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Laboratório de Comunicação - 1

Ao futuro Comunicador,

Esse material será utilizado durante a disciplina Laboratório de Comunicação, semestre


2009.1. E tem como objetivo facilitar apreensão do conteúdo estudado em sala de aula. É
importante ressaltar que a leitura da apostila não pode ser a única forma de conhecimento
utilizada; sendo necessário o comparecimendo às aulas e a leitura de outras publicações (ao
final, há indicações dos livros utilizados como base para o desenvolvimento dessa apostila).
Mesmo após algumas revisões, a apostila pode conter alguns erros, então, atenção.
Faça as anotações de alterações e me avise. Dessa forma, esse material será um trabalho
conjunto e em pleno aperfeiçoamento, pois sugestões são sempre bem vindas!
Aqui você encontrá o planejamento de aula, que pode sofrer alterações conforme o
andamento das aulas; o planejamento do 4º tempo programado para acontecer às sextas-
feiras (as datas estão indicadas para cada turma); as orientações para o desenvolvimento dos
trabalhos de vídeo; conceitos; exemplos e bibliografia.
Qualquer dúvida ou comentário: erica@ericaribeiro.com.

Bom semestre todos.

Érica Ribeiro

Laboratório de Comunicação - 2
LABORATÓRIO DE COMUNICAÇÃO Planejamento de aulas para 2009.1

Data Conteúdo
FEVEREIRO
12 Apresentação da disciplina, trabalhos a serem realizados e 4º tempo.
19 Exposição dos trabalhos realizados ao longo do semestre e revisão
26 Carnaval – dias concedidos
MARÇO
5 Narração em ficção – estilos
12 Exibição do Festival do Minuto e Minuto UVA
19 O Roteiro – Pontos de vista, pontos de foco.
26 Atos, Ponto de Virada, Conclusão dos fatos
ABRIL
2 Construção do personagem
9 Revisão para prova - Véspera de feriado. (?) Entrega dos vídeos.
16 P1
23 Feriado de São Jorge
30 Exibição dos vídeos ficção
MAIO
7 Entrevistas – perguntas, roteiro, cortes. Propaganda: depoimento.
14 Apresentação – cenário, vestimenta, roteiro (passagem). Propaganda: o garoto
propaganda.
21 O áudio. Seqüência de sons. Ficção e realidade.
28 Finais e inícios. Comparativos – Roteiros x PP e Jornalismo
JUNHO
4 Revisão para prova. Encerramento da disciplina.
11 Feriado Corpus Christi
18 P2
25 2ª Chamada
2/7 P6

PLANEJAMENTO 4º TEMPO

 Primeira aula
Desenvolvimento do exercício proposto em:
1COM33A: 27/3 1COM33B: 20/3

O estudante deverá levar para aula uma narração, ilustrada por imagens (fotos ou desenhos), sobre
algum acontecimento que tenha vivido ou visto. A sugestão foi para que tivessem desenvovido as idéias
no carnaval. Sem esse material, não terá como desenvolver o trabalho a ser proposto.
Objetivo: mostrar que uma história pode partir de uma situação real.

 Segunda aula
Desenvolvimento do exercício proposto em:
1COM33A: 17/4 1COM33B: 3/4

Será voltada para a observação de personagens.

 Terceira aula
Desenvolvimento do exercício proposto em:
1COM33A: 8/5 1COM33B: 15/5

Exibição do vídeo 7’ minutos, da Cavideo Produções e , talvez, do documentário Visita Íntima.


O estudante deverá levar algum equipamento de gravação para esse dia.

 Quarta aula
Desenvolvimento do exercício proposto em:
1COM33A: 29/5 1COM33B: 5/6

Exibição de filme e debate. Identificação de paradigmas.

Laboratório de Comunicação - 3
TRABALHOS PARA O SEMESTRE

Trabalho 1: vídeo minuto

Produção de um vídeo de 1’ (um minuto) seguindo determinado gênero e estilo, estabelecendo os


parâmetros básico para a identificação.
Componentes: até 5 alunos.
Temas propostos:
 O que eu quero ser
 Profissão, perigo?
Dead line (data de entrega): 9 de abril

Atenção:
 O trabalho não deve infringir as leis de direitos autorais, sob o risco de perder pontos na
avaliação.
 Deve possuir, no MÁXIMO, 1’, incluindo a abertura e os créditos finais.
 A abertura é importante para informar, principalmente, o nome da produção. Pode conter
também indicações sobre atores, participações especiais e direção.
 Cuidado com os enquadramentos.
 Não deixe os créditos dos seu vídeos maior que a produção.
 Não esqueça que os créditos fazem parte do seu vídeo.

Créditos finais – sugestão

Universidade Veiga de Almeida


Curso de Comunicação Social
Laboratório de Comunicação
Prof. Érica Ribeiro

Elenco
Produção executiva
Direção
Produção
Roteiro
Câmera
Edição
Agradecimentos

Trabalho 2: vídeo documentário ou institucional

Componentes: até 5 alunos.


