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É a quantia em dinheiro, ou outro bem fungível, que uma das partes contratantes
entrega à outra antecipadamente com o objetivo de assegurar o cumprimento da obrigação.
Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de
arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser
restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal.
Se o dinheiro já foi dado, este fica computado.
Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por
desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu
haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e
honorários de advogado.
Se as arras foram concedidas e uma das partes não cumpriu o contrato, quem
concedeu as arras poderá perdê-las. Aquele que recebeu o sinal, poderá quem as deu (aquele
que entregou aquele valor inicial) exigir sua devolução mais o equivalente.
Verificando-se a concessão de arras, devemos ter em mente que, caso exista o sinal do
negócio e a parte que concedeu o sinal não efetivar o contrato, a obrigação, terá por efeito a
perda do sinal. De outra sorte, caso a não execução da obrigação seja verificada por
responsabilidade advinda daquele que recebeu o sinal deverá devolver o valor recebido a
título de arras acrescido do equivalente.
Ou seja, devolve-se o que recebeu e repõe-se o mesmo valor.
Qual é a ideia central? Supondo-se que se celebre o negócio com alguém, dá-se a
título de arras determinado valor, nisso não se cumpre a obrigação. Se você deu sinal de
negócio e não o cumpriu, você perde o negócio.
Entende-se o seguinte, se eu entrego R$1.000,00 a sinal de negócio. Eu o perderia se
não cumprisse o contrato. Se quem recebeu os R$1.000,00 não cumpre o contrato, devolve-se
o valor a título de arras e ainda por cima indeniza o equivalente, com o valor corrigido.
Por quê? Não seria razoável se a outra parte não devolvesse o que está no contrato.
Trata-se do valor atípico de sinal de negócio. Essa ideia foi pensada visando o contrato em
que se efetiva a obrigação dali a um tempo e então se dá um sinal de negócio para que a outra
parte pense em não cumprir com o contrato. Pensa-se na seriedade em fechar o negócio pois
se preocupa em mexer no bolso.
Esse valor que ela devolve não seria, a rigor, as arras. A arras é o sinal de negócio.
Nós temos, também, classificações de arras: de regra, as arras são tidas como
confirmatórias, devendo as penitenciais (cláusulas de arrependimento) serem
caracterizadas em específico.
Não é um instituto muito preso, e não é muito travado.
Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior
prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a
execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da
indenização.
Dá-se 5 mil contos e a outra parte teve prejuízo de 8 mil. A outra parte pode cobrar
os outros 3 se teve um prejuízo.
De regra, as arras são tidas como confirmatórias. Eu não cumpri o contrato. Como
existe o sinal e a outra parte está impedida de exigir com o cumprimento do contrato, ela
pode optar pela indenização. Não é porque existem as arras é que elas não poderão ser
utilizadas com o cumprimento do contrato.
Havendo um prejuízo maior que as arras, cobram-se o valor delas, além de o que se
foi perdido.
Não é porque elas não estão no contrato é que não se poderá exigir a satisfação do que
foi perdido.
Embora, por vezes, estejam previstas as arras, poderá a parte inocente exigir a
satisfação do contrato. Nesta hipótese, as arras valem como um mínimo indenizatório a ser
auferido na quantificação das perdas e danos.
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das
partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu
perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o
equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.
As arras são consideradas como penitenciais na hipótese de assim estarem
expressamente convencionadas quanto ao direito de arrependimento ou desistência do
contrato. Nesta casuística, as arras valem como verba indenizatória pré-fixada, sendo assim,
quem entregou as arras e não cumpre a obrigação, perde o sinal. Em outra esteira, se o
desistente é quem recebeu as arras, deverá devolver o sinal acrescido do equivalente.
RESPONSABILIDADE CIVIL: