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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS

Recurso Eleitoral no 287-92.2017.6.13.0196


Zona Eleitoral: 196a, de Novo Cruzeiro
Recorrente: Ministério Público Eleitoral
Recorridos: José Roberto de Souza Lima, candidato a Vereador, eleito; João
Pereira Teodorak, José da Conceição Gomes dos Santos, João Carlos Pereira dos
Santos, Fidelis Teixeira Pereira, Edmilson Camargos dos Santos, Zélia Aparecida
Xavier dos Anjos, Carolina Roque Esteves, Eloi Pereira de Souza, AntÔnio Ribeiro
da Silva, Jader Darcio Rocha Martins, AntÔnio Alves Coelho, José Geraldo
-
Barbosa da Paixão, Nedim Teixeira dos Santos, Adilson Ramos dos Santos, João
Lúcio Gomes Magalhães, AntÔnio Fidelis da Silva Neto, João Rodrigues Ferreira,
Jaime Rocha de Jesus, Luiz AntÔnio Oliveira Rocha, candidatos a Vereador não
eleitos; Partido Trabalhista Cristão (PTC); e Coligação Unidos para Vencer
(PMDB/PSC/PTC/PSDB/PSL)
Relator: Juiz AntÔnio Augusto Mesquita Fonte Boa

Recurso Eleitoral. Ação de impugnação de


mandato eletivo. Eleições de 2016.
Vereadores. Fraude a lei. Cota de gênero.
Candidatura fictícia o u simulada. Pedidos
julgados improcedentes e m ia instância.
Preliminar de nulidade da sentença por
cerceamento de defesa. Suscitada pelo
Procurador Regional Eleitoral. Rejeitada.
Julgamento antecipado do mérito. Art. 355, I,
do CPC. Indeferimento de requerimento de
produção de prova oral, consubstanciada e m
depoimento pessoal dos réus, fundamentado
na desnecessidade da prova, j á que juntada
aos autos declarações prestadas por eles.
Ausência de impuqnação no recurso a indicar
o conformismo da parte com o indeferimento
da prova. Não há como reputar consumado o
cerceamento de defesa decorrente de
indeferimento de quando a própria
parte requerente pela via
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recursal, na produção da prova. Peculiaridade


que distingue o cerceamento de defesa
decorrente da não produção de prova
requerida pela parte. Inexistência de vício
procedimental arguível por terceiro ou de
ofício.
Preliminar de ilegitimidade passiva da
coligação e do partido. Suscitada de
ofício.
A coligação é figura de existência temporária,
que se extingue ao final do processo eleitoral
- com a diplomação. 0 s partidos políticos não
serão atingidos diretamente em suas esferas
jurídicas com a desconstituição dos mandatos
pretendida. Suportam apenas
secundariamente o efeito de eventual
procedência do pedido. Ilegitimidade
passiva reconhecida. Exclusão deles da
demanda.
Mérito.
Demonstração de ausência de atos de
campanha e de votação. Alegação de fraude
ao art. 10, 5 30, da Lei no 9.504/97,
mediante simulação de candidatura.
A caracterização de fraude não dispensa o
elemento subjetivo, ainda que sejam
circunstâncias fáticas que indiquem que os
envolvidos sabiam ou dispunham de
elementos para dela saber. Precedente do
TRE-MG.
Não há dever jurídico de praticar atos de
campanha, da mesma forma que não há
obrigação aos candidatos de formalizar a
renúncia de suas candidaturas. IVa análise da
fraude, não se pode partir da premissa de
que existem exigências éticas e morais mais
rigorosas dirigidas as mulheres que aos
homens, sob pena de, subvertendo o
propósito da cota de gênero, transformá-la
em instrumento de inibição e mesmo de
intimidação a mulheres que arrisquem
aproximação com o mundo da política.
Ausência de elementos pr rios idôneos
que evidenciem o ajuste ontades dos
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representantes da coligação e das candidatas


envolvidas para fraudar a quota de gênero
estabelecida na lei.
Recurso a que se nega provimento.

Vistos, relatados e discutidos os autos do processo acima identificado,


ACORDAM os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais e m rejeitar a
preliminar de nulidade, por cerceamento de defesa, e, de ofício, excluir a
-. coligação e o partido da demanda, por ilegitimidade passiva, e, no mérito, a
unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.

Belo Horizonte, 7 de fevereiro de 2018.