Tempo:
 Documentário – no MÁXIMO, 5’ (cinco minutos)
 Institucional – EXATAMENTE 1’ (um minuto)
Temas propostos:
 Euclides da Cunha (por conta dos 100 anos de morte)
 Carmem Miranda (celebração pelos 100 anos de nascimento)
 Charles Darwin (200 anos de nascimento e a teoria da evolução)
 Proclamação da República (120 anos em 15 de novembro)
Dead line (data de entrega): 18 de junho

Atenção:
 O documentário deve conter dados históricos. Ele é um documento sobre o assunto proposto.
Entrevistas e imagens são essenciais para das movimento e credibilidade ao vídeo.
 O vídeo instituição ele é uma exaltação do que há de melhor, não é uma venda de um produto,
mas sim de uma idéia, um ideal, uma ‘imagem’.
 Neste último trabalho, o grupo estará livre para utilizar o material que melhor encontrar, sendo
que os usos da criatividade e da inovação serão levados em conta.
 Veja a sugestão sobre abertura e créditos do trabalho anterior.

Laboratório de Comunicação - 4
1. O TEXTO NARRATIVO

Alguém em algum lugar fazendo alguma coisa

O texto narrativo tem a função de contar uma história. Assim, uma narrativa é a exposição de
acontecimentos de certa forma encadeados – entrelaçados por meio de palavras e, no caso do
audiovisual, também imagens.
Wink (2007, p. 7) considera as palavras de um grande estudioso da Comunicação – Marshall
McLuhan, que diz ‘Os meios são as mensagens’ – para trazer a tona três tipos de narrativa existentes na
comunicação contemporânea:
a) Narrativa clássica: é relacionada a comunicação escrita; faz parte da cultura letrada. A produção
é, quase sempre, individual.
b) Narrativa audiovisual: surgimento no século XIX, com o cinema, e se desenvolve ao longo do
século XX. É caracterizada pela utilização dramática de som e imagem, estando incluída em uma
cultura audiovisual. A produção é coletiva e envolve um equipe multidisciplinar. A difusão é,
principalmente, feita pelo cinema e pela TV.
c) Narrativa interativa: vem de uma relação entre as narrativas clássica e audiovisual, mas se
relacionam com “um modo de sentido baseado nos conceitos de virtualidade, interatividade e
colaboração” (Wink, 2007, p. 8). A cultura digital é hoje o maior desafio para os roteiristas
atualmente, pois o público deseja participar também das criação e não ficar passivo diante do
que consome. Assim, há uma mudança na produção dos audiovisuais, que passam a se
desenvolver mais por compartilhamento e cooperação.

Para a disciplina de Laboratório de Comunicação, trabalharemos mais com a narrativa audiovisual –


uma associação da narrativa clássica + verbal + visual + sonoro + plástico + dramático. No entanto,
deveremos pensar nas interações e no ambiente web para o desenvolvimentos dos projetos.

1.1. Características
a) Segue ordem cronológica – narra um fato começando do início e indo para o fim.
b) A ordem cronológica pode ser de tempo ou psicológica – neste, pode apresentar flashbacks ou o
raciocínio do personagem que faz a história.
c) Pode ser em 1ª ou 3ª pessoa.
a. Primeira pessoa: o narrador participa do fato
b. Segunda pessoa: o narrador não participa dos fatos
d) Possui ação: alguma “coisa” deve acontecer.
e) Pode ter diálogos ou não.

1.1.1. O que deve conter:


a) Narrador: quem conta a história.
b) Personagem: deve ter características físicas e psicológicas. O enredo, muitas vezes, pode vir
daqui; assim como também o porquê das situações vividas dentro da história.
c) Enredo: ação, seqüência de fatos. É o resultado da atuação/ação do personagem.
i. O personagem fazendo alguma “coisa” em certo lugar em determinado momento
e durante algum tempo.

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d) Cenário: onde a história de passa, qual o contexto. Deve ter relação com a “trama” e deve se
integrar aos demais elementos.
e) Tempo: quando se passa a história e por quanto tempo (duração).
f) Conflito: situação que traz uma tensão narrativa, faz a história se desenrolar.
g) Clímax: ápice da história. A situação criada pelo narrador vai aumentando até atingir ponto
máximo.
h) Desfecho: cada personagem se encaminha para o seu destino, final da história.

ATENÇÃO AO TEXTO NARRATIVO

 Tente não repetir as palavras – isso pode cansar o leitor.


 A história deve conter começo, meio e fim.
 Ápice/Clímax: quando o ponto alto da história acontece – NÃO ESQUEÇA DELE!
 Não deixe situações mal resolvidas ou esqueça de personagens (surge e some como “fumaça”).

