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AMOSTRA DA OBRA

Alessandra S. da Gama

ECA
Esquematizado
2ª edição
ECA Esquematizado

Sumário

Agradecimentos IX
Apresentação XI
Prefácio XIII
Introdução XV
Graduada em Psicologia pela Universidade
Federal Fluminense (UFF), especialista em Estatuto – Lei 8.069, de 13 de junho de 1990 1
Psicologia Clínica pelo IFEN e em Psicologia
Anexo 1 – Lei 12.318, de 26 de agosto de 2010 227
Jurídica pela Universidade Cândido Mendes
(UCAM), Alessandra de Saldanha da Gama
Anexo 2 – Resolução 131, de 26 de maio de 2011 231
atua como psicóloga da Secretaria Municipal
de Saúde do Rio de Janeiro e de ­Petrópolis, Glossário 235
tendo sido aprovada em primeiro lugar nos
dois concursos. É também professora de Exercícios 239
­cursos preparatórios e coordenadora do site
www.concurseirodasaude.com.br. Gabarito 338

Referências bibliográficas 345

Nota sobre a autora II III Amostra da obra


Estatuto

Lei 8.069, de 13 de junho de 1990

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e da outras pro-


vidências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Livro I

PARTE GERAL

Título I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança


e ao adolescente.

Definição importante:
A Doutrina da Proteção Integral consiste em garantir a crianças e ado-
lescentes, sem exceção, os direitos à sobrevivência, ao desenvolvimento
pessoal e social e à integridade física, psicológica e moral, com a criação
e articulação de um conjunto de políticas e ações em quatro grandes
áreas: Políticas Sociais Básicas, Assistência Social, Proteção Especial e
Garantia de Direitos.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a


pessoa até doze anos de idade incompletos e, adolescente,
aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se,
excepcionalmente, este Estatuto às pessoas entre dezoito
e vinte e um anos de idade. (grifo nosso)

1 Amostra da obra
ECA Esquematizado Lei 8.069, de 13 de junho de 1990

Veja como este artigo foi cobrado em concursos anteriores:


Memorize os direitos mencionados no artigo 4º com essa dica:
VALLE PESC(A)R CD
01. (Conselheiro Tutelar) Para efeitos do Estatuto da Criança e do Adolescente –
ECA, considera-se: V – Vida, A – alimentação, L – lazer, L – Liberdade, E – esporte
a) Criança, a pessoa com até 13 (treze) anos de idade completos; P – profissionalização, E – educação, S – saúde, C – cultura (A) –
b) Adolescente, a pessoa entre 12 (doze) e 21 (vinte e um) anos de idade; R – respeito
c) Criança, a pessoa com até 12(doze) anos de idade incompletos, e adoles-
C – convivência familiar e comunitária, D – dignidade.
cente a pessoa entre 12(doze) e 18(dezoito) anos de idade;
d) Criança, a pessoa com até 12(doze) anos de idade completos, e adolescen-
te a pessoa entre 14(quatorze) e 18(dezoito) anos de idade. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
Gabarito: C a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os di- relevância pública;
reitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, asse- c) preferência na formulação e na execução das políticas
gurando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as opor- sociais públicas;
tunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desen- d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas
volvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
condições de liberdade e de dignidade.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade qualquer forma de negligência, discriminação, explora-
em geral e do poder público assegurar, com absoluta prio- ção, violência, crueldade e opressão, punido na forma da
ridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus di-
à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissio- reitos fundamentais.
nalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária.

Ampliando o conhecimento:
Ampliando o conhecimento: A punição referida neste artigo ocorrerá segundo os ditames do Estado,
o que significa, dentre outros aspectos, a possibilidade de responsabi-
Este caput tem fundamento constitucional baseado no artigo 227 da
lização administrativa, civil e até mesmo criminal, conforme o caso.
Constituição Federal.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado asse-
gurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à comum, os direitos e deveres individuais e coletivos e a
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de condição peculiar da criança e do adolescente como pes-
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discrimina- soas em desenvolvimento.
ção, exploração, violência, crueldade e opressão.

