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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA

DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA-PR.

GARANTE SERVIÇOS DE APOIO S/C LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no
CNPJ sob o nº 76.086.123.0001/59, com sede na Rua Marechal Deodoro, nº 320, 3º andar, sala 301,
Edifício Tibagi, centro, CEP 80.010-010– Curitiba/PR, neste ato representado pelo seu sócio gerente,
LUIZ FERNANDO DE QUEIROZ, por seu advogado (instrumento de mandado anexo) com escritório
profissional na Rua Marechal Deodoro, nº 320, conjunto 301, CEP 80.010-010 – Curitiba/PR, endereço
eletrônico andre.queiroz@grupojuridico.com.br, onde recebe intimações e notificações, vem,
respeitosamente , à presença de Vossa Excelência, propor

AÇÃO DE RESSARCIMENTO DE VALORES ANTECIPADOS

Em face de MAURO CESAR DA COSTA, brasileiro, mecânico, portador do RG nº


7.886.058-8-PR, inscrito no CPF nº 030.049.419-02, com vinculo de convivência de união estável,
residente e domiciliado no Condomínio Residencial Nova Jerusalem, situado à Rua David Tows, nº 1.299,
sobrado 02, Bairro Xaxim, CEP nº 81.830-270, nesta Capital, pelas razões de fato e de direito que passa a
expor.

DOS FATOS

Em 16/05/2011 a requerente celebrou Contrato de Garantia de Taxas de Condomínio


com o Condomínio Residencial Nova Jerusalém, tendo mantido o contrato até a data de 13/05/2016.
O referido contrato estabelece obrigações a Requerente no sentido de realizar serviços
de cobrança, garantindo o adimplemento dos condomínios, pagando antecipadamente tais valores e,
por conseqüência evitando a inadimplência.
Em contraposição o Condomínio sub-rogava seus créditos para que fossem cobrados
com os respectivos encargos, nos termos do contrato, sendo que, em caso de rescisão contratual,
cumpre-se conforme estabelece o parágrafo 1º da 9ª cláusula do contrato entre a empresa Requerente
e o Condomínio Residencial Nova Jerusalem.

Cláusula 9ª. P. 1º Havendo rescisão do presente contrato, por decurso de prazo ou por
manifestação de vontade de qualquer das partes, a Garante ficará automaticamente
sub-rogada pelas importâncias adiantadas ao Condomínio, bem como seus acréscimos,
podendo cobrá-las dos condôminos em seu próprio nome ou fazê-lo em nome do
Condomínio.

Vale destacar que a Requerente antecipou os respectivos condomínios referente ao


mês de abril/2016, conforme é possível observar nos documentos inclusos.
Inobstante as várias tentativas da Requerente em receber seu crédito amigavelmente,
até a presente data o Requerido não se manifestou no sentido de pagá-lo, mesmo estando obrigado a
pagar as taxas condominiais, sendo que a Requerente esta adotando as medidas judiciais para reaver os
valores que antecipou.
Ante aos fatos descritos, a Requerente vem entanto, sem êxito, cobrar do Requerido
os valores devidos que deixou de recolher, não vislumbrando outra forma, senão recorrer à tutela
judicial.

LEGITIMIDADE PASSIVA – OBRIGAÇÃO PROPTER REM

O Requerido firmou escritura pública de compromisso de compra e venda com


alienação fiduciária em garantia com a construtora MCO- Construções e Empreendimentos LTDA. Desta
maneira, em razão do compromisso firmado por meio de escritura pública, o Requerido é legítimo
proprietário do sobrado 02, do Condomínio Residencial Nova Jerusalém, conforme documentação
juntada.
A cerca da obrigação “propterrem” SILVIO RODRIGUES1 ensina que:

“A obrigação “propterrem” é aquela em que o devedor, por ser titular de um direito


sobre uma coisa, fica sujeito a uma determinada prestação que, por conseguinte,
não derivou da manifestação expressa ou tácita de sua vontade, o que o faz devedor
é a circunstancia de ser titular do direito real, e tanto isso verdade que ele se libera
da obrigação se renunciar a esse direito”.

