente na atenção básica, sensibilizando
as equipes de Estratégia da Saúde da Família
e capacitando os agentes comunitários de
saúde para que estejam aptos a identificar
pessoas com comportamentos autodestruti-
vos e fazer os encaminhamentos necessários
para o tratamento adequado, com redução
desse agravo de saúde.
O fluxo descrito nas ilustrações a seguir, se
refere ao planejamento do Município de como
será realizada a prevenção e o acompanha-
mento para cada público alvo mencionado na
Rede Sócio assistencial. Foram efetivadas ca-
pacitações de todas as equipes das unidades
de Saúde, da Atenção Básica, do desenvolvi-
mento social e das escolas, com a finalidade
de estarem aptas para a identificação precoce
de alterações de comportamento, prevenindo
as eventuais tentativas suicidas. Praça Tiradentes – Conselheiro Lafaiete/MG. (2016)

77
78
A Unidade de Saúde que acolher a criança ou
adolescente com tentativa de suicídio, deverá preencher
a Ficha de Notificação do SINAN.
*SINAN = Sistema de Informação de Agravos de
Notificação; alimentado, principalmente, pela notificação
e investigação de casos de doenças e agravos que
constam da lista nacional de doenças de notificação
compulsória (PORTARIA Nº 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE
2016).

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O Poder Legislativo Municipal também se incorporou à proposta, editando Lei específica pautada na difusão de
informação e sensibilização da sociedade para a questão, desenvolvendo estratégias de promoção da qualidade
de vida dos cidadãos.

LEI No 5.817, DE 31 DE AGOSTO DE 2016 - INSTITUI O MÊS DE SETEMBRO COMO O MÊS DE


VALORIZAÇÃO DA VIDA E PREVENÇÃO AO SUICÍDIO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
O povo do Município de Conselheiro Lafaiete, por seus representantes, decretou; e eu, Prefeito Municipal,
em seu nome, sanciono a seguinte lei: Art. 1o – Fica instituído no âmbito do Município de Conselheiro
Lafaiete o mês de setembro como o mês da valorização da vida e prevenção ao suicídio. Art. 2o – O ama-
relo é a cor que representa simbolicamente a prevenção ao ato suicida. Art. 3o – Neste período, O Poder
Público Municipal, através de seus órgãos competentes, as empresas e demais entidades da sociedade
civil realizarão ampla divulgação, palestras, debates e atendimentos, visando à conscientização da popu-
lação quanto à importância da prevenção ao suicídio em todos os setores da sociedade. Art. 4o – Poderá
o Poder Público Municipal celebrar parcerias para melhor execução das atividades a serem realizadas na
programação do mês. Art. 5o – As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão por conta das do-
tações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário. Art. 6o – Esta Lei entra em vigor na data de
sua publicação. PALÁCIO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE CONSELHEIRO LAFAIETE, AOS TRINTA E UM DIAS
DO MÊS DE AGOSTO DE 2016. IVAR DE ALMEIDA CERQUEIRA NETO - Prefeito Municipal - LUIZ ANTÔNIO
TEIXEIRA ANDRADE - Procurador Municipal.

80
81
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento desse trabalho demonstrou que informação, conhecimento, sensibilidade, preocupação,


compromisso e estreitamento de laços sociais são facilitadores para a detecção e prevenção do comportamento
suicida, mas sobretudo, propulsores da motivação para viver bem.
Nenhuma apresentação desse projeto, fora rejeitada ou desconsiderada quando explicado seu propósito, ates-
tando que o estigma ao redor do tema é facilmente vencido e os resultados positivos da sua abordagem podem
ser surpreendentes.
A sociedade Lafaietense desencadeou brilhantemente todo o processo, servindo como referência para muni-
cípios vizinhos que, motivados diante da mobilização aqui vivenciada, adotaram ações semelhantes, experimen-
tando a satisfação alcançada.
Durante o mês de setembro/2016, período de intensificação de todas as atividades propostas e em sincronismo
com a Campanha Mundial “Setembro Amarelo”, não foi registrado nenhum suicídio consumado no município de
Conselheiro Lafaiete; reafirmando a mensagem central desse Projeto: “Há muito que pode ser feito (com muito
pouco) para que nossos semelhantes não desistam e prossigam suas vidas, com saúde, equilíbrio...e felicidade!”

82
A semente foi plantada. Continuemos nossos trabalhos com dedicação e boa vontade,
certamente os frutos serão vindouros.

Crianças integradas ao Projeto: Barbacena / Conselheiro Lafaiete/MG. (2016)

83
NOTA DE ESCLARECIMENTO

Todas as fotografias divulgadas nesta obra foram obtidas em eventos e/ou ações públicas de Valorização da
Vida e Prevenção do Suicídio, previamente organizados pelos Municípios ou Instituições envolvidos no Projeto.
Referidas imagens foram agregadas ao presente livro, EXCLUSIVAMENTE com finalidade educativa para difusão
da proposta aqui apresentada.
Este trabalho não possui qualquer vinculação financeira ou comercial; sendo a totalidade dos exemplares pu-
blicados DOADOS a multiplicadores deste ideal.
O conteúdo íntegro do livro também se encontra disponível nos sites da Associação Brasileira de Estudos e Pre-
venção do Suicídio:
(www.abeps.org.br) e da Associação Brasileira de Criminologia (www.abcriminologia.com.br).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Álvarez Martín A, Speroni Lucia, Bravo Claudia, Álvarez Virginia, Albornoz Cristina, Cisterna Cristian: Suicidio em niños y
jóvenes: Um encuentro entre Salud y Educación. 3.ed. Argentina: iROJO Editores; 2014.

2. Botega NJ: Crise Suicida: avaliação e manejo. Porto Alegre: Artmed; 2015.

3. Botega NJ, Silveira Izabel Ugarte da, Mauro, Marisa Lúcia Fabrício: Telefonemas na crise: percursos e desafios na prevenção do
suicídio. Rio de Janeiro: ABP Editora; 2010.

4. Cais Carlos Filinto da Silva, Stefanello Sabrina, Botega Neury José, DÓliveira Carlos Felipe: Prevenção do Suicídio: Manual
dirigido a profissionais das equipes de saúde mental. Brasília. 2006.

5. Comissão de Estudos e Prevenção de Suicídio: Suicídio: informando para prevenir. Brasília: ABP Editora; 2014.

6. Corrêa Humberto, Barrero Sérgio Perez e outros: Suicídio: uma morte evitável. São Paulo: Editora Atheneu; 2006.

7. Durkheim, Émile: O Suicídio. São Paulo: Martins Fontes; 2000.

8. Eguiluz Luz de Lourdes, Córdova Martha Hermelinda, Rosales José Carlos: Ante el suicídio: Su comprensión y tratamento.
México: Editorial Pax México; 2010.

9. Estatísticas - Posto de Perícia Integrada de Conselheiro Lafaiete/MG (2008 -2016).

10. Nogueira Ricardo de Campos: Repercussões de projeto de implantação de rede Inter setorial de prevenção do suicídio em
municípios do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro: Dissertação de Tese - Pós-graduação - Universidade Estácio de Sá; 2013.

11. Organização Mundial da Saúde. Prevenção do suicídio: Um manual para profissionais da saúde em atenção primária.
Genebra: OMS; 2000.
12. Pinheiro, Wilzacler Rosa e Silva: Comportamento suicida na escola. São Paulo: All Print Editora; 2015.

13. Trigueiro André: Viver é a melhor opção: a prevenção do suicídio no Brasil e no mundo. São Bernardo do Campo: Correio
Fraterno; 2015.

14. World Health Organization. Preventing Suicide - A Global Imperative. Geneva: WHO; 2014.

15. www.cvv.org.br - CVV Centro de Valorização da Vida.

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