1.2. Gêneros cinematográficos

Os roteiros, de um modo geral, seguem um “modelo” de narrativa. A esse modelo, podemos


chamar de gênero – o tipo de filme em que o roteiro se enquadra.
É importante ressaltar que ele não precisa ser único, seguir apenas a uma das narrativas, ele
pode misturar os gêneros. No entanto, sempre vai ter um predominante.
Abaixo, alguns dos gêneros e suas características básicas:

a) Ação: normalmente envolve protagonistas contra antagonistas (atua no sentido oposto –


adversário; no Brasil, é o vilão). O problema é solucionado por meio de força física. Visto muito
em filmes de faroeste, crimes, guerra e espionagem. Os personagens são agentes secretos,
militares, lutadores, pistoleiros etc.
b) Aventura: mundo heróico. A ação ocorre em lugares pouco usuais (florestas, desertos, geleiras,
espaço); a ambientação, na maior parte das vezes, é mais importante que a história; os
personagens lutam para conquistar alguma coisa, mas nem sempre utiliza a força física (somente
quanto estritamente necessário). O objetivo pode ser o conquista de tesouros, conhecimentos,
equipamentos, pessoas. Nem sempre o personagem principal é o “mocinho”, mas tem “boas
intenções”.
c) Comédia: utilizam piadas, fatos “lugar comum”, situações surreais e surpresas. O desenrolar da
história parte de um engano e a narrativa se desenvolve à medida que o personagem mais é
enrolado por esse equívoco.
d) Drama: algo acontece e transforma a vida dos personagens de forma inesperada.
e) Suspense: traz sentimento de apreensão ao espectador. Espera-se sempre que alguma situação
irá acontecer, mas ela é adiada, por exemplo.
f) Terror: teve provocar medo. Lendas, mitos, fantasmas, bruxas, vampiros, seres de outro planeta
e mortos normalmente fazem parte da história. Hoje, menos relacionados a esses temas, pois

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temos diversos exemplos que são mais relacionados a romances e aventura que ao terror, como
Entrevista com o vampiro, Harry Potter e O Crepúsculo.
g) Romance: envolvimento amoroso entre dois personagens, que passam por diversos obstáculos
para terminarem juntos.
 Romance dramático: obstáculos não esperados que não estão sobre o controle do
casal acontecem. O casal pode não terminar como o esperado.
 Comédia romântica: obstáculos do cotidiano fazem parte dessas tramas. Normalmente
o casal é separado por algum problema que depende somente deles para ser
solucionado.

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2. O ROTEIRO

“Texto de um filme estruturado em uma série de sequências na ordem em que


deverão ser apresentadas, com indicações relativas a personagens, cenários e
diálogos” (Dicionário de Comunicação).

O maior ou menor detalhamento do roteiro depende – tem relação direta – com o tamanho e
estrutura de produção exigidos pelo realizador.
Roteiros muito detalhistas – com planos, tempo das cenas, movimentações de atores,
organização do cenário – normalmente são trabalhados para grandes produções, que custam muito e
despendem de pouco tempo para realização, principalmente com relação às filmagens.
Em produções mais simples, o roteiro traz indicações e idéias de quem escreve. E o roteirista, na
maior parte das vezes, é o diretor.

2.1. A história

A história pode se desenvolver de diversas formas e ter o ponto de partida vindo de praticamente
qualquer ação observada ou vivida. O mais importante a ter nisso tudo é o conflito. É ele que torna a
história a ser contada interessante. “Sem conflito não há drama. Sem necessidade, não há persongagem,
não há ação” (FIELD, 2001, p.17). Dessa, forma, o foco do seu roteiro pode surgir de um fato cotidiano
ou ser fruto de uma fantasia.
No entanto, todo filme deve passar uma idéia geral sobre o fato ocorrido (conflito), ter um
objetivo, uma ‘moral da estória’. A essa proposição de conclusão final, damos o nome de premissa.
“Conceito ideológico a partir do qual o narrados percebe, interpreta, seleciona e organiza os elementos de
uma estória; conceito que emana ou é explicitamente veiculado por uma narrativa; resposta resumida à
pergunta “Qual é a moral da estória?”. (CAMPOS, 2007, p.387).
“Além de instrumento técnico, o roteiro é aparelho político-ideológico, formador de
opinião e de repertório imaginário “sensível”. Um bom exemplo são nossas imagens
sobre o amor romântico. O imaginário social contemporâneo segue, na maior parte
das vezes, os modelos promovidos pela indústria cultural como fonte privilegiada de
mimese [do grego mímesis, ‘imitação’] para o repertório sensível [...] serve aos
propósitos da indústria do entretenimento, cuja função é distrair a atenção dos
públicos, visando uma padronização de repertórios e comportamentos sociais [...]
formulado verbalmente não para ser lido, mas, simultaneamente, para ser visto
como se fosse pintura em movimento, ouvido como rádio, sentido como na
dramaturgia, compreendido como literatura e interpretado como se fosse filosofia –
ou o pensamento de massa” (WINCK, 2007, p. 36).

Determinado o assunto e a premissa (que também é relacionada diretamente ao tema), para dar início
ao desenvolvimento de uma história, é necessário definir alguns fatores que influenciarão na narrativa.

 Pontos de Foco

a) da Estória: é o foco dos personagens da história. O que o personagem vive, busca, vê.

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b) da Narrativa: é o foco de quem narra. Por quem o narrador vai contar a história (na maior
parte dos casos, o foco do narrador é um personagem).

“O ponto que atrai o foco principal dos personagens é o principal ponto de foco
da estória. O ponto que atrai o foco principal do narrador é o principal ponto de
foco da narrativa” (CAMPOS, 2007, p.44).

