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28/08/2017 Parecer Nº.

19/PP/2011-G - Ordem dos Advogados

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Parecer Nº. 19/PP/2011-G


17 DE JUNHO, 2011

PARECER
 
 
 
OBJECTO
 
Veio a ilustre colega, Sr.ª Dr.ª …, pedir emissão de parecer, no sentido de “aferir” da existência, ou não, da incompatibilidade entre o exercício da
advocacia e a sua actividade de técnica superior jurista da Divisão de … da Câmara Municipal …, em que exerce “funções técnicas nos domínios da
organização de processos de contratação pública/elaboração de pareceres jurídicos no âmbito de procedimentos de aquisição de bens e serviços”.
 
PARECER
 
Os valores ético-deontológicos da advocacia impõem a quem a exerce absoluta “independência e disponibilidade” na defesa dos direitos e interesses
confiados, com “plena autonomia técnica e de forma isenta, independente e responsável” (Cfr. n.º 1 do art. 76.º do E.O.A.).

Daí que tal exercício (da advocacia) seja “inconciliável com qualquer cargo, função ou actividade que possam afectar a isenção, a independência e a
dignidade da profissão” (Cfr. n.º 2 do cit. art. 76.º do E.O.A.).

Assim, parece-nos evidente que é incompatível com o exercício da advocacia o cargo de técnico(a) superior jurista de uma Câmara Municipal, com
funções em domínios de processos de contratação pública e de elaboração de pareceres jurídicos.

Tal incompatibilidade resulta, desde logo e expressamente, da al. j) do n.º 1 do art. 77.º do E.O.A. .

Além de que sempre tal (incompatibilidade) resultaria daqueles “princípios gerais”, atrás referidos, decorrentes dos também mencionados n.ºs 1 e 2 do
art. 76.º do E.O.A..

Com efeito, é patente (e salvo sempre o devido respeito) que um advogado(a), no exercício daquela função de jurista de uma Câmara Municipal e em
áreas tão sensíveis como são a da contratação pública e elaboração de pareceres, não terá, em regra, a independência e a isenção, exigíveis, em
absoluto, no exercício da advocacia.

Ademais, e tal como temos vindo a entender em objectos de parecer semelhantes, o exercício daquele cargo de jurista em Câmara Municipal pode
proporcionar, directa ou indirectamente, condições de angariação de clientela ao advogado(a) em causa.

Por isso, e em suma, fez bem a ilustre colega, Sr.ª Dr.ª …, em pedir a sua suspensão, enquanto durar o exercício daquele cargo.

Outra coisa seria, embora não objecto deste parecer, se a ilustre colega, ou qualquer advogado na mesma situação, pretendesse exercer a advocacia,
em regime de subordinação e em exclusividade, ao serviço da dita Câmara Municipal, que é (seria) permitido (Cfr. n.º 3 do art. 77.º do E.O.A.).

 
EM CONCLUSÃO
 
1) Os valores ético-deontológicos da advocacia impõem a quem a exerça absoluta independência e disponibilidade;

2) O exercício da advocacia é incompatível com qualquer cargo, função ou actividade que possa afectar a isenção, a independência e a dignidade da
profissão;

3) É incompatível com o exercício da advocacia o cargo de técnico(a) superior jurista de uma Câmara Municipal, com funções, nomeadamente, na
contratação pública e na elaboração de pareceres;

4) Será permitido o exercício da advocacia a quem se encontra na situação referida em 3), se o fôr em regime de subordinação e em exclusividade ao
serviço daquela edilidade.

 
É este, s.m.o., o n/parecer, a submeter à deliberação do Conselho Geral, na próxima reunião.
 
 
Viseu, 15 de Junho de 2011
 
 

Relator: A. Pires de Almeida

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