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Título II Art. 9º O poder público, as instituições e os empregado-


Dos Direitos Fundamentais res propiciarão condições adequadas ao aleitamento ma-
terno, inclusive aos filhos de mães submetidas à medida
Capítulo I privativa de liberdade.
Do Direito à Vida e à Saúde Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de aten-
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à ção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são
vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais obrigados a:
públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento I – manter registro das atividades desenvolvidas, através
sadio e harmonioso, em condições dignas de e­ xistência. de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
Art. 8º É assegurado à gestante, através do Sistema Único II – identificar o recém-nascido mediante o registro de
de Saúde, o atendimento pré e perinatal. sua impressão plantar e digital e da impressão digital da
§ 1º A gestante será encaminhada aos diferentes níveis mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela
de atendimento, segundo critérios médicos específicos, autoridade administrativa competente;
obedecendo-se aos princípios de regionalização e hierar- III – proceder a exames visando ao diagnóstico e tera-
quização do Sistema. pêutica de anormalidades no metabolismo do recém-
-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
IV – fornecer declaração de nascimento onde constem
Saiba que:
necessariamente as intercorrências do parto e do desen-
A rede de serviço do SUS (Sistema Único de Saúde) deve ser organizada volvimento do neonato;
de forma regionalizada e hierarquizada, permitindo um conhecimento
V – manter alojamento conjunto, possibilitando ao neo-
maior dos problemas de saúde da população de uma área delimitada.
nato a permanência junto à mãe.
Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde da
§ 2º A parturiente será atendida preferencialmente pelo
criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Úni-
mesmo médico que a acompanhou na fase pré-natal.
co de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às
§ 3º Incumbe ao poder público propiciar apoio alimentar ações e serviços para promoção, proteção e recuperação
à gestante e à nutriz que dele necessitem. da saúde.

Atenção!
Caput com redação determinada pela Lei 11.185/09.
Parágrafos acrescentados pela Lei 12.010 (Lei Nacional de Adoção)
Esta lei explicita o direito ao atendimento integral à saúde de crianças
§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar assistência e adolescentes.
psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal,
inclusive como forma de prevenir ou minorar as conse-
§ 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência
quências do estado puerperal.
receberão atendimento especializado.
§ 5º A assistência referida no § 4º deste artigo deverá ser tam-
bém prestada a gestantes ou mães que manifestem interesse § 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente
em entregar seus filhos para adoção. àqueles que necessitarem os medicamentos, próteses e

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outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-
reabilitação. -tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoria-
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde de- mente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva
verão proporcionar condições para a permanência em localidade, sem prejuízo de outras providências legais.
tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos
de internação de criança ou adolescente.
Fique atento!
O Conselho Tutelar a ser comunicado é o da respectiva localidade do
Definição importante: evento. Não havendo Conselho Tutelar na localidade, deve a comuni-
Responsável – é a pessoa que não sendo nem pai nem mãe, e mesmo cação ser feita ao Juiz da Infância e da Juventude.
não assumindo o encargo em juízo, adquire a responsabilidade de zelar
pela criação e educação da criança ou adolescente, suprimindo-lhe suas
necessidades básicas. Nesta ampla interpretação, incluem-se o tutor, Veja como este artigo foi cobrado em concursos anteriores:
o curador e o guardião legal e de fato. Não se confunde com a noção
de representante legal, que é munido do poder familiar, e, portanto,
03. (Agentes de Proteção) Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos
somente localizado na figura do pai ou mãe ou do tutor.
contra criança ou adolescente serão:
a) obrigatoriamente comunicados a Vara da Infância e Juventude;
b) obrigatoriamente comunicados ao Conselho Municipal dos Direitos da
Veja como o assunto foi cobrado em concursos anteriores: Criança ou Adolescente;
c) obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva locali-
02. (Conselheiro Tutelar) O direito à vida e à saúde de crianças e adolescentes no Brasil, dade, sem prejuízo de outras providências.
é um dos direitos fundamentais previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. d) facultativamente comunicados a Defensoria Pública.
Sobre este assunto analise as afirmativas abaixo e assinale a opção CORRETA:
e) comunicados ao serviço social da Vara da Infância e Juventude.
I – A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante
a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o Gabarito: C
desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
II – O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições
adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães subme-
tidas a medida privativa de liberdade. Atenção!
III – Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, Parágrafo acrescentado pela Lei 12.010
públicos e particulares, são obrigados a manter registro das atividades de- Parágrafo único.  As gestantes ou mães que manifestem interesse em
senvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos.
entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas
a) Apenas a opção I está correta; à Justiça da Infância e da Juventude.
b) Apenas as opções II e III estão corretas;
c) Apenas as opções I e III estão corretas;
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá progra-
d) Todas as opções estão corretas. mas de assistência médica e odontológica para a pre-
Gabarito: D venção das enfermidades que ordinariamente afetam a

