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SÃO PAULO
2017
2
SÃO PAULO
2017
3
Banca Examinadora:
________________________________________________________
_______________________________________________________
______________________________________________
RESUMO
ABSTRACT
The achievements of women's struggle for equal rights in the last decades are
undeniable, however, there are still a number of discriminatory barriers, mainlly in the
workplace that limit the achievement of the goals of contemporary western women as
a worker and income-earner. This dissertation describes the most common
obstacles, how they arise and if it is possible to overcome them. Motherhood appears
in this study as a dubious and complex obstacle because for some women at the
same time as it is a personal fulfillment it is also a personal collection that resonates
in its development and makes it have to choose between a successful career
(according to her point of view of what success is in the second decade of the 21st
century) and being a good mother (according to concepts founded and disseminated
in the last century).
For this analysis I was used the concept Crystal Labyrinth, developed by the
researchers Alice Eagly & Linda Carli (2007). Since this enlarges the idea of Glass
Ceiling, concept created in the 1970s to describe the invisible barrier that prevented
the growth of women's careers. The Crystal Labyrinth understands that developing a
successful career as a woman is possible, but the path is slow, tortuous, and
complex because of the numerous discriminatory barriers women have to deal with
at every stage of the development of their work life And not just with regard to job
promotions in the workplace.
AGRADECIMENTO
SUMÁRIO
Introdução............................................................................................................. 08
1 – O Labirinto da Carreira................................................................................... 13
INTRODUÇÃO
Segundo Matos & Borelli (2013), ao realizar uma análise sócio- histórica
do trabalho feminino, desde o início do século XX até os dias atuais, percebe-se que
há um contraponto entre o estímulo e o desestímulo para a inserção da mulher no
mercado de trabalho. Assim como também há contradição entre a persuasão e a
dissuasão do papel materno, mais especificamente quando é reforçado que o
cuidado com os filhos é responsabilidade exclusiva da mulher. Badinter (1980)
destaca que até o século XIX o cuidado com as crianças era realizado por terceiras -
amas de leite, orientadores, dentre outros, ao invés de ser feito pelas mães.
1
Esta dissertação está inserida dentro do campo da Psicologia Social e do Núcleo INANNA de
Investigações de Sexualidades, Gêneros e Diferenças.
9
Elaborado pelas autoras Alice Eagly & Linda Carli (2007), que atualizaram o conceito
do Teto de Vidro, descrito na década de 70 e que será abordado detalhadamento no
capítulo 1.
Ana Silvia Scott (2013) afirma que embora as mulheres ocidentais tenham
conquistado mais espaço e progredido no campo do mundo do trabalho nas últimas
décadas, a desigualdade é evidente, em especial em alguns quesitos, como, por
exemplo, na comparação de rendimentos médios entre homens e mulheres (SCOTT,
2013, p.25).
Uma das hipóteses para tal é que o trabalho feminino ainda é visto como
uma atividade transitória porque se acredita que ele será ou poderá ser interrompido
pelo casamento e/ou pelo nascimento de um filho. Segundo Matos & Borelli (2013)
esta percepção - iniciada no começo do século XX, - persiste até os dias atuais. As
autoras mencionam que com o desenvolvimento do mercado de trabalho, as
empresas passaram a priorizar a contratação de mulheres solteiras e sem filhos,
desconsiderando as mulheres-mães. A ideia é que a contratada se dedique
integralmente à empresa, sem que aspectos pessoais (leia- se - “filhos”) atrapalhe a
rotina.
as barreiras discriminatórias que ela enfrenta para que possa se desenvolver como
trabalhadora na atualidade.
Letícia ainda não possui filhos, mas deseja tê-los em breve, por isso foi
incluída neste trabalho. Mariana e Mila possuem filhos e nos contam como é
conciliar as demandas do mundo do trabalho com as demandas da maternidade.
1 – O Labirinto da Carreira
costurar, bordar, fiar, tecer, cuidar, servir em que aplicavam os conhecimentos que
possuíam.
Essa divisão sexual do trabalho reflete o fato que a maioria dos homens
exerce suas atividades no mercado de trabalho capitalista (o chamado
"trabalho produtivo") e as mulheres dividem seu tempo "naturalmente" entre
a produção de mercadorias fora de casa e a realização das tarefas
domésticas relativas aos cuidados da família - o dito "trabalho reprodutivo”.
(MELO & CASTILHO, 2009, p.139).
Nancy Fraser (2003) afirma que enquanto não houver uma transformação
cultural na sociedade, na qual a mulher tenha a condição de parceira integral na
interação social, não se pode falar em avanços no reconhecimento. Quando algum
ator social é visto como inferior, destituído de valor e subordinado é excluído da
interação social - fala-se de diferenciação e não reconhecimento ou falso
reconhecimento.