Juiz Antônio d ! ! e B o a
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Sessão de 7/2/2018

Recurso Eleitoral no 287-92.2017.6.13.0196


Zona Eleitoral: 196a, de Novo Cruzeiro
Recorrente: Ministério Público Eleitoral
Recorridos: José Roberto de Souza Lima, candidato a Vereador, eleito; João
Pereira Teodorak, José da Conceição Gomes dos Santos, João Carlos Pereira dos
Santos, Fidelis Teixeira Pereira, Edmilson Camargos dos Santos, Zélia Aparecida
-- Xavier dos Anjos, Carolina Roque Esteves, Eloi Pereira de Souza, Antônio Ribeiro
da Silva, Jader Darcio Rocha Martins, AntÔnio Alves Coelho, José Geraldo
Barbosa da Paixão, Nedim Teixeira dos Santos, Adilson Ramos dos Santos, João
Lúcio Gomes Magalhães, AntÔnio Fidelis da Silva Neto, João Rodrigues Ferreira,
Jaime Rocha de Jesus, Luiz AntÔnio Oliveira Rocha, candidatos a Vereador, não
eleitos; Partido Trabalhista Cristão (PTC) e Coligação Unidos para Vencer
(PMDB/PSC/PTC/PSDB/PSL)
Relator: Juiz AntÔnio Augusto Mesquita Fonte Boa

O JUIZ ANTÔNIO AUGUSTO MESQUITA FONTE BOA - Trata-se de


recurso interposto pelo Ministério Público Eleitoral contra a sentença proferida
pelo Juiz da 196a Zona Eleitoral, de Novo Cruzeiro, que julgou improcedentes
os pedidos veiculados na ação de impugnação de mandato eletivo proposta e m
face de José Roberto de Souza Lima, candidato a Vereador, eleito; João
Pereira Teodorak, José da Conceição Gomes dos Santos, João Carlos
Pereira dos Santos, Fidelis Teixeira Pereira, Edmilson Camargos dos
Santos, Zélia Aparecida Xavier dos Anjos, Carolina Roque Esteves, Eloi
Pereira de Souza, AntÔnio Ribeiro da Silva, Jader Dar
AntÔnio Alves Coelho, José Geraldo Barbosa da Paixã

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dos Santos, Adilson Ramos dos Santos, João Lúcio Gomes Magalhães,
Antônio Fidelis da Silva Neto, João Rodrigues Ferreira, Jaime Rocha de
Jesus e Luiz Antônio Oliveira Rocha, candidatos a Vereador, não eleitos;
Partido Trabalhista Cristão (PTC); e Coligação Unidos para Vencer
(PMDB/PSC/PTC/PSDB/PSL).
A inicial (fls. 2-11), ajuizada e m 9/1/2017, teve como base a alegação
de fraude ou abuso de poder decorrente de suposta inscrição de Carolina Roque
Esteves e Zélia Aparecida Xavier dos Anjos Silva, ambas filiadas ao PMDB, sem
--
serem candidatas de fato, de modo apenas a atender o percentual de 3O0/0,
referente a cota de gênero, previsto no 5 30 do art. 1 0 da Lei no 9.504/97, que
possibilitou o deferimento do Demonstrativo de Regularidade dos Atos Partidários
(DRAP) da Coligação Unidos para Vencer (PMDB/PSC/PTC/PSDB/PSL) nas Últimas
eleições proporcionais e m Novo Cruzeiro. Juntou-se procedimento preparatório
eleitoral presidido pelo Ministério Público Eleitoral (fls. 12-146). Foi requerida a
oitiva de Carolina Roque Esteves, Zélia Aparecida Xavier dos Anjos e de mais
três réus, assim como de duas testemunhas. Ao final, requereu-se a procedência
do pedido para reconhecer a prática da fraude e do abuso de poder na
composição da lista de candidatos as eleições proporcionais, atribuída aos
requeridos, e desconstituir todos os mandatos obtidos pela coligação, via de
.- consequência, considerar nulos todos os votos atribuídos a coligação,

redistribuindo-se o mandato conquistado.