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­ opulação infantil, e campanhas de educação sanitária


p Veja como este artigo foi cobrado em concursos anteriores:
para pais, educadores e alunos.
Parágrafo único. É obrigatória a vacinação das crianças 04. (Agente de Proteção) O direito ao respeito previsto no art. 17 do ECA assegu-
nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. rado as crianças e adolescentes consiste na:
a) inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do
Capítulo II adolescente;
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade. b) participação da vida política na forma da lei;
c) busca de refúgio, auxílio e orientação;
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberda- d) igualdade de condições para acesso e permanência na escola;
de, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em
e) participação na vida familiar e comunitária sem discriminação.
processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos
civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e Gabarito: A
nas leis.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes
aspectos: Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da crian-
ça e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tra-
I – ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços co-
tamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
munitários, ressalvadas as restrições legais;
constrangedor.
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – brincar, praticar esportes e divertir-se; Veja como este artigo foi cobrado em concursos anteriores:
V – participar da vida familiar e comunitária, sem dis-
05. (Comissário de Menores) “Em decorrência do suposto desaparecimento de um
criminação;
relógio na escola, os alunos de uma turma foram obrigados a permanecer na
VI – participar da vida política, na forma da lei; sala até que fosse revelado o culpado. Depois de um longo tempo, em clima de
VII – buscar refúgio, auxílio e orientação. muito desgaste, o segurança foi chamado e as crianças obrigadas a tirar a roupa
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade para serem revistadas e nem precisa dizer que o relógio não foi encontrado.”
da integridade física, psíquica e moral da criança e do Este fato, relatado pela dra. Rosângela Zagaglia, em artigo intitulado “Crimes
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da contra crianças e adolescentes”, causou grande constrangimento, vexame e
identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, humilhação às crianças. A atitude dos responsáveis pela instituição constituiu
dos espaços e objetos pessoais. flagrante violação:
a) do Código Civil.
b) do projeto político pedagógico da escola.
c) do código de ética profissonal dos educadores.
d) dos artigos 17 e 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
e) das normas de funcionamento das instituições que atendem a crianças e
adolescentes.
Gabarito: D

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Capítulo III
Definição importante:
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
Acolhimento familiar: Trata-se de uma medida protetiva aplicável
Seção I única e exclusivamente pelo Juiz da Vara da Infância e da Juventude
Disposições Gerais nos casos necessários e de forma excepcional e provisória diante da
impossibilidade de manutenção da criança e adolescente em família
Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser natural e extensa. O acolhimento familiar consiste em encaminhar
criado e educado no seio da sua família e, excepcional- a criança ou adolescente aos cuidados de uma pessoa singular ou a
mente, em família substituta, assegurada a convivência uma família acolhedora. Tem como objetivo precípuo a integração
familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de da criança e do adolescente em meio familiar, no qual possa receber
pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. os cuidados adequados às suas necessidades e bem-estar, bem como
a educação necessária ao seu desenvolvimento integral. Este acolhi-
mento tem como características a provisoriedade e transitoriedade: é
Ampliando o conhecimento: provisório porque só subsiste por um espaço de tempo – enquanto o
Este artigo se refere ao princípio da responsabilidade parental e en- juiz está decidindo o destino da criança ou adolescente; é transitório
contra-se alinhado ao artigo 229 da CF. porque pode ser via de acesso ao posterior acolhimento institucional.

