LICENCIATURA EM
Emilio, Marcelo
E53f Fundamentos à Astronomia / Marcelo Emilio. Ponta Grossa :
UEPG/ NUTEAD, 2012.
99p . il.
CDD : 520
A Coordenação
SUMÁRIO
■■ PALAVRAS DOS PROFESSORES 7
■■ OBJETIVOS E EMENTA 9
ASTONIMIA BÁSICA
■■ SEÇÃO 1- CONSTELAÇÕES
11
13
■■ SEÇÃO 3- ESCALAS 16
HISTÓRIA DA ASTRONOMIA
■■ SEÇÃO 1- ASTRONOMIA NA ANTIGUIDADE
23
25
■■ SEÇÃO 4- ECLIPSES 40
■■ SEÇÃO 5- MARÉS 42
■■ SEÇÃO 6- CALENDÁRIOS 43
ICIENTÍFICA
NSTRUMENTAÇÃO ASTRONÔMICA
E DIDÁTICA 47
■■ SEÇÃO 1- TELESCÓPIOS E LUNETAS 49
■■ SEÇÃO 3- OBSERVATÓRIOS 51
■■ SEÇÃO 4- PLANETÁRIOS 52
SISTEMA SOLAR
■■ SEÇÃO 1- SOL
55
57
■■ SEÇÃO 5- EXOPLANETAS 63
A FÍSICA DO UNIVERSO
■■ SEÇÃO 1- ESTRELAS
67
69
■■ SEÇÃO 4- GALÁXIAS 73
■■ SEÇÃO 5- COSMOLOGIA 75
ENSINO DE ASTRONOMIA
■■ SEÇÃO 1- MOTIVANDO O ALUNO
79
81
ASTRONÁUTICA
■■ SEÇÃO 1- DA TERRA À LUA
87
89
■■ PALAVRAS FINAIS 95
■■ REFERÊNCIAS 97
■■ NOTAS SOBRE OS AUTORES 99
PALAVRAS DOS PROFESSORES
Planetas eram tidos como deuses. Na definição antiga de planeta,
eram incluídos o Sol e a Lua. Por muito tempo, acreditava-se que
tudo acontecia por vontade divina. Até que surgiu a ciência tentando
encontrar explicações para os fenômenos naturais. Ao longo dos séculos,
a ciência evoluiu, enviaram-se naves para quase todos os planetas do
sistema solar e o homem chegou à Lua. A gama de conhecimentos
gerados na Astronomia é enorme e isso foi passado para a sociedade que
se transformou. Tecnologias como TV, transmissão via satélite e celulares
são apenas alguns exemplos dos produtos criados pela Astronomia e
exploração espacial. O impacto do avanço do conhecimento científico
é enorme na sociedade e saber transmitir os conceitos de forma clara
e correta é um desafio. Este livro foi elaborado de modo a dar uma
perspectiva histórica da Astronomia, além de fornecer alguns conceitos
básicos para o ensino.
Bom estudo!
OBJETIVOS E EMENTA
Objetivos
Objetivos
■■ Compreender a escala de tamanho do Universo.
■■ Entender movimentos e leis que regem os fenômenos celestes.
■■ Desenvolver a capacidade do aluno de identificar e classificar os objetos
celestes.
■■ Motivar o aluno a aprender e ensinar astronomia.
■■ Fornecer noções de física solar, estelar e galáctica.
■■ Fornecer noções de Astronáutica.
Ementa da disciplina
Histórico da Astronomia. Astronomia e ensino da Geografia. Origem e evolução
do universo. Galáxias e nebulosas. Estrelas e constelações. Sistema solar: Sol,
planetas, asteroides, cometas, satélites naturais e artificiais. Leis da Mecânica
celeste. Lei da gravitação universal. Lei de Bode. Fases da Lua. Eclipses
solares e lunares. Marés. Meteoroides, meteoros e meteoritos. Instrumentos
astronômicos. Observatórios e planetários. Identificação e localização dos astros
– orientação. Astronomia e calendários. Astronáutica e conquistas espaciais.
Elaboração de projetos de ensino em Astronomia.
UNIDADE I
Astronomia básica
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Investigar a diferença entre Astronomia e Astrologia.
■■ Compreender a escala de tamanho do Universo.
■■ Identificar os componentes da esfera celeste.
■■ Desenvolver a confiança do aluno no método científico.
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - Constelações
■■ SEÇÃO 3 - Escalas
12
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
SEÇÃO 1
CONSTELAÇÕES
Qual o seu signo? Por que você acredita que esse é o seu signo?
Qual a relação e a diferença entre astronomia e astrologia?
Astrologia e Astronomia se separaram no século XVII. Astrologia é considerada uma pseudo-ciência baseada em
superstições, pois falha em testes controlados como o de Shawn Carlson, publicado na revista Nature, em 1985.
Astronomia é o estudo de objetos e fenômenos acima da atmosfera da Terra e é uma ciência.
Figura Astrologia
Constelações são grupos aparentes de estrelas que necessariamente
não estão perto umas das outras. De fato, uma estrela do outro lado do
céu pode estar mais perto do que uma que aparentemente está “do lado”.
Elas representam a mitologia do povo que as denominou. Cada cultura
tem diferentes constelações, não só no nome, mas também no número
de estrelas que as compõem. No Brasil, os índios representavam a fauna
brasileira em constelações como a da Ema. Seria impossível para eles
chamarem uma constelação de leão, por exemplo, já que nunca tiveram
contato com tal animal. A mesma coisa com os havaianos, pois não existe
nem leão e nem escorpião no Havaí. Uma parte do grupo de estrelas
que compõe a constelação do Escorpião é denominada no Havaí de
Constelação do Anzol. Além das constelações ocidentais, os astecas,
13
UNIDADE 1
Universidade Aberta do Brasil
Representação da eclíptica. O pequeno círculo vermelho representa o plano da órbita da Terra e o grande círculo
vermelho sua projeção na esfera celeste (esfera de estrelas fixas que parece girar em torno da Terra). O círculo azul
claro representa a projeção do equador da Terra na esfera celeste chamado de equador celeste. A figura aparece fora
de escala para fins didáticos.
Imagem disponível em: <http://earthpages.files.wordpress.com/2008/05/zodiac.jpg>.
14
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
SEÇÃO 2
O GRANDE DEBATE
15
UNIDADE 1
Universidade Aberta do Brasil
SEÇÃO 3
ESCALAS
16
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
minutos-luz, o planeta Marte a 20 minutos-luz e a estrela mais próxima
a 4,2 anos-luz.
Constate a diferença de escala entre os objetos do sistema solar e
a distância entre as estrelas. Isso significa que se ocorrer uma explosão
no Sol, serão necessários 8 minutos para que se perceba que tal fato se
deu. Já se ocorrer uma explosão em Sirius (a estrela mais brilhante no
céu) demorará 8,6 anos. Algumas estrelas que podem ser vistas a olho
nu estão a milhares de anos-luz da Terra. Nossa Galáxia (ver definição
mais adiante) tem 100.000 anos-luz de extensão. É possível imaginar
uma conversa telefônica entre dois extremos dela. Um simples “alô”
levaria 200.000 anos para ser respondido. Nada viaja mais rápido do que
a velocidade da luz.
A galáxia de Andrômeda está a 2,5 milhões de anos-luz da Terra e
nosso universo observável tem um diâmetro estimado de 93 bilhões de
anos-luz.