Alice Eagly & Linda Carli (2007) falam que para se ter a equidade de
2
Como já mencionado anteriormente: servir e cuidar do outro e ser paciente.
18
3
As autoras mencionam que os outros níveis que precisam ter uma transformação significativa para
que se atinja a equidade de gênero são: as organizações, a família e a transformação individual.
19
Além disso, a divisão por gênero no trabalho ainda não foi superada,
embora o discurso corporativo seja de igualdade e inclusão, ainda há a
predominância masculina nos cargos de grande destaque nas empresas, bem como
a desigualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função. De
acordo com Fórum Econômico Mundial somente em 2095 haverá a completa
equidade entre homens e mulheres no ambiente corporativo.4
4
A consultoria global Ernest Young, baseada nesta informação do Fórum Econômico Mundial,
desenvolveu um cronômetro on line, que conta quanto tempo falta para se alcançar a equidade de
gênero. No momento da consulta, faltavam 170 anos, 3 meses, 1 semana, 1 dia e 13 horas. O
cronômetro está disponível no endereço http://www.ey.com/gl/en/issues/business-
environment/women-fast-forward. A consulta foi realizada em 17 de junho 2017.
20
Para tentar entender esse fenômeno, Morrison et al. (1987 apud Regina
Madalozzo 2010, p.5) desenvolveu o conceito de Teto de Vidro. Ele também foi
descrito em uma publicação do jornal americano "The Wall Street Journal", em 1986,
pelos jornalistas Carol Hymowitz e Timoty Schellhardt, (HARVARD BUSINESS
BRASIL, 2007). Os questionamentos iniciais eram: porque as mulheres não
ocupavam posições de liderança?
Nas grandes cidades brasileiras, uma boa parte das mulheres do século
XXI frequentam a escola secundária, a universidade e cursos de nível mais elevado,
como pós-graduação, mestrado e doutorado. A questão do conhecimento técnico
acabou sendo minimizada, no entanto, mesmo que possamos encontrar maior
representatividade de mulheres em posições de liderança, normalmente, o
contingente feminino está concentrado em áreas como Recursos Humanos,
Relações Públicas e Jurídico, por exemplo.
Por exemplo: quando a mulher tem filhos e eles ficam doentes: qual dos
pais se ausenta do trabalho para levá-los ao médico e realizar os cuidados
necessários? Quando a criança se machuca na escola, qual dos pais recebe o
primeiro contato para buscá-la? Qual dos pais assume a licença temporária para
22
cuidar dos filhos durante um período de doença? Os bilhetes das escolas são
direcionados para qual dos pais? Na grande maioria dos casos, a resposta é: para a
mãe (a mulher).
enfrentam em suas carreiras, as autoras Alice Eagly & Linda Carli (2007) fizeram
uma releitura do conceito Teto de Vidro, desenvolvendo a definição de labirinto de
cristal.
Então chega uma hora que você diz: “desidealiza” (sic) um pouco! Dá um
retroceder (sic) um pouco e, lá na frente, você pode fazer uma coisa mais
plena sem muito prejuízo agora. Não adianta eu ficar insistindo que eu vou
ser só isso e não conseguir fazer uma série de coisas.
24
De acordo com Betina Lima (2013, p. 2): "uma das principais dificuldades
dispostas no labirinto é o não reconhecimento ou a minimização dos problemas
associados ao gênero e à ascensão na carreira". Ainda que o crescimento na
carreira seja possível para as mulheres ocidentais, ele não é fácil. Segundo Alice
Eagly & Linda Carli (2007, p. 25) apenas 23% das posições chefia executiva nos
Estados Unidos são ocupadas por mulheres.
De acordo com Rita Laura Segato (2003 apud LIMA, 2010, p. 59), esta
visão está tão presente na cultura e acontece de forma tão automática que muitas
vezes se quer é percebida, mas é reproduzida pelo próprio alvo do sexismo: as
mulheres. Por muitas vezes, ouve-se dentro das empresas: "mas tinha que ser
mulher para fazer tudo errado" ou "essa mulher deveria pilotar um fogão ao invés de
uma empresa". Frases ditas por mulheres para outras mulheres.
Mila também fala como adaptou sua rotina de trabalho para lidar com a
maternidade:
Mas eu quero ser mãe (com ênfase). Então, hoje eu larguei um pouco a
profissão, estou) trabalhando muito menos, porque eu quero acordar com
os meus filhos, levá-los e buscá-los na escola. E eu quero fazer a lição de
casa com eles, brincar com eles e a profissão cai de linha total.