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os


filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e
amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. Atenção!
Parágrafos acrescentados pela Lei 12.010.
§ 2º A permanência da criança e do adolescente em pro-
Definição importante: grama de acolhimento institucional não se prolongará por
Família substituta: Ocorre quando uma criança ou adolescente é assu- mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que
mido por uma família em regime de guarda, tutela ou adoção. atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamenta-
da pela autoridade judiciária.
§ 3º A manutenção ou reintegração de criança ou adoles-
cente à sua família terá preferência em relação a qualquer
Atenção!
outra providência, caso em que será esta incluída em pro-
Parágrafo acrescentado pela Lei 12.010. gramas de orientação e auxílio, nos termos do parágrafo
§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido em único do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos
programa de acolhimento familiar ou institucional terá incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei.
sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses,
devendo a autoridade judiciária competente, com base em Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamen-
relatório elaborado por equipe interprofissional ou multi- to, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualifica-
disciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibi- ções, proibidas quaisquer designações discriminatórias
lidade de reintegração familiar ou colocação em família relativas à filiação.
substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art.
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de
28 desta Lei.
condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser

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a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito


de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judi- Ampliando o conhecimento: (cont.)
ciária competente para a solução da divergência. VI – reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
VII – exigir que lhes prestem obediência, respeito e os ser-
viços próprios de sua idade e condição.
Definição importante:
Poder familiar: é conjunto de poderes legalmente outorgados aos pais Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não
sobre a pessoa e bens dos filhos. constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão
A extinção da utilização do termo pátrio-poder, substituído pelo ter- do poder familiar.
mo Poder Familiar (pela Lei 12.010/09), decorre do princípio da plena
isonomia entre os gêneros ou igualdade na chefia familiar, assim ga-
nhando a família um caráter democrático. Veja como este artigo foi cobrado em concursos anteriores:

Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda 06. (Assistente Social) A falta ou carência de recursos materiais dos pais que possa
e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no inviabilizar cumprimento do dever de sustento dos filhos:
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir a) exige a intervenção direta da autoridade judicial;
as determinações judiciais.
b) é causa suficiente para colocação das crianças ou adolescentes em adoção;
c) não constitui motivo suficiente para a perda ou suspensão do poder
familiar;
Ampliando o conhecimento:
d) autoriza a formação de procedimento para declaração de situação irregu-
Ainda sobre a incumbência dos pais, veja o que preconiza o art. 1.634 lar pelo Ministério Público;
do Código Civil: e) é motivo suficiente para procedimento de internação em abrigo.
Art. 1.634. Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos
Gabarito: C
menores:
I – dirigir-lhes a criação e educação;
II – tê-los em sua companhia e guarda; Parágrafo único. Não existindo outro motivo que por si
III – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para ca- só autorize a decretação da medida, a criança ou o ado-
sarem; lescente será mantido em sua família de origem, a qual
deverá obrigatoriamente ser incluída em programas ofi-
IV – nomear-lhes tutor por testamento ou documento ciais de auxílio.
­autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o so-
brevivo não puder exercer o poder familiar; Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão
decretadas judicialmente, em procedimento contraditó-
V – representá-los, até os dezesseis anos, nos atos da vida rio, nos casos previstos na legislação civil, bem como na
civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e
partes, suprindo-lhes o consentimento; obrigações a que alude o art. 22.

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Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser


Ampliando o conhecimento: reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no
Os casos previstos no Código Civil (Lei 10.406/2002) são mencionados próprio termo de nascimento, por testamento, mediante
em seu artigo 1.638. Vejamos o que dispõe este artigo: escritura ou outro documento público, qualquer que seja
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai a origem da filiação.
ou a mãe que:
I – castigar imoderadamente o filho;
Saiba que:
II – deixar o filho em abandono;
No caso de apenas um dos pais ter efetuado o reconhecimento, a guarda
III – praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; será fixada para o que tiver reconhecido. Se ambos tiverem reconheci-
IV – incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo do, a guarda será fixada para aquele que melhor atender aos interesses
antecedente. da criança ou do adolescente. Neste último caso, a fixação da guarda
O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar está ocorre por decisão judicial.
disposto no art. 155 desta lei. O direito ao nome se insere no conceito de dignidade da pessoa humana.