Voltando às escalas no sistema solar, se for construído um sol em
escala com 10m de diâmetro (o tamanho de um prédio de 4 andares), a
Terra teria 9 cm de tamanho e a Lua 5 cm. Nessa mesma escala, se o Sol
estivesse em Curitiba, a Terra estaria em Brasília, a mais de 1.000 km
de distância, e a Lua a 2 m da Terra. Em uma folha de papel, se poderia
tentar fazer o Sol com um centímetro de tamanho e mesmo assim a Terra
estaria a mais de 100 m de distância com menos de um milímetro de
tamanho. Como você pode perceber, a utilidade didática de um desenho
em escala verdadeira do sistema solar é praticamente nula num livro.
Não é possível usá-la para explicar a incidência dos raios do Sol na Terra,
para demonstrar as estações do ano ou a incidência da luz na Lua para
explicar essas estações. Entretanto deve-se fazer uso dos desenhos fora
de escala, mas sempre deixando claro para o aluno a escala correta.
Outra escala útil em Astronomia é chamada unidade astronômica.
A forma da órbita da Terra em torno do Sol é uma elipse (ver mais adiante
nas leis de Kepler). Uma elipse tem dois eixos, o maior e o menor. O
semieixo maior é a metade do eixo maior. Define-se como unidade
astronômica o comprimento do semieixo maior da elipse da órbita da
Terra. É como antigamente que se usava o pé do rei como unidade de
distância. Exemplo: “Essa mesa tem 8 pés”.
No caso, usa-se a órbita da Terra como referência, e essa informação
17
UNIDADE 1
Universidade Aberta do Brasil
18
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
SEÇÃO 4
A ESFERA CELESTE
Esfera celeste. Em azul está o equador celeste e em laranja a eclíptica. O polo Sul celeste e o polo Norte celeste
estão representados com pontos vermelhos.
Imagem disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ast_esfera.gif>.
Você está acostumado a ouvir que o Sol, bem como as estrelas, nasce
a leste e se põe a oeste. Isto não é sempre verdade. De fato o Sol nasce
exatamente no ponto cardeal leste, mas apenas nos dias dos equinócios
da primavera e do outono. Nos outros dias, ele nasce mais perto do ponto
cardeal sul ou norte. Em qualquer região do planeta, fora a do equador,
19
UNIDADE 1
Universidade Aberta do Brasil
A figura mostra a posição do zênite, do horizonte e dos pontos cardeais em relação ao observador (centro). O plano
que une os pontos cardeais norte e sul com o zênite é denominado plano meridiano.
Imagem disponível em: <http://www.on.br/site_edu_dist_2011/site/conteudo/modulo1/1-descrevendo_ceu/cap1-esfera-
celeste/1-esfera-celeste.html>.
A figura mostra o céu, no movimento noturno, no dia 21 de fevereiro de 2011, durante 8 horas em Ponta Grossa.
Cada imagem foi feita com um intervalo de duas horas. A linha verde representa o plano meridiano e foi utilizada uma
projeção azimutal equidistante. Note o movimento da constelação Cruzeiro do Sul em destaque em cada imagem à
medida que sobe em relação ao horizonte e cruza o meridiano local.
Figura produzida pelo autor utilizando o software livre stellarium: <http://www.stellarium.org/>.
20
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
Nesta Unidade você pôde constatar que a Astrologia é considerada pseudo-ciência
e a Astronomia é ciência. A escala do Universo é muito diferente das escalas com
que se está acostumado no dia a dia e a esfera celeste é uma esfera imaginária
composta por projeções de círculos e linhas. Além disso, foi definida a esfera
celeste, o meridiano e o zênite.
21
UNIDADE 1
22
Universidade Aberta do Brasil
UNIDADE 1
História da Astronomia
UNIDADE II
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Compreender a importância da ciência básica para o desenvolvimento de
novas tecnologias.
■■ Identificar as raízes da ciência moderna.
■■ Entender as leis de Kepler.
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - Astronomia na Antiguidade
■■ SEÇÃO 2 - Astronomia kepleriana
■■ SEÇÃO 3 - Galileo e a invenção do telescópio
■■ SEÇÃO 4 - Astronomia moderna
Universidade Aberta do Brasil
24
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
SEÇÃO 1
ASTRONOMIA NA ANTIGUIDADE
Stonehenge é o mais famoso sítio arqueo-astronômico. Servia tanto de observatório astronômico como templo
religioso. No dia 21 de junho, o início do solstício, o Sol nasce com exatidão sobre a pedra principal.
Imagem disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Stonehenge2007_07_30.jpg>.
25
UNIDADE 2
Universidade Aberta do Brasil
Sistema de Ptolomeu. O círculo grande tracejado é denominado deferente. O centro do epiciclo (círculo menor
tracejado acima) movia-se circularmente na deferente. O planeta se movia circularmente no epiciclo (círculo laranja).
Quando o planeta estava acima no epiciclo, ele se movia com as estrelas; quando estava abaixo, movia-se na direção
contrária. A equante é o deslocamento da Terra do centro do modelo (marcado com um X na figura).
Imagem disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Ptolemaic_elements.svg>.
26
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
Legenda: Medida do raio da Terra por Erastóstenes
Imagem disponível em: <http://it.wikipedia.org/wiki/File:Eratosthenes.bjb.svg>.
SEÇÃO 2
ASTRONOMIA KEPLERIANA
27
UNIDADE 2
Universidade Aberta do Brasil
SEÇÃO 3
GALILEO E A INVENÇÃO DO TELESCÓPIO
28
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
Galileo Galilei, por Giusto Sustermans
Imagem disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Justus_Sustermans_-_Portrait_of_Galileo_Galilei,_1636.jpg>.
29
UNIDADE 2
Universidade Aberta do Brasil
SEÇÃO 4
ASTRONOMIA MODERNA
30
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
suas raízes na astronomia. O primeiro é a descoberta de planetas girando
ao redor de outras estrelas (denominados de planetas extra-solares; mais
detalhes na seção 5, Unidade V). Setecentos e sessenta planetas já foram
descobertos até o começo de 2012 e em poucos anos serão milhares. O
segundo é a natureza da energia e matéria escura. Pesquisas nessas áreas
são fundamentais para o desenvolvimento da ciência no presente e no
futuro.
Nesta Unidade você viu que ciência e religião eram consideradas uma só coisa e a
sua separação ocorreu ao longo dos séculos. A Astronomia, além de ser necessária
para saber quando plantar e colher, também era utilizada para ritos religiosos.
Copérnico, Kepler e Galileo contribuíram para a compreensão do Universo
Heliocêntrico. Foram estudadas as leis de Kepler e a utilização do telescópio por
Galileo Galilei. As primeiras observações feitas por Galileo levaram à descoberta das luas
de Júpiter. Por fim, foram elencadas algumas aplicações tecnológicas que a astronomia
proporcionou e alguns problemas científicos discutidos na atualidade.
1. O que é a equante?
2. Kepler usou suas próprias observações para concluir suas leis?
3. Qual foi a contribuição de Copérnico?
4. Por que podemos dividir a astronomia antes e depois de Galileo Galilei?
31
UNIDADE 2
32
Universidade Aberta do Brasil
UNIDADE 2
UNIDADE III
Movimentos relativos da
Terra, Sol e Lua
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Entender a relação entre os movimentos relativos do Sol, da Lua e da
Terra.
■■ Compreender a natureza das estações do ano, fases da Lua, eclipses e
marés.
