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Provas Comentadas de Contabilidade FCC

Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa

PROVAS COMENTADAS DE
CONTABILIDADE FCC

GERAL E AVANÇADA

DE ACORDO COM OS PRONUNCIAMENTOS EMANADOS PELO CPC E COM AS


LEIS 11.638/07 E 11.941/09.

ATUALIZADO COM PROVAS DE 2012

AUTORES: GABRIEL RABELO E LUCIANO ROSA

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SUMÁRIO

PROVA 1 – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL DE RO/2010 .......................................................... 3


PROVA 2 – ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SP/2011 ............................................................. 45
PROVA 3 – NOSSA CAIXA/CONTADOR/2011 .................................................................................................. 58
PROVA 4 – ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/AL/2010 .......................................................................................... 68
PROVA 5 – INFRAERO/CONTADOR/2011 ......................................................................................................... 78
PROVA 6 – AUDITOR FISCAL MUNICIPAL DE SÃO PAULO/2007 ............................................................... 92
PROVA 7 – AGENTE FISCAL DE RENDAS DE SP/2009 ................................................................................. 116
PROVA 8 – AUDITOR FISCAL MUNICIPAL DE SÃO PAULO/2012 ............................................................. 147
PROVA 9 – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE AP/2012................................................................ 169
PROVA 10 – ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 4ª/2011 ........................................................................................ 176
PROVA 11 – ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF/4ª/2010......................................................................................... 191
PROVA 12 – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA/TCE/SP/2012 ..................................................... 206
PROVA 13 – ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF 1ª/2011 ......................................................................................... 216
PROVA 14 – ANALISTA CONTÁBIL/BAHIGÁS/2010 .................................................................................... 230
PROVA 15 – AGENTE FISCAL DE RENDAS/ICMS/SP/2006 .......................................................................... 241
PROVA 16 – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE/PR/2012 .............................................................. 260

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PROVA 1 – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL DE RO/2010

Dados para as questões 1 e 2.

A Cia. Participações apresentava em seu balancete, em 31.12.X9, os saldos, em


reais, nas seguintes contas:

Disponível: 20.000,00
Títulos e valores mobiliários: 23.000,00
Fornecedores: 10.000,00
Debêntures: 5.000,00
Clientes: 40.000,00
Despesas Administrativas: 3.000,00
Provisão para créditos de liquidação duvidosa: 2.000,00
Impostos a recuperar: 9.000,00
Adiantamento de clientes: 6.000,00
Despesas financeiras: 8.000,00
Marcas e patentes: 3.000,00
Receitas financeiras: 6.000,00
Custo das mercadorias vendidas: 80.000,00
Depósitos em garantia: 10.000,00
Reserva legal: 8.000,00
Abatimentos sobre venda: 1.500,00
Estoques de mercadorias: 40.000,00
Receita de vendas 200.000,00
Capital Social 110.000,00
Empréstimos de LP 15.000,00
Receita de Equivalência Patrimonial: 6.500,00
Ações em tesouraria: 4.000,00
Investimentos em controladas: 44.000,00
Veículos: 75.000,00
Despesas de depreciação de veículos: 4.000,00
Depreciação acumulada de veículos: 7.000,00
Ajuste de avaliação patrimonial (devedor): 9.000,00
Despesas com vendas: 2.000,00.

1. Com base nas informações apresentadas, o Ativo da Cia. Participações, em


31.12.X9, era, em reais:

a) 261.000,00;
b) 259.000,00;
c) 256.000,00;
d) 255.000,00;
e) 250.000,00.

Comentários

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Classifiquemos as contas.

ATIVO

Disponível: 20.000,00
Títulos e valores mobiliários: 23.000,00
Clientes: 40.000,00
Provisão para créditos de liquidação duvidosa: (2.000,00)
Impostos a recuperar: 9.000,00
Marcas e patentes: 3.000,00
Depósitos em garantia: 10.000,00
Estoques de mercadorias: 40.000,00
Investimentos em controladas: 44.000,00
Veículos: 75.000,00
Depreciação acumulada de veículos: (7.000,00)
Total do ativo 255.000,00

Gabarito  D.

2. Em 31.12.X9, O PL da Cia. Participações era, em reais, de:

a) 217.000,00;
b) 219.000,00;
c) 225.000,00;
d) 227.000,00;
e) 237.000,00

Comentários

APURAÇÃO DO RESULTADO

Receitas: 200.000,00 + 6.000 + 6.5000

Receitas financeiras: 6.000,00


Receita de vendas 200.000,00
Receita de Equivalência Patrimonial: 6.500,00

Despesas: 3.000,00 + 8.000,00 + 80.000,00 + 1.500,00 + 4.000,00 +


2.000,00 = 98.500,00

Despesas Administrativas: 3.000,00


Despesas financeiras: 8.000,00
Custo das mercadorias vendidas: 80.000,00
Abatimentos sobre venda: 1.500,00
Despesas de depreciação de veículos: 4.000,00

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Despesas com vendas: 2.000,00.

Lucro do período = 212.500,00 – 98.500,00 = 144.000,00

Patrimônio Líquido

Reserva legal: 8.000,00


Ações em tesouraria: (4.000,00)
Ajuste de avaliação patrimonial (devedor): (9.000,00)
Capital Social 110.000,00
Lucros acumulados 114.000,00
Total do patrimônio líquido 219.000,00

Gabarito  B.

3. Na Demonstração de Fluxos de Caixa, são itens classificados como fluxo de


caixa de atividades de financiamento

a) Pagamento de caixa para aquisição de ativo intangível e o pagamento de


dividendos.
b) Os pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços e o caixa
recebido pela emissão de instrumentos patrimoniais.
c) Os recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e
outras receitas e amortização de empréstimos e financiamentos.
d) Os pagamentos de caixa para resgatar ações da entidade e para reduzir o
passivo relativo a arrendamento mercantil financeiros.
e) O caixa recebido proveniente da emissão de debêntures e os pagamentos para
aquisição de ações ou instrumentos de dívida de outras entidades.

Comentários

O fluxo de caixa é evidenciado através da demonstração de fluxo de caixa (DFC),


uma demonstração de grande importância na análise da empresa, porque
evidencia as modificações ocorridas nas disponibilidades da entidade (caixa e
bancos conta movimento, principalmente).

Sabemos que a contabilidade calcula o resultado do exercício segundo o regime de


competência. Assim, na DRE, as receitas e despesas apresentadas lá figuram
porque seus fatos geradores ocorreram, independentemente de ter havido
pagamento ou recebimento, isto é, saída ou entrada de numerário no caixa.

O resultado apurado pelo regime de caixa pode ser diferente do resultado pelo
regime de competência. O fluxo de caixa não é necessariamente coincidente com o
fluxo econômico. Ao revés, normalmente os resultados serão distintos. Por
exemplo, a empresa pode apurar lucro na DRE, e prejuízo na DFC.

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A DFC representa, destarte, as entradas e saídas de dinheiro no caixa e


equivalentes de caixa.

A Demonstração dos Fluxos de Caixa tornou-se obrigatória, no Brasil, a partir de


2008.

Conforme a Lei 6404/76:

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que
deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as
mutações ocorridas no exercício:

IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de


2007)
§ 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a
R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e
publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada pela Lei nº
11.638,de 2007).

Costuma-se classificar os fluxos de caixa em três fluxos: operacionais;


financiamentos; investimentos.

Os fluxos das operações são os decorrentes das atividades operacionais da


empresa, ou seja, decorrentes da exploração do objeto social da empresa. O fluxo
de financiamento refere-se a empréstimos e financiamentos obtidos pela empresa,
inclusive recebimento de empréstimos e pagamento na amortização dessas
dívidas. Por sua vez, os fluxos de investimentos representam investimento em
imobilizados e outras sociedades.

FLUXOS DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS

O montante dos fluxos de caixa advindos das atividades operacionais é um


indicador chave da extensão pela qual as operações da entidade têm gerado
suficientes fluxos de caixa para amortizar empréstimos, manter a capacidade
operacional da entidade, pagar dividendos e juros sobre o capital próprio e fazer
novos investimentos sem recorrer a fontes externas de financiamento. As
informações sobre os componentes específicos dos fluxos de caixa operacionais
históricos são úteis, em conjunto com outras informações, na projeção de fluxos
futuros de caixa operacionais.

Os fluxos de caixa advindos das atividades operacionais são basicamente


derivados das principais atividades geradoras de receita da entidade.

Portanto, eles geralmente resultam de transações e de outros eventos que entram


na apuração do lucro líquido ou prejuízo. Exemplos de fluxos de caixa que
decorrem das atividades operacionais são:

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(a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços;


(b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras
receitas;
(c) pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços;
(d) pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados;
(e) recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros,
anuidades e outros benefícios da apólice;
(f) pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que
possam ser especificamente identificados com as atividades de financiamento ou
de investimento; e
(g) recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação
imediata ou disponíveis para venda futura.

Algumas transações, como a venda de item do imobilizado, podem resultar em


ganho ou perda, que é incluído na apuração do lucro líquido ou prejuízo. Os fluxos
de caixa relativos a tais transações são fluxos de caixa provenientes de atividades
de investimento.

Entretanto, pagamentos em caixa para a produção ou a aquisição de ativos


mantidos para aluguel a terceiros que, em seqüência, são vendidos são fluxos de
caixa advindos das atividades operacionais. Os recebimentos de aluguéis e das
vendas subseqüentes de tais ativos são também fluxos de caixa das atividades
operacionais.

FLUXOS DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS

A divulgação em separado dos fluxos de caixa advindos das atividades de


investimento é importante em função de tais fluxos de caixa representarem a
extensão em que os dispêndios de recursos são feitos pela entidade com a
finalidade de gerar lucros e fluxos de caixa no futuro. Somente desembolsos que
resultam em ativo reconhecido nas demonstrações contábeis são passíveis de
classificação como atividades de investimento. Exemplos de fluxos de caixa
advindos das atividades de investimento são:

(a) pagamentos em caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangíveis e outros


ativos de longo prazo. Esses pagamentos incluem aqueles relacionados aos custos
de desenvolvimento ativados e aos ativos imobilizados de construção própria;
(b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangíveis e
outros ativos de longo prazo;
(c) pagamentos em caixa para aquisição de instrumentos patrimoniais ou
instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint
ventures (exceto aqueles pagamentos referentes a títulos considerados como
equivalentes de caixa ou aqueles mantidos para negociação imediata ou futura);
(d) recebimentos de caixa provenientes da venda de instrumentos patrimoniais ou
instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint

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ventures (exceto aqueles recebimentos referentes aos títulos considerados como


equivalentes de caixa e aqueles mantidos para negociação imediata ou futura);
(e) adiantamentos em caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto aqueles
adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira);
(f) recebimentos de caixa pela liquidação de adiantamentos ou amortização de
empréstimos concedidos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e empréstimos
de instituição financeira);
(g) pagamentos em caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto
quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou futura, ou os
pagamentos forem classificados como atividades de financiamento; e
(h) recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto
quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura,
ou os recebimentos forem classificados como atividades de financiamento.

FLUXOS DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO

A divulgação separada dos fluxos de caixa advindos das atividades de


financiamento é importante por ser útil na predição de exigências de fluxos futuros
de caixa por parte de fornecedores de capital à entidade. Exemplos de fluxos de
caixa advindos das atividades de financiamento são:

(a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais;


(b) pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da
entidade;
(c) caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias,
outros títulos de dívida, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos;
(d) amortização de empréstimos e financiamentos; e
(e) pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a
arrendamento mercantil financeiro.

De posse dessas informações, analisemos as assertivas.

a) Pagamento de caixa para aquisição de ativo intangível e o pagamento


de dividendos.

O pagamento para aquisição de intangível é fluxo de investimento. Sobre os juros


e dividendos, temos o seguinte disposto no CPC:

34A. Este Pronunciamento encoraja fortemente as entidades a classificarem os


juros, recebidos ou pagos, e os dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos
como fluxos de caixa das atividades operacionais, e os dividendos e juros sobre o
capital próprio pagos como fluxos de caixa das atividades de financiamento.
Alternativa diferente deve ser seguida de nota evidenciando esse fato.

Esquematizemos:

Juros recebidos ou pagos  Fluxos operacionais

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Dividendos e juros sobre capital próprio recebidos  Fluxos operacionais


Dividendos e juros sobre capital próprio pagos  Fluxos de financiamento

Considerando que a questão pede o fluxo de financiamento, este não é nosso


gabarito.

b) Os pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços e o


caixa recebido pela emissão de instrumentos patrimoniais.

O pagamento de caixa a fornecedor de mercadorias e serviço é fluxo operacional.


O caixa recebido pela emissão de instrumento patrimonial (como a emissão de
opção para compra de ação) é fluxo de financiamento.

c) Os recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários,


comissões e outras receitas e amortização de empréstimos e
financiamentos.

Os recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras


receitas são fluxos operacionais. A amortização de empréstimos e financiamentos
é, sim, atividade de financiamento.

d) Os pagamentos de caixa para resgatar ações da entidade e para reduzir


o passivo relativo a arrendamento mercantil financeiros.

Esse é o nosso gabarito.

e) O caixa recebido proveniente da emissão de debêntures e os


pagamentos para aquisição de ações ou instrumentos de dívida de outras
entidades.

O caixa recebido na emissão de debêntures é, sim, fluxo de financiamento.


Todavia, o pagamento para aquisição de ações ou instrumentos de dívidas de
outras entidades é fluxo de investimento.

Gabarito  D.

4. A empresa HAGA apresenta a seguinte Demonstração do Resultado do Exercício


findo em X9.

Receita Líquida de vendas 150.000,00


Custo dos produtos vendidos (87.000,00)
Lucro Bruto 63.000,00
Despesas de Vendas (8.400,00)
Despesas Administrativas (25.600,00)
Despesas de Depreciação (3.000,00)

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Resultado de Equivalência Patrimonial 6.000,00


Prejuízo na venda de imobilizado (2.000,00)
Resultado antes do IR e CSLL 21.000,00
IR e CSLL (9.000,00)
Lucro Líquido 21.000,00

Na elaboração da demonstração dos fluxos de caixa, pelo método indireto,


considerando apenas os valores constantes na demonstração do resultado do
exercício acima, o valor do ajuste do lucro líquido é, em reais:

a) 34.000,00 positivo
b) 6.000,00 negativo
c) 5.000,00 positivo
d) 3.000,00 negativo
e) 1.000,00 negativo

Comentários

A apuração da DFC pode ser feita pelo método direto ou pelo método
indireto. A diferença entra ambos está no fluxo operacional, tão-somente. A DFC
pelo método indireto parte do lucro líquido fazendo os ajustes correspondentes,
como é o caso da questão.

Ao partir do lucro líquido do exercício, estamos considerando que todo o lucro


ingressou no caixa, o que, de fato, não é verdade. Assim, os ajustes servem para
adequar o resultado econômico ao resultado financeiro.

Repita-se: no método indireto, partimos do resultado do período e somamos ou


diminuímos os valores que afetaram o resultado, mas que não representam saídas
ou entradas de dinheiro.

No nosso caso:

Lucro Líquido 21.000,00


Ajustes para mais ou para menos
+ Prejuízo na venda de imobilizado 2.000,00
- Resultado de equivalência patrimonial (6.000,00)
+ Despesa de depreciação 3.000,00
Lucro líquido ajustado 20.000

Valor do ajuste: 1.000 negativo.

E por que o ajuste fora feito desta forma?

O prejuízo na venda de imobilizado deve ser somado, uma vez que esse valor é
considerado quando do fluxo de investimento. Não deve, portanto, figurar como

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fluxo de atividade operacional. Devemos tirar o seu efeito da DRE. E se na DRE


estava originariamente subtraindo, devemos somá-lo agora.

As despesas de depreciação devem ser adicionadas, uma vez que representaram


despesas na DRE (logo, são diminuídas), porém, não configuram saída efetiva no
caixa.

Já a Receita de Equivalência Patrimonial não representa efetivo ingresso de recurso


no caixa, mas como houve adição no resultado, devemos agora subtraí-la.

Gabarito  E.

5. Sobre os ativos intangíveis gerados internamente pode-se afirmar que:

a) A entidade pode, durante a fase de desenvolvimento e em alguns casos,


identificar um ativo intangível e demonstrar que o mesmo gerará prováveis
benefícios econômicos futuros.
b) Os gastos da empresa, tanto na fase de pesquisa quanto na fase de
desenvolvimento, devem ser reconhecidos no ativo da entidade.
c) As atividades destinadas à obtenção de novos conhecimentos devem ser
reconhecidas no ativo pelo valor do custo.
d) Os gastos com o projeto devem ser considerados como incorridos apenas na
fase de desenvolvimento, quando a entidade não conseguir diferenciar a fase de
pesquisa da fase de desenvolvimento.
e) Os gastos na fase de desenvolvimento, em qualquer situação, devem ser
reconhecidos no resultado.

Comentários

Antes de começarmos a norma que rege os ativos intangíveis, devemos nos


perguntar: O que são ativos intangíveis? A resposta é simples. Podemos dizer, em
linguajar simples, que os intangíveis são aqueles ativos que não têm
existência física. Como exemplos de intangíveis, temos os direitos de exploração
de serviços públicos mediante concessão ou permissão do Poder Público, marcas e
patentes, fundo de comércio adquirido.

Segundo a lei 6.404.

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados


à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo
de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007)

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O subgrupo intangível ganhou existência com a vigência da Lei 11.638/07, que


separou os direitos corpóreos no imobilizado e os incorpóreos no intangível. Antes,
classificaríamos tudo no imobilizado.

Frise-se, também, que o subgrupo deve estar contido no grupo ativo não-
circulante.

O ativo intangível é matéria que tem seu regulamento no CPC 04 – Ativo


Intangível.

O conceito de ativo intangível veio trazido pela norma, como se segue:

IMPORTANTÍSSIMO:

Ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância


física.

Ativo monetário é aquele representado por dinheiro ou por direitos a serem


recebidos em dinheiro. Ora, interpretando-se a contrario sensu, ativo não
monetário é aquele que não é representado por dinheiro ou direito a ser recebido
em dinheiro.

Uma máquina é representada por dinheiro ou direito a ser recebido em dinheiro?


Não! Logo, é um ativo não monetário. O mesmo vale para os intangíveis. No
exemplo do software, é representado por dinheiro ou direito a ser recebido em
dinheiro? Não! Logo, é um ativo não monetário. Mas o software será imobilizado
ou intangível? Intangível. Por quê? Vejam a definição: Ativo intangível é um ativo
não monetário identificável sem substância física.

Exemplos de itens que se enquadram nessas categorias amplas são: softwares,


patentes, direitos autorais, direitos sobre filmes cinematográficos, listas de
clientes, direitos sobre hipotecas, licenças de pesca, quotas de importação,
franquias, relacionamentos com clientes ou fornecedores, fidelidade de clientes,
participação no mercado e direitos de comercialização.

Segundo o CPC, três são as condições para que os itens acima sejam considerados
ativos intangíveis, a saber:

Identificável
Ativo Intangível

Controlável

Gerador de Benefícios Econômicos Futuros

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Por exemplo, um cursinho está sendo vendido. Junto dele há uma lista de 1.000
alunos que o cursinho considera como clientela fiel. Essa clientela será considerada
intangível? Analisemos. É identificável? Sim! São 1.000 alunos. Gera benefícios
futuros? Sim! Gera receitas para a empresa. É controlável? Não. Não é controlável.
Então não devemos considerar como intangível.

Nem todos os itens descritos no item anterior (softwares, patentes) se enquadram


na definição de ativo intangível, ou seja, são identificáveis, controláveis e
geradores de benefícios econômicos futuros.

Atenção! Caso um item abrangido pelo CPC 04 não atenda à definição de ativo
intangível, o gasto incorrido na sua aquisição ou geração interna deve ser
reconhecido como despesa quando incorrido. No entanto, se o item for
adquirido em uma combinação de negócios, passa a fazer parte do ágio derivado
da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) reconhecido na data da aquisição.

O ágio por expectativa de rentabilidade futura é o excesso de preço pago pela


compra de um empreendimento ou patrimônio sobre o valor de mercado de seus
ativos líquidos.

Vejamos um exemplo.

Suponha que uma empresa seja avaliada pelo valor de mercado em R$ 100.000.
Todavia, um comprador, interessado no negócio, examinando a situação da
empresa resolve pagar R$ 120.000. Nesta situação temos um goodwill de R$
20.000. Não podemos identificar individualmente os itens que compõem este ágio.
O ágio, neste caso, pode ser considerado como o somatório de vários itens não
identificáveis como, por exemplo, capital intelectual, marca, tecnologia, lealdade
dos clientes.

É esta a diferença entre o intangível e o ágio de expectativa futura: o


intangível pode ser reconhecido individualmente, o ágio não.

IMPORTANTE

Um intangível será reconhecido se, cumulativamente, atender aos seguintes


critérios:
- Atender ao conceito de intangível, ou seja, ser não monetário identificável sem
substância física;
- Ser identificável, controlável e gerar benefícios futuros.

Passemos à resolução da questão.

Pesquisa é a investigação original e planejada realizada com a expectativa de


adquirir novo conhecimento e entendimento científico ou técnico.

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Desenvolvimento é a aplicação dos resultados da pesquisa ou de outros


conhecimentos em um plano ou projeto visando à produção de materiais,
dispositivos, produtos, processos, sistemas ou serviços novos ou substancialmente
aprimorados, antes do início da sua produção comercial ou do seu uso.

O Pronunciamento define ainda a seguinte forma de contabilização:

(a) gastos de pesquisa – como despesa quando incorridos;


(b) gastos de desenvolvimento que não atendem aos critérios de reconhecimento
como ativo intangível, previstos no item 56 – como despesa quando incorridos; e
(c) gastos de desenvolvimento em conformidade com referidos critérios de
reconhecimento do item 56 – contabilizados no Ativo Intangível.

Portanto, os gastos com Pesquisa vão para despesa quando incorridos. Isso é
reforçado pelo item 53, confira:

FASE DE PESQUISA

53. Nenhum ativo intangível resultante de pesquisa (ou da fase de pesquisa de


projeto interno) deve ser reconhecido. Os gastos com pesquisa (ou da fase de
pesquisa de projeto interno) devem ser reconhecidos como despesa quando
incorridos.

Por “reconhecido” entenda-se “reconhecido como ativo intangível, contabilizado no


ativo, ativado.”

Quanto aos gastos com desenvolvimento, se atenderem a certas condições, devem


ser reconhecidos. Do contrário, não.

Chegamos assim ao gabarito da questão: a) a entidade pode, durante a fase de


desenvolvimento e em alguns casos, identificar um ativo intangível e demonstrar
que o mesmo gerará prováveis benefícios econômicos futuros.

Os critérios para o reconhecimento dos gastos de desenvolvimento como ativo


intangível são:

FASE DE DESENVOLVIMENTO

56. Um ativo intangível resultante de desenvolvimento (ou da fase de


desenvolvimento de projeto interno) deve ser reconhecido somente se a entidade
puder demonstrar todos os aspectos a seguir enumerados:

(a) viabilidade técnica para concluir o ativo intangível de forma que ele seja
disponibilizado para uso ou venda;
(b) intenção de concluir o ativo intangível e de usá-lo ou vendê-lo;
(c) capacidade para usar ou vender o ativo intangível;
(d) forma como o ativo intangível deve gerar benefícios econômicos futuros.

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Entre outros aspectos, a entidade deve demonstrar a existência de mercado para


os produtos do ativo intangível ou para o próprio ativo intangível ou, caso este se
destine ao uso interno, a sua utilidade;
(e) disponibilidade de recursos técnicos, financeiros e outros recursos adequados
para concluir seu desenvolvimento e usar ou vender o ativo intangível; e
(f) capacidade de mensurar com segurança os gastos atribuíveis ao ativo
intangível durante seu desenvolvimento.

Analisemos os erros das outras assertivas:

b) os gastos da empresa, tanto na fase de pesquisa quanto na fase de


desenvolvimento, devem ser reconhecidos no ativo da entidade.

Item incorreto. Gastos com pesquisa vão para despesa quando incorridos. E gastos
com desenvolvimento somente são reconhecidos no ativo se atenderem às seis
condições listadas acima. (item 56)

c) as atividades destinadas à obtenção de novos conhecimentos devem ser


reconhecidas no ativo pelo valor do custo.

Item incorreto. O Pronunciamento define pesquisa como “a investigação original e


planejada realizada com a expectativa de adquirir novo conhecimento e
entendimento científico ou técnico”.

E os gastos com pesquisa vão para despesa, quando incorridos.

d) os gastos com o projeto devem ser considerados como incorridos apenas na


fase de desenvolvimento, quando a entidade não conseguir diferenciar a fase de
pesquisa da fase de desenvolvimento.

Item incorreto. Os gastos devem ser considerados como incorridos conforme o


princípio da competência. E se a empresa não conseguir diferenciar a fase de
pesquisa da fase de desenvolvimento, deve considerar os gastos do projeto como
despesa, pelo princípio da Prudência.

e) os gastos na fase de desenvolvimento, em qualquer situação, devem ser


reconhecidos no resultado.

Item incorreto. Os gastos na fase de desenvolvimento devem ser reconhecidos no


resultado apenas se não atenderem aos critérios do item 56 acima. Do contrário,
serão reconhecidos no ativo Intangível.

Gabarito  A.

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6. Em janeiro, uma empresa adquiriu mercadorias no valor de R$ 90.000,00, tendo


pago 60% à vista. O restante do pagamento dessas mercadorias foi realizado em
março. Em março, a empresa vendeu estas mercadorias por R$ 190.000,00 e
recebeu 50% à vista (o restante das vendas foi recebido em agosto). O lucro bruto
obtido pela empresa no mês de março, com as vendas de mercadorias foi, em
reais,

a) 5.000,00;
b) 59.000,00;
c) 100.000,00;
d) 136.000,00;
e) 154.000,00

Comentários

Na aquisição:

D – Mercadorias (ativo) 90.000,00


C – Caixa (ativo) 54.000,00
C – Fornecedores (passivo) 36.000,00

Em março, no momento da venda, registramos:

D – Clientes (ativo) 95.000,00


D – Caixa (ativo) 95.000,00
C – Receita de Vendas (resultado) 190.000,00

E também

D – Custo da mercadoria vendida (resultado) 90.000,00


C – Mercadorias (ativo) 90.000,00

A questão não fala sobre tributação, então consideraremos como zero.

O lucro bruto é o resultado da vendas subtraindo-se o custo da mercadoria


vendida.
Neste caso:

Lucro bruto = Receita bruta – deduções – custo da mercadoria vendida.

Não temos deduções, então teremos:

Lucro bruto = 190.000,00 – 90.000,00 = 100.000,00.

Gabarito  C.

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7. Em 1.6.X9, a empresa Dara efetuou o desconto de duplicatas no valor de R$


30.000,00, cujo vencimento era 31.07.X9, à taxa de juros de 2,5% a.m. (juros
simples). As despesas cobradas pelo banco foram de R$ 500,00. Sabendo que no
dia 31.07.X9 o cliente não pagou a duplicata, a empresa nesta data, debitou.

a) Disponível e creditou duplicatas descontadas no valor de R$ 28.000,00


b) Duplicatas descontadas e creditou disponível, no valor de R$ 28.000,00
c) Duplicatas descontadas e creditou clientes, no valor de R$ 30.000,00
d) Perdas com clientes e creditou clientes, no valor de R$ 28.000,00
e) Duplicatas descontadas e creditou disponível, no valor de R$ 30.000,00

Comentários

Contabilização:

1) Pelo registro do desconto creditado em conta:

D - Banco C/ Movimento (Ativo Circulante) 29.500,00


D – Despesas bancárias (Resultado) 500,00
C – Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante) 30.000,00

2) Pelo registro do débito bancário, relativo a juros e encargos sobre a operação:

D – Encargos Financeiros a Transcorrer (Ativo Circulante) 1.500,00 (2,5% x


2 meses x 30.000)
C - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) 1.5000,00

3) Se o cliente tivesse liquidado a duplicata, quando da liquidação da duplicata


descontada pelo cliente, lançaríamos:

D - Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante) 30.000,00


C - Duplicatas a Receber (Ativo Circulante) 30.000,00

4) Todavia, não foi isso que ocorreu. Na hipótese do cliente não ter liquidado a
duplicata e o banco debitar o respectivo valor na conta da empresa, então o
lançamento será:

D - Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante) 30.000,00


C - Banco C/Movimento (Ativo Circulante) 30.000,00

Assim, o gabarito da questão, é a letra E (débito em duplicatas descontadas e


créditos em disponível).

Atenção: antes das alterações na contabilidade, a conta “Duplicatas Descontadas”


era classificada no Ativo, como retificadora da conta “Duplicatas a Receber”.
Atualmente, no entanto, deve ser classificada no Passivo.

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Gabarito  E.

8. Em 01.01.X9, a Cia. Alfa adquiriu 20% da Cia. Beta por R$ 50.000,00, não
possuindo influência na Administração. O PL da Cia. Beta, em 01.01.X9, era de R$
250.000,00 e a Cia. Alfa adquiriu apenas ações preferenciais. Durante X9 a Cia.
Beta obteve lucro de R$ 75.000,00 e distribuiu dividendos no valor de R$
50.000,00. Com base nessas informações, o valor do investimento contabilizado
no ativo circulante da Cia Alfa pela receita decorrente de tal investimento
evidenciada em sua Demonstração de Resultados fora, respectivamente e em
reais:

a) 50.000,00 e 10.000,00
b) 55.000,00 e 5.000,00
c) 55.000,00 e 10.000,00
d) 65.000,00 e 10.000,00
e) 65.000,00 e 15.000,00

Comentários

As ações de uma empresa podem ser de dois tipos: ordinárias ou preferenciais. As


ordinárias dão direito a voto. As preferenciais, em regra, não.

Alfa adquiriu apenas ações preferenciais, portanto, não tem direito a voto. Resta
saber por qual critério avaliaremos o investimento:

- método da equivalência patrimonial;


- custo no ativo não circulante;
- valor justo, no ativo circulante; ou, ainda
- valor de custo no ativo circulante.

Passemos a analisar a Lei 6.404/76:

Art. 243

§ 1º: São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência


significativa.

§ 2º: Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou


através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de
modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a
maioria dos administradores.
§ 4º Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou
exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da
investida, sem controlá-la.

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§5º É presumida influência significativa quando a investidora for titular de 20%


(vinte por cento) ou mais do capital votante da investida, sem controlá-la.

O principal conceito para definir se uma empresa é ou não coligada é a existência


da “influência significativa”. Se houver influência significativa, é coligada e deve
ser usado o método da equivalência patrimonial. Se não houver influência
significativa e se tratar de investimento permanente, deve ser avaliado pelo
método de custo.

Devemos notar que o §5º apresenta uma presunção relativa, que admite prova em
contrário.

Pois bem, neste caso não se trata de controlada, nem de coligada (uma vez que
inexiste influência significativa e os 20% são de ações preferenciais, sem direito a
voto).

O investimento será, portanto, avaliado pelo método do custo, ficando


classificado em ativo não circulante – investimentos.

Na aquisição:

D – Investimentos permanentes (ANC – Investimentos) 50.000,00


C – Caixa (Ativo circulante) 50.000,00

Na distribuição de lucros, 20% irá para Alfa, ou seja, R$ 10.000 (20% x 50.000)

D – Dividendos a receber (Ativo Circulante) 10.000,00


C – Receita de dividendos (Resultado) 10.000,00

Há que se salientar que se o dividendo for recebido antes de 6 meses da


aquisição os resultados obtidos são tratados como redução do valor das
ações.

Gabarito  A.

9. Ao contabilizar os dividendos distribuídos por controladas, a controladora debita


caixa/contas a receber e credita

a) Receita de Equivalência Patrimonial.


b) Receita Eventual.
c) Receita de Dividendos.
d) Investimentos.
e) Outras receitas.

Comentários

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Conforme a Lei 6404/76, art.248, os investimentos em coligadas ou em


controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou
estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência
patrimonial.

No método da Equivalência Patrimonial, a parcela do lucro da investida é


contabilizada na investidora a débito de Investimento e a crédito de Resultado da
Equivalência Patrimonial. Dessa forma, os resultados apurados na investida são
reconhecidos na investidora, à medida em que vão ocorrendo.

Os dividendos distribuídos são creditados em investimentos (diminuem o valor do


investimento) e debitados em dividendos a receber.

Efetuando as contabilizações na Investidora:

Pela aquisição das ações da Cia Investida:

D – Investimentos (ANC - Investimentos)


C – Caixa ou bancos (AC)

Pela Equivalência Patrimonial

D – Investimentos
C – Resultado da Equivalência Patrimonial (resultado)

Pela Distribuição dos dividendos

D – Dividendos a Receber (AC)


C –Investimentos (AÑC - Investimentos)

Portanto, o gabarito é letra D.

Gabarito  D.

10. Uma empresa adquiriu uma máquina, em 01/01/X1, pelo valor de R$


240.000,00 para utilização em suas operações. A vida útil econômica, estimada
pela empresa, para esta máquina foi de 6 anos, sendo que a empresa esperava
vendê-la por R$ 60.000,00 ao final deste prazo. No entanto, no início do segundo
ano de uso, a empresa reavaliou que a vida útil remanescente da máquina era de
três anos e o valor estimado de venda ao final do período era R$ 45.000,00.

A empresa utiliza o método das quotas constantes e, ao final de X1, não houve
ajuste no valor do ativo pelo teste de recuperabilidade. Sendo assim, os valores
das despesas de depreciação nos anos X1 e X2, em relação a essa máquina,
foram, respectivamente, e em reais:

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A) 30.000,00 e 55.000,00
B) 30.000,00 e 65.000,00
C) 40.000,00 e 40.000,00
D) 40.000,00 e 70.000,00
E) 45.000,00 e 50.000,00

Comentários

Esta questão explora uma novidade, estatuída no CPC 27: Para fins contábeis, a
empresa deve calcular a depreciação pela melhor estimativa técnica, e não
simplesmente seguir as taxas determinadas pelo Fisco.

Explique-se melhor este ponto.

ESTIMATIVA CONTÁBIL X CRITÉRIO FISCAL

Para a contabilidade, a depreciação deve ser calculada segundo a melhor


estimativa técnica. Por exemplo, se a Empresa X adquire dois veículos idênticos e
estima que um terá vida útil de 6 anos e o outro terá vida útil de 4 anos (o
segundo será utilizado em condições mais severas que o primeiro), deve depreciá-
los conforme esta estimativa.

Ocorre que o Fisco (IR) aceita apenas determinados prazos para cálculo da
depreciação. As diferenças deveriam ser ajustadas, para efeito de Imposto de
Renda. Com isso, as empresas passaram a usar o critério fiscal. Mas,
contabilmente, deve ser usada a melhor estimativa técnica, ainda que diferente do
critério fiscal. Para concursos, devemos usar o que informa a questão. Se não
mencionar vida útil, usamos o que o fisco determina:

Depreciação. Taxas permitidas pelo fisco para efeito de IR:

Veículos: 5 anos ou 20% ao ano


Máquinas e equipamentos: 10 anos ou 10% ao ano
Móveis e utensílios: 10 anos ou 10 % ao ano
Imóveis: 25 anos ou 4 % ao ano.

Agora, vamos ao cálculo da depreciação do primeiro ano:

Valor contábil 240.000


(-) Valor residual (60.000)
(=) Valor depreciável 180.000

Como a vida útil foi estimada em 6 anos, dividimos o valor depreciável por 6 para
calcular a depreciação do ano 1:

180.000 / 6 = 30.000 depreciação de X1.

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No início do segundo ano de uso, a empresa reavaliou que a vida útil


remanescente da máquina era de três anos e o valor estimado de venda ao final
do período era R$ 45.000,00.

E agora? Podemos mudar a estimativa inicial de vida útil de 6 anos e valor residual
de 60.000? Podemos não, devemos. A contabilidade deve trabalhar com a melhor
estimativa.

E como vamos efetuar essa mudança de estimativa? Estornamos a depreciação de


X1 e calculamos tudo desde o começo, nas novas bases, OU mudamos de X2 em
diante?

Veja trecho do pronunciamento 23:

MUDANÇA NAS ESTIMATIVAS CONTÁBEIS

32. Como consequência das incertezas inerentes às atividades empresariais,


muitos itens nas demonstrações contábeis não podem ser mensurados com
precisão, podendo apenas ser estimados. A estimativa envolve julgamentos
baseados na última informação disponível e confiável. Por exemplo, podem ser
exigidas estimativas de:

(a) créditos de liquidação duvidosa;


(b) obsolescência de estoque;
(c) valor justo de ativos financeiros ou passivos financeiros;
(d) vida útil de ativos depreciáveis ou o padrão esperado de consumo dos
futuros benefícios econômicos incorporados nesses ativos; e
(e) obrigações decorrentes de garantias.

33. O uso de estimativas razoáveis é parte essencial da elaboração de


demonstrações contábeis e não reduz sua confiabilidade.

34. A estimativa pode necessitar de revisão se ocorrerem alterações nas


circunstâncias em que a estimativa se baseou ou em consequência de novas
informações ou de maior experiência. Dada a sua natureza, a revisão da
estimativa não se relaciona com períodos anteriores nem representa
correção de erro.

35. A mudança na base de avaliação é uma mudança na política contábil e não


uma mudança na estimativa contábil. Quando for difícil distinguir uma mudança na
política contábil de uma mudança na estimativa contábil, a mudança é tratada
como mudança na estimativa contábil.

36. O efeito de mudança na estimativa contábil que não seja uma mudança à
qual se aplique o item 37 deve ser reconhecido prospectivamente, incluindo-o
nos resultados do:

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(a) período da mudança, se a mudança afetar apenas esse período; ou


(b) período da mudança e futuros períodos, se a mudança afetar todos eles.
37. Se a mudança na estimativa contábil resultar em mudanças em ativos e
passivos, ou relacionar-se a componente do patrimônio líquido, ela deve ser
reconhecida pelo ajuste no correspondente item do ativo, do passivo ou do
patrimônio líquido no período da mudança.

38. O reconhecimento prospectivo do efeito de mudança na estimativa contábil


significa que a mudança é aplicada a transações, a outros eventos e a
condições a partir da data da mudança na estimativa. A mudança em uma
estimativa contábil pode afetar apenas os resultados do período corrente ou os
resultados tanto do período corrente como de períodos futuros. Por exemplo, a
mudança na estimativa de créditos de liquidação duvidosa afeta apenas os
resultados do período corrente e, por isso, é reconhecida no período corrente.
Porém, a mudança na estimativa da vida útil de ativo depreciável, ou no padrão
esperado de consumo dos futuros benefícios desse tipo de ativo, afeta a
depreciação do período corrente e de cada um dos futuros períodos durante a vida
útil remanescente do ativo. Em ambos os casos, o efeito da mudança relacionada
com o período corrente é reconhecido como receita ou despesa no período
corrente. O efeito, caso exista, em períodos futuros é reconhecido como receita ou
despesa nesses períodos futuros.

Portanto, não alteramos a depreciação já contabilizada em X1. As mudanças nas


estimativas produzirão efeitos em X2 e nos exercícios futuros.

O cálculo da depreciação de X2 fica assim:

Valor contábil 240.000


(-) Depreciação X1 (30.000)
(-) Valor residual (45.000)
(=) Valor depreciável 165.000

Como a vida útil remanescente é de 3 anos, dividimos o valor depreciável por 3


para calcular a depreciação de X2:

165.000/3 = 55.000

Gabarito  A.

11. Uma empresa adquiriu um veículo por arrendamento mercantil financeiro que
será pago em 48 prestações mensais de R$ 1.000,00 cada. O valor presente das
prestações é de R$ 30.673,00 e a taxa de juros compostos implícita no
arrendamento mercantil é de 2% ao mês. No momento da aquisição, a empresa
deve reconhecer, em reais,

A) um ativo de 30.673,00 e uma despesa financeira de 613,46.

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B) um ativo de 30.673,00.
C) um passivo de 48.000,00.
D) um ativo de 48.000,00 e uma receita financeira de 17.327,00.
E) um ativo de 30.673,00 e uma despesa financeira de 17.327,00.

Comentários

Versa a questão sobre arrendamento. Inicialmente, cumpre dizer que o


arrendamento pode ser operacional ou financeiro, basicamente.

Um arrendamento mercantil é classificado como financeiro se ele transferir


substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade. Um
arrendamento mercantil é classificado como operacional se ele não transferir
substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade.

A classificação de um arrendamento mercantil como arrendamento mercantil


financeiro ou arrendamento mercantil operacional depende da essência da
transação e não da forma do contrato. Exemplos de situações que individualmente
ou em conjunto levariam normalmente a que um arrendamento mercantil fosse
classificado como arrendamento mercantil financeiro são:

(a) o arrendamento mercantil transfere a propriedade do ativo para o arrendatário


no fim do prazo do arrendamento mercantil;
(b) o arrendatário tem a opção de comprar o ativo por um preço que se espera
seja suficientemente mais baixo do que o valor justo à data em que a opção se
torne exercível de forma que, no início do arrendamento mercantil, seja
razoavelmente certo que a opção será exercida;
(c) o prazo do arrendamento mercantil refere-se à maior parte da vida econômica
do ativo mesmo que a propriedade não seja transferida;
(d) no início do arrendamento mercantil, o valor presente dos pagamentos
mínimos do arrendamento mercantil totaliza pelo menos substancialmente todo o
valor justo do ativo arrendado; e
(e) os ativos arrendados são de natureza especializada de tal forma que apenas o
arrendatário pode usá-los sem grandes modificações.

Decore os 5 itens acima. Não são difíceis, e uma questão pode não mencionar se o
arrendamento é operacional ou financeiro, mas indicar uma ou mais das
características acima. Por exemplo:

- A Cia ABC contratou o arrendamento de uma máquina construída especialmente


para ser usada nas suas operações (arrendamento financeiro – item “e” acima).

- Um veículo foi arrendado por dois anos, com valor residual segundo a tabela da
Revista 4 Rodas do final do contrato. Supondo que a tabela da Revista 4 Rodas
represente o valor justo do veículo, será arrendamento operacional (não atende o
item b).

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- Um veículo foi arrendado por dois anos, com valor residual de 500 reais. Nesse
caso, teremos arrendamento financeiro, pois o valor residual é mais baixo que o
valor justo (nenhum veículo com dois anos de uso custa apenas 500 reais).

Passemos a analisar a nossa questão.

Este tipo de questão está sendo repetido em várias provas da FCC. Precisamos
saber apenas a contabilização inicial do arrendamento mercantil financeiro para
encontrar a resposta:

Contabilização inicial do arrendamento mercantil financeiro:

D – Veículo (ativo imobilizado) 30.673


D – Encargos financeiros a transcorrer (retificadora passivo) 17.327
C – Arrendamento financeiro a pagar (passivo) 48.000

A despesa financeira é reconhecida por competência, pró rata temporis. Assim,


descartamos as alternativas a e e. Descartamos também a alternativa d, não há
reconhecimento de receita no arrendatário.

Quanto à alternativa c, o valor do passivo reconhecido inicialmente é de 48.000 –


17.327 = 30.673.

A conta Encargos financeiros a transcorrer fica no passivo, retificando o valor de


48.000.

Gabarito  B.

12. Gera lançamento contábil em conta de resultados:

a) a compra de ações de própria emissão da empresa.


b) o recebimento de ágio na emissão de ações.
c) a baixa da provisão para créditos de liquidação duvidosa por perdas
reconhecidas.
d) o ajuste pela taxa efetiva de juros de títulos mantidos até o vencimento.
e) a aquisição de computadores para a área de vendas.

Comentários

a) compra de ações de própria emissão da empresa.

Trata-se das ações em tesouraria. Ações em tesouraria são as ações da empresa


adquiridas pela própria empresa e mantidas na tesouraria. O limite do saldo da
conta ações em tesouraria é o saldo de lucros acumulados e reservas, exceto a
reserva legal (estudada a seguir). A conta ações em tesouraria é redutora do PL.

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Art. 182. § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como


dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos
aplicados na sua aquisição.

As ações em tesouraria não terão direito a dividendo e a voto e o resultado obtido


na venda de tais ações não deve transitar pelo resultado do exercício, tendo como
contrapartidas as contas de reservas ou lucros acumulados.

O lançamento, pela aquisição, é o seguinte:

D – Ações em tesouraria (Redutora do PL)


C – Caixa (- Ativo)

Pela alienação, lançamos o seguinte:

D – Caixa (Ativo)
C – Ações em tesouraria (PL)

Se a alienação se der com lucro, este lucro deve ser registrado à conta de reserva
de capital, pelo seguinte lançamento:

D – Caixa
C – Ações em tesouraria
C – Reserva de capital – lucro na alienação de ações em tesouraria

Vê-se, pois, que não há de se falar em lançamento em conta de resultado. Este


não é nosso gabarito.

b) o recebimento de ágio na emissão de ações.

Ágio é o valor cobrado a maior por algo (não é sinônimo de caro,


necessariamente).
Nas sociedades por ações o estatuto social deve definir o valor do capital social, o
número de ações em que o capital se divide e se elas terão ou não valor nominal.

A ação tem um valor pré-definido, o valor do capital social subscrito dividido pelo
número de ações emitidas.

O ágio na emissão de ações é o valor da contribuição do subscritor que ultrapassar


o valor nominal das ações por ele adquiridas. No caso de emissão de ações sem
valor nominal, o ágio na emissão de ações será o valor da contribuição do
subscritor que ultrapassar a importância destinada ao capital social. Na conta
capital social, as ações só podem figurar por seu valor nominal. O excesso é levado
a uma conta de reserva de capital, que recebe essa denominação.

Suponha-se que a empresa X possua um capital social de R$ 100.000,00,


configurando 100.000,00 ações a R$ 1,00 cada. Mostrando-se uma empresa

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extremamente lucrativa, decide expandir o seu negócio oferecendo ao mercado


mais 100.000,00 ações. Todavia, como o negócio se mostra próspero, cobra dos
novos sócios não mais o aporte de R$ 1,00, mas, sim, de R$ 1,50. Mesmo assim,
as ações foram rapidamente vendidas e mais R$ 150.000,00 ingressaram aos
cofres da empresa. O lançamento é o seguinte:

D – Caixa 150.000,00 (Ativo)


C – Capital Social 100.000,00 (PL)
C – Reservar de capital – Ágio na emissão de ações 50.000,00 (PL)

Não há envolvimento, portanto, com contas de resultado.

c) a baixa da provisão para créditos de liquidação duvidosa por perdas


reconhecidas.

A questão trata sobre a provisão para créditos de liquidação duvidosa. Essa


provisão corresponde ao valor que a empresa provisiona ao final do exercício
social, para suportar no exercício seguinte, perdas previstas decorrentes do não
recebimento de direitos a receber da empresa, como a conta duplicatas a receber,
notas promissórias a receber e clientes. Para o cálculo da provisão, fazemos uma
média do que foi perdido nos últimos anos (por exemplo 3% de todo o valor
recebível da empresa).

Imaginemos a empresa Alfa Beta Zeta Ltda, cujos créditos a receber somam o
valor de R$ 1.000.000,00. Estima-se, no encerramento do exercício de 2009, que
5% dos valores serão perdidos em 2010, por conta de calotes, isto é, R$
50.000,00.

A provisão será constituída pelo seguinte lançamento:

D – Despesa com provisão para créditos de liquidação duvidosa 50.000,00


C – Provisão para créditos de liquidação duvidosa (retificadora da conta clientes)
50.000,00.

A empresa conseguiu receber todo esse valor. O que deverá fazer? Ora, reverter
essa despesa com provisão, através do seguinte lançamento:

D – Provisão para créditos de liquidação duvidosa 50.000,00


C – Reversão de provisão para créditos de liquidação duvidosa 50.000,00

Se, contudo, houvesse perda consumada, os clientes realmente tivessem dado


calote, lançaríamos:
D – Provisão para créditos de liquidação duvidosa 50.000,00
C – Duplicatas a receber 50.000,00

Assim, não há, também, lançamento em conta de resultado. Item incorreto.

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d) o ajuste pela taxa efetiva de juros de títulos mantidos até o


vencimento.

Os instrumentos financeiros são classificados em 4 grandes grupos:

1) Empréstimos e recebíveis normais de transações comuns, como contas a


receber de clientes, fornecedores, contas e impostos a pagar etc., que continuam
registrados pelos seus valores originais conforme regras anteriores, sujeitos às
provisões para perdas e ajuste a valor presente (no caso de esse efeito ser
relevante). Não estão destinados à negociação e a entidade fica com eles até seu
vencimento. A apropriação de receita ou despesa para esses instrumentos se dá
pela taxa efetiva de juros.

2) Investimentos mantidos até o vencimento, aqueles para os quais a entidade


demonstre essa intenção e mostre, objetivamente, que tem condições de manter
essa condição, que continuam também como antes: registrados pelo valor original
mais os encargos ou rendimentos financeiros (ou seja, ao “custo amortizado”.
“pela curva”). A apropriação de receita ou despesa para esses instrumentos se dá
pela taxa efetiva de juros.

3) Ativo financeiro ou passivo financeiro mensurado ao valor justo por meio do


resultado, composto pelos ativos e passivos financeiros destinados a serem
negociados e já colocados nessa condição de negociação, a serem avaliados ao seu
valor justo (normalmente valor de mercado), com todas as contrapartidas das
variações nesse valor contabilizadas diretamente no resultado.

4) Ativos financeiros disponíveis para venda, constituído pelos a serem negociados


no futuro, a serem registrados pelo “custo amortizado” e, após isso, ajustados ao
valor justo. As contrapartidas do ajuste pela curva (encargos e rendimentos
financeiros) vão ao resultado e, após isso, os ajustes ao valor justo ficam na conta
de patrimônio líquido ajustes de variação patrimonial até que os ativos e passivos
sejam reclassificados para o item anterior ou efetivamente negociados, o que
ocorrer primeiro.

Vamos examinar a avaliação e a contabilização, através do seguinte exemplo:

Suponha que uma determinada empresa adquiriu 3 títulos do Governo, ao valor


unitário de 10.000 cada um, com a seguinte finalidade:

Título 1: será mantido até o vencimento.


Título 2: classificado como “destinado à negociação imediata
Título 3: classificado como “disponível para venda futura.

Contabilização no momento da compra:

D – Instrumentos financeiros “mantidos até o vencimento” 10.000

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D – Instrumentos financeiros “ destinados à negociação imediata”


10.000
D – Instrumentos financeiros “disponíveis para venda futura”
10.000
C – Caixa
30.000

No final do ano, tais títulos apresentam um rendimento de juros de 600 reais, os


quais serão pagos no vencimento do título, e o seu valor justo é de 11.000 reais.

Contabilização:

1 – MANTIDO ATÉ O VENCIMENTO:

D – Instrumentos financeiros “mantidos até o vencimento” 600


C – Receita de juros (resultado) 600

OBS: neste caso, não há avaliação a valor justo. O título fica registrado “pela
curva”, ou “pelo custo amortizado”, ou seja, pelo valor pago mais os rendimentos
apropriados por competência.

É este, portanto, o gabarito da nossa questão.

2 – DESTINADO À NEGOCIAÇÃO IMEDIATA:

Pelo rendimento:

D – Instrumentos financeiros “ destinados à negociação imediata” 600


C – Receita de juros (resultado) 600

Com este lançamento, o Título fica registrado pelo valor de 10.600. Mas, como o
valor justo é de 11.000, precisamos reconhecer uma receita de 400 reais, também
no resultado:

Pela avaliação a valor justo:

D – Instrumentos financeiros “ destinados à negociação imediata” 400


C – Ajuste a valor justo (resultado) 400

3- DISPONÍVEL PARA VENDA FUTURA

Pelo rendimento:

D – Instrumentos financeiros “disponíveis para venda futura” 600


C – Receita de juros (resultado) 600

Pela avaliação a valor justo:

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D – Instrumentos financeiros “disponíveis para venda futura” 400


C – Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL) 400

Este é o nosso gabarito. Por fim, analisemos a letra e.

e) a aquisição de computadores para a área de vendas.

Esse lançamento corresponde a nada mais do que a compra de imobilizado:

D – Imobilizado - computadores (Imobilizado – AÑC)


C – Caixa

Gabarito  D.

13. A empresa Beira Mar, comercial de trajes de praia, adquiriu um lote de 100
sungas no valor faturado de R$ 800,00. Pagou, também, frete no valor de R$
50,00 e seguros no valor de R$ 34,00. Quando do recebimento do produto,
percebeu que as cores das sungas não estavam de acordo com o pedido de
compra e o vendedor concedeu-lhe um abatimento de R$ 50,00. O ICMS foi R$
144,00 sobre a compra de sungas e R$ 6,00 sobre o frete. Sabendo que a empresa
vendeu 70 sungas ao preço líquido de vendas unitário de R$ 15,00, o lucro bruto
apurado com as vendas desta mercadoria foi, em reais,

a) 630,00.
b) 571,20.
c) 567,00.
d) 536.20.
e) 466,20.

Comentários

Compras líquidas  800 + 50 (frete) + 34 (seguro) – 50 (abatimento) – 144


(ICMS s/ compras) – 6 (ICMS sobre frete) = 684,00 = 6,84 por sunga.

Custo das mercadorias vendidas = 6,84 x 70 = 478,80.

Receita de vendas = 15 x 70 = 1050,00

Lucro bruto = 1050 – 478,80 = 571,20.

Gabarito  B.