Você é autônomo o tempo todo. Se não trabalhar, não ganha. Se tem que
se render a estar o tempo todo, você tem que se atualizar. E essa é uma
coisa que eu vejo que tem nesse mercado, o mercado privado todo é desse
jeito. É muito desgastante e você vai tendo essa expectativa. (...). No
mercado de trabalho, ela perde espaço quando ela vira mãe, né, porque até
acho, ela não vai poder se dedicar mais. Para você conseguir conquistar o
espaço na empresa e para você manter esse espaço, você tem que se
dedicar. Aí você vai se dedicar a família, aí não dá. Não existe isso. Eu,
pelo menos não consigo…
No Brasil 52% das vagas dos empresários com menos de três anos e
meio de atividade são do sexo feminino. De acordo com estudos do Sebrae,
disponibilizados na reportagem de Alessandra Pires (2014)5. Uma pesquisa realizada
pela Serasa Experian (2015) revela que o Brasil tem 5.593.694 mulheres
empreendedoras, o que representa 8% da população feminina do país. "Apenas
0,2% das mulheres empreendedoras do Brasil são sócias de grandes empresas,
sendo que mais da metade delas pertence ao grupo Elites Brasileiras" (CARNETE,
2015, p. 1).
Para Alice Eagly & Linda Carli (2007) esses estereótipos designados para
cada gênero impactam as experiências sociais que cada um vivencia na sociedade e
na empresa e afeta - diretamente e indiretamente - as relações através da cultura
(julgamentos, tradições, ritos, etc.). As experiências sociais vivenciadas permitem
que os estereótipos sejam criados, mantidos e retransmitidos por meio das
5
Reportagem publicada no website Uol.com.br.
28
6
Comunicado pelo prof. Dr. Antonio Ciampa, em aula expositiva em 22 de abril 2015, ministrada no
programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Pontifícia Universidade Católica.
29
Pode-se dizer que esse fator se torna mais forte e mais visível em
empresas de pequeno e médio porte e de gestão familiar. Os estereótipos parecem
estar mais arraigados e direcionam as condutas com mais intensidade. No caso de
companhias de grande porte e multinacionais, esse fator tem uma importância menor
em relação às demais empresas, mas ele ainda existe.
Há uma expectativa social de que a mulher solteira e que não tem filhos estará
mais disponível para o trabalho – poderá realizar horas extras, se dedicará mais à
carreira e estará totalmente à disposição da empresa, não tendo os filhos ou marido
30
Por outro lado, espera-se que a mulher casada e que tem filhos suportará
melhor o ambiente de trabalho, principalmente os mais estressantes, porque precisa
da remuneração para sustentar a sua família. Seguindo nessa linha, as mulheres
solteiras com filhos sofrem ainda mais com essa pressão, uma vez que,
supostamente, ela não tem apoio financeiro de outras fontes, portanto, se dedicará
de forma mais intensa que as mulheres que tem um status marital diferente.
Já a mulher casada e que não tem filhos, principalmente na faixa etária entre
30 a 40 anos (considerada uma faixa etária adequada para a reprodução), é a que
mais sofrerá impactos do preconceito no mercado de trabalho. Quanto mais a idade
se aproximar dos 40 anos, mais essa mulher sofrerá o preconceito. Ela tem um
potencial maior de engravidar e se ausentar do trabalho por longos períodos –
licença maternidade, por exemplo – ou porque os filhos muito pequenos
demandaram cuidados e ausências constantes do trabalho. O relógio biológico passa
a concorrer com a carreira.
A questão marital e filhos como foi apresentado são algumas barreiras que
impactam o crescimento da mulher ocidental no mundo do trabalho, mas existem
outras tão discriminatórias e invisíveis como estas. A reportagem eletrônica de
Yannik D’Elboux (UOL, 2016) informa que especialistas nos estudos femininos
identificaram que sempre há um julgamento pairando sobre as mulheres,
independente de qual seja o seu status marital ou carreia escolhida por elas. A
matéria publicada atribui isso ao fato da sociedade ainda não estar acostumada com
o fato de a mulher ocupar o espaço público.
Andréa Steil (1997, p. 64) cita uma pesquisa realizada por Ohlott,
Ruderman & McCauley (1994) em que a escolha de gênero - e somente ela - é
determinante na escolha de um ocupante para a posição:
Articulando a fala de Andréa Steil com Lewin cada vez que as mulheres
avançarem no mercado de trabalho e alcançarem maior visibilidade, maior
reconhecimento e maior espaço de atuação, mais obstáculos se formaram e maiores
barreiras precisarão ser transpassadas.
Lewin (1945) explica que a mesma natureza dos processos que cria uma
"situação normal", ou seja, que os argumentos e justificativas que normatizam que os
homens são aptos para atuar no mercado de trabalho por serem fortes, por exemplo,
reforça o estereótipo de que as mulheres não estão capacitadas para o mesmo
mercado (se os homens são fortes, logo deve haver um grupo que é fraco. Se a
mulher é o oposto do homem, consequentemente seus comportamentos são opostos
também). "Experimentos relativos à pressão do grupo sobre o indivíduo demonstram
que, para este, o que existe como realidade é grande parte determinado pelo o que é
aceito socialmente como realidade."(LEWIN, 1945, p. 73). O autor complementa
dizendo que a realidade não é absoluta e difere de acordo com grupo ao qual o
indivíduo pertence e que ele mudará de acordo com as transformações que
7
Kurt Lewin foi estudioso da Psicologia Social que se dedicou a estudar a dinâmica de
relacionamento nos grupos. Dinâmica de grupo dentro da teoria de Lewin é entendida como a
relação estabelecida que as pessoas apresentam ao lidar com outras pessoas dentro de um grupo.
Ele entende que a família, igreja, escola ou a empresa podem ser os diferentes grupos em que o
indivíduo está inserido e eles podem ou não se interseccionar e influenciar de diversas maneiras o
indivíduo.
33
A autora também afirma ainda que esse preconceito impregna a visão que
a sociedade tem em relação mulher e a própria visão que a ela tem de si mesma.
Outro conceito trabalhado por Lewin (1945) e que deve ser mencionado
aqui é o de maioria psicológica, em que um grupo dispõe de estrutura e estatutos
que lhe permitem se auto determinar como responsável pelo destino coletivo. A
minoria psicológica é o grupo cujo destino está dependente da maioria psicológica. É
o grupo que sofrerá a discriminação.
A maioria psicológica utilizará todo seu poder para manter-se com status
8
Entrevista concedida para o professor de filosofia Gary Gutting, publicada no jornal The New York
Times em 15 de outubro de 2015 e disponível no site: www.feminismo.org,br
34
social diferenciado e privando a minoria de seus direitos, dessa forma poderá manter
os seus privilégios.
Cada vez que um ator social participa de uma situação na sociedade, ele
confirma a sua situação social. Uma mulher que está em uma situação social com
seu filho, é reconhecida como mãe e vai construindo a sua “imagem de mãe”, de
acordo com o que os outros vão lhe falando, somada a sua própria visão do que é
“ser mãe” em sua sociedade.
Ela também possui elementos mais profundos, que só são percebidos por
quem tem um contato diário e íntimo com a empresa, como os funcionários. Esses
elementos são: rituais, crenças, preconceitos, modelos mentais, tabus e outros
9
Antonio Ciampa, autor que apresenta à identidade como uma construção a partir da articulação
entre o Eu (Identidade) e a sociedade.
35
Com esse estudo podemos ter um exemplo claro de como a cultura patriarcal
está presente nas empresas.
10
Em seu estudo, Regina Madalozzo (2010, pág. 17) conclui que: “a existência de um Conselho de
Administração teoricamente implicaria em um maior distanciamento entre os interesses pessoais e os
interesses da empresa. Desta forma, o conselho tomaria decisões baseadas na eficiência e melhoria
na perspectiva de lucratividade da própria empresa. ” Em outro momento Regina Madalozzo (2010)
fala: “para um grupo composto majoritariamente por homens, a escolha de uma CEO mulher pode ser
menos provável - em 12% menos provável -, pois esta não necessariamente passa a imagem aos
membros do Conselho de seu alinhamento com suas propostas e características. Ao mesmo a
preocupação do conselho em ter uma boa imagem para o público em geral pode afetar a escolha de
gênero. Lee e James (2003) mostram que os reflexos na precificação das ações para as empresas
que anunciam CEO do gênero feminino são mais negativos do que para as que anunciam CEO
homens. ” (p.17)
37
Ante a esse cenário era quase impossível uma mulher ocupar a posição
de líder por conta do estereótipo de fragilidade criado para o gênero feminino. A
mulher dificilmente era e ainda é vista como alguém que pode ser enérgica,
ambiciosa ou influenciadora.
Alice Eagly (2001) afirma em seu artigo que as expectativas são diferentes
no ambiente corporativo quando falamos de homens e mulheres. A autora argumenta
que isso não interfere somente na atuação dos homens ou da mulher na execução
do seu papel como líder, mas também na forma como as pessoas veem o seu líder
homem e mulher e os comportamentos que cada um deveria emitir neste papel. O
papel de líder normalmente é estereotipado e vinculado a aspectos masculinos.
39
a. Segundo Alice Eagly & Linda Carli (2007) é a pessoa que mobiliza pessoas para
uma determinada meta devido ao seu poder de persuasão;
Ao se tornar uma mulher com cargo que requeira liderança, espera-se que
assuma os comportamentos descritos para o líder. É comum ouvir dentro das
empresas que a mulher em cargo de liderança parece com homem. Ela não pode ser
doce ou parecer fraca, precisa mostrar à que veio e provar o seu valor a todo o
momento.
