Você está na página 1de 12

O atrito por deslizamento

Dinâmica

ATENÇÃO: Página do Prof: Everton G. de Santana


Nesta página eu apenas traduzi podendo ter introduzido, retirado ou não
alguns tópicos, inclusive nas simulações. A página original, que considero
muito boa é:

www.sc.ehu.es/sbweb/fisica
Autor: (C) Ángel Franco García

Força de Explicação da origem do atrito por contato


atrito
O atrito por A força normal
deslizamento
Medida do
coeficiente Força de atrito por deslizamento
de atrito
cinético (I) Força de atrito estático
Medida do
coeficiente
de atrito Tabelas de valores dos coeficientes
cinético (II)
Medida do Comportamento de um corpo que descansa sobre um plano horizontal
coeficiente
de atrito
cinético (III)
Força de O atrito entre duas superfícies em contato tem sido aproveitado por nossos
atrito antepassados mais remotos para fazer fogo esfregando madeiras.
em um plano
inclinado Atualmente o atrito tem uma grande importância econômica, estimando-se
O melhor que se prestássemos maior atenção poderíamos economizar muita energia e
ângulo para recursos econômicos.
arrastar um
bloco
Historicamente, o estudo do atrito começa com Leonardo da Vinci que
Medida do
coeficiente descreveu as leis que governam o movimento de um bloco retangular que
de atrito desliza sobre uma superfície plana, porém este estudo passou
estático desapercebido.
Barra
apoiada em
No século XVII Guillaume Amontons, físico francês, redescobriu as leis do
dois
pontos atrito estudando o deslizamento a seco de duas superfícies planas. As
móveis. conclusões de Amontons são essencialmente as que estudamos nos livros
Placa de Física Geral:
apoiada em
duas
rodas que
giram. • A força de atrito se opõe ao movimento de um bloco que desliza
Dois blocos
superpostos sobre um plano.
• A força de atrito é proporcional a força normal que exerce o plano
sobre o bloco.
• A força de atrito não depende da área aparente de contato.

O cientista francês Coulomb acrescentou uma propriedade

• Uma vez iniciado o movimento, a força de atrito é independente da


velocidade.

Explicação da origem do atrito por contato


A maioria das superfícies, até as que são consideradas polidas são
extremamente rugosas na escala microscópica. Os picos das duas
superfícies que são colocadas em contato determinam a área real de contato
que é uma pequena proporção da área aparente de contato (a área da base
do bloco). A área real de contato aumenta quando aumenta a pressão (a
força normal) já que os picos se deformam.

Os metais tendem a unir-se a frio, devido as forças de atração que ligam as


moléculas de uma superfície com as moléculas da outra. Estas uniões tem
que romper-se para que o deslizamento seja produzido. Além disso, existe
sempre a penetração dos picos nos vales. Esta é a origem do atrito estático.

Quando o bloco desliza sobre o plano, as uniões a frio se rompem e se


refazem constantemente. Porém a quantidade de união que há em qualquer
momento é reduzida a baixo do valor estático, de modo que o coeficiente
de atrito cinético é menor que o coeficiente de atrito estático.

Finalmente, a presença de azeite ou de graxa nas superfícies em contato


evita as uniões (revestindo-se com um material lubrificante).

A explicação de que a força de atrito é independente da área da superfície


aparente de contato é a seguinte:
Na figura, a superfície menor de um bloco está situada sobre um plano. No
desenho situado acima, vemos um esquema do que vemos ao microscópio:
grandes deformações dos picos das duas superfícies que estão em contato.
Por cada unidade de superfície do bloco, a área de contato real é
relativamente grande (embora esta é uma pequena fração da superfície
aparente de contato, ou seja, a área da base do bloco).

Na figura, a superfície maior do bloco está situada sobre o plano. O


desenho mostra agora que as deformações dos picos em contato são agora
menores por que a pressão é menor. Por tanto, uma área relativamente
menor está em contato real por unidade de superfície do bloco. Como a
área aparente em contato do bloco é maior, deduzimos que a área real total
de contato é essencialmente a mesma em ambos os casos.

Agora, as investigações atuais que estudam o atrito em escala atômica


demonstram que a explicação dada anteriormente é muito geral e que a
natureza da força de atrito é muito complexa (Veja o artigo titulado "Atrito
em escala atômica" na bibliografia deste capítulo.

A força normal
A força normal, reação do plano ou força que exerce o plano sobre o bloco
depende do peso do bloco, a inclinação do plano e de outras forças que são
exercidas sobre o bloco.