14. A Cia. Exatos, empresa de consultoria contábil iniciou suas atividades em


01.12.x9, com um capital social de R$ 100.000,00, sendo R$ 60.000,00

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integralizados em dinheiro e R$ 40.000,00 a serem integralizados no mês de


janeiro. Durante o mês de dezembro de X9, ocorreram os seguintes fatos
contábeis:

Aquisição, a prazo, de material de consumo R$ 6.000,00


Pagamento de assinatura de jornal em 31/12/X9 R$ 1.000,00
Compra de equipamentos para pagamento em 35 dias sem juros R$ 40.000,00
Pagamento a fornecedores de material de consumo R$ 2.000,00
Recebimento de adiantamento de clientes por serviços contratados a serem
prestados em 40 dias R$ 36.000,00
Reconhecimento da despesa com salários e pró-labore para pagamento em janeiro
de X10 R$ 48.000,00
Aplicação financeira em 31/12/X9 R$ 20.000,00
Serviços prestados a clientes para recebimento em 60 dias R$ 85.000,00
Reconhecimento e pagamento de despesas gerais R$ 5.000,00
Obtenção de empréstimos bancários de longo prazo R$ 28.000,00
Compra à vista de um imóvel R$ 75.000,00

O valor total do Ativo da Cia. Exatos, em 31/12/X9 era, em reais,

(A) 220.000,00
(B) 248.000,00
(C) 269.000,00
(D) 288.000,00
(E) 296.000,00

Comentários

Na constituição da empresa

D – Caixa (+ Ativo) 60.000,00


D – Capital social a integralizar (- PL) 40.000,00
C – Capital Social (+ PL) 100.000,00

Aquisição, a prazo, de material de consumo R$ 6.000,00

D – Estoque de material de consumo (+ Ativo) 6.000,00


C – Fornecedores (+ PC) 6.000,00

Pagamento de assinatura de jornal em 31/12/X9 R$ 1.000,00

D – Despesas antecipadas (+ Ativo) 1.000,00


C – Caixa (- Ativo) 1.000,00

Compra de equipamentos para pagamento em 35 dias sem juros R$


40.000,00

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D – Equipamentos (+ Ativo) 40.000,00


C – Financiamentos a pagar (+ Passivo) 40.000,00

Pagamento a fornecedores de material de consumo R$ 2.000,00

D – Fornecedores (- Passivo) 2.000,00


C – Caixa (- Ativo) 2.000,00

Recebimento de adiantamento de clientes por serviços contratados a


serem prestados em 40 dias - R$
36.000,00

D – Caixa (+ Ativo) 36.000,00


C – Adiantamento de clientes (+ Passivo) 36.000,00

Reconhecimento da despesa com salários e pró-labore para pagamento


em janeiro de X10 R$
48.000,00

D – Despesas com salários (Resultado) 48.000,00


C – Salários a pagar (Passivo) 48.000,00

Aplicação financeira em 31/12/X9 R$ 20.000,00

D – Aplicações financeiras (+ Ativo) 20.000,00


C – Caixa (- Ativo) 20.000,00

Serviços prestados a clientes para recebimento em 60 dias R$ 85.000,00

D – Clientes (+ Ativo) 85.000,00


C – Receita de serviços (Resultado) 85.000,00

Reconhecimento e pagamento de despesas gerais R$ 5.000,00

D – Despesas (Resultado) 5.000,00


C – Caixa (- Ativo) 5.000,00

Obtenção de empréstimos bancários de longo prazo R$ 28.000,00

D – Bancos (+ Ativo) 28.000,00


C – Empréstimos a pagar (PNC) 28.000,00

Compra à vista de um imóvel R$ 75.000,00

D – Imóvel (+ Ativo) 75.000,00


C – Caixa (- Ativo) 75.000,00

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Agora, resta somar o que tem relação com o ativo: 60.000 + 6.000 + 1.000 –
1.000 + 40.000 – 2.000 + 36.000 + 20.000 – 20.000 + 85.000 – 5.000 + 28.000
+ 75.000 – 75.000 = R$ 248.000,00.

Gabarito  B.

15. Para atender às necessidades de informações de usuários da contabilidade, o


Balanço Patrimonial possui uma estrutura própria em que as contas contábeis são
classificadas em grupos e subgrupos. Em relação a este assunto, considere:

I – O terreno onde funciona o estacionamento para os funcionários da empresa é


um Ativo Imobilizado.
II – Os títulos do tesouro nacional com vencimento em oito anos, mas disponíveis
para venda pela empresa, devem ser classificados no Ativo Circulante.
III – As ações de outras empresas, cuja intenção da administração é vendê-las em
até 3 anos, devem ser classificadas em Investimentos.
IV – O valor do adiantamento a fornecedores de matéria-prima pode ser
classificado como Ativo Circulante.
V – As subvenções governamentais para investimentos são consideradas Reserva
de Capital.

Está correto o que se afirma APENAS em:

a) III e V;
b) I e II;
c) I, II e IV;
d) II, III e IV;
e) II, IV e V.

Comentários

Vejamos o teor da Lei das Sociedades por Ações:

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do


exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício
seguinte;
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do
exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores,
acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios
usuais na exploração do objeto da companhia;
III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se
destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;

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IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos


destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou
exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que
transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação
dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados
à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo
de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

Passemos às assertivas.

I – O terreno onde funciona o estacionamento para os funcionários da


empresa é um Ativo Imobilizado.

A banca considerou que este terreno está sendo utilizado para as atividades de
manutenção da empresa. Item correto.

II – Os títulos do tesouro nacional com vencimento em oito anos, mas


disponíveis para venda pela empresa, devem ser classificados no Ativo
Circulante.

Neste caso se trata de aplicação financeira disponível para venda. O prazo de 8


anos é irrelevante. O que devemos considerar é que a empresa mantém a
aplicação como disponível para venda, devendo avaliá-la a valor justo (LSA, art.
183, a). Item correto.

III – As ações de outras empresas, cuja intenção da administração é


vendê-las em até 3 anos, devem ser classificadas em Investimentos.

Errado. Se houver intenção de venda a longo prazo, a classificação deve ser feita
em Ativo Realizável a Longo Prazo. Para classificarmos como Investimentos, a
intenção deve ser de permanência.

IV – O valor do adiantamento a fornecedores de matéria-prima pode ser


classificado como Ativo Circulante.

O item está correto também segundo o artigo 175, I, classificamos no ativo


circulante as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social
subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte
(chamadas de despesas antecipadas, que é o caso da nossa questão).

V - As subvenções governamentais para investimentos são consideradas


Reserva de Capital.

Errado. Com as mudanças provenientes das Leis 11.638 e 11.941, passaram a


figurar como conta de resultado. Posteriormente, a empresa poderá constituir

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reserva de lucros específica, com o valor da subvenção, para se desonerar do


Imposto de Renda.

O gabarito, portanto, é a letra c.

Gabarito  C.

16. Não se evidencia na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

a) A reversão de reserva para contingências.


b) A distribuição de dividendos.
c) A constituição da reserva legal.
d) O aumento do capital social.
e) O lucro líquido do exercício.

Comentários

Com fulcro na Lei das Sociedades por Ações:

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que
deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as
mutações ocorridas no exercício:

II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

Assim, note-se que a DLPA é arrolada como obrigatória para os diversos tipos de
S.A.

A DLPA, contudo, por instrução da CVM, pode estar contida na


Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido (essa informação é muito
cobrada em concurso), a qual passou também a ser obrigatória para todos os tipos
de SA´s com a publicação do CPC 26 – Apresentação das Demonstrações
Contábeis.

Temos, portanto, o seguinte: A DLPA é obrigatória para todos os tipos de S.A´s. A


DLPA pode estar contida na DMPL. A DMPL era obrigatória apenas para as
sociedades anônimas abertas, todavia, com a publicação do CPC 26 (Apresentação
das DC´s), passou a ser obrigatório para todos os tipos de empresa.

A DLPA demonstra as mutações ocorridas na conta Lucros Acumulados/Prejuízos


Acumulados durante o exercício social. Lembre-se de que essa conta, a partir das
mudanças recentes introduzidas na contabilidade, só pode constar com Prejuízos
Acumulados. Se houver lucro, deverá ser ele todo destinado.

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Contudo, se tivermos lucros no exercício, lançaremos este lucro na DLPA e partir


dele faremos a distribuição, chegando ao saldo zero.

Especificamente, sobre a DLPA a Lei das S.A´s prescreve o seguinte:

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:

I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção


monetária do saldo inicial;
II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros
incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.

§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os


decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro
imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a
fatos subseqüentes.
§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante
do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das
mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia.

Apresentemos a seguir um modelo de DLPA:


X1 X0
Saldo de lucro acumulado do exercício
anterior
(+/-) Ajustes de exercícios anteriores
(+) Lucro líquido do exercício
(+) Reversão de reservas de lucros do
período
Lucro total disponível
(-) Transferência para reservas de lucros
a) Reserva Legal
b) Reserva Estatutária
c) Reservas para contingências
d) Reserva de retenção de lucros
e) Reserva de lucros a realizar
f) Reserva de incentivos fiscais
(-) Dividendos propostos
(-) Parcela dos lucros incorporada ao capital
social
(-) Dividendos intermediários
Saldo ao fim do período

Analisemos, agora, as nossas assertivas:

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a) A reversão de reserva para contingências.

A reversão das reservas de lucros é apresentada na DLPA. Item incorreto.

b) A distribuição de dividendos.

Também é apresentado. Item incorreto.

c) A constituição da reserva legal.

Também é apresentada na DLPA.

d) O aumento do capital social.

A parcela dos lucros incorporada ao capital social também é apresentada. Todavia,


este aumento pode ser feito pela subscrição de novas ações. Por este motivo o
item foi considerado incorreto pela banca.

e) O lucro líquido do exercício.

Também consta na DLPA.

Gabarito  D.

17. Compete ao Conselho Fiscal:

I – Fiscalizar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e, se


estes não tomarem as providências necessárias para a proteção dos interesses da
companhia, à Assembleia-Geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrir e
sugerir providências úteis à companhia.
II – Denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e, se
estes não tomarem as providências necessárias para a proteção dos interesses da
companhia, à Assembléia-Geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrir e
sugerir providências úteis à companhia.
III – Analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações
financeiras elaboradas periodicamente pela companhia.
IV – Fornecer ao acionista, ou grupo de acionistas que representem, no mínimo,
20% do capital social, sempre que solicitadas, informações sobre matérias de sua
competência.

Está correto o que se afirma em:

a) I, II, III e IV
b) IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II e IV, apenas.

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e) I, II e III, apenas.

Comentários

Ao conselho fiscal incumbe a fiscalização dos órgãos de administração, no


interesse da companhia e dos acionistas. O conselho fiscal é de existência
obrigatória, seja nas sociedades anônimas fechadas, seja nas sociedades
anônimas abertas, porém, seu funcionamento permanente é facultativo.

A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu


funcionamento, de modo permanente ou nos exercícios sociais em que for
instalado a pedido de acionistas (LSA, art. 161).

A composição do Conselho Fiscal se dá da seguinte maneira: O conselho fiscal será


composto de, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, e suplentes
em igual número, acionistas ou não, eleitos pela assembléia-geral (LSA, art. 161,
§1º).

A competência do Conselho Fiscal está prescrita no artigo 163 da LSA, como se


segue:

Art. 163. Compete ao conselho fiscal:


I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e
verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários; (Redação dada
pela Lei nº 10.303, de 2001)
II - opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu
parecer as informações complementares que julgar necessárias ou úteis à
deliberação da assembléia-geral;
III - opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, a serem submetidas
à assembléia-geral, relativas a modificação do capital social, emissão de
debêntures ou bônus de subscrição, planos de investimento ou orçamentos de
capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação, fusão ou cisão;
IV - denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e, se
estes não tomarem as providências necessárias para a proteção dos interesses da
companhia, à assembléia-geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e
sugerir providências úteis à companhia; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
2001)
V - convocar a assembléia-geral ordinária, se os órgãos da administração
retardarem por mais de 1 (um) mês essa convocação, e a extraordinária, sempre
que ocorrerem motivos graves ou urgentes, incluindo na agenda das assembléias
as matérias que considerarem necessárias;
VI - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações
financeiras elaboradas periodicamente pela companhia;
VII - examinar as demonstrações financeiras do exercício social e sobre elas
opinar;
VIII - exercer essas atribuições, durante a liquidação, tendo em vista as
disposições especiais que a regulam.

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Assim, vejamos a nossa questão.

I – Fiscalizar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e, se


estes não tomarem as providências necessárias para a proteção dos interesses da
companhia, à Assembleia-Geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrir e
sugerir providências úteis à companhia.

O item está correto. Trata-se do combinado do artigo 163, I com artigo 163, IV.

II – Denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e, se


estes não tomarem as providências necessárias para a proteção dos interesses da
companhia, à Assembléia-Geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrir e
sugerir providências úteis à companhia.

O item está correto. Inciso IV, do artigo 163 da Lei 6.404/76.

III – Analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações


financeiras elaboradas periodicamente pela companhia.

O item está correto. Reprodução do artigo 163, IV da Lei das SA´s.

IV – Fornecer ao acionista, ou grupo de acionistas que representem, no mínimo,


20% do capital social, sempre que solicitadas, informações sobre matérias de sua
competência.

Segundo o artigo 163, §6º o conselho fiscal deverá fornecer ao acionista, ou grupo
de acionistas que representem, no mínimo 5% (cinco por cento) do capital
social, sempre que solicitadas, informações sobre matérias de sua competência.

Gabarito  E.

18. Considere os dados extraídos da Demonstração das Mutações do Patrimônio


Líquido da empresa A referentes ao exercício financeiro de X1:

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A variação no total do Patrimônio Líquido foi, em milhares de reais,

a) 18.640,00.
b) 18.920,00.
c) 30.720,00.
d) 32.640,00.
e) 66.440,00.

Comentários

A DMPL destina-se a evidenciar as mudanças ocorridas nas contas de patrimônio


líquido da entidade. Vejam que trata-se de todas as contas de PL e não apenas da
conta Lucros/Prejuízos Acumulados, como a DLPA.

A questão trouxe um exemplo de DMPL para analisarmos. Bastar vermos quais


afetam o PL, pois representam transações com outros grupo (ativo e passivo
exigível) e quais não afetam, por se tratar de fato permutativo entre contas do PL.
Verifiquemos:

Aumento do capital social

Com Lucros e Reservas 13.000,00 (não altera o PL)


Por subscrição realizada 17.000,00 (altera o PL para mais)

Reversão de Reservas

De Contingências 3.000,00 (não altera o PL)


De Lucros a Realizar 1.080,00 (não altera)

Aquisição de Ações 280,00 (altera para menos)


LL do exercício 14.000,00 (altera para mais)

PROPOSTA DA ADMINISTRAÇÃO DE DESTINAÇÃO DO LUCRO:

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Transferências para reservas

Reserva Legal 700,00 (não altera)


Reserva Estatutária 5.150,00 (não altera)
Reserva de Lucros a Realizar 150,00 (não altera)
Distribuição de Dividendos 12.080,00 (altera para menos).

Assim, somando e subtraindo, teremos:

Variação total do PL= 18.640

Gabarito  A.

19. As empresas de capital aberto são obrigadas a publicar e divulgar o conjunto


de informações contábeis. Sobre este assunto, considere:

I – As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros


quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da
situação patrimonial e dos resultados do exercício.
II – O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da
companhia em sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações
ocorridas durante o exercício.
III – As notas explicativas devem divulgar as informações exigidas pelas práticas
contábeis adotadas pelo Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra
parte das demonstrações financeiras.
IV – As notas explicativas devem indicar os ônus reais constituídos sobre
elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidade
eventuais ou contingentes.
V – A realização de auditoria das demonstrações contábeis e emissão de parecer
sobre sua adequação quanto às normas e práticas contábeis adotadas no Brasil é
de competência do Conselho Fiscal.

Está correto o que se afirmar APENAS em


a) I, II, III e IV;
b) III e V;
c) II, IV e V;
d) I, III e IV;
e) I, II e IV.

Comentários

Falaremos um pouco sobre as notas explicativas.

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Além das Demonstrações Financeiras (Balanço Patrimonial, DRE, DMPL, DFC,


DVA), são necessárias outras informações complementares para enriquecer os
relatórios e evitar que os mesmos se tornem enganosos.

Essas informações são veiculadas para auxiliar o usuário das Demonstrações


Financeiras a entendê-las melhor. Visam apresentar esclarecimentos aos usuários
externos.

As explicações devem ser relevantes quantitativa e qualitativamente, e podem


estar na forma descritiva, na forma de quadros analíticos suplementares ou em
outras formas.

Normalmente, tais explicações são feitas através das Notas Explicativas, que
acompanham as Demonstrações Financeiras.

A Lei 6404/76 estabelece que:

Artigo 176. § 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e


outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para
esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.

§5º As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações


financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para
negócios e eventos significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil
que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações
financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações
financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente
estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de
provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis
na realização de elementos do ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo
único); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art.
182, § 3o ); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a
terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; (Incluído pela Lei
nº 11.941, de 2009)
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo
prazo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

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f) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela Lei nº
11.941, de 2009)
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; (Incluído
pela Lei nº 11.941, de 2009)
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído pela Lei nº
11.941, de 2009)
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou
possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados
futuros da companhia. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
Portanto, as Notas Explicativas, quando bem elaboradas, constituem informação
essencial para o correto entendimento e utilização das Demonstrações Financeiras.

Analisemos as assertivas:

I – As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros


quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da
situação patrimonial e dos resultados do exercício.

Correto. Artigo 176, §4º.

II – O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da


companhia em sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações
ocorridas durante o exercício.

Esse item também está correto. Reproduz a literalidade do artigo 243 da LSA.

III – As notas explicativas devem divulgar as informações exigidas pelas práticas


contábeis adotadas pelo Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra
parte das demonstrações financeiras.

Correto também. LSA, artigo 176, §5º, II.

IV – As notas explicativas devem indicar os ônus reais constituídos sobre


elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidade
eventuais ou contingentes.

Correto também. LSA, artigo 176, §5º, IV, d.

V – A realização de auditoria das demonstrações contábeis e emissão de parecer


sobre sua adequação quanto às normas e práticas contábeis adotadas no Brasil é
de competência do Conselho Fiscal.

Segundo o artigo 177, § 3o, as demonstrações financeiras das companhias abertas


observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e
serão obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela
registrados. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) Item incorreto.

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Gabarito  A.

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PROVA 2 – ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SP/2011

1. A empresa Lâmbda S.A. realizou o teste de recuperabilidade de ativos e


constatou a perda de valor em um ativo reavaliado, em montante inferior ao saldo
da Reserva de Reavaliação. Essa empresa deve

(A) manter o valor do bem, uma vez que o mesmo apresenta o valor reavaliado.
(B) lançar a perda a débito da conta de resultado, pelo valor total, realizando o
valor da reserva de reavaliação.
(C) reverter a reserva de reavaliação do Patrimônio Líquido contra a conta de
reserva de reavaliação no Ativo.
(D) lançar a perda a crédito da conta de ajuste especial no Patrimônio Líquido.
(E) registrar contra a conta de reavaliação no Patrimônio Líquido, até o montante
do valor da perda.

Comentários

A primeira questão trata do teste de recuperabilidade. O assunto está tratado no


CPC 01, e tem por finalidade precípua garantir que os ativos não fiquem
registrados contabilmente por valores que não podem ser recuperados (isto é, de
forma superavaliada).

O teste consiste, em síntese, em comparar o valor contábil líquido de um ativo,


com o seu valor recuperável (aquele que podemos obter como retorno do ativo
hoje!). O valor recuperável, por seu turno, deve ser considerado como o maior
(repita-se: o maior) entre o valor líquido de despesa de venda e o valor em uso do
ativo.

Se a empresa notar que não conseguirá reaver o valor contábil total da máquina,
por exemplo, está registrada por R$ 1.000.000,00 e recuperará somente R$
800.000,00 (como máximo), resultante do valor líquido de despesa de venda ou
valor em uso, deverá então reconhecer uma perda para redução ao valor
recuperável.

Essa perda é registrada como despesa, no resultado do exercício, pelo lançamento:

D – Despesa com perda por ajuste ao valor recuperável (resultado)


C – Perda para redução ao valor recuperável de ativos (redutora do ativo)

Contudo, caso esse ativo esteja reavaliado a perda por desvalorização não deve
seguir este rito. O artigo 60 do citado CPC 01 narra que:

60. A perda por desvalorização do ativo deve ser reconhecida imediatamente na


demonstração do resultado, a menos que o ativo tenha sido reavaliado. Qualquer

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desvalorização de ativo reavaliado deve ser tratada como diminuição do


saldo da reavaliação.

Veja que o montante da perda é inferior ao valor da reserva de reavaliação, por


isso a letra E está integralmente correta.

Gabarito  E.

2. A empresa Monopólio S.A., fabricante de biscoitos, alienou parte de suas


máquinas, para substituí-las por máquinas mais modernas. A empresa apresentou
os seguintes valores para a negociação:

Máquinas e Equipamentos R$ 50.000,00


Depreciação R$ 40.000,00
Valor da Venda R$ 12.000,00

A empresa reconhecerá na contabilidade

(A) outras receitas no valor de R$ 2.000,00.


(B) uma despesa não operacional de R$ 2.000,00.
(C) outras despesas no valor de R$ 10.000,00.
(D) um resultado não operacional de R$ 12.000,00.
(E) uma receita não operacional de R$ 12.000,00.

Comentários

Questão trata sobre alienação do imobilizado.

Inicialmente, quando tiverem questões deste tipo, procurem saber qual o valor
contábil líquido do ativo. Neste caso, temos R$ 50.000,00 – R$ 40.000,00 = R$
10.000,00.

Em seguida, comparem com o valor de venda e saberão se o resultado obtido foi


lucro ou prejuízo. O valor de venda foi de R$ 12.000,00. Logo, nosso lucro foi de
R$ 2.000,00 (12.000 – 10.000).

Esse resultado é reconhecido no resultado do exercício como outras receitas.

Logo, o gabarito da questão é a letra a.

Lembramos que, atualmente, não há mais a divisão entre receitas e despesas


operacionais e não operacionais. Todavia, a divisão entre resultado operacional e
não operacional continua existindo apenas para efeito da legislação do Imposto de
Renda.

Gabarito  A.

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3. O valor estabelecido como representativo da parcela de participação do sócio na


empresa, mas ainda não entregue em dinheiro, é evidenciado na conta

(A) Capital Social.


(B) Capital Social Autorizado.
(C) Capital Social Vinculado.
(D) Capital Social a Integralizar.
(E) Capital Social a Reduzir.

Comentários

O capital social é o grupo do PL composto pelas ações subscritas na constituição da


sociedade ou com o aumento de capital. É dividido em capital social e capital social
a realizar. A lei das S.A´s dispõe que:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por


dedução, a parcela ainda não realizada.

A Lei das S.A´s prescreve que a integralização mínima é de 10% do capital social.
As ações podem ser subscritas em dinheiro ou quaisquer bens suscetíveis de
avaliação em dinheiro.

Exemplo. Se a empresa X fosse constituída com um capital social de R$


100.000,00, totalmente integralizado, o lançamento seria:

D – Caixa 100.000,00 (Ativo)


C – Capital Social 100.000,00 (PL)

Todavia, caso apenas metade deste valor fosse integralizado, o lançamento, no


momento da constituição da sociedade seria:

D – Caixa 50.000,00 (Ativo)


D – Capital Social a Realizar 50.000,00 (- PL)
C – Capital Social 100.000,00 (PL)

Com a integralização posterior do restante do capital, o lançamento correto será o


seguinte:

D – Caixa 50.000,00 (Ativo)


C – Capital Social a Realizar 50.000,00 (PL)

Gabarito  D.

4. Considere as contas abaixo:

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É correto afirmar que

(A) I é uma conta de passivo.


(B) I e III são contas de ativo.
(C) II é uma conta de passivo.
(D) II e III são contas do ativo.
(E) III é uma conta de passivo.

Comentários

Empréstimo concedido é um direito a receber, logo classificável no ativo, seja


circulante, seja não circulante, realizável a longo prazo.

Exaustão. A questão não disse se se trata da despesa com exaustão, classificável


em conta de resultado, ou exaustão acumulada, hipótese em que ficaria como
redutora do ativo.

Adiantamento de cliente é uma obrigação e deve ficar no passivo da empresa.


Portanto, temos o seguinte:

I) Empréstimo concedido = ativo.


II) Exaustão = redutora do ativo ou resultado.
III) Adiantamento de clientes = passivo.

A única alternativa que responde corretamente o enunciado é a letra E.

Gabarito  E.

5. No registro de uma venda de produtos, no valor de R$ 1 milhão, em que 60%


do total serão efetivamente pagos pelo cliente em 60 dias, observa-se

(A) aumento líquido de R$ 400 mil no total do ativo.


(B) reconhecimento de uma receita no valor de R$ 400 mil.
(C) crédito em conta do ativo no valor de R$ 600 mil.
(D) aumento da situação líquida da entidade no valor de R$ 1 milhão.
(E) diminuição de passivo no valor de R$ 1 milhão.

Comentários

O registro, na venda, no momento da entrega da mercadoria, é o seguinte:

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D – Clientes R$ 1.000.000,00
C – Receita de vendas R$ 1.000.000,00

Este é o registro da venda. Não importa, dentro do mesmo grupo, se uma parte
será paga amanhã ou daqui a 100 dias. Se for ativo circulante, será classificada
toda a venda como Clientes de CP. Se for ativo não circulante, será classificada
toda a venda como Clientes de LP.

Vejam que tivemos dois efeitos com o registro desta venda:

1) Aumento do ativo no montante de R$ 1 milhão;


2) Reconhecimento da receita de venda no montante de R$ 1 milhão.

As contas de resultado pertencem ao PL. São demonstradas como um grupo à


parte, na DRE, mas fazem parte do PL.

Por isso, o gabarito dado pela banca para esta questão foi a letra D.

Gabarito  D.

6. Na evidenciação do patrimônio da entidade, os Ativos são classificados nos


seguintes grupos:

(A) Circulantes, Realizável a Longo Prazo e Permanente.


(B) Circulantes, Não Circulantes, Imobilizados e Diferido.
(C) Circulantes e Não Circulantes.
(D) Circulantes, Não Circulantes, Investimentos e Imobilizados.
(E) Circulantes, Realizável a Longo Prazo, Investimentos e Imobilizados.

Comentários

O ativo registra os bens e direitos da empresa e pode ser dividido hoje


basicamente em circulante e não circulante.

Segundo a lei 6.404/76:

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do


patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a
análise da situação financeira da companhia.
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez
dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo,
investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

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O nosso gabarito, portanto, é a letra C.

Gabarito  C.

7. São de natureza credora as contas de

(A) adiantamento de clientes, veículos e de imposto a recuperar.


(B) impostos a recolher, depreciação acumulada e adiantamento de clientes.
(C) equipamentos, adiantamentos a fornecedores e depreciação acumulada.
(D) adiantamento a empregados, empréstimos obtidos e imposto a recuperar.
(E) depósito compulsório, receitas a apropriar e receitas antecipadas.

Comentários

(A) adiantamento de clientes, veículos e de imposto a recuperar.

Incorreto. Adiantamento de clientes = credor/passivo; veículos = devedor/ativo;


impostos a recuperar = devedor/ativo.

(B) impostos a recolher, depreciação acumulada e adiantamento de


clientes.

Correto. Impostos a recolher = credor/passivo; depreciação acumulada =


credor/retificadora do ativo; adiantamento de clientes = credor/passivo.

(C) equipamentos, adiantamentos a fornecedores e depreciação


acumulada.

Incorreto. Equipamentos = devedor/ativo; adiantamento a fornecedores =


devedor/ativo; depreciação acumulada = credor/retificadora do ativo.

(D) adiantamento a empregados, empréstimos obtidos e imposto a


recuperar.

Incorreto. Adiantamento a empregado = devedor/ativo; empréstimos obtidos =


credor/passivo; impostos a recuperar = devedor/ativo.

(E) depósito compulsório, receitas a apropriar e receitas antecipadas.

Incorreto. Depósito compulsório = devedor/ativo; receitas a apropriar =


credor/passivo não circulante – receitas diferidas; receitas antecipadas =
credor/passivo.

Gabarito  B.

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8. Para determinação de um ativo é necessário avaliar a capacidade que este bem


ou direito tem na geração de benefícios econômicos futuros. Desta forma, NÃO se
deve considerar para determinação de um ativo se ele

(A) é usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de


mercadorias e serviços a serem vendidos pela entidade.
(B) pode ser trocado por outros ativos.
(C) pode ser usado para liquidar um passivo.
(D) pode ser distribuído aos proprietários da empresa.
(E) tem substância física e pode ser negociado.

Comentários

Esta questão foi copiada diretamente do Pronunciamento CPC 00 – Estrutura


Conceitual para a Elaboração e Apresentação de Demonstrações Contábeis,
confira:

4.10. Os benefícios econômicos futuros de um ativo podem fluir para a entidade de


diversas maneiras. Por exemplo, um ativo pode ser:

(a) usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de


mercadorias e serviços a serem vendidos pela entidade;
(b) trocado por outros ativos;
(c) usado para liquidar um passivo; ou
(d) distribuído aos proprietários da entidade.

4.11. Muitos ativos, por exemplo, máquinas e equipamentos industriais, têm uma
substância física. Entretanto, substância física não é essencial à existência de
um ativo; dessa forma, as patentes e direitos autorais, por exemplo, são ativos,
desde que deles sejam esperados benefícios econômicos futuros para a entidade e
que eles sejam por ela controlados.

O erro da alternativa e é a afirmação “tem substância física”, porquanto não é


essencial ele ter substância física. Ativos intangíveis são definidos, por exemplo,
como ativos sem substância física. Exemplifique-se: são intangíveis as marcas,
patentes, concessão de direito de exploração de uma mina.

Gabarito  E.

9. A empresa Correção S.A. tem a prática de dar garantia de um ano de seus


produtos a seus clientes. A média de reclamações é de 2%, mas a empresa
constitui provisão de 5% para atender ao princípio da prudência. O procedimento
realizado pela empresa é

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(A) adequado, pois apresenta a posição mais conservadora que a empresa pode
adotar, resultando na menor situação econômico financeira que a empresa pode
obter.
(B) inadequado, visto que reconhece uma provisão excessiva superavaliando o
passivo e apresentando demonstrações contábeis não confiáveis, devido à falta de
neutralidade.
(C) correto, visto que as estimativas e provisões são de responsabilidade do
contabilista, que deve adotar o procedimento que melhor lhe resguarde, quando
for questionado.
(D) permitido, desde que apresente uma posição econômico-financeira mais
conservadora, com valores que conduzam a uma visão de valor inferior ao que
efetivamente a empresa tenha.
(E) proibido, em decorrência de estar fundamentado na essência e não na forma,
gerando uma subavaliação dos passivos.

Comentários

Para ser confiável, a informação contida nas demonstrações contábeis deve ser
neutra (neutralidade), isto é, imparcial. As demonstrações contábeis não são
neutras se, pela escolha ou apresentação da informação, elas induzirem a tomada
de decisão ou um julgamento, visando atingir um resultado ou desfecho
predeterminado.

Os preparadores de demonstrações contábeis se deparam com incertezas que


inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais como a
possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida
útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações cobertas
por garantias que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas pela
divulgação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na
preparação das demonstrações contábeis.

Prudência, enquanto princípio, consiste no emprego de um certo grau de


precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas
condições de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas não sejam
superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados.

Entretanto, o exercício da prudência não permite, por exemplo, a criação


de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação deliberada de
ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou despesas,
pois as demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e, portanto,
não seriam confiáveis.

Gabarito, portanto, letra B.


Gabarito  B.

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10. A recuperação de créditos considerados incobráveis em períodos anteriores


gera um

(A) crédito em outras receitas operacionais.


(B) débito na conta de ajuste de exercícios anteriores.
(C) crédito em conta de disponibilidades.
(D) débito na conta de lucros acumulados.
(E) crédito no contas a receber.

Comentários

Expliquemos esta por um exemplo.

Lançamento para constituição da provisão de 5%, de uma venda de R$


100.000,00.

D – Despesa com provisão 5.000,00


C – Provisão para créditos de liquidação duvidosa 5.000,00

Se a perda fosse consumada somente no valor da provisão.

D - Provisão para créditos de liquidação duvidosa 5.000,00


C – Clientes 5.000,00

Se a perda fosse consumada por valor maior do que a provisão (R$


8.000,00)

D – Provisão para créditos de liquidação duvidosa 5.000,00


D – Despesa por perdas com clientes 3.000,00
C – Clientes 8.000,00

Se a perda fosse consumada por valor menor do que a provisão,


reverteríamos o valor anterior ou constituiríamos a complementação do
que faltar. Perdeu apenas R$ 4.000,00

MÉTODO DA REVERSÃO

D - Provisão para créditos de liquidação duvidosa 5.000,00


C – Clientes 4.000,00
C – Reversão da PCLD 1.000,00 (Receita)

Contudo, caso a empresa precise constituir uma outra provisão no valor de R$


10.000,00, já terá R$ 1.000,00 acumulado, então só constituirá R$ 9.000,00.

A última hipótese se refere ao caso de a empresa não receber o valor que


lhe era devido, dar baixa e receber posteriormente o montante.

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Neste caso, teremos:

Com o não recebimento

D - Provisão para créditos de liquidação duvidosa 5.000,00


C – Clientes 5.000,00.

Todavia, posteriormente, em outro exercício, o cliente veio e quitou a


dívida.

O lançamento então será:

D – Bancos 5.000,00
C – Outras receitas operacionais – Recuperação de créditos considerados
incobráveis 5.000,00.

Gabarito  A.

A Cia. Pintassilgo, em 02/01/2004, alugou um galpão, pelo prazo de 10 anos, por


R$ 1.200.000,00 anuais, para instalar seu depósito de materiais, enquanto
construía suas próprias instalações. Na ocasião da assinatura do contrato,
negociou com o proprietário um desconto de 10% no valor total do contrato e o
quitou integralmente. No início de janeiro de 2008, para melhor utilização do
imóvel, a empresa realizou, visando à melhoria de sua logística, obras de
readequação viária e instalação de pátio de manobras, pesagem e carregamento
de caminhões, aplicando recursos no montante de R$ 720 mil.

11. No registro inicial da operação a empresa efetuou um

(A) débito de R$ 12 milhões em conta do disponível.


(B) crédito de R$ 10,8 milhões em conta de Resultado de Exercícios Futuros.
(C) débito de R$ 9,72 milhões em conta do Realizável a Longo Prazo.
(D) crédito R$ 1,2 milhões em conta de receita.
(E) débito R$ 1,08 milhões em conta de despesa operacional.

12. No reconhecimento dos gastos com as obras de readequação, a empresa


registrou um débito em conta

(A) de despesa operacional.


(B) do ativo diferido.
(C) de resultado e exercícios futuros.
(D) do ativo imobilizado.
(E) de despesa não operacional.

Comentários

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Na questão 11, a empresa negociou o aluguel para R$ 12.000.000,00 – 10% x


12.000.000,00, o que dão R$ 10.800.000,00, de valor total e R$ 1.080.000,00 de
valor anual.

Assim, ao registrar a operação em 2004, teremos R$ 1.080.000,00 registrados no


curto prazo, relativo ao próprio período de 2004 e o restante, 9.720.000,00
registrado em conta de realizável a LP (aluguéis passivos a transcorrer ou aluguéis
pagos antecipadamente).

O gabarito da questão 11, portanto, é a letra C (débito de R$ 9,72 milhões em


conta do Realizável a Longo Prazo.

Muitos alunos questionaram esta questão afirmando que deveríamos reconhecer


um contrato no valor total de R$ 12 milhões e reconhecer um desconto obtido
(receita) por R$ 1,2 milhões. Isso, todavia, está equivocado, posto que o valor
efetivamente contratado foi de R$ 10,8 milhões.

Quatro anos depois, em janeiro de 2008, com a realização da benfeitoria:

D - Benfeitorias em imóveis de terceiros (Ativo Imobilizado) 720.000,00


C – Caixa/bancos 720.000,00

Benfeitorias em imóveis de terceiros, cujo valor será revertido ao proprietário do


imóvel ao final do contrato de locação, são classificadas no ativo imobilizado.

Se as benfeitorias em imóveis de terceiros forem em contrato de locação por prazo


indeterminado, devemos amortizar estas benfeitorias. Caso o contrato tenha
duração determinada, a benfeitoria será amortizada pelo menor prazo entre o
prazo de vida útil do imóvel/edificação/etc que sofreu a benfeitoria e o término do
contrato de locação.

O gabarito da questão 12, portanto, é a letra D.

11. Gabarito  C.
12. Gabarito  D.

13. Na apuração do resultado líquido do exercício, são registradas a débito da


conta de resultado

(A) as participações nos lucros de empregados e da diretoria, e as perdas com


clientes.
(B) a reserva legal, o lucro líquido do exercício e as reservas de lucro.
(C) as contribuições e participações e os resultados de exercícios futuros.
(D) as perdas com clientes, o saldo das reservas de reavaliação e os ajustes
patrimoniais.

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(E) os dividendos distribuídos, as participações nos lucros dos empregados e da


diretoria.

Comentários

Comecemos pela assertiva B.

A reserva legal é uma conta de PL, logo não é utilizada na apuração do resultado
do exercício.

A letra c também está incorreta, posto que o subgrupo resultado de exercícios


futuros foi extinto.

A letra d também erra, o ajuste de avaliação patrimonial pertence ao PL.

A letra e está incorreta, os dividendos distribuídos são creditados contra a conta


lucros acumulados (transitória do PL).

O gabarito, portanto, só pode ser letra A.

Gabarito  A.

14. A empresa Liquidez S.A. efetuou um desconto de duplicatas. O Banco pratica


para esse tipo de operação a taxa de desconto de 3,5% ao mês e 0,05% de taxa
de cadastro. No Balanço Patrimonial, essa operação acarretaria

(A) o aumento dos passivos da empresa, em decorrência da dívida contraída com o


Banco.
(B) o aumento dos ativos totais da empresa, pela entrada do recurso financeiro
referente ao desconto efetuado.
(C) a redução do patrimônio líquido da empresa, em decorrência da redução do
resultado do período.
(D) a manutenção dos ativos, visto que a empresa permutou duplicatas por
dinheiro.
(E) o aumento do resultado da empresa, em decorrência da operação de desconto
das duplicatas.

Comentários

Tópico que é muito cobrado em concurso é o desconto de duplicata.

Para sobreviver, as empresas necessitam realizar venda a prazo para seus


clientes. É quase impossível para um negócio hoje não realizar vendas com esse
certo espaço para os clientes. Pois bem, sabemos que essas vendas a prazo não
têm a liquidez de que o administrador necessita. Imagine-se que a empresa
Liquidez necessita de R$ 1 milhão de dinheiro para realizar a compra de matéria-

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prima. Ela tem R$ 10 milhões em venda de clientes para receber. O prazo do


desconto será de um mês.

Uma alternativa viável para ela seria proceder ao desconto de algumas duplicatas
no valor de que ela precisar. Ela entrega as duplicatas ao banco, que cobrará um
valor da empresa para promover a cobrança do devedor. Todavia, o empresário
não dá baixa destes títulos de seu ativo, pois se o banco não conseguir cobrar do
cliente, descontará o valor da empresa.

Vejamos como fica a contabilização:

1) Pelo registro do desconto creditado em conta:

D - Banco C/Movimento (Ativo Circulante) 1.000.000,00


C - Duplicatas Descontadas (Ativo Circulante) 1.000.000,00

2) Pelo registro do débito bancário, relativo a juros e encargos sobre a operação:

D - Encargos Financeiros a Transcorrer (Ativo Circulante) 35.000,00


C - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) 35.000,00

3) Pela cobrança da taxa de cadastro

D – Despesa com cadastro em desconto de duplicatas 5.000,00


C – Bancos Conta Movimento 5.000,00

Vejam que ao registrar essas operações:

O ativo diminuiu de R$ 5.000,00, pelo valor da despesa com cadastro, posto que
os outros fatos são meramente permutativos.

O passivo não sofreu alterações.

O resultado foi diminuído pelo registro da despesa com a taxa de cadastro.

A banca cobrou o entendimento antigo sobre duplicatas descontadas. Todavia,


hoje, as normas contábeis internacionais consideram que a conta duplicata
descontada de ser classificada no passivo.

Gabarito  C.

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PROVA 3 – NOSSA CAIXA/CONTADOR/2011

1. Uma determinada companhia industrial adquiriu matérias-primas a prazo, para


pagamento em 30 dias. Ocorrerá um aumento no custo de produção da entidade
quando o material for

(A) pago.
(B) contabilizado na conta de Estoques com contrapartida na conta de
Fornecedores.
(C) armazenado no almoxarifado.
(D) depreciado.
(E) utilizado na fabricação de produtos da companhia.

Comentários

A contabilidade de custos é um dos ramos da contabilidade. Cuida ela,


precipuamente, da atribuição de custos da produção e seu controle.

O gasto pode ser dividido em quatro espécies:

1) despesas;
2) custos;
3) perdas; e
4) investimentos.

Interessa-nos, por ora, os custos. Custos, de acordo com a melhor doutrina, são
gastos com bens que serão utilizados na produção de outros bens. Em suma, são
os gastos que se correlacionam com a atividade produtiva. Exemplos: salários de
funcionários que trabalham na fábrica, aluguéis do imóvel em que funciona a
fábrica, seguro das máquinas que atuam na fábrica.

As indústrias basicamente possuem três tipos de estoques:

1) matérias-primas
2) produtos em elaboração;
3) produtos acabados.

Vamos elaborar um enunciado para exemplificar a questão. Suponha que a


empresa Alfa tenha gasto R$ 1.000,00 com a compra de matéria-prima.

Em seguida, passa toda essa matéria-prima para produção no período. O razonete


fica assim:

Na compra:

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Matéria prima
R$ 1.000,00

Na transferência para o setor produtivo:

Matéria prima Produtos em elaboração


R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00

A partir desta transferência feita podemos dizer que o custo de produção da


entidade é aumentado. Enquanto a matéria-prima estiver somente neste razonete,
não há incorporação ao custo de fabricação. A partir daí passa a integrar o custo
de produção. Nosso gabarito, portanto, é a letra E.

Dando continuidade ao raciocínio.

Suponha-se que R$ 500 foram gastos com mão-de-obra direta para a produção e,
também, que R$ 200 são gastos com custos indiretos de fabricação. Todos esses
gastos não são alocados na Demonstração do Resultado do Exercício, por se tratar
de custo. O custo será agregado ao valor da mercadoria (na conta produtos em
elaboração). Vai ficar assim:

Matéria prima Produtos em elaboração


R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00
R$ 500,00
R$ 200,00

Se deste total, 60% foram acabados, passaremos a essa porcentagem para o


razonete produtos acabados (60% x 1.700 = 1.020).

Matéria prima Produtos em elaboração Produtos acabados


R$
R$ 1.000,00 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.020,00 R$ 1.020,00
R$ 500,00
R$ 200,00
R$ 1.700,00

E se agora metade desses produtos forem vendidos? Daríamos saída do estoque


de produtos acabados (por crédito) e debitaríamos custo dos produtos vendidos.

Estaria assim:
Custo dos
Produtos em produtos
Matéria prima elaboração Produtos acabados vendidos
R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
1.000,00 1.000,00 1.000,00 1.020,00 1.020,00 510,00 510,00

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R$ R$
500,00 510,00
R$
200,00
R$ R$
1.700,00 1.020,00
R$
680,00

Estes são os razonetes básicos da contabilidade de custos e é essencial saber


desenhá-los para a prova.

Gabarito  E.

2. O contador observou, ao analisar a equação patrimonial da Cia. Raio de Luz,


que o valor total do Ativo correspondia ao dobro do valor do Patrimônio Líquido.
Nesse caso,

(A) o total do Patrimônio Líquido é igual ao total do Passivo.


(B) o total do Passivo é igual ao dobro do Ativo.
(C) existe Passivo a Descoberto nessa companhia.
(D) o total do Ativo equivale a três vezes o total do Passivo.
(E) o total do Passivo equivale à metade do total do Patrimônio Líquido.

Comentários

Da equação básica da contabilidade sabemos que

ATIVO = PASSIVO + PL
ATIVO = 2 x PL

Substituindo, temos:

2 x PL = PASSIVO + PL

PL = PASSIVO

O gabarito da nossa questão, portanto, é a letra A.

Gabarito  A.

3. Considere o lançamento abaixo, extraído da escrituração contábil da Cia.


Alvorecer:

D Disponível 1.200,00
C Duplicatas a Receber 1.080,00
C Receita Financeira 150,00

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Esse lançamento está

(A) correto e relaciona-se a uma compra a prazo efetuada pela companhia.


(B) correto e refere-se ao recebimento de uma duplicata paga no vencimento.
(C) incorreto.
(D) correto e refere-se ao recebimento de uma duplicata paga após o vencimento.
(E) incorreto, pois implica uma diminuição do patrimônio líquido da companhia.

Comentários

O lançamento pretendia se reportar ao recebimento de duplicatas pagas em


atraso, com o recebimento de juros de mora.

O lançamento correto seria:

D Disponível 1.200,00
C Duplicatas a Receber 1.080,00
C Receita Financeira 120,00

O lançamento, do jeito que se encontra, feriu o método das partidas dobradas. O


correto seria lançarmos R$ 120,00 de receitas financeiras, o que totalizaria R$
1.200 de débitos e R$ 1.200 de créditos.

Gabarito  C.

4. Em uma sociedade por ações, no final do exercício, o lançamento que


representa o reconhecimento do passivo referente ao dividendo obrigatório mínimo
é:

(A) D Dividendos a Pagar


C Lucros Acumulados
(B) D Despesa com Dividendos
C Dividendos a Pagar
(C) D Capital
C Dividendos a Pagar
(D) D Lucros Acumulados
C Dividendos a Pagar
(E) D Lucros Acumulados
C Reserva de Lucros

Comentários

Os dividendos mínimos obrigatórios representam a parcela dos lucros da sociedade


que é devida aos sócios.

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Por exemplo, se a sociedade X auferiu um lucro de R$ 10.000,00 no exercício de


2011 e tem dividendos a pagar de 50% sobre esse valor, deverá fazer o seguinte
lançamento para destinação deste dividendo:

D – Lucros acumulados (conta provisória, de onda é destinado o lucro)


5.000.
C – Dividendos a pagar
5.000.

Conforme a Lei 6404/76, os acionistas têm direito de receber como dividendo


obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se
este for omisso, a importância determinada de acordo com as seguintes normas:

Dividendos obrigatórios = 50% x (Lucro líquido – reserva legal – reservas


para contingências + reversão das reservas de contingências – reservas
de incentivos fiscais [facultativamente] – reserva de prêmio na emissão
de debêntures [facultativamente]).

Se o Estatuto for omisso e a empresa resolver fixar um percentual posteriormente,


este não poderá ser inferior a 25% do lucro líquido ajustado.

Para gravar:

DIVIDENDOS:

1) O que conta no Estatuto Social.


2) Se o Estatuto for omisso, deve ser no mínimo 50% do lucro ajustado
3) Se o Estatuto for omisso e a empresa quiser fixar um percentual, deve ser no
mínimo de 25% do lucro ajustado.

O gabarito da nossa questão, portanto, é a letra D.

Gabarito  D.

5. Recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual


se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.

Segundo pronunciamento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), cujo


teor foi aprovado pela Resolução no 1.121/2008 do Conselho Federal de
Contabilidade, e que versa sobre Estrutura Conceitual para a Elaboração e

Apresentação das Demonstrações Contábeis, esta é a definição de

(A) Passivo.
(B) Receitas.
(C) Despesas.

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(D) Ativo.
(E) Patrimônio Líquido.

Comentários

O conjunto de bens e direitos de uma empresa forma o que chamamos de ativo.

Existe uma definição para o ativo, que pode ser cobrada em prova. Esta definição
pode ser extraída do CPC 00 – Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade – cujo
teor é o seguinte:

Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados


e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.

Exemplificando.

A empresa X comprou a mercadoria Y. Esta mercadoria atende a definição de


ativo?!

1) É um recurso controlado pela entidade?

Sim, pois ela faz o que bem entender desta mercadoria, cujo título jurídico, a
propriedade, lhe pertence.

2) É resultado de evento passado?

Sim. O evento passado é a própria compra desta mercadoria.

3) Se espera benefício econômico futuro?

Sim. Com a venda de mercadoria, se espera que seja gerado lucro para a
empresa.

Portanto, o gabarito da nossa questão 5 é a letra D.

Gabarito  D.

6. A Cia. Diamantina adquiriu uma mercadoria para revenda. O total da nota fiscal
foi de R$ 1.100,00, sendo R$ 100,00 o valor correspondente ao Imposto sobre
Produtos Industrializados. Dos tributos incidentes sobre as compras, apenas o
ICMS, que foi cobrado com alíquota de 18%, é recuperável.

Posteriormente, a companhia revendeu a mercadoria para terceiros pelo valor de


R$ 1.800,00. Sabe-se que o valor total de PIS e COFINS pagos pela Companhia
sobre essa receita foi de R$ 65,70 e que o ICMS incidiu na operação com alíquota
de 18%. Se essa tivesse sido a única operação de vendas efetuada pela

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Companhia, no exercício, ela teria auferido um Lucro Bruto nessa operação, em


R$, de

(A) 914,30.
(B) 590,30.
(C) 410,30.
(D) 570,30.
(E) 490,30.

Comentários

Valor a ser incorporado ao estoque na compra:

ICMS Recuperável = R$ 1.000,00 x 18% = R$ 180,00 (deve ser excluído).

Valor que vai ao estoque = R$ 1.100 – R$ 180,00 = R$ 920,00.

Resultado apurado na venda

Receita bruta de vendas R$ 1.800,00


(-) PIS/COFINS R$ 65,70
(-) ICMS sobre vendas = 18% x 1.800,00 R$ 324,00
Receita líquida de vendas R$ 1.410.30
(-) CMV R$ 920,00
Lucro bruto R$ 490,30.

Gabarito  E.

Dados para as questões 7 e 8.

− Ações em Tesouraria
− Amortização Acumulada
− Disponível
− Participações Societárias Permanentes
− Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa
− Impostos a Recolher
− Empréstimos a Coligadas e Controladas
− Marcas e Patentes
− Duplicatas a Receber
− Reserva de Ágio na Emissão de Ações
− Capital Social
− Fornecedores
− Reserva de Lucros a Realizar
− Salários a Pagar
− Estoques
− Imobilizado

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− Depreciação Acumulada
− Empréstimos Recebidos de Longo Prazo
− Despesas do Exercício Seguinte

7. Sabendo-se que determinada pessoa jurídica não efetua vendas com prazo de
recebimento superior a 120 dias, existem

(A) três contas classificadas no Patrimônio Líquido.


(B) cinco contas classificadas no Ativo Circulante.
(C) cinco contas classificadas no Ativo Não Circulante.
(D) quatro contas classificadas no Passivo Circulante.
(E) duas contas classificadas no Passivo Não Circulante.

Comentários

(A) três contas classificadas no Patrimônio Líquido.

Errado. São contas do PL:

− Ações em Tesouraria (PL)


− Reserva de Ágio na Emissão de Ações (PL/Reserva de Capital)
− Capital Social (PL)
− Reserva de Lucros a Realizar (PL/Reserva de Lucros)

(B) cinco contas classificadas no Ativo Circulante.

São contas do ativo circulante...

− Disponível (ATIVO)
− Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (ATIVO)
− Duplicatas a Receber (ATIVO)
− Estoques (ATIVO)
− Despesas do Exercício Seguinte (ATIVO)

Gabarito, portanto, correto.

(C) cinco contas classificadas no Ativo Não Circulante.

Errado. São contas do ativo não circulante...

− Amortização Acumulada (ATIVO/Intangível, em regra)


− Participações Societárias Permanentes (ATIVO/Investimentos)
− Empréstimos a Coligadas e Controladas (ATIVO/RLP)
− Marcas e Patentes (ATIVO/Intangível)
− Imobilizado (ATIVO/Imobilizado)
− Depreciação Acumulada (ATIVO/Redutora do Imobilizado)

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(D) quatro contas classificadas no Passivo Circulante.

Errado.

− Impostos a Recolher (PASSIVO)


− Fornecedores (PASSIVO)
− Salários a Pagar (PASSIVO)

(E) duas contas classificadas no Passivo Não Circulante.

Errado. Como conta no PNC temos apenas:

− Empréstimos Recebidos de Longo Prazo (PASSIVO)

Gabarito  B

8. O número de contas que apresentam saldo credor é

(A) 8.
(B) 9.
(C) 10.
(D) 7.
(E) 11.

Comentários

− Ações em Tesouraria (PL) – devedor.


− Reserva de Ágio na Emissão de Ações (PL/Reserva de Capital) – credor.
− Capital Social (PL) – credor.
− Reserva de Lucros a Realizar (PL/Reserva de Lucros) – credor.
− Disponível (ATIVO) – devedor.
− Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (ATIVO) – credor.
− Duplicatas a Receber (ATIVO) – devedor.
− Estoques (ATIVO) – devedor.
− Despesas do Exercício Seguinte (ATIVO) – devedor.
− Amortização Acumulada (ATIVO/Intangível, em regra) – credor.
− Participações Societárias Permanentes (ATIVO/Investimentos) – devedor.
− Empréstimos a Coligadas e Controladas (ATIVO/RLP) – devedor.
− Marcas e Patentes (ATIVO/Intangível) – devedor.
− Imobilizado (ATIVO/Imobilizado) – devedor.
− Depreciação Acumulada (ATIVO/Redutora do Imobilizado) – credor.
− Impostos a Recolher (PASSIVO) – credor.
− Fornecedores (PASSIVO) – credor.
− Salários a Pagar (PASSIVO) – credor.
− Empréstimos Recebidos de Longo Prazo (PASSIVO) – credor.

Dez é o número de contas credoras.

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Gabarito  C.

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PROVA 4 – ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/AL/2010

1. São características de um ativo imobilizado ser

(A) intangível, ter vida útil superior a um ano e ter substância econômica.
(B) tangível, ter substância econômica e poder gerar benefícios futuros.
(C) destinado ao negócio da empresa, ter vida útil superior a um ano e não gerar
benefícios econômicos futuros.
(D) de propriedade da empresa, não ter substância econômica e poder gerar
benefícios econômicos futuros.
(E) tangível, ter vida útil inferior a um ano e poder ou não gerar benefícios
econômicos futuros.

Comentário:

(A) intangível, ter vida útil superior a um ano e ter substância econômica.

Alternativa INCORRETA. O Ativo Imobilizado é tangível, e não intangível.

(B) tangível, ter substância econômica e poder gerar benefícios futuros.

Alternativa CORRETA. A Lei 6404/76 fornece a seguinte definição para Ativo


Imobilizado:

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:


IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou
exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que
transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação
dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

No Pronunciamento Técnico CPC 27 – Ativo Imobilizado – encontramos a seguinte


definição:

Pronunciamento CPC 27 – Ativo Imobilizado

Ativo imobilizado é o item tangível que:


(a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços,
para aluguel a outros, ou para fins administrativos; e
(b) se espera utilizar por mais de um período
Correspondem aos direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive
os decorrentes de operações que transfiram a ela os benefícios, os riscos e o
controle desses bens

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(C) destinado ao negócio da empresa, ter vida útil superior a um ano e


não gerar benefícios econômicos futuros.

Alternativa INCORRETA. Todo ativo deve gerar benefícios econômicos futuros.

(D) de propriedade da empresa, não ter substância econômica e poder


gerar benefícios econômicos futuros.

Alternativa INCORRETA. O ativo precisa ser controlado pela empresa, mas não
precisa necessariamente ser de sua propriedade. Além disso, deve ter substância
econômica.

(E) tangível, ter vida útil inferior a um ano e poder ou não gerar benefícios
econômicos futuros.

Alternativa INCORRETA. A vida útil pode ser superior a um ano (aliás, essa é a
hipótese mais comum). Além disso, deve obrigatoriamente gerar benefícios
econômicos.

Gabarito  B.

2. Em relação às modificações introduzidas nas demonstrações contábeis a partir


de 2008 e 2009, NÃO se pode afirmar que

(A) o ativo diferido fica suprimido, podendo constar dos balanços somente com os
saldos anteriores.
(B) as doações podem ser registradas em conta de Reserva de lucros – Doações e
subvenções.
(C) a conta de outras receitas ou despesas registra venda de ativo imobilizado.
(D) a conta de ativo intangível deve ser evidenciada no Ativo.
(E) o patrimônio líquido passa a evidenciar a conta de Ações em Tesouraria.

Comentários:

Esta questão apresentava, como gabarito preliminar, a letra C. Posteriormente, o


gabarito foi alterado para B. Vamos analisar mais detalhadamente estas duas
assertivas.

(B) as doações podem ser registradas em conta de Reserva de lucros –


Doações e subvenções.

Esta assertiva é o gabarito oficial.

A contabilização das Doações e subvenções devem ser feitas da seguinte forma:

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Doações com encargos: ocorre quando a entidade deve cumprir certas condições
para ter direito à subvenção. Por exemplo, uma prefeitura pode doar um terreno a
uma empresa, com a obrigação de que seja construída uma fábrica, em
determinado tempo, e que gere um número mínimo de empregos, etc.

Nesse caso, a contabilização seria:

D – Terrenos (Imobilizado)
C – Doações com encargos (Passivo)

Como a empresa ainda não “ganhou” o terreno (deve antes cumprir as condições
impostas), fica registrado no passivo.

Digamos que, após algum tempo, a empresa cumpra as condições necessárias e


consiga a propriedade do terreno. A contabilização, nesse momento, seria:

D – Doações com encargos (Passivo)


C – Receita Diferida (Passivo)

O valor da Doação ou subvenção deve ser reconhecido no resultado pelo regime de


competência. Portanto, mês a mês, a empresa deve fazer o seguinte lançamento:

D – Receita Diferida (Passivo)


C - Receita com doações e subvenção (Resultado)

Ocorre que a contabilização acima aumenta o Resultado do Exercício, o que iria


aumentar o Imposto de Renda e a Contribuição Social da Empresa. Assim, a
entidade pode constituir uma Reserva Especial de Incentivos Fiscais, a qual será
isenta de IR e CSLL. Conforme a Lei 6404:

Reserva de Incentivos Fiscais


(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração,
destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente
de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser
excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202
desta Lei). (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

A Reserva citada acima é uma Reserva de Lucro, pois os valores das Doações e
Incentivos Fiscais transitaram pelo Resultado do Exercício. Assim, a única
explicação para considerar incorreta a assertiva B refere-se ao nome da Reserva.
Ao invés de Reserva de Lucros- Doações e Subvenções, deveria ser Reserva de
Incentivos Fiscais.

(C) a conta de outras receitas ou despesas registra venda de ativo


imobilizado.

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A banca considerou correta essa assertiva. Mas o que fica registrado na conta
Outras Receitas ou Despesas é o Resultado da venda de ativo imobilizado. Por
exemplo, se um imobilizado que possui valor contábil de R$ 10.000 for vendido por
R$12.000, o que será registrado não é o valor da venda (R$ 12.000), mas apenas
o resultado auferido – no caso, R$ 2.000.

Essa assertiva era o gabarito preliminar, o qual foi alterado para B, no gabarito
definitivo.

Mas pelos problemas apresentados nas duas alternativas acima, tal questão
deveria ser anulada.

Vamos examinar rapidamente as outras assertivas.

(A) o ativo diferido fica suprimido, podendo constar dos balanços somente
com os saldos anteriores.

Assertiva CORRETA. Conforme o CPC 13 – Adoção inicial da Lei nº 11.638/07 e da


Medida Provisória nº 449/08

Ativo diferido – despesas pré-operacionais e gastos com reestruturação


20. A Lei nº. 11.638/07 restringiu o lançamento de gastos no ativo diferido, mas,
após isso, a Medida Provisória nº 449/08 extinguiu esse grupo de contas. Assim,
os ajustes iniciais de adoção das novas Lei e Medida Provisória devem ser assim
registrados: os gastos ativados que não possam ser reclassificados para outro
grupo de ativos, devem ser baixados no balanço de abertura, na data de transição,
mediante o registro do valor contra lucros ou prejuízos acumulados, líquido dos
efeitos fiscais, nos termos do item 55 ou mantidos nesse grupo até sua completa
amortização, sujeito à análise sobre recuperação conforme o Pronunciamento
Técnico CPC 01 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos

(D) a conta de ativo intangível deve ser evidenciada no Ativo.

Assertiva CORRETA. Conforme a Lei 6404/76, art. 178:

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez


dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)


II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo,
investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

(E) o patrimônio líquido passa a evidenciar a conta de Ações em


Tesouraria.

Assertiva CORRETA. Conforme a Lei 6404/76, art.182:

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“§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da


conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua
aquisição.”

GABARITO PRELIMINAR C GABARITO DEFINITIVO B

3. O reconhecimento de um imposto retido do funcionário em folha de pagamento


deve

(A) ser creditado no passivo para efetuar o recolhimento da obrigação do


empregado.
(B) ser debitado no ativo para reconhecer o direito do funcionário contra a
empresa.
(C) ser creditado em conta de resultado para evidenciar a recuperação dos valores
dos empregados.
(D) controlar extra contabilidade por não ser obrigação da empresa.
(E) ser reconhecido como despesa no resultado da empresa

Comentário:

Vamos demonstrar os lançamentos envolvidos na operação acima:

1) Contabilização da despesa com salários:

D – Despesa com salários (Resultado)


C – Salários a pagar (Passivo)

2) Contabilização da retenção do imposto:

D – Salários a pagar (Passivo)


C – Imposto a Recolher (Passivo)

É importante ressaltar que o contribuinte do imposto retido é o funcionário. A


empresa apenas retém e repassa o imposto.

Gabarito  A

4. Uma empresa adquire uma máquina no valor de R$ 10 milhões, pagando à vista


uma entrada de 10% e financiando o restante em 4 anos, com juros mensais de
2%, pagos mensalmente e, amortizável em 8 prestações semestrais.

Na ocasião do registro dessa operação ocorre no patrimônio da empresa um


aumento, em reais, de

(A) 10.000.000 no ativo total.

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(B) 10.000.000 nas obrigações.


(C) 9.800.000 no ativo permanente.
(D) 9.200.000 em conta do passivo.
(E) 9.000.000 no total do ativo.

Comentário:

A contabilização, por ocasião do registro da operação, é a seguinte:

D – Ativo Imobilizado – Máquinas (Ativo) 10.000.000


C – Caixa ou bancos (Ativo) 1.000.000
C – Financiamentos a Pagar (Passivo) 9.000.000

Portanto, houve um aumento no total do ativo no valor de R$ 9.000.000.

Gabarito  E.

5. Os aumentos ou diminuições, dos valores atribuídos a itens do ativo ou do


passivo, consequentes da avaliação a valor justo, ainda não atribuídas ao resultado
do exercício pelo regime de competência, são classificadas como

(A) receitas a apropriar.


(B) resultado de exercícios futuros.
(C) adiantamento de clientes.
(D) ajustes de avaliação patrimonial.
(E) reserva de capital.

Comentário:

A questão é cópia literal da Lei 6404/76, art. 182:

“§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não


computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência,
as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do
ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos
previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários,
com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei. (Redação dada
pela Lei nº 11.941, de 2009)”

Gabarito  D.

Atenção: Considere os dados abaixo para responder às questões de números 6 a


8.

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Dos livros da Cia. Luar foram retirados os saldos finais abaixo relativos aos
exercícios de 2007/2008:

R$ R$
Contas 2.007 2.008

Abatimentos s/ Vendas 20.000 5.000


Aluguéis 35.400 90.000
Clientes 50.000 1.000.000
CMV 793.000 1.280.000
Comissões 40.000 110.000
Depreciações 41.000 54.000
Despesas Juros 40.000 80.000
Devolução de Vendas 30.000 35.000
Estoques 180.000 -
FGTS 9.600 32.000
Fornecedores 150.000 250.000
INSS 21.000 74.000
PDD 5.000 51.000
Provisões de IR e Contribuições 75.000 150.000
Receitas de juros 10.000 60.000
Receitas Vendas 1.410.000 2.700.000
Resultado de Equivalência
Patrimonial - 20.000

Reversão PDD - 1.000


Salários e Honorários 120.000 400.000
Serviços Profissionais de Terceiros 15.000 70.000

6. Analisando os dados relacionados aos estoques é correto afirmar:

(A) No exercício de 2008 a empresa adquiriu estoques no valor de R$ 1.100.000.


(B) Em 2007 a empresa consumiu todos os estoques adquiridos no período.
(C) No último período o valor das compras foi de R$ 1.280.000.
(D) Se, em 2007, o estoque inicial fosse zero, a empresa teria consumido todo
estoque adquirido nesse período.
(E) Parte dos estoques adquiridos em 2008 permanecem ainda nos ativos da
empresa.

Comentários:

Vamos analisar as alternativas:

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(A) No exercício de 2008 a empresa adquiriu estoques no valor de R$


1.100.000.

Para resolver esse tipo de exercícios, devemos usar sempre a fórmula:

Saldo inicial + entradas – saídas = saldo final

Para a conta estoque, temos:


Saldo inicial + entradas (compras) – saídas (CMV) = saldo final
180.000 + compras – 1.280.000 = zero
180.000 + compras = 1.280.000
Compras = 1.100.000

Alternativa CORRETA.

(B) Em 2007 a empresa consumiu todos os estoques adquiridos no


período.

Alternativa INCORRETA. O estoque final de 2007 é de R$180.000, portanto não


podemos afirmar que a empresa consumiu todos os estoques adquiridos no
período.

(C) No último período o valor das compras foi de R$ 1.280.000.

Alternativa INCORRETA. Já calculamos na alternativa A, o valor das compras foi


de R$ 1.100.000.

(D) Se, em 2007, o estoque inicial fosse zero, a empresa teria consumido
todo estoque adquirido nesse período.

Alternativa INCORRETA. Estaria correta se o estoque final de 2007 fosse zero.


Nesse caso, poderíamos afirmar que a empresa teria consumido todo o estoque
adquirido nesse período.

(E) Parte dos estoques adquiridos em 2008 permanecem ainda nos ativos
da empresa.

Alternativa INCORRETA. Como o estoque final de 2008 é zero, então todo o


estoque adquirido em 2008 foi consumido.

GABARITO  A.

7. Em 2008, os valores totais recebidos de clientes, em reais, foram de

(A) 1.780.000
(B) 1.750.000

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(C) 1.746.000
(D) 1.711.000
(E) 1.706.000

Comentários:

Para resolver, vamos usar a fórmula de sempre:

Saldo inicial + entradas – saídas = saldo final

Conta Clientes
Saldo inicial 50.000
+ Entradas (vendas) 2.700.000
- Saídas
Perda com PDD - 4.000
Abatimentos - 5.000
Devolução de vendas - 35.000
Recebimentos ????
= Saldo final 1.000.000

Resolvendo, temos: 2.706.000 – recebimentos = 1.000.000


Recebimentos = 1.706.000

As perdas com PDD foram calculadas da seguinte forma: o saldo inicial era de R$
5.000. Como houve reversão de R$1.000, o valor restante foi apropriado como
perda.

Gabarito  E.

8. Considerando que a Provisão para o IR e Contribuições corresponde a 30%,


para elaboração do Fluxo de Caixa pelo método indireto, o resultado líquido
ajustado, em reais, é de

(A) 175.000 em 2007.


(B) 216.000 em 2007.
(C) 384.000 em 2007.
(D) 330.000 em 2008.
(E) 350.000 em 2008.

Comentários:

Como a questão informa o valor da Provisão para o IR e Contribuições e a alíquota,


podemos calcular diretamente o Resultado do Exercício.

Para 2007:

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Provisões IR e contribuições / 30% = LAIR (Lucro antes IR e contr.)


R$ 75.000 / 30% = R$ 250.000

Para 2008:

Provisões IR e contribuições / 30% = LAIR (Lucro antes IR e contr.)


R$ 150.000 / 30% = R$ 500.000

Agora, vamos calcular o Resultado Líquido e o Resultado Ajustado do Exercício:

2007 2008
Lucro Antes do IR e Contribuições (LAIR) 250.000 500.000
Provisões de IR e Contribuições (30 %) -75.000 -150.000
Lucro Líquido do Exercício 175.000 350.000
(+) Depreciação 41.000 54.000
(-) Resultado da Equivalência Patrimonial -20.000
(=) Resultado líquido ajustado 216.000 384.000

Gabarito  B.

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PROVA 5 – INFRAERO/CONTADOR/2011

1. Em relação às alterações promovidas na Lei no 6.404/1976 pelas Leis no


11.638/2007 e 11.941/2008, é correto afirmar:

(A) Os prêmios recebidos pela companhia na emissão de debêntures deixaram de


ser contabilizados como receita.
(B) Os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo passaram a
ser ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito
relevante.
(C) A realização da reserva de reavaliação passou a ser classificada como receita
não operacional em vez de operacional.
(D) Os seguintes grupos do Balanço Patrimonial foram extintos: Ativo Intangível e
Resultado de Exercícios Futuros.
(E) As companhias, fechadas ou abertas, passaram a ser obrigadas a elaborar a
Demonstração do Valor Adicionado.

Comentários

A letra a está incorreta. O Prêmio na emissão de debêntures era classificado como


reserva de capital. Com o advento da Lei n° 11.638 e 11.941, ele passou a ser
apropriado ao resultado como receita, conforme o regime de competência.

As debêntures são títulos exclusivos das sociedades anônimas. É uma forma


alternativa ao lançamento de ações no mercado e aos empréstimos bancários,
para captação de recursos. Não podem ser confundidas com as ações, pois não são
títulos de propriedade. Não se confundem também com os empréstimos, uma vez
que oferecidas ao público, não sendo captados junto a instituições financeiras.

Quando o preço da debênture supera o seu valor nominal, teríamos, à visão da


legislação antiga, uma reserva de capital a ser registrada, chamada Reserva de
Prêmio na Emissão de Debêntures. Isso ocorre quando as condições como juros,
garantias e outras vantagens forem atraentes para os investidores.

Se uma empresa lançasse debêntures a R$ 1,00, num vulto de 10.000 debêntures,


com resgate em 10 anos encontrando investidores que pagassem R$ 1,50 pelo
referido título, lançaríamos:

D – Caixa 15.000 (Ativo)


C – Debêntures a pagar 10.000,00 (PNC)
C – Reserva de capital – prêmio na emissão de debêntures 5.000,00 (PL)

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Contudo, essa reserva de capital deixou de existir e a mesma situação é agora


registrada da seguinte forma:

D – Caixa 15.000 (Ativo)


C – Debêntures a resgatar 10.000,00 (PNC)
C – Receitas recebidas antecipadamente 5.000,00 (PNC – Receitas diferidas)

Assim, exemplificando, se o resgate dessas debêntures se dará em 10 anos,


deveremos apropriar ao resultado (utilizando-se do método linear, para simplificar)
R$ 500,00 por ano, através do seguinte lançamento:

D - Receitas recebidas antecipadamente 500,00 (PNC – Receitas diferidas)


C – Receitas financeiras 500,00 (Resultado)

O valor apropriado ao resultado pode ser destinado à formação de reserva


específica de prêmios de debêntures, para evitar a tributação pelo Imposto de
Renda (Lei 11.941/09).

Ressaltamos que é uma faculdade da empresa. Ela pode ou não constituir tal
reserva. Se não constituir, será tributada pelo IR.

A reserva específica de prêmio de debêntures é reserva de lucro, eis que esse


valor transitou pelo resultado do exercício.

Ressaltamos que a apropriação dos juros deve ser feita pelo método exponencial.
O método linear é aceitável apenas em questões de concursos, para facilitar os
cálculos.

A letra b é o nosso gabarito. Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes


critérios:

VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão


ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito
relevante. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

Vejamos a alternativa c: A realização da reserva de reavaliação passou a ser


classificada como receita não operacional em vez de operacional.

O item está incorreto.

Antes das alterações da Lei das S.A´s, as empresas podiam efetuar a reavaliação
do Ativo Imobilizado, resultando na Reserva de Reavaliação.

A reavaliação que se aplicava aos bens tangíveis do ativo permanente e que


poderia ser ou não realizada, a bel-prazer dos acionistas, deixou de existir.

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Entretanto, as empresa que possuíam saldo na conta Reserva de Reavaliação em


31/12/2008 puderam optar por extinguir a reserva, ou mantê-la, e prosseguir com
a realização normal. Assim, apesar da Reavaliação estar extinta, a conta Reserva
de Reavaliação pode continuar aparecendo nos balanços, até a sua total realização.

O erro da assertiva está no fato de que não há mais a alteração entre receitas e
despesas operacionais e não operacionais, na contabilidade.

Essa distinção continua apenas para efeito da legislação do imposto de renda.

A letra d também está incorreta.

O intangível foi criado, passando a albergar os direitos de natureza incorpórea.

O subgrupo resultado de exercício futuros realmente foi extinto.

A letra e, por fim, está incorreta. A demonstração do valor adicionado é obrigatória


somente para as companhias abertas.

Gabarito  B.

2. São dadas as seguintes informações, em R$, extraídas da escrituração contábil


da Cia. ABC, que elabora a Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo método direto:

Saldo da conta Duplicatas a Receber em 31-12-2009 385.890,00


Saldo da conta Duplicatas a Pagar em 31-12-2010 388.650,00
Vendas efetuadas pela companhia no exercício de 2010 956.230,00
Compras efetuadas pela companhia no exercício de 2010 487.340,00
Saldo da conta Duplicatas a Pagar em 31-12-2009 416.220,00
Saldo da conta Duplicatas a Receber em 31-12-2010 352.810,00

O valor das vendas recebidas dos clientes no exercício de 2010 foi, em R$,

(A) 923.150,00
(B) 928.660,00
(C) 983.800,00
(D) 989.310,00
(E) 738.000,00

Comentários

Esta questão podemos resolver montando um pequeno razonete da conta


duplicatas a receber:

Duplicatas a receber

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Inicial 385.890 X
Vendas 956.230

Final 352.810

Temos que:

Saldo inicial + vendas – recebimentos = saldo final.


385.890 + 956.230 – recebimentos = 352.810
RECEBIMENTOS = 989.310,00

Gabarito  D.

3. Na Demonstração do Valor Adicionado,

(A) o valor das vendas de mercadorias, produtos e serviços não inclui o valor dos
tributos recuperáveis.
(B) a constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa deve ser
somada ao valor das vendas para determinar o valor total das receitas da
entidade.
(C) as receitas financeiras auferidas pela entidade integram o cálculo da riqueza
criada pela própria entidade.
(D) os impostos e contribuições não cumulativos, na distribuição do valor
adicionado, devem ser calculados somente pelos
valores devidos na operação de venda.
(E) o resultado positivo da equivalência patrimonial integra o valor adicionado
transferido por terceiros para a entidade.

Comentários

Vamos responder esta questão nos utilizando do conceito do CPC 09, que trata
sobre a demonstração do valor adicionado. Mas, antes, relembremos a estrutura
da demonstração:

DESCRIÇÃO 20X1 20X0


1 - Receitas
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2) Outras receitas
1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios
1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa - Reversão /

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(Constituição)
2 - Insumos adquiridos de terceiros (Inclui os valores dos impostos -
ICMS, IPI, PIS E COFINS)
2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3) Perda / Recuperação de valores ativos
2.4) Outras (especificar)
3 - Valor adicionado bruto (1-2)
4 – Retenções: Depreciação, amortização e exaustão
5 - Valor adicionado líquido produzido pela entidade (3-4)
6 - Valor adicionado recebido em transferência
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
6.3) Outras
7 - Valor adicionado total a distribuir (5+6)
8 - Distribuição do valor adicionado (*)
8.1) Pessoal
8.1.1 - Remuneração direta
8.1.2 - Benefícios
8.1.3 - F.G.T.S
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.2.1 - Federais
8.2.2 - Estaduais
8.2.3 – Municipais
8.3) Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1 - Juros
8.3.2 – Aluguéis
8.3.3 - Outras
8.4) Remuneração de capitais próprios

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8.4.1 - Juros sobre o capital próprio


8.4.2 - Dividendos
8.4.3 - Lucros retidos / Prejuízo do exercício
8.4.4 - Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/
consolidação)

Vejamos agora as assertivas.

(A) o valor das vendas de mercadorias, produtos e serviços não inclui o


valor dos tributos recuperáveis.

O item está incorreto. Segundo o CPC 09, o grupo receitas inclui:

RECEITAS

Venda de mercadorias, produtos e serviços - inclui os valores dos tributos


incidentes sobre essas receitas (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), ou
seja, corresponde ao ingresso bruto ou faturamento bruto, mesmo quando na
demonstração do resultado tais tributos estejam fora do cômputo dessas receitas.

Outras receitas - da mesma forma que o item anterior, inclui os tributos incidentes
sobre essas receitas.

Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Constituição/Reversão - inclui os


valores relativos à constituição e reversão dessa provisão.

(B) a constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa deve


ser somada ao valor das vendas para determinar o valor total das receitas
da entidade.

O item b está incorreto. A constituição da PCLD deve diminuir a conta receitas. Por
seu turno, a reversão da PCLD deve somar o valor total das receitas da entidade.

(C) as receitas financeiras auferidas pela entidade integram o cálculo da


riqueza criada pela própria entidade.

O item está incorreto. As receitas financeiras integram o chamado valor adicionado


recebido em transferência.

(D) os impostos e contribuições não cumulativos, na distribuição do valor


adicionado, devem ser calculados somente pelos valores devidos na
operação de venda.

A letra d está incorreta. Impostos, taxas e contribuições - valores relativos ao


imposto de renda, contribuição social sobre o lucro, contribuições aos INSS

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(incluídos aqui os valores do Seguro de Acidentes do Trabalho) que sejam ônus do


empregador, bem como os demais impostos e contribuições a que a empresa
esteja sujeita. Para os impostos compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e
COFINS, devem ser considerados apenas os valores devidos ou já recolhidos, e
representam a diferença entre os impostos e contribuições incidentes sobre as
receitas e os respectivos valores incidentes sobre os itens considerados como
“insumos adquiridos de terceiros”.

(E) o resultado positivo da equivalência patrimonial integra o valor


adicionado transferido por terceiros para a entidade.

Este é o gabarito da questão. O valor adicionado recebido em transferência


representa a riqueza que não tenha sido criada pela própria entidade, e sim por
terceiros, e que a ela é transferida, como por exemplo receitas financeiras, de
equivalência patrimonial, dividendos, aluguel, royalties, etc. Precisa ficar
destacado, inclusive para evitar dupla-contagem em certas agregações.

Gabarito  E.

4. A Cia. Cruzeiro do Sul é coligada da Cia. Estrela do Norte, da qual detém uma
participação de 30% no capital votante. A referida participação não está disponível
para venda. O referido investimento é classificado no Ativo Não Circulante e
avaliado, na contabilidade da investidora, pelo

(A) custo de aquisição.


(B) valor líquido de realização.
(C) método da equivalência patrimonial.
(D) valor justo.
(E) valor cotado para a ação na Bolsa de Valores, se a investida for de capital
aberto.

Comentários

Há duas formas de avaliar os investimentos permanentes: pelo método de custo


ou pelo método da equivalência patrimonial.

Os investimentos em coligadas e controladas são avaliados pelo método da


equivalência patrimonial. Os outros investimentos, que não sejam em coligadas e
controladas, serão avaliados pelo método de Custo.

Conforme a Lei 6404/76:

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO ATIVO

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes


critérios:

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III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades,


ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de
provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda
estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do
recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas;

Ainda, a mesma lei propõe que:

A Lei 6.404/76 estabelece o seguinte:

Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou


em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou
estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência
patrimonial, de acordo com as seguintes normas

Art. 243 § 2º: “Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora,


diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe
assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o
poder de eleger a maioria dos administradores.”

Art. 243 § 1º: “São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha
influência significativa”.

“§ 4º Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou


exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da
investida, sem controlá-la.”

Portanto, o gabarito da nossa questão é a letra c.

Gabarito  C.

5. A Cia. B é controlada pela Cia.A. Os balanços patrimoniais das duas


companhias, referentes ao exercício encerrado em 31-12-2010, estão descritos a
seguir:

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Efetuando-se a consolidação dos balanços, o valor do Patrimônio Líquido


consolidado corresponderá a, em R$,

(A) 1.630.000,00
(B) 2.030.000,00
(C) 1.380.000,00
(D) 2.110.000,00
(E) 3.110.000,00

Comentários

O valor do investimento da investidora corresponde a uma parcela do patrimônio


líquido da investida. Assim, na consolidação, eliminamos o investimento da
adquirente contra o PL da adquirida.

O que sobrar, se referirá à participação de minoritários (terceiros). Este valor fica


demonstrado à parte, no PL consolidado.

Ou seja, retiraremos do ativo de A os R$ 400.000,00 de investimento, e, também,


faremos o mesmo procedimento com relação à B, no patrimônio líquido. O que
sobrar é considerado como participação dos minoritários.

Essa participação ficará dentro do PL consolidado, mas destacado do PL da


controladora. Assim, o PL de B, devidamente ajustado, será de R$ 450.000,00 +
200.000,00 – 400.000,00 = 250.000,00.

Logo, o PL consolidado será:

PL DA CONTROLADORA

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Capital social 820.000,00


Reservas 560.000,00

PL – PARTICIPAÇÃO DE MINORITÁRIOS

Participação de minoritários 250.000,00


TOTAL 1.630.000,00

O PL da Controladora deve ser o mesmo, no balanço consolidado ou no balanço


individual. Nesta questão, a banca considerou que o PL consolidado como sendo a
soma do PL da controladora e do PL dos minoritários. Esse procedimento está de
acordo com o Manual de Contabilidade Societária, de Sérgio de Iudícibus e outros,
pg. 668:

“Na consolidação do Balanço, a parcela do capital dos sócios não controladores


deve integrar o patrimônio líquido consolidado, uma vez que tais sócios possuem
direitos residuais sobre os ativos líquidos da controlada”.

“Todavia, o patrimônio líquido consolidado deve apresentar a participação dos não


controladores separadamente da parte que pertence aos proprietários da empresa
controladora. Caso não se fizesse essa segregação, o patrimônio consolidado
estaria maior, no valor da parte das empresas controladas pertencentes a esses
acionistas não controladores”.

Assim, se a questão perguntasse o valor do PL pertencente à empresa


controladora, o valor seria o mesmo, tanto no consolidado como no balanço
individual, no caso, 820.000 + 560.000 = 1.380.000.

Como o que se pede é o valor do PL consolidado, incluímos também a parte dos


não controladores, atingindo o total de 1.630.000.

Gabarito  A.

6. A Cia. Paratodos, no presente exercício de 2011, mantém na sua escrituração


contábil um ativo financeiro destinado para venda, cuja taxa de rendimento havia
sido prefixada em 12% a.a. Se a taxa de juros de mercado para esse tipo de papel
diminuir para 10% a.a., a Companhia, em obediência às novas regras de avaliação
de ativos e passivos prescritas pelas atuais normas contábeis brasileiras, deve

(A) diminuir o valor do ativo em contrapartida a uma conta de ajuste de avaliação


patrimonial.
(B) aumentar o valor do ativo em contrapartida a uma conta de ajuste de
avaliação patrimonial.
(C) diminuir o valor do ativo em contrapartida a uma conta de resultado.
(D) aumentar o valor do ativo em contrapartida a uma conta de resultado.
(E) deixar inalterado o valor contábil do ativo, pois este ainda não foi negociado.

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Comentários

O valor do título aumenta quando os juros do mercado diminuem. Funciona,


basicamente, do seguinte modo: O título tem um valor de face que será pago no
vencimento, digamos, R$ 100.000 daqui a um ano. Se a taxa de juros do título for
de 12% ao ano, o valor dele (valor pela curva do papel, ou seja, o valor hoje, um
ano antes do vencimento) será de R$ 100.000/1,12 = R$ 89.285,00.

Mas o mercado aceita 10% para esse papel. Isso significa que o valor de mercado
do título, um ano antes do vencimento, é de R$ 100.000/1,1 = R$ 90.909,00.

Ou seja, o mercado aceita pagar um ágio nesse papel. O Valor do título é de R$


89.285 e o valor de mercado é de R$ 90.909.

Há que se proceder ao ajuste de avaliação patrimonial. A lei das SA estabelece o


seguinte;

O ativo será avaliado pelo:

a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou


disponíveis para venda.

Segundo o FIPECAFI, devemos entender "destinadas à negocição IMEDIATA", e


nesse caso o ajuste ao valor justo vai para o resultado; OU "disponíveis para
venda FUTURA", caso em que o ajuste vai para o PL (ajuste de Avaliação
patrimonial).

O título dito no enunciado, se encaixa na categoria disponível para venda futura


(posição que discordamos, tentando inclusive impor recurso, desconsiderado pela
banca).

Enfim, questão mal formulada, dá margem a recurso.

Gabarito  B.

7. A Cia. Gama criou uma subsidiária integral no exterior, investindo a quantia de


500.000 dólares americanos a título de integralização de capital, sendo que a
cotação do dólar, na época, era de R$ 1,50. No final do exercício, essa subsidiária
apresentou um lucro de 100.000 dólares americanos, data em que a cotação do
dólar havia aumentado para R$ 1,60. A contabilização do ajuste, segundo o
Pronunciamento Técnico do CPC, deverá ser, em R$,

(A) D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante) 210.000,00


C. Ajuste de conversão cambial (Patrimônio Líquido) 50.000,00
C Receita da equivalência patrimonial (Resultado) 160.000,00

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(B) D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante) 150.000,00


D. Ajuste de conversão cambial (redutora do Patrimônio Líquido) 50.000,00
C Receita da equivalência patrimonial (Resultado) 200.000,00

(C) D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante) 210.000,00


D. Ajuste de conversão cambial (redutora do Patrimônio Líquido) 50.000,00
C Receita da equivalência patrimonial (Resultado) 260.000,00

(D) D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante) 100.000,00


C. Ajuste de conversão cambial (Patrimônio Líquido) 50.000,00
C Receita da equivalência patrimonial (Resultado) 150.000,00

(E) D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante) 160.000,00


D. Ajuste de conversão cambial (redutora do Patrimônio Líquido) 50.000,00
C Receita da equivalência patrimonial (Resultado) 210.000,00

Comentários

Trata-se de questão que cobra aspecto do Pronunciamento Técnico n. 2 do Comitê


de Pronunciamentos Contábeis – Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio.

Para resolver, inicialmente, o candidato deve saber que o reconhecimento inicial é


feito pelo câmbio da data da transação, chamada TAXA DE CÂMBIO À VISTA.

D – Investimentos no exterior (ANC – Investimentos) 750.000,00


C – Caixa 750.000,00

Vejam que houve variação do dólar, para R$ 1,60. Nesta hipótese, ficamos assim
na subsidiária:

ATIVO PATRIMÔNIO LÍQUIDO


CONTA DÓLARES COTAÇÃO REAIS CONTA DÓLARES COTAÇÃO REAIS
CAIXA 500.000 1,6 800000 CS 500.000 1,5 750000

Note-se que, com a simples conversão da demonstração contábil para os padrões


nacionais, tivemos um ganho de R$ 50.000,00. Esse ganho puramente cambial fica
registrado à conta específica do PATRIMÔNIO LÍQUIDO, chamado de AJUSTE
ACUMULADO DE CONVERSÃO.

O lançamento é o seguinte:

D – Investimentos no exterior (ANC) 50.000,00


C – Ajuste acumulado de conversão (PL) 50.000,00

Todavia, falta ainda reconhecer o resultado do exercício (a equivalência


patrimonial). Para isto, usaremos a taxa da data da transação. Todavia, como a

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questão não trouxe as transações detalhadas, utilizaremos a taxa que nos foi
apresentada (de R$ 1,60).

Assim, o resultado é de R$ 160.000,00, reconhecido do seguinte modo:

D – Investimentos no exterior (ANC) 160.000,00


C – Receita de equivalência patrimonial (Resultado) 160.000,00

Juntando os dois lançamentos, teremos:

D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante) 210.000,00


C Ajuste de conversão cambial (Patrimônio Líquido) 50.000,00
C Receita da equivalência patrimonial (Resultado) 160.000,00
O que nos dá o gabarito de letra A.

Gabarito  A.

8. Uma companhia comercial varejista adquiriu 1.000 unidades de um determinado


produto pelo valor unitário de R$ 10,00, tendo pago o IPI de 10% incidente sobre
a compra, cujo valor total foi R$ 11.000,00. Posteriormente, ela revendeu 80% do
lote por R$ 25,00 cada unidade. Ambas as operações foram tributadas pelo ICMS à
alíquota de 18% e a companhia está sujeita à incidência do PIS e da COFINS no
regime da não cumulatividade. O valor do ICMS que a empresa deveria recolher à
Fazenda Estadual, considerando-se apenas essas operações, seria, em R$,

(A) 3.600,00
(B) 1.800,00
(C) 1.620,00
(D) 1.980,00
(E) 2.700,00

Comentários

O ICMS não incide sobre o IPI quando a compra/venda é para industrialização ou


comercialização.

Assim, na compra, teremos ICMS recuperável de:

Valor de compra 10.000,00


(-) ICMS recuperável 1.800,00

Esse valor é relativo a 1.000 unidades.

A revenda do lote gera uma receita bruta no montante de R$ 20.000 (R$ 25 x


800). O imposto para o Estado será de R$ 3.600 (18% x 20.000).

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Assim, fazendo o cotejo entre os valores a recolher (3.600) e os valores a


recuperar (1.800), temos que o montante devido de ICMS ao Estado é de R$
1.800,00.

Gabarito  B.

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PROVA 6 – AUDITOR FISCAL MUNICIPAL DE SÃO PAULO/2007

1. Em relação ao princípio contábil da Competência, é correto afirmar que

(A) o reconhecimento de despesas deve ser efetuado quando houver o efetivo


desembolso financeiro por parte da pessoa jurídica que efetuou o gasto.
(B) uma despesa é considerada incorrida quando há um surgimento de um ativo,
sem o concomitante desaparecimento de um passivo.
(C) as perdas involuntárias de ativos por razões fortuitas ou por força maior não
devem ser computadas na apuração do resultado do exercício, porque não estão
correlacionadas com a realização de receitas.
(D) as receitas são consideradas realizadas, nas transações com terceiros, quando
estes efetuarem o pagamento.
(E) a extinção, mesmo que parcial, de um passivo, sem o desaparecimento
concomitante de um ativo, de valor igual ou maior, é considerada realização de
receita.

Comentários

As contas de resultado servem para apurar o lucro/prejuízo do exercício. Essas


contas de resultado podem ser de receita ou de despesa. Se as receitas se
sobrepuserem às despesas, teremos então lucro. Ao revés, prejuízo.

Regime de caixa é o regime contábil que apropria as receitas e despesas no


período de seu recebimento ou pagamento, respectivamente, independentemente
do momento em que são realizadas.

Regime de competência é o que apropria receitas e despesas ao período de sua


realização, independentemente do efetivo recebimento das receitas ou do
pagamento das despesas.

o regime a ser utilizado na contabilidade é o de competência. Assim, se


temos uma conta de luz que vence em janeiro de 2010, referente a janeiro de
2010, devemos lançar este valor como despesa em janeiro de 2010, mesmo se o
pagamento se der, por exemplo, só em março de 2010.

Se anteciparmos o pagamento de um empregado em junho de 2011, por um


serviço que ele prestará somente em março de 2012, a despesa com salário só
será lançada em março de 2012, pois é nesse período que houve a efetiva
despesa.

Por exemplo:

Recebimento da fatura de luz em dezembro de 2009, referente ao mês de


novembro de 2009, para pagamento em janeiro de 2010.

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Quando lançaremos como despesa de acordo com o regime de competência?

Ora, temos de procurar a quando a prestação, fatura, se refere. Utilizamos a luz


em novembro. Então, em novembro devemos lançar como despesa, pelo
lançamento:

D – Despesa com energia elétrica (Despesa – Resultado)


C – Contas a pagar (Passivo)

Aí, quando do pagamento, vamos fazer o lançamento para dar baixa no passivo,
assim:

D – Contas a pagar
C – Caixa

Esse é o regime de competência. Ele está consagrado em um princípio contábil de


mesmo nome, chamado princípio da competência. Esse princípio está previsto
na Resolução 750/93, do CFC, que prega:

Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e


outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem,
independentemente do recebimento ou pagamento.

Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da


confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela Resolução
CFC nº. 1.282/10).

Passemos agora ao regime de caixa.

O regime de caixa, como já dito acima, é o regime contábil que apropria as


receitas e despesas no período de seu recebimento ou pagamento,
respectivamente, independentemente do momento em que são realizadas.

Assim, para o regime de caixa, se o salário foi pago em dezembro, é neste mês
que devemos considerar a despesa como incorrida. Se uma venda teve seu
recebimento em janeiro, independentemente se a entrega das mercadorias for a
posteriori, reconheceremos a receita em janeiro! E assim por diante.

Analisemos as assertivas:

(A) o reconhecimento de despesas deve ser efetuado quando houver o


efetivo desembolso financeiro por parte da pessoa jurídica que efetuou o
gasto.

O item está incorreto, pois se refere ao regime de caixa.

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(B) uma despesa é considerada incorrida quando há um surgimento de um


ativo, sem o concomitante desaparecimento de um passivo.

O item b está incorreto. O surgimento de um ativo sem o corresponde


desaparecimento de um passivo é considerado como uma receita.

Por exemplo, recebimento de juros no valor de R$ 100,00 relativos a um


empréstimo efetuado pela empresa ALFA. O lançamento é o seguinte:

D – Bancos (ativo) 100,00


C – Receita de juros (receita) 100,00

(C) as perdas involuntárias de ativos por razões fortuitas ou por força


maior não devem ser computadas na apuração do resultado do exercício,
porque não estão correlacionadas com a realização de receitas.

O item está incorreto. Remetendo à contabilidade de custos, temos o seguinte:


Perda é um bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária.

PERDAS NORMAIS NO PROCESSO DE PRODUÇÃO: são consideradas parte do


custo dos produtos.

PERDAS ANORMAIS: vão diretamente para o resultado do período.

(D) as receitas são consideradas realizadas, nas transações com terceiros,


quando estes efetuarem o pagamento.

A letra d está incorreta, pois o regime de competência considera as receita no


momento em que incorrerem, independentemente de recebimento ou pagamento.

(E) a extinção, mesmo que parcial, de um passivo, sem o desaparecimento


concomitante de um ativo, de valor igual ou maior, é considerada
realização de receita.

A letra e é nosso gabarito. Imaginemos que tenhamos uma dívida com um


fornecedor e, repentinamente, temos o valor desta obrigação anistiado por ele.
Neste caso, reconheceremos uma receita no resultado do exercício.

Gabarito  E.

2. A Cia. Beta possui bens e direitos no valor total de R$ 1.750.000,00, em


31.12.2005. Sabendo-se que, nessa mesma data, inexistem Resultados de
Exercícios Futuros (atual receita diferida) e que o Passivo Exigível da companhia
representa 2/5 (dois quintos) do valor do Patrimônio Líquido, este último
corresponde a, em R$:

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(A) 1.373.000,00
(B) 1.250.000,00
(C) 1.050.000,00
(D) 750.000,00
(E) 500.000,00

Comentários

Para resolver esta questão, basta se utilizar da equação fundamental do


patrimônio:

ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

A questão informou que:

P = 2/5 PL

ATIVO = 2/5 PL + PL
1.750.000,00 = 7/5 PL
PL = 1.250.000,00

Gabarito  B.

3. A devolução pelo banco de uma duplicata descontada, cujo pagamento não foi
honrado pelo devedor, deve ser contabilizada na escrituração da empresa emitente
a débito da conta

(A) Bancos Conta Movimento.


(B) Duplicatas a Receber.
(C) Duplicatas a Pagar.
(D) Duplicatas Descontadas.
(E) Perdas de créditos.

Comentários

Essa é uma questão que deve ser atualizada. Explique-se.

Os valores das duplicatas descontadas eram registradas em conta redutora do


ativo circulante logo após a conta duplicatas a receber. Esta conta recebia o nome
de duplicatas descontadas, tendo saldo credor.

A contabilização era a seguinte:

1) Pelo registro do desconto creditado em conta:

D - Banco C/Movimento (Ativo Circulante)

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C – Duplicatas Descontadas (Ativo Circulante)

2) Pelo registro do débito bancário, relativo a juros e encargos sobre a operação:

D – Encargos Financeiros a Transcorrer (Ativo Circulante)


C - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)

3) Quando da liquidação da duplicata descontada pelo cliente:

D - Duplicatas Descontadas (Ativo Circulante)


C - Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)

Na hipótese do cliente não ter liquidado a duplicata e o banco debitar o respectivo


valor na conta da empresa, então o lançamento será:

D - Duplicatas Descontadas (Ativo Circulante)


C - Banco C/Movimento (Ativo Circulante)

Assim, o gabarito da questão, é a letra d (débito em duplicatas descontadas e


créditos em duplicatas a receber). Façamos agora o comentário de atualização.

Com a aplicação das Normas Internacionais de Contabilidade, o critério que agora


vale (de acordo com o FIPECAFI – Manual de Contabilidade Societária) no registro
do desconto de duplicatas será o seguinte:

1) Pelo registro do desconto creditado em conta:

D - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)


D - Encargos Financeiros a Transcorrer (Retificadora do Passivo Circulante)
C - Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante)

A conta duplicatas descontadas foi agora para o passivo exigível. A conta encargos
financeiros a transcorrer ficará reduzindo a conta duplicatas descontadas.

2) Conforme o período da competência, lançaremos os juros:

D - Despesa de Juros (Resultado)


C - Encargos Financeiros a Transcorrer (Passivo exigível)

3) Com o recebimento do cliente, o lançamento será:

D - Duplicatas Descontadas (Passivo exigível)


C - Duplicatas a Receber (Ativo circulante)

De qualquer forma, ainda não temos registro de cobrança das bancas neste
sentido.

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O gabarito da nossa questão é a letra d.

Gabarito  D.

4. Uma companhia contratou, em 01.09.2005, um seguro contra incêndio para sua


fábrica, com prazo de três anos e vigência imediata, tendo pago, pela respectiva
apólice, a importância de R$ 115.200,00. Em 31.12.2005, deverá constar no grupo
do Ativo Circulante, do Balanço Patrimonial da companhia, como despesa do
exercício seguinte, a importância correspondente a, em R$:

(A) 38.400,00
(B) 32.000,00
(C) 25.600,00
(D) 19.200,00
(E) 12.800,00

Comentários

O valor mensal do seguro é de R$ 115.200,00/36 = R$ 3.200,00.

O curto prazo, de acordo com a Lei 6.404/76, será os meses de 2005 e os doze
meses de 2006. O restante será considerado como longo prazo.

No momento da contratação, em 01.09.2005, lançaremos:

D – Despesas antecipadas de seguros (AC) 51.200,00


D – Despesas antecipadas de seguros (ANC – RLP) 64.000,00
C - Bancos conta movimento (AC) 115.200,00

Conforme o transcurso dos meses, lançaremos, mês a mês, de acordo com o


regime de competência:

D – Despesa de seguro (resultado) 3.200,00


C – Despesa antecipada de seguro 3.200,00

Portanto, em 31.12.2005, já teremos transcorrido quatro meses. Nossa despesa


antecipada do ativo circulante estará reduzida de 12.800,00 (R$ 3.200,00 x 4
meses).

Assim, se tínhamos 51.200 registrado no circulante, teremos agora 38.400,00.

Gabarito  A.

5. (Adaptada) É uma conta redutora do Ativo Não Circulante (exceto o realizável a


longo prazo) a provisão

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(A) para créditos de liquidação duvidosa.


(B) de ajuste de bens ao valor de mercado.
(C) para perdas prováveis na alienação de investimentos.
(D) para férias.
(E) para contingências.

Comentários

Vejamos as assertivas, uma a uma.

(A) para créditos de liquidação duvidosa.

O item a está incorreto. A PCLD reduz a conta clientes de curto prazo (ativo
circulante) ou do realizável a longo prazo.

(B) de ajuste de bens ao valor de mercado.

A letra b está incorreta. A conta estoques figura no ativo circulante. Os estoques


devem ser avaliados (de acordo com o CPC 16) pelo custo ou pelo valor realizável
líquido, dos dois o menor. Se o valor de alienação for menor do que o custo,
fazemos uma provisão para ajuste ao valor de mercado.

(C) para perdas prováveis na alienação de investimentos.

Este é o nosso gabarito. Os investimentos que não sejam em coligadas ou


controladas são avaliados pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para
perdas prováveis.

(D) para férias.

A provisão para férias é conta que integra o passivo, sendo considerada uma
obrigação da empresa.

(E) para contingências.

O mesmo comentário da assertiva anterior vale para a letra e. A provisão para


contingências integra o passivo, sendo considerada uma obrigação que
provavelmente gerará desembolso para a empresa.

Gabarito  C.

6. A Cia. Santo Amaro possui 80% das ações com direito a voto de sua controlada,
a Cia. Santa Maria, que representam 40% do total do capital social da investida.
No exercício de 2005, a Cia. Santa Maria vendeu um lote de mercadorias para a
investidora por R$ 400.000,00, auferindo um lucro de R$ 100.000,00 na

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transação. Sabendo-se que, em 31.12.2005, o Patrimônio Líquido da controlada


era de R$ 750.000,00 e que a investidora mantinha integralmente o referido lote
de mercadorias em seus estoques, a participação societária, avaliada pelo método
da equivalência patrimonial na contabilidade da Cia. Santo Amaro, corresponderá
a, em R$:

(A) 175.000,00
(B) 200.000,00
(C) 260.000,00
(D) 400.000,00
(E) 520.000,00

Comentários

Trata-se de questão com lucro não realizado no método de equivalência


patrimonial.

Na venda de ativos entre empresas coligadas ou controladas, pode haver a


ocorrência de lucros não realizados. O lucro é considerado realizado quando o ativo
for vendido para terceiros.

Pode aparecer lucro não realizado na venda de estoque, investimento,


instrumentos financeiros de curto prazo, imobilizado ou intangível. A grande
maioria das questões versa sobre lucros não realizados na conta estoques.

Na nossa questão, o lucro não realizado foi de R$ 100.000,00.

A banca tenta confundir, informando que a Cia. Santo Amaro possui 80% das
ações com direito a voto, que representam 40% do total da Capital Social. Nesse
caso, devemos usar o percentual de 40%, calculado sobre o total do Capital Social.
Façamos a memória dos cálculos:

PL da investida 750.000
x % participação x40%
(=) Subtotal 300.000
(-) Lucro não realizado (100.000)
(=) Valor do investimento 200.000

Gabarito  B.

7. O recebimento de dividendos de participações societárias avaliados pelo custo


deve ser registrado, na escrituração da empresa investidora, a crédito de conta
representativa

(A) de receita operacional.


(B) de receita não-operacional.

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(C) de resultado da eqüivalência patrimonial.


(D) da própria participação societária.
(E) de deságio na aquisição de investimentos.

Comentários

Os dividendos recebidos em investimentos avaliados pelo método de custo (após


os seis primeiros meses) serão computados do seguinte modo:

Débito - Dividendos a Receber (AC)


Crédito - Receita de Dividendos (Resultado)

Esta receita era considerada uma receita operacional. Lembramos que,


atualmente, não há mais a separação entre receitas e despesas operacionais e
não-operacionais, para a contabilidade. As receitas não operacionais passam a se
chamar outras receitas. As despesas não operacionais passam a se chamar de
outras despesas.

Esta separação continua apenas para efeito de imposto de renda.

Gabarito  A.

8. (Adaptada) É uma reserva de capital a Reserva

(A) para Dividendos Obrigatórios Não Distribuídos.


(B) Estatutária.
(C) para Contingências.
(D) Legal.
(E) de Ágio na Emissão de Ações.

Comentários

As reservas de lucros são retenções de parcelas provenientes de ganhos do


período, com o objetivo de preservar o Patrimônio Líquido de uma sociedade, com
o objetivo de posterior destinação. São, em suma, lucros que a empresa não
entrega aos acionistas, mas guarda para si, seja para investir em projetos, seja
para resguardar o capital social.

Segundo a Lei das S.A´s:

Artigo 182, §4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas
pela apropriação de lucros da companhia.

Ao final do exercício social as contas de resultado (receitas e despesas) são


zeradas. O saldo, lucro ou prejuízo, é transferido para o PL. No PL, podemos ter
três destinações:

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1) Dividendos (para os sócios);


2) Reservas de lucros;
3) Aumento do capital social.

Assim, se a empresa tem receitas de 2.000, despesas de 1.000, terá um lucro de


1.000 (2.000 – 1.000). Esse lucro pode ser distribuído para os sócios, para
aumento do CS ou pode ir para reserva de lucros (se atendidos os requisitos
legais).

Com a alteração da lei das S.A´s a conta antigamente denominada lucros ou


prejuízos acumulados passa a ser denominada prejuízos acumulados, ou seja,
haverá de existir uma destinação para este lucro, não podendo ficar em conta
específica do PL.

As reservas de lucros hoje existentes são as seguintes:

- Reserva Legal;
- Reservas Estatutárias;
- Reservas para Contingências;
- Reserva de Incentivos Fiscais;
- Reserva de Retenção de Lucros;
- Reserva de Lucros a Realizar;
- Reserva Especial de Dividendo Obrigatório Não Distribuído;
- Reserva Específica de Prêmio na Emissão de Debêntures.

As assertivas de “a” a “d”, portanto, narram reservas de lucros. Nosso gabarito,


pois, só pode ser a letra e.

As reservas de capital são valores recebidos pela empresa (dos sócios ou de


terceiros) que não se configuram como receita, isto é, não transitam pelo resultado
do exercício, sendo contabilizadas diretamente à conta de Patrimônio Líquido.

Com espeque no artigo 182 da Lei das S.A´s:

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:


a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte
do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações
de debêntures ou partes beneficiárias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

O item a do parágrafo primeiro corresponde à chamada “Reserva para ágio na


emissão de ações”.

Ágio, em linguajar comum, é o valor cobrado a maior por algo. Nas sociedades por
ações o estatuto social deve definir o valor do capital social, o número de ações em
que o capital se divide e se elas terão ou não valor nominal.

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A ação tem um valor pré-definido, o valor do capital social subscrito dividido pelo
número de ações emitidas.

O ágio na emissão de ações é o valor da contribuição do subscritor que ultrapassar


o valor nominal das ações por ele adquiridas. No caso de emissão de ações sem
valor nominal, o ágio na emissão de ações será o valor da contribuição do
subscritor que ultrapassar a importância destinada ao capital social. Na conta
capital social, as ações só podem figurar por seu valor nominal.

Suponha-se que a empresa X possua um capital social de R$ 100.000,00,


configurando 100.000,00 ações a R$ 1,00 cada. Mostrando-se uma empresa
extremamente lucrativa, decide expandir o seu negócio oferecendo ao mercado
mais 100.000,00 ações. Todavia, cobra dos novos sócios não mais o aporte de R$
1,00, mas, sim, de R$ 1,50. Mesmo assim, as ações foram rapidamente vendidas e
mais R$ 150.000,00 ingressaram aos cofres da empresa. O lançamento é o
seguinte:

D – Caixa 150.000,00 (Ativo)


C – Capital Social 100.000,00 (PL)
C – Reserva de capital – Ágio na emissão de ações 50.000,00 (PL)

Gabarito  E.

9. Uma pessoa jurídica aliena ações em tesouraria, obtendo um resultado positivo.


A contrapartida credora do lançamento contábil respectivo será efetuada em conta
de

(A) resultado não-operacional.


(B) resultado operacional.
(C) ajustes de exercícios anteriores.
(D) patrimônio líquido.
(E) ágio na alienação de investimentos.

Comentários

A conta ações em tesouraria representa ações que a sociedade adquire dela


mesma.

Quando ela adquire as próprias ações lança:

D – Ações em tesouraria (redutora do PL)


C – Caixa.

Conforme essas ações sejam alienadas, poderemos apurar resultados positivos ou


negativos na alienação. Tais resultados não devem integrar o resultado da

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empresa. Se tivermos lucro com a alienação de ações em tesouraria registramos


uma reserva de capital.

Exemplificando.

A empresa KLS vende ações em tesouraria, por R$ 10.000,00, cujo valor contábil é
de R$ 8.000,00.

O lançamento pela alienação será:

D – Bancos conta movimento (AC) 10.000,00


C – Ações em tesouraria (PL) 8.000,00
C – R. de capital – Lucro na venda de ações em tesouraria (PL) 2.000,00

Gabarito, portanto, letra D.

Gabarito  D.

10. Considere as seguintes informações extraídas da contabilidade da Cia. Moinho


de Ouro, relativas ao exercício findo em 31.12.2005:

Lucro líquido do exercício 340.000,00


Resultado positivo na eqüivalência patrimonial 169.000,00
Lucro com realização financeira a ocorrer em 2007 13.000,00

Se o dividendo obrigatório da companhia, calculado de acordo com o disposto na


Lei das Sociedades por Ações, for de R$ 166.000,00, ela poderá constituir reserva
de lucros a realizar no valor de, em R$:

(A) 1.000,00
(B) 4.500,00
(C) 8.000,00
(D) 16.500,00
(E) 21.000,00

Comentários

No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do


estatuto ou do art. 202 da Lei das S/A, ultrapassar a parcela realizada do lucro
líquido do exercício, a assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da
administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar.

Desta forma, à opção da companhia, poderá ser constituída a reserva de lucros a


realizar, mediante destinação dos lucros do exercício, cujo objetivo é evidenciar a
parcela de lucros ainda não realizada financeiramente, apesar de reconhecida
contabilmente, pela empresa.

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Imagine-se, então, uma empresa que, em 2010, só tenha efetuado vendas para
recebimento em 2012. Seria justo, assim, que procedesse esta empresa ao
pagamento de dividendos (remuneração dos sócios) em 2011? Talvez, não seria
viável financeiramente, pois nada entrará no caixa desta sociedade.