Isso sugere que existem outros elementos que dificultam que a mulher se
40
Posto isso, como lidar com as demandas de ser a principal cuidadora dos
filhos com o desejo de ter uma carreira e atuar no mercado de trabalho? Será que
carreira e maternidade realmente combinam?
compartilhado, fazendo com que seja mais um fator que impacta na decisão de ser
mãe. Aparentemente, não há formas de se resolver esse arrependimento sem
causar danos à outras pessoas: filho, marido ou família. Diante da realidade de
supostamente poder optar por ser mãe e dentre muitos outros destinos que a mulher
pode seguir, o conflito se torna inerente (Badinter, 2011).
De acordo com Badinter (1980) foi somente a partir do século XIX que as
formas do amor materno ganharam o status e os contornos que vemos na
atualidade e onde também a gestação, parto, amamentação resumem o papel da
mulher encerrando-a e deixando-a com poucas alternativas para outras aspirações.
Até então, a criança era vista como um empecilho na vida dos pais.
Segundo Badinter (1980) grande parte das crianças não chegava ao seu
destino, morrendo no caminho para a casa de suas amas ou durante o primeiro ano
de vida. Dentre as principais causas, a autora relaciona: quedas das carroças
durante o transporte, má alimentação, falta de higiene, entre outros fatores. Muitas
famílias não faziam contato com as amas e não tinham certeza se seus filhos
estavam vivos até que fosse a época de eles retornarem para a residência, por volta
dos quatro anos de idade.
pessoalmente, que pelo menos um dos seus filhos chegasse à idade adulta para
produzir novos descendentes e garantir que a riqueza fosse mantida na família.
Segundo essa visão social, as boas mães são aquelas que são
responsáveis pela educação dos seus filhos, dedicadas incondicionalmente a todas
as demandas deles e é o modelo comportamento para a família ao mesmo tempo
também tem o papel de serem "guias morais para os maridos na sua volta ao mundo
de trabalho imoral e competitivo." (CHODOROW, pág. 19 apud MOURA & ARAÚJO,
2004) ”. A boa mãe além de ser aquela abnegada em favor dos seus filhos e da
família, também é amável, acolhedora, compreensiva. Como se fala popularmente
mãe é “padecer no paraíso”.
11
Algumas empresas fornecem uma licença maternidade maior, com duração de 6 meses. Porém,
são poucas as empresas que o fazem.
51
Segundo este autor "já não era mais possível pensar o papel materno
como o único disponível para as mulheres, embora permanecesse quase obrigatório
e claramente central” O papel materno aliado aos outros papéis não maternos
traduz-se em "uma experiência contraditória e ambivalente em relação ao papel
materno." (MOURA & ARAÚJO, 2004). Badinter (2011, p.136) afirma “a ideia de que
a mulher pode ser boa mãe e simultaneamente desenvolver uma bela carreira é
combatida”.
dedicação quase que exclusiva a ele: noites praticamente sem dormir ou com muitas
interrupções, dificuldades no processo de aleitamento, doenças ocasionadas pela
fragilidade do organismo da criança, afastamento temporário do parceiro e do
trabalho entre muitas outras situações.
Uma vez que a mulher supere a rotina com o seu filho e consiga retornar
ao mercado de trabalho, haverá novas situações a serem enfrentadas, já que no
mercado de trabalho ela sempre competirá com os homens e com as mulheres que
optaram por não ter filhos e estarão (hipoteticamente) disponíveis para o trabalho, a
mulher-mãe não competirá com ninguém. Inversamente do que aconteceu com a
mulher que foi buscar o mercado de trabalho, não vemos os homens disputando
com as mulheres o papel de cuidador dos filhos - a mãe é soberana e isso é
53
indiscutível.
No caso das mulheres mais abastadas pode-se contar com babás e/ou
escolas em período integral e pagar por elas porque custam um valor elevado e
proporcionam uma certa flexibilidade.
Embora exista essa alternativa, mesmo assim ela não está disponível
para todas as mães menos abastadas. Com frequência lê-se em jornal ou ouve-se
em noticiários que as vagas para as creches são limitadas e insuficientes. Muitas
vezes essas mães mesmo querendo e precisando trabalhar não têm como deixar
seus filhos com terceiros e nem conseguem contar com seus maridos.
12
De acordo com a pesquisa “Quem são elas? ” (2016) 12% das
mulheres estudadas realizam as atividades domésticas e/ou cuidados com os filhos
sozinha. Quando se analisa essa informação nas classes menos abastadas, esse
percentual sobe para 20%. Esses dados comprovam as informações apresentadas
nos parágrafos acima.
Por outro lado, como uma alternativa diante desse dilema, nota-se um
grande número de mulheres empreendedoras, como a possibilidade de se conciliar
esses dois papéis. De acordo o site Uol Economia (2013) 67% das mulheres que
são empreendedoras decidiram abrir sua empresa após se tornarem mães. Nessa
reportagem não se menciona a classe social das mulheres, mas considera-se o
número de mulheres em idade economicamente ativa e quantas estão atuando
como empreendedoras devido a necessidade de lidar com os filhos e com a carreira.