■■ Identificar quais movimentos são responsáveis para a definição do dia,
mês e ano.
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - Ela se move!
■■ SEÇÃO 2 - Estações do ano
■■ SEÇÃO 3 - Fases da Lua
■■ SEÇÃO 4 - Eclipses
■■ SEÇÃO 5 - Marés
■■ SEÇÃO 6 - Calendários
Universidade Aberta do Brasil
34
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
SEÇÃO 1
ELA SE MOVE!
35
UNIDADE 3
Universidade Aberta do Brasil
SEÇÃO 2
ESTAÇÕES DO ANO
A inclinação do eixo da Terra é constante ao longo do ano. À medida que a Terra translada em torno do Sol, diferentes partes dela recebem uma
quantidade de iluminação. A figura não está na escala real, serve apenas como esquema ilustrativo.
Imagem modificada disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Estações.svg>.
36
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
Estação do ano No equador No trópico de No trópico de No polo Norte No polo Sul
Capricórnio Câncer
Primavera 12h (dia) 12h (dia) 12h (dia) 12h (dia) 12h (dia)
h h h h h
(hemisfério Sul) 12 (noite) 12 (noite) 12 (noite) 12 (noite) 12 (noite)
outono
(hemisfério Norte)
Verão 12h (dia) 13h 27min (dia) 10h 33min (dia) 0h (dia) 24h (dia)
(hemisfério Sul) 12h (noite) 10h 33min 13h 27min 24h (noite) 0h (noite)
inverno (noite) (noite)
(hemisfério Norte)
h h h h h
Outono 12 (dia) 12 (dia) 12 (dia) 12 (dia) 12 (dia)
(hemisfério Sul) 12h (noite) 12h (noite) 12h (noite) 12h (noite) 12h (noite)
primavera
(hemisfério Norte)
Inverno 12h (dia) 10h 33min (dia) 13h 27min (dia) 24h (dia) 0h (dia)
(hemisfério Sul) 12h (noite) 13h 27min 10h 33min 0h (noite) 24h (noite)
verão (noite) (noite)
(hemisfério Norte)
37
UNIDADE 3
Universidade Aberta do Brasil
SEÇÃO 3
FASES DA LUA
38
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
A próxima figura mostra a Terra e a Lua em escala correta. O
diâmetro da Lua é cerca de 3,7 menor do que o da Terra.
Terra e Lua em sua escala correta. A ilustração não é muito interessante para ser usada para explicar as fases da Lua, pois não dá para notar
muito bem a iluminação dela. Observe que a figura apenas mostra a Lua em relação a um lado da Terra. Se mostrássemos toda a sua órbita,
teríamos que diminuir ainda mais o seu tamanho para mantermos a escala correta.
Imagem disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Earth-Moon2.jpg>.
Esta é uma foto real do Sol e da Lua vistos a uma distância de 8 milhões de quilômetros, tirada pela nave Mars express, em 3 de julho de 2005.
Imagem disponível em: <http://www.universetoday.com/14112/photos-of-the-earth-and-moon-from-other-worlds/>.
Nome
das
fases
da
Lua
Figura
correspondente
Percentagem
de
iluminação
Nova
0%
Quarto-‐Crescente
50%
Cheia
100%
Quarto-‐Minguante
50%
Fases da Lua e sua fração iluminada conforme orientação no hemisfério Sul. Note que no hemisfério Norte vê-se exatamente a mesma faixa
iluminada, mas com a Lua “de ponta cabeça”.
39
UNIDADE 3
Universidade Aberta do Brasil
SEÇÃO 4
ECLIPSES
Esquema de como ocorre um eclipse lunar total. A figura não está na escala real, serve apenas como ilustração.
Imagem disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Eclipse_lunar.svg>.
40
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
Um eclipse solar ocorre quando a Terra entra no cone de sombra
da Lua. Sol, Lua e Terra (nessa ordem) devem estar alinhados. A sombra
da Lua não é capaz de cobrir a Terra inteira, pois a Lua é menor do que a
Terra. Apenas uma parte da Terra será coberta pela sombra da Lua. Como
a Lua consegue ocultar o Sol, se é muito menor do que ele? O Sol, apesar
de muito maior, está muito mais distante e o tamanho relativo do Sol e da
Lua são equivalentes (cerca de meio grau).
Sabe-se que as distâncias variam, ora o tamanho aparente da Lua
é um pouco maior que o Sol, ora um pouco menor. Se no momento do
eclipse o tamanho relativo da Lua for maior que o tamanho relativo do
Sol, e Sol-Lua-Terra estiverem alinhados numa determinada localidade
da Terra, a Lua consegue cobrir o Sol inteiro e temos um eclipse solar
total. Se no momento do eclipse o tamanho relativo da Lua for menor
que o tamanho relativo do Sol, e Sol-Lua-Terra estiverem alinhados
numa determinada localidade da Terra, a Lua não consegue cobrir o Sol
inteiro e temos um eclipse solar anular. Se Sol-Lua-Terra não estiverem
perfeitamente alinhados numa determinada localidade da Terra, temos
um eclipse solar parcial.
Foto de um eclipse solar total visto do espaço. A mancha escura é a
sombra da Lua na Terra. Note que existem duas regiões de sombra.
Uma sombra bem escura (umbra) onde as pessoas dessa região
verão um eclipse solar total. Dentro da outra região, não tão escura
(penumbra), as pessoas verão um eclipse parcial. Quem estiver fora da
sombra, não verá eclipse algum. Sol e Lua estarão próximos, mas não
em eclipse. A imagem foi feita pela estação espacial Mir, em 1999.
Imagem disponível em: <http://apod.nasa.gov/apod/ap040926.html>.
41
UNIDADE 3
Universidade Aberta do Brasil
SEÇÃO 5
MARÉS
42
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
Figura mostrando de maneira exagerada o efeito da maré. A Sem maré. B Maré provocada apenas pela Lua. C Maré máxima provocada pelos
efeitos combinados da Lua e do Sol. Figura fora de escala de tamanho e distância com propósito apenas didático.
Imagem modificada disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b3/Mares.svg>.
SEÇÃO 6
CALENDÁRIOS
43
UNIDADE 3
Universidade Aberta do Brasil
O ano do calendário tem 365 dias, mas caso ele seja múltiplo de quatro
(...,2004, 2008, 2012, 2016, 2020,...) é denominado bissexto e possui
366 dias. Isso se deve porque o ano tem um número fracionado de dias
como mencionado anteriormente, cerca de 365 dias mais 0,25 dia. Assim,
a cada quatro anos soma-se um dia em fevereiro. Porém, como ele é
apenas cerca de 365,25 dias e não exatamente esse valor ao longo dos
anos, acumula-se a diferença entre 365,25 e 365,2422. Desta forma, se
o número é divisível por 4, mas ao mesmo tempo é múltiplo de 100, o
ano não é bissexto (...,1700, 1800, 1900, 2100, …); porém, caso ele seja
divisível por 400, ele é bissexto (…,1600, 2000, 2400, 2800, …). O mês é
baseado no período da fase lunar, mas o número de dias no Calendário
Gregoriano varia entre 28 e 31 dias.
Nesta Unidade você viu que os movimentos relativos entre o Sol, a Terra e a Lua
podem ao mesmo tempo explicar as fases da Lua, os eclipses, as estações do ano
e a mudança das marés, entre outros fenômenos celestes. Constatou também que
o calendário hoje adotado foi baseado nesses movimentos.