Seção II Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o


Da Família Natural nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se
deixar descendentes.
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade
formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
Veja como o assunto sobre Família Natural foi cobrado em concursos anteriores:

Definição importante:
07. (Conselheiro Tutelar) Analise as assertivas a seguir sobre Família Natural e
Família natural: Comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e indique a alternativa CORRETA:
seus descendentes. Abrange a família constituída pelo casamento civil,
I – Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou
a originada da relação estável (concubinato) e a formada por qualquer
qualquer deles e seus descendentes.
dos genitores e seus filhos. A menção natural possui o escopo de se
II – Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos
contrapor à família substituta.
pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por
testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer
que seja a origem da filiação.
Atenção! III – O reconhecimento da paternidade efetuado pelo pai, somente poderá
acontecer após o nascimento com vida da criança.
Parágrafo acrescentado pela Lei 12.010.
a) Apenas as alternativas I e II são corretas;
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela
b) Apenas as alternativas II e III são corretas;
que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do
c) Apenas a alternativa II é correta;
casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou ado-
lescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
d) Apenas a alternativa III é correta.
Gabarito: A

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Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito Subseção I


personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo Disposições Gerais
ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qual-
quer restrição, observado o segredo de Justiça. Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á me-
diante guarda, tutela ou adoção, independentemente da
situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos
Ampliando o conhecimento: desta Lei.

O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, ou


seja, somente pode ser exercido pelo filho, representado ou assistido; Lembre-se:
é também indisponível, posto que não se pode renunciá-lo; e, por fim,
A família substituta é aquela que se forma a partir da impossibilidade,
imprescritível, uma vez que pode ser exercido a qualquer momento,
mesmo que momentânea, da criança ou do adolescente permanecer
sem que incida a prescrição.
junto à sua família natural. A criança é assumida em regime de Guar-
da, Tutela ou Adoção.

Veja como este artigo foi cobrado em concursos anteriores:


Veja como este artigo foi cobrado em concursos anteriores:
08. (Agentes de Proteção) Quanto ao direito de reconhecimento do estado de
filiação é correto afirmar: 09. (Comissário da Infância e Juventude) A colocação de criança ou adolescente
a) é direito disponível; em família substituta far-se-á mediante:
b) não pode ser exercido contra os herdeiros dos pais; a) guarda, tutela ou adoção;
c) é direito prescritível; b) abrigo, advertência aos pais ou suspensão do poder familiar;
d) é direito personalíssimo; c) liberdade assistida ou orientação e apoio sociofamiliar;
e) As alternativas a e b estão corretas. d) semiliberdade ou apoio socioeducativo em meio aberto;
Gabarito: D e) liberdade vigiada ou internação.
Gabarito: A

Seção III

Da Família Substituta Atenção!


Parágrafo com redação determinada pela Lei 12.010.
Fique atento!
§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será
Esta seção, que trata do tema Família Substituta, é bastante solicitada previamente ouvido por equipe interprofissional, respeita-
em questões de concursos! do seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão
sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devida-
mente considerada.
* Redação anterior do dispositivo alterado: “§ 1º  Sempre que possível à criança ou o
adolescente deverá ser previamente ouvido e a sua opinião devidamente considerada.”

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Saiba que: Atenção! (cont.)