Após a apresentação das contestações, o Juiz a quo proferiu sentença
(fls. 306-313), e m julgamento antecipado do feito, rejeitou as preliminares e, no
mérito, entendeu que 'a ausência de campanha efetiva por parte d e candidatas
do gênero minoritário/feminino é consequência mais de uma ausência de
interesse próprio no processo eleitoral do que uma conduta fraudulenta dos
partidos/coligações" (fl. 312, sem o negrito original). Julgou improcedentes os
pedidos iniciais.
O Ministério Público Eleitoral apresenta rec as fls. 314-326,
alegando que: a) a aceitação da observância meramente f I da quota mínima

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de mulheres esvaziaria o valor constitucional do princípio da igualdade


substancial que o legislador pretendeu implementar com a política afirmativa em
questão; b) não se poderia admitir a utilização da Justiça Eleitoral como palco de
candidaturas flagrantemente fictícias, tratando-se da veracidade das
candidaturas; c) os candidatos deveriam agir segundo a boa-fé objetiva, de
forma a atender as expectativas legítimas do eleitor no que tange a veracidade
do registro de candidatura; d) a coligação teria apresentado duas candidatas -
Zélia Aparecida Xavier e Carolina Roque Esteves - completamente
desinteressadas no pleito eleitoral, as quais sequer teriam praticado atos de
campanha mais simples, como distribuição de "santinhos" ou a publicação de
suas candidaturas nas redes sociais, não obtendo votos; e) o Ônus da prova de
que as candidatas teriam realizado campanha seria delas; f) o preenchimento da
lista com o mínimo de 30% de mulheres seria condição indispensável para a
participação da coligação nas eleições proporcionais; g) teria havido prática de
abuso de poder, na espécie fraude, conduzindo o Juiz a erro quando do registro,
mediante DRAP ideologicamente falso.
Requer, ao final, seja o recurso recebido e provido, reformando-se a
decisão na AIME, para reconhecer a prática da fraude e do abuso de poder na
composição da lista de candidatos as eleições, para desconstituir todos os
mandatos obtidos, dos titulares e suplentes, e, via de consequência, considerar
nulos todos os votos atribuídos a Coligação para deterrriinar a redistribuição dos
mandatos conquistados, segundo a regra do art. 109 do Código Eleitoral.
AS fls. 337; 338-344; 345-348; e 350-352 constam contrarrazões, nas
quais os recorridos pugnam pela manutenção da sentença recorrida e pelo não
provimento do recurso.
A Procuradoria Regional Eleitoral suscita, 2 fl. 354, cerceamento de
defesa em razão de não ter sido analisado pelo Juiz Elei ral pedidos de oitiva de
8
testemunhas. Manifesta-se pela anulação da sentença, # m retorno dos autos à
origem para prosseguimento da instrução.
É, no essencial, o relatório.

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VOTO

O JUIZ AIVTÔIVIO AUGUSTO IYESQUITA FONTE BOA - O recurso é


regular e tempestivo. A intimação do MPE se deu e m 30/8/2017 (fl. 313, v.),
sem que conste a data de protocolo da petição de recurso. Entretanto, o Juiz
Eleitoral proferiu despacho e m 31/8/2017 (fl. 327), dentro do tríduo legal,
determinando a intimação dos recorridos para apresentarem contrarrazões, o
que faz inferir a tempestividade do recurso manejado.
Presentes esses e os demais requisitos de admissibilidade, conheço do
recurso.

PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA POR CERCEAMENTO DE


DEFESA. SUSCITADA PELO PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL.

O Procurador Regional Eleitoral argui que a Promotora Eleitoral e os


recorridos requereram a oitiva de testemunhas (as fls. 9, v., 192, 246, 256, 273
e 287), sendo que tal pedido não teria sido analisado pelo Juiz, que julgou
antecipadamente o mérito, nos termos do art. 355, I,do CPC. Sustenta que o
procedimento aplicado a AIME é o previsto na LC no 64/90 para AIRC, que
autoriza ampla possibilidade probatória. Assim, considerando a necessidade de
dilação probatória para solucionar a controvérsia, o julgamento antecipado da
lide constituiria negativa de prestação jurisdicional, razão pela qual se manifesta
pela anulação da sentença, com o retorno dos autos a origem para
prosseguimento da instrução.
O Juízo a quo julgou antecipadamente o mérito por entender que não
havia necessidade de produção de outras provas, "por se tratar de questão de
fato e de direito que não demanda a produção de prova oral em audiência"
(fl. 309). Constou ainda da sentença (fl. 309):

J
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e m que se encontra, sendo que o parquet eleitoral manifestou pelo


interesse de ouvir os Requeridos e os presidentes dos partidos
componentes da coligação investigada. Todavia, como mencionado e m
algumas peças de resistência, os mesmos j á figuram como Réus. E, para
o caso de colheita de depoimentos pessoais, a meu sentir, os mesmos
não contribuirão para o deslinde da causa, especialmente porque a
versão apresentada por cada u m j á consta de suas respectivas
manifestações, sendo o ato almejado pelo investigante destituído de
pertinência.