44
UNIDADE 3
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
45
UNIDADE 3
46
Universidade Aberta do Brasil
UNIDADE 3
UNIDADE IV
Instrumentação
astronômica científica e
didática
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Compreender a finalidade da utilização da instrumentação astronômica.
■■ Conhecer as diversas técnicas utilizadas na astronomia profissional e em
educação.
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - Telescópios e Lunetas
■■ SEÇÃO 2 - Instrumentação científica
■■ SEÇÃO 3 - Observatórios
■■ SEÇÃO 4 - Planetários
Universidade Aberta do Brasil
48
UNIDADE 4
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
SEÇÃO 1
TELESCÓPIOS E LUNETAS
A instrumentação astronômica é vasta e não limitada à parte
do espectro visível. A sua completeza de tipos, princípios, aplicação
e tecnologia fogem ao escopo deste livro. Apenas para citar alguns, a
astronomia se preocupa em detectar partículas como neutrinos em
cavernas, faixas do espectro eletromagnético em raios X e raios gama
que podem ser obtidos apenas por satélites no espaço.
O instrumento científico mais comum na astronomia é o telescópio
e dele existe uma grande variedade de tipos e classificações. Ao contrário
do que a maioria das pessoas pensa, a função principal do telescópio não
é de aumentar a imagem do objeto, mas sim coletar a maior quantidade
de luz possível. Em ordem de importância, o telescópio deve:
1. coletar luz;
2. observar detalhes (resolução);
3. aumentar o tamanho da imagem.
Quanto maior o tamanho da lente (telescópios refratores) ou do
espelho (telescópios refletores), mais luz é captada e concentrada no
ponto focal do instrumento, pode-se, portanto, ver mais longe no universo,
pois é possível ver objetos mais fracos. É mais difícil e caro construir uma
lente grande, pois elas devem ser polidas nos dois lados, enquanto no
espelho é necessário polir em apenas um. Além disso, o suporte mecânico
nos telescópios refletores é bastante custosa, pois todo peso da lente é
concentrada no alto da objetiva.
Telescópios óticos refletores também diferem entre o seu foco e a
sua montagem mecânica. Normalmente não é possível ter apenas o foco
primário, pois ele fica entre o espelho e o objeto. Coloca-se então um
espelho. Dependendo do ângulo desse espelho com o eixo focal ocorrem
diferentes classificações. Se for de 90º tem-se o foco Newtoniano e, de 180º,
foco é denominado Cassegrain. Esses são os dois mais comuns. Existem
variações do foco Cassegrain como o Schmidt–Cassegrain, o Maksutov–
Cassegrain, o Argunov–Cassegrain e o Klevtsov–Cassegrain. As montagens
mais comuns são a alto-azimutal e a equatorial. A equatorial apresenta
um eixo paralelo ao eixo da Terra, o que simplifica o acompanhamento
do movimento aparente do céu. Montagem alto-azimutal normalmente
49
UNIDADE 4
Universidade Aberta do Brasil
Imagem artística do European Extreme Large telescope, um dos futuros telescópios gigantes da próxima geração. O telescópio terá 39,3 metros
em diâmetro. Repare na escala dos carros e pessoas na imagem.
Imagem disponível em: < http://www.eso.org/public/archives/images/screen/elt_1_cc_sm_001.jpg >.
SEÇÃO 2
INSTRUMENTAÇÃO CIENTÍFICA
A instrumentação científica não se limita a telescópios ou lunetas,
existe em uma variedade grande. Não é a intenção deste livro descrever
a completeza dessa instrumentação, mas sim demonstrar essa variedade.
A fase romântica da astronomia profissional, quando o astrônomo
passava a noite acordado observando e fazendo seus desenhos, acabou.
No lugar do olho humano são colocadas câmeras digitais (chamadas
CCDs), parecidas com a que temos em casa para tirar fotos, mas muito
mais sensíveis à luz. De fato, em muitos instrumentos, o astrônomo nem
precisa ir até o observatório ou às vezes nem passar a noite acordado. Os
telescópios profissionais são robotizados e é possível fazer observações
remotas a partir de qualquer computador ligado à Internet. Muitas vezes
a observação é feita pelo astrônomo residente do telescópio e as imagens
50
UNIDADE 4
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
são mandadas pelo correio eletrônico para o astrônomo que requisitou
a observação. Tempo de telescópio é precioso e as observações são
planejadas meses antes, contando cada minuto.
Entre a CCD e o telescópio é possível instalar uma variedade de
instrumentos, como um espectrógrafo e um polarímetro (e eventualmente
os dois que denominamos espectropolarímetro), além de filtros. A técnica
que usa a CCD e filtros padronizados é denominada fotometria. Cada
filtro está centrado em uma cor diferente (ou comprimento de onda). A
variedade de conjunto de filtros é grande, sendo um dos mais antigos e
conhecidos o sistema Johnson-Morgan ou UBV (1953). Um espectrógrafo
é um instrumento capaz de dividir a luz em cores, como o arco-íris. A luz
pode ser dividida mais de uma vez quanto ao seu estado de polarização
e para isso são utilizados polarímetros. A polarização da luz faz parte
do nosso dia a dia, pois estamos acostumados a comprar óculos solares
polarizados e atualmente é uma das técnicas para exibir filmes em três
dimensões.
Dependendo da técnica observacional, o conjunto de instrumentação
varia. Por exemplo, na rádio-astronomia utilizam-se correladores entre
outros dispositivos; em observações solares, filtros neutros de alta
densidade cortam a maior parte da luz. Já as observações em raios X e
gama são possíveis apenas acima da maior parte da atmosfera da Terra e
realizadas através de balões e satélites.
SEÇÃO 3
OBSERVATÓRIOS
Observatórios profissionais estão localizados em lugares altos e
remotos. Devem ser instalados longe de cidades, pois a luz urbana pode
atrapalhar as observações. Além disso, a qualidade da atmosfera é melhor
em montanhas, tendo menos umidade (e por consequência mais dias
de observação ao longo do ano) e menos cintilação dos objetos celestes
(em astronomia dizemos seeing). Uma outra vantagem da altitude é o
acesso a regiões do espectro eletromagnético que não seria possível ao
nível do mar. A atmosfera da Terra impede que uma parte da região do
infravermelho e do ultravioleta chegue até ao nível do mar. Instalando
telescópios em grandes altitudes, eles são capazes de coletar luz em
parte do infravermelho e ultravioleta. Entre os melhores lugares na Terra
51
UNIDADE 4
Universidade Aberta do Brasil
Observatório de Mauna-Kea, no Havaí, a 4.200 metros de altura. Na imagem aparece a cúpula dos telescópios Subaru (à direita), o Keck I e
Keck II (ao centro) e o telescópio infravermelho da NASA (à esquerda).
Imagem disponível em: < http://en.wikipedia.org/wiki/File:The_Keck_Subaru_and_Infrared_obervatories.JPG >.
SEÇÃO 4
PLANETÁRIOS
Um instrumento para ensino bastante comum é o planetário. Seu
projetor é capaz de simular o céu e seu movimento em qualquer lugar da
Terra e no tempo. Didaticamente é útil para simular fases da lua, eclipses,
conjunções e vários outros fenômenos astronômicos. Existem atualmente
diversas tecnologias de projetores de planetários, sendo os digitais cada
vez mais acessíveis e populares. Projetores capazes de simular imagens
em três dimensões também já estão disponíveis no mercado. O número de
planetários instalados no Brasil tem crescido rapidamente. A Associação
Brasileira de Planetários mantém uma lista (http://planetarios.org.br/)
dos que atualmente funcionam no Brasil.
