CUSTOS
LOGÍSTICOS
Graduação
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
Seja bem-vindo(A)!
Prezado(a) aluno(a),
Estudar Logística apresenta-se como um desafio no século XXI, uma vez que as or-
ganizações tornam-se mais complexas, assim como são complexos o próprio com-
portamento das pessoas, os consumidores dos produtos e serviços das organiza-
ções. Qualquer empreendedor, independente do segmento econômico, ao iniciar
suas atividades no mercado, almeja ser bem-sucedido, ter resultados financeiros
que compensem os riscos associados à atividade.
No entanto, obter resultados positivos é cada vez mais difícil: além da concorrência
acirrada, de um sistema tributário quase incompreensível a que estamos submeti-
dos no Brasil, há também complicadores muitas vezes despercebidos, como a forma
de apurar custos e lucro. Pode parecer simples, para os menos avisados, apurar o lu-
cro empresarial. Seria simplesmente uma fórmula: Lucro = Preço – Custos. Seria sim-
ples, se você pudesse simplesmente atribuir o preço que bem entendesse aos seus
produtos e serviços, não é verdade? No Brasil já foi assim, principalmente na época
da hiperinflação. Atualmente, o consumidor tem referência de preço, há opções de
fornecedores e a empresa não consegue simplesmente determinar seus preços a
bel-prazer. É necessário gerenciar custos e ficar atento ao que a concorrência está
praticando e o que o mercado – os consumidores – aceita pagar.
Por conta desse desafio, as operações da Cadeia de Suprimentos devem ser enten-
didas de forma tal que permitam uma gestão de custos eficiente e eficaz, de modo
a contribuir com os resultados da organização. Esta disciplina de Gestão dos Custos
Logísticos vem atender a essa necessidade.
Por que é importante a inserção desta disciplina na sua formação? Bem, você estu-
dou em outras disciplinas o impacto da Logística nos custos da organização. Saber
que há impacto é importante, mas o que de fato fará a diferença é entender como
esses custos são gerados e, principalmente, mecanismos de gerenciá-los.
Nossa proposta é conhecer exatamente estas questões. Vou alertá-lo(a), desde já,
que não é possível aprofundarmos alguns conceitos em nível de detalhes. Ferramen-
tas como o método ABC, o BSC e o Cost-to-Serve são objetos de estudos extensos
que devem, caso você conclua que são realmente válidos, receber uma qualificação
específica nas ferramentas, à semelhança de outras ferramentas, inclusive da Qua-
lidade Total. Os fundamentos da Contabilidade de Custos, também apresentados
nesta obra, merecem uma consideração mais aprofundada, pelos mesmos motivos.
Muitos dos conceitos de custo que abordaremos são conhecidos por você. Outros
talvez apenas superficialmente. O que pretendemos demonstrar é que a gestão de
custos logísticos não deve ser função exclusiva de uma área de Controladoria e/ou
Contabilidade, mas, sim, deve ser foco de um acompanhamento gerencial sério e
intensivo.
Apresentação
“A logística é a última fronteira gerencial que resta ser explorada para reduzir tem-
pos e custos, melhorar o nível e a qualidade de serviços, agregar valores que di-
ferenciem e fortaleçam a posição competitiva da empresa” (DRUCKER, 1995 apud
BATALHA, 2002, p. 163).
Assim, o desafio para nós é buscar um conhecimento abrangente dos custos logísti-
cos e, a partir de então, decidirmos trilhar por caminhos mais específicos, em busca
de um aprofundamento das questões levantadas.
Desejamos a você um bom estudo e que esta seja uma disciplina proveitosa!
Professor Me. Paulo Pardo
Professora Me. Elisabete Camilo
11
sumário
UNIDADE I
17 Introdução
33 Objetos de Custo
40 Considerações Finais
UNIDADE II
49 Introdução
60 Considerações Finais
sumário
UNIDADE III
65 Introdução
78 Custos de Embalagem
94 Considerações Finais
UNIDADE IV
101 Introdução
UNIDADE V
MÉTODO DE CUSTEIO
115 Introdução
145 Conclusão
147 Referências
Professora Me. Elisabete Camilo
I
FUNDAMENTOS DA
UNIDADE
CONTABILIDADE DE
CUSTOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender os conceitos básicos da contabilidade de custos.
■■ Compreender o sistema organizacional nas áreas gerencial, financeira
e de custos.
