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Juiz Antônio d ! ! e B o a
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS
Sessão de 7/2/2018
dos Santos, Adilson Ramos dos Santos, João Lúcio Gomes Magalhães,
Antônio Fidelis da Silva Neto, João Rodrigues Ferreira, Jaime Rocha de
Jesus e Luiz Antônio Oliveira Rocha, candidatos a Vereador, não eleitos;
Partido Trabalhista Cristão (PTC); e Coligação Unidos para Vencer
(PMDB/PSC/PTC/PSDB/PSL).
A inicial (fls. 2-11), ajuizada e m 9/1/2017, teve como base a alegação
de fraude ou abuso de poder decorrente de suposta inscrição de Carolina Roque
Esteves e Zélia Aparecida Xavier dos Anjos Silva, ambas filiadas ao PMDB, sem
--
serem candidatas de fato, de modo apenas a atender o percentual de 3O0/0,
referente a cota de gênero, previsto no 5 30 do art. 1 0 da Lei no 9.504/97, que
possibilitou o deferimento do Demonstrativo de Regularidade dos Atos Partidários
(DRAP) da Coligação Unidos para Vencer (PMDB/PSC/PTC/PSDB/PSL) nas Últimas
eleições proporcionais e m Novo Cruzeiro. Juntou-se procedimento preparatório
eleitoral presidido pelo Ministério Público Eleitoral (fls. 12-146). Foi requerida a
oitiva de Carolina Roque Esteves, Zélia Aparecida Xavier dos Anjos e de mais
três réus, assim como de duas testemunhas. Ao final, requereu-se a procedência
do pedido para reconhecer a prática da fraude e do abuso de poder na
composição da lista de candidatos as eleições proporcionais, atribuída aos
requeridos, e desconstituir todos os mandatos obtidos pela coligação, via de
.- consequência, considerar nulos todos os votos atribuídos a coligação,
VOTO
J
Recurso Eleitoral no 287-92.2017.6.13.0196
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS
' Art.5 O Decorrido o prazo para contestação, se não se tratar apenas de matéria de direito e a prova protestada
for relevante, serão designados os 4 (quatro) dias seguintes para inquirição testemunhas do impugnante e
do impugnado, as quais comparecerão por iniciativa das partes que aç e m arrolado, com notificação
judicial.
Art. 14 [...I
5 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no
prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas
de abuso do ~ o d e econômico.
r corrupcáo ou fraude.(D.n.).
Art. 1 0 [...I
5 3" Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo,
cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento)
e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.
Alem disso, caberia aos recorridos provar a prática de atos de campanha por
parte das candidatas, ante a presença de elementos que indiciam a chamada
candidatura ficta. A fraude teria possibilitado o registro indevido de todos os
candidatos da coligação, sendo eles os beneficiários dela.
Carolina Roque Esteves, acompanhada de advogado, foi ouvida no
procedimento administrativo dirigido pelo Ministério Público Eleitoral, quando
declarou (fl. 143):
desistido de sua candidatura; que não conhece Gisele Nunes Moreira (fl.
120 e 122); que esta não prestou nenhum serviço para sua campanha;
que fez campanha por uns 20 dias, pedindo votos de porta em porta a
conhecidos; Silvana (cunhada); Rita (vizinha); e sua irmã Sandra; que
não conhece a pessoa de Viviane Batrbosa Pena (fl. 117); que não
recebeu qualquer doação para sua campanha; que não se recorda de
ninguém ter prestado serviço para sua campanha; que a maior
interessada na sua candidatura era a própria declarante; que confirma a
assinatura de fl. 104; que concorreu pelo PMDB; que não sabe qual foi seu
número de legenda; que j á vinha pensando em se candidatar a muito
tempo; mas só agora que surgiu a oportunidade é que resolveu se
candidatar; que não sabia ser necessário maiores recursos para financiar
uma campanha eleitoral; que Antônio da Agência falou que o Partido
liberaria recursos para sua campanha, mas não foi liberado, acabou
desistindo; que não tinha ciência da necessidade de preenchimento de
percentual mínimo de mulheres nas candidaturas nestas eleições;( ...)
L...] penso que fraude não ocorreu, especialmente porque não houve
candidatura ficta. O simples fato de, ocasionalmente, não ter sido
realizada campanha eleitoral, o que, logicamente, desáqua em diminuta
ou zerada votação e reduzida despesa, não traz como consequência a
ocorrência de fraude.
[...I Impelidos à observância do comando legal, pena de ver seu DRAP
não acolhido, os partidos/coligações se aventuram a "garimpar"
pretensas candidatas para sua 'chapa". Isso não significa, entretanto,
que o convencimento de alguém a participar do processo de escolha
eleitoral seja fraudulento.
Fato é que a ausência de campanha efetiva por parte de candidatas do
gênero minoritário/feminino é consequência mais de uma ausência de
interesse próprio no processo eleitoral do que uma conduta fraudulenta
dos partidos/coligações.
' GOMES, José Jairo. Direito eleitoral. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2016, p. 785.
i
D Recurso Eleitoral no 287-92.2017.6.13.0196
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS
' ZILIO, Rodrigo Lopes. Direito eleitoral. 5 ed. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2016, p. 559.
' GOMES, José Jairo. Direito eleitoral. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2016, p. 785.
Sessão de 7/2/2018
EXTRATO DA ATA
Presidência do Exmo. Sr. Des. Rogério Medeiros. Presentes os Exmos. Srs. Des.
Alexandre Victor de Carvalho e Juízes Paulo Rogério Abrantes, Ricardo Torres
Oliveira, Ricardo Matos de Oliveira, Antônio Augusto Mesquita Fonte Boa e João
Batista Ribeiro, e o Dr. Ângelo Giardini de Oliveira, Procurador Regional Eleitoral.
CERTIDÃO
Seção de Publicação
SEPUB/COS