Posto isto, considerando a condição de proprietários do imóvel descrito, requer seja


conhecida a legitimidade do Requerido para figurar no pólo passivo e conseguinte responder pelas taxas
condominiais inadimplidas.

1
Direito Civil”, v.2,5ª ed., São Paulo, Saraiva, 1975, p.101;
DO DIREITO

Dos fatos expostos e documentos inclusos, percebe-se um visível descumprimento nas


obrigações contraídas no contrato, haja vista ter deixado de pagar as prestações condominiais no tempo
e forma avençados.
Neste sentido, reserva o Código Civil Brasileiro:

“Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento, e o credor
que o não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção
estabelecer.”

Na mesma linha, prospera o artigo 397 do mesmo diploma civil:

“Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui


de pleno direito em mora o devedor.”

Já no que tange aos prejuízos é pertinente destacar o artigo 395:

“Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros,
atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado.”

De início, deve-se ter em vista que os créditos antecipados pertencem a


Requerente, e levando-se em consideração o fato de que houve a rescisão contratual, surge por
consequência o direito de ação diretamente contra ele, uma vez que nesta hipótese houve a sub-
rogação dos créditos.

3.1 MULTA

Em razão dos débitos serem posteriores ao Código Civil de 2002, a multa aplicada é de
2% consoante o que dispõe o artigo 1.336, §1º do CC.

3.2 JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

Por se tratar de despesa de condomínio, a princípio, de dívida positiva e líquida, os


juros devem incidir desde o vencimento de cada parcela condominial, conforme artigo 397 do Código
Civil.
Os juros são de 1% ao mês aplicado a partir do vencimento com base nos artigos já
citados e correção de igual forma, pois é mero fato de atualização da moeda pelo decurso do tempo.
Assim a jurisprudência tem se manifestado:
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE COBRANÇA - TAXAS DE CONDOMÍNIO - COTAS
CONDOMINIAIS NÃO ADIMPLIDAS - CONDENAÇÃO DO RÉU AO PAGAMENTO DAS
TAXAS, ACRESCIDAS DE CORREÇÃO MONETÁRIA DESDE CADA VENCIMENTO E JUROS
MORATÓRIOS A PARTIR DA CITAÇÃO - INSURGÊNCIA RECURSAL - ALEGAÇÃO DE QUE
OS JUROS DE MORA TAMBÉM DEVEM FLUIR A PARTIR DO VENCIMENTO DE CADA
PARCELA - PLAUSIBILIDADE - DECISÃO REFORMADA NESTE PONTO - RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO2. Grifei.

Portanto, os juros e correção monetária devem incidir desde o vencimento de cada


taxa condominial.

DO PEDIDO

Ante o exposto requer:

1. Seja dispensada a audiência de conciliação nos termos do artigo 334 § 5º do NCPC,


por desinteresse na composição consensual, pois já realizado diversos contatos amigáveis sem o retorno
do Requerido.
2. A citação do Requerido através de Oficial de Justiça no endereço constante no
preâmbulo, para que, querendo, apresentem a defesa que tiverem, dentro do prazo legal sob pena de
revelia;
3. Ao final seja julgado procedente o pedido, com a condenação do Requerido ao
pagamento de todas as antecipações, acrescidas de todos os seus encargos, multa pertinente a época,
custas judiciais e honorários advocatícios, estes estipulados em 20% sobre o valor da condenação;

4. Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos


artigos 369 e seguintes do NCPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o
depoimento pessoal do Requerido.

Dá-se a causa o valor de R$ 221,93 (Duzentos e vinte e um reais e noventa e três


centavos).

NESTES TERMOS,
PEDE DEFERIMENTO.

ANDRÉ ZACARIAS TALLAREK DE QUEIROZ


OAB/PR 31.381

2
TJPR - 9ª C. Cível - AC - 1222105-9 - Região Metropolitana de Londrina - Foro Central de Londrina -Rel.: Domingos José
Perfetto - Unânime - - J. 17.07.2014.

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