Essa nova redação qualificou a escuta da criança ou do adolescente que § 5º A colocação da criança ou adolescente em família
deve ser ouvido/a pela equipe interprofissional, respeitado seu estágio substituta será precedida de sua preparação gradativa e
de desenvolvimento e grau de compreensão. acompanhamento posterior, realizados pela equipe inter-
profissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis
pela execução da política municipal de garantia do direito à
Atenção!
convivência familiar. 
Parágrafo com redação determinada pela Lei 12.010.
§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou
§ 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é
seu consentimento, colhido em audiência.  ainda obrigatório: 
* Redação anterior do dispositivo alterado: “§ 2º Na apreciação do pedido levar-se-á I – que sejam consideradas e respeitadas sua identidade
em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como
evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida.”
suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com
os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela
Constituição Federal; 
Fique atento! II – que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio
A partir do aniversário de 12 anos, o adolescente já tem o seu consen- de sua comunidade ou junto a membros da mesma ­etnia; 
timento como determinante e vinculante em relação ao seu futuro no III – a intervenção e oitiva de representantes do órgão fede-
seio de uma família substituta. ral responsável pela política indigenista, no caso de crian-
ças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a
equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acom-
panhar o caso.  
Atenção!
Parágrafos acrescentados pela Lei 12.010.
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta
§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibili-
de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a dade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente
fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da familiar adequado.
medida.
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá
§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a
ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a com- entidades governamentais ou não governamentais, sem
provada existência de risco de abuso ou outra situação que autorização judicial.
justifique plenamente a excepcionalidade de solução diver-
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira
sa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento
constitui medida excepcional, somente admissível na
definitivo dos vínculos fraternais.
modalidade de adoção.

Alessandra S. da Gama 18 19 Amostra da obra


ECA Esquematizado

Veja como este artigo foi cobrado em concursos anteriores:

10. (Comissário da Infância e Juventude) Casal estrangeiro residente ou domici-


liado fora do país deseja formular pedido de colocação em família substituta.
O ECA somente autoriza:
a) guarda; b) tutela;
c) visitação; d) abrigo;
e) adoção.
Gabarito: E

Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável


prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar
o encargo, mediante termo nos autos.

Mais uma questão sobre o assunto família, cobrado em concursos anteriores:

11. (Assistente Social) O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) reconhece a


família como o espaço privilegiado na história da humanidade onde se aprende
a ser e a conviver. Acerca da interpretação dos dispositivos do ECA em relação
à família, assinale a opção correta.
a) A criança e o adolescente têm o direito de viver em sua família natu-
ral e apenas excepcionalmente devem ser criados e educados em família
substituta.
b) Como cabe aos pais a responsabilidade pelo sustento dos filhos, uma si-
tuação de carência de recursos materiais é motivo concreto para que eles
percam o poder familiar.
c) Na aplicação das medidas de proteção, o ECA prioriza o afastamento da
criança e do adolescente da convivência familiar, para se evitar a influên-
cia que esta possa exercer sobre os filhos. Autora: Alessandra de Saldanha da Gama
d) Os atos infracionais são interpretados pelo ECA como o fim de um pro-
cesso educativo malsucedido realizado por uma família incompetente.
Ano: 2013

Gabarito: A
Edição: 2ª
ISBN: 978-85-7842-259-2
Páginas: 368

Alessandra S. da Gama 20
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AMOSTRA DA OBRA

O livro Estatuto da Criança e do Adolescente Esquematizado, da


psicóloga Alessandra de Saldanha da Gama, tem o objetivo de
auxiliar o estudante na compreensão do Estatuto da Criança e
do Adolescente, que, recentemente, sofreu inúmeras alterações
devido ao advento da Lei Nacional de Adoção.
Além de destacar as alterações e modificações impostas, a auto-
ra comenta os temas mais relevantes da matéria, apresentando
também alguns conceitos fundamentais, como os da proteção in-
tegral, adoção, tutela, guarda compartilhada, família substituta e
família natural, entre outros. A fim de subsidiar a fixação da maté-
ria, este estudo contempla ainda questões de provas de concursos
que permeiam toda a legislação e mais 300 exercícios inéditos
sobre o Estatuto e suas alterações.
“Sem dúvida, trata-se de obra de grande valia para os estudantes,
ainda em seus primeiros passos no Direito, para aqueles outros
que se preparam para concursos públicos e para operadores do
Direito de Família, na qualidade de obra de consulta rápida e
objetiva”, escreve o promotor de justiça militar Sergio S. G. Junior.

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