Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 64 mil pacientes
na fila de espera por um transplante de órgãos. Dados da
Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) mostram que 2.333 pessoas morreram à espera de um transplante no ano de 2015. Muitas famílias ainda rejeitam a doação por dilemas éticos e por falta de informação. Nesta lição, veremos os pontos mais relevantes desta importante questão e concluiremos que doar é uma expressão do amor cristão (1Jo 3.16). Se a única chance de vida que você tivesse, fosse um transplante de órgãos (exemplo: coração, pulmão). E alguém chegasse para você com a seguinte notícia: Temos um doador, você não vai mais morrer! Como você se sentiria?
Certamente você se sentiria grato a essa pessoa que
salvou a sua vida. Mesmo que esta já não estivesse mais entre nós, ou seja, que já tenha morrido. Parece algo fictício, mas esta é uma realidade, que acontece diariamente, na vida de muitas pessoas que estão a espera de um doador.
Infelizmente, muitos não terão a mesma
oportunidade, e acabarão morrendo na fila de espera, por não conseguir um transplante a tempo de salvar sua vida. É chamado de transplante de órgãos e tecidos, o procedimento cirúrgico que busca retirar um órgão ou tecido (ou parte deles) de um indivíduo (o doador), para os realocar em outra pessoa que esteja necessitando (o receptor). Um único doador pode salvar ou melhorar até 25 vidas. A retirada dos órgãos se dá após a constatação de morte encefálica, após se esgotarem todos os meios de ressuscitação por uma equipe médica. Os médicos tem o dever de explicar claramente a família, que a morte cerebral significa o falecimento daquela pessoa, mesmo que ainda haja batimentos cardíacos e respiração. Ninguém pode obrigar uma família a doar os órgãos da pessoa falecida, todavia, é de extrema importância a família ter consciência, de como esse ato é essencial para salvar a vida de terceiros. É de inteira responsabilidade da família decidir se haverá ou não a doação. Existem também casos de transplantes entre pessoas vivas, como é o caso de transplante de rins e fígado. Aprendemos na lição 4, que falava sobre Ética Cristã e Aborto. Que a vida humana começa na fecundação, ou seja, quando forma-se o embrião. A implicação ética, no transplante de células-tronco embrionárias, está no fato de que: Após a retirada de tais células, o embrião é destruído, o que seria a cessação da vida daquele ser humano no seu primeiro estágio. Mesmo que este ainda não possua forma, entendemos pela Palavra de Deus, que não temos o direito de decidir se deve viver ou morrer, pois a Palavra ensina que: “Deus é o que tira a vida e a dá...” (1 Sm 2.6). Destacamos o sentimento altruísta dos gálatas.
Eles diziam que, se possível fora, arrancariam os
próprios olhos e os dariam a Paulo, afim de amenizar o seu sofrimento.
O que é ser altruísta? Em síntese, podemos dizer que é
abrir mão de seu benefício próprio, para o bem de seu semelhante. É o que chamamos no cristianismo de amor ao próximo. O antônimo de altruísta é egoísta, uma pessoa que não é altruísta é egocêntrica, ou seja, pensa sempre em primeiro lugar nos seus próprios interesses e nunca nos dos outros. O próprio apóstolo Paulo é um exemplo claro de doação em prol do Reino de Deus.
Ao receber a revelação dos perigos que o
aguardavam em Jerusalém, ele declarou estar disposto não apenas a sofrer, “mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus”. (At 21.13) O maior exemplo de doação que temos na bíblia, sem dúvida alguma é o do próprio Senhor Jesus Cristo.
Ele entregou a sua vida por nós de forma voluntária.
Jesus diz: “ Por esse motivo o Pai me ama; porque Eu
entrego a minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim; antes Eu a entrego de espontânea vontade...” (Jo 10. 17,18 / KJA) Empatia é a capacidade de sentir o que a outra pessoa está sentindo, ou seja, é colocar-se no lugar do outro.
Este princípio está fundamentado nos ensinamentos
de Cristo que nos diz: “...tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.” (Mt 7. 12) Muitos, devido a questão da ressurreição, por exemplo, ficam em dúvida quanto a doação de órgãos.
Precisamos entender, que este corpo que possuímos
não vai entrar no céu, mas terá que ser transformado em um corpo glorioso. (1 Co 15. 50-57)
Uma pessoa amputada, por exemplo, ressuscitará
com um corpo perfeito. Alguém que nasceu com a falta de algum membro, irá ressuscitar com o corpo completo. Há coisas na bíblia que não vamos encontrar, pois não havia na época em que foi escrito, como é o caso da doação de órgãos. Para isto, precisamos do discernimento do Espírito Santo, para sabermos o que é certo e o que é errado.
Na questão da doação de órgãos, o princípio do
amor deve ser usado.
“Conhecemos o amor de Deus nisto: que ele deu a sua
vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.” (1 Jo 3.16) A doação de órgãos em vida, ou depois de morto, é um elevado gesto de amor. Esta ação em nada contraria os preceitos éticos ou bíblicos, exceto no caso de células-tronco embrionárias. Porém, ninguém deve ser forçado à prática de tão nobre gesto. O ser humano não pode ser "coisificado" e nem sua vontade pode ser desrespeitada. Doador e receptor expressam a imagem e a semelhança de Deus (Gn 1.26).