12
Pesquisa realizada em 2016 com quase 1.400 mulheres brasileiras pela Rede Mulher
Empreendedora (REM) patrocinada pelas empresas Avon, Itaú e Facebook. De acordo com a
pesquisa 85% dessas mulheres já eram empreendedoras e as demais tinham a intenção de
empreender. Pesquisa disponível em:
<https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms%2Ffiles%2F24675%2F1481030106ebook+%281%29.pdf>
55
Letícia, embora não tenha filhos ainda, menciona que ter tempo para se
dedicar ao futuro filho foi um dos pontos avaliados no momento de empreender:
Pensando já no futuro, talvez não tão próximo, mas de ter um filho e ter
tempo para ele. De ter um tempo com meu filho, de cuidar, de estar junto e
achei que trabalhando em casa isso poderia ser melhor, mesmo que eu o
deixe um tempo na escola, mas que não fosse em período integral. Para
que ele tivesse a mãe mais presente. E, então, eu comecei a pensar no que
eu poderia fazer pra (sic) adiantar esse plano, para que eu trabalhasse em
casa. Pensei no que eu que eu sabia fazer e que eu pudesse fazer da
minha casa, sem depender de ninguém e sem ter um investimento alto, já
que eu não tinha o que investir.
A atuação autônoma sugere ser uma das alternativas para a mulher obter
o reconhecimento e aliar todas as demandas que possui com uma carreira
superando algumas das barreiras que encontrada no mundo do trabalho.
57
Todas elas obedeciam aos seguintes critérios: ter filhos e/ou ter o
interesse em ter filhos em um futuro próximo; atuarem no mercado de trabalho e
terem modificado a carreira em algum momento de sua trajetória no mundo do
trabalho.
seu pai - e com as primas até os 12 anos de idade, conforme relatou em sua
entrevista. Após essa idade e até se casar, morou com o pai.
Ela tem 41 anos, é casada há nove anos, possui curso superior em Letras
e formação em psicanálise. Atuou por 25 anos como professora de Português em
curso preparatório para concurso público. Também atuou por 10 anos como
psicanalista atendendo em consultório particular.
Para que os fatos trazidos por essas mulheres façam sentido preciso que
sejam “costurados com um fio de sentido que lhe dê alguma razoabilidade para
serem compreendidos”, de acordo com Critelli (2013, p. 31). Eles precisam ser
arranjados de forma que seja possível lidar com eles. Para analisar o conteúdo
obtido com as entrevistadas, decidi agrupá-los nas seguintes categorias de
significado:
63
Mila comentou que a carreira foi o seu foco de vida por vários anos até se
casar. Dedicou-se intensamente para ter a formação atual, fazendo diversos cursos
64
de especialização.
Desde os quinze anos eu já passava dieta para todo mundo, junto com o
esporte. Decidi ser nutricionista e eu sempre quis ser a primeira. Então, eu
fiz a faculdade mais cinco especializações, Sempre competindo com todo
mundo e ia em todos os cursos, Era tudo 80 (sic). Sempre sabia mais que
todo mundo, lia 50 livros ao mesmo tempo e assim foi. Sempre fui
competitiva. Competia sozinha! Porque na minha profissão eu vou competir
com quem?! Eu tenho consultório (riso). Então, eu virei uma workaholic.
Trabalhava 15 horas por dia, estudava, trabalhava em dois empregos e
sempre quis ser rica. Mas eu ser uma pessoa rica, por mérito próprio
(enfatiza isso!) Meu objetivo era ter dinheiro. Eu! Não ter o dinheiro do meu
marido. Sempre fui uma pessoa de objetivos fortes. E comecei a trabalhar
enlouquecidamente e nunca imaginei que fosse casar, nem nada, porque a
minha vida era trabalhar.
Então você faz um curso aqui, faz especialização ali, faz uma pós e de
repente o mercado não responde àquela expectativa toda que você tem.
Depois entra o filho e é um elemento a mais para dificultar a situação. Só
que quando vem a maternidade, entra o conflito porque você tem uma
demanda muito grande para gerenciar as coisas no trabalho que não é
compatível com a nova realidade porque você passa a ter o filho como
prioridade. No mercado de trabalho, ela [mulher] perde espaço quando vira
mãe. Para você conseguir conquistar o espaço na empresa e para você
manter esse espaço, você tem que se dedicar. Uma coisa vai ser deixada
em segundo plano. Você tem que dar uma prioridade. Significa que você vai
fazer mal uma coisa e a outra você vai fazer bem. Mas ter excelência nas
duas, eu acho que isso realmente é bem difícil. Você escolhe. Por isso, que
eu falei que é difícil: se você escolhe ser uma grande profissional nessa
área, você está escolhendo não ter filho. Porque não dá! É incompatível. É
incompatível porque a criança não ficar te esperando até meia noite você
voltar do trabalho. Aos sábados acontece com frequência você voltar meia
noite para casa. A criança precisa brincar, a criança precisa sair, a criança
precisa passear. Tem que estar ali presente. Porque é nessa hora que a
66
criança vai falar das coisas do dia a dia, dos problemas, das dificuldades.
Se você está o tempo todo fora, não significa que você é uma mãe ruim.
Não é isso! Mas significa que você é uma mãe ausente - no sentido de
poder partilhar esses pequenos momentos. Eu acho que existe hoje uma
fantasia muito divulgada, inclusive na mídia da super-mãe, da mulher linda,
maravilhosa, que se cuida, que não sei o quê. E que tem todos aqueles
cuidados com as crianças e que sabe tudo, e que administra tudo, come o
que não pode, não pode. Eu acho que a coisa é mais simples do que isso.
Mariana fala que ou trabalha até meia noite ou dedica tempo para brincar
com o filho, que dificilmente ficará acordado até meia noite esperando a mãe chegar
do trabalho para brincar. As necessidades de uma criança pequena se tornam
incompatíveis com a carreira. Em todos os casos, as entrevistadas verbalizaram que
fizeram adaptação em suas carreiras para conciliá-las com o papel materno.
Letícia menciona que um dos motivos que decidiu mudar sua carreira é
porque pretende ter filhos e dedicar-se a eles. Por isso, ela foi incluída nesta
categoria.
Você tem conta para pagar, médico para levar e tudo mais. Você tem que
dar a estabilidade para a família e este emprego [nova carreira] me dá. Ela
(estabilidade) é muito positiva. Eu tenho pensado hoje nisso. A estabilidade
me dá mais satisfação que se eu dedicasse à carreira de professora, do que
talvez se eu ficasse só na satisfação de ser professora. É claro agora eu
tenho uma profissão central, um trabalho central que é prioridade. Mas eu
posso fazer as duas coisas, eu estou tentando conciliar o melhor dos dois
mundos. Para poder inclusive, a questão de trabalhar com uma jornada
definida de 6 horas. Teoricamente, você fica um pouco mais, mas eu tenho
tempo de ficar com a minha filha, tenho estabilidade e ainda posso ser
professora. [A nova carreira] atende as necessidades no sentido de que ela
me deixa mais tranquila para ser mãe. Facilita para eu cuidar da minha filha.
Se eu preciso ir ao médico ou preciso fazer uma cirurgia, então eu tenho 2
dias de licença médica, que eu posso ser remunerado e tudo mais o que eu
não tenho no mercado privado, como autônoma. De forma nenhuma. Então,
eu acho que como mãe ficou mais fácil nesse sentido: eu tenho um
trabalho, eu tenho uma remuneração e tenho um tempo mais ou menos
certo para ficar com ela. Organizou de certa forma a vida.
papéis. Elas não relatam se o tempo dedicado a cada um dos papéis é o ideal, sob
seus pontos de vista, mas parecem satisfeitas com as escolhas que fizeram.
Por outro lado, mesmo havendo a questão social onde o trabalho feminino
sofre com as barreiras discriminatórias, as minhas entrevistadas me contaram que
se sentem satisfeitas e reconhecidas com o novo direcionamento que deram para
suas carreiras.
Eu sou muito reconhecida pelo meu trabalho e nem quero ser tanto. Então,
hoje eu acabo evitando os pacientes. Eu, eu tento não aceitar novos
pacientes. Porque senão minha agenda ficará cheia e eu não ‘dou conta’.
Tudo isso que eu conquistei em 20 anos estudando, eu não quero mais
esse reconhecimento. Mas eu me cobro, porque eu tenho a cobrança de ser
mãe, tem a cobrança do trabalho. Mas eu estou tentando achar um
equilíbrio.
Ás vezes me faz falta não ter alguém para conversar, porque fico sozinha.
Eu sinto essa necessidade de ver pessoas. Fico dias sem sair de casa,
mas, eu já queria minha independência. Então, hoje, tudo que eu faço, eu
não dependo de ninguém. Se eu preciso comprar os ingredientes das
minhas coisas, eu vou. Vou fazer entrega ou qualquer coisa, eu pego o
carro e vou sozinha. Não preciso de ninguém, que depende de alguém para
alguém ter uma resposta de alguma coisa. Tudo depende de mim, eu não
sou cobrada, por isso, a não ser por mim mesma. E eu sou a minha própria
chefe. Eu percebi que realmente, hoje, me sinto mais leve.