Suponhamos que um bloco


de massa m está em repouso
sobre uma superfície
horizontal, as únicas forças
que atuam sobre ele são o
peso mg e a força e a força
normal N. Das condições de
equilíbrio obtemos que a
força normal N igual ao peso
mg

N=mg

Se agora, o plano está inclinado de um ângulo θ , o bloco está em


equilíbrio no sentido perpendicular ao plano inclinado porque a força
normal N é igual a componente do peso perpendicular ao plano,
N=mg·cosθ

Consideremos de novo o bloco sobre a superfície horizontal. Se


prendermos uma corda ao bloco de modo que forme um ângulo θ com a
horizontal, a força normal deixa de ser igual ao peso. A condição de
equilíbrio na direção perpendicular ao plano estabelece N+ F·senθ =mg
Força de atrito por deslizamento
A figura, mostra um bloco arrastado por uma força F horizontal. Sobre o
bloco atuam o peso mg, a força normal N que é igual ao peso, e a força de
atrito Fk entre o bloco e o plano sobre o qual desliza. Se o bloco desliza
com velocidade constante a força aplicada F será igual a força de atrito por
deslizamento Fk.

Podemos investigar a dependência de Fk com a força normal N. Veremos


que se duplicarmos a massa m do bloco que desliza colocando sobre este
outro igual, a força normal N é duplicada, a força F com que movemos o
bloco se duplica e por tanto, Fk é duplicada.

A força de atrito por deslizamento Fk é proporcional a força normal N.

Fk=µ k N

A constante de proporcionalidade µ k é um número sem dimensões que é


denominado coeficiente de atrito cinético.

O valor de µ k é quase independente do valor da velocidade para


velocidades relativas pequenas entre as superfícies, e decresce lentamente
quando o valor da velocidade aumenta.

Força de atrito estático


Também existe uma força de atrito entre dois objetos que não estão em
movimento relativo.
Como vemos na figura, a força F aplicada sobre o bloco aumenta
gradualmente, porém o bloco permanece em repouso. Como a aceleração é
zero a força aplicada é igual e oposta a força de atrito Fs.

F=Fs

A máxima força de atrito corresponde ao instante em que o bloco está a


ponto de deslizar.

Fs máx=µ sN

A constante de proporcionalidade µ s é denominada coeficiente de atrito


estático.

Os coeficientes estático e cinético dependem das condições de preparação e


da natureza das duas superfícies e são quase independentes da área da
superfície de contato.

Tabelas de valores dos coeficientes


• Coeficientes de atrito por deslizamento para diferentes materiais

Superfícies em contato µ k
Aço sobre aço 0.18
Aço sobre gelo (patines) 0.02-0.03
Aço sobre ferro 0.19
Gelo sobre gelo 0.028
Patins de madeira sobre gelo e neve 0.035
Borracha (pneu) sobre terreno firme 0.4-0.6
Correa de couro (seca) sobre metal 0.56
Bronze sobre bronze 0.2
Bronze sobre aço 0.18
Madeira sobre madeira (carvalho) na direção da 0.48
fibra

Fonte: Koshkin N. I., Shirkévich M. G.. Manual de Física Elemental.


Editorial Mir 1975.

• Coeficientes de atrito estático e cinético

Superfícies em contato µ s µ k

Cobre sobre aço 0.53 0.36


Aço sobre aço 0.74 0.57
Alumínio sobre aço 0.61 0.47
Borracha sobre concreto 1.0 0.8
Madeira sobre madeira 0.25-0.5 0.2
Madeira encerada sobre neve úmida 0.14 0.1
Teflon sobre teflon 0.04 0.04
Articulações sinoviais em humanos 0.01 0.003

Fonte: Serway R. A.. Física. Editorial McGraw-Hill. (1992)

Comportamento de um corpo que descansa


sobre um plano horizontal
Desenhamos um gráfico em que no eixo horizontal representamos a força
F aplicada sobre o bloco e no eixo vertical a força de atrito.
1. Desde a origem até o ponto A a força F aplicada sobre o bloco não
é suficientemente grande como para movê-lo. Estamos em uma
situação de equilíbrio estático

F= Fs<µ sN

No ponto A, a força de atrito estático Fs alcança seu máximo valor µ sN

F= Fs máx=µ sN

2. Se a força F aplicada é aumentada um pouco mais, o bloco começa


a mover-se. A força de atrito diminui rapidamente a um valor
menor e igual a força de atrito por deslizamento, Fk=µ kN

Se a força F não varia, ponto B, e permanece igual a Fs máx o bloco começa


movendo-se com uma aceleração

a=(F-Fk)/m

Se incrementarmos a força F, ponto C, a força resultante sobre o bloco F-


Fk é incrementada e também é incrementada a aceleração.