Exemplo: Filme Twister. O foco da história é a caça aos tornados. O foco da narrativa é o personagem
que mapeia os tornados e vai atrás deles.

 Ponto de foco X Ponto de vista

O Ponto de Foco é o que se percebe, como vimos acima. Ele é a história em si, contada pelo tema
da narrativa e pela história sendo desenvolvida por meio de um personagem.

O Ponto de Vista está relacionado à forma como se percebe o ponto de foco da narrativa e de que
forma isso acontece.

ATENÇÃO

Essa relação é que vai mostrar como essa narrativa será composta, sobre qual ponto de vista o
espectador receberá os focos da narrativa.
O modo como isso será composto determina o entendimento da mensagem.
Essa referência facilita a composição e a recepção da narração.

 Fio da história X Trama X Trilha

Uma relação interdependente – uma não se forma sem a outra.

Com o fio da história definido, se deve começar a traçar as tramas que envolveram o enredo.
Uma será a principal, aquele que será o ponto de partida do fio e que relacionará as outras tramas. Cada
trilha forma uma pequena ação dentro das tramas.

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3. ROTEIROS E PARADIGMAS

Quando pensar em um história, pensa nela resumidamente, para só depois dar iniciar os
detalhes. Pense nas cenas e faça um pequeno texto que mostre o que irá acontecer (Para visualizar essa
situação rapidamente, lembre dos resumos dos capítulos das novelas que saem aos domingos das
revistas da TV no jornal). A este pequeno resumo, damos o nome de Escaleta.

Exemplo:
ÍNDIA. FESTA DE CASAMENTO DE MAYA E RAJ - SALA DE PRESENTES (INT NOITE) Deva pede que Manu
tire fotos dela, vestida com o véu da noiva, pois não sabe se um dia irá casar. Mesmo a contragosto,
Manu aceita a proposta e se prepara para tirar a fotografia, mas nesse momento, Bahuan invade o local à
cavalo e leva Deva, colocando-a junto com ele em cima do animal, pensando que está levando Maya.
Manu assiste a cena assustada, mas decide não falar nada sobre o rapto de Deva até Maya ser entregue
a família do noivo.

No roteiro, assim como em um texto narrativo, as cenas aparecem em sequência, da forma como
elas devem aparecer. Assim, no caso de uma novela, deve haver a indicação sobre qual capítulo a cena
está inserida e qual é o número da cena (também em ordem sequencial). Assim, podemos dizer que o
roteiro é a forma como o filme será mostrado (finalizado) e para isso os detalhes são imprescindíveis
para se entender a ordem em que as cenas aparecem.

“O roteiro é a história contada em imagens, diálogos e descrições, localizada no


contexto de uma estrutura dramática” (FIELD, 2001, p. 2)

Segundo Winck, o roteiro é o design da narrativa, é uma organização técnica ao audiovisual,


tornando-se um instrumento básico para o trabalho em uma equipe multidisciplinar. Para ele, o roteiro é
um gênero original “pois é uma forma de escritura que não segue uma regra precisa, universal e
objetiva” (2007, p.34).
Mesmo o roteiro não tendo um modelo único e universal, há parâmetros que se pode seguir para
construção de um roteiro clássico, ou seja, usar uma base para apresentação dos fatos, assim como se
faz com textos narrativos (Apresentação – conflito – desenvolvimento – clímax – desfecho) ou
dissertativos (Introdução – desenvolvimento – conclusão). O modelo mais utilizado é dado por Syd Field.

Paradigma proposto por Syd Field

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3.1. Ato I: Apresentação – Conhecendo a história

 Sobre o que é o roteiro


 Quem é o personagem
 Quais as circunstâncias dramáticas

O início de um roteiro é o que mostra a finalidade do filme e quais os conflitos encontrados para
chegar ao objetivo. Essa apresentação define também o Pano de fundo da narrativa (o ideal é que se
utilize uma situação para ambientar a história em um contexto temporal, para determinar
comportamentos, pessoas, figurinos, locações etc).
A partir das ações cometidas no Ato I, o que podemos chamar de detonador ou catalisador, se
tem início das sequências que darão rumo à história, põe o enredo em movimento. Com o espectador
conhecendo o personagem principal e a “base” da história, se tem o primeiro ponto de virada
(aproximadamente aos 20’ de filme).

3.2. Ponto de Virada (Plot Point): mudando o rumo da história

Definição: é a mudança na qual uma ação toma rumo diverso do que vinha tomando (Flavio de Campos)

Tem como funções:


 Prender a atenção.
 Movimentar a história.
 Dar rumos para quem escreve – facilita o foco.

Os Pontos de Virada aparecem nos finais dos atos I e II.


São como âncoras e seguram a história, não deixando que ela se perca.
Criam uma referência e links entre as ações ocorridas.

Uma narração contém, ao menos, dois pontos de virada – uma para entrar no problema e outro
que traz a resolução dos fatos e leva ao desfecho.
Mas um filme pode conter diversos pontos de virada secundários, que dão mais ações para
desenvolver a história. As novelas brasileiras, por exemplo, contêm muitos pontos de virada; não
somente na trama principal, como também nas diversas subtramas.

AO COMEÇAR A ESCREVER

 Conheça o personagem
 Contextualize a trama
 Saiba o início e o final da história
 Determine os Pontos de Virada

Com esses dados, você deverá fazer a junção dos fatos e formar o roteiro completo.

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3.3. Ato II: a confrontação

Momento do filme em que quase tudo acontece, em que há o desenrolar dos conflitos. Os
obstáculos começam a aparecer e há as tentativas para solucioná-los. A maior parte das ações e reações
dos personagens estão nesse ato, que termina com o segundo Ponto de Virada (por volta dos 85’ de
filme).
O clímax acontece logo muito próximo ao ponto de virada, é o momento em que se faz as
escolhas. É um ponto alto na história, momento em que se espera que tudo seja solucionado.

3.4. Ato III: desfecho – chega ao fim a história

Com o segundo Ponto de Virada trazendo a resolução do conflito revelado pelo primeiro, chega ao
fim a história, com os personagens sendo encaminhados cada um para o seu destino.

“O terceiro ato faz a narrativa transitar do estado de conflito para o estado de


resolução do problema, posto difusamente no início e ‘experimentado’ no
desenrolar da trama [...] Se no primeiro ato a premissa dramática está
condensada, em estado potencial e hipotético, no segundo ela transita para a
sua atualização, pelo litígio retórico entre forças contraditórias. No terceiro,
finalmente, a premissa se realiza em termos de comprovação da tese que a
narrativa pretendia demonstrar” (WINCK, 2007, p.49-50).

ATENÇÃO

As cenas que determinam o início, o fim e os pontos de virada são cenas essenciais para o
entendimento da história. Outras cenas também são primordiais e chamadas de essenciais. No entanto,
as cenas que ligam todas essas partes são chamadas de cenas acessórias – ligam e dão sentido aos
eventos.

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4. PERSONAGEM - CONSTRUÇÃO

O filme tem um tema, mas esse assunto deve ser materializado em alguém – a discussão é
personificada. Por esse motivo, a história gira em torno de um personagem principal. Este deve possuir o
maior número de detalhes possíveis para se prever as reações que ele poderá ter diante dos
acontecimentos.
Os personagens secundários/coadjuvantes também merecem ser desmembrados, no entanto, na
maior parte das vezes, com menor profundidade.

“Personagem é a representação de pessoas e conceitos na forma de uma


pessoa ficcional” (Flavio Campos).

Com um perfil traçado previamente, o personagem passa a se revelar conforme há o desenrolar


da história. Não são as ações que determinam o seu rumo e sim a reação do personagem diante dos
fatos.
A indicação precisa das características de um personagem também irá determinar a profundidade
dele. O personagem deve ser “humano”, deve surpreender e ser convincente (convencer) para parecer
real.

Nenhum personagem é totalmente bom ou mau,


ele deve ter suas características e agir de acordo com elas.

Um personagem com profundidade consegue representar bem uma pessoa, um indivíduo. Já se


ele apresenta poucos traços de perfil, ele passa a representar um coletivo.

4.1. Funções dos personagens

 Agente: fonte da ação que traça a trama (principal).


 Coadjuvante: auxilia no desenvolvimento das ações (secundários).
 Coro: comenta ou veicula premissas. Ex.: fofoqueiras das novelas.
 Figurante: complementa a cena.

O personagem principal determina sob qual referência o ponto de vista será dado pelo narrador

4.2. Conhecendo o personagem

O personagem pode ter sua vida divida em duas partes:


 Interior: nascimento ao tempo presente – forma o personagem (biografia).
 Exterior: do início ao fim do filme – revela o personagem.

Para facilitar a definição do perfil do personagem, demarque-o sob três tópicos:

 Profissional: em que trabalha, relação com os colegas e com o trabalho.

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 Pessoal: relação do personagem com o mundo. Casado, filhos, onde mora, nascimento, hobbys,
amigos, esportes, comportamento, tipo físico.
 Privado: o que faz quando está sozinho? Quais as necessidades dele?

A partir do contexto e da necessidade do seu personagem, passe a ter o ponto de vista dele.
Preste muita atenção às definições do perfil, pois a partir delas, você poderá tirar as situações vividas no
filme relacionadas ao gênero cinematográfico escolhido.

“Um roteiro clássico estabelece, entre os diferente agentes internos e externos à


trama narrada, um padrão comportamentel, um imaginário acerco do modo de
vida” (WINCK, 2007, p.35).

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5. FINAIS E INÍCIOS

Qual a melhor forma de começar um roteiro?

O roteiro constitui a história de alguém em algum lugar vivendo alguma coisa. É essa situação
que trará o assunto do seu enredo e traçará a trajetória do roteiro. A desenrolar desse assunto
gera/determina as ações. Essas podem ser:
 Ação física: como perseguição de carros. Move o personagem fisicamente, ele age.
 Ação emocional: um beijo. O personagem age de forma a demonstrar sentimentos, algo
interno, que ele sente.

Com a definição do personagem feita anteriormente (relação com o interior, exterior, pessoal,
privado, profissional), é possível saber como ele reagiria a certas situações. E partir daí, há como saber
com que tipo de ação (física ou emocional) ele se portará.