Mariana comenta:
No outro trabalho, como professora, eu ganhava bem mais, enfim, deu para
fazer esse meio termo. Agora, o que eu acho que é complicado para a
mulher, quando a gente tem, como eu disse, tem essa expectativa toda. As
mulheres hoje estão demorando mais para serem mães. Investindo muito
na carreira: porque que eu tenho que ter isso, eu tenho que conquistar, não
sei mais o que. Independente de filho, independente de marido,
independente de família. Você tem que ter alguma coisa que dê sentido
para você. Uma coisa que seja sua, que você goste de fazer.
Independentemente de aposentadoria, de idade. Eu acho que a gente tem
que ter alguma coisa que a gente goste de se dedicar. Porque se a gente
não tem isso, tudo fica muito morno. Muito sem graça. Então, alguma coisa
que dê paixão, eu acho que é muito bom para a vida.
Na visão de Mila:
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Letícia verbaliza isso com mais intensidade quando fala que tem não
depende de ninguém para fazer o seu trabalho (não somente a confecção de doces,
mas as entregas).
Letícia relata que encontrou a atividade que lhe dá prazer, Mila afirma que
o equilíbrio atual entre trabalho e vida pessoal é satisfatório e Mariana menciona
que, por conta da estabilidade financeira que o trabalho lhe proporciona, acredita
que fez a escolha acertada.
Letícia atua como autônoma e por isso deixou de ter grande parte dos
direitos trabalhistas se comparado a sua situação de trabalho anterior. Os direitos
trabalhistas que ela não tem mais acesso são: 13º salário e aviso prévio indenizado.
Outros direitos ela poderá manter, desde que contribua para a Previdência Social e
Fundo de Garantia.
manter a questão de gênero onde novos elementos que irão compor o conselho
também serão homens. A avaliação, na maior parte das vezes, não considera as
competências, ou a experiência anterior ou sua capacitação técnica.
Mas se ampliasse a minha pesquisa incluindo o que outros atores sociais pensam
do trabalho que elas executam, talvez não encontraria um reconhecimento real.
Nancy Fraser (2015) também traz uma possível resposta para essa
questão: a divisão sexual do trabalho. Enquanto as atividades de produção,
normalmente associada ao trabalho masculino e remunerada, as atividades de
reprodução, normalmente associado às mulheres, sem remuneração e ligados às
tarefas de cuidado. As mulheres terão fragmentos de emancipação e não a
emancipação completa enquanto essa estrutura permanecer da forma como se
apresenta (FRASER, 2015). Pode-se acrescentar que mesmo quando remuneradas,
as mulheres ocupam posições de menor jornada consequentemente com salário
menor ou posições de menor prestígio.
dedicação ao outro, logo ela é alocada dentro desse coletivo onde o trabalho
realizado no ambiente privado não é reconhecido.
Podemos supor que os fatores sociais como o papel da boa mãe que
ainda impera na nossa sociedade, onde a mãe é quem assume o cuidado com os
filhos enquanto o homem sai para trabalhar, continua sendo a cultura presente.
Desse modo, elas não percebem que possuem uma autonomia parcial em suas
decisões ou a percebem, mas preferem não lidar diretamente com ela, evitando
sofrimentos que não possam lidar.
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4 - Considerações Finais
Meu objetivo geral com esta pesquisa era reunir evidências e analisar
como as mulheres ocidentais contemporâneas lidam, enfrentam e superam os
obstáculos que encontram em seus “labirintos”. Cheguei à conclusão de que na
impossibilidade de equilibrar igualitariamente a carreirae a com as demandas que
são esperadas para a mulher com relação à maternidade, a adaptação de carreira
pode ser uma alternativa viável para muitas mulheres.
Considero esse fator como uma barreira porque no caso das mulheres
que não têm filhos e nem pretendem ter, precisarão mostrar esse grau de interesse
e disponibilidade para a empresa, a fim de se manterem competitivas com os
homens. Como apresentado no capítulo 1, mesmo em carreiras consideradas
femininas os homens têm uma vantagem, somente pela questão de gênero.
pessoais de cada mulher e, portanto, para algumas a adaptabilidade pode não ser a
melhor alternativa, mas com certeza é uma saída do “labirinto”.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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01 dezembro 2016
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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
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LIMA, Aluísio. Ferreira & LIMA, Meire Silva de. A Teoria de Crítica de Axel
Honneth: uma (breve) discussão sobre a Teoria do Reconhecimento e seus
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www.scielo.br/pscoc/v24n2/06.pdf. Acesso em 25 novembro 2016.
THOMSON REUTERS. The top five issues facing woman at work. 2015.
Disponível em: < https://www.thomsonreuters.com/en/articles/2015/top-five-issues-
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Essa pesquisa não oferece danos e nem risco a integridade física das
participantes.
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Entrevistada Pesquisador
Nome: Nome:
Testemunhas:
Nome: Nome: