Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ANS – 2001
Relatório da Oficina:
“A NOÇÃO DE RISCO E MERCADOS DE PLANOS DE SAÚDE”
13 de junho de 2001
I. Introdução:
A oficina teve início com a exposição da coordenadora, que esteve
centrada, basicamente, em torno de três questões:
1
Como consta no texto “Risco, seguro e Assistência Suplementar no Brasil”, que serviu de
base para sua exposição nesta oficina.
atividades atuariais desse setor tem por base diversas fontes e estratégias
informacionais que ajudam a conformar uma certa classificação do risco, as
tábuas de mortalidade são uma delas.
Quando se trata do seguro saúde, implica pensar qual a probabilidade das
pessoas adoecerem, como calcular a ocorrência dos eventos em saúde?
“Como selecionar, medir e avaliar os riscos, as expectativas de perdas,
envolvidas com a saúde?”2. E ainda, qual o preço ou valor monetário a ser
atribuído para esse ou aquele evento em saúde?
Segundo a expositora, a magnitude do dano no cálculo do risco do seguro
saúde é condicionada por fatores de natureza endógena e exógena à própria
doença. A influência dos provedores na oferta de serviços de saúde é um
dos fatores exógenos principais presentes nessa equação.
Separar os fatores endógenos (características de saúde dos
beneficiários) dos exógenos (prática dos prestadores se serviços), isto é, o
que é necessidade de saúde de fato e o que é a importância da oferta dos
serviços de saúde, é pressuposto essencial para a reorganização do
compartilhamento de risco em saúde. Buscar alternativas para essa
reorganização implica problematizar as possibilidades de utilização de
diversas fontes de informação acerca dos eventos e da utilização dos
serviços em saúde.
O valor atuarial dos planos e seguros de saúde é composto por alguns
elementos básicos: “1) morbidade e conseqüentes despesas relativas ao
consumo de procedimentos médicos e hospitalares; 2) despesas de
comercialização e administrativas; 3) garantias e reservas; 4) lucro” 3.
Os fatores tradicionalmente considerados para classificar os riscos
envolvidos com as despesas médicas – idade, sexo, ocupação e região
geográfica – entretanto, não levam em conta os elementos considerados
exógenos aos risco - moral hazard ou a influência dos prestadores de
serviços na maior utilização dos serviços, por exemplo.
Dessa forma, aprimorar a classificação do risco pressupõe apreender
medidas mais diretas de status de saúde. Algumas das medidas discutidas
foram:
1) internações hospitalares;
2) atendimentos ambulatoriais;
3) dados dos questionários das próprias operadoras;
4) médico perito;
5) mortalidade.4
2
“Risco, seguro e Assistência Suplementar no Brasil” pág. 12.
3
Idem pág. 15.
4
As vantagens e desvantagens de cada um dos itens são discutidas no texto de referência
para a oficina op.cit.
A partir daí é possível visualizar duas tendências possíveis presentes nas
discussões: aumentar a possibilidade de calcular o risco pelo aprimoramento
do arsenal de diagnóstico e informacional; e/ou buscar modelos mais
solidários para repartição dos recursos da saúde.
No Brasil, a principal prática de tarifação dos prêmios é per capita, que
não toma por base o cálculo de risco. Algumas particularidades do sistema
de saúde brasileiro permitem isso: o fato de a maioria dos planos serem
empresariais e a complementaridade entre os sistemas de saúde público e
privado são considerados alguns dos principais fatores.
Diante das “especificidades” nacionais, o aperfeiçoamento da
classificação de risco pode ser um importante instrumento para se
estabelecer formas de regulação dos preços e referências para cálculos dos
prêmios, ou ainda, para montar outros esquemas que atendam riscos
heterogêneos ou diferenciados.