Novamente ao paradigma do Syd Field:

Para dar seqüência a trajetória, do início ao fim (A  B), então, é necessário conhecer o
personagem e sua história. Mas antes de tudo, deve-se saber o final, para onde ele vai – o que acontece
em B.
Muitos dizem que ao desenvolver uma história, ela, por si só, indicará o final. Mas como saber o
que o personagem fará, como ele deverá se comportar em algumas situações, se não se tem
conhecimento sobre o que ele deseja, o que busca e seu fim?
Alguns desenvolvem roteiros nesse estilo, mas o perigo da narrativa se perder é grande. Mas na
maior parte das histórias, o que importa não é o final, mas como se chega a ele, o que é feito para que o
enredo tenha determinado fim. Com um final pré-definido, incluindo diálogos e cenas, é possível realizar
referências e comparações e traçar o caminho para o término da narrativa.

Essa resolução deve estar clara,


pois ela muitas vezes traça o contexto, segura o final e dá sentido ao início.

Após traçar o final da sua história (como o personagem consegue o que deseja, após essa
conquista o que ele faz), comece a discutir o início do seu vídeo – as cenas iniciais. Lembre-se que, em
muitos filmes, o início tem relação direta com o final. Outro ponto importante a levantar é o fato de uma
história nunca acabar de vez ou começar do nada. Por exemplo, você define que um personagem

Laboratório de Comunicação - 15
consegue o que deseja em um determinado momento da vida. Após essa situação, algum outro fato pode
acontecer com o personagem. Você que determinou o final da narrativa naquele ponto. No caso das
continuações (I, II, III...), nem sempre o final ficou em aberto, o roteiro o fechou, mas conseguiu um
ponto de partida para outra história.
Por outro lado, após determinar final da história, você antecede o fato até quando será possível
entender o que irá acontecer e o porquê. Esse é o ponto em que se iniciará o roteiro. Mas antes disso, o
que aconteceu? Esse ponto seria o final de uma outra história, não?

“O fim de uma coisa é o início de outra [...]


Um final é sempre um início e um início é realmente um final” (FIELD, 2001)

5.1. Aberturas

Com o início determinado, você deverá partir para a produção da abertura, incluindo cenas e
diálogos. Essa abertura irá depender do público que se pretende atingir, para isso, utilize as
características do gênero cinematográfico relacionado ao seu vídeo. Como cada gênero possui
características próprias, cada qual traz para o início cenas relacionadas ao que é mais importante e que
chame a atenção do espectador.

ATENÇÃO

“Uma abertura pode ser visualmente ativa e excitante, capturando o público imediatamente. Outro
tipo de abertura é expositório, de andamento lento no estabelecimento de personagens e situação”
(FIELD, 2001, p.56).

Escolher como dar início à trajetória que será traçada no seu roteiro não é tudo. Além de cativar
o espectador, ela deve apresentar a história. A parte inicial é só o princípio. Como visto anteriormente, é
necessário mostrar o enredo logo no início do filme (Ato I). Por esse motivo, em uma abertura não pode
faltar:
 Quem é o seu personagem principal
 Qual é a premissa / qual é a história
 Quais as circunstâncias dramáticas em torno da história (que rodeiam o filme)

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6. ÁUDIO: A ALMA DO VÍDEO

“Parte sonora de qualquer programa ou apresentação multimídia, filme, vídeo...”


(BARBOSA, RABAÇA, 2001)

O som também é um elemento que faz parte da sua história. Junto com cenários, figurinos e
personagens, ele traz o ‘tom’ da trama, sendo capaz de provocar o riso, o choro ou o espanto. Ele pode
ser lírico, épico ou dramático, dependendo de sua função dentro da cena.
O épico traz informação sobre algo que acontece com o personagem ou suas ações (som de
chuveiro quando o personagem está no banho). Já o som lírico expressa, antes de tudo, o sentimento do
personagem. Já o dramático tem como obejtivo chamar a atenção de um outro personagem em cena,
motivar uma reação. A características da fala podem seguir as mesmas do som (épica, lírica e
dramática).
O áudio dentro de uma produção de vídeo pode vir de diversas formas e servir para diferentes
tipos de situações. Aqui, são destacadas quatro1: off, background (BG), sonoplastia e trilha sonora.

 Off: “Voz [narração] de pessoa que não aparece no vídeo”. Não importa de quem é a voz, a
definição de off é clara: se alguém falou algo e não apareceu no vídeo, é off. Pode ser a voz do
apresentador, do artista, do entrevistado...
 Background (BG): “músicas, vozes, som utilizados como fundo em uma peça, espetáculo,
programa, etc.”. Normalmente é um áudio de segundo plano, mais baixo que o principal. Tem
como função ambientar o que se passa.
 Sonoplastia: “estudo e aplicação de efeitos sonoros em cinema e televisão [...] Especialidade
que consiste na seleção e adequação de todas as sonorizações e efeitos sonoros, editados
previamente à produção de filme, peça teatral, programa radiofônico ou de TV de acordo com
as exigências do roteiro”. Exemplos: som de carros, platéia, pessoas falando, vento e chuva.
 Trilha sonora: “conjunto de músicas que compõe a parte sonora de filme, vídeo, peça de teatro,
etc. Pode ser divulgado e comercializado independente da obra de que faz parte, sob a forma
de discos, fitas” (hoje, CD’s e DVD’s). Músicas que ‘ilustram’ uma novela, um filme, um
personagem. Essas músicas podem ser compostas para a produção ou já terem sido gravadas
pelos artistas e aproveitadas nos vídeos.

