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Aviso ao leitor
A capa original deste livro foi substituída por esta nova versão. Alertamos para o
fato de que o conteúdo é o mesmo e que esta nova versão da capa decorre da
alteração da razão social desta editora e da atualização da linha de design da
nossa já consagrada qualidade editorial.
2a Reimpressão
ARTMED EDITORA
2004
Capítulo 20
Orientação Vocacional Ocupacional, Abordagem Grupal: Teoria e Técnica
Rosane Schotgues Levenfus
Tanto na abordagem individual quanto grupal utilizo o pensamento que
relacionamos no Capítulo 18: o modelo dual. Em ambos utilizo a orientação
psicanalítica como referencial.
A diferença de um tipo de atendimento para outro está relacionada ao método
e instrumentos que emprego, sendo que os objetivos permanecem os mesmos.
É importante salientar aqui que o modelo que apresento é o de minha
experiência pessoal. Trata-se de um modelo que considero em construção, sujeito a
modificações e que está muito relacionado ao meu ambiente de trabalho: clínica
psicoterápica e curso pré-vestibular. Não tenho, portanto, nenhuma pretensão de
que este discurso seja tomado como certo ou sirva como referencial para os demais
casos. Como não possuo experiência em O.V.O. escolar (a não ser quando atendo
chamados de escolas para realizar o mesmo atendimento que presto no pré-
vestibular) convidei a orientadora educacional Isabel Cristina Tremarin da Silva, que
desenvolve um trabalho muito importante no Colégio Anchieta, em Porto Alegre,
RS, para relatar sua experiência [NR1].
Partindo de meu referencial, portanto, saliento que mesmo nos atendimentos
que realizo em grupo, a O.V.O. culmina com entrevista individual. Por quê? Porque
durante os encontros em grupo mantenho o foco estritamente voltado à escolha da
profissão. Como não se trata de um grupo terapêutico, não estimulo que o jovem
exponha conflitos pessoais mais íntimos.
Acontece que esses aspectos mais íntimos podem estar exercendo grande
influência na escolha profissional e na vida pessoal de um integrante. Creio que tais
aspectos particulares podem ser reservados para entrevista individual a fim de
preservar o foco no grupo e ao próprio jovem, proporcionando ambiente em que se
sinta à vontade, resguardando sigilo sobre sua intimidade, etc.
Percebo que algumas vezes o adolescente já está determinado ao fim do
atendimento em grupo. Mesmo assim proponho a todos a entrevista individual. É
um momento integrador para todos, além de uma excelente oportunidade para o
jovem apresentar questões que preferiu preservar durante o grupo. É evidente. que,
em caso de se mostrar necessário atendimento psicoterápico, o adolescente
poderá fazê-lo em grupo se desejar, e desde que apresente critérios diagnósticos
para tal [NR2]
VANTAGENS DO ATENDIMENTO EM GRUPO [NR3]
Primeiros Contatos
1º Encontro
- alguns filhos não conseguem discriminar o que é desejo seu e o que é dos pais;
- alguns acham que se escolhem uma coisa que é do gosto dos pais é porque
foram influenciados e passam a rejeitar sua própria escolha;
- outros resolvem fazer qualquer coisa, menos o que os pais gostariam;
- alguns, pelo contrário, ficam chateados por gostarem de algo diferente dos pais,
com medo de magoá-los ou de perder o seu amor;
- há aqueles, ainda, que ficam tentados a seguir a carreira que os pais lhe propõem,
atrás de promessas de que serão ajudados a enfrentar o mercado de trabalho. Por
exemplo, que se cursar Odontologia poderá começar trabalhando no consultório de
uma tia, que, ainda por cima, lhe enviará clientes.
Concluímos que tudo isto pode gerar muita confusão na hora de se escolher
uma profissão. Por isto a O.V.O. precisará tratar também dos aspectos pessoais de
cada um, além das informações sobre profissões.
Reapresentação: Solicito, então, que cada um tome a se apresentar, mas
desta vez dizendo o que o trouxe no grupo. Solicito que falem acerca da dúvida que
apresentam quanto à escolha profissional, quantos concursos vestibular já
realizaram e para quais cursos. Peço que falem também das suas experiências e
expectativas com relação à O.V.O.
É comum que refiram nesta apresentação:
2º Encontro
"Rápido, não vamos ficar conversando que eu vou esquecer como é o meu limão."
“Impossível... são superiguais.”
“Acho que eu vou conseguir achar o meu."
“Eu duvido que a gente ache."
“Eu tenho medo de que todo mundo vai conseguir encontrar o seu limão menos
eu."
“Acho parecido com o medo que a gente fica de se esquecer da matéria durante o
vestibular."
"Um minuto foi muito pouco, a gente deveria ser avisado que teríamos que achar o
limão depois... eu teria feito uma marquinha no meu!"
3º Encontro
4º Encontro
"Testagem”: Coloco “testagem” entre aspas com intuito de esclarecer que não
utilizo testes propriamente ditos para medir aptidões, Q.I. e outras qualidades
pessoais. Penso que o uso de testes psicológicos pode servir de auxílio na
avaliação clínica. É um bom instrumento a ser associado ao conjunto de
informações de que se dispõem. Contudo, os testes de aptidão tornam-se relativos,
pois “aptidão” e um conceito que sofre valorações sociais. Prefiro, portanto, em
O.V.O., utilizar apenas testes que propõem levantamento de interesses e mais
dados a respeito da identidade do sujeito.
Aplico o questionário de frases incompletas sugerido por Bohoslavsky (1982),
para exploração da identidade vocacional, como já referimos no Capítulo 13.
Aplico também o L.I.P. - Levantamento de Interesses Profissionais - de Carlos
Del Nero [NR9].
Nessa mesma linha encontramos outros testes, tais como:
5º Encontro
NOTAS
BIBLIOGRAFIA
BOHOSLAVSKY, Rodolfo, Orientação Vocacional: a estratégia Clínica. São Paulo
Martins Fontes,1982.
CARVALHO, Maria M.M.J. Orientação Profissional em Grupo: Teoria e Técnica. São
Paulo: Editorial Psy, 1995.
FIORINI, Hector J. Teoria e Técnica de Psicoterapias. 6.ed. Rio de Janeiro:
Francisco Alves, 1985.
KNOBEL, Maurício, A Adolescência e o Tratamento Psicanalítico de Adolescentes.
In: Adolescência. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.
LEVENFUS, Rosane Schotgues. Vestibular: Derrubando o Mito. Porto Alegre: AGE,
1993. LEMGRUBER, Vera B. Psicoterapia Breve: a Técnica Focal. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1984.
MÜLLER, Marina. Orientação Vocacional: Contribuições Clínicas e Educacionais.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1988.
OSORIO, Luis Carlos. Abordagens Psicológicas do Adolescente. 2.ed. Porto Alegre:
Movimento, 1986.
SOARES-LUCCHIARI, Dulce. O Jovem e a Escolha Profissional Porto Alegre:
Mercado Aberto, 1987.
-. (org.) Pensando e Vivendo a Orientação Profissional. São Paulo: Summus, 1993.
VEINSTEIN, Silvia B.G. Los Temas de la Orientacion. Buenos Aires: Marymar,
1994.
-. La Eleccion Vocacional Ocupacional: Estratégias - Técnicas. Buenos Aires:
Marymar, 1994.