No ponto D, a força F aplicada é igual a Fk por que a força resultante sobre


o bloco será zero. O bloco se move com velocidade constante.

No ponto E, se anula a força aplicada F, a força que atua sobre o bloco é -


Fk, a aceleração é negativa e a velocidade decresce até que o bloco para.

Experiência

Um bloco de massa m descansa sobre o plano horizontal, o bloco está


unido mediante um fio inextensível e de peso desprezível que passa por
uma polia a um prato sobre o qual são depositados pesos. Vamos estudar o
comportamento do bloco e realizar medidas do coeficiente estático e
cinético.

Medida do coeficiente estático

Vamos colocando pesos no prato e o bloco permanece em repouso. A força


de atrito vale

Fr=Mg

onde M é a massa dos pesos que contém no prato

Quando começar a deslizar, a força de atrito Fr adquire o valor máximo


possível µ sN=µ smg

Medida do coeficiente cinético

Acrescentamos um peso mais ΔM e o bloco começa a deslizar, deslocando-


se um comprimento x num tempo t. A aceleração é
Aplicamos a segunda lei de Newton ao movimento do bloco

F-Fr=ma
Fr=μk·N
N=mg

Aplicamos a segunda lei de Newton ao movimento do prato e dos pesos

(M+ΔM)g-F=(M+ΔM)a

Explicitamos o coeficiente cinético μk

Atividades

O programa interativo gera aleatoriamente um valor do coeficiente cinético


de atrito µ k. O coeficiente estático foi tomado arbitrariamente como μs=
µ k+0.2.

Introduza

• A massa do bloco em kg, atuando sobre a barra de deslocamento


titulada Massa

Clique no botão titulado Novo

Clique no botão esquerdo do mouse quando o ponteiro está sobre uma


determinado peso, mantendo clicado o botão esquerdo do mouse,
arrastando o peso até que enganche debaixo do extremo do fio que passa
pela polia, soltando-se o botão esquerdo do mouse.

Continuando, agregamos outro peso debaixo do anterior, e assim


sucessivamente, até que o bloco comece a deslizar.

Na parte esquerda da simulação, são guardados os pares de dados da força


aplicada F e da força de atrito Fr.

Medida do coeficiente estático

Para medir o coeficiente temos que nos aproximar ao máximo do possível


do valor da força µ sN que faz com que o bloco comece a deslizar com o
jogo de pesos disponível. Neste caso, dispomos de um total de 12 pesos,
quatro de cada tipo:

• 25 g
• 100 g
• 500 g

Vejamos um exemplo, que nos indica a forma de nos aproximar ao máximo


do valor da força de atrito.

1. Clique no botão titulado Novo. Comece colocando um peso de 500


g, e o bloco não desliza. Coloque um segundo peso de 500g, o
bloco não desliza. Acrescente o terceiro peso de 500 g, o bloco
desliza
2. Clique no botão titulado Novo. Coloque dois pesos de 500 g.
Acrescente um peso de 100 g, o bloco não desliza. Acrescente o
segundo peso de 100 g, o bloco desliza.
3. Clique no botão titulado Novo. Coloque dois pesos de 500 g, e um
peso de 100 g. Acrescente um peso de 25 g, o bloco não desliza.
Acrescente um segundo peso de 25 g, o bloco não desliza,
Acrescente um terceiro peso de 25 g, o bloco desliza.

O valor da força F mais próxima ao valor máximo µ sN (por default) é

F=(2·500+100+2·25)·10.0/1000 =11.5 N

A aceleração da gravidade foi tomado como g=10.0 m/s2

Se a massa do bloco é m=2 kg, N=mg=20 N. O coeficiente estático μs


valerá

µ s=11.5/20=0.575

Medida do coeficiente cinético

Quando acrescentamos o terceiro peso de ΔM=25 g, o bloco começa a


deslizar

A massa dos pesos que é M+ΔM=1.15+0.025=1.175 kg

O bloco se desloca x=1 m em t=1.22 s.


Clique no botão titulado Novo, e arraste com o ponteiro do mouse os pesos

Aceleração da Gravidade

Há vários tipos de força tais como: força de tração, força de compressão, força de atrito, força
peso e outras. A força peso, por exemplo, varia o módulo do vetor velocidade, comunicando ao
corpo uma aceleração denominada aceleração da gravidade (g).
A aceleração da gravidade (g) varia com a latitude e altitude. O valor da aceleração da
gravidade padrão, ao nível do mar, é 9,80665 m/s2 (aproximadamente 9,80 m/s2 ou 980
cm/s2).

Unidade de força - Sistema Internacional: 1 Newton (1 N)

Leis de Newton (século XVII)

Você também pode gostar