52
UNIDADE 4
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
Nesta Unidade você viu que telescópios profissionais são instalados em áreas
remotas e normalmente em montanhas. A instrumentação astronômica profissional
é especializada. Planetários são excelentes instrumentos didáticos.
53
UNIDADE 4
54
Universidade Aberta do Brasil
UNIDADE 4
Sistema solar
UNIDADE V
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Fornecer noções de Física Solar.
■■ Compreender as mudanças e novas definições de objetos no sistema solar.
■■ Desenvolver a capacidade do aluno de compreender como a classificação
de objetos do sistema solar é realizada na ciência.
■■ Relacionar sistemas exoplanetários com o nosso sistema solar.
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - Sol
■■ SEÇÃO 2 - Planetas, planetas-anões e luas
■■ SEÇÃO 3 - Asteroides e Cometas
■■ SEÇÃO 4 - Meteoroides, meteoros e meteoritos
■■ SEÇÃO 5 - Exoplanetas
Universidade Aberta do Brasil
56
UNIDADE 5
4
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
SEÇÃO 1
SOL
57
UNIDADE 5
Universidade Aberta do Brasil
Imagem do Sol feita pela nave Solar Dynamics Observatory, em 15 de fevereiro de 2012. Na imagem podemos ver as manchas solares como os
“pequenos” pontos escuros. Cada mancha solar pode ter o tamanho da Terra ou mesmo maior.
Imagem disponível em: <http://sdo.gsfc.nasa.gov/assets/img/latest/latest_1024_HMIIC.jpg >.
SEÇÃO 2
PLANETAS, PLANETAS-ANÕES E LUAS
Atualmente oito planetas constituem o sistema solar: Mercúrio,
Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Nosso sistema
solar é altamente diferenciado e os planetas se dividem em dois grupos
bastante distintos. Os que são parecidos com a Terra são chamados
terrestres e os que são parecidos com Júpiter, jovianos. A tabela 2 resume
as principais diferenças:
58
UNIDADE 5
4
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
Terrestres Jovianos
Estão
perto
do
Sol.
Estão
longe
do
Sol.
São
predominantemente
rochosos.
São
predominantemente
gasosos.
São
pequenos
com
baixa
massa.
São
grandes
com
muita
massa.
Têm
poucas
luas.
Têm
muitas
luas.
Possuem
rotação
lenta
e
campo
magnético
Possuem
rotação
rápida
e
campo
magnético
fraco.
forte.
Não
possuem
anéis.
Possuem
anéis.
Têm
alta
densidade.
Têm
baixa
densidade.
Tabela 2: Diferenças entre os dois tipos de planetas do sistema solar
Segundo a definição atual da União Astronômica Internacional,
para ser considerado um planeta, o objeto deve:
• girar ao redor do Sol e não ser uma lua;
• estar em equilíbrio hidrostático (i.e. ser redondo);
• dominar a própria órbita.
Se o objeto respeitar apenas os dois primeiros itens, é chamado
de planeta-anão. Atualmente o sistema solar conta com cinco planetas-
anões: Plutão, Ceres, Eris, Haumea e Makemake. Além disso, temos
vários candidatos a planeta-anão como Sedna e Quaoar. Não sabemos
se esses objetos estão em equilíbrio hidrostático, portanto não podemos
classificá-los ainda.
Planetas e planetas-anões do sistema solar. A figura está em escala de tamanho, mas não de distância.
Imagem disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c4/Planets2008.jpg>.
59
UNIDADE 5
Universidade Aberta do Brasil
A imagem é o resultado de uma combinação de 165 imagens tiradas pela nave Cassini (NASA) durante três horas, em 15 de setembro de 2006.
A cor foi composta digitalmente para parecer natural e é composta de filtros ultravioleta, infravermelho e visível. Os anéis se estendem de 6.630
km a 120.700 km.
Imagem disponível em: <http://saturn.jpl.nasa.gov/photos/halloffame/ >.
SEÇÃO 3
ASTERÓIDES E COMETAS
Outros milhares de objetos fazem parte do nosso sistema solar.
Pequenos objetos como asteroides e cometas carregam a história da
formação do nosso sistema planetário. A principal diferença entre
asteroides e cometas é a quantidade de gelo que os cometas possuem.
Quando chegam perto do Sol, mais quente, o gelo presente no objeto
sublima e o cometa ganha uma cauda. Cada vez que o cometa passa
perto do Sol, perde parte de sua massa e com o tempo pode acabar
desaparecendo. Um cometa é formado por três partes: núcleo, coma, que
é um envelope de gás e poeira em torno do núcleo, e cauda, formada
também por gás e poeira.
Cometa NEAT (C/2001 Q4) fotografado pelo telescópio de
0,9 metros no observatório de Kitt Peak, EUA.
Imagem disponível em: <http://solarsystem.nasa.gov/
multimedia/display.cfm?IM_ID=2323 >.
61
UNIDADE 5
Universidade Aberta do Brasil
SEÇÃO 4
METEORÓIDES, METEOROS E METEORITOS
Partículas de poeira da cauda do cometa permanecem no espaço
enquanto ele continua a sua órbita. Eventualmente a Terra cruza com
essas partículas, meses ou mesmo anos mais tarde. Elas são atraídas
pela gravidade da Terra e acabam caindo em nossa atmosfera em alta
velocidade. Esse é um fenômeno bastante comum a que chamamos de
estrela cadente. A estrela cadente nada mais é que o fenômeno luminoso
da partícula de poeira que entra em atrito com a nossa atmosfera.
Toneladas de poeira caem na terra todo dia. Em 2011, a União Astronômica
Internacional definiu um meteoroide como um objeto sólido menor que
um asteroide e maior do que um átomo. Meteoro é a parte visível do
meteoroide que entra na atmosfera da Terra, na mesosfera, entre 65 e
120 km de altura. Caso ocorra em quantidade é chamada de chuva de
meteoros. Meteorito é a parte do meteoro que não foi destruída pela
atmosfera da Terra e atinge o solo.
Asteroides com diâmetros entre 5 e 10 km têm a potência da bomba
atômica de Hiroshima e atingem a terra uma vez por ano. Eles explodem
em nossa atmosfera superior e a maior parte deles se vaporiza. Asteroides
com diâmetro de cerca de 50 m caem na Terra com uma frequência de
cerca de um a cada 150 anos e podem causar danos consideráveis. Com
o diâmetro de 1 km acontece a cada 500.000 anos e colisões de asteroides
maiores de 5 km a cada 10 milhões de anos.
Cratera de Barringer, no Arizona (EUA). A cratera foi criada através de um impacto de um asteroide de cerca de 50 m de diâmetro, 50.000 anos atrás.
Imagem disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b4/Barringer_Crater_panoramic.jpg/1024px-Barringer_Crater_panoramic.jpg >.
62
UNIDADE 5
4
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
SEÇÃO 5
EXOPLANETAS
Exoplanetas ou planetas extrassolares são planetas externos ao nosso
sistema solar que orbitam em torno de outras estrelas. Atualmente são 760
exoplanetas descobertos (100 estrelas foram descobertas possuindo mais
de um planeta em seu sistema). A maioria dos exoplanetas descobertos
são planetas gigantes como Júpiter e muito perto da estrela (são mais
fáceis de serem encontrados). Apenas em nossa galáxia estima-se existir
1,6 trilhões de planetas. As técnicas de descobertas são principalmente
o decaimento de luz da estrela-mãe quando o planeta atravessa o seu
disco (trânsito planetário) e a observação espectrógrafa do movimento
da estrela-mãe em torno do centro da massa do sistema (medida da
velocidade radial). Outras técnicas são microlentes gravitacionais,
astrometria, anomalias de períodos de pulsares e discos circum-estelares.
Imagens diretas ainda são casos raros. Telescópios estão hoje sendo
planejados para esse propósito. Alguns desses planetas se encontram
numa região denominada de zona habitável. É uma região nem muito
perto da estrela (seria muito quente), nem muito longe (seria muito frio)
e onde a água poderia existir em sua forma líquida. Portanto, um planeta
na zona habitável poderia conter vida, já que água líquida é importante
para sustentar os seres vivos.
Concepção artística de Upsilon Andromedae d, um planeta gigante em uma zona habitável. As luas mostradas na imagem são hipotéticas, mas
se elas existirem seriam capazes de ter água líquida.
Imagem disponível em: < http://en.wikipedia.org/wiki/File:UpsilonAndromedae_D_moons.jpg>.
63
UNIDADE 5
Universidade Aberta do Brasil
64
UNIDADE 5
4
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
65
UNIDADE 5
66
Universidade Aberta do Brasil
UNIDADE 5
4
UNIDADE VI
A Física do Universo
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Fornecer noções de evolução estelar.
■■ Fornecer noções de Astronomia Galáctica.
■■ Fornecer noções de Cosmologia.
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - Estrelas
■■ SEÇÃO 2 - Evolução de uma estrela tipo solar
■■ SEÇÃO 3 - Evolução de estrelas massivas
■■ SEÇÃO 4 - Galáxias
■■ SEÇÃO 5 - Cosmologia
Universidade Aberta do Brasil
68
UNIDADE 5
4
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
SEÇÃO 1
ESTRELAS
Todos os pontos luminosos que você observa no céu à noite são sóis.
E o nosso Sol também é uma estrela. Se você estivesse relativamente
tão perto de uma estrela quanto está do Sol, não veria uma estrela tão
diferente do Sol. Alguns sóis seriam mais vermelhos, outros mais azuis.
Estrelas geram energia através da fusão nuclear. A fusão nuclear ocorre
quando dois núcleos atômicos se aproximam e se fundem, diferentemente
do processo de fissão nuclear quando os átomos se dividem (como as
bombas termo-nucleares da Segunda Guerra Mundial). Por definição,
uma estrela é um objeto que realiza fusão nuclear em seu núcleo,
enquanto o planeta não o faz. As estrelas nascem de grandes nuvens de
gás e poeira que os astrônomos chamam de nebulosas.
Nebulosa da Chama (NGC 2024). Essa nebulosa é parte do complexo da nuvem molecular de Órion e inclui a famosa Nebulosa cabeça de
cavalo. Essa é uma região de formação estelar e por isso astrônomos costumam dizer que Nebulosas são berçários de estrelas.
Imagem disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/80/The_region_of_Orion%E2%80%99s_Belt_and_the_Flame_
Nebula.jpg/840px-The_region_of_Orion%E2%80%99s_Belt_and_the_Flame_Nebula.jpg>.
69
UNIDADE 5
Universidade Aberta do Brasil
70
UNIDADE 5
4
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
SEÇÃO 2
EVOLUÇÃO DE UMA ESTRELA TIPO SOLAR
As estrelas parecidas com o Sol são chamadas de tipo solar e
estrelas com mais de 15 vezes a massa do Sol, de massivas. De maneira
simplificada, assim como um carro, as estrelas consomem seu combustível.
A pressão do núcleo diminui devido à queda das reações nucleares. A
estrela então se contrai fazendo com que a temperatura interna aumente.
Com o aumento da temperatura, camadas mais externas da estrela são
capazes de realizar fusão nuclear. O processo é periódico até que a
estrela atinge a temperatura suficiente para fazer fusão nuclear do Hélio.
A condutividade térmica é alta na estrela fazendo a ignição do Hélio em
todo o núcleo estelar. O produto resultante da fusão do Hélio é o Carbono.
Quando elas esgotam a capacidade de fazer fusão nuclear, expelem a
camada mais externa para formar uma nebulosa planetária e seu núcleo
de carbono com alta densidade (1x1016-1x1018 Kg/m3) chamamos de
anã branca.
Nebulosa planetária do anel (M57)
Imagem disponível em: <http://upload.wikimedia.org/
wikipedia/commons/thumb/1/13/M57_The_Ring_
Nebula.JPG/752px-M57_The_Ring_Nebula.JPG>.
71
UNIDADE 5
Universidade Aberta do Brasil
SEÇÃO 3
EVOLUÇÃO DE ESTRELAS MASSIVAS
Uma estrela com mais de 15 vezes a massa do Sol é capaz de
realizar fusão nuclear de elementos mais pesados, o que faz até formar
um núcleo de ferro. As reações nucleares do ferro não são exotérmicas
(não produzem energia) e nesse ponto a estrela colapsa. O colapso faz
com que as partículas dentro dela ocupem todos os níveis de energia
(segundo o princípio de Pauli) e isso cria uma pressão (chamada pressão de
degenerescência). O resultado dessa pressão com o colapso gravitacional
da estrela é uma explosão que chamamos de supernova. Uma supernova
pode emitir mais energia do que toda a galáxia.
72
UNIDADE 5
4
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
O interior do remanescente de uma supernova pode conter uma
estrela de nêutrons. O material de uma estrela de nêutrons é tão denso
que uma colher dele pode pesar mais do que uma montanha.
Uma segunda possibilidade de evolução de uma estrela de grande
massa é, ao fim de seu ciclo nuclear, a gravidade contraí-la. Ela começa
a diminuir o seu raio e todo seu conteúdo acaba num único ponto.
Chamamos isso de buraco negro e dele nem a luz consegue escapar.
SEÇÃO 4
GALÁXIAS
Estrelas interagem gravitacionalmente umas com as outras e com
as nebulosas. A estrutura recebe o nome de galáxia. A nossa galáxia é
chamada de Via Láctea e contém entre 100 e 200 bilhões de estrelas.
Além das estrelas, ela contém as nebulosas, os planetas, cometas,
asteroides, luas, etc. Nossa galáxia tem a forma de um “ovo frito” e o Sol
e os planetas do sistema solar estão na “clara”. Dá-se uma volta em torno
da “gema”em 225 milhões de anos. Como estimamos a idade do Sol em 5
bilhões de anos, ele já deu várias voltas na galáxia. Existem basicamente
três tipos de galáxias: as espirais, as elípticas e as irregulares. Os tipos
espirais contêm subdivisões quanto à presença de barra e ao tamanho do
bojo (veja mais adiante). Os tipos elípticos são subdivididos quanto à sua
elipticidade em três partes. Voltando à analogia do “ovo frito”, a parte da
“gema” é denominada bojo, a da “clara”, disco e a região acima e abaixo
do disco do bojo é denominada halo, que tem cerca de 100.000 anos-luz
de extensão e é 10 vezes menor em espessura.
Imagem do centro da nossa
galáxia, a Via Láctea. O Sol, a
Terra e todos os planetas do
sistema solar bem como as
estrelas estão dentro da Via
Láctea.