É este o intuito da reserva de lucros a realizar: evitar que a companhia pague


dividendos sobre receitas/lucros que ainda foram realizados, que não entraram no
caixa.

Um aspecto deveras importante é anotar que a constituição desta reserva é


facultativa.

Vejamos nossa questão. Houve lucro de R$ 340.000,00. Todavia, o resultado de


equivalência patrimonial é uma receita que não afeta o caixa (não é realizado
financeiramente). O mesmo vale para o lucro com realização em 2007.

Assim, temos:

Lucro líquido do exercício 340.000,00


- Resultado positivo na eqüivalência patrimonial (169.000,00)
- Lucro com realização financeira a ocorrer em 2007 (13.000,00)
Lucro realizado 158.000,00

Se o dividendo obrigatório da companhia, calculado de acordo com o disposto na


Lei das Sociedades por Ações, for de R$ 166.000,00

O valor de R$ 8.000,00 excede o lucro realizado, podendo, neste montante, ser


constituída a reserva de lucros a realizar.

Gabarito  C.

11. Considere os dados a seguir:

Estoque inicial de materiais diretos 60.000,00


Estoque final de produtos em elaboração 68.000,00
Compras de materiais diretos 160.000,00
Estoque inicial de produtos acabados 20.000,00
Mão-de-obra direta 15.000,00
Estoque final de produtos acabados 16.000,00
Custos indiretos de fabricação 53.000,00
Estoque final de materiais diretos 77.000,00
Estoque inicial de produtos em elaboração 42.000,00
Despesas administrativas 22.000,00
Despesas com vendas 18.000,00
Despesas financeiras líquidas 4.000,00

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Considerando apenas essas informações, extraídas da contabilidade da Cia. Rio


Negro, o Custo dos Produtos Vendidos, no período, correspondeu a, em R$:

(A) 145.000,00
(B) 167.000,00
(C) 185.000,00
(D) 189.000,00
(E) 211.000,00

Comentários

Para este tipo de questão, temos de montar os razonetes relacionados à


contabilidade de custos. Primeiro, o estoque de matéria prima ou material direto.

Matéria-prima
(EI) 60.000 X (Saída)
(Compra) 160.000

(EF) 77.000

Estoque inicial + Compras – Saída = Estoque final.


60.000 + 160.000 – X = 77.000
220.000 – X = 77.000
X = 143.000,00

Agora, passemos para o outro razonete, produtos em elaboração.

Produtos em elaboração
(EI) 42.000
(Transf.) 143.000 X (Saída)
(MOD) 15.000
(CIF) 53.000

(EF) 68.000

Estoque inicial + Transferência de MP + Mão de obra direta + Custos indiretos de


fabricação – Saídas = Estoque final

42.000 + 143.000 + 15.000 + 53.000 – X = 68.000


X = 185.000,00

Por fim, elaboremos o razonete de estoque de produtos acabados.

Estoque de produtos acabados

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(EI) 20.000
(Transf.) 185.000
X (CPV)
(EF) 16.000

Estoque inicial + Transferência de produtos acabados – CPV = Estoque final de


produtos acabados.

20.000 + 185.000 – CPV= 16.000


CPV = 189.000,00.

Portanto, o gabarito é letra d.

Gabarito  D.

12. A Cia. Iguaçu alienou em 31.01.2006, uma máquina de seu Ativo Imobilizado
por R$ 49.500,00. A máquina havia sido adquirida em 15.09.2001 por R$
77.000,00 e colocada imediatamente em funcionamento nas atividades
operacionais da companhia. O valor residual da máquina foi estimado em R$
5.000,00. Sabendo-se que a sociedade adota a taxa de depreciação linear de 10%
ao ano, lançada mensalmente, foi auferido na operação um ganho de capital de,
em R$:

(A) 4.300,00
(B) 4.900,00
(C) 5.500,00
(D) 9.300,00
(E) 9.900,00

Comentários

Valor de aquisição 77.000,00


Valor depreciável 72.000,00
Depreciação anual (10%) 7.200,00
Depreciação mensal (7.200/12) 600

Depreciação acumulada (2001 a 2005)

2001: 4 meses x 600 = 2.400


2002 a 2005: 48 meses x 600 = 28.800
2006: 1 mês = 600
Total da depreciação acumulada = 31.800,00.

A depreciação do mês de setembro de 2001 é considerada como um mês


completo.

Valor de aquisição 77.000,00

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(-) Depreciação acumulada (31.800,00)


Valor contábil 45.200,00

Valor de alienação 49.500,00


(-) Valor contábil (45.200,00)
Lucro na alienação do imobilizado 4.300,00

Gabarito  A.

Enunciado para as questões 13 e 14.

A Cia. Flor do Charco adquiriu à vista um lote de mercadorias, revendendo, em


seguida, metade do mesmo, por R$ 280.000,00. A companhia está sujeita, nas
suas operações de compra e venda, à incidência do ICMS à alíquota de 18% e à do
PIS e da COFINS, no regime não-cumulativo, com alíquotas, respectivamente, de
1,65% e 7,6%. O lucro bruto auferido pela sociedade nessas transações foi de R$
58.200,00.

13. O custo das mercadorias vendidas na mencionada operação de venda foi igual
a, em R$:

(A) 143.400,00
(B) 145.500,00
(C) 166.780,00
(D) 171.400,00
(E) 200.000,00

Comentários

Vamos lá. Montemos uma pequena demonstração do resultado do exercício.

Receita Bruta de Vendas 280.000


(-) ICMS s/ vendas -50400
(-) PIS/COFINS -25900
Receita Líquida 203.700
(-) CMV (X)
Lucro bruto 58.200

Assim, sabemos que:

203.700 – X = 58.200
X = 145.500,00.

Logo, o custo da mercadoria vendida é de R$ 145.500,00.

Gabarito  B.

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14. O valor pago pela companhia ao fornecedor, ao efetuar a referida aquisição, foi
equivalente a, R$:

(A) 400.000,00
(B) 342.800,00
(C) 333.560,00
(D) 328.000,00
(E) 291.000,00

Comentários

O CMV corresponde à metade das mercadorias compradas. Assim, o valor total das
compras foi de R$ 291.000,00. Todavia, deste valor foram retirados os tributos
recuperáveis.

Assim:

Valor de compra – Tributos recuperáveis = 291.000,00.

Chamemos o valor de compra de Z.

Z – 18% Z – 1,65% Z – 7,6% Z = 291.000


72,75% Z = 291.000
Z = 291.000/0,7275 = 400.000,00.

Gabarito, portanto, letra a, posto que pagamos ao fornecedor o valor com os


tributos inclusos, mas destacamos na contabilidade da empresa para recuperá-los
posteriormente.

Gabarito  A.

15. É transação evidenciada na Demonstração das Mutações do Patrimônio


Líquido:

(A) Alienação de bens do ativo permanente com resultado não-operacional nulo.


(B) Compra de bens do ativo imobilizado financiada por empréstimo a longo prazo.
(C) Constituição de reserva de reavaliação de bens imóveis.
(D) Empréstimos efetuados a empresas coligadas ou controladas.
(E) Aquisição de investimentos permanentes com pagamento de ágio.

Comentários

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A demonstração das mutações do patrimônio líquido evidencia as mudanças


ocorridas no patrimônio líquido da entidade, seja de maneira qualitativa, seja
quantitativa.

Nada trouxe a Lei 6.404/76 sobre a DMPL, apenas a informação de que esta pode
conter a DLPA.
Apresentamos a seguir um modelo de DMPL.

RESERVAS DE
REAVALIAÇÃO
CAPITAL RESERVAS RESERVAS AÇÕES EM LUCROS
HISTÓRICO (QUE AINDA TOTAL
REALIZADO DE CAPITAL DE LUCROS TESOURARIA ACUMULADOS
CONSTEM DO
BALANÇO)
SALDO EM
31.12.X1
AJUSTES DE
EXERCÍCIOS
ANTERIORES
AUMENTO DE
CAPITAL
REVERSÕES DE
RESERVAS
LUCRO
LÍQUIDO DO
EXERCÍCIO

DIVIDENDOS A
PAGAR

JUROS A
PAGAR SOBRE
CAPITAL
PRÓPRIO
REALIZAÇÃO
DA RESERVA
DE
REAVALIAÇÃO
TRANSFERÊNCI
A PARA
RESERVA
LEGAL
SALDO EM
31.12.X2

Para acertar as questões sobre DMPL, basta que montemos a estrutura tal qual a
DLPA na coluna vertical (à esquerda). Na horizontal (em cima), colocamos todos os
grupos de contas do PL. Aí, basta que vocês saibam os lançamentos contábeis (e
isto será um pré-requisito sobre o qual não teremos tempo de discorrer) para
acertar as questões da prova. O total à coluna da direita sempre ter de ser igual ao
saldo da última linha embaixo.

Vejamos, agora, a nossa questão.

(A) Alienação de bens do ativo permanente com resultado não-operacional


nulo.

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Como o resultado é nulo, não há variação do PL. Supondo a venda de um ativo que
valha R$ 10.000,00, com depreciação de R$ 3.000,00, por este R$ 7.000,00,
lançaremos:

D – Depreciação acumulada 7.000,00


D – Caixa 3.000,00
C – Ativo imobilizado 10.000,00

(B) Compra de bens do ativo imobilizado financiada por empréstimo a


longo prazo.

Essa alternativa não altera o PL. Senão vejamos. Compra de um veículo, por R$
100.000,00 para pagamento daqui a 3 anos. Lançamento:

D – Veículos 100.000,00
C – Financiamentos a pagar de LP 100.000,00

(C) Constituição de reserva de reavaliação de bens imóveis.

Este é o nosso gabarito. Atentemo-nos, somente, ao fato de que a reavaliação do


Ativo Imobilizado foi extinta. Entretanto, as empresa que possuíam saldo na conta
Reserva de Reavaliação em 31/12/2008 puderam optar por extinguir a reserva, ou
mantê-la, e prosseguir com a realização normal. Assim, apesar da Reavaliação
estar extinta, a conta Reserva de Reavaliação pode continuar aparecendo nos
balanços, até a sua total realização.

D – Bem (Ativo)
C – Reserva de reavaliação (PL)

(D) Empréstimos efetuados a empresas coligadas ou controladas.

O item está incorreto. O lançamento aqui é o seguinte:

D – Empréstimos a coligadas e controladas (ANC – RLP)


C – Bancos conta movimento (AC).

(E) Aquisição de investimentos permanentes com pagamento de ágio.

O item também está incorreto.

Quando adquirimos um investimento com ágio, vamos efetuar o seguinte


lançamento:

D – Investimentos permanentes (ANC)


D – Ágio a amortizar (ANC)
C – Caixa (AC)

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Gabarito  C.

16. A Cia. Aresta registrou as seguintes transações em sua contabilidade num


determinado exercício (em R$):

Venda à vista de bem do ativo imobilizado 70.000,00


Venda a curto prazo de mercadorias 790.000,00
Custo das mercadorias vendidas 440.000,00
Resultado da equivalência patrimonial 110.000,00
Constituição da provisão para créditos de liquidação duvidosa 60.000,00
Incorporação de reservas de lucro ao capital 80.000,00
Obtenção de empréstimos de longo prazo 30.000,00
Pagamento de dividendos não-provisionados 240.000,00

Considerando apenas essas informações, é correto concluir que o efeito das


transações no aumento do capital circulante líquido da companhia foi, em R$:

(A) 340.000,00
(B) 260.000,00
(C) 230.000,00
(D) 210.000,00
(E) 150.000,00

Comentários

O capital circulante líquido é resultado da seguinte equação:

CCL = ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE

Vejamos as transações, uma a uma:

Venda à vista de bem do ativo imobilizado 70.000,00

Aumenta o CCL, pois entra dinheiro no caixa com a saída do imobilizado.

Venda a curto prazo de mercadorias 790.000,00


Custo das mercadorias vendidas 440.000,00

Aqui, o CCL aumentou pela diferença entre a receita de vendas e o custo das
mercadorias: 350.000,00.

Resultado da equivalência patrimonial 110.000,00

Não altera o CCL.

D – Investimentos (ANC – Investimentos) 110.000,00

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C – Receita de equivalência patrimonial (Resultado) 110.000,00

Constituição da provisão para créditos de liquidação duvidosa


60.000,00

A constituição da PCLD diminui o CCL no montante de R$ 60.000,00.

Incorporação de reservas de lucro ao capital 80.000,00

Não altera o CCL.

D – Reserva de lucros (PL) 80.000,00


C – Capital social (PL) 80.000,00

Obtenção de empréstimos de longo prazo 30.000,00

Aumenta o CCL, pois entra recurso no caixa e a contrapartida, no passivo, é de


longo prazo.

Pagamento de dividendos não-provisionados 240.000,00

Afeta o CCL, diminuindo-o, com o seguinte lançamento:

D – Lucros acumulados 240.000,00


C – Caixa 240.000,00

Portanto, tivemos as seguintes alterações:

Aumentos do CCL: 70.000 + 350.000 + 30.000 = 450.000,00


Diminuições do CCL: 60.000 + 240.000 = 300.000,00

VARIAÇÃO NO CCL: 450.000,00 – 300.000,00 = 150.000,00

Gabarito  E.

17. A Cia. Vértice vendeu mercadorias à sua controlada no valor de R$


250.000,00, obtendo um lucro de 25% sobre o preço de custo. No final do
exercício, a investidora mantinha em estoque 20% do referido lote, tendo vendido
o restante a terceiros obtendo um lucro de R$ 150.000,00. A controladora possui
60% das ações da investida. Na apuração do Balanço Patrimonial consolidado, o
montante do lucro não-realizado nessas transações, a ser deduzido do valor dos
estoques da controlada, correspondeu a, em R$:

(A) 6.000,00
(B) 7.500,00
(C) 8.000,00

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(D) 10.000,00
(E) 12.500,00

Comentários

O valor da venda foi de R$250.000,00, com lucro de 25% sobre o preço de custo.

Portanto:

Venda 250.000 X%
CMV ? 100%
Lucro ? 25%

Resolvendo, temos:

Venda 250.000 125%


CMV ? 100%
Lucro ? 25%

CMV = 250.000 / 125%  250.000 / 1,25  CMV = 200.000

Lucro na operação: 250.000 – 200.000 = 50.000

No final do exercício, a investidora mantinha em estoque 20% do referido lote.

Lucro não realizado = lucro na operação x % não vendido

Lucro não realizado = 50.000 x 20% = 10.000

Esta questão, contudo, foi anulada, posto que onde está escrito “A Cia. Vértice
vendeu mercadorias à sua controlada”, deveria constar “A Cia. Vértice vendeu
mercadorias à sua controladora”.

Gabarito Preliminar  D.
Gabarito Definitivo  Anulada.

18. A Cia. Novo Horizonte elabora a demonstração do fluxo de caixa pelo método
direto. São dadas as seguintes informações extraídas de sua contabilidade,
referentes ao exercício de 2005, em R$:

Saldo inicial da conta Fornecedores 200.000,00


Saldo final da conta Estoque de Mercadorias 400.000,00
Custo das mercadorias vendidas 950.000,00
Saldo inicial da conta Estoque de Mercadorias 380.000,00
Saldo final da conta Fornecedores 260.000,00

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O valor pago pela companhia a fornecedores no exercício de 2005 correspondeu a,


em R$:

(A) 950.000,00
(B) 910.000,00
(C) 890.000,00
(D) 870.000,00
(E) 840.000,00

Comentários

Vejam que a questão fornece o saldo inicial e final da conta fornecedores. Temos
que descobrir, pois, o valor que foi comprado durante o exercício.

Faremos assim:

Fornecedores
Pagamentos 200.000
Compras

260.000

O valor das compras será encontrado do seguinte modo:

CMV = EI + CO – EF
950.000 = 380.000 + CO – 400.000
Compras = 970.000,00

Fornecedores
Pagamentos 200.000
970.000

260.000

Assim, temos que:

Saldo inicial da conta fornecedores + compras – pagamentos = saldo final da conta


fornecedores

200.000 + 970.000 – Pagamentos = 260.000


Pagamentos a fornecedores = 910.000,00

Gabarito  B.

19. Em relação aos aspectos fiscais dos processos de reorganização e


reestruturação de empresas, é correto afirmar que

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(A) apenas as sociedades extintas nos processos de incorporação, fusão e cisão


terão que apresentar declaração de informações da pessoa jurídica e tributar o
lucro correspondente.
(B) a incorporadora poderá compensar os prejuízos fiscais da incorporada,
observando o limite de redução de 30% do lucro real, antes de tal compensação.
(C) a sociedade cindida parcialmente não mais terá direito a compensar seus
prejuízos fiscais, devendo dar baixa dos mesmos na parte B do LALUR.
(D) as sociedades resultantes da cisão total de uma companhia terão direito de
compensar os prejuízos fiscais da sucedida na proporção do acervo líquido recebido
por cada uma.
(E) a reserva de reavaliação terá na sucessora o mesmo tratamento tributário que
teria na sucedida.

Comentários

A regra é que a sucessora não possa compensar prejuízos fiscais das antecessoras
ou sucedidas. Tal disposição encontra-se no artigo 514 do Regulamento do
Imposto de Renda.

Art. 514. A pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá
compensar prejuízos fiscais da sucedida (Decreto-Lei nº 2.341, de 1987, art. 33).
Parágrafo único. No caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá
compensar os seus próprios prejuízos, proporcionalmente à parcela remanescente
do patrimônio líquido (Decreto-Lei nº 2.341, de 1987, art. 33, parágrafo único).

Ressalva-se, contudo o caso de cisão parcial, conforme disposição do parágrafo


único do artigo 514.

Assim, as assertivas “b”, “c” e “d” encontram-se incorretas.

A assertiva a está incorreta, posto que segundo o Regulamento do Imposto de


Renda:

Art. 235. A pessoa jurídica que tiver parte ou todo o seu patrimônio absorvido em
virtude de incorporação, fusão ou cisão deverá levantar balanço específico na data
desse evento (Lei nº 9.249, de 1995, art. 21, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º,
§ 1º).

O nosso gabarito, por fim, é a letra e, que trata sobre o artigo 441 do RIR/99.

Art. 441. As reservas de reavaliação transferidas por ocasião da incorporação,


fusão ou cisão terão, na sucessora, o mesmo tratamento tributário que teriam na
sucedida.

Gabarito  E.

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PROVA 7 – AGENTE FISCAL DE RENDAS DE SP/2009

1. A Cia. Eclipse Supermercados, dando continuidade à sua estratégia de


expansão, no início de 2008, participa da constituição da Cia. de Varejo Luna, cujo
capital social totalmente subscrito e integralizado, na ocasião, será formado por
um total de 2.000.000 de ações, distribuídas de acordo com limites legais, em
ações ordinárias e preferenciais, todas com valor nominal unitário de R$ 30,00. É
política da empresa manter o controle direto de todas as suas investidas,
desembolsando sempre o valor mínimo necessário. Neste caso, de acordo com a
legislação societária, para manter o controle da Cia. de Varejo Luna, no mínimo, a
empresa deverá integralizar o capital social da investida no valor de

(A) R$ 66.000.000,00
(B) R$ 60.000.000,00
(C) R$ 30.000.030,00
(D) R$ 20.000.300,00
(E) R$ 15.000.030,00

Comentários

Segundo a Lei das Sociedades por Ações

Art. 243. § 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora,


diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe
assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o
poder de eleger a maioria dos administradores.

Analisando o enunciado da questão percebemos que se trata de hipótese de


controle direto. Controle direto é aquele exercido diretamente pela investidora (e
não por terceiro) sobre a investida, através de sua Assembléia Geral.

As sociedades anônimas possuem dois tipos de ações:

1) ordinárias: dão direito a voto;


2) preferenciais: não dão direito a voto, mas têm preferências na distribuição de
dividendos.

O voto é utilizado nas tomadas de decisões sociais, na Assembleia Geral (AG),


órgão máximo deliberativo de uma SA.

Para haver preponderância nas deliberações sociais através da AG faz-se


necessária a propriedade de mais de 50% das ações que dão direito a voto, isto é,
50% das ações mais 1 ação, o que caracteriza, também, o controle.

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Ademais, devemos notar que a questão diz que o capital social é distribuído de
acordo com os limites legais. A lei das SA´s, artigo 15, §2º, estabelece que no
máximo 50% do total das ações emitidas poderá ser preferencial (ou seja, que não
dão direito a voto).
Enfim, extraímos as seguintes conclusões da questão:

1) A empresa Eclipse quer o controle direto na Cia Luna, desembolsando o


mínimo.
2) O controle é caracterizado pela preponderância nas deliberações sociais (nas SA
pela Assembleia Geral).
3) Votam na Assembleia Geral apenas as ações ordinárias (as preferenciais não).
4) A Cia. Eclipse deve, portanto, possuir 50% + 1 ação ordinária da Cia. Luna
como mínimo.
5) Como são 2.000.000 ações distribuídas de acordo com o limite legal, podemos
inferir que 1.000.000 serão ordinárias e 1.000.000 serão preferenciais (LSA, art.
15, §2º).
6) O controle será exercido por 500.001 ações ordinárias (50% + 1 ação), o que
equivale a 15.000.030,00 (500.001 x R$ 30).

Gabarito  E.

Enunciado para as questões de 2 a 4.

A Cia. Solar detém 80% das ações da Cia. Crepúsculo. Em dezembro de 2007,
foram levantadas as seguintes informações sobre a empresa investida:

2. . Se ao final de 2007, o controle de estoque da Cia. Solar acusa a existência de


um saldo de 10% nos estoques adquiridos da investida, no processo de
consolidação de balanço deve ser

(A) registrado um débito de R$ 400.000,00 em estoques.


(B) reconhecido um lucro não realizado nos estoques de R$ 400.000,00.
(C) lançado um crédito de R$ 1.000.000,00 em estoques.
(D) contabilizado um débito de R$ 1.000.000,00 em conta de PL.
(E) contabilizado um crédito de R$ 1.000.000,00 em conta de PL.

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3. Se ao final de 2007 a investidora tivesse repassado a terceiros 90% dos


estoques pelo valor de R$ 11.000.000,00, na Demonstração de Resultado
consolidada deve ser feito um lançamento de

(A) débito em Receita de Vendas de R$ 10.000.000,00 e crédito em CMV de R$


9.600.000,00.
(B) crédito em Receita de Vendas de R$ 10.000.000,00 e débito em CMV de R$
9.600.000,00.
(C) crédito em Receita de Vendas de R$ 11.000.000,00 em contrapartida da conta
de CMV.
(D) débito em Receita de Vendas de R$ 11.000.000,00 em contrapartida da conta
de CMV.
(E) débito em Receita de Vendas de R$ 11.000.000,00 e crédito em CMV de R$
5.600.000,00.

4. No balanço de 2007, o ativo da Cia. Solar evidencia um saldo de R$


80.000.000,00 na conta Participação Societária − Cia. Crepúsculo. Com base nos
dados informados, a investidora deve registrar

(A) R$ 480.000,00 a débito da conta Participação Societária − Cia. Crepúsculo.


(B) R$ 480.000,00 a débito de conta de Resultado de Equivalência Patrimonial.
(C) R$ 80.000,00 a débito de conta de Resultado Não-Operacional.
(D) R$ 80.000,00 a crédito da conta Resultado de Equivalência Patrimonial.
(E) R$ 80.000,00 a crédito da conta Participação Societária − Cia. Crepúsculo.

Comentários

Comecemos pela questão 2.

Valor da Venda 10.000.000


(-) CMV (6.000.000)
(=) Lucro na operação 4.000.000
x % não vendido a terceiros x 10 %
(=) Lucro não realizado 400.000

Gabarito  B.

Agora, passemos à questão 3.

O valor da venda a terceiro está aí apenas para confundir o candidato. Não será
usado para nada, nesta questão.

A fórmula para eliminar o saldo dos lucros não realizados na DRE é a seguinte:

D – Receita de Vendas (pelo total das vendas) 10.000.000


C – Estoque ( pelo valor do lucro não realizado) 400.000
C – CMV (pela diferença: Vendas – lucro não realizado) 9.600.000

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Gabarito  A.

Por último, a questão 4.

Novo PL em 2007: R$ 100.600.000,00 x 80% = R$ 80.480.000,00.

Dele, abatemos o lucro não realizado de R$ 400.000,00.

Portanto, ficamos com R$ 80.080.000,00, significando que tivemos um ganho de


equivalência de R$ 80.000,00, reconhecido pelo lançamento:

D - Investimentos Permanentes 80.000,00


C – Receita de Equivalência Patrimonial 80.000,00

Gabarito  D

5. São características necessárias para a identificação de um ativo Intangível

(A) apresentar a possibilidade concreta de reconhecimento futuro e ser indivisível.


(B) permitir a utilização de base confiável de controle, mesmo que a mensuração
de seu custo não possa ser feita em bases fidedignas, e ter indivisibilidade
patrimonial.
(C) ser identificável, controlado e gerar benefícios econômicos futuros.
(D) ter indivisibilidade patrimonial e financeira e utilização econômica limitada.
(E) ter indivisibilidade patrimonial e não resultar de direitos contratuais.

Comentários

Os intangíveis são aqueles ativos que não têm existência física. Como exemplos de
intangíveis, temos os direitos de exploração de serviços públicos mediante
concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, fundo de comércio
adquirido.

Segundo a lei 6.404:

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados


à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo
de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007)

Segundo o CPC, três são as condições para que os itens acima sejam considerados
ativos intangíveis, a saber:

- ser identificável;

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- ser controlável;
- ser gerador de benefícios futuros.

Gabarito  C.

Texto para as questões de 6 a 8.

A Cia. Alvorecer, ao analisar um determinado ativo, identifica as seguintes


características:

6. O valor recuperável desse ativo é, em R$,

(A) 5.000.000,00
(B) 5.100.000,00
(C) 5.400.000,00
(D) 5.600.000,00
(E) 6.000.000,00

Comentários

A norma Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 01 - define como valor


recuperável de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa é o maior valor
entre o valor justo líquido de despesas de venda (nova nomenclatura para o antigo
valor líquido de venda) de um ativo e seu valor em uso.

Valor Justo Líquido de Despesa de Venda 5.100.000


Valor em Uso 5.000.000

Portanto, o maior dos dois é o valor líquido de venda (ou valor justo líquido de
despesa de venda). O gabarito da questão é a letra B.

7. O valor líquido contábil é, em R$,

(A) 6.000.000,00
(B) 5.600.000,00
(C) 5.400.000,00
(D) 5.100.000,00
(E) 5.000.000,00

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Comentários

Segundo o Pronunciamento do CPC, valor contábil é o valor pelo qual um ativo


está reconhecido no balanço depois da dedução de toda respectiva depreciação,
amortização ou exaustão acumulada e provisão para perdas.

O valor contábil bruto é 8.000.000.

A questão ainda forneceu o valor da depreciação acumulada, que monta a


2.000.000.

Por fim, forneceu ainda a provisão já registradas para perdas, no valor de


600.000.

Dessa forma, acharíamos o valor líquido contábil subtraindo 2.000.000 e 600.000


do valor contábil bruto, de 8.000.000

Valor contábil líquido = 8.000.000 – 2.000.000 – 600.000 = 5.400.000,00

Gabarito  C.

8. A perda por redução ao valor recuperável é, em R$,

(A) 3.000.000,00
(B) 2.600.000,00
(C) 1.000.000,00
(D) 600.000,00
(E) 300.000,00

Comentários

Perda por desvalorização, segundo a Resolução, é o valor pelo qual o valor


contábil de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa excede seu valor
recuperável.

Vimos que o valor recuperável é o maior valor entre o valor líquido de


venda e o valor em uso. Neste caso, achamos o montante de 5.100.000 (valor
de venda).
Comparando com o valor contábil líquido, que é de 5.400.000, inferimos que o
valor contábil é maior do que o valor recuperável.

Neste caso, devemos apropriar no balanço uma perda por desvalorização, no valor
da diferença, 5.400.000 – 5.100.000 = 300.000.

Gabarito  E.

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Enunciado para as questões 9 e 10.

A Cia. Poente recebe da prefeitura do município X um terreno avaliado em R$


1.000.000,00, assumindo o compromisso de instalar nessa propriedade um parque
fabril modular no valor de R$ 15.000.000,00, com vida útil estimada em 10 anos.

9. O registro contábil da subvenção deve ser débito em conta

(A) de Imobilizado pelo registro do terreno e crédito em conta de Passivo pela


obrigação assumida em razão da subvenção recebida.
(B) do Ativo Intangível pelo registro do terreno e crédito em conta de Provisão
Contingencial Passiva pelo valor do terreno recebido.
(C) de Imobilizado pelo registro do terreno e crédito em conta de Patrimônio
Líquido no valor do terreno recebido.
(D) de Provisão para Contingência Ativa e crédito em conta de Passivo de Longo
Prazo pelo valor do terreno recebido.
(E) de Diferido pelo registro do terreno e crédito em conta de Patrimônio Líquido
no valor do terreno recebido.

Comentários

Primeiro passo, quando saberemos se uma subvenção será registrada? São dois os
requisitos, a saber:

7. Subvenção governamental, inclusive subvenção não monetária a valor justo,


não deve ser reconhecida até que exista segurança de que:

(a) a entidade cumprirá todas as condições estabelecidas; e


(b) a subvenção será recebida.

Na questão, o governo já efetivou a doação à empresa. Portanto, atendeu-se ao


requisito b (a subvenção será recebida). Também, a entidade assumiu o
compromisso de cumprir as condições estabelecidas.

Temos por completo os dois requisitos:

a) a entidade cumprirá as condições; e


b) a subvenção será recebida. Podemos registrar a subvenção.

Como o terreno ainda não pertence à empresa, pois ela deve instalar um parque
fabril, não podemos reconhecer esta subvenção (doação) no resultado. Se a
empresa não instalar o parque fabril, ela deverá devolver o terreno. O lançamento
do registro inicial é o que se segue:

D - Imobilizado - Terreno R$ 1.000.000,00


C - Passivo - Doações e subvenções R$ 1.000.000,00

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Gabarito  A.

10. No resultado da empresa, esse evento

(A) acarretará apenas o registro da despesa depreciação relativa ao parque fabril.


(B) acarretará a transferência da despesa de depreciação para conta do patrimônio
líquido.
(C) não acarretará impacto porque o registro da subvenção recebida não tramita
no resultado.
(D) acarretará a reversão da depreciação acumulada para a conta de ajuste de
resultado.
(E) acarretará o reconhecimento de receita de subvenção no mesmo percentual
utilizado para a despesa de depreciação anual.

Comentários

Observemos a norma:

16. É fundamental, pelo regime de competência, que a receita de subvenção


governamental seja reconhecida em bases sistemáticas e racionais, ao longo do
período necessário e confrontada com as despesas correspondentes. Assim, o
reconhecimento da receita de subvenção governamental no momento de seu
recebimento somente é admitido nos casos em que não há base de alocação da
subvenção ao longo dos períodos beneficiados.

Via de regra, portanto, a receita de subvenção deve ser apropriada conforme vai
ser realizando, e não numa única etapa.

Na maioria dos casos essa correlação pode ser feita, e a subvenção é reconhecida
em confronto com as despesas correspondentes. Semelhantemente, subvenção
relacionada a ativo depreciável deve ser reconhecida como receita ao longo do
período da vida útil do bem e na mesma proporção de sua depreciação.

A subvenção não deve ser reconhecida de imediato em seu recebimento. A receita


deve ser correlacionada com as despesas correspondentes.

Vamos supor que a empresa tenha instalado o parque fabril (ao custo de
15.000.000, e com vida útil estimada em 10 anos). Após a instalação, a empresa
"ganhou" o terreno (cumpriu a condição necessária).

Assim, deve ser feita a seguinte contabilização:

D - Passivo - Doações e subvenções 1.000.000


C - Receita diferida (PNC) 1.000.000

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Após cumprir as condições, o valor da doação passa para receita diferida (já
pertence à empresa). Mas o reconhecimento da receita deve ser realizado por
competência.

Após um ano, a empresa terá reconhecido como despesa de depreciação da


unidade fabril o valor de $ 1.500.000. E deverá reconhecer também a receita da
subvenção (doação do terreno), na mesma proporção.

Portanto:

Pela depreciação da fábrica:

D - Depreciação (resultado) 1.500.000


C - Depreciação acumulada (ANC) 1.500.000

Pelo reconhecimento da receita de subvenção (1/10 do total)

D - Receita diferida (PNC) 100.000


C - Outras receitas (resultado) 100.000

E assim por diante, até reconhecer toda a receita em 10 anos.

Há duas maneiras aceitáveis de reconhecer a receita: como "outras Receitas" ou


na própria conta de depreciação, diminuindo o seu valor.

Gabarito  E.

11. Uma empresa tem inscrito um saldo relevante em seus ativos, na conta
valores a receber. Nesse caso, a empresa deverá

(A) ajustar os recebíveis a valor presente, lançando os ajustes a valor presente em


conta de despesa financeira.
(B) provisionar o ajuste a valor presente, criando uma retificadora da conta que
originou a operação inicial.
(C) ajustar os recebíveis pela taxa Selic, lançando o valor do ajuste em conta de
Patrimônio Líquido.
(D) calcular proporcionalmente o valor do desconto a valor presente mediante
aplicação de taxa média anual praticada pela empresa e creditar direto no saldo de
recebíveis.
(E) ajustar os recebíveis, calculando seu valor presente e registrando-o em conta
de receita financeira.

Comentários

O gabarito apresentado pela banca foi a letra A, porém, discordamos de tal


posicionamento. Senão vejamos.

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A alternativa dada como gabarito (letra A) não se encontra de acordo com a


resolução CFC n° 1.151/09 que aprovou a NBC T 19.17 – Ajuste a Valor Presente.

Aparentemente, o examinador baseou-se no entendimento anterior a tal resolução.

A resolução CFC n° 1.151/09 e NBC T 19.17 determinam que a mensuração


contábil a valor presente seja aplicada no reconhecimento inicial de ativos e
passivos.

Segue abaixo trecho da referida norma:

Ativos e passivos monetários com juros implícitos ou explícitos embutidos devem


ser mensurados pelo seu valor presente quando do seu reconhecimento inicial, por
ser este o valor de custo original dentro da filosofia de valor justo (fair value).

A questão em análise dispõe sobre a conta valores a receber, de natureza


monetária, devendo seguir ao comando do parágrafo anterior.

Segue abaixo um exemplo de lançamento que reflete a situação exposta:

Débito: Valores a receber 1.500,00


Crédito: Receita de Vendas 1.000,00
Crédito: Juros Ativos a apropriar 500,00 (conta retificadora da conta
valores a receber)

Nos exercícios sociais seguintes, obedecendo ao princípio da competência, é


debitada a conta “Juros Ativos a apropriar” e creditada a conta “Receitas
Financeiras”.

Ainda de acordo com a norma:

“Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de


longo prazo, ou de curto prazo quando houver efeito relevante, devem ser
ajustados a valor presente com base em taxas de desconto que reflitam as
melhores avaliações do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos
específicos do ativo e do passivo em suas datas originais”.

“A quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial


“pro rata die”, a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos
apropriados nas contas a que se vinculam.”

Observa-se na parte final do parágrafo que os efeitos do ajuste a valor presente


devem ser apropriados nas contas a que se vinculam.

No anexo da referida norma, no exemplo 12, é demonstrado a forma correta do


ajuste a valor presente, conforme segue abaixo:

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Por exemplo, suponha-se uma venda de imóvel por $ 10.000 mil, pago com
entrada de $ 4.000 mil em dinheiro e 3 (três) notas promissórias anuais de $
2.000 mil cada uma, sem juros, efetuada num momento em que a taxa de juros,
para o tipo de vendedor e comprador, seja, para ambos, de 18% ao ano (essas
taxas podem ser diferentes para eles).

O vendedor, na transação, registra:

D – Caixa $ 4.000.000
D – Notas Promissórias a Receber $ 6.000.000
C – Juros a Apropriar $ 1.651.454
C – Receita de Venda de Imóveis $ 8.348.546

O valor destes Juros a Apropriar é obtido através da utilização de tabelas


financeiras, ou da fórmula Valor Nominal/(1+i)^n.

Desta forma, reiteramos nossa discordância com a questão apresentada pela FCC.
A nosso ver, a assertivas mais correta seria a letra b. Todavia, a banca manteve o
gabarito inicial.

Gabarito  A.

12. São consideradas operações com partes relacionadas

(A) as compras ou as vendas de bens realizadas com fornecedores diversos.


(B) o pagamento de dividendos a acionistas minoritários.
(C) o fornecimento de garantias, avais ou fianças a empresas coligadas.
(D) o adiantamento a empregados e a fornecedores.
(E) os contratos de seguros e benefícios a empregados.

Comentários

O assunto está prescrito no CPC 05, que define:

Os relacionamentos com partes relacionadas são uma característica normal do


comércio e dos negócios. Por exemplo, as entidades realizam frequentemente
parte das suas atividades por meio de controladas, empreendimentos controlados
em conjunto (joint ventures) e coligadas. Nessas circunstâncias, a entidade tem a
capacidade de afetar as políticas financeiras e operacionais da investida por meio
de controle pleno, controle compartilhado ou influência significativa.

O relacionamento com partes relacionadas pode ter efeito na demonstração do


resultado e no balanço patrimonial da entidade. As partes relacionadas podem
levar a efeito transações que partes não relacionadas não realizariam. Por
exemplo, a entidade que venda bens à sua controladora pelo custo pode não

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vender nessas condições a outro cliente. Além disso, as transações entre partes
relacionadas podem não ser feitas pelos mesmos montantes que seriam entre
partes não relacionadas.
A demonstração do resultado e o balanço patrimonial da entidade podem ser
afetados por um relacionamento com partes relacionadas mesmo que não ocorram
transações com essas partes relacionadas. A mera existência do relacionamento
pode ser suficiente para afetar as transações da entidade com outras partes. Por
exemplo, uma controlada pode cessar relações com um parceiro comercial quando
da aquisição pela controladora de outra controlada dedicada à mesma atividade do
parceiro comercial anterior.

Alternativamente, uma parte pode abster-se de agir por causa da influência


significativa de outra. Por exemplo, uma controlada pode ser orientada pela sua
controladora a não se envolver em atividades de pesquisa e desenvolvimento.

Por essas razões, o conhecimento das transações, dos saldos existentes, incluindo
compromissos, e dos relacionamentos da entidade com partes relacionadas pode
afetar as avaliações de suas operações por parte dos usuários das demonstrações
contábeis, inclusive as avaliações dos riscos e das oportunidades com os quais a
entidade se depara.

Vejamos agora o conceito de partes relacionadas.

9. Parte relacionada é a pessoa ou a entidade que está relacionada com a entidade


que está elaborando suas demonstrações contábeis.

(a) Uma pessoa, ou um membro próximo de sua família, está relacionada com a
entidade que reporta a informação se:

(i) tiver o controle pleno ou compartilhado da entidade que reporta a informação;


(ii) tiver influência significativa sobre a entidade que reporta a informação; ou
(iii) for membro do pessoal chave da administração da entidade que reporta a
informação ou da controladora da entidade que reporta a informação.

(b) Uma entidade está relacionada com a entidade que reporta a informação se
qualquer das condições abaixo for observada:

(i) a entidade e a entidade que reporta a informação são membros do mesmo


grupo econômico (o que significa dizer que a controladora e cada controlada são
inter-relacionadas, bem como as entidades sob controle comum são relacionadas
entre si);
(ii) a entidade é coligada ou controlada em conjunto (joint venture) de outra
entidade (ou coligada ou controlada em conjunto de entidade membro de grupo
econômico do qual a outra entidade é membro);
(iii) ambas as entidades estão sob o controle conjunto (joint ventures) de uma
terceira entidade;

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(iv) uma entidade está sob o controle conjunto (joint venture) de uma terceira
entidade e a outra entidade for coligada dessa terceira entidade;
(v) a entidade é um plano de benefício pós-emprego cujos beneficiários são os
empregados de ambas as entidades, a que reporta a informação e a que está
relacionada com a que reporta a informação. Se a entidade que reporta a
informação for ela própria um plano de benefício pós-emprego, os empregados que
contribuem com a mesma serão também considerados partes relacionadas com a
entidade que reporta a informação;
(vi) a entidade é controlada, de modo pleno ou sob controle conjunto, por uma
pessoa identificada na letra (a);
(vii) uma pessoa identificada na letra (a)(i) tem influência significativa sobre a
entidade, ou for membro do pessoal chave da administração da entidade (ou de
controladora da entidade).

Ainda, vejamos:

21. Seguem exemplos de transações que devem ser divulgadas, se feitas com
parte relacionada:

(a) compras ou vendas de bens (acabados ou não acabados);


(b) compras ou vendas de propriedades e outros ativos;
(c) prestação ou recebimento de serviços;
(d) arrendamentos;
(e) transferências de pesquisa e desenvolvimento;
(f) transferências mediante acordos de licença;
(g) transferências de natureza financeira (incluindo empréstimos e contribuições
para capital em dinheiro ou equivalente);
(h) fornecimento de garantias, avais ou fianças;
(i) assunção de compromissos para fazer alguma coisa para o caso de um evento
particular ocorrer ou não no futuro, incluindo contratos a executar (reconhecidos
ou não); e
(j) liquidação de passivos em nome da entidade ou pela entidade em nome de
parte relacionada.

De posse desses dois itens da norma, analisemos as assertivas:

São consideradas operações com partes relacionadas

(A) as compras ou as vendas de bens realizadas com fornecedores


diversos.

Incorreto. Apenas as compras e vendas de bens com partes relacionadas e não


com fornecedores diversos.

(B) o pagamento de dividendos a acionistas minoritários.

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Incorreto. Acionistas minoritários não se enquadram no conceito de partes


relacionadas.

(C) o fornecimento de garantias, avais ou fianças a empresas coligadas.

Correto. De acordo com item 21, h, do CPC 05, combinado com item 9, b, ii.

(D) o adiantamento a empregados e a fornecedores.

Incorreto. Não se trata, também, de parte relacionada.

(E) os contratos de seguros e benefícios a empregados.

Incorreto. Não se trata, também, de parte relacionada, salvo se houver


compartilhamento de riscos, nos termos do item 34B do CPC 33 – Benefícios a
empregados.

Gabarito  C.

13. Custo de Produção do Período é a soma dos custos incorridos no período


dentro da fábrica. Custo da Produção Acabada é a soma dos custos contidos na
produção acabada no período. Custo dos Produtos Vendidos é a soma dos custos
incorridos na produção dos bens e serviços que só agora estão sendo vendidos.

Com relação à afirmação acima, e tomando-se como base para comparação o


mesmo período, é correto afirmar que

(A) o custo de Produção será obrigatoriamente maior que os demais.


(B) o custo da Produção Acabada será obrigatoriamente menor que os demais.
(C) o custo dos Produtos Vendidos será obrigatoriamente maior do que os outros
dois acima mencionados.
(D) não existe correlação obrigatória de grandeza entre os três custos acima
mencionados.
(E) o custo de Produção Acabada será obrigatoriamente maior que os demais, por
ser a soma dos custos contidos na produção.

Comentários

A contabilidade de custos é um dos ramos da contabilidade. Cuida ela,


precipuamente, da atribuição de custos da produção e seu controle.

O gasto pode ser dividido em quatro espécies:

1) despesas;
2) custos;
3) perdas; e

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4) investimentos.

Interessam-nos os custos. Custos, de acordo com a melhor doutrina, são


gastos com bens que serão utilizados na produção de outros bens. Em
suma, são os gastos que se correlacionam com a atividade produtiva. Exemplos:
salários de funcionários que trabalham na fábrica, aluguéis do imóvel em que
funciona a fábrica, seguro das máquinas que atuam na fábrica.

As indústrias basicamente possuem dois tipos de estoques:

1) produtos em elaboração;
2) produtos acabados.

O custo de produção do período, chamado de CPP, pode ser definido como o tal
dos cursos incorridos na produção em um determinado espaço de tempo.

Em linguagem algébrica, podemos defini-lo da seguinte forma:


Custo da produção do período = material direto + mão de obra direito +
custos indiretos de fabricação.

Vamos elaborar um enunciado para exemplificar a questão. Suponha que a


empresa Alfa tenha gasto R$ 1.000,00 com a compra de matéria-prima.

Em seguida, passa toda essa matéria-prima para produção no período. O razonete


fica assim...

Na compra:

Matéria prima
R$ 1.000,00

Na transferência para o setor produtivo:

Matéria prima Produtos em elaboração


R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00

Suponha-se que R$ 500 foram gastos com mão-de-obra direta para a produção e,
também, que R$ 200 são gastos com custos indiretos de fabricação. Todos esses
gastos não são alocados na Demonstração do Resultado do Exercício, por se tratar
de custo. O custo será agregado ao valor da mercadoria (na conta produtos em
elaboração). Vai ficar assim:
Matéria prima Produtos em elaboração
R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00

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R$ 500,00
R$ 200,00

Se deste total, 60% foram acabados, passaremos a essa porcentagem para o


razonete produtos acabados (60% x 1.700 = 1.020).
Matéria prima Produtos em elaboração Produtos acabados
R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.020,00 R$ 1.020,00
R$ 500,00
R$ 200,00
R$ 1.700,00

E se agora metade desses produtos forem vendidos? Daríamos saída do estoque


de produtos acabados (por crédito) e debitaríamos custo dos produtos vendidos.
Estaria assim:
Custo dos produtos
Matéria prima Produtos em elaboração Produtos acabados vendidos
R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.020,00 R$ 1.020,00 R$ 510,00 R$ 510,00
R$ 500,00 R$ 510,00
R$ 200,00
R$ 1.700,00 R$ 1.020,00
R$ 680,00

Exploremos o nosso enunciado.

Custo de Produção do Período é a soma dos custos incorridos no período dentro da


fábrica = MOD + CIF + MD  No nosso caso, seria 1000 + 500 + 200 = 1.700.

Custo da Produção Acabada é a soma dos custos contidos na produção acabada no


período  Na questão são os 1.020 (que equivalem a 60% da produção do
período).

Custo dos Produtos Vendidos é a soma dos custos incorridos na produção dos bens
e serviços que só agora estão sendo vendidos  é o que vendemos no período,
que equivale a R$ 510,00.

Em custos, trabalharemos basicamente com esses quatro razonetes.

Vamos analisar as assertivas...

(A) o custo de Produção será obrigatoriamente maior que os demais.

Incorreto. Na nossa questão o custo de produção foi maior do que o custo dos
produtos acabados e do que o custo dos produtos vendidos. Todavia, nada impede
que haja um saldo anterior de produtos acabados (provindo de um exercício

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passado). Se, no nosso exemplo, tivéssemos um saldo anterior de produtos


acabados de R$ 5.000,00 e mantivéssemos a porcentagem de venda, 50%, o
custo do produto vendido seria R$ 3.010,00, que equivale a [(5.000 + 1020) x
50%].

(B) o custo da Produção Acabada será obrigatoriamente menor que os


demais.

Incorreto. O custo da produção acabada pode ser maior do que o custo dos
produtos vendidos. Veja o nosso exemplo, o CPA foi de R$ 1.020 e o CPV foi de R$
510.

(C) o custo dos Produtos Vendidos será obrigatoriamente maior do que os


outros dois acima mencionados.

Incorreto. Não podemos afirmar que será maior. Em nosso exemplo foi menor do
que o custo de produção do período e, também, do que o custo dos produtos
acabados.

(D) não existe correlação obrigatória de grandeza entre os três custos


acima mencionados.

Correto. Um ou outros desses custos pode ser maior, dependendo da situação e do


exercício em que se está fazendo a análise.

(E) o custo de Produção Acabada será obrigatoriamente maior que os


demais, por ser a soma dos custos contidos na produção.

Incorreto. O custo de produção acabada pode ser menor que os demais. Na nossa
questão foi menor do que o custo de produção do período.

Gabarito  D.

14. Para um ponto de equilíbrio financeiro de 100 unidades, os custos e despesas


variáveis, os custos e despesas fixas, o preço líquido de venda unitário e a
depreciação devem ser os expressos em:

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Comentários

Em lição simples, ponto de equilíbrio é o nível que custos e despesas são iguais às
receitas totais da empresa. Neste ponto não há que se falar em lucro ou prejuízo.

O ponto de equilíbrio financeiro é aquele em que as saídas de caixa


equivalem às entradas de caixa, monetariamente falando. Para achá-lo, os
itens que não representam saídas ou entradas de caixas devem ser
desconsiderados, tal como a depreciação.

Vamos exemplificar com o item a...

As entradas de caixa são 100 unidades x R$ 200,00, ou seja, 20.000,00.

A saídas de caixa são R$ 30,00 x 100 unidades + R$ 14.000 – 800 = 3.000 +


13.200 = 16.200,00.

Ou seja, teremos um saldo de 3.800,00, que é diferente de zero. Não estamos,


portanto, no ponto de equilíbrio financeiro.

Reparem que a depreciação foi retirada, uma vez que não representa efetivo
desembolso de recurso.

Item incorreto.

Letra b:

Entradas de caixa: 100 unidades x R$ 150,00 = 15.000,00

Saídas de caixa: R$ 40,00 x 100 unidades + R$ 11.900 – R$ 900 = 15.000,00.

Equivaleram as saídas e as entradas de caixa. Logo, este é o gabarito da questão.

Letra c: Incorreta.

Entradas de caixa: 100 unidades x R$ 150,00 = 15.000,00

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Saídas de caixa: R$ 50,00 x 100 unidades + R$ 11.650 – R$ 650 = 16.000,00.

Total: (1.000,00)

Letra d: Incorreta.

Entradas de caixa: 100 unidades x R$ 200,00 = 20.000,00

Saídas de caixa: R$ 60,00 x 100 unidades + R$ 15.000 – R$ 750 = 20.250,00.

Total: (250,00)

Letra e: Incorreta.

Entradas de caixa: 100 unidades x R$ 270,00 = 27.000,00

Saídas de caixa: R$ 70,00 x 100 unidades + R$ 16.000 – R$ 850 = 22.150,00.

Total: 4.850,00

Nosso gabarito, portanto, é a letra B.

Gabarito  B.

15. Considere as informações apresentadas, no quadro abaixo, referentes à


movimentação de estoques de materiais na empresa Y.

Considerando que a apuração do custo dos produtos vendidos é feita


mensalmente, o critério de avaliação dos Materiais Diretos (Preço Médio, PEPS e
UEPS) que leva a empresa Y a alcançar melhor resultado no período de X0 é

(A) PEPS.
(B) UEPS.
(C) Médio.
(D) PEPS e UEPS o mesmo resultado.
(E) Médio e PEPS o mesmo resultado.

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Comentários

O melhor resultado é o método que apresenta o menor CMV, conseqüentemente a


menor despesa para a empresa.

Na questão temos de calcular um a um os métodos de controle de estoques...

Primeiro que entra, primeiro que sai (PEPS)

Entrada Saída Saldo


Data
Quant. RS Saldo Quant. RS Saldo Quant. RS Saldo
Dezembro 0 0 0
Janeiro 100 R$ 100,00 R$ 10.000,00 100 R$ 100,00 R$ 10.000,00
Fevereiro R$ - 50 R$ 100,00 R$ 5.000,00 50 R$ 100,00 R$ 5.000,00
50 R$ 100,00 R$ 5.000,00
Março 200 R$ 50,00 R$ 10.000,00
200 R$ 50,00 R$ 10.000,00
50 R$ 100,00 R$ 5.000,00
Maio 150 R$ 50,00 R$ 7.500,00
50 50 R$ 2.500,00
150 50 R$ 7.500,00
Julho 100 R$ 80,00 R$ 8.000,00
100 80 R$ 8.000,00

150 50 R$ 7.500,00
Setembro 150 R$ 60,00 R$ 9.000,00 100 80 R$ 8.000,00
150 60 R$ 9.000,00
100 80 R$ 8.000,00
Dezembro R$ - 150 50 R$ 7.500,00
150 60 R$ 9.000,00

Custo da mercadoria vendida R$ 20.000,00 Estoque final R$ 17.000,00

Último que entra, primeiro que sai (UEPS)

Entrada Saída Saldo


Data
Quant. RS Saldo Quant. RS Saldo Quant. RS Saldo
Dezembro 0 0 0
Janeiro 100 R$ 100,00 R$ 10.000,00 100 R$ 100,00 R$ 10.000,00
R$
Fevereiro 50 R$ 5.000,00 50 R$ 100,00 R$ 5.000,00
100,00
50 R$ 100,00 R$ 5.000,00
Março 200 R$ 50,00 R$ 10.000,00
200 R$ 50,00 R$ 10.000,00
50 R$ 100,00 R$ 5.000,00
Maio 100 R$ 50,00 R$ 5.000,00
100 R$ 50,00 R$ 5.000,00
50 100 R$ 5.000,00
Julho 100 R$ 80,00 R$ 8.000,00 100 50 R$ 5.000,00
100 80 R$ 8.000,00
50 100 R$ 5.000,00

100 50 R$ 5.000,00
Setembro 150 R$ 60,00 R$ 9.000,00
100 80 R$ 8.000,00
150 60 R$ 9.000,00
50 100 R$ 5.000,00
Dezembro 150 60 R$ 9.000,00 100 50 R$ 5.000,00
100 80 R$ 8.000,00

Custo da mercadoria vendida R$ 19.000,00 Estoque final R$ 18.000,00

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Média ponderada
Entrada Saída Saldo
Data
Quant. RS Saldo Quant. RS Saldo Quant. RS Saldo
Dezembro 0 0 0
R$
Janeiro 100 R$ 100,00 R$ 10.000,00 100 R$ 10.000,00
100,00
R$
Fevereiro 50 R$ 100,00 R$ 5.000,00 50 R$ 5.000,00
100,00

Março 200 R$ 50,00 R$ 10.000,00 250 R$ 60,00 R$ 15.000,00

Maio 100 R$ 60,00 R$ 6.000,00 150 R$ 60,00 R$ 9.000,00

Julho 100 R$ 80,00 R$ 8.000,00 250 R$ 68,00 R$ 17.000,00

Setembro 150 R$ 60,00 R$ 9.000,00 400 R$ 65,00 R$ 26.000,00

Dezembro 150 65 R$ 9.750,00 250 65 R$ 16.250,00

Custo da mercadoria vendida R$ 20.750,00 Estoque final R$ 16.250,00

Veja que, dos três métodos, o que apresenta o menor CMV é o UEPS, sendo que o
gabarito da nossa questão é a letra b.

Gabarito  B.

Enunciado para as questões 16 e 17.

No segundo mês de produção de uma empresa foram iniciadas 20.000 unidades de


produção das quais 18.000 foram terminadas, ficando 2.000 unidades
semiacabadas. Nesse mesmo mês, foram terminadas 1.500 unidades que eram
semiacabadas no final do mês anterior. Nas unidades semiacabadas do mês
anterior, 2/3 de todos os custos já haviam sido aplicados. Nas unidades
semiacabadas do mês, 50% de todos os custos já foram aplicados. O custo total
de produção (Diretos e Indiretos) do período é R$ 487.500,00.

O custo total aplicado à produção semiacabada no mês anterior foi R$ 15.000,00.


A Empresa produz somente um produto.

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16. Utilizando-se a técnica de equivalente de produção, o custo unitário médio do


mês é, em R$,

(A) 50,00
(B) 45,00
(C) 30,00
(D) 25,00
(E) 15,00

Comentários

As indústrias de produção contínuas são as que fabricam de modo contínuo seus


produtos. No fim de um período, as indústrias podem ter em seu estoque
mercadorias do seguinte tipo:

- Iniciados em período anterior, acabados no presente período.


- Iniciados e acabados no período presente.
- Iniciados no presente período, acabados em período posterior.

Assim, o custo total da produção pode vir de um ou mais períodos, dependendo de


quando se inicia e quando se termina a produção.

Para que a administração saiba a quantas unidades acabadas equivalem as em


elaboração, utilizamos a técnica do equivalente de produção. Expliquemos pelo
exemplo.

- Iniciadas e terminadas no período: 18.000 unidades.


- Iniciadas em período anterior e acabadas no período presente: 1.500 x 1/3
(custo que ainda falta incorrer, 2/3 já foram no período passado) = 500 unidades
(explique-se: equivale a 500 unidades).

- Iniciadas no período presente, acabadas em período posterior: 2.000 x 50% =


1.000 unidades (equivalência).

Assim, temos o equivalente a 19.5000 unidades produzidas (18.000 + 500 +


1.000), o que dá um custo unitário médio de produção de 487.500/19.500 = R$
25,00.

Gabarito  D.

17. Ainda com os dados da questão anterior, utilizando-se a técnica de equivalente


de produção, o custo total da produção acabada no mês é, em R$,

(A) 502.500,00
(B) 487.500,00
(C) 477.500,00

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(D) 450.500,00
(E) 435.500,00

Comentários

Teremos de trabalhar com a conta estoque de produtos em elaboração, que tem o


saldo inicial de R$ 15.000,00.

A produção do mês é de 487.500,00, como já visto na questão anterior.

Somando esses dois valores, temos um saldo total de 502.500,00, que equivale ao
total dos custos dos produtos acabados e em elaboração do período.

No estoque de produtos em elaboração restaram 2.000 unidades apenas (20.000


adquiridas – 18.000 acabadas). Ocorre que apenas 50% dos custos foram
aplicados a estas unidades, o que totaliza 2.000 x R$ 25,00 x 50% = 25.000,00.

Temos, portanto, o seguinte:

1) Os produtos em elaboração de período anterior tem saldo inicial de R$


15.000,00.
2) R$ 487.500,00 são incorridos no período presente.
3) O total R$ 502.500,00 representa a soma dos itens 1 e 2, portanto, produtos
acabados e não acabados.
4) R$ 25.000,00 representam estoques de produtos ainda não acabados, o que
resulta num custo de produção acabada de R$ 502.500,00 – 25.000,00 = R$
477.500,00.

Gabarito  C.

18. Uma empresa apura os custos da produção vendida utilizando dois métodos:
método do custeio por absorção e método do custeio variável.

No início do período, não havia em estoque unidades acabadas ou semi-acabadas.


No mês, foram iniciadas e terminadas 6.000 unidades, das quais 4.000 unidades
foram vendidas. No final do período, a empresa apurou resultado líquido de R$
310.000,00, pelo custeio variável, e R$ 340.000,00, pelo custeio por absorção.

Levando-se em consideração que os custos variáveis representam 50% do preço


de venda, os valores do preço unitário de venda, custo unitário variável e custo
fixo total do mês são, respectivamente:

(A) R$ 200,00, R$ 100,00 e R$ 90.000,00


(B) R$ 180,00, R$ 90,00 e R$ 60.000,00
(C) R$ 160,00, R$ 80,00 e R$ 60.000,00
(D) R$ 120,00, R$ 60,00 e R$ 90.000,00

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(E) R$ 100,00, R$ 50,00 e R$ 50.000,00

Comentários

O Custeio por absorção é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os
custos da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou
indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. O próprio nome do
critério é revelador dessa particularidade, ou seja, o procedimento é fazer com que
cada produto ou produção (ou serviço)absorva parcela dos custos diretos e
indiretos, relacionados à fabricação.

O custeio direto, ou custeio variável, é um tipo de custeio que consiste em


considerar como custo de produção do período apenas os custos variáveis
incorridos. Os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção,
não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo
encerrados diretamente contra o resultado do período. Desse modo, o custo dos
produtos vendidos e os estoques finais de produtos em elaboração e produtos
acabados só conterão custos variáveis.
Note-se que a diferença entre os critérios reside, justamente, no tratamento dado
aos custos fixos.

Feita a memória, analisemos a nossa questão.

Dissemos que a diferença entre os métodos está no tratamento dado aos custos
fixos. Pois bem. Sabem que 4.000 unidades foram vendidas. A diferença entre o
resultado no custeio por absorção e no custeio variável é de R$ 30.000,00
(340.000 – 310.000).

O resultado no custeio variável é menor, tendo em vista que os custos fixos são
integralmente alocados no resultado do período, enquanto no custeio por absorção
esse custo fixo é proporcional ao volume de unidades vendidas. Apenas o custo
fixo relativo a 4.000 unidades fora levado para o resultado.

Essa diferença de R$ 30.000,00 equivale, no custeio por absorção, ao custo fixo


que ficou no estoque para as 2.000 unidades que restam vender do produto.

Ora, se R$ 30.000,00 equivale ao custo fixo de 2.000 unidades que mantivemos no


estoque, vamos achar o valor total do custo fixo por regra de três simples:

R$ 30.000 2.000 unidades


R$ X 6.000 unidades

2.000 X = 180.000
X = R$ 90.000,00 (Custo fixo total)

Agora, vamos apurar o lucro em qualquer um dos sistemas. Vamos escolher o


custeio por absorção.

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Lucro = Receita – Custos


340.000 = P x Q – (Custo fixo + custo variável)
340.000 = P x Q – 60.000 - CV x Q

Temos que CV = 0.5 x P

Logo,

340.000 = P x Q – 60.000 - 0,5 x P x Q


0,5 P x Q = 400.000 (como vendemos 4.000 unidades, Q = 4.000)
0,5 P x 4.000 = 400.000
P = 400.000/2.000 = R$ 200,00

Este é o preço unitário de venda. Como Custo variável = 0,5 x P, temos que CV =
0,5 x 200 = R$ 100,00.

Gabarito  A.

19. No processo produtivo, as perdas normais e as sucatas devem receber o


tratamento contábil expresso em:

Comentários

As perdas anormais são aquelas imprevisíveis, aleatórias e involuntárias


decorrentes de acidentes ou extravio (remuneração de pessoal em greve, incêndio,
etc). As perdas normais são previsíveis (sobra de pano na confecção de roupa).

As perdas normais, como fazem parte do processo normal de produção são


consideradas Custo de Produção. Já as perdas anormais são lançadas ao resultado
como despesas operacionais. Distinga-se, portanto, perdas normas (previsíveis)
das anormais (imprevisíveis).

Sucatas, segundo a melhor doutrina, são produtos que se originam de forma


normal durante o processo produtivo. Caracterizam-se por possuir venda
esporádica (uma vez que não há mercado fixo para ela) e por possuir valor de
venda insignificante face às atividades produtivas da empresa.

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No magistério de Osni de Moura Ribeiro, as sucatas não devem ser contabilizadas


em conta de estoque, ainda que apareçam em quantidades razoáveis. Ocorrendo
vendas as Receitas devem ser contabilizadas como Receitas Eventuais, pelo valor
alcançado no mercado.

Lançamento:

Caixa
a Receita eventuais (Outras receitas)

Frise-se: Não há custo a ser atribuído às sucatas. O lançamento é somente o


realizado acima.

Perdas normais  Integram o custo do produto de origem (ex: sobra de pano)


Sucata  Não recebe custo (receita eventual)

Nosso gabarito é, pois, a letra b.

Gabarito  B.

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20. A empresa Modelo possui os seguintes saldos no período 2:

Para produzir uma unidade de produto acabado a empresa usa 3 unidades de


matéria-prima. A empresa planeja produzir 150.000 unidades no período 2. O
número de unidades de matéria-prima que a empresa necessita adquirir é

(A) 350.000
(B) 420.000
(C) 450.000
(D) 480.000
(E) 530.000

Comentários

Trabalhemos com o razonete matéria-prima:

Matéria prima
20.000
3 x 150.000

50.000

Veja que, a priori, deveríamos adquirir 3 x 150.000 unidades de matéria-prima,


para atender o que a empresa deseja produzir. Assim ficaríamos da seguinte
forma:

Matéria prima
20.000 450.000,00
450.000

20.000

Ocorre que a questão informa que o nosso estoque final é 50.000 unidades,
portanto, adicionalmente às 450.000 unidades foram adquiridas mais 30.000
matérias-primas, totalizando 480.000 unidades, o que finaliza o razonete da
seguinte forma:

Matéria prima
20.000 450.000,00

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480.000

50.000

Gabarito  D.

21. Considere as seguintes informações sobre a estrutura de uma empresa:

- Custos e despesas variáveis: R$ 100,00 por unidade.


- Custos e despesas fixas: R$ 50.000,00 por mês.
- Preço de venda: R$ 150,00 por unidade.
- Aumento da depreciação: 40%

O ponto de equilíbrio contábil, em unidades, considerando-se que a depreciação


representa 20% do total dos Custos de Despesas fixas, é

(A) 1.080
(B) 1.100
(C) 1.120
(D) 1.180
(E) 1.200

Comentários

O ponto de equilíbrio contábil é atingido quando as receitas e despesas se igualam


e o lucro é zero, nulo.

Receitas = Custos + Despesas


Receitas = Custos Fixos + Custos Variáveis + Despesas fixas + Despesas
variáveis

A receita é obtida pela multiplicação do preço de venda pelo número de unidades


(que é o que queremos achar).

O custo e despesa variável é de R$ 150,00 por unidade. Para achar o valor total,
também devemos multiplicar pelo número de unidades.

Por seu turno, os custos e despesas fixas somam R$ 50.000,00. Segregando este
valor temos que 20% representam depreciação, isto é, R$ 10.000,00 (20% x
50.000).

Vejam que a questão diz que a depreciação aumentou em 40%. Estes 40% devem
ser calculados sobre os R$ 10.000,00. Logo, podemos dizer que a depreciação
aumentou em R$ 4.000,00, o que eleva os custos e despesas fixas para R$
54.000,00 (50.000 + 4.000).

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150 . X = 100 . X + 54.000,00


150 X – 100 X = 54.000  50 X = 54.000,00  X = 1.080,00 unidades.

Gabarito  A.

22. A diferença fundamental do Custeio Baseado em Atividades − Activity-Based


Costing − em relação aos sistemas tradicionais − Variável e Absorção está no
tratamento dado

(A) aos custos diretos de fabricação.


(B) ao ponto de equilíbrio financeiro.
(C) aos custos indiretos de fabricação.
(D) às despesas variáveis.
(E) às despesas financeiras.

Comentários

Custeio baseado em atividades ou, como a própria questão propôs, activity based
costing, é o método ou sistema de custeio que tem por base as atividades que a
empresa efetua durante o processo de fabricação de seus produtos.

Eliseu Martins (2003, p. 87) informa que o custeio baseado em atividades "é uma
metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções
provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos".

Este sistema tem como fundamento básico a busca do princípio da causa, ou seja,
procura identificar de forma clara, por meio de rastreamento, o agente causador
do custo, para lhe imputar o valor.

O gabarito da nossa questão é, portanto, a letra c.

Gabarito  C.

23. A grande finalidade do Custo Padrão é

(A) o planejamento e controle de custos.


(B) a gestão de preços.
(C) o atendimento às Normas Contábeis Brasileiras.
(D) a rentabilidade de produtos.
(E) o retorno do investimento.

Comentários

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Algumas empresas utilizam-se na gestão de seus negócios do controle de custos


não pelos valores efetivamente incorridos, mas, sim, por valores estimados,
ajustados conforme o valor que tenha sido efetivamente incorrido posteriormente.

O denominado custo padrão serve para que possamos avaliar o andamento dos
custos de um negócio, especificamente de seus estoques de produtos acabados e
em acabamento.

Os custos, no custo padrão, são apurados por valores pré-estabelecidos, como já


dissemos.

O objetivo do custeio padrão é, pois, o planejamento e controle de custos.


Ilustraremos esse tipo de custeio através da questão seguinte.

Gabarito  A.

24. Uma empresa utiliza em sua contabilidade o sistema de Custo Padrão. Ao final
do mês, apurou uma variação de ociosidade de mão de obra direta, conforme o
quadro abaixo:

Com base nas informações apresentadas, o valor da variação de ociosidade foi

(A) R$ 5.000,00 positiva.


(B) R$ 5.000,00 negativa.
(C) R$ 10.000,00 negativa.
(D) R$ 15.000,00 negativa.
(E) R$ 20.000,00 negativa.

Comentários

Dissemos que o custo padrão trabalha com estimativas, devendo a empresa


proceder ao ajuste do custo estimado ao realmente ocorrido.

A indústria, neste caso, poderia utilizar 15.000 horas para produção. Contudo,
houve utilização somente de 10.000 horas de mão-de-obra (4.000 unid. x 2,5
horas/unid.).

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Com efeito, podemos dizer que a empresa previu 5.000 horas que não foram
utilizadas, custando R$ 4,00 cada uma dessas horas, o que resulta num total de
R$ 20.000,00 (4,00 x 5.000).

Pode-se dizer, então, que a variação de é R$ 20.000,00 negativa.

Gabarito  E.

25. Na terminologia de custos, são custos de conversão ou transformação:

(A) Mão de obra direta e Mão de obra indireta.


(B) Mão de obra direta e Materiais diretos.
(C) Custos primários e Custos de fabricação fixos.
(D) Matéria-prima, Mão de obra direta e Custos indiretos de fabricação.
(E) Mão de obra direta e Custos indiretos de fabricação.

Comentários

Custos de transformação é a parte dos custos que considera os gastos necessários


para a transformação da matéria-prima, isto é, mão de obra direta e, também os
custos indiretos de fabricação.

CUSTOS DE TRANSFORMAÇÃO = MOD + CIF.

Gabarito  E.

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PROVA 8 – AUDITOR FISCAL MUNICIPAL DE SÃO PAULO/2012

1. Considere os itens patrimoniais, a seguir, de uma sociedade anônima de capital


aberto:

I. Ações de outras empresas em que não há intenção de vendas.


II. Ações adquiridas de sua própria emissão.
III. Financiamento a ser pago em 15 meses após a data do Balanço Patrimonial.

O itens I, II e III são classificados, respectivamente, como:

(A) ativo realizável a longo prazo, ativo não circulante investimentos e passivo não
circulante.
(B) ativo não circulante - aplicação financeira, ativo não circulante investimentos e
passivo não circulante.
(C) ativo circulante, ativo não circulante aplicação financeira e passivo não
circulante.
(D) ativo não circulante − investimentos, patrimônio líquido e passivo não
circulante.
(E) ativo não circulante − investimentos, patrimônio líquido e passivo circulante.

Comentários

Classifiquemos.

I. Ações de outras empresas em que não há intenção de vendas.

Como se trata de participação permanente em outra sociedade, a classificação


deve se dar como ativo não circulante investimentos.

II. Ações adquiridas de sua própria emissão.

As ações adquiridas de emissão da própria empresa são ações em tesouraria,


conta que retifica o patrimônio líquido.

III. Financiamento a ser pago em 15 meses após a data do Balanço


Patrimonial.

Como este financiamento se dará para pagamento em 15 meses, sua classificação


é no longo prazo, isto é, passivo não circulante.

Gabarito  D.

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2. Na Demonstração de Resultados do Exercício,

(A) o valor da receita bruta corresponde à entrada de caixa referente às vendas da


empresa no período.
(B) o custo dos produtos vendidos contém o valor da depreciação de máquinas da
fábrica alocado à produção vendida no período.
(C) o Imposto Predial e Territorial Urbano é classificado como Despesas
Financeiras.
(D) os custos de transação da emissão de ações subscritas e integralizadas
reduzem o resultado do exercício.
(E) o Imposto sobre Produtos Industrializados é classificado como Despesas com
Vendas.

Comentários

(A) o valor da receita bruta corresponde à entrada de caixa referente às


vendas da empresa no período.

O item está incorreto. A contabilização das vendas é feita pelo valor bruto,
incluindo impostos. As reduções das vendas são feitas em contas específicas,
deduzindo a conta receita bruta. Para registrar a receita é necessário saber quando
ela é registrada e, também, por quanto deve ser registrada.

A resposta para esta questão, quanto ao quantum a ser registrado, está no item 9
do CPC 30 – Receitas, que prega: a receita deve ser mensurada pelo valor justo da
retribuição recebida ou a receber, segundo o regime de competência.

Já o momento em que o registro se dá é o da transferência dos riscos e


recompensas da propriedade dos bens ao comprador, o que coincide com a
entrega da mercadoria ao cliente.

(B) o custo dos produtos vendidos contém o valor da depreciação de


máquinas da fábrica alocado à produção vendida no período.

A letra b é o nosso gabarito. Custos, de acordo com a melhor doutrina, são gastos
com bens que serão utilizados na produção de outros bens. Em suma, são os
gastos que se correlacionam com a atividade produtiva. Exemplos: salários de
funcionários que trabalham na fábrica, aluguéis do imóvel em que funciona a
fábrica, depreciação das máquinas utilizadas na produção, seguro das
máquinas que atuam na fábrica. O custo de produção do período, chamado de
CPP, pode ser definido como o tal dos cursos incorridos na produção em um
determinado espaço de tempo.

(C) o Imposto Predial e Territorial Urbano é classificado como Despesas


Financeiras.

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As despesas financeiras compreendem: juros passivos, descontos condicionais


concedidos, comissões passivas. Já as receitas financeiras compreendem, por
exemplo, descontos obtidos, juros ativos, receitas de títulos vinculados ao mercado
aberto.

O Imposto Predial e Territorial Urbano é uma despesa administrativa.

(D) os custos de transação da emissão de ações subscritas e


integralizadas reduzem o resultado do exercício.

Segundo o Pronunciamento Contábil – CPC 08:

5. Os custos de transação incorridos na captação de recursos por intermédio da


emissão de títulos patrimoniais devem ser contabilizados, de forma destacada, em
conta redutora de patrimônio líquido, deduzidos os eventuais efeitos fiscais, e
os prêmios recebidos devem ser reconhecidos em conta de reserva de capital.

(E) o Imposto sobre Produtos Industrializados é classificado como


Despesas com Vendas.

Por fim, o IPI não é classificado como despesa com venda, já que, na
demonstração do resultado de exercício, de acordo com a Lei 6.404/76, aparece
sendo imposto por fora, antes da receita bruta de vendas.

Gabarito  B.

3. Sobre a Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório


Contábil-financeiro, considere:

I. As autoridades tributárias podem determinar exigências específicas para atender


a seus próprios interesses e, consequentemente, mudar a estrutura conceitual
para elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro de propósito geral.

II. A avaliação da administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe


tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação
de contas é uma das necessidades comuns da maioria dos usuários dos relatórios
contábil- financeiros de propósito geral.

III. O regime de competência retrata com propriedade os efeitos de transações e


outros eventos e circunstâncias sobre os recursos econômicos e reivindicações da
entidade que reporta a informação nos períodos em que ditos efeitos são
produzidos.

IV. Comparabilidade é a característica qualitativa que define o uso dos mesmos


métodos para os mesmos itens, tanto de um período para outro, considerando a

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mesma entidade que reporta a informação, quanto para um único período entre
entidades.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I, II e III.
(B) II, III e IV.
(C) I e II.
(D) II e III.
(E) III e IV.

Comentários

No dia 02.12.2011, o CPC emitiu a primeira revisão do Pronunciamento Técnico 00


– Pronunciamento Conceitual Básico – Estrutura Conceitual para Elaboração e
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro.

A Resolução 1374/2011 do CFC – Conselho Federal de Contabilidade – adotou a


nova redação da Estrutura Conceitual da Contabilidade, emitido pelo CPC – Comitê
de Pronunciamentos Contábeis.

Comentemos os itens, um a um, já com foco na nova redação.

I. As autoridades tributárias podem determinar exigências específicas


para atender a seus próprios interesses e, consequentemente, mudar a
estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-
financeiro de propósito geral.

Segundo a introdução do CPC 00:

As demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para usuários externos


em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas.
Governos, órgãos reguladores ou autoridades tributárias, por exemplo, podem
determinar especificamente exigências para atender a seus próprios interesses.
Essas exigências, no entanto, não devem afetar as demonstrações contábeis
elaboradas segundo esta Estrutura Conceitual.

Item, portanto, incorreto.

II. A avaliação da administração da entidade quanto à responsabilidade


que lhe tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e
de sua prestação de contas é uma das necessidades comuns da maioria
dos usuários dos relatórios contábil-financeiros de propósito geral.

Ainda, segundo a Introdução do CPC 00:

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Demonstrações contábeis elaboradas com tal finalidade satisfazem as necessidades


comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam
essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas, tais como:

(a) decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais;


(b) avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe
tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua
prestação de contas;
(c) avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes
outros benefícios;
(d) avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros
emprestados à entidade;
(e) determinar políticas tributárias;
(f) determinar a distribuição de lucros e dividendos;
(g) elaborar e usar estatísticas da renda nacional; ou
(h) regulamentar as atividades das entidades.

Item, portanto, correto.

Passemos ao item III.

III. O regime de competência retrata com propriedade os efeitos de


transações e outros eventos e circunstâncias sobre os recursos
econômicos e reivindicações da entidade que reporta a informação nos
períodos em que ditos efeitos são produzidos.

Texto do Pronunciamento Conceitual Básico:

OB17. O regime de competência retrata com propriedade os efeitos de transações


e outros eventos e circunstâncias sobre os recursos econômicos e reivindicações da
entidade que reporta a informação nos períodos em que ditos efeitos são
produzidos, ainda que os recebimentos e pagamentos em caixa derivados ocorram
em períodos distintos. Isso é importante em função de a informação sobre os
recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta a informação, e
sobre as mudanças nesses recursos econômicos e reivindicações ao longo de um
período, fornecer melhor base de avaliação da performance passada e futura da
entidade do que a informação puramente baseada em recebimentos e pagamentos
em caixa ao longo desse mesmo período.

Este item reafirma a importância do regime de competência (que é um dos


Princípios Contábeis) para a elaboração das demonstrações contábil-financeiras. A
utilização do regime de competência fornece melhor base de avaliação da
performance passada e futura da entidade do que a informação puramente
baseada em recebimentos e pagamentos em caixa ao longo desse mesmo período.

No entanto, informações sobre os fluxos de caixa da entidade que reporta a


informação durante um período também ajudam os usuários a avaliar a capacidade

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de a entidade gerar fluxos de caixa futuros líquidos, indicando como a empresa


obtém e despende caixa, informações sobre seus empréstimos e resgate de títulos
de dívida, dividendos e outras distribuições para seus investidores, e outros fatos
que podem afetar a liquidez e a solvência da entidade.

Item correto.

O último item.

IV. Comparabilidade é a característica qualitativa que define o uso dos


mesmos métodos para os mesmos itens, tanto de um período para outro,
considerando a mesma entidade que reporta a informação, quanto para
um único período entre entidades.

Se a informação contábil-financeira é para ser útil, ela precisa ser relevante e


representar com fidedignidade o que se propõe a representar. A utilidade da
informação contábil-financeira é melhorada se ela for comparável, verificável,
tempestiva e compreensível.

As características qualitativas foram divididas em duas categorias: Características


qualitativas fundamentais (relevância e representação fidedigna) e
Características qualitativas de melhoria (comparabilidade, verificabilidade,
tempestividade e compreensibilidade).

As decisões de usuários implicam escolhas entre alternativas, como, por exemplo,


vender ou manter um investimento, ou investir em uma entidade ou noutra.

Consequentemente, a informação acerca da entidade que reporta informação será


mais útil caso possa ser comparada com informação similar sobre outras entidades
e com informação similar sobre a mesma entidade para outro período ou para
outra data.

QC21. Comparabilidade é a característica qualitativa que permite que os usuários


identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles.

Diferentemente de outras características qualitativas, a comparabilidade não está


relacionada com um único item. A comparação requer no mínimo dois itens.

QC22. Consistência, embora esteja relacionada com a comparabilidade, não


significa o mesmo. Consistência refere-se ao uso dos mesmos métodos para os
mesmos itens, tanto de um período para outro considerando a mesma entidade
que reporta a informação, quanto para um único período entre entidades.
Comparabilidade é o objetivo; a consistência auxilia a alcançar esse objetivo.

Item, portanto, incorreto.

Gabarito  D.

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4. Em relação à avaliação dos elementos patrimoniais, considere:

I. O valor contábil de um terreno de R$ 300.000,00, cujo teste de impairment


indicou valor justo líquido da despesa de venda de R$ 290.000,00 e valor em uso
de R$ 280.000,00, deve ser reduzido em R$ 20.000,00.

II. As obrigações de curto prazo com fornecedores devem ser ajustadas ao seu
valor presente, quando houver efeito relevante.

III. Uma patente adquirida que expira em 10 anos e com valor residual igual a
zero gera despesa de amortização de 10% do seu valor de aquisição em cada ano,
se a empresa utilizar o método linear de amortização.

IV. O investimento em controlada, que representa participação no capital votante


de 60% e no capital social de 50%, deve ser aumentado em R$ 60.000,00 se a
investida tiver apurado lucro no exercício de R$ 100.000,00.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) II, III e IV.


(B) III e IV.
(C) I e II.
(D) I, II e III.
(E) II e III.

Comentários

I. O valor contábil de um terreno de R$ 300.000,00, cujo teste de


impairment indicou valor justo líquido da despesa de venda de R$
290.000,00 e valor em uso de R$ 280.000,00, deve ser reduzido em R$
20.000,00.

O item está incorreto. O teste de recuperabilidade compara o valor contábil com o


maior entre valor justo líquido de despesa de venda e valor em uso.

Neste caso, o maior dele é o valor líquido de despesa de venda R$ 290.000,00.


Portanto, se a empresa decidir por vender hoje esse terreno, não conseguirá obter
de volta todo o valor investido, perdendo R$ 10.000,00.

A empresa deve, portanto, reconhecer uma perda neste valor, de R$ 10.000,00.

II. As obrigações de curto prazo com fornecedores devem ser ajustadas


ao seu valor presente, quando houver efeito relevante.

Este item está correto. Segundo o artigo 184 da Lei 6.404/76:

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Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os


seguintes critérios:
III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante
serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver
efeito relevante. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

III. Uma patente adquirida que expira em 10 anos e com valor residual
igual a zero gera despesa de amortização de 10% do seu valor de
aquisição em cada ano, se a empresa utilizar o método linear de
amortização.

O item está correto. A contabilização de ativo intangível baseia-se na sua vida útil.
Um ativo intangível com vida útil definida deve ser amortizado, enquanto a de um
ativo intangível com vida útil indefinida não deve ser amortizado.

Conforme o Pronunciamento CPC 04 – Ativo Intangível:

97. O valor amortizável de ativo intangível com vida útil definida deve ser
apropriado de forma sistemática ao longo da sua vida útil estimada. A amortização
deve ser iniciada a partir do momento em que o ativo estiver disponível para uso,
ou seja, quando se encontrar no local e nas condições necessários para que possa
funcionar da maneira pretendida pela administração.

A amortização deve cessar na data em que o ativo é classificado como mantido


para venda ou incluído em um grupo de ativos classificado como mantido para
venda, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante
Mantido para Venda e Operação Descontinuada, ou, ainda, na data em que ele é
baixado, o que ocorrer primeiro.

O método de amortização utilizado reflete o padrão de consumo pela entidade dos


benefícios econômicos futuros. Se não for possível determinar esse padrão com
confiabilidade, deve ser utilizado o método linear. A despesa de amortização para
cada período deve ser reconhecida no resultado, a não ser que outra norma ou
pronunciamento contábil permita ou exija a sua inclusão no valor contábil de outro
ativo.

98. Podem ser utilizados vários métodos de amortização para apropriar de forma
sistemática o valor amortizável de um ativo ao longo da sua vida útil. Tais métodos
incluem o método linear, também conhecido como método de linha reta, o método
dos saldos decrescentes e o método de unidades produzidas. A seleção do método
deve obedecer ao padrão de consumo dos benefícios econômicos futuros
esperados, incorporados ao ativo, e aplicado consistentemente entre períodos, a
não ser que exista alteração nesse padrão.

99. A amortização deve normalmente ser reconhecida no resultado. No entanto,


por vezes os benefícios econômicos futuros incorporados no ativo são absorvidos

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para a produção de outros ativos. Nesses casos, a amortização faz parte do custo
de outro ativo, devendo ser incluída no seu valor contábil. Por exemplo, a
amortização de ativos intangíveis utilizados em processo de produção faz parte do
valor contábil dos estoques (ver Pronunciamento Técnico CPC 16 –
Estoques).

Resumo geral:

1) Vida útil é:

a) o período de tempo no qual a entidade espera utilizar um ativo; ou


b) o número de unidades de produção.

2) Intangível Com vida útil definida: deve ser amortizado.


Com vida útil indefinida: não deve ser amortizado.

3) A amortização deve ser iniciada a partir do momento em que o ativo estiver


disponível para uso, ou seja, quando se encontrar no local e nas condições
necessários para que possa funcionar da maneira pretendida pela administração.

4) A amortização deve cessar na data em que o ativo é classificado como mantido


para venda ou na data em que ele é baixado, o que ocorrer primeiro.

5) O método de amortização utilizado reflete o padrão de consumo pela entidade


dos benefícios econômicos futuros. Se não for possível determinar esse padrão
com confiabilidade, deve ser utilizado o método linear.

6) Podem ser utilizados vários métodos de amortização para apropriar de forma


sistemática o valor amortizável de um ativo ao longo da sua vida útil. Tais métodos
incluem o método linear, também conhecido como método de linha reta, o
método dos saldos decrescentes e o método de unidades produzidas.

7) A amortização deve normalmente ser reconhecida no resultado, mas pode


também ser incluída no custo de outros ativos.

Na nossa questão, como não há valor residual e o intangível é amortizado em 10


anos, teremos uma taxa de amortização de 10% ao ano.

IV. O investimento em controlada, que representa participação no capital


votante de 60% e no capital social de 50%, deve ser aumentado em R$
60.000,00 se a investida tiver apurado lucro no exercício de R$
100.000,00.

As participações societárias podem ser temporárias ou permanentes.

As participações temporárias são aquelas que a empresa adquire com intenção de


vender após algum tempo, de caráter especulativo. Neste caso, a intenção é lucrar

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com a valorização das ações. Este tipo de participação societária fica classificada
no Ativo Circulante ou no Ativo Realizável a Longo Prazo.

Nas participações permanentes, não há intenção de venda, ou seja, a empresa


adquire a participação com intenção de mantê-la.

Há duas formas de avaliar os investimentos permanentes: pelo método de custo


ou pelo método da equivalência patrimonial.

Os investimentos em coligadas e controladas são avaliados pelo Método da


Equivalência Patrimonial. Os outros investimentos, que não sejam em coligadas e
controladas, serão avaliados pelo método de custo.

Para o cálculo do dividendo no método da equivalência patrimonial, devemos


considerar o capital social e não o capital votante.

Item, portanto, incorreto.

Gabarito  E.

5. No reconhecimento inicial, não compõe o custo de um item do ativo imobilizado


os

(A) custos de preparação do local de instalação.


(B) custos com a promoção de produtos gerados por tal ativo.
(C) impostos não recuperáveis sobre a compra.
(D) custos de fretes e manuseio.
(E) custos de montagem.

Comentários

Trata-se de questão sobre o CPC 27 – ativo imobilizado. Segundo a Norma


Técnica:

Ativo imobilizado é o item tangível que:

(a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços,


para aluguel a outros, ou para fins administrativos; e
(b) se espera utilizar por mais de um período.

Correspondem aos direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive
os decorrentes de operações que transfiram a ela os benefícios, os riscos e o
controle desses bens.

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Os itens do ativo imobilizado são mensurados inicialmente pelo seu custo, o qual
inclui todos os custos necessários para colocá-lo em condições de uso.

Ainda, nos termos do Pronunciamento:

16. O custo de um item do ativo imobilizado compreende:

(a) seu preço de aquisição, acrescido de impostos de importação e impostos não


recuperáveis sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e
abatimentos;
(b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e
condição necessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida
pela administração;
(c) a estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de
restauração do local (sítio) no qual este está localizado. Tais custos representam a
obrigação em que a entidade incorre quando o item é adquirido ou como
consequência de usá-lo durante determinado período para finalidades diferentes da
produção de estoque durante esse período.

17. Exemplos de custos diretamente atribuíveis são:

(a) custos de benefícios aos empregados (tal como definidos no Pronunciamento


Técnico CPC 33 – Benefícios a Empregados) decorrentes diretamente da
construção ou aquisição de item do ativo imobilizado;
(b) custos de preparação do local;
(c) custos de frete e de manuseio (para recebimento e instalação);
(d) custos de instalação e montagem;
(e) custos com testes para verificar se o ativo está funcionando corretamente,
após dedução das receitas líquidas provenientes da venda de qualquer item
produzido enquanto se coloca o ativo nesse local e condição (tais como amostras
produzidas quando se testa o equipamento); e
(f) honorários profissionais.

Portanto, integram o custo do imobilizado os gastos que se fizerem necessários


para que o ativo imobilizado esteja em condições de uso.

A partir deste momento, em regra, os gastos que se fizerem com a manutenção


deste imobilizado é tido como despesa.

Portanto, das nossas assertivas, a única que não fará parte do nosso ativo
imobilizado são os custos com a promoção de produtos gerados por tal ativo, já
que se trata de um gasto subsequente à instalação e contabilização do ativo
imobilizado.

Neste sentido foi o Pronunciamento Contábil do CPC:

19. Exemplos que não são custos de um item do ativo imobilizado são:

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(a) custos de abertura de nova instalação;


(b) custos incorridos na introdução de novo produto ou serviço (incluindo
propaganda e atividades promocionais);
(c) custos da transferência das atividades para novo local ou para nova categoria
de clientes (incluindo custos de treinamento); e
(d) custos administrativos e outros custos indiretos.

Gabarito  B.

6. A empresa Alfa, sociedade anônima de capital aberto, possui 30% de


participação no capital social de uma empresa coligada (empresa Gama). Durante
o exercício financeiro de X1, a investida obteve Lucro Líquido de R$ 100.000,00,
distribuiu Dividendos no valor de R$ 20.000,00 e teve o saldo da conta Ajuste de
Avaliação Patrimonial aumentado em R$ 10.000,00. Em decorrência deste
investimento, a empresa Alfa, em X1,

(A) reconheceu receita de equivalência patrimonial no valor de R$ 30.000,00.


(B) manteve o valor do investimento avaliado pelo custo de aquisição.
(C) teve uma variação no saldo da conta Investimento em Coligadas referente à
empresa Gama de R$ 24.000,00.
(D) reconheceu receita de dividendos no valor de R$ 6.000,00.
(E) teve seu patrimônio líquido aumentado em R$ 30.000,00.

Comentários

A participação no capital social é de 30%.

Como o lucro líquido foi de R$ 100.000,00 na investida, a investidora reconhece


uma receita de equivalência patrimonial no valor de R$ 30.000,00.

D – Investimentos em coligadas (ANC/Investimentos) 30.000,00


C – Receita de Equivalência Patrimonial (Resultado) 30.000,00

Quando da distribuição de dividendos, que é o valor que a empresa paga aos seus
sócios, 30% deles serão devidos à companhia Alfa, que também é sócia. Logo, os
dividendos da investidora serão de R$ 20.000,00 x 30% = R$ 6.000,00,
contabilizados pelo lançamento:

D – Dividendos a receber (Ativo circulante) 6.000,00


C – Investimentos em coligadas (ANC/Investimentos) 6.000,00

Por fim, tivemos um aumento na conta ajuste de avaliação patrimonial na


investida. Essa conta aumentou o patrimônio líquido da coligada. Tal fato aumenta
o investimento no método da equivalência patrimonial.

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Todavia, como o ajuste de avaliação patrimonial é uma conta que ainda não pode
ir para o resultado na investida, não poderá também ir para resultado da
investidora. Portanto, deste valor não podemos reconhecer uma receita de
equivalência patrimonial.

Cria-se, então, o que o CPC 18 – Investimentos em coligadas e controladas -


chama de conta reflexa, a que nominaremos “ajuste de avaliação em empresas
coligadas”, conta que ficará no PL da empresa investidora.

Portanto, o lançamento será:

D – Investimentos em coligadas (ANC/Investimento) 3.000,00


C – Ajuste de avaliação patrimonial em empresa coligadas (PL) 3.000,00

Analisemos, agora, as assertivas:

(...) Em decorrência deste investimento, a empresa Alfa, em X1:

(A) reconheceu receita de equivalência patrimonial no valor de R$


30.000,00.

Correto. Este é o nosso gabarito.

(B) manteve o valor do investimento avaliado pelo custo de aquisição.

O item está incorreto, já que o investimento é avaliado pelo método da


equivalência patrimonial.

(C) teve uma variação no saldo da conta Investimento em Coligadas


referente à empresa Gama de R$ 24.000,00.

O item está incorreto. A variação no investimento foi de R$ 30.000,00 – R$


6.000,00 + R$ 3.000,00 = R$ 27.000,00.

(D) reconheceu receita de dividendos no valor de R$ 6.000,00.

O item está incorreto. No método da equivalência patrimonial não reconhecemos


receita de dividendos. A contabilização é a demonstrada acima.

(E) teve seu patrimônio líquido aumentado em R$ 30.000,00.

O item está incorreto. O PL foi aumentado pela receita de dividendos somado à


conta reflexa de ajuste de avaliação patrimonial em coligada.

Gabarito  A.

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7. Na combinação de negócios, o adquirente deve mensurar os ativos identificáveis


adquiridos pelos seus respectivos

(A) custos históricos.


(B) custos históricos corrigidos na data de aquisição.
(C) valores justos da data de aquisição.
(D) valores justos do último balanço patrimonial anterior à aquisição.
(E) valores de liquidação.

Comentários

Uma combinação de negócios é uma transação ou qualquer evento em que um


adquirente obtém controle de um ou mais negócios.

Segundo o Pronunciamento Contábil – CPC 15 – Combinação de negócios:

18. O adquirente deve mensurar os ativos identificáveis adquiridos e os passivos


assumidos pelos respectivos valores justos da data da aquisição.

Gabarito  C.

8. Em 30/12/X1, a empresa Beta, sociedade anônima de capital aberto, fez uma


captação de recursos, via debêntures, cujo valor de emissão foi R$ 2,2 milhões
com taxa de juros anual contratada de 5,0% e com prazo de 10 anos. Para isso,
incorreu em custos de transação no montante de R$ 100 mil pagos em 30/12/X1.
Todavia, dadas as condições vantajosas em relação ao mercado, houve prêmio na
emissão das debêntures de R$ 200 mil.

Com base nessas informações, a empresa Beta reconheceu, em 30/12/X1,

(A) ativo de R$ 2,1 milhões.


(B) despesa financeira de R$ 100 mil.
(C) passivo de R$ 2,3 milhões.
(D) receita financeira de R$ 200 mil.
(E) reserva de capital de R$ 200 mil.

Comentários

A contabilização dos prêmios na emissão de debêntures foi alterada. Antes das


alterações contábeis, ia direto para o PL, como Reserva de Capital.

Hodiernamente, os prêmios na emissão de debêntures transitam pelo Resultado do


Exercício. Depois, para que não tenham efeito fiscal (pagamento de IR), a empresa
poderá constituir Reserva Específica de Prêmio de debêntures. Essa é uma Reserva
de Lucro, pois os valores passaram pelo resultado do exercício.

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O lançamento pela emissão de debêntures, com ágio, se dá do seguinte modo


(desconsiderando quaisquer outras informações).

D – Caixa (Ativo)
C - Debêntures a pagar (Passivo)
C – Prêmio a amortizar (Passivo)

Pela apropriação do Prêmio ao resultado.

D - Prêmio a amortizar (Passivo)


C – Receita de Prêmio de Debêntures (Resultado)

Portanto, parte da questão será resolvida com os lançamentos acima. Já os custos


das transações, dispõe o CPC 08.

CONTABILIZAÇÃO DA CAPTAÇÃO DE RECURSOS DE TERCEIROS


11. O registro do montante inicial dos recursos captados de terceiros, classificáveis
no passivo exigível, deve corresponder ao seu valor justo líquido dos custos de
transação diretamente atribuíveis à emissão do passivo financeiro.

A contabilização dos custos desta transação pode ser feito pelo intermédio do
seguinte lançamento:

D – Custos de transação a amortizar (redutora do passivo)


C – Caixa (ativo)

Portanto, na nossa questão, ficamos assim:

Valor recebido pelas debêntures: 2.200.000,00 + 200.000,00.


Valor dos custos na emissão dessas debêntures: 100.000,00.
Valor líquido que entrou em caixa: 2.300.000,00 [2.400.000,00 – 100.000,00].

A contabilização vai ficar, pois, assim:

D – Caixa (ativo) 2.300.000,00


D – Custo da transação a apropriar (retificadora passivo) 100.000,00
C – Debêntures a resgatar (passivo) 2.200.000,00
C – Prêmio na emissão de debêntures (passivo) 200.000,00

Os custos de transação e o prêmio devem ser apropriados ao resultado pró rata


temporis, por competência.

Analisemos agora as assertivas:

(A) ativo de R$ 2,1 milhões.

Errado. O ativo reconhecido foi de R$ 2,3 milhões.

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(B) despesa financeira de R$ 100 mil.

Errado. A despesa financeira vai ser reconhecida conforme o regime de


competência, em contrapartida ao custo de transação.

(C) passivo de R$ 2,3 milhões.

Correto. Este é o saldo do passivo a ser reconhecido.

(D) receita financeira de R$ 200 mil.

Errado. O prêmio é reconhecido no passivo, sendo apropriado ao resultado pelo


regime de competência.

(E) reserva de capital de R$ 200 mil.

Errado. O prêmio recebido na emissão de debêntures deixou de ser reserva de


capital.

Gabarito  C.

9. O auditor da empresa Ômega S.A. constatou que os valores registrados em


Contas a Receber no Circulante tinham seus valores ajustados a valor presente e
que os valores registrados em Contas a Receber, no Não Circulante, apresentavam
os seus valores sem o ajuste a valor presente. Essa situação poderia ser validada
pelo auditor

(A) se os contas a receber o Circulante e no Não Circulante possuírem encargos


financeiros embutidos que gerem ajustes significativos.
(B) visto que não há regra para realização do ajuste a valor presente, podendo a
entidade avaliar o impacto nas demonstrações contábeis.
(C) se os valores registrados no contas a receber forem significativos e os valores
registrados no Não Circulante não tiverem encargos financeiros embutidos.
(D) se as vendas registradas no curto prazo forem feitas com as mesmas
condições de venda a vista e no longo prazo as vendas não causarem ajustes
relevantes.
(E) visto que as contas a receber registradas no Circulante devem ser sempre
ajustadas a valor presente e as registradas no Não Circulante não podem ser
ajustadas.

Comentários

A questão expõe duas situações:

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1) os valores registrados no Contas a Receber no Ativo Circulante foram ajustados


a valor presente; e
2) os valores registrados no Contas a Receber no Ativo Não Circulante não foram
ajustados a valor presente.

A resposta considerada correta pela Banca, consta que “os valores registrados no
contas a receber forem significativos” e que “os valores registrados no Não
Circulante não tiverem encargos financeiros embutidos”.

A primeira afirmação, de que os valores registrados no contas a receber forem


significativos, não se refere apenas ao ativo circulante. Como não há referência a
nenhum grupo do Ativo, devemos entender que se refere aos valores de Contas a
Receber como um todo, independente do grupo em que estão classificados.

Essa informação deveria justificar o ajuste a valor presente para Contas a Receber
– Circulante.

Para justificar o fato dos valores registrados em Contas a Receber – Não


Circulantes não terem sido ajustados a valor presente, a Banca apresenta o
argumento de que tais valores não tiveram encargos financeiros embutidos.

Assim, podemos supor que os valores da transação que originaram o Contas a


Receber no Ativo Não Circulante seriam os mesmos, caso a operação fosse
realizada à vista, uma vez que não há juros embutidos.

Ocorre que o Pronunciamento CPC 12 – Ajuste a Valor Presente – estabelece que:

21. Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de


longo prazo, ou de curto prazo quando houver efeito relevante, devem ser
ajustados a valor presente com base em taxas de desconto que reflitam as
melhores avaliações do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos
específicos do ativo e do passivo em suas datas originais.

E ainda:

3. Como deve ser definida a taxa de juros para fins de cálculo do AVP?

Resposta - Há operações cuja taxa de juros é explícita (por exemplo, descrita e


conhecida no contrato da operação) ou implícita (por exemplo, desconhecida, mas
embutida na precificação inicial da operação pela entidade no ato da compra ou da
venda). Em ambos os casos, é necessário utilizar uma taxa de desconto que reflita
juros compatíveis com a natureza, o prazo e os riscos relacionados à transação,
levando-se em consideração, ainda, as taxas de mercado praticadas na data inicial
da transação entre partes conhecedoras do negócio, que tenham a intenção de
efetuar a transação e em condições usuais de mercado.

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Nos casos em que a taxa é explícita, o processo de avaliação passa por uma
comparação entre a taxa de juros da operação e a taxa de juros de mercado, na
data da origem da transação. Nos casos em que a taxa estiver implícita, é
necessário estimar a taxa da transação, considerando as taxas de juros de
mercado, conforme anteriormente mencionado. Mesmo nos casos em que as
partes afirmem que os valores à vista e a prazo são os mesmos, o AVP deve ser
calculado e, se relevante, registrado. Por definição, valor presente “é a estimativa
do valor corrente de um fluxo de caixa futuro.

Portanto, mesmo que os valores do ativo não circulante não tenha juros
embutidos, o simples fato do seu recebimento previsto para o futuro enseja o
Ajuste a Valor Presente, principalmente porque os valores registrados no Contas a
Receber são significativos, como informa a questão.

A doutrina acompanha este entendimento do CPC 12. Conforme o “Manual de


Contabilidade Societária”, de Sérgio de Iudícibus e outros, Editora Atlas, 1ª Edição,
2010, pg. 104:

“Nas vendas realizadas por varejistas, existem situações muito comuns em que se
afirma que os valores a vista e a prazo são os mesmos. Entretanto, essa é uma
estratégia de venda que não deve alterar a forma objetiva de interpretar a
transação e o AVP deve ser calculado e, se relevante, registrado. Por definição do
CPC 12, o ajuste presente “é a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa
futuro”.

Assim, a questão não apresenta resposta correta. A única justificativa para não
proceder ao ajuste a valor presente para o Contas a Receber – Não Circulante seria
se tal ajuste não causasse efeito relevante.

O fato de não haver juros embutidos não evita o ajuste a valor presente.

Solicitamos, assim, a anulação da questão. Contudo, a banca não acatou.

Gabarito  C.

10. A empresa Control Service S.A. foi constituída em novembro de 2011. Como é
uma empresa de alta tecnologia imediatamente fechou dez contratos para
pagamentos em três parcelas, com vencimento da primeira parcela para 30 de
janeiro de 2012, no valor de R$ 24.000.000,00. Seus contratantes, com o objetivo
de prestar contas a matriz, da utilização do orçamento previsto para 2011
solicitaram que a empresa Control faturasse 100% das parcelas em dezembro de
2011. O cronograma da prestação dos serviços estava previsto para ser executado
em 12 meses, a iniciar em 01 de janeiro de 2012. Dessa forma, para que o auditor
externo valide as demonstrações financeiras de 2011, a empresa deverá registrar
o fato a:

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(A) D: Bancos R$ 24.000.000,00


C: Receitas de Vendas R$ 24.000.000,00

(B) D: Banco R$ 24.000.000,00


C: Ajustes Patrimoniais R$ 24.000.000,00

(C) D: Bancos R$ 24.000.000,00


C: Receitas de Vendas R$ 1.000.000,00
C: Receitas de Vendas Diferidas R$ 23.000.000,00

(D) D: Bancos R$ 24.000.000,00


C: Adiantamento de Clientes R$ 24.000.000,00

(E) D: Bancos R$ 24.000.000,00


C: Receitas de Vendas R$ 8.000.000,00
C: Receitas de Vendas Diferidas R$ 16.000.000,00

Comentários

Como a empresa solicitou que 100% das parcelas fossem faturadas em dezembro
de 2011, ela realizou um adiantamento neste valor, no total de R$ 24.000.000,00.

O adiantamento de clientes será lançado na Control do seguinte modo:

D – Bancos 24.000.000,00
C – Adiantamento de clientes 24.000.000,00

A receita deverá ser reconhecida pelo regime de competência, conforme os


serviços sejam prestados.

Gabarito  D.

11. O auditor, ao avaliar os ativos financeiros da empresa ManagerRisk S.A.,


constata que uma aplicação financeira que seria mantida até o vencimento foi
resgatada parcialmente durante a vigência. O auditor verifica a forma de valoração
do ativo efetuada pela empresa e evidencia que a empresa está apropriando o
valor dos rendimentos pelo custo amortizado. Nessa situação, o auditor deve

(A) estabelecer que o valor da baixa parcial seja feito pelo valor justo e manter o
critério de custo amortizado para o valor residual da aplicação.
(B) determinar que o valor da baixa parcial seja feito pelo valor de custo e alterar
o critério para valor justo para o valor residual da aplicação.
(C) validar o registro, uma vez que o reconhecimento do valor dos ativos
financeiros mantidos até o vencimento deve ser efetuado pelo custo amortizado.

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(D) aceitar o registro, uma vez que o reconhecimento do valor dos ativos
financeiros, ainda que resgatado antecipadamente, deve ser efetuado pelo valor
justo representado pelo valor do custo amortizado.
(E) recomendar o ajuste na contabilidade, em decorrência da mudança das
intenções com relação ao ativo, reconhecendo-o pelo valor justo.

Comentários

Este assunto é tratado nos Pronunciamentos Técnicos do CPC nº 38, 39 e 40 e na


Orientação Técnica OCPC 03 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento,
Mensuração e Evidenciação.

Um instrumento financeiro pode ser classificado em quatro categorias:

(i) ativo ou passivo financeiro mensurado ao valor justo por meio do resultado: É o
caso dos instrumentos financeiros destinados à negociação imediata. Os juros e
rendimentos são contabilizados no Resultado. A diferença entre o valor do título
atualizado e o valor justo também é contabilizado no Resultado.

(ii) mantido até o vencimento: È a categoria de que trata a questão. A entidade


mantém tais títulos até o vencimento. São contabilizados pelo método do Custo
Amortizado, que consiste em apropriar ao título os juros e rendimentos, com
contrapartida em conta de resultado. Nesse caso, não é efetuado o ajuste a valor
justo.

(iii) empréstimos e recebíveis: São os resultantes dos negócios normais da


empresa. São definidos como ativos financeiros não derivativos com pagamentos
fixos ou determináveis que não são cotados em mercado ativo.

(iv) disponível para venda. Deveriam ser chamados de “disponíveis para venda
futura”. Destinam-se à venda, mas apenas quando for conveniente para a
empresa. Os juros e rendimentos são contabilizados no Resultado; depois, o valor
do título é ajustado ao valor justo, e a diferença apurada entre o valor corrigido do
título e o valor justo vai para a conta Ajuste de Avaliação Patrimonial, no PL.

Conforme a Orientação Técnica OCPC 03, Investimentos mantidos até o


vencimento são ativos financeiros não derivativos com pagamentos fixos ou
determináveis com vencimentos definidos e para os quais a entidade tem intenção
e capacidade de manter até o vencimento.

Sempre que a entidade vender ou reclassificar um investimento mantido até o


vencimento, qualquer investimento mantido até o vencimento remanescente deve
ser reclassificado como disponível para venda.

Nessa reclassificação, a diferença entre o seu valor contábil e o valor justo deve
ser contabilizada no Patrimônio Líquido, como Ajuste de Avaliação Patrimonial..

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Além disso, a entidade não deve classificar qualquer ativo financeiro como mantido
até o vencimento se ela tiver, durante o exercício social corrente ou durante os
dois exercícios sociais precedentes, vendido ou reclassificado quantia material de
investimentos mantidos até o vencimento antes do vencimento, desconsiderando-
se as vendas ou reclassificações que se enquadrem em um dos seguintes casos:

(a) estão tão próximos do vencimento ou da data de recompra do ativo financeiro


que as mudanças na taxa de juros de mercado não teriam efeito significativo no
valor justo do ativo financeiro;

(b) ocorreram depois de a entidade ter recebido praticamente todo ou quase todo
o montante de principal do ativo financeiro por meio de pagamentos programados
ou de pagamentos antecipados (prépagamentos);

Ou

(c) são atribuíveis a evento isolado que está fora do controle da entidade, o qual
não é recorrente e não poderia ter sido razoavelmente previsto pela entidade.

Agora, podemos examinar rapidamente as alternativas:

(A) estabelecer que o valor da baixa parcial seja feito pelo valor justo e manter o
critério de custo amortizado para o valor residual da aplicação.

ERRADA, o valor da baixa parcial não deve ser alterado. Além disso, o valor
residual deve ser reclassificado para “disponível para venda futura”.

(B) determinar que o valor da baixa parcial seja feito pelo valor de custo e alterar
o critério para valor justo para o valor residual da aplicação.

ERRADA, o valor da baixa parcial não deve ser alterado. Além disso, o valor
residual deve ser reclassificado para “disponível para venda futura”.

(C) validar o registro, uma vez que o reconhecimento do valor dos ativos
financeiros mantidos até o vencimento deve ser efetuado pelo custo amortizado.

Errada. O valor dos ativos mantidos até o vencimento são reconhecidos pelo Custo
Amortizado, exceto se houver baixa (venda) ou reclassificação de tais ativos antes
do vencimento.

(D) aceitar o registro, uma vez que o reconhecimento do valor dos ativos
financeiros, ainda que resgatado antecipadamente, deve ser efetuado pelo valor
justo representado pelo valor do custo amortizado.

Errada. Se ocorrer venda de parte dos ativos mantidos até o vencimento, o


restante dos ativos nessa categoria devem ser reclassificados como “disponível
para venda futura”.

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(E) recomendar o ajuste na contabilidade, em decorrência da mudança das


intenções com relação ao ativo, reconhecendo-o pelo valor justo.

CERTA. É o gabarito da questão, como vimos acima.

Gabarito  E.

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PROVA 9 – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE AP/2012

1. A empresa Inovação S.A. fez um novo investimento em uma nova unidade de


negócios, no nordeste brasileiro, no valor de R$ 1.000.000,00. Após um ano de
funcionamento houve alagamento na região e inundação da fábrica. O valor
contábil da unidade de negócios, neste momento, era de R$ 900.000,00, já
considerando as perdas e gastos com recuperação. Seu valor de venda apurado,
mediante propostas formais de interessados a comprá-la, apresentava valor médio
de R$ 1.500.000,00 e o valor do fluxo de caixa descontado da unidade sugeria a
recuperação do valor de R$ 800.000,00. Neste caso a empresa deverá

(A) registrar uma perda de valor recuperável de R$ 100.000,00.


(B) registrar uma complementação do valor de custo pelo valor justo de R$
600.000,00.
(C) manter o valor de custo de R$ 900.000,00.
(D) restabelecer o valor de aquisição de R$ 1.000.000,00.
(E) registrar pelo valor de mercado de R$ 1.500.000,00.

Comentários

Trata-se de questão sobre o CPC 01 – redução ao valor recuperável de ativos.

O teste de recuperabilidade (também conhecido por impairment test) tem como


finalidade principal apresentar o valor real pelo qual um ativo será realizado. Essa
realização poderá ser feita tanto pela venda do bem quanto pela sua utilização nas
atividades empresariais. O CPC 01 estabelece que seu objetivo é assegurar que
seus ativos estejam registrados contabilmente por valor que não exceda seus
valores de recuperação.

Já dissemos, em questões anteriores, que o valor recuperável é o maior entre o


valor de venda e o valor em uso. Encontrado o valor recuperável, devemos
compará-lo com o valor contábil e proceder aos devidos ajustes, caso necessário.

O investimento na unidade de negócios foi de R$ 1.000.000. Após um ano de


funcionamento houve alagamento na região e inundação da fábrica. O valor
contábil da unidade de negócios, neste momento era de R$ 900.000,00, já
considerando as perdas e gastos com recuperação.

Este é o ponto chave da questão. Houve um alagamento. A empresa incorreu em


perdas e gastos com recuperação. Que recuperação é essa?

Pelo gabarito da questão, embora seja um enunciado ambíguo, é a recuperação da


área inundada, e das máquinas eventualmente afetadas pela água. Pode envolver
restauração de pisos e paredes, perda com máquinas inutilizadas (que seriam

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baixadas como sucata), manutenção de máquinas, consertos, enfim, não é a perda


com o teste de recuperabilidade.

Então como o valor contábil passou de R$ 1.000.000 para R$ 900.000, se não foi
através do teste de recuperabilidade?

Duas hipóteses:

1) Depreciação. Uma unidade de negócios é uma fábrica que irá produzir


determinado tipo de produto. Deve ter depreciação das máquinas, equipamentos,
imóveis.

2) Perda na inundação. Vamos supor que uma máquina no valor de R$ 10.000


tivesse perda total. A contabilização é a seguinte:

D – Perdas com imobilizado (outras receitas e despesas – Resultado) 10.000


C – Máquina – imobilizado 10.000

Esse não é o teste de recuperabilidade.

É apenas a baixa de uma máquina que estragou na enchente. Não tendo mais
serventia, não tem valor algum, deve ser baixada, contra o resultado.

E no caso de máquina que gerou gasto com reparo? Se o reparo não aumentar a
vida útil, não irá afetar o valor contábil.

A contabilização do reparo seria:

D – Despesas com reparos e manutenções (resultado)


C – Caixa/bancos.

Depois de considerar as perdas e gastos com recuperação, e antes do teste de


recuperabilidade, a unidade de negócio apresentava o valor contábil de R$
900.000.

O teste de recuperabilidade indicou valor de uso de R$ 800.000,00 e valor de


venda (deveria ser o “valor justo líquido de vendas”) de R$ 1.500.000,00.

O valor recuperável é de R$ 1.500.000,00 e, por ser maior que o valor contábil,


não gera nenhuma perda de recuperabilidade.

É possível que a diminuição de valor da unidade de negócio (de R$ 1.000.000,00


para R$ 900.000,00) tenha ocorrido pelo teste de recuperabilidade anterior?

É possível, mas não provável, pois:

1) A questão não menciona nada sobre um teste anterior.

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2) Não é provável que a unidade de negócios tenha um valor de venda de R$


900.000,00 (que seria necessário para apurar perda com recuperabilidade) e, de
repente, passasse para R$ 1.500.000,00. Principalmente depois da inundação. E,
se o valor de venda na época da inundação já fosse de R$ 1.500.000,00, não
haveria perda com impairment.

Se a diminuição do valor contábil fosse decorrente de teste de recuperabilidade, aí


deveríamos reverter a perda.

Portanto, nesta hipótese, como o valor contábil é menor do que o valor


recuperável, devemos mantê-lo, em homenagem ao princípio da prudência.
Nenhum ajuste há que ser feito.

Gabarito  C.

2. Analise a tabela abaixo.

Tabela de expectativas processuais

Com base nos dados da tabela, fornecidos pelo advogado da empresa Avante S.A.
e considerando as condições estabelecidas nas normas contábeis vigentes para
constituição das provisões contingenciais, a empresa deve provisionar:

(A) R$ 1.300.000,00.
(B) R$ 1.850.000,00.
(C) R$ 800.000,00.
(D) R$ 1.050.000,00.
(E) R$ 300.000,00.

Comentários

De acordo com o Pronunciamento Contábil 25 do CPC: provisão é um passivo de


prazo ou de valor incertos.

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Ainda:

14. Uma provisão deve ser reconhecida quando:

(a) a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como
resultado de evento passado;
(b) seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam
benefícios econômicos para liquidar a obrigação; e
(c) possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.

Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser reconhecida.

23. Para que um passivo se qualifique para reconhecimento, é necessário haver


não somente uma obrigação presente, mas também a probabilidade de saída de
recursos que incorporam benefícios econômicos para liquidar essa obrigação. Para
a finalidade desta Norma, uma saída de recursos ou outro evento é
considerado como provável se o evento for mais provável que sim do que
não de ocorrer, isto é, se a probabilidade de que o evento ocorrerá for
maior do que a probabilidade de isso não acontecer. Quando não for
provável que exista uma obrigação presente, a entidade divulga um
passivo contingente, a menos que a possibilidade de saída de recursos que
incorporam benefícios econômicos seja remota.

Assim, na questão, deveremos provisionar o montante de R$ 1.300.000,00,


relativos a:

Processo trabalhista (horas extras) - R$ 500.000,00 - Probabilidade de perda 58%


Processo tributário discussão da constitucionalidade do COFINS - R$ 800.000,00 -
Probabilidade de perda 85%

Os outros itens deverão ser divulgados em notas explicativas como passivos


contingentes.

Processo trabalhista (assédio moral) - R$ 300.000,00 - Probabilidade de perda


45%
Processo civil (danos corporais) - R$ 250.000,00 - Probabilidade de perda 30%

Gabarito  A.

3. A empresa Desatualizada S.A., de capital fechado, tem seu Patrimônio composto


da seguinte forma:

Patrimônio Líquido R$ 2.700.000,00

Capital Social R$ 1.000.000,00


Reserva de Lucros − Contingências R$ 200.000,00

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Reserva de Lucros − Incentivos Fiscais R$ 150.000,00


Reserva de Lucros − Lucros Acumulativos R$ 1.350.000,00

Fundamentado na lei no 11.638/07, esta empresa:

(A) está com seu Patrimônio Líquido adequado.


(B) deve destinar a totalidade de seus lucros acumulados.
(C) deve destinar o valor de R$ 350.000,00 que ultrapassa o capital social.
(D) deve destinar o valor de R$ 150.000,00, pois os lucros acumulados
ultrapassam o capital social mais as reservas de lucros para contingências.
(E) deve destinar o valor de R$ 200.000,00, pois os lucros acumulados
ultrapassam o capital social.

Comentários

Segundo a Lei 6.404/76, com a nova redação dada pela Lei 11.638/2007:
Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de
incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social.
Atingindo esse limite, a assembléia deliberará sobre aplicação do excesso na
integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos.
(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Portanto, as reservas de lucros não extrapolam o capital social.

Sobre a conta lucros acumulados, que a Fundação Carlos Chagas teve a


infelicidade de chamar de Lucros Acumulativos, o seu saldo está correto. Segundo
a Orientação Técnica n. 02 do CPC:

Lucros Acumulados

115. A obrigação de essa conta não conter saldo positivo aplica-se unicamente às
sociedades por ações, e não às demais, e para os balanços do exercício social
terminado a partir de 31 de dezembro de 2008. Assim, saldos nessa conta
precisam ser totalmente destinados por proposta da administração da companhia
no pressuposto de sua aprovação pela assembléia geral ordinária.

116. Essa conta continua nos planos de contas, e seu uso continua a ser feito para
receber o resultado do exercício, as reversões de determinadas reservas, os
ajustes de exercícios anteriores, para distribuir os resultados nas suas várias
formas e destinar valores para reservas de lucros.

Portanto, como essa conta continua existindo para dar posterior destinação ao
lucro, não há óbice a sua existência. A banca pecou somente em nominá-la de
Reserva de Lucro – Lucros Acumulativos.

Gabarito  A.

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4. (Adaptada) São características qualitativas de melhoria:

(A) a imaterialidade, a confiabilidade e a relevância.


(B) Comparabilidade, verificabilidade, tempestividade.
(C) a transparência, a continuidade e a independência.
(D) o denominador comum, a imaterialidade e a relevância.
(E) a consistência, a relevância e o custo beneficio.

Comentários

As características qualitativas foram divididas em duas categorias: Características


qualitativas fundamentais (relevância e representação fidedigna) e
Características qualitativas de melhoria (comparabilidade, verificabilidade,
tempestividade e compreensibilidade).

CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS

Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer diferença nas


decisões que possam ser tomadas pelos usuários.

A informação contábil-financeira é capaz de fazer diferença nas decisões se tiver


valor preditivo, valor confirmatório ou ambos.

A informação contábil-financeira tem valor preditivo se puder ser utilizada


pelos usuários para predizer futuros resultados. A informação contábil-
financeira não precisa ser uma predição ou uma projeção para que possua valor
preditivo. A informação contábil-financeira com valor preditivo é empregada pelos
usuários ao fazerem suas próprias predições.

A informação contábil-financeira tem valor confirmatório se retro-alimentar – servir


de feedback – avaliações prévias (confirmá-las ou alterá-las).

A representação fidedigna refere-se a três atributos, precisando ser completa,


neutra e livre de erro.

Para ser completa, a informação deve conter o necessário para que o usuário
compreenda o fenômeno sendo retratado. Para ser neutra, deve estar livre de
viés na seleção ou na apresentação, não podendo ser distorcida para mais ou para
menos. Finalmente, ser livre de erros não significa total exatidão, mas sim que o
processo para obtenção da informação tenha sido selecionado e aplicado livre de
erros. No caso de estimativas, ela é considerada como tendo representação
fidedigna se, além disso, o montante for claramente descrito como sendo
estimativa e se a natureza e as limitações do processo forem devidamente
revelados.

CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE MELHORIA

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Comparabilidade é a característica qualitativa que permite que os usuários


identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles.

A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a informação representa


fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe representar

Tempestividade significa ter informação disponível para tomadores de decisão a


tempo de poder influenciá-los em suas decisões.

Compreensibilidade significa que a classificação, a caracterização e a


apresentação da informação são feitas com clareza e concisão, tornando-a
compreensível. Mas não é admissível a exclusão de informação complexa e não
facilmente compreensível se isso tornar o relatório incompleto e distorcido.

Gabarito  B.

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PROVA 10 – ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 4ª/2011

1. Em conformidade com a ICPC-08, os dividendos

(A) declarados, após o período contábil e antes da aprovação pela assembléia


dessas demonstrações, devem ser reconhecidos no passivo como dividendos a
pagar.
(B) que forem declarados pela assembléia geral, ou declarados e pagos, de acordo
com as formalidades previstas no estatuto social, quando não pagos devem figurar
no passivo da entidade como uma obrigação.
(C) mínimos obrigatórios devem ser registrados como uma obrigação, na data do
encerramento do exercício social a que se referem as demonstrações contábeis.
(D) adicionais ao mínimo obrigatório devem ser todos contabilizados no passivo.
(E) decorrentes de distribuição de resultado, após a data do balanço e antes da
data da autorização de emissão dessas demonstrações, não gerará registro no
passivo da entidade na data do balanço.

Comentários

Conforme a Lei 6404/76, Art. 202, os acionistas têm direito de receber como
dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no
estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada de acordo com as
seguintes normas:

I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos seguintes


valores:
a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 193); e
b) importância destinada à formação da reserva para contingências (art. 195) e
reversão da mesma reserva formada em exercícios anteriores;
II - o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I poderá ser
limitado ao montante do lucro líquido do exercício que tiver sido realizado, desde
que a diferença seja registrada como reserva de lucros a realizar (art. 197);
III - os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se
não tiverem sido absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão
ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização.
§ 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do
capital social, ou fixar outros critérios para determiná-lo, desde que sejam
regulados com precisão e minúcia e não sujeitem os acionistas minoritários ao
arbítrio dos órgãos de administração ou da maioria.
§ 2o Quando o estatuto for omisso e a assembléia-geral deliberar alterá-lo para
introduzir norma sobre a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a
25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido ajustado nos termos do inciso I
deste artigo.

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Atualmente, todo o lucro apurado deve ser destinado à constituição de reservas e


distribuição de dividendos. A parcela do lucro não atribuído deverá ser distribuída
como dividendos adicionais. Não existe mais a possibilidade de deixar parte do
lucro na conta de Lucros Acumulados.

O saldo do lucro do exercício que não teve destinação será distribuído como
dividendos adicionais.

E chegamos ao tema da questão: a contabilização dos dividendos obrigatórios e


adicionais.

O primeiro ponto a destacar é se a proposta de dividendos se caracteriza como


uma obrigação presente na data do balanço ou não.

Conforme o Pronunciamento Técnico CPC 24 – Evento Subsequente:

Dividendos

12. Se a entidade declarar dividendos aos detentores de instrumentos de


patrimônio (como definido no Pronunciamento Técnico CPC 39 – Instrumentos
Financeiros: Apresentação) após o período contábil a que se referem as
demonstrações contábeis, a entidade não deve reconhecer esses dividendos como
passivo ao final daquele período.

13. Se forem declarados dividendos após o período contábil a que se referem as


demonstrações contábeis, mas antes da data da autorização de emissão dessas
demonstrações esses dividendos não devem ser reconhecidos como passivo ao
final daquele período, em virtude de não atenderem aos critérios de obrigação
presente na data das demonstrações contábeis como definido no Pronunciamento
Técnico CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. Tais
dividendos devem ser divulgados nas notas explicativas em conformidade com o
Pronunciamento Técnico CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis.

A Interpretação Técnica ICPC 08 – Contabilização da Proposta de dividendos –


alterou o entendimento acima para os dividendos obrigatórios. O dividendo mínimo
obrigatório determinado no estatuto ou contrato social da entidade, ou se omisso,
a prevalência da obrigatoriedade de distribuir dividendo nos termos do artigo 202
da Lei nº. 6.404/76, representa um compromisso contratual (estatuto ou contrato
social) ou legal (legislação societária) perante aos sócios.

Conforma a referida Instrução Técnica ICPC 08:

8. A assembleia dos sócios é soberana em suas deliberações quanto à distribuição


de dividendos, podendo deliberar pelo pagamento de dividendos acima ou abaixo
dos valores propostos pela administração. Todavia, com relação ao dividendo
mínimo obrigatório, tem limites muito estreitos para deliberar quanto ao seu não

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pagamento, sendo essas situações muito raras, em especial no caso das


companhias abertas.

9. Devido a essas características especiais de nossa legislação, considera-se que o


dividendo mínimo obrigatório deva ser consignado como uma obrigação na data
do encerramento do exercício social a que se referem às demonstrações
contábeis. Essa já vem sendo a prática adotada pelas empresas brasileiras que
têm apresentado demonstrações contábeis de acordo com a prática contábil norte-
americana, notadamente as que têm registro na Comissão de Valores Mobiliários
daquela jurisdição (SEC), bem como aquelas empresas brasileiras que já vêm
elaborando e divulgando demonstrações contábeis de acordo com as normas
internacionais emitidas pelo IASB.

Assim, os dividendos mínimos obrigatórios devem figurar no passivo, na data do


balanço.

Quanto aos dividendos adicionais, serão contabilizados ou não, dependendo da


data em que forem declarados.

Ou seja, se a empresa fechar as demonstrações contábeis em 31.12.X1, e declarar


dividendos adicionais em janeiro ou fevereiro de X2, tais dividendos não serão
contabilizados no balanço de 31.12.X1. Serão apenas divulgados em Nota
Explicativa.
Por outro lado, os dividendos adicionais que forem declarados pela assembleia
geral ou outro órgão competente antes da data base das demonstrações contábeis,
atendem aos requisitos de obrigação presente e, portanto, devem figurar nas
Demonstrações Contábeis da entidade.

A parcela do dividendo mínimo obrigatório, que se caracterize efetivamente como


uma obrigação legal, deve figurar no passivo da entidade. Mas a parcela da
proposta dos órgãos da administração à assembléia de sócios que exceder a esse
mínimo obrigatório deve ser mantida no patrimônio líquido, em conta específica,
do tipo “dividendo adicional proposto”, até a deliberação definitiva que vier a ser
tomada pelos sócios. Afinal, esse dividendo adicional ao mínimo obrigatório não se
caracteriza como obrigação presente na data do balanço, já que a assembléia dos
sócios ou outro órgão competente poderá, não havendo qualquer restrição
estatutária ou contratual, deliberar ou não pelo seu pagamento ou por pagamento
por valor diferente do proposto.

Portanto, a contabilização dos dividendos fica assim:

TRATAMENTO DOS DIVIDENDOS

1) Dividendos obrigatórios: ficam contabilizados no Passivo, na data do


fechamento das demonstrações contábeis.

2) Dividendos adicionais:

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2.1) Declarados após o período contábil: Não são contabilizados, sendo apenas
divulgados em Nota Explicativa.
2.2) Declarados antes do período contábil: ficam no Patrimônio Líquido, até a
aprovação pela Assembléia, quando são transferidos para o Passivo.

Vamos analisar as alternativas da questão:

(A) declarados, após o período contábil e antes da aprovação pela


assembléia dessas demonstrações, devem ser reconhecidos no passivo
como dividendos a pagar.

Alternativa INCORRETA, os dividendos declarados após o período contábil não são


contabilizados.
(B) que forem declarados pela assembléia geral, ou declarados e pagos,
de acordo com as formalidades previstas no estatuto social, quando não
pagos devem figurar no passivo da entidade como uma obrigação.

Alternativa INCORRETA. Veja esse trecho da Instrução Técnica ICPC 08:

Pelos itens precedentes, os dividendos que forem declarados pela assembleia geral
ou outro órgão competente, ou declarados e pagos, de acordo com as formalidades
previstas no estatuto social ou equivalente, antes da data base das
demonstrações contábeis, atendem aos requisitos de obrigação presente e,
portanto, se não pagos devem figurar no passivo da entidade como uma obrigação

Na alternativa B, faltou a frase “antes da data base”, o que a torna incorreta.

(C) mínimos obrigatórios devem ser registrados como uma obrigação, na


data do encerramento do exercício social a que se referem as
demonstrações contábeis.

Alternativa CORRETA, os dividendos mínimos obrigatórios devem ser registrados


no passivo.

(D) adicionais ao mínimo obrigatório devem ser todos contabilizados no


passivo.

Alternativa INCORRETA, os dividendos adicionais ficam contabilizados no


Patrimônio Líquido até sua aprovação pela Assembléia.

(E) decorrentes de distribuição de resultado, após a data do balanço e


antes da data da autorização de emissão dessas demonstrações, não
gerará registro no passivo da entidade na data do balanço.

Alternativa INCORRETA, os dividendos declarados após a data do balanço não são


contabilizados.

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Gabarito  C.

2. No processo de implementação inicial das novas normas contábeis no ativo


imobilizado, deve a empresa:

(A) atribuir valor justo para o mesmo ativo, sempre que ele estiver a custo zero.
(B) contabilizar, na atribuição de custos aos ativos (deemed cost), como
contrapartida uma conta de resultado, para compensar os ajustes decorrentes da
nova depreciação.
(C) estabelecer novas taxas de depreciação, em conformidade com a vida útil e os
benefícios econômicos e fiscais que se espera que o bem gere e mantê-los por
período mínimo de 5 anos.
(D) evidenciar, em nota explicativa, qual será a política de dividendos a ser
adotada, no período em que os resultados forem afetados pelas diferenças geradas
pela depreciação do novo custo atribuído.
(E) fazer as avaliações para atribuição do custo inicial, obrigatoriamente por
avaliadores especialistas externos à empresa, para manter a transparência e a
credibilidade do valor a ser utilizado.
Comentários

Analisemos a assertiva sob a visão da nova legislação do ativo imobilizado:

(A) atribuir valor justo para o mesmo ativo, sempre que ele estiver a custo
zero.

Alternativa INCORRETA. A atribuição do valor justo para os ativos (deemed cost)


pode ser feita apenas uma vez, na adoção inicial das novas normas.

(B) contabilizar, na atribuição de custos aos ativos (deemed cost), como


contrapartida uma conta de resultado, para compensar os ajustes
decorrentes da nova depreciação.

Alternativa INCORRETA. No processo de implementação inicial das novas normas


contábeis no ativo imobilizado, a empresa pode atribuir aos ativos o valor justo
(deemed cost), mas a contrapartida será na conta Ajuste de Avaliação Patrimonial,
no Patrimônio Líquido, e não no Resultado. Além disso, o objetivo não é
“compensar os ajustes decorrentes da nova depreciação”, mas sim atribuir o valor
justo aos bens que apresentem valor contábil substancialmente inferior ou superior
ao valor justo.

(C) estabelecer novas taxas de depreciação, em conformidade com a vida


útil e os benefícios econômicos e fiscais que se espera que o bem gere e
mantê-los por período mínimo de 5 anos.

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Alternativa INCORRETA. A entidade deve revisar a vida útil e o valor residual (e,
portanto, as taxas de depreciação) no mínimo anualmente.

(D) evidenciar, em nota explicativa, qual será a política de dividendos a


ser adotada, no período em que os resultados forem afetados pelas
diferenças geradas pela depreciação do novo custo atribuído.

Alternativa CORRETA.

Conforme a Interpretação Técnica ICPC 10 – Aplicação inicial do Ativo Imobilizado:

28. Considerando o impacto que a adoção desta Interpretação pode trazer no


resultado (lucro ou prejuízo) futuro da entidade, por conta do aumento da despesa
de depreciação, exaustão ou amortização no exercício da adoção inicial e
seguintes, é necessário que a administração divulgue em nota explicativa a política
de dividendos que será adotada durante a realização de toda a diferença gerada
pelo novo valor.

(E) fazer as avaliações para atribuição do custo inicial, obrigatoriamente


por avaliadores especialistas externos à empresa, para manter a
transparência e a credibilidade do valor a ser utilizado.

Alternativa INCORRETA. A avaliação pode ser efetuada por avaliadores internos


ou externos à entidade.
Gabarito  D.

3. Em relação ao ajuste a valor presente, é correto afirmar:

(A) As reversões dos ajustes a valor presente decorrentes de financiamentos feitos


a clientes que a empresa entende que faz parte de suas atividades operacionais
devem ser apropriadas como receita operacional.
(B) As contas de ativos e passivos circulantes, sempre que indexadas, devem ser
trazidas a valor presente e ajustadas contra a conta que originou o lançamento
inicial.
(C) Os impostos diferidos, ativos e passivos, devem ser trazidos a valor presente
pela taxa selic, independentemente de serem a curto ou longo prazo.
(D) Os passivos contratuais e não contratuais devem sempre ser trazidos a valor
presente, desde que a taxa de desconto não considere o risco de crédito, mas sim
a taxa embutida no papel.
(E) A taxa a ser utilizada para trazer os montantes a valor presente deve sempre
ser líquida dos efeitos fiscais, para não atribuir valor superior ao realizável
efetivamente.

Comentários:

Vamos analisar as alternativas:

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(A) As reversões dos ajustes a valor presente decorrentes de


financiamentos feitos a clientes que a empresa entende que faz parte de
suas atividades operacionais devem ser apropriadas como receita
operacional.

Alternativa Correta.

Conforme o Pronunciamento CPC 12 – Ajuste a Valor Presente:

23. As reversões dos ajustes a valor presente dos ativos e passivos monetários
qualificáveis devem ser apropriadas como receitas ou despesas financeiras, a não
ser que a entidade possa devidamente fundamentar que o financiamento feito a
seus clientes faça parte de suas atividades operacionais, quando então as
reversões serão apropriadas como receita operacional. Esse é o caso, por exemplo,
quando a entidade opera em dois segmentos distintos: (i) venda de produtos e
serviços e (ii) financiamento das vendas a prazo, e desde que sejam relevantes
esse ajuste e os efeitos de sua evidenciação.

(B) As contas de ativos e passivos circulantes, sempre que indexadas,


devem ser trazidas a valor presente e ajustadas contra a conta que
originou o lançamento inicial.

Alternativa INCORRETA. As contas de ativo e passivo circulantes somente são


ajustadas a valor presente se houver efeito relevante.

Conforme o Pronunciamento CPC 12 – Ajuste a Valor Presente:

21. Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de


longo prazo, ou de curto prazo quando houver efeito relevante, devem ser
ajustados a valor presente com base em taxas de desconto que reflitam as
melhores avaliações do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos
específicos do ativo e do passivo em suas datas originais.

(C) Os impostos diferidos, ativos e passivos, devem ser trazidos a valor


presente pela taxa selic, independentemente de serem a curto ou longo
prazo.

Alternativa INCORRETA.

Conforme o Pronunciamento CPC 12 – Ajuste a Valor Presente:

10 – Quando houver Pronunciamento específico do CPC que discipline a forma pela


qual um ativo ou passivo em particular deva ser mensurado com base no ajuste a
valor presente de seus fluxos de caixa, referido pronunciamento específico deve
ser observado. A regra específica sempre prevalece à regra geral. Caso especial é
o relativo à figura do Imposto de Renda Diferido Ativo e à do Imposto de

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Renda Diferido Passivo, objeto de Pronunciamento Técnico específico, mas que,


conforme previsto nas Normas Internacionais de Contabilidade, não são
passíveis de ajuste a valor presente, o que deve ser observado desde a
implementação deste Pronunciamento. (g.n.)

(D) Os passivos contratuais e não contratuais devem sempre ser trazidos


a valor presente, desde que a taxa de desconto não considere o risco de
crédito, mas sim a taxa embutida no papel.

Alternativa INCORRETA.

Os passivos não contratuais são as obrigações não formalizadas, que resultam de


limitações éticas ou morais e não de restrições legais. Podem resultar também de
práticas e costumes. Como exemplo, podemos citar as garantias concedidas a
clientes, assistência financeira freqüente a comunidades nativas situadas em
regiões nas quais sejam desenvolvidas atividades econômicas exploratórias, etc.

Conforme o Pronunciamento CPC 12 – Ajuste a Valor Presente:

27. O desconto a valor presente é requerido quer se trate de passivos contratuais,


quer se trate de passivos não contratuais, sendo que a taxa de desconto
necessariamente deve considerar o risco de crédito da entidade.

(E) A taxa a ser utilizada para trazer os montantes a valor presente deve
sempre ser líquida dos efeitos fiscais, para não atribuir valor superior ao
realizável efetivamente.

Alternativa INCORRETA.

Conforme o Pronunciamento CPC 12 – Ajuste a Valor Presente:

29. Para fins de desconto a valor presente de ativos e passivos, a taxa a ser
aplicada não deve ser líquida de efeitos fiscais, e, sim, antes dos impostos.

Gabarito  A.

4. A distribuição do lucro líquido do período é evidenciada na Demonstração:

(A) do Resultado Abrangente.


(B) de Lucros/Prejuízos Acumulados.
(C) do Resultado do Exercício.
(D) do Valor Adicionado.
(E) do Fluxo de Caixa.

Comentários

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Vamos analisar as alternativas:

(A) do Resultado Abrangente.

Alternativa INCORRETA. A Demonstração de Resultados Abrangentes


compreendem itens de receita e despesa (incluindo ajustes de reclassificação) que
não são reconhecidos na demonstração do resultado. São os valores que são
contabilizados diretamente no Patrimônio Líquido.

Os componentes dos outros resultados abrangentes incluem:

(a) variações na reserva de reavaliação quando permitidas legalmente;


(b) ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido
reconhecidos;
(c) ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de
operações no exterior;
(d) ajuste de avaliação patrimonial relativo aos ganhos e perdas na remensuração
de ativos financeiros disponíveis para venda;
(e) ajuste de avaliação patrimonial relativo à efetiva parcela de ganhos ou perdas
de instrumentos de hedge em hedge de fluxo de caixa.

A entidade deve apresentar todos os itens de receita e despesa reconhecidos no


período em duas demonstrações: demonstração do resultado do período e
demonstração do resultado abrangente do período; esta última começa com o
resultado líquido e inclui os outros resultados abrangentes.

A demonstração do resultado abrangente deve, no mínimo, incluir as seguintes


rubricas:

(a) resultado líquido do período;


(b) cada item dos outros resultados abrangentes classificados conforme sua
natureza;
(c) parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconhecida
por meio do método de equivalência patrimonial; e
(d) resultado abrangente do período.

A demonstração do resultado abrangente pode ser apresentada em quadro


demonstrativo próprio ou dentro das mutações do patrimônio líquido.

(B) de Lucros/Prejuízos Acumulados.

Alternativa CORRETA.

Conforme a Lei 6404/76:

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

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Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:

I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção


monetária do saldo inicial;
II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros
incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.

§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os


decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro
imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a
fatos subsequentes.

§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante


do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das
mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia.

A distribuição do lucro líquido está detalhada no inciso III, acima.

(C) do Resultado do Exercício.

Alternativa INCORRETA. A demonstração do resultado do exercício serve para se


apurar o lucro líquido do exercício. Contudo, a distribuição deste lucro é feita na
DLPA.

(D) do Valor Adicionado.

Alternativa INCORRETA. A Demonstração do Valor Adicionado por objetivo


demonstrar a riqueza gerada pela entidade e sua distribuição, num determinado
período de tempo.

(E) do Fluxo de Caixa.

Alternativa INCORRETA. O objetivo da Demonstração dos Fluxos de Caixa é


prestar informações sobre o caixa e equivalente de caixa gerado ou consumido por
uma entidade.

A demonstração pode ser feita pelo método direto ou indireto, e deve ser dividida
entre fluxo de caixa das atividades operacionais, das atividades de financiamento e
das atividades de investimentos.

Gabarito  B.

5. Os cheques emitidos, registrados contabilmente e entregues pela empresa para


quitação de obrigações, mas ainda não apresentados ao banco pelo portador,
devem ter o seu valor:

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(A) estornado da conta de Disponibilidade da empresa.


(B) creditado na conta Banco Conta Movimento.
(C) Registrado no grupo de Compensação do Ativo.
(D) identificado e conciliado de forma extra contábil.
(E) registrado em conta do ativo como Cheques a Receber.

Comentários:

Uma vez que a empresa entregou o cheque ao credor, deverá contabilizá-lo,


gerando uma saída da conta bancos. Ainda que o cheque não seja apresentado, a
empresa não pode estorná-lo. Afinal, o credor pode apresentar o cheque a
qualquer momento.

Portanto, nesse caso, a empresa apenas acompanha através de um controle extra


contábil.

Gabarito  D.

6. De conformidade com as Normas Internacionais de Contabilidade, são grupos do


Balanço Patrimonial:

(A) Ativo Circulante, Realizável a Longo Prazo, Ativo Diferido, Ativo Imobilizado e
Exigível a Longo Prazo.
(B) Ativo Imobilizado, Ativo Intangível, Ativo Diferido e o Patrimônio Líquido.
(C) Realizável de Longo Prazo, Diferido, Investimentos, Passivo Circulante e
Passivo Não Circulante.
(D) Ativo Circulante, Ativo Permanente, Passivo Circulante e Passivo Não
Circulante.
(E) Passivo Não Circulante, Passivo Circulante, Patrimônio Líquido, Ativo
Circulante, Imobilizado, Intangível e Investimentos.

Comentários:

A antiga estrutura do balanço patrimonial era a seguinte:

ATIVO PASSIVO
1) Ativo Circulante 1) Passivo Circulante
2) Ativo Realizável a Longo Prazo 2) Passivo Exigível a Longo Prazo
3) Ativo Permanente 3) Resultado de Exercícios Futuros
3.1 Investimentos
3.2 Imobilizado 4) Patrimônio Líquido
3.3 Diferido

Com a reestruturação, foram extintos o grupo Ativo Permanente, Resultado de


Exercícios Futuros e Ativo Diferido, e foi criado o subgrupo Ativo Intangível.

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Nova estrutura do balanço:

ATIVO PASSIVO
1) Ativo Circulante 1) Passivo Circulante
2) Ativo Não Circulante 2) Passivo não circulante
2.1 Realizável a Longo Prazo
2.2 Imobilizado
3) Patrimônio Líquido
2.3 Intangível
2.4 Investimentos

Vamos analisar as alternativas (observação: a questão não distingue entre grupo e


subgrupo).

(A) Ativo Circulante, Realizável a Longo Prazo, Ativo Diferido, Ativo


Imobilizado e Exigível a Longo Prazo.

Alternativa INCORRETA, não existe mais o Ativo Diferido.

(B) Ativo Imobilizado, Ativo Intangível, Ativo Diferido e o Patrimônio


Líquido.

Alternativa INCORRETA, não existe mais o Ativo Diferido.

(C) Realizável de Longo Prazo, Diferido, Investimentos, Passivo Circulante


e Passivo Não Circulante.

Alternativa INCORRETA, não existe mais o Ativo Diferido.

(D) Ativo Circulante, Ativo Permanente, Passivo Circulante e Passivo Não


Circulante.

Alternativa INCORRETA, não existe mais a denominação de Ativo Permanente.

(E) Passivo Não Circulante, Passivo Circulante, Patrimônio Líquido, Ativo


Circulante, Imobilizado, Intangível e Investimentos.

Alternativa CORRETA.

Gabarito  E.

7. De acordo com as normas internacionais, os intangíveis estão sujeitos a ajustes

(A) decorrentes somente do cálculo da amortização.


(B) de amortizações e do registro de imparidade, quando for o caso.
(C) de amortizações, depreciação e ajustes a valor presente, quando for o caso.

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(D) somente da correção do ajuste a valor presente.


(E) conseqüentes do valor justo e do cálculo do valor presente do fluxo de caixa.

Comentários

Conforme o Pronunciamento Técnico CPC 04 – Ativo Intangível:

Método de custo

74. Após o seu reconhecimento inicial, um ativo intangível deve ser apresentado
ao custo, menos a eventual amortização acumulada e a perda acumulada
(Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos).

Recuperação do valor contábil – perda por redução ao valor recuperável


de ativos

111. Para determinar se um ativo intangível já não tem valor, a entidade deve
aplicar o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de
Ativos.

Esse Pronunciamento determina quando e como a entidade deve revisar o valor


contábil de seus ativos, como determinar o seu valor recuperável e quando
reconhecer ou reverter perda por desvalorização

Portanto, os ativos intangíveis estão sujeitos a ajustes de amortização e ao teste


de recuperabilidade (também chamado de Impairment ou Imparidade).

Ressaltamos, entretanto, que apenas os Intangíveis com vida útil definida são
amortizados. Os ativos Intangíveis com vida útil indefinida não sofrem
amortização, mas devem ser submetidos ao teste de recuperabilidade.

Gabarito  B.

8. Em uma economia de preços decrescentes, a avaliação de estoques pelo critério


Último que Entra é o Primeiro que Sai (UEPS), em relação a outros critérios de
atribuição de preços aos estoques, tende a gerar valores de

(A) custo de mercadorias vendidas maiores.


(B) estoque final menores.
(C) saídas maiores.
(D) estoques finais maiores.
(E) custo de compras maiores.

Comentários

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O critério UEPS (último que entra é o primeiro que sai) significa que será atribuído
ao custo das unidades vendidas o preço das unidades mais recentes.

Há também o PEPS (Primeiro que entra é o primeiro a sair) e o Custo Médio


Ponderado, que pode ser Móvel (calculamos o custo médio ponderado a cada
saída) ou fixo (calculamos o custo médio ponderado para o mês e usamos esse
valor para todas as saídas).

Normalmente, o Custo Médio Ponderado resulta num valor intermediário, entre o


PEPS e o UEPS.

Mas, quando a questão fornece valores e pergunta sobre a relação entre os


critérios, é recomendável calcular.

Por exemplo, considere que uma empresa, com estoque inicial zero, apresente as
seguintes informações:

DATA EVENTO QTD (UND) VALOR UNITÁRIO


01/jan Compra 10 R$ 11,00
03/jan Compra 15 R$ 10,00
08/jan Compra 23 R$ 18,00
10/jan Compra 35 R$ 17,00
15/jan Compra 11 R$ 10,00
22/jan Compra 4 R$ 12,50
23/jan Compra 10 R$ 10,00

Se, no dia 30 de Janeiro, a empresa vender 25 unidades, qual critério produziria o


maior custo das mercadorias vendidas?

Repare que os preços variam aleatoriamente. Como foram escolhidos a propósito,


teríamos, como custo das mercadorias vendidas (25 unidades):

PEPS: Custo de $260,00


Custo Médio Ponderado: $ 353,93
UEPS: Custo de $ 260,00

Nesse exemplo, o uso do PEPS ou do UEPS produziria o mesmo custo, o mesmo


valor de estoque final e o mesmo lucro.

Mas, quando a questão se refere uma economia inflacionária (em que os preços
aumentam) ou deflacionária (em que os preços diminuem), o custo médio
ponderado irá sempre resultar num valor intermediário entre o PEPS e o UEPS.

A questão menciona que os preços são decrescentes. Ao invés de tentar


memorizar qual método produz o maior custo, é melhor fazer um exemplo
extremamente simples. Assim:

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Primeira compra: 1 unidade a 20 reais


Segunda compra: 1 unidade a 10 reais

No caso de venda de uma unidade, usando o PEPS teremos custo = R$ 20,00 e


estoque final de R$10,00; usando o UEPS, custo de R$ 10,00 e estoque final de
R$20,00.

Agora podemos analisar as alternativas:

A) custo de mercadorias vendidas maiores.

Alternativa INCORRETA, gera custo de mercadoria vendida menor.

(B) estoque final menores.

Alternativa INCORRETA, o UEPS irá resultar em custo menor e portanto em


estoque maior.

(C) saídas maiores.

Alternativa INCORRETA, saída da conta de estoque corresponde ao CMV, que é


menor com o UEPS.

(D) estoques finais maiores.

Alternativa Correta

(E) custo de compras maiores.

Alternativa INCORRETA, alternativa absurda, o custo das compras não se altera,


com o uso de um ou outro método.

Gabarito  D.

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PROVA 11 – ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF/4ª/2010

1. O princípio contábil que se relaciona diretamente à quantificação dos


componentes patrimoniais e à formação do resultado, além de constituir dado
importante para aferir a capacidade futura de geração de resultados é o Princípio

(A) da Continuidade.
(B) do Registro pelo valor original.
(C) da Oportunidade.
(D) da Entidade.
(E) da Prudência.

Comentários

A questão se refere ao princípio da continuidade. Pelo princípio da continuidade,


devemos trabalhar pressupondo que a empresa se manterá em exercício,
continuará operando. Quantificaremos componentes patrimoniais e registraremos
receitas e despesas partindo desses pressupostos.

Gabarito  A.

2. O contador da Cia. Noroeste recebeu o extrato bancário da empresa enviado


pelo Banco América Central, no qual constava um saldo credor de R$ 160.000,00
na conta corrente. O saldo da conta corrente registrado no Livro Razão da entidade
era devedor em um valor diferente de R$ 160.000,00. Ao efetuar a conciliação
bancária, o contador anotou os fatos abaixo:

I. Recebimento de duplicatas em cobrança no banco no valor de R$ 15.000,00, não


registradas na contabilidade.
II. Depósitos de cheques efetuados pela companhia ainda não creditados pelo
banco no valor de R$ 2.000,00.
III. Despesas bancárias no valor de R$ 1.000,00, não registradas na contabilidade.
IV. Emissão de cheques pela companhia no valor de R$ 8.000,00 não descontados
ainda no banco.
V. Cheque devolvido de um cliente, por falta de fundos e ainda não registrado na
contabilidade, no valor de R$ 3.000,00.

As informações fornecidas permitem concluir que o saldo devedor da conta Banco


América Central C/Movimento, antes do procedimento de conciliação bancária,
apresentava um saldo devedor, em R$, de

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(A) 143.000,00.
(B) 154.000,00.
(C) 136.000,00.
(D) 152.000,00.
(E) 139.000,00.

Comentários

Em questões de conciliação bancária, devemos adotar um lado para trabalhar, ou o


banco ou a empresa. Nesta questão, contudo, só é possível através do extrato
bancário, posto que não temos o valor que constava da escrituração contábil.

O saldo final da conta bancos era R$ 160.000,00. O ajuste do extrato com a


escrituração contábil deve chegar a este valor.

Para isso, vamos nos utilizar da igualdade.

Saldo no extrato = Saldo na escrituração

Como não sabemos o valor que estava na escrituração, vamos chamá-lo de X, por
ora.

160.000 = X +/- ajustes.

Agora, basta que analisemos os fatos um a um.

I. Recebimento de duplicatas em cobrança no banco no valor de R$


15.000,00, não registradas na contabilidade.

O ajuste já foi feito no banco. Contudo, quando for registrada na empresa, esses
R$ 15.000,00 aumentarão o saldo desta conta na contabilidade. Assim,
exemplificando, se eu tivesse um saldo de R$ 200.000,00 registrado na
contabilidade, com o registro dos R$ 15.000,00 de recebimento da duplicata, esse
valor passaria para R$ 215.000,00. Portanto, a equação ficará assim:

Saldo no extrato = Saldo na escrituração


160.000 = X + 15.000.

II. Depósitos de cheques efetuados pela companhia ainda não creditados


pelo banco no valor de R$ 2.000,00.

Esse valor já foi reduzido na companhia, mas não foi feito o ajuste no banco.
Portanto, devemos somar este valor ao saldo do extrato bancário. Ficará assim:

Saldo no extrato = Saldo na escrituração


160.000 + 2.000 = X + 15.000.

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III. Despesas bancárias no valor de R$ 1.000,00, não registradas na


contabilidade.

Neste caso, já houve registro no banco, mas não na contabilidade. O efeito é,


então, a diminuição do saldo da contabilidade da empresa.

Saldo no extrato = Saldo na escrituração


160.000 + 2.000 = X + 15.000 – 1.000.

IV. Emissão de cheques pela companhia no valor de R$ 8.000,00 não


descontados ainda no banco.

Temos de ajustar no banco, pois na companhia já foi escriturado. Subtraímos


8.000.

Saldo no extrato = Saldo na escrituração


160.000 + 2.000 – 8.000 = X + 15.000 – 1.000.

V. Cheque devolvido de um cliente, por falta de fundos e ainda não


registrado na contabilidade, no valor de R$ 3.000,00.

Já foi ajustado no banco, mas não na contabilidade. Assim, temos de diminuir este
valor do saldo da empresa.

Saldo no extrato = Saldo na escrituração


160.000 + 2.000 – 8.000 = X + 15.000 – 1.000 – 3.000.

Agora, vamos achar o valor de X:


154.000 = X + 11.000

X = 143.000 (Saldo na empresa antes dos ajustes)

O gabarito, portanto, é a letra A.

Gabarito  A.

3. O registro de uma venda a prazo no valor de R$ 300.000,00 com 20% de lucro


sobre o valor do custo da mercadoria vendida, no mesmo dia em que o fornecedor
das citadas mercadorias era pago em virtude do vencimento da duplicata aceita
pelo comprador, provoca a seguinte alteração no patrimônio da entidade
vendedora:

(A) diminuição dos estoques em R$ 240.000,00.


(B) aumento do Ativo Circulante em R$ 60.000,00.
(C) aumento do Patrimônio Líquido em R$ 50.000,00.
(D) diminuição do Passivo Circulante em R$ 240.000,00.

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(E) diminuição do Patrimônio Líquido em R$ 60.000,00.

Comentários

Da equação básica:

Lucro = Receita – Custos da mercadoria vendida

20% Custo da mercadoria vendida = Receita - Custos da mercadoria vendida


20% CMV + CMV = Receita
120% CMV = 300.000,00
CMV = 300.000 / 120% = 250.000,00

Então, tivemos nesta situação um lucro de R$ 50.000,00.

Pela venda a prazo, fazemos o seguinte registro:

D – Clientes 300.000,00 (Aumenta o ativo)


C – Receita de Vendas 300.000,00 (Aumenta o resultado)

Pela baixa do estoque, lançamos:

D – CMV 250.000,00 (Diminui o resultado)


C – Estoques 250.000,00 (Diminui o ativo)

Agora, temos o pagamento desta mercadoria ao fornecedor, no mesmo


dia. Vamos lançar:

D – Fornecedores 250.000,00 (Diminui o passivo)


C – Caixa 250.000,00 (Diminui o ativo)

Portanto, temos o seguinte:

ATIVO

Aumentou 300.000,00 e Diminuiu 250.000,00 + 250.000,00.


Logo, diminuiu de 200.000,00.

PASSIVO

Diminuiu 250.000,00.

RESULTADO

Aumentou 300.000,00 e Diminuiu 250.000,00.


Logo, tivemos um lucro de 50.000,00.

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Este lucro integra o capital próprio, sendo, ao fim do exercício social, transferido
para o balanço patrimonial, para o PL, para ser distribuído ou tomar outras
destinações, como aumento da capital social ou reserva de lucros. Lembrem-se de
que não podemos mais permanecer com saldo da conta lucros acumulados no
balanço patrimonial. Esta conta deve ser zerada no caso de lucros. Não mais é
possível a retenção de lucros injustificados.

Gabarito  C.

4. A Cia. Delfim Verde, em obediência às normas brasileiras de contabilidade, fez,


em 31/12/2009, o teste de recuperabilidade (impairment test) do valor de uma
máquina utilizada na fabricação de seus produtos. Os dados abaixo foram
levantados pelo departamento de contabilidade da empresa (em R$):

Valor em uso da máquina 620.000,00


Valor líquido de venda 610.000,00
Custo de aquisição 710.000,00
Depreciação Acumulada 70.000,00

A companhia deve registrar uma perda no valor do ativo de R$

(A) 100.000,00.
(B) 90.000,00.
(C) 10.000,00.
(D) 30.000,00.
(E) 20.000,00.

Comentários

O teste de recuperabilidade está disciplinado no Pronunciamento Técnico 01 do


CPC. É uma inovação legislativa advinda com as mudanças recentes na
contabilidade. A FCC (e todas as bancas vêm explorando demasiadamente este
item em prova).

O teste de recuperabilidade (também conhecido por “impairment test”) tem como


finalidade principal apresentar o valor real pelo qual um ativo será realizado.

Essa realização poderá ser feita tanto pela venda do bem, quanto pela sua
utilização nas atividades empresariais.

A norma fala que a finalidade do teste de recuperabilidade é assegurar que seus


ativos estejam registrados contabilmente por valor que não exceda seus
valores de recuperação.

Se Valor Contábil > Valor Recuperável  Teste de Recuperabilidade

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A norma define como valor recuperável de um ativo ou de uma unidade geradora


de caixa é o MAIOR valor entre o valor justo líquido de despesas de venda (nova
nomenclatura para o antigo valor líquido de venda) de um ativo e seu valor em
uso.

Assim, se compro uma máquina por R$ 1 milhão, mas fica evidenciado que o
máximo que posso obter com esta máquina R$ 500.000,00 se continuar vendendo
os produtos dela obtidos ou R$ 700.000,00, com a venda desta máquina para
terceiros, deverei proceder a um ajuste contábil para adequar este valor (de R$ 1
milhão) à realidade.

Desta forma, temos de comparar o valor contábil líquido (isto é, subtraído de


depreciação, amortização, exaustão) com o valor recuperável (que é o maior valor
entre o valor de venda do ativo ou o valor de uso deste bem/direito).

A nossa questão trouxe os seguintes dados:

Valor em uso da máquina 620.000,00


Valor líquido de venda 610.000,00
Custo de aquisição 710.000,00
Depreciação Acumulada 70.000,00

1) Cálculo do valor contábil líquido:

Valor de aquisição 710.000,00 – Depreciação 70.000,00


Valor contábil líquido 640.000,00

2) Valor recuperável (MAIOR ENTRE)

Valor em uso 620.000,00


Valor líquido de venda 610.000,00

Portanto, o valor recuperável é R$ 620.000,00.

3) Comparar o valor contábil com o valor recuperável.

Qual é maior? Se for o valor contábil, é por que o meu ativo está superavaliado na
contabilidade. Devemos então proceder a um ajuste. Caso contrário, ou seja, se o
valor contábil for menor do que o recuperável, nenhum ajuste há que ser feito.

Na questão, o valor contábil é maior do que o recuperável, logo, devemos


reconhecer uma perda no valor de R$ 20.000,00 (640.000 – 620.000).

Gabarito  E.

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5. A Cia. Esplanada promoveu o aumento de seu capital em R$ 160.000,00, sendo


R$ 120.000,00 integralizados em dinheiro e em bens e R$ 40.000,00 com
incorporação de reservas de lucros. Na mesma data adquiriu ações de sua própria
emissão, no valor de R$ 20.000,00, de acionistas dissidentes, pagas em dinheiro.
O Patrimônio da entidade, em virtude da escrituração desses fatos contábeis,
sofreu alteração de aumento do

(A) Ativo em 140.000,00.


(B) Patrimônio Líquido em 120.000,00.
(C) Ativo em 180.000,00.
(D) Patrimônio Líquido em 160.000,00.
(E) Patrimônio Líquido em 100.000,00.

Comentários

Vamos lá! Os lançamentos são:

1) Aumento do capital social, sendo R$ 120.000,00 em dinheiro e R$


40.000,00 com reservas de lucros.

D – Caixa 120.000,00 (Ativo)


D – Reversão de reservas de lucros 40.000,00 (PL)
C – Capital social 160.000,00 (PL)

2) Aquisição de ações de sua própria emissão, no valor de R$ 20.000,00.

D – Ações em tesouraria 20.000,00 (Retificadora do PL)


C – Caixa 20.000,00 (Ativo)

Assim, tivemos:

Ativo: + 120.000,00 – 20.000,00 = + 100.000,00.


Patrimônio Líquido: - 40.000,00 + 160.000,00 – 20.000,00 = + 100.000,00.

Nosso gabarito, portanto, é letra e (PL aumentou em R$ 100.000,00).

Gabarito  E.

A Cia. Comercial Olavo Bilac iniciou o mês com estoque de 10 unidades de uma
determinada mercadoria com preço unitário de R$ 400,00, já líquido de impostos
recuperáveis. As operações abaixo foram efetuadas pela companhia nesse mês,
sendo que os preços de compras estão sujeitos à alíquota hipotética do ICMS de
20%. A Cia. é contribuinte do PIS e da COFINS pela sistemática cumulativa, com
alíquotas respectivas de 0,65% e 3%.

− Compra de 20 unidades ao preço unitário de R$ 520,00;

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− Venda de 25 unidades ao preço unitário de R$ 1.000,00;


− Compra de 30 unidades ao preço unitário de R$ 550,00;
− Venda de 20 unidades ao preço unitário de R$ 640,00.

6. O estoque final da mercadoria no mês, caso a companhia use o método UEPS


(Último que entra, Primeiro que sai) para avaliação de seus estoques, equivale, em
R$, a

(A) 6.600,00.
(B) 6.400,00.
(C) 8.250,00.
(D) 7.515,00.
(E) 7.480,00.

Comentários

O ICMS é recuperável, pois se trata de compra de mercadoria para revenda.

O PIS/COFINS, todavia, não é, visto que a própria questão assim dispôs.


Logo, devemos retirar o ICMS do custo da compra. O PIS/COFINS não deve ser
retirado.

Portanto, a primeira compra deve ser registrado por R$ 520,00 – 20% x 520,00 =
R$ 416,00 por unidade. E assim por diante.

UEPS
ENTRADA SAÍDA SALDO
Unid. R$ Saldo Unid. R$ Saldo Unid. R$ Saldo
10 400 4000 10 400 4000
10 400 4000
20 416 8320
20 416 8320
20 416 8320
5 400 2000
5 400 2000
5 400 2000
30 440 13200
30 440 13200
20 440 8800 5 400 2000
10 440 4400
ESTOQUE
CMV 19120 6400
FINAL

Gabarito  B.

7. O Custo das Mercadorias Vendidas no mês, caso a companhia utilize o método


PEPS de avaliação de estoques, foi, em R$, igual a

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(A) 19.020,00.
(B) 19.120,00.
(C) 19.040,00.
(D) 18.920,00.
(E) 19.080,00.

Comentários

O ICMS é recuperável, pois se trata de compra de mercadoria para revenda.

O PIS/COFINS, todavia, não é, visto que a própria questão assim dispôs.

Logo, devemos retirar o ICMS do custo da compra. O PIS/COFINS não deve ser
retirado.

Portanto, a primeira compra deve ser registrado por R$ 520,00 – 20% x 520,00 =
R$ 416,00 por unidade. E assim por diante.

PEPS
ENTRADA SAÍDA SALDO
Unid. R$ Saldo Unid. R$ Saldo Unid. R$ Saldo
10 400 4000 10 400 4000
10 400 4000
20 416 8320
20 416 8320
10 400 4000
5 416 2080
15 416 6240
5 416 2080
30 440 13200
30 440 13200
5 416 2080
15 440 6600
15 440 6600
ESTOQUE
CMV 18920 6600
FINAL
7. Gabarito  D.

8. O lucro bruto auferido pela empresa na 1a venda de 25 unidades, caso a


companhia tenha utilizado o método do custo médio ponderado para avaliação de
seus estoques foi, em R$, (desprezando-se os centavos a partir da terceira casa
decimal depois da vírgula para obtenção do custo médio) igual a

(A) 9.721,00.
(B) 8.821,00.
(C) 8.633,50.
(D) 8.563,50.
(E) 9.733,50.

Comentários

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Inicialmente, vejamos o custo da mercadoria vendida.

MEDIA PONDERADA
ENTRADA SAÍDA SALDO
Unid. R$ Saldo Unid. R$ Saldo Unid. R$ Saldo
10 400 4000 10 400 4000
20 416 8320 30 410,67 12320
10266,67
25 410,67 5 410,67 2053,33
(CMV)

Agora, montemos a DRE:

Receita bruta de vendas R$ 25.000,00


(-) ICMS sobre vendas R$ (5.000,00)
(-) PIS/COFINS sobre vendas R$ (912,50)
Receita líquida de vendas R$ 19.087,50
(-) Custo da mercadoria vendida R$ (10.266,67)
Lucro bruto R$ 8.820,83.

Gabarito  B.

9. A Cia. ABC Distribuidora de Gás adquiriu um equipamento por R$ 450.000,00,


cujo prazo de vida útil foi estimado em 10 anos, com valor residual nulo. Em
31/12/2009, o valor contábil do equipamento na contabilidade da companhia era:

Custo de aquisição............................................................. R$ 450.000,00)


(−) Depreciação Acumulada ............................................... (R$ 221.250,00)
(=) Valor contábil ............................................................. R$ 228.750,00)

Com base nesses dados e sabendo-se que o cálculo da depreciação foi efetuado
corretamente pelo departamento de contabilidade da companhia, é correto concluir
que o número de meses em que o aparelho foi colocado em funcionamento é igual
a

(A) 55.
(B) 57.
(C) 59.
(D) 61.
(E) 63.

Comentários

Questão de divisão.

Valor contábil = R$ 450.000,00/10 anos = R$ 45.000,00/ano.

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R$ 45.000,00/12 meses = R$ 3.750,00/mês.

Como já temos uma depreciação acumulada de R$ 221.250,00, basta dividirmos


este valor por R$ 3.750,00, que acharemos o número de meses que a máquina foi
depreciada.

R$ 221.250,00/3.750,00 = 59 meses.

Gabarito  C.

10. No Balanço Patrimonial da Cia. Bem-Te-Vi, relativo ao exercício encerrado em


31/12/2009, o Ativo Não Circulante representava 70% do total dos ativos da
companhia. O Passivo Circulante no valor de R$ 180.000,00 representava 60% do
valor do Ativo Circulante e 50% do Passivo Não Circulante. O Patrimônio Líquido da
companhia, no dia 31/12/2009, equivalia, em R$, a

(A) 700.000,00.
(B) 360.000,00.
(C) 460.000,00.
(D) 180.000,00.
(E) 300.000,00.

Comentários

Segundo a equação básica da contabilidade:

A = P + PL
AC + ANC = PC + PNC + PL
PC = 0,6 AC
PC = 0,5 PNC
Logo,

180.000,00 = 0,6 AC
AC = 180.000,00/0.6 = 300.000,00
E mais,
180.000,00 = 0,5 PNC
PNC = 180.000,00/0,5 = 360.000,00

Já temos: Ativo circulante = 300.000; Passivo não circulante = 360.000,00 e


Passivo circulante = 180.000,00.

Vamos achar agora o ativo não circulante:

Ativo total = ativo circulante + ativo não circulante


Ativo total = 300.000,00 + 0,7 Ativo total
Ativo total – 0,7 Ativo total = 300.000,00

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0,3 Ativo total = 300.000,00


Ativo total = 300.000,00/0,3 = R$ 1.000.000,00

Logo:

Ativo total = Passivo + Patrimônio Líquido


1.000.000,00 = 180.000,00 + 360.000,00 + Patrimônio Líquido
PL = 460.000,00

Gabarito  C.

11. Deixou de ser uma reserva de capital a partir da vigência da Lei no


11.638/2007 a Reserva

(A) de Alienação de Bônus de Subscrição.


(B) de Prêmio na Emissão de Debêntures.
(C) para Contingências.
(D) para pagamento de Dividendo Obrigatório.
(E) de Ágio na Emissão de Ações.

Comentários

Reservas são valores que representam elementos patrimoniais sem qualquer


característica de exigibilidade atual ou futura.

As reservas de capital são valores recebidos pela empresa (dos sócios ou de


terceiros) que não se configuram como receita, isto é, não transitam pelo resultado
do exercício, sendo contabilizadas diretamente à conta de Patrimônio Líquido.

Com espeque no artigo 182 da Lei das S.A´s:

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte


do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações
de debêntures ou partes beneficiárias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

O item a corresponde à chamada “Reserva para ágio na emissão de ações”.

No item b, temos o produto da alienação de PB e BS.

Partes beneficiárias são títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao


capital social, criados a qualquer tempo pela sociedade por ação. As partes
beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito eventual contra a

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companhia, consistente na participação nos lucros anuais – no máximo 10% (LSA,


art. 46, caput, e §1º).

Por seu turno, os bônus de subscrição são títulos de credito emitidos no limite do
capital social autorizado no estatuto e dão aos titulares o direito de subscrever
ações da companhia.

Com as modificações recentes ocorridas na contabilidade (Leis 11.638 e 11.941) as


doações e subvenções para investimento e os prêmios na emissão de debêntures
NÃO serão mais classificados como reservas de capital, devendo ser registrados
como receitas do exercício, de acordo com o Princípio da Competência.

Portanto, temos o seguinte:

RESERVAS DE CAPITAL ANTERIORES ÀS MODIFICAÇÕES CONTÁBEIS


SEGUNDO A LEI DAS SAs:
a) Ágio na emissão de ações;
b) Produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
c) Doações e subvenções para investimentos;
d) Prêmio na emissão de debêntures.

RESERVAS DE CAPITAL POSTERIORES ÀS MODIFICAÇÕES CONTÁBEIS


SEGUNDO A LEI DAS SAs:
a) Ágio na emissão de ações;
b) Produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
c) Doações e subvenções para investimentos;
d) Prêmio na emissão de debêntures.

Gabarito  B.

12. Na Demonstração do Resultado do Exercício de uma companhia, antes das


novas normas instituídas pelas Leis no 11.638/2007 e no 11.941/2009, era
classificada como não operacional a receita

(A) de dividendos de investimentos avaliados pelo custo.


(B) financeira de aplicações de renda fixa.
(C) da equivalência patrimonial.
(D) de alienação de bens do ativo imobilizado.
(E) de aluguéis de imóveis de renda.

Comentários

Com as mudanças recentes promovidas pelas Leis 11.638 e 11.941, na


Demonstração do Resultado do Exercício, deixaram de existir as despesas e
receitas não operacionais, surgindo as outras receitas e outras despesas, no
lugar.

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A Lei 6.404/76 em momento algum define o que deve ser tratado nesses tipos de
resultado. O conceito, contudo, deve ser tomado da Legislação do Imposto de
Renda, segundo a qual, são considerados não operacionais os ganhos e
perdas de capital, isto é, transações que envolvam ativo não circulante, salvo o
realizável a longo prazo. Por exemplo, a venda de uma máquina utilizada pela
companhia, com lucro.

O gabarito, portanto, é a letra D.

Gabarito  D.

13. Dados extraídos da Demonstração de Lucros Acumulados da Cia. Pouso Alegre,


relativos ao exercício encerrado em 31/12/2009 (em R$):

Ajuste credor de períodos anteriores 10.000,00


Dividendos propostos pela administração 150.000,00
Constituição da Reserva Legal 20.000,00
Lucro líquido do Exercício 400.000,00
Reversão da Reserva de Contingências 70.000,00
Constituição de outras reservas de lucros 240.000,00
Saldo em 31/12/2009 0,00

O saldo inicial em 31/12/2008 correspondia a um prejuízo acumulado, em R$, de

(A) 50.000,00.
(B) 30.000,00.
(C) 70.000,00.
(D) 60.000,00.
(E) 80.000,00.

Comentários

Montemos a DLPA:

Saldo inicial X
Ajuste positivo de exercícios
10.000
anteriores
Reversão das reservas de lucros 70.000
Lucro líquido do exercício 400.000
Constituição da reserva legal -20.000
Dividendos propostos - 150.000
Constituição de outras reservas
-240.000
de lucros
Saldo final 0

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Agora, é só igualar a equação:

X + 10.000 + 70.000 + 400.000 – 20.000 – 240.000 – 150.000 = 0


X = 70.000,00 (Saldo inicial de prejuízos acumulados)

Gabarito  C

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PROVA 12 – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA/TCE/SP/2012

1. É correto afirmar que

(A) é impossível que o valor do patrimônio líquido de uma entidade com fins
lucrativos seja negativo.
(B) as contas do passivo, na escrituração contábil regular, aumentam por débito e
diminuem por crédito.
(C) o livro Diário e o livro Caixa são de escrituração obrigatória, de acordo com o
disposto na legislação comercial.
(D) o valor dos débitos escriturados nas contas pode exceder o dos créditos,
utilizando-se o método das partidas dobradas na escrituração comercial, se a
entidade apresentar lucro no exercício respectivo.
(E) o valor registrado no patrimônio líquido de uma companhia nunca pode ser
superior ao valor total de seus ativos.

Comentários

(A) é impossível que o valor do patrimônio líquido de uma entidade com


fins lucrativos seja negativo.

O item está incorreto. É possível que a entidade possua patrimônio líquido


negativo, hipótese em que terá operado com prejuízos contábeis, apurados na
demonstração do resultado do exercício.

(B) as contas do passivo, na escrituração contábil regular, aumentam por


débito e diminuem por crédito.

O item está incorreto. Numa escrita regular, em regra, temos o seguinte:

- Contas do ativo: aumentam a débito, diminuem a crédito.


- Contas do passivo e patrimônio líquido: aumentam a crédito, diminuem a débito.

(C) o livro Diário e o livro Caixa são de escrituração obrigatória, de acordo


com o disposto na legislação comercial.

O item está incorreto. O livro diário é obrigatório e comum a todos os empresários.

O livro diário é um livro que contém o registro de todo e cada lançamento em


ordem cronológica, fato que nos permite compreender a sequência de
acontecimentos ocorridos na empresa. Ele é obrigatório para a quase que
totalidade dos empresários (ressalva-se o pequeno empresário previsto na LC
123/2006). O livro diário é obrigatório pela legislação empresarial, comercial, já o
livro razão é facultativo sob esta ótica.

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Já o livro caixa registra as entradas e saídas de numerário. Os registros devem ser


efetuados em ordem cronológica e, por isso, pode ser utilizado como auxiliar do
Livro Diário, devendo atender a todas as formalidades exigidas.

O livro caixa é obrigatório para contribuintes que estejam no regime simplificado


previsto na Lei Complementar 123/2006.

(D) o valor dos débitos escriturados nas contas pode exceder o dos
créditos, utilizando-se o método das partidas dobradas na escrituração
comercial, se a entidade apresentar lucro no exercício respectivo.

O item está incorreto. Na contabilidade, o método utilizado para se escriturar é o


método das partidas dobradas. Esse método consiste em considerar que para todo
e qualquer item que ingressa no patrimônio, há um lugar de onde ele é
proveniente. Ou seja, não há geração espontânea de patrimônio, mas sim uma
origem para todo elemento que se aplica no patrimônio, passando a integrá-lo.

Com base no método das partidas dobradas, algumas conclusões podem ser
tomadas:

1- A soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos.


2- Um ou mais débitos numa ou mais contas deve corresponder a um ou mais
créditos de valor equivalente em uma ou mais contas.
3- O total do ativo será sempre igual á soma do passivo exigível com o patrimônio
líquido.

(E) o valor registrado no patrimônio líquido de uma companhia nunca


pode ser superior ao valor total de seus ativos.

Este é nosso gabarito. Tendo em vista que o patrimônio líquido é uma origem de
recursos, os quais, por seu turno, são aplicados no ativo, é inconcebível que,
regularmente, uma escrita contábil possua valores de patrimônio líquido maior do
que o total do ativo.

Gabarito  E.

2. Da Demonstração dos Fluxos de Caixa elaborada pela Cia. Araxá, relativa ao


exercício findo em 31-12-2011, foram extraídas as seguintes informações:

I. O valor do Disponível da Cia. Araxá aumentou R$ 186.500,00 entre 31-12-2010


e 31-12-2011.
II. Houve uma saída líquida de caixa e equivalentes-caixa das atividades de
investimento no valor de R$ 54.680,00.
III. O fluxo de caixa das atividades de financiamento registrou uma entrada líquida
de R$ 38.640,00.

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À vista dessas informações, conclui-se que, no exercício de 2011, houve uma


entrada líquida de caixa das atividades operacionais no valor de, em reais,

(A) 170.360,00
(B) 170.460,00
(C) 182.500,00
(D) 202.540,00
(E) 208.520,00

Comentários

A variação total do caixa é igual à soma dos fluxos de caixa operacional (FCO),
financeiro (FCF) e de investimentos (FCI).

Variação do caixa = Fluxo de caixa operacional +/- Fluxo de caixa de


investimentos +/- Fluxo de caixa de financiamento.

186.500,00 = Fluxo de caixa operacional – 54.680,00 + 38.640,00.


Fluxo de caixa operacional = R$ 202.540,00.

Gabarito  D.

3. Em relação às alterações promovidas nas Normas de Contabilidade brasileiras


pelas Leis no 11.638/2007 e 11.941/2009 e pelos pronunciamentos do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC), é correto afirmar:

(A) Os arrendamentos (leasings) operacionais foram proibidos, devendo a entidade


escriturar o valor do ativo, mesmo não lhe pertencendo do ponto de vista jurídico,
na contabilidade e depreciá-lo normalmente no decorrer de sua vida útil estimada.
(B) É permitido à entidade constituída na forma de uma sociedade por ações
reavaliar o valor de seus ativos imobilizados, desde que fundamentado em laudo
de empresa especializada, aprovado pela assembleia geral dos acionistas.
(C) O grupo Ativo Diferido foi extinto, sendo o saldo de suas contas transferido, no
que couber, para os grupos Ativo Imobilizado e para o Ativo Intangível e a parte
remanescente, após a reclassificação, poderá ser mantida pela companhia até sua
completa amortização.
(D) O grupo de Resultado de Exercícios Futuros foi extinto, sendo o saldo de suas
contas encerrado com a contrapartida registrada na conta de Lucros ou Prejuízos
Acumulados.
(E) Os prêmios recebidos na emissão de debêntures são registrados, a partir de 1o
de janeiro de 2008, a débito do Ativo e a crédito de uma conta representativa de
reservas de capital.

Comentários

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(A) Os arrendamentos (leasings) operacionais foram proibidos, devendo a


entidade escriturar o valor do ativo, mesmo não lhe pertencendo do ponto
de vista jurídico, na contabilidade e depreciá-lo normalmente no decorrer
de sua vida útil estimada.

Item incorreto. O CPC 06, que trata de arrendamento, não proíbe arrendamento
operacional, e o define como o arrendamento que não transfere substancialmente
todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade, não sendo assim "ativados",
mas tão-somente contabilizados como despesas, no arrendatário.

(B) É permitido à entidade constituída na forma de uma sociedade por


ações reavaliar o valor de seus ativos imobilizados, desde que
fundamentado em laudo de empresa especializada, aprovado pela
assembleia geral dos acionistas.

Item incorreto. Antes das alterações da Lei das S.A´s, havia no patrimônio líquido
a conta Reserva de Reavaliação. Esta conta foi suprimida, surgindo então o ajuste
de avaliação patrimonial. Contudo, não se trata de mera alteração de nome.

A reavaliação que se aplicava aos bens tangíveis do ativo permanente e que


poderia ser ou não realizada, a bel-prazer dos acionistas, deixou de existir.

Ademais, o ajuste de avaliação patrimonial serve tanto para aumentar


como para reduzir valores de ativos e de passivos, enquanto que a
reavaliação servia apenas para o aumento de bens do permanente.

(C) O grupo Ativo Diferido foi extinto, sendo o saldo de suas contas
transferido, no que couber, para os grupos Ativo Imobilizado e para o
Ativo Intangível e a parte remanescente, após a reclassificação, poderá
ser mantida pela companhia até sua completa amortização.

Item correto. Segundo a redação anterior da Lei 6.404/76, o diferido era subgrupo
do ativo, nos seguintes termos:

V – no diferido: as despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação que


contribuirão, efetivamente, para o aumento do resultado de mais de um exercício
social e que não configurem tão-somente uma redução de custos ou acréscimo na
eficiência operacional; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007).

Eram contas classificadas no diferido:

- Gasto com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos;


- Gastos com reorganização societária;
- Gastos com reestruturação;
- Gastos pré-operacionais.

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Duas eram as condições para que os gastos com reestruturação fizessem parte do
diferido:

1) Contribuir para o aumento do resultado de dois ou mais exercícios; e


2) Não configurar apenas uma redução de custos ou acréscimo na eficiência
operacional.

O diferido foi extinto com as modificações recentes ocorridas na contabilidade (MP


449 convertida na Lei 11.941/09).

Segundo o CPC 13 – Adoção inicial da Lei 11.638/2007 e 11.941/2009 (item 20),


os saldos porventura existentes deste grupo patrimonial devem ser alocados a
outro grupo no balanço patrimonial.

Não havendo essa possibilidade, ficam no ativo diferido até sua completa
amortização ou, alternativamente, podem ser baixados à conta de lucros ou
prejuízos acumulados, do patrimônio líquido.

Com fulcro na MP 449:

“Art. 299-A. O saldo existente em 31 de dezembro de 2008 no ativo diferido que,


pela sua natureza, não puder ser alocado a outro grupo de contas, poderá
permanecer no ativo sob essa classificação até sua completa amortização, sujeito à
análise sobre a recuperação de que trata o § 3o do art. 183.”

Portanto, caso permaneça no ativo diferido, a conta estará sujeita ao teste de


recuperabilidade.

(D) O grupo de Resultado de Exercícios Futuros foi extinto, sendo o saldo


de suas contas encerrado com a contrapartida registrada na conta de
Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Item incorreto. O subgrupo resultado de exercícios futuros deixou de existir.


Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 299-B. O saldo existente no resultado de exercício futuro em 31 de dezembro


de 2008 deverá ser reclassificado para o passivo não circulante em conta
representativa de receita diferida.

(E) Os prêmios recebidos na emissão de debêntures são registrados, a


partir de 1o de janeiro de 2008, a débito do Ativo e a crédito de uma conta
representativa de reservas de capital.

Item incorreto. O Prêmio na emissão de debêntures era classificado como reserva


de capital. Com o advento da Lei n° 11.638 e 11.941, ele passou a ser apropriado
ao resultado como receita, conforme o regime de competência.

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Quando o preço da debênture supera o seu valor nominal, teríamos, à visão da


legislação antiga, uma reserva de capital a ser registrada, chamada Reserva de
Prêmio na Emissão de Debêntures. Isso ocorre quando as condições como juros,
garantias e outras vantagens forem atraentes para os investidores.

Se uma empresa lançasse debêntures a R$ 1,00, num vulto de 10.000 debêntures,


com resgate em 10 anos encontrando investidores que pagassem R$ 1,50 pelo
referido título, lançaríamos:

D – Caixa 15.000 (Ativo)


C – Debêntures a pagar 10.000,00 (PNC)
C – Reserva de capital – prêmio na emissão de debêntures 5.000,00 (PL)

Contudo, essa reserva de capital deixou de existir e a mesma situação é agora


registrada da seguinte forma:

D – Caixa 15.000 (Ativo)


C – Debêntures a resgatar 10.000,00 (PNC)
C – Receitas recebidas antecipadamente - 5.000,00 (PNC – Receitas diferidas)

Assim, exemplificando, se o resgate dessas debêntures se dará em 10 anos,


deveremos apropriar ao resultado (utilizando-se do método linear) R$ 500,00 por
ano, através do seguinte lançamento:

D - Receitas recebidas antecipadamente - 500,00 (PNC – Receitas diferidas)


C – Receitas financeiras 500,00 (Resultado)

O valor apropriado ao resultado pode ser destinado à formação de reserva


específica de prêmios de debêntures, para evitar a tributação pelo Imposto de
Renda (Lei 11.941/09).

Ressaltamos que é uma faculdade da empresa. Ela pode ou não constituir tal
reserva. Se não constituir, será tributada pelo IR.

A reserva específica de prêmio de debêntures é reserva de lucro, eis que esse


valor transitou pelo resultado do exercício.

Gabarito  C.

4. Na elaboração da Demonstração do Valor Adicionado, de elaboração obrigatória,


a partir de 1o de janeiro de 2008, para as companhias abertas,

(A) a receita financeira recebida pela entidade deve ser computada na apuração do
Valor Adicionado Bruto.

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(B) o valor dos insumos adquiridos pela companhia devem ser registrados pelo seu
custo de aquisição total, sendo incluídos neste os tributos incidentes sobre a sua
compra, sejam recuperáveis ou não.
(C) no cômputo do Valor Adicionado Bruto, devem ser excluídos os valores
relativos à depreciação dos bens classificados no Ativo Imobilizado.
(D) os valores de tributos devidos pela companhia devem integrar a parcela do
Valor Adicionado distribuída ao Governo, sem a compensação de eventuais créditos
tributários classificados como tributos a recuperar.
(E) os lucros retidos pela companhia, provenientes do lucro líquido do exercício
corrente, não devem figurar como remuneração dos sócios na destinação do Valor
Adicionado a Distribuir.

Comentários

A Demonstração do Valor Adicionado representa um dos elementos componentes


do Balanço Social e tem por finalidade evidenciar a riqueza criada pela entidade e
sua distribuição, durante determinado período.

A lei 6.404/76, não trouxe um modelo de Demonstração do Valor Adicionado a ser


seguido, entrementes, o CPC 09 o fez. Trouxe um modelo básico, aplicável às
empresas em geral, o que vemos a seguir:

DESCRIÇÃO 20X1 20X0


1 - Receitas
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2) Outras receitas
1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios
1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa -
Reversão / (Constituição)
2 - Insumos adquiridos de terceiros (Inclui os
valores dos impostos - ICMS, IPI, PIS E COFINS)
2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos
serviços vendidos
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3) Perda / Recuperação de valores ativos
2.4) Outras (especificar)
3 - Valor adicionado bruto (1-2)
4 – Retenções: Depreciação, amortização e
exaustão

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5 - Valor adicionado líquido produzido pela


entidade (3-4)
6 - Valor adicionado recebido em transferência
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
6.3) Outras
7 - Valor adicionado total a distribuir (5+6)
8 - Distribuição do valor adicionado (*)
8.1) Pessoal
8.1.1 - Remuneração direta
8.1.2 - Benefícios
8.1.3 - F.G.T.S
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.2.1 - Federais
8.2.2 - Estaduais
8.2.3 – Municipais
8.3) Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1 - Juros
8.3.2 – Aluguéis
8.3.3 - Outras
8.4) Remuneração de capitais próprios
8.4.1 - Juros sobre o capital próprio
8.4.2 - Dividendos
8.4.3 - Lucros retidos / Prejuízo do exercício
8.4.4 - Participação dos não-controladores nos lucros
retidos (só p/ consolidação)

De posse dessas informações, respondamos agora nossas assertivas:

(A) a receita financeira recebida pela entidade deve ser computada na


apuração do Valor Adicionado Bruto.

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Item incorreto. A receita financeira recebida pela entidade, como se pode notar à
estrutura acima, é computada após o cálculo do valor adicionado bruto e após o
valor adicionado líquido, compondo os valores adicionados recebidos em
transferência.

(B) o valor dos insumos adquiridos pela companhia devem ser registrados
pelo seu custo de aquisição total, sendo incluídos neste os tributos
incidentes sobre a sua compra, sejam recuperáveis ou não.

Este é nosso gabarito. Vejamos o teor do CPC 09, que trata sobre a demonstração
do valor adicionado.

INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos – inclui os


valores das matérias-primas adquiridas junto a terceiros e contidas no custo do
produto vendido, das mercadorias e dos serviços vendidos adquiridos de terceiros;
não inclui gastos com pessoal próprio.

Materiais, energia, serviços de terceiros e outros – inclui valores relativos às


despesas originadas da utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos
junto a terceiros.

Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais,


serviços, energia, etc. consumidos, devem ser considerados os tributos
incluídos no momento das compras (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e
COFINS), recuperáveis ou não. Esse procedimento é diferente das práticas
utilizadas na demonstração do resultado.

Perda e recuperação de valores ativos – inclui valores relativos a ajustes por


avaliação a valor de mercado de estoques, imobilizados, investimentos, etc.
Também devem ser incluídos os valores reconhecidos no resultado do período,
tanto na constituição quanto na reversão de provisão para perdas por
desvalorização de ativos, conforme aplicação da NBC T 19.10 – Redução ao Valor
Recuperável de Ativos (se no período o valor líquido for positivo, deve ser
somado).

(C) no cômputo do Valor Adicionado Bruto, devem ser excluídos os valores


relativos à depreciação dos bens classificados no Ativo Imobilizado.

A depreciação é calculada após acharmos o valor adicionado bruto. A depreciação é


considerada no item 4 que demonstramos acima (retenção). Item incorreto.

(D) os valores de tributos devidos pela companhia devem integrar a


parcela do Valor Adicionado distribuída ao Governo, sem a compensação
de eventuais créditos tributários classificados como tributos a recuperar.

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Este item é errôneo. Nos termos do CPC 09:

Impostos, taxas e contribuições – valores relativos ao imposto de renda,


contribuição social sobre o lucro, contribuições ao INSS (incluídos aqui os valores
do Seguro de Acidentes do Trabalho) que sejam ônus do empregador, bem como
os demais impostos e contribuições a que a empresa esteja sujeita. Para os
impostos compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e COFINS, devem ser
considerados apenas os valores devidos ou já recolhidos, e representam a
diferença entre os impostos e contribuições incidentes sobre as receitas e
os respectivos valores incidentes sobre os itens considerados como
“insumos adquiridos de terceiros”.

(E) os lucros retidos pela companhia, provenientes do lucro líquido do


exercício corrente, não devem figurar como remuneração dos sócios na
destinação do Valor Adicionado a Distribuir.

O item está incorreto, já que os lucros retidos representam o item 8.4.3 da


demonstração do valor adicionado.

Gabarito  B.

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PROVA 13 – ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF 1ª/2011

1. Uma operação de arrendamento mercantil efetuada no prazo de cinco anos, na


qual identifica-se a transferência substancial dos riscos e benefícios inerentes ao
bem objeto do contrato, cuja propriedade será transferida ao arrendatário no final
do contrato, deverá ser registrada

(A) no Realizável de Longo Prazo.


(B) em conta de Ajustes Patrimoniais.
(C) como item do Ativo Diferido.
(D) em conta do Imobilizado.
(E) como uma Despesa Diferida.

Comentários:

A questão refere-se à contabilização do arrendamento mercantil.

As operações de arrendamento mercantil dividem-se em “operacionais” e


“financeiras”.

O Arrendamento Mercantil Operacional é um genuíno aluguel de um bem ou


equipamento. Já o Arrendamento Mercantil Financeiro é, em essência, uma “venda
com financiamento”, e como tal deve ser tratada.

A principal característica que diferencia os dois tipos de arrendamento refere-se à


transferência dos riscos e benefícios.

Confira o texto do Pronunciamento CPC 06 (R1) – Operação de Arrendamento


Mercantil:

Arrendamento mercantil financeiro é aquele em que há transferência


substancial dos riscos e benefícios inerentes à propriedade de um ativo. O
título de propriedade pode ou não vir a ser transferido.

Arrendamento mercantil operacional é um arrendamento mercantil diferente


de um arrendamento mercantil financeiro.

A classificação de um arrendamento mercantil como arrendamento mercantil


financeiro ou arrendamento mercantil operacional depende da essência da
transação e não da forma do contrato. O Pronunciamento CPC 06 lista algumas
características que identificam um arrendamento mercantil financeiro:

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UM ARRENDAMENTO FINANCEIRO

1) Transfere-se a propriedade ao final do contrato;

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2) Valor residual mais baixo que o valor justo;


3) O prazo do arrendamento refere-se à maior parte da vida útil do ativo
4) O valor presente dos pagamentos totaliza substancialmente o todo o valor justo
do ativo;
5) O ativo arrendado é de tal forma especializado, que apenas o arrendatário pode
usá-lo sem grandes modificações.

Como a questão menciona que houve a transferência substancial dos riscos e


benefícios inerentes ao bem objeto do contrato, identificamos na operação um
arrendamento mercantil financeiro. Mas vamos demonstrar a contabilização dos
dois tipos de arrendamento.

Arrendamento mercantil operacional – Contabilização no arrendatário.

A contabilização, neste tipo de arrendamento, é feita apenas pela utilização do


bem, por competência.

Exemplo: Um empresa contratou, em 01.01.X1, um arrendamento mercantil


operacional de uma máquina, para pagamento em 60 parcelas de R$ 5.000,00, a
ser efetivado no dia 5 do mês seguinte.

Contabilização na contratação:

Nenhuma

Contabilização no dia 31.01.X1:

D – Despesa arrendamento operacional (resultado) R$ 5.000,00


C – Arrendamento operacional a pagar (passivo) R$ 5.000,00

No dia 05.02.X1 (pelo pagamento):

D - Arrendamento operacional a pagar (passivo) R$ 5.000,00


C - Caixa/bancos R$ 5.000,00

Arrendamento mercantil financeiro – Contabilização no arrendatário.

Nas operações de arrendamento mercantil financeiro (também chamada de leasing


financeiro), uma empresa “aluga” um determinado bem, pagando várias
prestações e com a opção de compra do bem ao final do contrato, geralmente por
um valor pequeno.

Por exemplo: Leasing de um veículo, com valor de R$ 30.000, a ser pago em 60


prestações de R$ 520, e com opção de compra ao final do contrato por R$ 2.000.

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Este tipo de operação é uma compra parcelada do bem. Portanto, pela aplicação
do princípio de primazia da essência sobre a forma, deveria ser contabilizado
da seguinte maneira:

D – Veículo (Ativo Imobilizado) R$ 30.000


D – Juros a transcorrer (Retificadora do Passivo) R$ 3.200
C – Leasing a pagar (Passivo) R$ 3.200 [(520 x 60) + 2000]

Chegamos, assim, ao gabarito da questão. A operação deverá ser registrada


em conta do ativo imobilizado.

Gabarito  D.

2. Os direitos obtidos por uma empresa relacionados à exploração de recursos


minerais são classificados, no balanço,

(A) como item do Ativo Intangível.


(B) em conta do Imobilizado como propriedade de terceiros.
(C) em conta de Despesa Diferida pelos gastos de instalação.
(D) como item de Resultado de Exercício Futuro.
(E) obrigatoriamente, como item dedutível do Passivo assumido na concessão.

Comentários:

Este assunto é tratado no Pronunciamento CPC 34 – Exploração e Avaliação de


Recursos Naturais. Esse pronunciamento foi posto em audiência pública em 2009.
Mas, como as normas internacionais sobre este assunto não estão completas, o
CPC preferiu esperar que saia a normatização completa, antes de emitir o
pronunciamento.

Texto do Pronunciamento CPC 34 (ainda não emitido – texto da audiência pública)

Classificação de ativos de exploração e avaliação

15. A entidade deve classificar os ativos de exploração e avaliação como tangíveis


ou intangíveis de acordo com a natureza dos mesmos e manterá tal classificação
de forma consistente.

16. Alguns ativos de exploração e avaliação são tratados como intangíveis (por
exemplo, direitos de perfuração), enquanto outros como tangíveis (por
exemplo, veículos ou plataformas de perfuração). Na medida em que os ativos
tangíveis são consumidos no desenvolvimento de um ativo intangível, o montante
de seu custo baixado a título de consumo será computado como parte do custo de
elaboração do ativo intangível. Contudo, o uso do ativo tangível para desenvolver
um ativo intangível não o torna intangível.

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Gabarito  A.

3. Em relação ao tratamento dos estoques, é correto afirmar que

(A) todos os tipos de estoques, independentemente da forma ou uso, quando


evidenciados no balanço, devem estar mensurados pelo valor realizável líquido.
(B) aos custos dos estoques de itens que não são normalmente intercambiáveis e
de bens ou serviços, produzidos e segregados para projetos específicos, devem ser
atribuídos valores pelo método Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (PEPS).
(C) a prática de reduzir o valor de custo dos estoques (write down) para o valor
realizável líquido é consistente com o ponto de vista de que os ativos não devem
ser escriturados por quantias superiores àquelas que se espera que sejam
realizadas com a sua venda ou uso.
(D) o custo dos estoques de prestador de serviços deve incluir as margens de lucro
e os gastos gerais não atribuíveis que são frequentemente incluídos nos preços
cobrados pelos prestadores de serviços.
(E) o custo de aquisição dos estoques, em conformidade com o estabelecido nas
normas contábeis atuais, compreende o preço de compra, os impostos de
importação, os tributos, recuperáveis ou não, demais gastos atribuíveis à aquisição
de produtos acabados, os materiais e serviços, os descontos comerciais, os
abatimentos e outros itens semelhantes inerentes ao processo de realização.

Comentários

Vamos analisar as alternativas:

(A) todos os tipos de estoques, independentemente da forma ou uso,


quando evidenciados no balanço, devem estar mensurados pelo valor
realizável líquido.

Alternativa incorreta. Conforme o pronunciamento Técnico CPC 16 – Estoques:

Mensuração de estoque

9. Os estoques objeto deste Pronunciamento devem ser mensurados pelo valor


de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor.

O Pronunciamento CPC 16 aplica-se a todos os estoques, com exceção dos


seguintes:

(1) produção em andamento proveniente de contratos de construção;


(2) instrumentos financeiros;
(3) ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola e o produto agrícola
no ponto da colheita.

Não se aplica também à mensuração dos estoques mantidos por:

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(4) produtores de produtos agrícolas e florestais, de produtos agrícolas


após colheita, de minerais e produtos minerais, na medida em que eles
sejam mensurados pelo valor realizável líquido de acordo com as práticas já
estabelecidas nesses setores. Quando tais estoques são mensurados pelo valor
realizável líquido, as alterações nesse valor devem ser reconhecidas no resultado
do período em que tenha sido verificada a alteração;
(5) comerciantes de commodities que mensurem seus estoques pelo valor justo
deduzido dos custos de venda. Nesse caso, as alterações desse valor devem ser
reconhecidas no resultado do período em que tenha sido verificada a alteração.

Finalmente, constam no Pronunciamento as seguintes definições:

Estoques são ativos:

(a) mantidos para venda no curso normal dos negócios;


(b) em processo de produção para venda; ou
(c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados
no processo de produção ou na prestação de serviços.

(B) aos custos dos estoques de itens que não são normalmente
intercambiáveis e de bens ou serviços, produzidos e segregados para
projetos específicos, devem ser atribuídos valores pelo método Primeiro a
Entrar, Primeiro a Sair (PEPS).

Alternativa incorreta. Conforme o pronunciamento Técnico CPC 16 – Estoques:

23. O custo dos estoques de itens que não são normalmente intercambiáveis e de
bens ou serviços produzidos e segregados para projetos específicos deve ser
atribuído pelo uso da identificação específica dos seus custos individuais.

24. A identificação específica do custo significa que são atribuídos custos


específicos a itens identificados do estoque. Este é o tratamento apropriado para
itens que sejam segregados para um projeto específico, independentemente de
eles terem sido comprados ou produzidos. Porém, quando há grandes quantidades
de itens de estoque que sejam geralmente intercambiáveis, a identificação
específica de custos não é apropriada. Em tais circunstâncias, um critério de
valoração dos itens que permanecem nos estoques deve ser usado.

(C) a prática de reduzir o valor de custo dos estoques (write down) para o
valor realizável líquido é consistente com o ponto de vista de que os ativos
não devem ser escriturados por quantias superiores àquelas que se espera
que sejam realizadas com a sua venda ou uso.

Alternativa correta. Conforme o pronunciamento Técnico CPC 16 – Estoques:

Valor realizável líquido

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28. O custo dos estoques pode não ser recuperável se esses estoques estiverem
danificados, se se tornarem total ou parcialmente obsoletos ou se os seus preços
de venda tiverem diminuído. O custo dos estoques pode também não ser
recuperável se os custos estimados de acabamento ou os custos estimados a
serem incorridos para realizar a venda tiverem aumentado. A prática de reduzir
o valor de custo dos estoques (write down) para o valor realizável líquido
é consistente com o ponto de vista de que os ativos não devem ser
escriturados por quantias superiores àquelas que se espera que sejam
realizadas com a sua venda ou uso.

29. Os estoques devem ser geralmente reduzidos para o seu valor realizável
líquido item a item. Em algumas circunstâncias, porém, pode ser apropriado
agrupar unidades semelhantes ou relacionadas. Pode ser o caso dos itens de
estoque relacionados com a mesma linha de produtos que tenham finalidades ou
usos finais semelhantes, que sejam produzidos e comercializados na mesma área
geográfica e não possam ser avaliados separadamente de outros itens dessa linha
de produtos. Não é apropriado reduzir o valor do estoque com base em uma
classificação de estoque, como, por exemplo, bens acabados, ou em todo estoque
de determinado setor ou segmento operacional. Os prestadores de serviços
normalmente acumulam custos relacionados a cada serviço para o qual será
cobrado um preço de venda específico. Portanto, cada um desses serviços deve ser
tratado como um item em separado.

30. As estimativas do valor realizável líquido devem ser baseadas nas evidências
mais confiáveis disponíveis no momento em que são feitas as estimativas do valor
dos estoques que se espera realizar. Essas estimativas devem levar em
consideração variações nos preços e nos custos diretamente relacionados com
eventos que ocorram após o fim do período, à medida que tais eventos confirmem
as condições existentes no fim do período.

(D) o custo dos estoques de prestador de serviços deve incluir as margens


de lucro e os gastos gerais não atribuíveis que são freqüentemente
incluídos nos preços cobrados pelos prestadores de serviços.

Alternativa incorreta. Conforme o pronunciamento Técnico CPC 16/ Estoques:

Custos de estoque de prestador de serviços

19. Na medida em que os prestadores de serviços tenham estoques de serviços


em andamento, devem mensurá-los pelos custos da sua produção. Esses custos
consistem principalmente em mão-de-obra e outros custos com o pessoal
diretamente envolvido na prestação dos serviços, incluindo o pessoal de
supervisão, o material utilizado e os custos indiretos atribuíveis. Os salários e os
outros gastos relacionados com as vendas e com o pessoal geral administrativo
não devem ser incluídos no custo, mas reconhecidos como despesa do período em
que são incorridos. O custo dos estoques de prestador de serviços não inclui

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as margens de lucro nem os gastos gerais não atribuíveis que são


frequentemente incluídos nos preços cobrados pelos prestadores de serviços.

(E) o custo de aquisição dos estoques, em conformidade com o


estabelecido nas normas contábeis atuais, compreende o preço de
compra, os impostos de importação, os tributos, recuperáveis ou não,
demais gastos atribuíveis à aquisição de produtos acabados, os materiais
e serviços, os descontos comerciais, os abatimentos e outros itens
semelhantes inerentes ao processo de realização.

Alternativa incorreta. Conforme o pronunciamento Técnico CPC 16 – Estoques:

11. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os


impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco),
bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente
atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos
comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na
determinação do custo de aquisição.

Gabarito  C.

4. Considere as afirmações a seguir:

I. As companhias abertas estão obrigadas a apresentar, desde o exercício social de


2009, suas demonstrações financeiras consolidadas de acordo com o padrão
contábil internacional, emitido pelo International Accounting Standards Board −
IASB, em substituição ao padrão contábil brasileiro.
II. No primeiro exercício de adoção das Normas Internacionais (2009), a
apresentação, para fins de comparação, das demonstrações consolidadas do
exercício anterior devem ser obrigatoriamente elaboradas no padrão internacional.
III. As companhias abertas deverão apresentar, em nota explicativa às
demonstrações financeiras consolidadas, uma declaração explícita e sem reservas
de que as demonstrações relativas a 2008 estão em conformidade com as normas
internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB e com as práticas contábeis
adotadas no Brasil.

Está INCORRETO o que se afirma em:

(A) I, somente.
(B) II, somente.
(C) I, II e III.
(D) I e II, somente.
(E) II e III, somente.

Comentários

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Vamos analisar as alternativas:

I. As companhias abertas estão obrigadas a apresentar, desde o exercício


social de 2009, suas demonstrações financeiras consolidadas de acordo
com o padrão contábil internacional, emitido pelo International
Accounting Standards Board − IASB, em substituição ao padrão contábil
brasileiro.

Conforme o pronunciamento técnico CPC 37 (R1) – Adoção Inicial das Normas


Internacionais de Contabilidade:

IN1. Muitas sociedades brasileiras estão obrigadas a adotar, por exigência de


diversos órgãos reguladores contábeis brasileiros, a PARTIR DE 2010, as Normas
Internacionais de Contabilidade emanadas do IASB – International Accounting
Standards Board (International Financial Reporting Standards – IFRSs) em suas
demonstrações contábeis consolidadas.(g.n.)

Assim, as sociedades brasileiras estão obrigadas a adotar as Normas internacionais


de Contabilidade em suas demonstrações consolidadas a partir de 2010, e não
2009.

Alternativa incorreta.

II. No primeiro exercício de adoção das Normas Internacionais (2009), a


apresentação, para fins de comparação, das demonstrações consolidadas
do exercício anterior devem ser obrigatoriamente elaboradas no padrão
internacional.

Conforme o pronunciamento técnico CPC 37 (R1) – Adoção Inicial das Normas


Internacionais de Contabilidade:

IN1. O processo de convergência às normas internacionais de contabilidade por


parte das empresas brasileiras, buscada há muitos anos, passou a ser legalmente
determinada, a partir da edição da Lei no. 11.638/07, às companhias abertas, e
estendida às demais empresas brasileiras pelo esforço conjunto das entidades
instituidoras deste Comitê de Pronunciamentos Contábeis (ABRASCA, APIMEC,
BM&FBOVESPA, CFC, FIPECAFI e IBRACON), com o apoio das instituições que
participam como membros convidados deste mesmo CPC (CVM, SUSEP, BACEN,
RFB e mais recentemente FEBRABAN e CNI).

IN2. Esse processo de convergência abrange duas etapas: a primeira,


desenvolvida em 2008, com a emissão por parte deste CPC de Pronunciamentos e
Orientações que culminaram com a edição do Pronunciamento Técnico CPC 13 –
Adoção Inicial da Lei nº. 11.638/07 e da Medida Provisória nº. 449/08 e mais o
Pronunciamento Técnico CPC 14 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento,
Mensuração e Evidenciação. Foram todos aplicados já em 2008 por força da

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própria lei e da normatização de quase todos os órgãos reguladores contábeis


brasileiros.

IN3. A segunda etapa foi cumprida durante 2009 e início de 2010, com a edição
dos Pronunciamentos Técnicos CPC 15 a 41 (com exceção dos CPC 341 e CPC 422)
e diversas Interpretações. Esses documentos emitidos em 2009 estão sendo
sugeridos como de adoção obrigatória por parte dos órgãos reguladores que já
se manifestaram quanto aos referidos documentos, para 2010, com efeito
retroativo para 2009 para fins comparativos. Consequentemente, o ano de
2009 continuou regido ainda pelos documentos da primeira fase.

Portanto, o primeiro exercício de adoção das Normas Internacionais não é 2009,


como consta na assertiva, e sim 2010.

Alternativa incorreta.

III. As companhias abertas deverão apresentar, em nota explicativa às


demonstrações financeiras consolidadas, uma declaração explícita e sem
reservas de que as demonstrações relativas a 2008 estão em
conformidade com as normas internacionais de contabilidade emitidas
pelo IASB e com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

Conforme o pronunciamento técnico CPC 37 (R1) – Adoção Inicial das Normas


Internacionais de Contabilidade:

As primeiras demonstrações contábeis de uma entidade em IFRSs são as primeiras


demonstrações anuais em que a entidade adota as IFRSs, declarando de forma
explícita e sem ressalvas, que essas demonstrações estão em conformidade com
tais IFRSs. As demonstrações contábeis de acordo com as IFRSs são as primeiras
demonstrações contábeis da entidade em IFRSs quando, por exemplo, a entidade:

(a) tiver apresentado suas demonstrações contábeis anteriores mais recentes:


(i) de acordo com os requerimentos societários que não são consistentes
com as IFRSs em todos os aspectos;
(ii) em conformidade com as IFRSs em todos os aspectos, exceto pelo fato de
que nessas demonstrações não está contida uma declaração explícita e sem
ressalvas de que elas estão de acordo com as IFRSs;

Portanto, a assertiva está errada pela menção ao ano de 2008. Tal declaração
deve ser incluída em todas as demonstrações contábeis elaboradas de acordo com
as IFRSs.

Alternativa incorreta.

GABARITO  C.

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5. Denomina-se propriedade para investimento

(A) o bem destinado à venda no decurso ordinário das atividades, ou em vias de


construção ou desenvolvimento para tal venda.
(B) a propriedade adquirida exclusivamente com vista à alienação subsequente, no
futuro próximo, ou para desenvolvimento e revenda.
(C) o bem em construção ou desenvolvimento por conta de terceiros.
(D) a propriedade que é arrendada a outra entidade sob arrendamento financeiro.
(E) o bem mantido para valorização de capital a longo prazo e não para venda a
curto prazo no curso ordinário dos negócios.

Comentários:

Vamos analisar as alternativas:

(A) o bem destinado à venda no decurso ordinário das atividades, ou em


vias de construção ou desenvolvimento para tal venda.

Esta é a definição de estoque. Conforme o pronunciamento técnico CPC 16 (R1) –


Estoque:

Estoques são ativos:

(a) mantidos para venda no curso normal dos negócios;


(b) em processo de produção para venda; ou
(c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados
no processo de produção ou na prestação de serviços.

Alternativa INCORRETA.

(B) a propriedade adquirida exclusivamente com vista à alienação


subsequente, no futuro próximo, ou para desenvolvimento e revenda.

Também é estoque. Confira o pronunciamento CPC 16 (R1) – Estoque:

8. Os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda, incluindo, por


exemplo, mercadorias compradas por um varejista para revenda ou terrenos e
outros imóveis para revenda. Os estoques também compreendem produtos
acabados e produtos em processo de produção pela entidade e incluem matérias-
primas e materiais aguardando utilização no processo de produção, tais como:
componentes, embalagens e material de consumo. No caso de prestador de
serviços, os estoques devem incluir os custos do serviço, tal como descrito no item
19, para o qual a entidade ainda não tenha reconhecido a respectiva receita (ver o
Pronunciamento Técnico CPC 30 - Receita).

Alternativa incorreta.

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(C) o bem em construção ou desenvolvimento por conta de terceiros.

Trata-se de estoque, conforme trecho do pronunciamento técnico CPC 16 já


reproduzido acima.

Alternativa incorreta.

(D) a propriedade que é arrendada a outra entidade sob arrendamento


financeiro.

O Arrendamento Financeiro é, em essência, uma operação de venda. Conforme o


Pronunciamento Técnico CPC 06 (R1) – Operações de Arrendamento Mercantil, a
contabilização no arrendador deve ser realizada da seguinte forma:

36. Os arrendadores devem reconhecer os ativos mantidos por arrendamento


mercantil financeiro nos seus balanços e apresentá-los como conta a receber por
valor igual ao investimento líquido no arrendamento mercantil.

37. Num arrendamento mercantil financeiro, riscos e benefícios inerentes à


propriedade legal são substancialmente transferidos pelo arrendador e, portanto,
os pagamentos do arrendamento mercantil a serem recebidos são tratados pelo
arrendador como amortização de capital e receita financeira para reembolsá-lo e
recompensá-lo pelo investimento e serviços.

Portanto, alternativa incorreta.

(E) o bem mantido para valorização de capital a longo prazo e não para
venda a curto prazo no curso ordinário dos negócios.

Conforme o Pronunciamento Técnico CPC 28 – Propriedade para Investimento:

Propriedade para investimento é a propriedade (terreno ou edifício – ou parte


de edifício – ou ambos) mantida (pelo proprietário ou pelo arrendatário em
arrendamento financeiro) para auferir aluguel ou para valorização do capital ou
para ambas, e não para:

(a) uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades


administrativas; ou
(b) venda no curso ordinário do negócio

Alternativa CORRETA

Vamos aproveitar a questão para ver alguns exemplos de propriedade para


investimento, conforme consta no pronunciamento CPC 28:

8. O que se segue são exemplos de propriedades para investimento:

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(a) terrenos mantidos para valorização de capital a longo prazo e não para venda a
curto prazo no curso ordinário dos negócios;
(b) terrenos mantidos para futuro uso correntemente indeterminado (se a entidade
não tiver determinado que usará o terreno como propriedade ocupada pelo
proprietário ou para venda a curto prazo no curso ordinário do negócio, o terreno é
considerado como mantido para valorização do capital);
(c) edifício que seja propriedade da entidade (ou mantido pela entidade em
arrendamento financeiro) e que seja arrendado sob um ou mais arrendamentos
operacionais;
(d) edifício que esteja desocupado, mas mantido para ser arrendado sob um ou
mais arrendamentos operacionais;
(e) propriedade que esteja sendo construída ou desenvolvida para futura utilização
como propriedade para investimento.

9. Seguem-se exemplos de itens que não são propriedades para investimento,


estando, por isso, fora do alcance deste Pronunciamento:

(a) propriedade destinada à venda no decurso ordinário das atividades ou em vias


de construção ou desenvolvimento para tal venda (ver Pronunciamento Técnico
CPC 16 – Estoques), como, por exemplo, propriedade adquirida exclusivamente
com vista à alienação subsequente no futuro próximo ou para desenvolvimento e
revenda;
(b) propriedade em construção ou desenvolvimento por conta de terceiros (ver
Pronunciamento Técnico CPC 17 – Contratos de Construção);
(c) propriedade ocupada pelo proprietário (ver Pronunciamento Técnico CPC 27),
incluindo (entre outras coisas) propriedade mantida para uso futuro como
propriedade ocupada pelo proprietário, propriedade mantida para desenvolvimento
futuro e uso subsequente como propriedade ocupada pelo proprietário,
propriedade ocupada por empregados (paguem ou não aluguéis a taxas de
mercado) e propriedade ocupada pelo proprietário no aguardo de alienação;
(e) propriedade que é arrendada a outra entidade sob arrendamento financeiro

Gabarito  E.

6. A distribuição do lucro líquido é evidenciada

(A) no Patrimônio Líquido e no Fluxo de Caixa.


(B) na Demonstração de Lucros/Prejuízos Acumulados.
(C) no Balanço Patrimonial.
(D) na Demonstração do Fluxo de Caixa.
(E) nas Demonstrações do Fluxo de Caixa e do Resultado Abrangente.

Comentários

Vamos analisar as alternativas:

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(A) no Patrimônio Líquido e no Fluxo de Caixa.

O objetivo da Demonstração dos Fluxos de Caixa é prestar informações sobre o


caixa e equivalente de caixa gerado ou consumido por uma entidade.

A demonstração pode ser feita pelo método direto ou indireto, e deve ser dividida
entre fluxo de caixa das atividades operacionais, das atividades de financiamento e
das atividades de investimentos.

(B) na Demonstração de Lucros/Prejuízos Acumulados.

Alternativa CORRETA.

Conforme a Lei 6404/76:

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:

I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção


monetária do saldo inicial;
II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros
incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.

A distribuição do lucro líquido está detalhada no inciso III, acima.

(C) no Balanço Patrimonial.

Alternativa INCORRETA.

O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar,


qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e
financeira da Entidade.

O Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio


Líquido.

(D) na Demonstração do Fluxo de Caixa.

Alternativa INCORRETA. Já analisamos a Demonstração do Fluxo de Caixa na


alternativa A.

(E) nas Demonstrações do Fluxo de Caixa e do Resultado Abrangente.

Alternativa INCORRETA.

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Já analisamos a Demonstração do Fluxo de Caixa na alternativa A.

A Demonstração de Resultados Abrangentes compreendem itens de receita e


despesa (incluindo ajustes de reclassificação) que não são reconhecidos na
demonstração do resultado. São os valores que são contabilizados diretamente no
Patrimônio Líquido.

Os componentes dos outros resultados abrangentes incluem:

(a) variações na reserva de reavaliação quando permitidas legalmente;


(b) ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido
reconhecidos;
(c) ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de
operações no exterior;
(d) ajuste de avaliação patrimonial relativo aos ganhos e perdas na remensuração
de ativos financeiros disponíveis para venda;
(e) ajuste de avaliação patrimonial relativo à efetiva parcela de ganhos ou perdas
de instrumentos de hedge em hedge de fluxo de caixa.

A entidade deve apresentar todos os itens de receita e despesa reconhecidos no


período em duas demonstrações: demonstração do resultado do período e
demonstração do resultado abrangente do período; esta última começa com o
resultado líquido e inclui os outros resultados abrangentes.

A demonstração do resultado abrangente deve, no mínimo, incluir as seguintes


rubricas:

(a) resultado líquido do período;


(b) cada item dos outros resultados abrangentes classificados conforme sua
natureza;
(c) parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconhecida
por meio do método de equivalência patrimonial; e
(d) resultado abrangente do período.

A demonstração do resultado abrangente pode ser apresentada em quadro


demonstrativo próprio ou dentro das mutações do patrimônio líquido.

Gabarito  B.

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PROVA 14 – ANALISTA CONTÁBIL/BAHIGÁS/2010

Atenção: Para as questões a seguir poderão ser utilizadas as seguintes siglas:

BP = Balanço Patrimonial.
DRE = Demonstração de Resultado do Exercício.
DLPA = Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados.
DMPL = Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
DOAR = Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos.
DFC = Demonstração do Fluxo de Caixa.
DFCL = Demonstração do Fluxo de Caixa Livre.
DVA = Demonstração do Valor Adicionado.
BS = Balanço Social.
NE = Notas Explicativas.
RA = Relatório da Administração.
LRF = Lei de Responsabilidade Fiscal.
IR = Imposto de Renda.
CSLL = Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
LAIRC = Lucro Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social.
IRPJ = Imposto de Renda Pessoa Jurídica.
ICMS = Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
IPI = Imposto sobre Produtos Industrializados.
ISS = Imposto Sobre Serviços.

1. Segundo a Legislação vigente é obrigatório para as sociedades de capital aberto


a publicação das seguintes Demonstrações Contábeis:

(A) BP, DRE, DLPA, DFC, DVA e NE.


(B) BP, DRE, DLPA, DMPL, DOAR e NE.
(C) BP, DRE, DLPA, DMPL, DOAR, DVA, BS, NE e RA.
(D) BP, DMPL, DOAR, DFC, DFCL, DVA, BS, NE e RA.
(E) BP, DRE, DLPA, DMPL, DOAR, DFC, DFCL, DVA, BS, NE e RA.

Comentários

Conforme a Lei 6404/76:

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que
deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as
mutações ocorridas no exercício:

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I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de
2007)
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº
11.638,de 2007)

§ 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a


R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e
publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada pela Lei nº
11.638,de 2007)

Vamos analisar as alternativas:

(A) BP, DRE, DLPA, DFC, DVA e NE.

Alternativa correta. São essas as demonstrações obrigatórias, conforme a lei das


S.A.s

(B) BP, DRE, DLPA, DMPL, DOAR e NE.

Alternativa incorreta. A DOAR e a Demonstração das Mutações do Patrimônio


Líquido (DMLP) não são obrigatórias.

(C) BP, DRE, DLPA, DMPL, DOAR, DVA, BS, NE e RA.

Alternativa incorreta. A DMLP, a DOAR, o BS e o RA não são demonstrações


obrigatórias.

(D) BP, DMPL, DOAR, DFC, DFCL, DVA, BS, NE e RA.

Alternativa incorreta. A DMLP, a DOAR, DFCL, o BS e o RA não são demonstrações


obrigatórias.

(E) BP, DRE, DLPA, DMPL, DOAR, DFC, DFCL, DVA, BS, NE e RA.

Alternativa incorreta. A DMLP, a DOAR, DFCL, o BS e o RA não são demonstrações


obrigatórias.

Gabarito  A.

Atenção: Utilize os dados a seguir para responder às questões de números 2 e 3.

BP Gasômetro Baiano S/A. 31/12/2009 31/12/2008

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Ativo $ $ (MIL) $ (MIL)


Caixa 400 300
Títulos Negociáveis 600 200
Contas a Receber 400 500
Estoques 600 900
Total do Ativo Circulante 2000 1900
Ativo Permanente
Terrenos e Edifícios 1200 1050
Máquinas e Equipamentos 850 800
Móveis e Utensílios 300 220
Veículos 100 80
Outros (Incluindo Arrendamentos Financeiros) 50 50
(−) Depreciação Acumulada -1300 -1200
Total do Ativo Permanente 1200 1000
Ativo Total 3200 2900
Passivo e Patrimônio Líquido
Contas a Pagar - Fornecedores 700 500
Títulos a Pagar 600 700
Despesas a Pagar 100 200
Total do Passivo Circulante 1400 1400
Exigível a Longo Prazo: (Incluindo Arrendamentos Financeiros) 600 400
Total Exigível a Longo Prazo 600 400
Patrimônio Líquido
Ações Preferenciais 100 100
Ações Ordinárias (valor nominal $ 1,20) 120 120
Ágio na emissão de Ações Ordinárias 380 380
Reserva de Lucros 600 500
Total do Patrimônio Líquido 1200 1100
Passivo e Patrimônio Líquido Total 3200 2900
DLPA $ (Mil)
Saldo em 31/12/2008 1100
Lucro Líquido depois do IR e CSLL 180
Dividendos Pagos em dinheiro
Ações Preferenciais -10
Ações Ordinárias -70 -80
Saldo em 31/12/2009 1200
Gasômetro Baiano S/A. 31/12/2009
DRE $ (Mil) DRE $ (Mil)
Receita Líquida de Vendas 1700
(−) Custo dos Produtos Vendidos -1000
(=) Lucro Bruto 700
(−) Despesas Operacionais
de Vendas -70

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Administrativas -120
de Arrendamento (leasing) -40
Depreciação -100
Total das Despesas Operacionais -330
(=) Resultado Operacional - LAJIR 370
(+/−) Despesas (Receita) Financeiras -70
(=) Lucro Antes do IR e CSLL (LAIRC) 300
(−) Provisão para IR e CSLL (40%) (LAIRC) -120
(=) Lucro Após Prov. p/ IR e CSLL 180
(−) Participação no Lucro
Dividendos Preferenciais -10
(=) Lucro Disponível ao Acionista Ordinário 170
Lucro por Ação 1,70
Dividendos por Ação 0,10
Ações em circulação 100.000
Dividendos pagos 10.000

2. Segundo a Lei no 11.638/07 a DFC em substituição à DOAR deve evidenciar a


variação líquida de caixa e equivalentes de caixa que, no caso da Gasômetro
Baiano monta em $ (mil)

(A) 100.
(B) 200.
(C) 300.
(D) 400.
(E) 500.

Comentários

Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez,


que são prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão
sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.

A variação líquida de caixa e equivalente de caixa pode ser calculada diretamente,


a partir das contas do Balanço Patrimonial:

BP Gasômetro Baiano S/A. 31/12/2009 31/12/2008


Ativo $ $ (MIL) $ (MIL)
Caixa 400 300
Títulos Negociáveis 600 200

Total de caixa e equivalente de caixa:

2009: 400 + 600 = 1.000

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2008: 300 + 200 = 500

Variação: 1.000 – 500 = 500

Gabarito  E.

3. A DFC, pelo método indireto, da Gasômetro Baiano apresentará os valores de


Caixa gerados pelas atividades operacionais e pelas atividades de financiamentos
nos montantes respectivos de $ (mil)

(A) 780 e 20.


(B) 690 e 110.
(C) 650 e 150.
(D) 645 e 155.
(E) 600 e 200.

Comentários

A Demonstração de Fluxo de Caixa pelo método Indireto tem a seguinte estrutura:

DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA – MÉTODO INDIRETO


Atividades operacionais
Lucro líquido
(+) Depreciação, amortização e exaustão
(+)(-) Resultado da equivalência patrimonial
(+)(-) Resultado na alienação de imobilizado, investimentos ou intangíveis
(+) Despesas financeiras que não afetam o caixa
(-) Receitas financeiras que não afetam o caixa
(=) Lucro ajustado

(+)(-) variação nas contas do ativo circulante e realizável a longo prazo:


Duplicatas a receber
Clientes
(PDD)
(duplicatas descontadas)
Estoques
Despesas antecipadas

(+)(-) variação nas contas do passivo circulante e passivo não circulante:


Fornecedores
Contas a pagar
Impostos a recolher

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Atividades de financiamento
Terceiros
Empréstimos e financiamentos (passivo – captação e pagamento)
Sócios
Aumento/integralização de capital (PL)
Pagamento de dividendos

Atividades de Investimento
Compra e venda de investimentos, imobilizado e intangível (parte do ativo não
circulante)

Abaixo, a Demonstração de Fluxos de Caixa desta questão começando pelas


atividades operacionais:

Lucro líquido 180


+ Depreciação 100
+ Variação contas a receber 100
+ Variação estoque 300
+ Variação fornecedores 200
- Variação despesas a pagar -100
= Caixa gerado atividade Operacional 780

Com esse cálculo já seria possível apontar a alternativa correta – Letra A – pois é a
única alternativa que apresenta o valor de 780 para atividade operacional

Investimento
Aumento permanente -300
Financiamento
Variação títulos a pagar -100
Variação exigível LP 200
Pagamento de dividendos -80
Caixa gerado atividade de Financiamento 20

Total caixa gerado = 780 – 300 + 20 = 500

Caixa + títulos negociáveis final 1000


Caixa + títulos negociáveis inicial 500

Abaixo, alguns trechos do pronunciamento CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de


Caixa - sobre possíveis dúvidas:

ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO

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17. A divulgação separada dos fluxos de caixa advindos das atividades de


financiamento é importante por ser útil na predição de exigências de fluxos futuros
de caixa por parte de fornecedores de capital à entidade. Exemplos de fluxos de
caixa advindos das atividades de financiamento são:

(a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais;


(b) pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da
entidade;
(c) caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias,
outros títulos de dívida, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos;
(d) amortização de empréstimos e financiamentos; e
(e) pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a
arrendamento mercantil financeiro.

Portanto, os pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo de


arrendamento mercantil financeiro deve ser incluída no fluxo de caixa das
atividades de financiamento.

34A. Este Pronunciamento encoraja fortemente as entidades a classificarem os


juros, recebidos ou pagos, e os dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos
como fluxos de caixa das atividades operacionais, e os dividendos e juros sobre o
capital próprio pagos como fluxos de caixa das atividades de financiamento.

Alternativa diferente deve ser seguida de nota evidenciando esse fato.

Memorize o seguinte:

Juros recebidos ou pagos : ATIVIDADE OPERACIONAL


Dividendos e JSCP recebidos: ATIVIDADE OPERACIONAL
Dividendos e JSCP pagos: ATIVIDADE DE FINANCIAMENTO

A classificação acima (dos juros e dividendos) não é obrigatória, mas o


pronunciamento "encoraja fortemente". Se a questão não mencionar nada,
seguimos a classificação que o CPC encoraja.

Gabarito  A.

Atenção: Utilize a Demonstração Contábil a seguir para resolver as questões de


números 4 e 5.

DRE da Jacobina S/A 2009


Receita Bruta de Vendas 5.800
Devoluções e Abatimentos -200
Impostos sobre Vendas -1.200

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Receita Líquida de Vendas 4.400


Custos das Mercadorias Vendidas -1.400
Lucro Operacional Bruto 3.000
Despesas Operacionais
Ordenados e Salários 400
Encargos sociais 120
Serviços de Terceiros 80
Materiais de consumo 40
Propaganda e publicidade 160
Imposto Predial 60
Luz, Água e Telefone 60
Depreciação 80 -1.000
Despesas Financeiras -80
Receitas Financeiras 160
Lucro operacional Líquido 2.080
Resultado Não-Operacional:
Venda de Imobilizado 200
Custo do Imobilizado Vendido -80 120
Lucro Antes da CSLL 2.200
CSLL -200
Lucro Antes do Imposto de Renda 2.000
Provisão para Imposto de Renda -280
Lucro Depois do Imposto de Renda 1.720
Participações nos Lucros
Debêntures -172
Empregados -148 -320
Lucro Líquido do Exercício 1.400

4. Na DVA da Jacobina S/A o Valor Adicionado distribuído a titulo de Remuneração


do Trabalho tem o montante, em $, de

(A) 522.
(B) 548.
(C) 572.
(D) 616.
(E) 684.

Comentários

Nesta questão, devemos identificar e somar os itens que representam


remuneração do Trabalho:

Ordenados e Salários 400


Empregados 148
TOTAL 548

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Gabarito  B.

5. Na DVA da Jacobina S/A o Valor Adicionado distribuído a titulo de Governo tem


o montante, em $, de

(A) 1.218.
(B) 1.586.
(C) 1.674.
(D) 1.708.
(E) 1.740.

Comentários

Nesta questão, faltou somar o valor dos encargos sociais. Assim, o gabarito
apontado está incorreto.

Impostos, taxas e contribuições


Impostos sobre Vendas 1200
Imposto Predial 60
CSLL 200
Provisão para Imposto de Renda 280
Encargos sociais 120
TOTAL 1.860

Se não considerarmos os encargos sociais, chegaremos à resposta da banca:

1.860 + 120 = 1.740

Gabarito  E.

6. Segundo o artigo 184 da Lei no 6.404/76, recentemente alterada pela Lei no


11.638/07, “as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive
Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão
computados pelo valor atualizado até a data do balanço ...” as obrigações,
encargos e riscos classificados no passivo exigível a longo prazo serão ajustados ao
seu valor

(A) nominal.
(B) futuro.
(C) presente.
(D) descontado à taxa SELIC.
(E) convertido pela taxa de câmbio de fechamento.

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Comentários

Conforme a Lei 6404/76:

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO PASSIVO

Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os


seguintes critérios:

III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante


serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver
efeito relevante. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

Portanto, as obrigações, encargos e riscos classificados no passivo exigível a longo


prazo serão ajustados ao seu valor presente.

Gabarito  C.

7. Recebimentos de dividendos de investimentos avaliados pela equivalência


patrimonial devem ser contabilizados como

(A) Crédito da Conta Investimentos.


(B) Receitas Eventuais.
(C) Débito da Conta Investimentos.
(D) Recuperação de Custos.
(E) Receitas não operacionais.

Comentários

Os investimentos podem ser avaliados pelo método de custo de ou pelo método da


equivalência patrimonial.

Método de Custo: Os investimentos são registrados pelo custo de aquisição,


deduzidos de provisão para perdas. A distribuição de dividendos é contabilizado da
seguinte forma:

D – Dividendos a receber
C - Receita de dividendos

Atenção: os dividendos distribuídos até 6 meses após a data da aquisição do


investimento são considerados uma recuperação do custo de aquisição, e são
contabilizados assim:

D – Dividendos a receber
C – Investimento

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Portanto, os dividendos distribuídos até 6 meses após a data da aquisição


diminuem o valor do investimento. A justificativa para esse procedimento é que a
empresa já sabia (ou já esperava) receber os dividendos quando efetuou o
investimento.

Método da Equivalência Patrimonial: devem ser avaliados pelo Método da


Equivalência Patrimonial os investimentos em Coligadas e Controladas.

A distribuição de dividendos é contabilizada da seguinte forma:

D – Dividendos a Receber
C – Investimentos avaliados pelo MEP

Gabarito  A.

8. A empresa Iracemapolis, contribuinte do IPI e ICMS, bem como do ISS, teve as


seguintes operações:

− de compra: Valor bruto R$ 5.000,00, Descontos Incondicionais de R$ 1.000,00


com IPI de 10% e valor do ICMS destacado de setecentos e vinte reais.
− de venda: Valor bruto de R$ 12.000,00, Descontos Incondicionais de R$
2.000,00, com IPI de 10% e valor do ICMS destacado de mil e oitocentos reais.

Destes dados pode-se afirmar que o valor do ICMS a recuperar é, em R$, de

(A) 690,00.
(B) 720,00.
(C) 740,00.
(D) 806,00.
(E) 816,00.

Comentários

O valor do ICMS a recuperar é o valor destacado nas compras, o qual o enunciado


da questão já informa ser de setecentos e vinte reais.

Gabarito  B.

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PROVA 15 – AGENTE FISCAL DE RENDAS/ICMS/SP/2006

1. A empresa Alvorada, na execução de projeto de expansão de sua planta


industrial, contrai um financiamento de 90 milhões de dólares, com prazo de 6
anos, juros de 1% ao mês, amortizações semestrais, após 24 meses de carência.
O financiamento destina-se à construção das novas instalações industriais e à
aquisição de máquinas e equipamentos, fabricadas sob encomenda, com
tecnologia de ponta, necessárias para a empresa implementar sua produção e
aumentar em 20% a sua participação no mercado ao final de dois anos, quando o
novo empreendimento entrará em operação. O tratamento contábil dado aos
encargos financeiros incidentes sobre esse financiamento deve ser

A) contabilizar a variação cambial e os juros em conta de resultado específica a


cada variação de moeda ocorrida.
B) registrar em conta destacada no mesmo grupo do ativo que lhe deu origem,
evidenciando a sua natureza.
C) apropriar todos os encargos financeiros em conta específica do ativo diferido e
transferido para o resultado, no prazo de retorno do projeto.
D) lançar, de acordo com a competência de exercício, os juros e a variação
cambial, de acordo com sua ocorrência, até a quitação final do financiamento.
E) incorporar ao ativo imobilizado os juros pagos ou creditados, no decorrer do
projeto, e registrar no resultado as variações cambiais ocorridas.

Comentários

Trata-se de questão que versa sobre o custo de empréstimo de ativos qualificáveis


(aqueles que demandam substancial tempo para que fiquem prontos).

Custos de empréstimos que são diretamente atribuíveis à aquisição, à construção


ou à produção de ativo qualificável formam parte do custo de tal ativo. Outros
custos de empréstimos devem ser reconhecidos como despesas.

Os custos de empréstimos incluem:

1) Encargos financeiros de empréstimos;


2) Encargos financeiros referentes a arrendamento financeiros;
3) Variações cambiais decorrentes de empréstimos em moeda estrangeira que
sejam consideradas como ajustes para mais ou para menos, do custo dos juros.
Portanto, as variações cambiais excepcionais não devem ser apropriadas ao custo
do ativo qualificado.

A questão calca-se na Resolução 193/96 da CVM que prescreve:

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I - Os juros incorridos e demais encargos financeiros, relativamente a


financiamentos obtidos de terceiros, para construção de bens integrantes do ativo
imobilizado ou para produção de estoques de longa maturação, devem ser
registrados em conta destacada, que evidenciem a sua natureza, e classificados no
mesmo grupo do ativo que lhe deu origem.

II - A alocação desses juros e encargos ao resultado do exercício deverá ser feita


em consonância com os prazos de depreciação, amortização, exaustão ou baixa
dos ativos financiados.

III - Os juros e encargos referidos no item I somente poderão ser ativados até o
momento em que o ativo em construção ou produção estiver substancialmente
completado e colocado em condições de uso ou venda.

Portanto, vê-se que a assertiva correta na questão é a letra a.

Quanto à contabilização, ficará assim:

Pela obtenção do financiamento:

D – Banco
C – Financiamentos a pagar (PNC)

Pela construção do imobilizado:

D – Ativo qualificável em construção


C – Banco

Pelo reconhecimento dos juros:

D – Ativo qualificável em construção – Juros e variação cambial


C – Financiamentos a pagar (PNC)

Quando terminar a construção:

D – Imobilizado
C – Ativo qualificável em construção.

Gabarito  A.

2. Em relação ao processo de consolidação das demonstrações contábeis considere


as seguintes afirmações:

I. A Consolidação das Demonstrações do Valor Adicionado de um conglomerado é


elaborada com base no somatório simples das demonstrações de cada uma das
empresas do conjunto consolidado.

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II. A controladora deve consolidar as demonstrações contábeis das entidades


controladas a partir da data em que assume seu controle, individual ou em
conjunto.
III. As demonstrações contábeis das entidades controladas, para fins de
consolidação, devem ser obrigatoriamente levantadas na mesma data das
demonstrações contábeis da controladora, de modo que reflitam todos os eventos
relevantes ocorridos nas empresas consolidadas.
IV. O conjunto das demonstrações contábeis consolidadas compreende o balanço
patrimonial, a demonstração do resultado do exercício e a demonstração das
origens e aplicações de recursos, complementado por notas explicativas e outros
quadros analíticos necessários ao esclarecimento da situação patrimonial e dos
resultados consolidados.

Está correto o que se afirma APENAS em

A) I e II.
B) I e IV.
C) II e III.
D) II e IV.
E) III e IV.

Comentários

O item I está incorreto.

Segundo o CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado:

4. A elaboração da DVA consolidada deve basear-se nas demonstrações


consolidadas e evidenciar a participação dos sócios não controladores conforme o
modelo anexo.

A DVA consolidada parte da DRE Consolidada.

O item II está correto.

A NBCT 8, que definia os procedimentos de consolidação antes do CPC 36, assim


dispunha:

8.2 - PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO

8.2.2 – A controladora deve consolidar as demonstrações contábeis de entidade


controlada a partir da data em que assume seu controle, individual ou em
conjunto.

Hoje, todavia, o assunto encontra-se disposto no CPC 36 da seguinte maneira:

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26. As receitas e as despesas da controlada devem ser incluídas nas


demonstrações contábeis consolidadas a partir da data de aquisição, tal como
definido no Pronunciamento Técnico CPC 15 – Combinação de Negócios. As
receitas e as despesas da controlada devem estar baseadas nos valores dos ativos
e passivos reconhecidos na posição consolidada da controladora na data da
aquisição. Por exemplo, despesas de depreciação, reconhecidas na demonstração
consolidada do resultado do período, devem estar baseadas nos valores justos dos
ativos depreciáveis reconhecidos na posição consolidada da data da aquisição. As
receitas e as despesas da controlada devem ser incluídas nas demonstrações
contábeis consolidadas até a data em que a controladora perder o controle sobre
essa controlada.

Sob a égide da Instrução da CVM n. 247 (já revogada), a questão III está
incorreta.

Dispõe tal legislação que:

Art. 10 - Para os efeitos do disposto no artigo 9º, o patrimônio líquido da coligada


e controlada deverá ser determinado com base nas demonstrações contábeis
levantadas na mesma data das demonstrações contábeis da investidora.

§ 1º Na impossibilidade de cumprimento ao disposto no "caput" deste artigo,


admite-se a utilização de demonstrações contábeis da coligada e controlada em
um período máximo de defasagem de até 60 (sessenta) dias antes da data das
demonstrações contábeis da investidora.

Hoje, todavia, o prazo é de DOIS MESES, como se vê na transcrição a seguir do


CPC 36:

22. As demonstrações contábeis da controladora e de suas controladas


utilizadas na elaboração das demonstrações contábeis consolidadas
devem ser de mesma data. Quando a data de encerramento da controladora for
diferente da data da controlada, esta última deve elaborar, para fins de
consolidação, demonstração contábil adicional na mesma data das demonstrações
da controladora, a menos que isso seja impraticável.

23. Quando, de acordo com o item 22, as demonstrações contábeis da controlada,


utilizadas para fins de consolidação, forem de data diferente da data de
encerramento das demonstrações da controladora, devem ser feitos os ajustes
necessários em razão dos efeitos de eventos ou transações relevantes que
ocorrerem entre aquela data e a data das demonstrações contábeis da
controladora. Independentemente disso, a defasagem máxima entre as datas
de encerramento das demonstrações da controlada e da controladora é de
até dois meses. A duração dos períodos abrangidos nas demonstrações contábeis
e qualquer diferença entre as respectivas datas de encerramento devem ser iguais
de um período para outro.

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O item IV está correto segundo a Instrução CVM 247:

Art. 22 - Demonstrações contábeis consolidadas compreendem o balanço


patrimonial consolidado, a demonstração consolidada do resultado do exercício e a
demonstração consolidada das origens e aplicações de recursos, complementadas
por notas explicativas e outros quadros analíticos necessários para esclarecimento
da situação patrimonial e dos resultados consolidados.

Gabarito  D.

3. São classificados como Resultados não Operacionais:

A) a baixa dos gastos incorridos na pesquisa e o desenvolvimento de novos


produtos por inviabilidade econômica do projeto.
B) somente os resultados positivos obtidos com participações societárias após a
avaliação pelo método de equivalência patrimonial.
C) os lucros e prejuízos de participações em outras sociedades e a realização da
Reserva de Reavaliação.
D) as participações estatutárias de empregados e administradores e a
remuneração de debêntures emitidas.
E) as depreciações de equipamentos e de instalações utilizados no
desenvolvimento de pesquisas com novos produtos.

Comentários

O gabarito da questão é a letra A.

Outrora, estes gastos seriam classificados no ativo diferido como despesas pré-
operacionais.

O grupo ativo diferido, que fazia parte do denominado ativo permanente,


apresentava, continha, em geral, as seguintes contas:

I - gastos de implantação e pré-operacionais;


II - gastos com pesquisa e desenvolvimento de produtos;
III - gastos de implantação de sistemas e métodos;
IV - gastos de reorganização ou reestruturação.

Como estes gastos foram baixados, deixam de constar no ativo permanente


diferido, logo serão resultados não-operacionais (perda de capital).

Todavia, cumpre salientar que tal regra foi alterada pela MP 449/08, ou seja, não
há mais na lei o subgrupo ativo permanente diferido.

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Os gastos com pesquisa são considerados como despesa quando incorridos. Já os


gastos com desenvolvimento de produtos podem ou não vir a ser ativo intangível,
se atenderem aos requisitos estabelecidos pelo Pronunciamento respectivo.

Gabarito  A.

4. O estatuto social da Cia. Amarilis prevê direito à participação nos lucros de


empregados, administradores e as debêntures emitidas, a base de 10% cada uma.
Em um determinado período, o valor do Lucro após o Imposto de Renda e
Contribuições foi de R$ 1.500.000,00 e, no mesmo período, a empresa apresenta
um saldo de prejuízos acumulados no valor de R$ 450.000,00. Com base nessas
informações e de acordo com o estabelecido no artigo 187 da Lei no 6.404/76, é
correto afirmar que, nesse período,

A) o valor a ser transferido para o Patrimônio Líquido é de R$ 984.150,00.


B) o lucro líquido apurado no exercício é de R$ 900.000,00.
C) a provisão para participação dos Administradores foi R$ 150.000,00.
D) a provisão para participações a empregados é de R$ 94.500,00.
E) a provisão para participação de debêntures é de R$ 76.545,00.

Comentários

Vamos lá!

Lucro após o IR e participações 1.500.000,00


(-) Prejuízos acumulados (450.000,00)
Base de cálculo das participações 1.050.000,00

Participação dos debenturistas (10% x 1.050.000,00) 105.000,00


Participação dos empregados (10% x 945.000,00) 94.500,00
Participação dos administradores (10% x 850.500,00) 85.050,00

A participação dos empregados é dedutível para o cálculo da participação dos


administradores. E ambas são dedutíveis para o cálculo da participação dos
debenturistas.

Demonstração do resultado do exercício

LAPIR 1.500.000,00
(-) Participação debenturistas (105.000,00)
(-) Participação empregados (94.500,00)
(-) Participação administradores (85.050,00)
LLEX 1.215.450,00

Gabarito  D.

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5. A quitação de um passivo circulante com incidência de juros de mora e multa é


um evento que

A) não afeta a situação líquida.


B) permuta valores na situação líquida.
C) afeta negativamente a situação líquida.
D) gera um lançamento de crédito na situação líquida.
E) altera positivamente a situação líquida.

Comentários

Vejamos esta questão por intermédio de um exemplo.

Compra de mercadoria por R$ 10.000,00, a prazo, quitada com atraso, sujeito à


juros de mora de 10% e multa também de 10%.

Pela compra:

D – Mercadorias 10.000,00
C – Fornecedores 10.000,00

Como a obrigação não foi adimplida à data certa, pagaremos 20% sobre o
principal, relativo a juros e multa.

Pelo pagamento, lançaremos:

D – Fornecedores 10.000,00
D – Despesa de juros 1.000,00
D – Despesa com multa 1.000,00
C – Caixa 12.000,00

Analisemos, portanto, as assertivas:

A) não afeta a situação líquida.

Incorreta, posto que a situação líquida diminui pelo registro das despesas.

B) permuta valores na situação líquida.

Incorreta, posto que a situação líquida diminui pelo registro das despesas.

C) afeta negativamente a situação líquida.

Correto.

D) gera um lançamento de crédito na situação líquida.

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Errado, com a transferência do prejuízo para o BP, o lançamento é a débito.

E) altera positivamente a situação líquida.

Incorreta, afeta negativamente.

Gabarito  C.

6. Em relação à Demonstração do Valor Adicionado, é correto afirmar:

A) Nos valores dos materiais consumidos e incluídos no custo dos produtos,


apresentados no grupo de insumos adquiridos de terceiros, devem ser
considerados na aquisição apenas os tributos recuperáveis.
B) A demonstração do valor adicionado deve ser consistente com a demonstração
do resultado e conciliada em registros auxiliares mantidos pela entidade.
C) No item relativo à distribuição do valor adicionado, deve constar apenas os
valores pagos aos acionistas, a título de juros sobre o capital próprio ou
dividendos.
D) Como são demonstrações de publicação opcional não estão sujeitas a revisão
de auditoria, como aquelas que são de caráter obrigatório, mesmo que a entidade
seja uma companhia aberta.
E) As informações contábeis contidas na Demonstração do Valor Adicionado são de
responsabilidade técnica do Conselho de Administração da empresa.

Comentários

A letra a está incorreta.

Materiais, energia, serviços de terceiros e outros - inclui valores relativos às


despesas originadas da utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos
junto a terceiros.

Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços,
energia etc. consumidos, devem ser considerados os tributos incluídos no
momento das compras (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), RECUPERÁVEIS
OU NÃO. Esse procedimento é diferente das práticas utilizadas na demonstração
do resultado.

A letra b é nosso gabarito.

A Demonstração do Valor Adicionado está estruturada para ser elaborada a partir


da Demonstração do Resultado do período. Assim, há uma estreita vinculação
entre essas duas demonstrações e essa vinculação deve servir para sustentação da
consistência entre elas. Mas ela tem também uma interface com a Demonstração
dos Lucros ou Prejuízos Acumulados na parte em que movimentações nesta conta

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dizem respeito à distribuição do resultado do exercício apurado na demonstração


própria.

O item c está incorreto.

A distribuição do valor adicionado pode ser para: pessoal, governo, remuneração


de capitais de terceiros e remuneração de capitais próprios.

A letra d está incorreta. A DVA é obrigatória para as companhias abertas.

A letra e, por fim, está incorreta. As informações contábeis contidas na


Demonstração do Valor Adicionado são de responsabilidade técnica de contabilista
registrado no Conselho Regional de Contabilidade.

Gabarito  B.

7. 6. Em relação à Demonstração do Valor Adicionado, é correto afirmar:

A) Nos valores dos materiais consumidos e incluídos no custo dos produtos,


apresentados no grupo de insumos adquiridos de terceiros, devem ser
considerados na aquisição apenas os tributos recuperáveis.
B) A demonstração do valor adicionado deve ser consistente com a demonstração
do resultado e conciliada em registros auxiliares mantidos pela entidade.
C) No item relativo à distribuição do valor adicionado, deve constar apenas os
valores pagos aos acionistas, a título de juros sobre o capital próprio ou
dividendos.
D) Como são demonstrações de publicação opcional não estão sujeitas a revisão
de auditoria, como aquelas que são de caráter obrigatório, mesmo que a entidade
seja uma companhia aberta.
E) As informações contábeis contidas na Demonstração do Valor Adicionado são de
responsabilidade técnica do Conselho de Administração da empresa.

Comentários

A letra a está incorreta.

Materiais, energia, serviços de terceiros e outros - inclui valores relativos às


despesas originadas da utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos
junto a terceiros.

Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços,
energia etc. consumidos, devem ser considerados os tributos incluídos no
momento das compras (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), RECUPERÁVEIS
OU NÃO. Esse procedimento é diferente das práticas utilizadas na demonstração
do resultado.

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A letra b é nosso gabarito.

A Demonstração do Valor Adicionado está estruturada para ser elaborada a partir


da Demonstração do Resultado do período. Assim, há uma estreita vinculação
entre essas duas demonstrações e essa vinculação deve servir para sustentação da
consistência entre elas. Mas ela tem também uma interface com a Demonstração
dos Lucros ou Prejuízos Acumulados na parte em que movimentações nesta conta
dizem respeito à distribuição do resultado do exercício apurado na demonstração
própria.

O item c está incorreto.

A distribuição do valor adicionado pode ser para: pessoal, governo, remuneração


de capitais de terceiros e remuneração de capitais próprios.

A letra d está incorreta. A DVA é obrigatória para as companhias abertas.

A letra e, por fim, está incorreta. As informações contábeis contidas na


Demonstração do Valor Adicionado são de responsabilidade técnica de contabilista
registrado no Conselho Regional de Contabilidade.

Gabarito  B.

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Das demonstrações publicadas da Cia. Poente foram extraídas algumas


informações organizadas na tabela abaixo. Com base nesses dados, identifique os
valores, em (R$), solicitados

7. Valor das compras de estoques efetuadas em 2004:

A) 2.932.000,00
B) 2.906.000,00
C) 2.808.000,00
D) 2.725.000,00
E) 2.698.000,00

Comentários

Mercadorias
(Saldo inicial) 110.000 2.600.000 (Saída)
(Compras) X

(Saldo final) 208.000

Logo:

110.000 + X – 2.600.000 = 208.000


X = 2.698.000,00

Gabarito  E.

8. Valor pago aos fornecedores no último período:

A) 2.591.000,00
B) 2.698.000,00
C) 2.725.000,00

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D) 2.808.000,00
E) 2.906.000,00

Comentários

Fornecedores
(Valor pago) X 125.000 (Saldo inicial)
2.698.000 (Compras)

232.000 (Saldo final)

Logo,

125.000 + 2.698.000 – X = 232.000


X = 2.591.000,00

Gabarito  A.

9. Valor dos ingressos de caixa gerados pelas receitas de vendas:

A) 3.068.000,00
B) 3.070.000,00
C) 3.106.000,00
D) 3.294.600,00
E) 3.289.400,00

Comentários

Na conta clientes, os saldos iniciais e finais vem do balanço patrimonial, as


entradas (o valor das vendas) vêm da Demonstração do Resultado do Exercício e a
saída é o valor recebido.

Mas, antes, precisamos calcular, na conta PDD, se houve baixa de duplicatas


incobráveis. A baixa de duplicatas incobráveis diminui o saldo da conta Clientes,
mas não representa recebimento de dinheiro. As entradas são as despesas com
PDD e as saídas são as duplicatas incobráveis baixadas.

Conta Provisão para Devedores Duvidosos

Saldo inicial + entradas (despesa com PDD) – saídas (baixa) = Saldo final

6.600 + 13.500 – saídas (baixas) = 13.500


Saídas (baixas de duplicatas incobráveis) = 6.600

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Além disso, houve mais 1.400 de perdas com clientes. A PDD não foi suficiente
para cobrir todas as perdas. Assim, parte foi registrada nesta conta.

Baixa de duplicatas incobráveis: 6.600 + 1.400 = 8.000 (saída da conta clientes)

Conta clientes:

Saldo inicial + entradas – saídas (recebimentos) = saldo final

228.000 + 3.300.000 – 8.000 – saídas (recebimentos) = 450.000

Saídas (recebimentos) = 3.070.000

Gabarito  B

10. A Empresa Comercial Stelar está revendo seus procedimentos contábeis dos
exercícios de 2003 à 2005, em razão de exigência da Cia. Lunática, com quem está
negociando sua incorporação. Nesse processo, é identificado que o inventário final
de 2003 da empresa, a ser incorporada, foi contabilizado a maior. Com relação a
esse fato, afirma-se que

I. O valor do CMV de 2004 está superavaliado.


II. Todos os valores de RCM nesse período estão errados.
III. O resultado apurado em 2003 foi menor que o real.
IV. Em 2004, o valor real do RCM é menor do que o contabilizado.
V. Somente o exercício de 2003 tem o CMV apurado errado.

Está correto o que se afirma APENAS em

A) I.
B) II.
C) III.
D) II e IV.
E) III e V.
Comentários

Vamos verificar o reflexo da contabilização do estoque final de 2003 a maior.


Estoque de 2003:
Saldo inicial + Entradas (compras) – Saídas (CMV) = Saldo final
A fórmula básica acima pode ser reescrita da seguinte forma:
Saldo inicial + entradas – Saldo final = CMV
Se o saldo final foi contabilizado a maior, então o CMV de 2003 ficou menor que o
real; e o Resultado de 2003 foi maior que o resultado real.
Para 2004: o estoque final de 2003 (que foi contabilizado a maior) é o estoque
inicial de 2004.

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Saldo inicial + Entradas – Saldo final = CMV


Se o saldo inicial foi contabilizado a maior que o real, então o CMV de 2004
também ficou maior; e o resultado ficou menor que o real.
Portanto, temos os seguintes efeitos da contabilização incorreta:
2003: Estoque final maior  CMV menor  resultado maior
2004: Estoque inicial maior  CMV maior  resultado menor.
Continuando, vamos analisar as alternativas:

I. O valor do CMV de 2004 está superavaliado. Correta

II. Todos os valores de RCM nesse período estão errados. Errada

Os Resultados com Mercadorias de 2003 e 2004 estão errados. Mas o de 2005 só


estaria errado se parte do estoque superavaliado em 2003 fosse vendido em 2005.
Como a questão não menciona nada, não podemos afirmar que todos os RCM
estão errados (o de 2005 pode estar correto)

III. O resultado apurado em 2003 foi menor que o real. Errada

O resultado de 2003 foi maior que o real. Veja o quadro com os efeitos acima.

IV. Em 2004, o valor real do RCM é menor do que o contabilizado. Errada.

O CMV real de 2004 é maior que o contabilizado.

V. Somente o exercício de 2003 tem o CMV apurado errado. Errada.

O CMV de 2004 também foi apurado errado.

Gabarito  A

11. Em 2004, a Empresa Comercial Apolo, para melhorar o processo de


atendimento dos caixas de seus supermercados, investe em tecnologia de
automação dos caixas, negociando, na mesma data, seu antigo sistema de
máquinas registradoras, por 40% de seu valor contábil líquido. Os dados, em R$,
da movimentação desses itens foram os seguintes:

Valor de aquisição das máquinas anteriores 200.000


Percentual depreciado até a baixa 90%
Novos investimentos 1.200.000
Data da nova aquisição 01.12.2004
Taxa de depreciação estimada 10 anos

Essas operações geraram, no resultado líquido final apurado, em dezembro de


2004,

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A) um ganho operacional de 8.000,00.


B) um ganho líquido final de 12.000,00.
C) uma despesa operacional de 10.000,00.
D) uma perda líquida não operacional de 20.000,00.
E) uma receita operacional de 20.000,00.

Comentários

Valor de aquisição das máquinas anteriores: 200.000


Depreciação acumulada: 90% x 200.000 = 180.000
Valor contábil líquido: 200.000 – 180.000 = 20.000
Valor da venda: 40% x 20.000 = 8.000
Prejuízo na venda: 20.000 – 8.000 = 12.000

O resultado na venda de ativo imobilizado era classificado como resultado não


operacional. Atualmente, para a contabilidade, não há mais a separação entre
resultado operacional e não operacional.

Esta distinção continua apenas para efeito de legislação do Imposto de Renda.

Além do resultado da venda do Imobilizado, devemos também calcular a


depreciação do mês de dezembro de 2004, para os novos equipamentos.

Depreciação: 1.200.000 / 120 meses = 10.000 por mês

A contabilização é a seguinte:

D – Despesa operacional (resultado) 10.000


C – Depreciação acumulada (ret. Ativo) 10.000

Gabarito  C.

12. Em 2004, a Empresa Comercial Apolo, para melhorar o processo de


atendimento dos caixas de seus supermercados, investe em tecnologia de
automação dos caixas, negociando, na mesma data, seu antigo sistema de
máquinas registradoras, por 40% de seu valor contábil líquido. Os dados, em R$,
da movimentação desses itens foram os seguintes:

Valor de aquisição das máquinas anteriores 200.000


Percentual depreciado até a baixa 90%
Novos investimentos 1.200.000
Data da nova aquisição 01.12.2004
Taxa de depreciação estimada 10 anos

Na elaboração do fluxo de caixa pelo método direto,

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A) adicionar ao resultado do exercício ajustes no valor de 20.000,00.


B) evidenciar no financiamento uma origem de caixa de 1.000.000,00.
C) demonstrar uma saída de caixa nos investimentos no valor de 1.200.000,00.
D) evidenciar nos investimentos um ingresso de caixa no valor de 24.000,00.
E) subtrair do resultado de exercícios um ajuste no valor de 8.000,00.

Comentários

Vamos analisar as alternativas.

A) adicionar ao resultado do exercício ajustes no valor de 20.000,00.

Errada. No método direto, não há ajustes ao lucro líquido.

B) evidenciar no financiamento uma origem de caixa de 1.000.000,00.

Errada. Os dados da questão não mencionam nada isso.

C) demonstrar uma saída de caixa nos investimentos no valor de 1.200.000,00.

Correta. O pagamento dos novos equipamentos é uma saída de caixa no fluxo das
atividades de investimentos. Ficaria mais claro, entretanto, se a questão
mencionasse que a empresa pagou os novos equipamentos à vista.

D) evidenciar nos investimentos um ingresso de caixa no valor de 24.000,00.

Errada. O valor do ingresso de caixa no fluxo de investimento foi de $8.000,00,


que é o valor recebido pela venda dos antigos equipamentos.

E) subtrair do resultado de exercícios um ajuste no valor de 8.000,00.

Errada. No método direto não há ajuste no lucro.

Gabarito  C

13. A classe das variações patrimoniais que somente modifica a natureza dos
componentes patrimoniais sem repercutirem no montante do Patrimônio Líquido
são denominadas

A) modificativas ou qualitativas.
B) relativas ou qualitativas.
C) permutativas ou modificativas.
D) qualitativa ou permutativas.
E) quantitativas ou relativas.

Comentários

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Os fatos contábeis podem ser:

1) Fato Permutativo ou qualitativo: é uma compensação entre os elementos do


Ativo, Passivo Exigível ou Patrimônio Líquido, sem que haja aumento ou diminuição
do Patrimônio Líquido. Por exemplo, a compra a prazo de um ativo imobilizado
aumenta o Ativo e também o Passivo, mas não altera o patrimônio líquido.

2) Fato Modificativo: neste caso, ocorre modificação no Patrimônio Líquido,


aumentando (fato modificativo aumentativo) ou diminuindo (fato modificativo
diminutivo). Por exemplo, o pagamento de despesa de aluguel é fato modificativo
diminutivo.

3) Fato Misto ou Composto: ocorre quando o fato é ao mesmo tempo


permutativo e modificativo. Por exemplo, o pagamento de duplicatas com juros é
um fato Misto Diminutivo.

Portanto, as variações patrimoniais que somente modifica a natureza dos


componentes patrimoniais sem repercutirem no montante do Patrimônio Líquido
são denominadas Qualitativas ou Permutativas.

Gabarito  D

14. Uma Empresa, inserida em um contexto de economia inflacionária em que os


preços são sempre crescentes ao longo dos períodos, tem o movimento de seus
estoques conforme os dados abaixo.

Com base nessas informações, em qual dos critérios de avaliação dos estoques o
Resultado Bruto Operacional será maior?

A) Média ponderada móvel.


B) Último que entra primeiro que sai.
C) Primeiro que entra primeiro que sai.
D) Média ponderada fixa.

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E) Método de preço específico.

Comentários

O critério UEPS (último que entra é o primeiro que sai) significa que será atribuído
ao custo das unidades vendidas o preço das unidades mais recentes.

Há também o PEPS (Primeiro que entra é o primeiro a sair) e o Custo Médio


Ponderado, que pode ser Móvel (calculamos o custo médio ponderado a cada
saída) ou fixo (calculamos o custo médio ponderado para o mês e usamos esse
valor para todas as saídas).

Normalmente, o Custo Médio Ponderado resulta num valor intermediário, entre o


PEPS e o UEPS.

Mas, quando a questão fornece valores e pergunta sobre a relação entre os


critérios, é recomendável calcular.
Por exemplo, considere que uma empresa, com estoque inicial zero, apresente as
seguintes informações:

Quantidade
Data Evento (unidades) Valor unitário
01/jan Compra 10 R$ 11,00
03/jan Compra 15 R$ 10,00
08/jan Compra 23 R$ 18,00
10/jan Compra 35 R$ 17,00
15/jan Compra 11 R$ 10,00
22/jan Compra 4 R$ 12,50
23/jan Compra 10 R$ 10,00

Se, no dia 30 de Janeiro, a empresa vender 25 unidades, qual critério produziria o


maior custo das mercadorias vendidas?

Repare que os preços variam aleatoriamente. Como foram escolhidos a propósito,


teríamos, como custo das mercadorias vendidas (25 unidades):

PEPS: Custo de $260,00


Custo Médio Ponderado: $ 353,93
UEPS: Custo de $ 260,00

Nesse exemplo, o uso do PEPS ou do UEPS produziria o mesmo custo, o mesmo


valor de estoque final e o mesmo lucro.

Mas, quando a questão se refere uma economia inflacionária (em que os preços
aumentam) ou deflacionária (em que os preços diminuem), o custo médio
ponderado irá sempre resultar num valor intermediário entre o PEPS e o UEPS.

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A questão menciona que os preços são sempre crescentes. Ao invés de tentar


memorizar qual método produz o maior custo, é melhor fazer um exemplo
extremamente simples. Assim:

Primeira compra: 1 unidade a 10 reais


Segunda compra: 1 unidade a 20 reais

No caso de venda de uma unidade, usando o PEPS teremos custo = R$ 10,00 e


estoque final de R$20,00; usando o UEPS, custo de R$ 20,00 e estoque final de
R$10,00.

Como o PEPS apresenta o menor custo, é o método que produz o maior resultado
bruto.

Gabarito  C

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PROVA 16 – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE/PR/2012

1. A empresa Intangível S.A. possuía, em 31.12.X9, um ativo intangível com vida


útil indefinida, no valor de R$ 130.000,00, o qual é composto por:
- Valor de custo: R$ 150.000,00
- Perda por desvalorização reconhecida (em X9): R$ 20.000,00

Em 31.12.X10, a empresa realizou o Teste de Recuperabilidade do Ativo e obteve


as seguintes informações:

- Valor em uso: R$ 120.000,00


- Valor líquido de venda: R$ 160.000,00

Com base nessas informações, em 31.12.X10, a empresa:

a) reverte a perda por desvalorização reconhecida no valor de R$ 20.000,00 e


reconhece um ganho no valor de R$ 10.000,00.
b) não faz nenhum registro.
c) reconhece um ganho no valor de R$ 30.000,00.
d) reconhece uma perda por desvalorização no valor de R$ 10.000,00
e) reverte a perda por desvalorização reconhecida no valor de R$ 20.000,00

Comentários

Temos no balanço a seguinte situação:

ATIVO NÃO CIRCULANTE – INTANGÍVEL

Intangível 150.000,00
(-) Perda por desvalorização (20.000,00)
Valor líquido do ativo 130.000,00

Segundo o CPC 01:

A entidade deve avaliar, ao término de cada período de reporte, se há alguma


indicação de que a perda por desvalorização reconhecida em períodos anteriores
para um ativo, exceto o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill),
possa não mais existir ou ter diminuído. Se existir alguma indicação, a entidade
deve estimar o valor recuperável desse ativo.

Deste modo, existiu uma evidência de que os motivos que ensejaram a


desvalorização do ativo anteriormente (a já registrada perda de R$ 20.000,00) não
mais existem e, em 31.12.X10, procedeu-se ao teste de recuperabilidade. Isso é
fato dado pela questão!

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O valor recuperável do ativo é o maior entre o valor em uso e o valor justo líquido
de despesa de venda. Comparando então R$ 120.000,00 (valor em uso) com R$
160.000,00 (valor de venda), chegamos ao valor recuperável de R$ 160.000,00.

A norma do CPC prescreve que:

114. Uma perda por desvalorização reconhecida em períodos anteriores para um


ativo, exceto o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), deve ser
revertida se, e somente se, tiver havido mudança nas estimativas utilizadas para
determinar o valor recuperável do ativo desde a última perda por desvalorização
que foi reconhecida. Se esse for o caso, o valor contábil do ativo deve ser
aumentado, com plena observância do descrito no item 117, para seu valor
recuperável. Esse aumento ocorre pela reversão da perda por desvalorização.

E, ainda, que:

117. O aumento do valor contábil de um ativo, exceto o ágio por expectativa de


rentabilidade futura (goodwill), atribuível à reversão de perda por desvalorização
não deve exceder o valor contábil que teria sido determinado (líquido de
depreciação, amortização ou exaustão), caso nenhuma perda por desvalorização
tivesse sido reconhecida para o ativo em anos anteriores.

Destarte, conjugando sistematicamente os dispositivos, concluímos que os motivos


que ensejavam a perda de R$ 20.000,00 não mais existem e, como a empresa irá
recuperar, no mínimo, todo o custo que teve com o ativo (R$ 150.000,00), deverá
reverter determinado valor. E que valor seria esse?! Vejam que a reversão se dará
até o valor recuperável, contanto que não ultrapasse o antigo valor contábil caso
nenhuma perda fosse reconhecida.

Deste modo, como o valor contábil é menor do que o valor recuperável,


reverteremos somente até o limite do valor contábil se não houve registros
anteriores (150.000,00). Assim, nossa reversão será de somente R$ 20.000,00
[150.000 – 130.000].

Esse valor é revertido, através do lançamento:

D – Perda por desvalorização do ativo (ativo) 20.000,00


C – Reversão da perda por desvalorização (resultado) 20.000,00

Gabarito, portanto, letra E.

Gabarito  E.

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2. Em 31/08/X10, uma empresa aplicou suas disponibilidades em ativos


financeiros, adquirindo 5 títulos no valor de R$ 1.000,00 cada, e os classificou da
seguinte maneira: 3 títulos como ativo financeiro “disponível para a venda futura”
e 2 títulos como ativo financeiro “mantido para negociação imediata”. Estes títulos
remuneravam à taxa de 1% ao mês e o valor de mercado de cada título 30 dias
após a sua aquisição era de R$ 1.008,00. Com base nestas informações, em
30/09/X10, a empresa registrou:

(A) uma receita financeira de R$ 46,00 na DRE, e um ajuste de avaliação


patrimonial de R$ 6,00 (saldo devedor) no Patrimônio Líquido.
(B) um ajuste de avaliação patrimonial de R$ 10,00 (saldo credor) no Patrimônio
Líquido.
(C) uma receita financeira de R$ 50,00 na DRE, e um ajuste de avaliação
patrimonial de R$ 10,00 (saldo devedor) no Patrimônio Líquido.
(D) uma receita financeira de R$ 16,00 na DRE, e um ajuste de avaliação
patrimonial de R$ 24,00 (saldo credor) no Patrimônio Líquido.
(E) uma receita financeira de R$ 40,00, na DRE.

Comentários

Pela aquisição:

D – Títulos “disponíveis para venda futura” 3.000,00


D – Títulos “mantidos para negociação imediata” 2.000,00
C – Caixa 5.000,00

Agora, cada título terá seu tratamento, conforme estejamos falando da receita de
juros ou do ajuste a valor justo.

Títulos disponíveis para venda futura

Pelo rendimento

D – Títulos “disponíveis para venda futura” 30,00


C – Receita de juros 30,00

Os títulos estão avaliados por R$ 1.030,00, mas valem R$ 1.024,00 (valor justo).

Pelo ajuste a valor justo

D – Ajuste de avaliação patrimonial 6,00


C – Títulos “disponíveis para venda futura” 6,00

Títulos mantidos para negociação imediata

Pelo rendimento

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D – Títulos “mantidos para negociação imediata” 20,00


C – Receita de juros 20,00

Os títulos estão avaliados por R$ 1.020,00, mas valem R$ 1.016,00 (valor justo).

Pelo ajuste a valor justo

D – Ajuste a valor justo (despesa) 4,00


C – Títulos “mantidos para negociação imediata” 4,00

O gabarito, portanto, é a letra a.

Gabarito  A.

3. A Cia. Financia Tudo S.A foi constituída, em 30/06/X10, mediante integralização


de 100% de seu Capital Social, no valor de R$ 150.000,00, em dinheiro.

Durante o mês de julho de X10, a Cia. realizou as seguintes operações:

Após o registro das operações acima, o Passivo da Cia. Financia Tudo S.A., em
31/07/X10, era, em reais,

(A) 137.000.
(B) 137.892.
(C) 137.292.
(D) 152.000.
(E) 152.292.

Comentários

Fornecedores 27.000,00
Adiantamento de clientes 15.000,00
Arrendamento mercantil a pagar 90.000,00
(-) Encargos financeiros a transcorrer (15.000,00)
Debêntures a resgatar (2.981,00 x 10) 29.810,00
(-) Ajuste a valor presente sobre a emissão de debêntures (9.810,00)
(-) Custos da transação a amortizar (600,00)
Prêmio na emissão de debêntures 892,00
Total do passivo 137.292,00

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Gabarito  C.

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4. A Cia. Gera Caixa S.A. é uma empresa comercial e apresentava as seguintes


demonstrações contábeis:

Com base nessas demonstrações e sabendo que os juros não foram pagos, que o
aumento de capital foi em dinheiro e que os veículos foram adquiridos à vista, o
fluxo de caixa decorrente das Atividades de Financiamento foi, em reais,

(A) 32.000.
(B) 42.000.
(C) 52.000.
(D) 90.000.
(E) 95.000.

Comentários

Esta é uma questão com "valores escondidos" na DFC.

Lucro antes do resultado financeiro 63.000,00


Despesa financeira (juros) (10.000,00)
Lucro antes do IR e CSLL 53.000,00

Houve despesa financeira de juros, no valor de R$ 10.000,00.

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A conta empréstimos tem saldo inicial e saldo final de R$ 40.000,00

Utilizaremos agora da seguinte fórmula na conta empréstimo:

Saldo inicial + Entradas - Saídas = Saldo final

40.000,00 + 10.000,00 (juros) - Saídas (pagamentos) = 40.000,00

Portanto, o pagamento do principal foi de R$ 10.000,00.

O capital aumentou 222.000,00 – 170.000,00 = 52.000,00

Atividade de financiamento = 52.000,00 - 10.000,00 = 42.000,00

Gabarito  B.

5. Considere as seguintes assertivas:

I. A receita reconhecida de uma subvenção governamental recebida e não


distribuída na forma de dividendos foi destinada para a Reserva de Incentivos
Fiscais.

II. Pagamentos de caixa decorrentes do resgate de ações da própria entidade


devem ser classificados como fluxos de caixa decorrentes das atividades de
investimento.

III. Em relação às provisões, a entidade deve reconhecer todas as obrigações


presentes prováveis e possíveis, cujos valores possam ser estimados com
confiança, além de reavaliá-las em cada data de balanço, cujas mudanças
impactam o resultado.

Está correto o que se afirma em

(A) I, apenas.
(B) III, apenas.
(C) I e II, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.

Comentários

O item I está correto. Segundo a Lei 6.404/76:

Reserva de Incentivos Fiscais (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

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Art. 195-A. A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração,
destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente
de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser
excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202
desta Lei). (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

O item II está incorreto. Segundo o CPC 03 – Fluxo de caixa:

Exemplos de fluxos de caixa advindos das atividades de financiamento são:

(a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais;


(b) pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações
da entidade;
(c) caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias,
outros títulos de dívida, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos;
(d) amortização de empréstimos e financiamentos; e
(e) pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a
arrendamento mercantil financeiro.

O item III também está incorreto.

De acordo com o Pronunciamento Contábil 25 do CPC: provisão é um passivo de


prazo ou de valor incertos.

Ainda:

14. Uma provisão deve ser reconhecida quando:

(a) a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como
resultado de evento passado;
(b) seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam
benefícios econômicos para liquidar a obrigação; e
(c) possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.

Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser reconhecida.

23. Para que um passivo se qualifique para reconhecimento, é necessário haver


não somente uma obrigação presente, mas também a probabilidade de saída de
recursos que incorporam benefícios econômicos para liquidar essa obrigação. Para
a finalidade desta Norma, uma saída de recursos ou outro evento é
considerado como provável se o evento for mais provável que sim do que
não de ocorrer, isto é, se a probabilidade de que o evento ocorrerá for
maior do que a probabilidade de isso não acontecer. Quando não for
provável que exista uma obrigação presente, a entidade divulga um

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passivo contingente, a menos que a possibilidade de saída de recursos que


incorporam benefícios econômicos seja remota.

Portanto, se for somente possível que a entidade reconheça uma obrigação, não se
está diante de uma provisão, mas, sim, de um passivo contingente.

Gabarito  A.

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