Cabe destacar que o procedimento aplicável a AIME, qual seja aquele


previsto no art. 20 e seguintes da LC n o 64/90, não é incompatível com o
w

julgamento antecipado do pedido, tanto pela função supletiva do CPC quanto


pela disposição expressa que autoriza a produção de provas desde que
relevante, nos termos do art. 50 da mesma ~ e i l .Na espécie, o juízo a quo
entendeu por irrelevante para o deslinde da controvérsia a oitiva em audiência
das pessoas indicadas na inicial, todos réus, reconhecendo tratar-se de
depoimento pessoal e, não, prova testemunhal, que seria despiciendo por já
haverem os réus prestado declarações. Houve, portanto fundamentacão
adequada para o julgamento antecipado, restando discutível o acerto ou
desacerto dessa fundamentação.
Ocorre que, no recurso, não houve impusnacão dessa parte da
sentenca, o que leva à conclusão de que a parte aue reauerera a prova
conformou-se com seu indeferimento e com seu desdobramento em
julaamento antecipado do mérito.
O que se tem, portanto, é uma situação em que a conduta da parte
supostamente prejudicada é contraditória com a alegação do Parquet de 2O grau.
Não há como reputar consumado o cerceamento de defesa decorrente de
indeferimento de prova quando a própria não insiste, pela via recursal, na
produção da prova. É, pois, uma peculiaridade que distingue o cerceamento de
defesa decorrente da não produção de prova requerida pela parte o fato de estar

' Art.5 O Decorrido o prazo para contestação, se não se tratar apenas de matéria de direito e a prova protestada
for relevante, serão designados os 4 (quatro) dias seguintes para inquirição testemunhas do impugnante e
do impugnado, as quais comparecerão por iniciativa das partes que aç e m arrolado, com notificação
judicial.

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suieito a preclusão Ióqica.


Desse modo, não se configura a nulidade da sentença com base e m
cerceamento de defesa, tendo e m vista que não há vício procedimental algum
que autorize falar e m negativa de prestação jurisdicional e ensejar a decretação
de nulidade, uma vez que o Promotor de Justiça Eleitoral não recorreu do
indeferimento da prova e do julgamento antecipado do mérito, dando-se a
preclusão desse ponto.
Com essas considerações, rejeito a preliminar de nulidade.

E certo que o objetivo da ação de impugnação de mandato eletivo é a


desconstituição dos mandatos dos eleitos. IVas eleições proporcionais, além dos
eleitos, os suplentes poderão sofrer os efeitos da decisão, sendo partes legítimas
para figurarem no polo passivo.
Diversamente, a coligação não possui legitimidade passiva e m AIME,
especialmente por ser figura de existência temporária, que se extingue ao final
do processo eleitoral - com a diplomação.
Na mesma linha, os partidos políticos não serão atingidos diretamente
e m suas esferas jurídicas com a desconstituição dos mandatos. Eles suportam
apenas secundariamente o efeito de eventual procedência do pedido, o que, na
ausência de lei a determinar a formação de litisconsórcio necessário, pode no
máximo habilitá-los a requererem intervenção como assistente.
Desse modo, reconheço, de ofício, a ilegitimidade passiva da
Coligação Unidos para Vencer (PMDB/PSC/PTC/PSD L) e do Partido
Trabalhista Cristão (PTC), para excluí-10s da demand

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'TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS

0 s autos cuidam de ação de impugnação de mandato eletivo, proposta


pelo Ministério Público Eleitoral, nos termos do art. 14, 5 10, da CRFB, com o
objetivo de cassar os mandatos dos Vereadores, titulares e suplentes, que
concorreram no pleito de 2016 em Novo Cruzeiro pela Coligação Unidos para
Vencer (PMDB/PSC/PTC/PSDB/PSL), em razão de suposta fraude ao art.
10, 5 30, da Lei no 9.504/97, que reserva cota de gênero na lista de candidatos
apresentados. A alegação de fraude teria sido caracterizada pela inscrição de
candidatura fictícia de Zélia Aparecida Xavier e de Carolina Roque Esteves. Por
consequência, pretende-se a anulacão dos votos obtidos pela referida
coligação no pleito, redistribuindo-se as cadeiras, como sobra.
A ação foi proposta tempestivamente em 9/1/2017, primeiro dia Útil
após o recesso forense, sendo que a diplomação se deu em 16/12/2016
(fl. 308). Corrobora com tal conclusão, o entendimento jurisprudencial de que o
prazo para a propositura da ação, apesar de decadencial, prorroga-se para o
primeiro dia útil seguinte, se o termo final cair em feriado ou dia em que não
haja expediente normal no Tribunal (TSE. Agravo Regimental no REspe no
36.006, publicação em 24/3/2010).
A Coligação Unidos para Vencer (PMDB/PSC/PTC/PSDB/PSL)
apresentou lista de candidatos a eleição proporcional formada de 1 8 homens e 8
mulheres (fl. 34), obtendo o deferimento do seu DRAP (fl. 37).
Dispõe a Constituição, in litterís:

Art. 14 [...I
5 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no
prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas
de abuso do ~ o d e econômico.
r corrupcáo ou fraude.(D.n.).

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Art. 1 0 [...I
5 3" Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo,
cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento)
e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.

Após o paradigmático julgamento do REspe n o 1-49/PI, o TSE


passou a admitir as alegações de fraude ao coe,ficiente de gênero como objeto de
AIME, ampliando o conceito de fraude de modo a englobar não só a fraude que
ocorre no dia da eleição, durante a votação ou apuração, mas todo ardil que
implique violação a normalidade do pleito, inclusive fraude a lei. Confira a
-. .
ementa do julgado:

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO.


CORRUPÇÃO. FRAUDE. COEFICIENTE DE GÊNERO.
1. Não houve violação ao art. 275 do Código Eleitoral, pois o Tribunal de
origem se manifestou sobre matéria prévia ao mérito da causa,
assentando o não cabimento da ação de impugnação de mandato eletivo
com fundamento na alegação de fraude nos requerimentos de registro de
candidatura.
2. O conceito da fraude. para fins de cabimento da acão de
im~uanacãode mandato eletivo lart. 14, h 10. da Constituicão
Federal). é aberto e pode enalobar todas as situacões em aue a
normalidade das eleicões e a leuitimidade do mandato eletívo são
afetadas Dor acões fraudulentas, inclusive nos casos de fraude a
lei. A inadmissão da AIME, na es~écie, acarretaria violacão ao
direito de acão e a inafastabilidade da iurisdicão.
Recurso especial provido.
(Recurso Especial Eleitoral no 149, Acórdão, Relator: Min. Henrique Neves
Da Silva, Publicação: DJE - Diário de Justiça Eletrônico, Data:
21/10/2015, pp. 2 5 e 26.) (G.n.).

Cabe pontuar que é inevitável a execução dos instrumentos


integrantes da política afirmativa de participação feminina na política, como
imposição da concretização do direito constitucional da igualdade material. O
tema e m j i ~ l g a m e n t oé novo e demandará muitos debates até o assentamento
jurisprudencial dos critérios necessários para a configuração de fraude a norma
do art. 10, Ej 30, da Lei no 9.504/97.
Na espécie, o recorrente sustenta que a fraude estaria caracterizada
porque as candidata
candidatura, sendo "

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Alem disso, caberia aos recorridos provar a prática de atos de campanha por
parte das candidatas, ante a presença de elementos que indiciam a chamada
candidatura ficta. A fraude teria possibilitado o registro indevido de todos os
candidatos da coligação, sendo eles os beneficiários dela.
Carolina Roque Esteves, acompanhada de advogado, foi ouvida no
procedimento administrativo dirigido pelo Ministério Público Eleitoral, quando
declarou (fl. 143):

Que o Sr. AntÔnio da Agência procurou a declarante convidando-a para se


candidatar; que é estudante; que tinha como renda u m bolsa família no
valor de R$112,00; que achava que teria condição de custear uma
campanha para vereador, depois viu que não; que só se candidatou
porque AntÔnio da Agência lhe convidou; que nunca manifestou interesse
em se candidatar; que é filiada desde junho ou julho do ano passado; que
foi AntÔnio da Agência que também a procurou para se filiar na época;
que não participou de nenhuma Convenção Partidária; que fez campanha
nos primeiros 20 dias do período permitido; que ia de casa em casa
pedindo votos e distribuindo santinhos; que desistiu da candidatura por
não ter mais recursos para financiar; que não votou em si para votar em
outro candidato; que assinou o RRC em sua própria casa; que quem levou
em sua casa o RRC foi o AntÔnio da Agência; que se candidatou pelo
PMDB; que o número de sua legenda era 15301; que não teve
conhecimento se Antônio da Agência procurou outras mulheres para se
candidatar; que confirma como sendo sua a assinatura de fl. 027; que
ninguém prestou serviço para a sua campanha; que desconhece Gisele
Nunes Moreira e que ela tenha prestado serviço para sua campanha (fl.
120).

Zélia Aparecida Xavier dos Anjos, também acompanhada por


advogado, declarou ao MPE (fl. 144):

Que se candidatou voluntariamente nas eleições de Novo Cruzeiro de


2016 ao cargo de vereadora;; que nunca tinha sido candidata; que é
balconista de padaria com renda mensal de R$ 500,OO;; que pretendia
melhorar sua condição caso viesse a ser eleita; que não teria apoio
financeiro de ninguém; que Antônio da Agência orientou ela a se
candidatar; que Antônio da Agência que a procurou para a candidatura,
dizendo que seria bom para a declarante se candidatar; que AntÔnio da
Agência sabia do seu interesse em se candidatar/ que não participou de
Convenção Partidária; que Antônio da Agência (ANTONIO ALVEÇ COELHO)
levou o RRC até a padaria onde trabalha para assiná-lo; que não fez
propaganda eleitoral, pois esperava receber verba partidária e não
recebeu; que por falta de verba desistiu; que não sabia que era
necessário protocolar desistência da candidatura na Justiça Eleitoral; que
não votou em si, pois preferiu apoiar um can
9-ato em razão de ter

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desistido de sua candidatura; que não conhece Gisele Nunes Moreira (fl.
120 e 122); que esta não prestou nenhum serviço para sua campanha;
que fez campanha por uns 20 dias, pedindo votos de porta em porta a
conhecidos; Silvana (cunhada); Rita (vizinha); e sua irmã Sandra; que
não conhece a pessoa de Viviane Batrbosa Pena (fl. 117); que não
recebeu qualquer doação para sua campanha; que não se recorda de
ninguém ter prestado serviço para sua campanha; que a maior
interessada na sua candidatura era a própria declarante; que confirma a
assinatura de fl. 104; que concorreu pelo PMDB; que não sabe qual foi seu
número de legenda; que j á vinha pensando em se candidatar a muito
tempo; mas só agora que surgiu a oportunidade é que resolveu se
candidatar; que não sabia ser necessário maiores recursos para financiar
uma campanha eleitoral; que Antônio da Agência falou que o Partido
liberaria recursos para sua campanha, mas não foi liberado, acabou
desistindo; que não tinha ciência da necessidade de preenchimento de
percentual mínimo de mulheres nas candidaturas nestas eleições;( ...)

Em contestação (fls. 2 4 4 e 261), Carolina Roque Esteves e Zélia


Aparecida Xavier reiteram que desistiram de fazer campanha por não receber
incentivo financeiro do partido.
Na fundamentação da sentença, o Juízo a quo consignou que (fls. 202,
v.;203):

L...] penso que fraude não ocorreu, especialmente porque não houve
candidatura ficta. O simples fato de, ocasionalmente, não ter sido
realizada campanha eleitoral, o que, logicamente, desáqua em diminuta
ou zerada votação e reduzida despesa, não traz como consequência a
ocorrência de fraude.
[...I Impelidos à observância do comando legal, pena de ver seu DRAP
não acolhido, os partidos/coligações se aventuram a "garimpar"
pretensas candidatas para sua 'chapa". Isso não significa, entretanto,
que o convencimento de alguém a participar do processo de escolha
eleitoral seja fraudulento.
Fato é que a ausência de campanha efetiva por parte de candidatas do
gênero minoritário/feminino é consequência mais de uma ausência de
interesse próprio no processo eleitoral do que uma conduta fraudulenta
dos partidos/coligações.

Para José Jairo ~ o m e s ' fraude "implica frustração do sentido e da


finalidade da norma jurídica pelo uso de artimanha, astúcia, artifício o u ardil.
Aparentemente, age-se e m harmonia c o m o Direito, mas o efeito
vezes, alcançado - o contraria".

' GOMES, José Jairo. Direito eleitoral. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2016, p. 785.
i
D Recurso Eleitoral no 287-92.2017.6.13.0196
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS

Rodrigo Lopes zilio3 escreve que:

[...I fraude se caracteriza como o ato voluntário que induz outrem em


erro, mediante a utilização de meio astucioso ou ardil. Pressupõe que a
conduta seja perpetrada com o deliberado propósito de induzir alguém em
erro, configurando-se ilícito tanto quando houver benefício como prejuízo
indevido a quaisquer dos atores do processo eleitoral (candidato, partido
ou coligação).

A fraude em exame teria se dado mediante a simulação de


-, candidaturas que não teriam existido de fato, ficando apenas na aparêncía, para
iludir a Justiça Eleitoral e a coletividade quanto ao cumprimento da cota de
gênero, violando a determinação da norma legal.
José Jairo ornes^ apresenta como requisitos para que se configure a
simulação:

1) existência de falsa declaração de vontade;


2) divergência intencional (querida) entre vontade interna e declarada,
ou seja, entre o verdadeiro querer e o sentido da declaração
exteriorizada;
3) pactum simulacionis ou acordo simulatório, isto é, ajuste entre o
declarante e o declaratário - conluio entre partes;
4) finalidade de enganar terceiros.

Nos autos, não fica evidente se Carolina Roque Esteves e Zélia


Aparecida Xavier, quando firmaram o requerimento de registro de candidatura
não queriam ser candidatas de fato, ou se desinteressaram após se deparar com
as dificuldades de uma campanha eleitoral, como alegam. Certeza também não
se extrai quanto ao conluio entre os representantes da coligação e as candidatas,
com a finalidade de violar a regra do art. 10, Ej 30, da Lei n o 9.504/97.
Na esteira dessas lições, esta Corte Regional, no julgamento dos REs
nos 209-13 e 1060-23, de relatoria do Desembargador Pedro Be
o entendimento de que para a caracterização de fraude, nos

' ZILIO, Rodrigo Lopes. Direito eleitoral. 5 ed. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2016, p. 559.
' GOMES, José Jairo. Direito eleitoral. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2016, p. 785.

Recurso Eleitoral no 287-92.2017.6.13.0196


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em análise, não há dispensa de demonstracão de elemento subjetivo


consistente na vontade deliberada de burlar a norma iurídica, ainda que
tal elemento possa ser evidenciado por circunstâncias fáticas que indiquem que
os envolvidos sabiam ou dispunham de elementos para saber que se
tratava de candidatura simulada.
Por conseguinte, para que se possa considerar comprovada a fraude, é
preciso haver nos autos elementos de prova que evidenciem, de forma cabal, a
adoção de subterfúgios destinados a preencher a lista proporcional com nomes
-
femininos dissociados de qualquer ato volitivo qenuíno por parte das candidatas.
Não se pode confundir indícios, como votação inexpressiva ou zerada, renúncia,
abandono informal da campanha, gastos ínfimos ou inexistentes e omissão na
prestação de contas com provas de conluio para frustrar o objetivo da cota de
gênero de viabilizar a participação de mulheres na disputa eleitoral.
Já foi realçado também que não há dever jurídico de praticar atos de
campanha, da mesma forma que não há obrigação aos candidatos de formalizar
a renúncia de suas candidaturas.
Não há exigência dirigida as mulheres de que demonstrem especial
engajamento e m suas campanhas ou, mesmo, que as proíba de renunciar. E &
outro modo não haveria de ser, se o fundamento da cota de gênero é uma
política afirmativa em benefício das mulheres. Por isso, na análise da fraude,
não se pode partir da premissa de que existem exigências éticas e
morais mais rigorosas dirigidas as mulheres que aos homens, sob pena
de, subvertendo o propósito da cota de gênero, transformá-la e m
instrumento de inibição e mesmo intimidação a mulheres que arrisquem
aproximação com o mundo da política.
De qualquer modo, a fraude apta a acarretar a cassação do mandato
por meio de AIME deve ficar provada de forma robusta, não podendo ser apenas
presumida pelo contexto fático. Confira precedente do TSE:

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO.


ELEIÇÕES 2006. DEPUTADO FEDERAL.

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I-\

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CABIMENTO. ART. 121, 5,40, IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ABUSO DO


PODER ECON~MICO, POLITICO E DE AUTORIDADE. CAPTAÇÃOILÍCITA
DE SUFRÁGIO. PROVA ROBUSTA. AUSÊIVCIA.
1. E cabível recurso ordinário quando a decisão recorrida versar matéria
que enseja a perda do mandato eletivo estadual ou federal, tenha ou não
sido reconhecida a procedência do pedido.
2. E incabível ação de impugnação de mandato eletivo com fundamento
em abuso do poder político ou de autoridade strictu sensu, que não possa
ser entendido como abuso do poder econômico.
3. A ação de impugnação de mandato eletivo exige a presença de prova
forte, consistente e inequívoca.
4. Do conjunto probatório dos autos, não há como se concluir pela
ocorrência dos ilícitos narrados da inicial.
Recurso ordinário desprovido.
(Recurso Especial Eleitoral no 28928, Acórdão, Relator(a) Min. Marcelo
Henriques Ribeiro, Publicação: DJE - Diário justiça eletrônico, Tomo 38,
Data 25/02/2010, Página 28/29)

Daí, no momento do registro de candidaturas, a regra do art. 10, 5 3O,


da Lei n o 9.504/97, foi cumprida, sem que tenha ficado comprovada a simulação
de candidatura que pudesse viciar o preenchimento de tal requisito e atingir a
legitimidade
- e a normalidade das eleições.
Pelo exposto, nego provimento ao recurso para manter a s
que julgou improcedentes os pedidos.
É como voto.

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Sessão de 7/2/2018

EXTRATO DA ATA

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Relator: Juiz Antônio Augusto Mesquita Fonte Boa
Recorrente: Ministério PÚ blico Eleitoral
--
Recorridos: João Pereira Teodorak, candidato a Vereador, não eleito; Jose da
Conceição Gomes dos Santos, candidato a Vereador, não eleito; João Carlos
Pereira dos Santos, candidato a Vereador, não eleito; Fidelis Teixeira Pereira,
candidata a Vereador, não eleito; Edmilson Camargos dos Santos, candidato a
Vereador, não eleito
Advogado: Dr. João Dias Gonçalves
Recorridas: Zélia Aparecida Xavier dos Anjos, candidata a Vereadora, não eleita;
Carolina Roque Esteves, candidata a Vereadora, não eleita
Advogada: Drs. Cecília Olga Gerdi Souto
Recorridos: Eloi Pereira de Souza, candidato a Vereador, não eleito; Antônio
Ribeiro da Silva, candidato a Vereador, não eleito
Advogado: Dr. João Domingos Souza da Silva
Recorrido: José Roberto de Souza Lima, candidato a Vereador, eleito
Advogados: Drs. Augusto Mário Menezes Paulino; Luiz Eduardo Veloso de
Almeida; João Dias Gonçalves
Recorrido: Jader Darcio Rocha Martins, candidato a Vereador, não eleito
Advogados: Drs. João Henrique Paschoal; Karen Maravilha Sales
Recorridos: Antônio Alves Coelho, candidato a Vereador, não eleito; Partido
Trabalhista Cristão - PTC; Coligação Unidos para Vencer (PVIDB/PSC/PTC/PSDB/PSL)
Advogada: Dra. Helen Alves Coelho
Recorridos: Jose Geraldo Barbosa da Paixão, candidato a Vereador, não eleito;
Nedim Teixeira dos Santos, candidato a Vereador, não eleito; Adilson os dos

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Santos, candidato a Vereador, não eleito; João Lúcio Gomes Magalhães,


candidato a Vereador, não eleito; Antônio Fidelis da Silva Neto, candidato a
Vereador, não eleito; João Rodrigues Ferreira, candidato a Vereador, não eleito;
Jaime Rocha de Jesus, candidato a Vereador, não eleito; Luiz Antônio Oliveira
Rocha, candidato a Vereador, não eleito

Decisão: O Tribunal rejeitou a preliminar de nulidade, por cerceamento de


defesa, e, de oficio, excluiu a coligação e o partido da demanda, por ilegitimidade
passiva, e, no mérito, negou provimento ao recurso, à unanimidade, nos termos
do voto do Relator.

Presidência do Exmo. Sr. Des. Rogério Medeiros. Presentes os Exmos. Srs. Des.
Alexandre Victor de Carvalho e Juízes Paulo Rogério Abrantes, Ricardo Torres
Oliveira, Ricardo Matos de Oliveira, Antônio Augusto Mesquita Fonte Boa e João
Batista Ribeiro, e o Dr. Ângelo Giardini de Oliveira, Procurador Regional Eleitoral.

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considerando-se publicado no dia 08/03/2018,
iniciando-se o prazo processual no primeiro dia Útil
seguinte a publicação, nos termos da Lei no
11.419/2006, art. 40, Ej 40. Belo Horizonte,

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SEPUB/COS

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