Imagem disponível em: <http://
www.universetoday.com/
wp-content/uploads/2009/12/
allskymilkyway_brunier_big.jpg>.
73
UNIDADE 5
Universidade Aberta do Brasil
74
UNIDADE 5
4
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
SEÇÃO 5
COSMOLOGIA
A Cosmologia é o estudo da origem e evolução do Universo. A teoria
cosmológica mais aceita é a do Big Bang. De fato nenhuma explosão
aconteceu no início do Universo. O nome é apenas uma referência dada
pelos opositores da teoria quando ela foi proposta. O Big Bang se baseia
em três fatos observacionais:
a expansão do universo, o que nos leva a concluir que ele era
menor no passado até estar todo contido numa singularidade;
a radiação cósmica de funda, que é uma espécie de fóssil do Big
Bang;
a proporção entre hidrogênio e hélio.
Pode-se dizer que na verdade o Big Bang é uma teoria que conta
como o Universo evoluiu em vez de como surgiu. Ao se levar em conta
que tudo teve um começo, não só a matéria como o espaço e o tempo,
perguntas como: “O que aconteceu antes?” perdem o sentido. Não há
“antes” se o tempo não havia surgido. Hoje é conhecida com precisão a
idade do nosso universo: 13,75±0,11 bilhões de anos.
Nesta Unidade você viu que a evolução de uma estrela parecida com o Sol (tipo
solar) é diferente das estrelas com maior massa (ditas massivas). Todo o sistema
solar e as estrelas estão contidos dentro de uma galáxia chamada de Via-Láctea. A
distância entre as galáxias é da ordem de milhões (ou mesmo bilhões) de anos-luz
e elas estão organizadas em aglomerados. A Cosmologia é a ciência que estuda a
origem e a evolução do Universo.
75
UNIDADE 5
Universidade Aberta do Brasil
76
UNIDADE 5
4
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
77
UNIDADE 5
78
Universidade Aberta do Brasil
UNIDADE 5
4
UNIDADE VII
Ensino de Astronomia
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Fornecer estratégias de ensino em Astronomia.
■■ Sugerir atividades práticas para o ensino de Astronomia.
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - Motivando o aluno
■■ SEÇÃO 2 - Atividades práticas
■■ SEÇÃO 3 - Recursos na Internet
Universidade Aberta do Brasil
80
UNIDADE 7
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
SEÇÃO 1
MOTIVANDO O ALUNO
81
UNIDADE 7
Universidade Aberta do Brasil
SEÇÃO 2
ATIVIDADES PRÁTICAS
Há uma variedade grande de atividades práticas que podem ser
realizadas com os alunos, desde a construção de maquetes em sala de
aula até observações em telescópios semiprofissionais que podem resultar
em descobertas inéditas. A título de exemplo, descrevo duas atividades.
Atividade 1 – Observação a olho nu do céu noturno
Materiais: Carta celeste
Objetivo: Fazer o aluno reconhecer objetos do céu noturno como
planetas, lua e constelações. No caso de ensino de Geografia, a atividade
pode ser usada para ensinar a ler mapas também através da utilização da
carta celeste.
Descrição: A atividade consiste na interpretação da carta celeste
e na identificação de seus elementos no céu noturno. Cartas podem ser
baixadas gratuitamente pela Internet como o Heavens above (http://www.
heavens-above.com/) e Your Sky (http://www.fourmilab.ch/yoursky/).
Programe a observação com antecedência e os objetos (como planetas)
que você deseja mostrar para os alunos. A identificação de constelações
requer um certo treino. A Lua é sempre um objeto interessante para
observar e você pode aproveitar a oportunidade para explicar as fases.
82
UNIDADE 7
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
projetada da imagem formada no furo do papel alumínio.
SEÇÃO 3
RECURSOS NA INTERNET
Recursos sobre astronomia são abundantes na Internet,
principalmente na língua inglesa. O site da NASA (http://www.jpl.
nasa.gov/education/index.cfm) contém uma infinidade de informações,
imagens e vídeos bem como sugestões de projetos. Cada projeto espacial
da NASA possui recursos para professores e alunos. Observações
remotas podem ser requisitadas e feitas gratuitamente com o Projeto
do Telescópio Faulkes (http://www.faulkes-telescope.com/), que possui
uma rede de telescópios de até 2m de diâmetro espalhados ao redor
do mundo, voltados a atividades educacionais. Um recurso ainda mais
avançado é a série de observações astronômicas simuladas denominado
CLEA ()http://www3.gettysburg.edu/~marschal/clea/CLEAhome.html. O
conjunto contém um manual de instrução, o programa de computador e
a lista de exercícios para vários projetos como, por exemplo, observação
das luas de Júpiter. Imagens sobre astronomia podem ser encontradas na
página de Astronomical Picture of the Day (http://apod.nasa.gov/apod/
astropix.html). A cada dia uma nova imagem com explicações. Uma lista
de sites com recursos didáticos (em inglês) pode ser encontrada em http://
cdsweb.u-strasbg.fr/astroWeb/astroweb/education.html e http://www.istl.
org/02-spring/internet2.html#educ.
Entre os programas de computadores, dois são muito interessantes,
didáticos e gratuitos. O Stellarium (http://www.stellarium.org/pt/) e o
Celestia (http://www.shatters.net/celestia/). O Stellarium consiste em
um programa de computador de planetário (disponível em português),
incluindo constelações tupi-guarani. O Celestia (somente em inglês) é
83
UNIDADE 7
Universidade Aberta do Brasil
84
UNIDADE 7
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
Nesta Unidade você viu algumas estratégias para o ensino de Astronomia e
recursos didáticos disponíveis na Internet como o Telescópios na Escola.
1. Com um mapa do céu na mão, faça uma observação a olho nu e identifique pelo
menos três constelações.
2. Visite os sites citados nesta Unidade.
85
UNIDADE 7
86
Universidade Aberta do Brasil
UNIDADE 7
UNIDADE VIII
Astronáutica
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Fornecer noções de Astronáutica.
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - Da Terra à Lua
■■ SEÇÃO 2 - Satélites artificiais e missões planetárias
■■ SEÇÃO 3 - Uso comercial
■■ SEÇÃO 4 - O programa espacial brasileiro
Universidade Aberta do Brasil
88
UNIDADE 8
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
SEÇÃO 1
DA TERRA À LUA
O homem esteve seis vezes na Lua, entre 1969 e 1972. Três astronautas
americanos, Neil Armstrong, Michael Collins e Edwin A. “Buzz” Aldrin,
fizeram parte da primeira missão quando o homem pisou na Lua, em julho
de 1969. A missão era a Apollo 11. Estima-se que 500 milhões de pessoas
ao redor do mundo acompanharam ao vivo quando Neil Armstrong pisou
na Lua, a maior audiência de TV na época. Os astronautas levaram cerca
de uma semana para chegar até lá e ficaram um pouco mais de 21 minutos
na superfície. Um tempo curto comparado aos três dias que a tripulação da
Apollo 17 ficou em dezembro de 1972. Há pessoas que ainda questionam
se o homem realmente pousou na Lua. Entretanto há várias provas físicas
desse fato histórico, entre elas a colocação dos retrorrefletores pelas
missões Apollo, permitindo que qualquer pessoa da Terra mire um laser
nos locais de alunissagem e observe-o voltar até a Terra. Recentemente
uma nave da NASA chamada Lunar Reconnaissance Orbiter fez imagens
dos lugares onde o homem pousou na Lua, onde é possível ver detalhes
como o módulo lunar e as marcas do veículo lunar. Índia, Japão, China,
União Europeia e Rússia têm planos de mandar missões tripuladas e não
tripuladas para a Lua nos próximos anos. Missões tripuladas para outros
planetas do sistema solar ainda
estão distantes.
89
UNIDADE 8
Universidade Aberta do Brasil
Imagem do Lunar Reconnaissance Orbiter da região da Lua do pouso da Apollo 17. A Apollo 17 foi a sexta e última missão do Projeto Apollo à
Lua realizada em dezembro de 1972 e é a missão que permaneceu mais tempo na superfície lunar. A imagem acima foi tirada em 2009 e nela é
possível ver detalhes da atividade da Apollo 17 como os rastros do veículo lunar e o módulo lunar.
Imagem disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/30/Apollo_17_LM_Challenger_LRO.png>.
90
UNIDADE 8
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
SEÇÃO 2
SATÉLITES ARTIFICIAIS E MISSÕES PLANETÁRIAS
Alguns comprimentos de onda são bloqueados pela atmosfera da
Terra como a luz ultravioleta, grande parte do infravermelho, raios X e
raios gama. Essas cores só podem ser observadas por satélites fora da
atmosfera da Terra. Além disso, a atmosfera terrestre funciona como uma
lente com um índice de refração variável com o tempo. É o que faz as
estrelas cintilarem. Telescópios livres das interferências da atmosfera da
Terra têm então uma grande vantagem. O telescópio espacial Hubble,
lançado pelo ônibus espacial em 1990, realizou inúmeras descobertas
científicas, que de outro modo não seria possível. Deve-se muito a esse
telescópio sobre o conhecimento que se tem hoje sobre o Universo.
Outras sondas foram enviadas diretamente a planetas como a Missão
Galileo para Júpiter, Cassini para Saturno, New Horizons para Plutão,
Messenger para Mercúrio, Magellan para Vênus. Missões para o planeta
Marte são em maior número como Phoenix, Mars Odyssey, Mars Express,
etc. As naves Voyager (1 e 2) lançadas em 1977 foram uma das primeiras
a fazerem imagens detalhadas de vários planetas e responsáveis pelas
descobertas de várias luas
do sistema solar. Inúmeros
telescópios lançados têm
objetivos específicos como
a Missão Kepler para
descobrir exoplanetas
e o WMAP (Wilkinson
Microwave Anisotropy
Probe) para medir a radiação
cósmica de fundo.
91
UNIDADE 8
Universidade Aberta do Brasil
SEÇÃO 3
USO COMERCIAL
O investimento mundial no setor espacial é estimado em US$ 50,8
bilhões de dólares. Entre os serviços estão a TV a cabo (DIRECTV), sistema
de posicionamento global (GPS), telefonia e monitoramento climático.
Mais recentemente temos o turismo espacial. Atualmente esse serviço
está reservado a pouco mais de meia dúzia de bilionários, mas empresas
como a Virgin Galatic e Project Enterprise prometem num futuro não
muito distante promover voos com preços muito mais acessíveis. Temos o
exemplo da aviação comercial que no início era voltada a pessoas muito
ricas e hoje estão mais populares. Há planos muito mais ambiciosos como
o da empresa Space Adventures prometendo um voo ao redor da Lua e a
Excalibur Almaz interessada em construir um hotel espacial. O fato é que
o espaço hoje é um lugar lucrativo e essencial para a atividade humana
moderna.
O elevador espacial não é uma realidade, mas caso seja possível
a sua construção algum dia, os custos espaciais reduzirão drasticamente.
A ideia é montar um cabo com um contrapeso no espaço ancorado no
equador celeste. O cabo seria usado para transportar materiais da
superfície terrestre até o espaço, sem o uso de foguetes. A limitação está
em construir um cabo suficientemente forte para suportar as forças de
tensão envolvidas e, ao mesmo tempo, leve. Nanotubos de carbono é um
dos candidatos para o material do cabo.
92
UNIDADE 8
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
SEÇÃO 4
O PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO
O início se deu em 1960 pelo então presidente Jânio Quadros para
a formação de um programa nacional de exploração espacial. Após várias
comissões em 1971 foi criado o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE). A Agência Espacial Brasileira (AEB) foi criada em 1994. O
INPE é responsável por testes de satélites e, mais recentemente, pela
sua construção também. A AEB é responsável pelo veículo lançador de
satélite (VLS), programa ainda sem sucesso e com um acidente grave em
2003, com a morte de 21 pessoas do programa. Uma tentativa recente foi
feita para unir o INPE e a AEB em uma única agência, mas por razões
políticas não houve sucesso. Atualmente o Brasil mantém cooperação
internacional com a Ucrânia para o lançamento de satélites e construiu
outros em conjunto com a China, EUA, Japão e Argentina. Em março de
2006, o astronauta brasileiro Marcos Pontes foi lançado ao espaço por
cerca de 9 dias, como parte do acordo brasileiro com a Estação Espacial
Internacional. Ele levou oito experimentos científicos brasileiros para
execução em microgravidade.
93
UNIDADE 8
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
PALAVRAS FINAIS
O filósofo Augusto Comte (1798-1857) uma vez afirmou que o homem
poderia conhecer tudo, menos do que as estrelas eram formadas. Hoje se
sabe do que elas são formadas, graças à espectroscopia. O conhecimento
das ciências naturais e da matemática possibilitou a explicação do
surgimento e evolução dos objetos astronômicos como estrelas e planetas.
Como se pode saber tanto da evolução do Universo, sua estrutura e
origem? Ninguém acompanhou a evolução de uma única estrela desde o
seu nascimento até a morte e nem existem testemunhas do surgimento do
Universo. Então como esse conhecimento foi adquirido?
Existem tantas estrelas no Universo como grãos de areia em todas
as praias da Terra. Assim é possível perceber cada fase de evolução da
estrela observando diferentes estrelas. Pistas do início do Universo – o Big
Bang – podem ser obtidas da mesma forma como os detetives fazem ao
investigar a cena do local de ocorrência de um crime. O método científico
é um tremendo sucesso. Graças a ele desenvolvemos tecnologia, vacinas
e métodos de plantio e colheita. A qualidade, quantidade e extensão da
vida do homem têm crescido ao longo dos anos, demonstrando de maneira
inequívoca a eficácia do método científico e de seus instrumentos.
95
PALAVRAS FINAIS
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
REFERÊNCIAS
BOCZKO, R. Conceitos de Astronomia. São Paulo: Edgard Blücher LTDA,
1984.
CHAISSON, Eric; MCMILLAN, Steve. Astronomy Today. 6a ed. São Francisco,
EUA Benjamin Cummings, 2009.
FRIAÇA, Amâncio; DAL PINO, Elisabete; SODRÉ JR., Laerte; JATENCO-
PEREIRA, Vera. Astronomia: uma visão geral do Universo. São Paulo, SP
EDUSP, 2000.
MACIEL, V. Introdução à estrutura e Evolução Estelar. São Paulo, SP EDUSP,
1999.
OLIVEIRA FILHO, K. S.; SARAIVA, M. F. O. Astronomia e Astrofísica. Porto
Alegre: Ed. UFRS, 1999.
97
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO A ASTRONOMIA
NOTAS SOBRE O AUTOR
99
AUTOR