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Definições do Dicionário de Comunicação. (BARBOSA, RABAÇA, 2001).

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7. FICÇÃO E REALIDADE

A arte de narrar pode ser aprimorada e aperfeiçoada a cada nova experiência. No entanto, há
diversas formas de se contar uma história.
Uma delas foi idealizada por Syd Field, como vimos anteriormente, que segue uma ordem
cronológica e contém início, meio e fim.
Essa “fórmula” pode ser utilizada para diversos tipos de vídeos – não somente os ficcionais, mas
também vídeos publicitários e jornalísticos. Todos eles fazem uma apresentação (assunto ou produto) e
possuem o ápice (clímax, ponto alto sobre o que é passado).
Por exemplo: em uma matéria de TV, o apresentador “dá a dica” sobre o que está por vir (cabeça
da matéria, chamada). Após, a matéria tem início, mas se o repórter fala tudo de mais importante logo
no começo, o que irá fazer o espectador continuar naquele canal? Então, em TV todas as informações
têm o mesmo nível de importância, se buscando uma distribuição igualitária dos dados e deixando um
ponto alto para o meio da matéria e algo novo para o fim (que encerra a matéria). Algumas vezes, o final
da matéria é feito pelo apresentador já no estúdio (nota pé).
Já na propaganda, o ponto alto é bem marcado e muitas vezes está próximo do fim, na
demonstração da eficácia do produto ou serviço. O encerramento, normalmente, traz a marca e o slogan.

Esses fatores apresentados são uma forma de se fazer a produção,


mas não regra. Nem todos utilizam esse formato.

Mas vamos aos conceitos:

Vídeo – “Parte visual de uma transmissão de TV ou de um filme [...]


obra em linguagem televisiva (de cunho artístico, técnico, didático, etc.) produzida em videoteipe”
(BARBOSA, RABAÇA, 2001)

A ficção é caracterizada por ser uma história criada a partir da imaginação. Ela pode ser
parcialmente baseada em fatos reais, de onde vem a inspiração. Mas toda a história precisa de um
conflito para se desenvolver e se tornar interessante. Nem sempre o drama vivido na realidade é
suficiente para se contar uma história, então, muitos acontecimentos são transformados e imaginados.
Segundo o Houaiss, ficção é um “relato ou narrativa com intenção objetiva, mas que resulta de
uma interpretação subjetiva de um acontecimento, fenômeno, fato, etc. [...] Criação artística (literária,
cinematográfica, teatral, etc) em que o autor faz uma leitura particular e original da realidade”.
Essa ficção, muitas vezes, pode ser baseada na realidade, como acontece muito nas novelas
brasileiras. No entanto, como conseguir distinguir ficção e realidade?
Não é difícil, já que na ficção as pessoas que mostram a história e os diálogos são feitos
posteriormente aos acontecimentos e são mostrados por pessoas que não viveram aquela situação.
Por exemplo, muitos críticos disseram que o filme ‘Tropa de Elite’ era um documentário; no
entanto, o que se vê é uma narrativa baseada em histórias reais. Mas muito do que foi contato, não
passou de fantasia, para buscar a dramaticidade que o busca precisava.

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Caso o filme mostre a realidade, para ser um documentário, ele deve ter caráter informativo e
não de entretenimento – precisa servir como documento, pesquisa e fonte de informação.
Para definir melhor o conceito de ‘documentário’, foram destacados duas publicações, a dicionário
da Língua Portuguesa, Houaiss, e o Dicionário de Comunicação (Barbosa e Rabaça).

“Filme informativo e/ou didático feito sobre pessoas, animais, acontecimento


(históricos, políticos, culturais) ou ainda sobre objetos, emoções, pensamentos,
culturas diversas” (HOUAISS, 2000).

“Filme baseado em situações verídicas, aspectos da natureza e da vida humana,


realizado com objetivos principalmente científicos, culturais, informativos e
didáticos. O documentário é o mais antigo gênero cinematográfico e não se
limita simplesmente ao registro dos fatos, ambientes ou situações que lhe
servem de tema; pode também comentar, opinar, propor interpretações
sociológicas, psicológicas, políticas, etc” (BARBOSA, RABAÇA, 2001).

Diante de uma breve leitura dos conceitos de ficção e documentário, se percebe as diferenças
entre esses dois tipos de vídeos, a ficção, que pode baseada na realidade, em fatos reais; e
documentários, que trazem uma realidade. Mas há um ponto em comum entre os dois: nenhum traz a
verdade absoluta.

FICÇÃO DOCUMENTÁRIO
 Imaginação  Conceitos
 Criatividade  Fundamentos
 Interpretação  Estudos
 Personagens ficcionais  Entrevistas
 Documentos
 Pontos de vista
 Narração
 Parte da verdade

Tanto em um quanto em outro, há a interferência do autor, que seleciona e dá o toque de


dramaticidade que deseja. Na ficção, interfere nas situações para alcanças encaixes na história. Retira,
coloca ou altera o que foi contato. Até mesmo escolhe o ponto de vista que melhor convém para o
andamento do roteiro. Portanto, a ficção passa a ter (CAMPOS, 2007):

 Versões da verdade: escolhe-se o caminho a seguir.


 Meias-verdade: há alterações da realidade.
 Mentiras inteiras: partem da imaginação do autor.

Já no jornalismo documental, se monta uma história que faça sentido – corte de falas, junção de
imagens, documentos e entrevistas com autoridades formam uma ‘verdade’. Em alguns casos, esses

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itens separados não causariam tanto impacto, o efeito fica limitado. Já, junto, transmitem credibilidade,
trazendo a ilusão de verdade (uma pretensa realidade).
A propaganda, por sua vez, traz parte verdade e parte ficção para introduzir conceitos e
comportamentos na sociedade. A apresentação de um produto ou serviço nem sempre traz a verdade
completa, omitindo-se algumas características e enaltecendo outras – que muitas vezes é o diferencial do
produto/serviço.

Realmente a tevê (deixando de lado o rádio), apesar de nos trazer uma imagem
concreta, não fornece uma reprodução fiel da realidade. Uma reportagem de
tevê, com transmissão direta, é o resultado de vários pontos de vista: 1) do
realizador, que controla e seleciona as imagens num monitor; 2) do produtor,
que poderá efetuar cortes arbitrários; 3) do cameramam, que seleciona os
ângulos capazes de intervir no processo da transmissão [...] os efeitos de
montagem e de dramatização, que contribuem para tornar mais interessante a
mensagem, ajudam por outro lado a deformar a realidade comunicada”
(SOBRÉ, 1972, p. 61)

A música, em todas essas situações – ficção, jornalismo e propaganda –, vem para influenciar o
público e criar sensações e combinações que passam a fazer parte do imaginário coletivo.

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8. ROTEIROS X JORNALISMO E PROPAGANDA

Todo o material conceitual visto até aqui é voltado para a produção de roteiro ficcionais, com uma
pequena passagem por documentários. No entanto, é possível fazer um comparativo entre esse tipo de
produção e o que se faz em comerciais e telejornalismo.
Antes, vamos entender o que é comercial –ainda não conceituado.

Comerciais: “conjunto das mensagens de propaganda na programação de rádio ou televisão. Diz-se de


cada intervalo, entre dois programas, dedicado principalmente à veiculação de anúncios publicitários”
Anúncios: “menção ou aparição de um produto, serviço ou marca, no contexto de um filme
cinematográfico ou de um programa de televisão, de forma não-ostensiva e aparentemente casual, com
propósitos de propaganda não declarados” [Merchandising].
(BARBOSA, RABAÇA, 2001).

Já vimos o que é documentário e, agora, o que são comerciais. Agora, pense em todos os vídeos
que você já viu – ficcionais, documentários e comerciais –, o que eles têm em comum?

 Apresentação de algo
 Personagem
 Objetivo

Mas como assim? Vamos lá.


Nas matérias jornalísticas se apresentação um fato, um acontecimento, por meio de entrevistas e
histórias de pessoas (personagens). O objetivo desses vídeos é informar, tornar algum acontecimento de
conhecimento da população.
Já nos comerciais, a apresentação fica por conta de mostrar as características de um
produto/serviço, para que ele serve. O personagem pode ser o próprio produto (personagem ficcional) ou
alguém falando sobre/utilizando/precisando dele. Os objetivos dos comerciais podem ser diversos, como
introduzir um novo produto no mercado, manter credibilidade, vender ou mostrar os diferenciais.
Pronto! Se utilizarmos o estudado até aqui para desenvolver roteiros de vídeos diversos, com
alguma criatividade, será possível alcançar o mínimo de satisfação do espectador.

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9. BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BARBOSA, Gustavo, e RABAÇA, Carlos Alberto. Dicionário de Comunicação. 2.ed. ver. e atualizada. –
3ª Reimpressão – Rio de Janeiro: Elsevier, 2001.

CAMPOS, Flavio de. Roteiro de cinema e televisão: a arte e a técnica de imaginar, perceber e
narrar uma estória / FlavioCampos. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.

FIELD, Syd. Manual de roteiro: os fundamentos do texto cinematográfico / Syd Field. – Rio de
Janeiro: Objetiva, 2001.

MOSS, Hugo. Como formatar o seu roteiro: um pequeno guia de master scenes / Hugo Moss. – Rio
de Janeiro: Aeroplano, 2002.

SODRÉ, Muniz. A comunicação do grotesco. Um ensaio sobre a cultura de massa no Brasil. Petrópolis:
Editora Vozes, 1972.

WINCK, João Baptista. Quem conta um conto aumenta um ponto: design do audiovisual interativo. Rio de
Janeiro: Garamand, 2007.

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