■■ Entender e discutir o objeto de custo direto e indireto.
■■ Analisar os conteúdos abordados e complementar os estudos com os
exercícios de aprendizagem.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Conceitos básicos de contabilidade de custos
■■ A contabilidade Gerencial, Financeira e de Custos
■■ Objetos de custo
■■ Custos Diretos e Indiretos
17
Introdução
o translado de seus estoques e dos demais ativos com o intuito de obter resulta-
dos positivos em relação aos custos de suas atividades.
O administrador se depara, no seu dia a dia, com situações que envolvem
decisões estratégicas que terão efeito sobre outros fatores, que reagirão a esta
estratégia, um deles é o cliente, em que um dos critérios para a aquisição de um
produto ou serviço é o preço, e para formar o preço de venda dos produtos e
serviços, o administrador primeiro formará seu custo, incluindo então o custo
logístico.
Desta forma, estudar Contabilidade de Custos significa fornecer aos admi-
nistradores os dados indispensáveis, tanto para o planejamento e controle quanto
para a determinação do custo de produtos, serviços e clientes.
Com isto, podemos definir Contabilidade de Custos como sendo a responsá-
vel por mensurar e relatar informações financeiras e não financeiras relacionadas
à aquisição e ao consumo de recursos pela organização. Ela fornece informações
tanto para a Contabilidade Gerencial quanto para a Contabilidade Financeira.
Nesta Unidade I, saberemos como a contabilidade de custos norteia as deci-
sões dos administradores para o planejamento estratégico, tático e operacional
das organizações.
Introdução
I
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Conceitos Básicos de Contabilidade de Custos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
entrega do produto ao cliente, todo este custo deve ser computado para saber-
mos a margem de contribuição que este produto dará à organização. Após a
distribuição do produto, é necessário computar o gosto e preferência do cliente,
mediante seu feedback, para que todo o ciclo se feche.
Com isto, a máquina provocou um gasto em sua entrada, que foi tornado
investimento (ativo) e parceladamente transformado em custo, via Depreciação,
à medida que é utilizada no processo de produção de utilidades (MARTINS,
2003). A figura 1 nos demonstra como esta transformação ocorre.
Uma diferença importante que os gestores deverão levar em conta para ava-
liar os custos são algumas terminologias, que ainda, segundo Martins (2003), no
dia a dia das organizações, são utilizadas. São elas:
a. Gasto - Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifí-
cio financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado
por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).
b. Desembolso - Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode
ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto
defasada ou não do momento do gasto.
c. Investimento - Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefí-
cios atribuíveis a futuro(s) período(s).
d. Custo - Gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros
bens ou serviços.
e. Despesa - Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a
obtenção de receitas.
Gasto
Custos Despesas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2003, p. 61) é a que melhor se adequa a este tema, para isso, é importante saber-
mos as diferenças existentes, mas também nos ater ao custo que as organizações
possuem além da produção em si.
Estoque
PRENSA TORNO LAVAGEM
1 1 2
Estoque Estoque Estoque Estoque
CONIFICAD
2
Outra definição que pode ser utilizada é a dos autores Hendriksen e Van Breda
(1999, p. 235), os quais mencionam que “o custo é medido pelo valor corrente dos
recursos econômicos consumidos ou serem consumidos na obtenção dos bens
ou serviços a serem utilizados nas operações - ou seja, trata-se do valor de troca”.
Na produção, temos um custo, na comercialização, temos outro custo e na
distribuição dos produtos até chegar ao consumidor final, temos mais um, o que
o gestor de custos logísticos necessita é enxergar a integração de todos os envol-
vidos na cadeia de fornecimento. Essa evolução deu-se de forma gradual e o
que foi levado em conta é uma drástica redução dos estoques em toda a cadeia
de suprimentos.
de distribuição.
A contabilidade, desta forma, computa todos os dados dos recursos utiliza-
dos no sistema logístico, o que possibilita soluções bastante satisfatórias para os
gestores no momento da tomada de decisão, pois processa simultaneamente as
informações e concilia as diferenças sobre o que pode ser custo, despesa, gasto,
investimento, desembolso ou perda.
Nesse seu novo campo, a Contabilidade de Custos tem duas funções relevan-
tes: o auxílio ao Controle e a ajuda às tomadas de decisões. No que diz respeito
ao Controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o estabeleci-
mento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, em um estágio
imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para compara-
ção com os valores anteriormente definidos (HORNGREN; FOSTER; DATAR,
2000; MARTINS, 2003).
No que tange à decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois con-
siste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito
às consequências de curto e longo prazo sobre medidas de introdução ou corte
de produtos, administração de preços de venda, opção de compra ou produção
etc. Resumindo, a Contabilidade de Custos acabou por passar, nessas últimas
décadas, de mera auxiliar na avaliação de estoques e lucros globais para impor-
tante arma de controle e decisão gerenciais (MARTINS, 2003).
Com o significativo aumento de competitividade que vem ocorrendo na
maioria dos mercados, sejam industriais, comerciais ou de serviços, os custos
tornam-se altamente relevantes quando da tomada de decisões em uma empresa.
Isto ocorre devido à alta competição existente, pois as empresas já não podem
mais definir seus preços apenas de acordo com os custos incorridos, e sim, com
base nos preços praticados no mercado em que atuam (HORNGREN; FOSTER;
DATAR, 2000; MARTINS, 2003).
Para o profissional ter conhecimento dos custos, é essencial saber se: dado
o preço, o produto é rentável; ou se não rentável, se é possível reduzir os custos,
assim, a Contabilidade mais moderna vem criando sistemas de informações que
permitem melhor gerenciamento de Custos, através do R.O.A (Retorno sobre
Ativo) que, de acordo com Assaf Neto (2008 p. 229), significa a “taxa de retorno
gerado pelas aplicações realizadas por uma empresa em seus ativos. Indica o
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retorno gerado por cada $ 1,00 investido pela empresa”. Logo, o cálculo é reali-
zado da seguinte forma:
R.O.A = Lucro Operacional
Ativo Total Médio
Para o mesmo autor (2009), o lucro operacional tratado resultado da empresa
antes das despesas financeiras, ou seja, “é o resultado gerado exclusivamente
pelas decisões de ativos” (ASSAF NETO, 2009). E complementa dizendo que,
por critério de decisão, o retorno sobre o ativo (ROA) pode ser “interpretado
como custo financeiro máximo que uma empresa poderia incorrer em suas cap-
tações de fundos”.
A análise feita pelo ROA é sobre o resultado que o investimento em esto-
que, armazenagem, distribuição e recebimento está dando ou ainda um resultado
maior sobre o investimento que é a margem de contribuição.
(-) Despesas
Comerciais (Vendas)
Administrativas
Financeiras
(=) Resultado Antes do Imposto de Renda
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e as despesas financeiras.
Os custos podem ser diretos ou indiretos, isto vai depender da utilização
na produção de um produto ou serviço. Estes também poderão ser classifica-
dos como fixos ou variáveis dependendo da forma de alocação ao produto ou
serviço. E para um melhor resultado, a Contabilidade de custos faz uso da tec-
nologia da informação para mensurar e computar as informações.
Vamos trabalhar agora um exemplo de como a DRE auxilia o Gestor com
informações sobre os custos.
Itens Valores em R$
Lixa 2.000,00
Custos de disponibilização de materiais 70.000,00
Lubrificantes e colas 5.000,00
Mão de obra indireta diversas 40.000,00
Mão de obra direta 300.000,00
Materiais diretos 01/01/20XX 40.000,00
Produtos acabados 01/01/20XX 100.000,00
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PEDE-SE
1. Prepare um demonstrativo de resultado com uma planilha de suporte dos
custos dos produtos acabados. Para todos os itens de produção, indique
(V) ou (F) se cada item for basicamente um custo variável ou um custo
fixo (onde o objeto de custo é uma unidade de produto). Se estiver em
dúvida, decida verificando se os custos totais modificarão substancial-
mente dentro de uma faixa de produção.
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4. Como gestor de custos, explique concisamente ao presidente por que os
custos unitários dos materiais diretos não se modificam nos itens 2 e 3 e
os custos unitários do aluguel da fábrica sim.
SOLUÇÃO
NEGÓCIOS COMPANY
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO PARA O ANO BASE DE 20XX
1.
Receita 1.360.000,00
(-) Custo dos produtos vendidos 910.000,00
(+) Estoque inicial de produtos acabados 01/01/20XX 100.000,00
(+) Custos dos produtos acabados (vide cálculo) 960.000,00
(-) Estoque final de produtos acabados 31/12/20XX 150.000,00
(=) Margem bruta (ou lucro bruto) 450.000,00
(-) Despesas Operacionais 330.000,00
Promoções de marketing 60.000,00
Salários de marketing
100.000,00
NEGÓCIOS COMPANY
Planilha de Custos dos Produtos Acabados para o ano base de 20XX
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unidades = R$ 0,50. Ao contrário, o aluguel da fábrica de R$ 54.000 é
fixo, logo, ele não aumentaria em montante. Entretanto, se o aluguel da
fábrica é apropriado às unidades produzidas, o custo unitário declinaria
de R$ 0,060 para R$ 0,054, pois 54.000 1.000.000 = R$ 0,054.
4. A explicação começaria com a resposta do item 3. Como Gestor(a) de
Custos, você deveria enfatizar que o cálculo unitário de custos que pos-
suem padrões de comportamento diferentes pode ser enganador. Um
erro comum é assumir que o custo unitário total, que é muitas vezes o
somatório de custos unitários fixos e variáveis, é um indicador de que os
custos totais se alterarão como um todo de maneira variável à medida
que o nível de atividade da produção se altera.
Como se pode observar no exemplo dado de cálculo da DRE, ela é uma ferra-
menta contábil que demonstra ao gestor como os custos farão parte do resultado
financeiro e contábil da organização. Antes da Revolução Industrial, os bens
eram quase todos produzidos por pessoas ou grupos de pessoas que poucas
vezes constituíam entidades jurídicas, a informalidade imperava. As empresas
propriamente ditas viviam basicamente do comércio, e não da fabricação (fora,
é lógico, as financeiras). Dessa forma, eram fáceis o conhecimento e a verificação
do valor de compra dos bens existentes, pois não se analisavam os custos envol-
tos na operação, bastando a simples consulta aos documentos de sua aquisição.
Com a Revolução Industrial, a função do Contador para a elaboração do
Balanço Patrimonial e apuração do resultado foi aprimorada e agora o processo
de coleta de informações para a composição do CPV/CSV inclui uma série de
valores pagos pelos fatores de produção utilizados na fabricação de produtos e
serviços, que sem eles o contador não tem condições de elaborar uma demons-
tração apta a dar informações consistentes ao gestor de custos.
Nada mais razoável, para solução desse problema, do que vermos o Contador
tentando adaptar à empresa industrial os mesmos critérios utilizados na comercial.
Para o Balanço Final, permaneciam como estoques no Ativo apenas os valores
sacrificados pela compra dos bens, nenhum outro valor relativo a juros e outros
encargos financeiros, honorários dos proprietários e administradores, a salários
e comissões de vendedores etc. era ativado. Todos estes gastos eram automatica-
mente apropriados como despesas do período, independentemente da venda ou
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nadora do processo produtivo vêm tratando dos recursos de forma eficiente para
os resultados traçados pela equipe diretiva das organizações, assim teremos resul-
tados satisfatórios para todos os gestores destas áreas funcionais (HORNGREN;
FOSTER; DATAR, 2000; MARTINS, 2003).
Obviamente, estas novas missões não compreendem o todo da Contabilidade
Gerencial; esta é mais ampla, porém suas bases são esse aspecto comentado
da Contabilidade de Custos. A figura 3 dá uma ideia de como se situam a
Contabilidade Financeira, a de Custos e a Gerencial — além do sistema de orça-
mento — no contexto de um Sistema de Informação:
Decisões Gerenciais da Organização X Sistema Contábil Gerencial
PLANEJAMENTO Orçamentos Representação
Aumento no preço Previsão de páginas de financeira
do anúncio em 4% anúncios vendidas por dos planos
página e receita
CONTROLE
Sistema Contábil Registrando as
Implementar o Documentos transações e
aumento de 4% comprobatórios (faturas
FEEDBACK
Objetos de Custo
Objetos de Custo
I
Com isto, os gestores buscarão informações para obter o custo de cada produto
ou serviço que sua organização produzir. A contabilidade, por sua vez, fará a
compilação dos dados que foram necessários para a formação de tal produto ou
serviço, de forma organizada, por meio de um sistema contábil.
Exemplificando: Na fabricação de um veículo por uma montadora
Exemplificando: Na fabricação de um veículo por uma montadora
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As peças serão registradas no livro razão em uma conta de materiais (estágio de
acumulação) e simultaneamente serão registradas em três diferentes objetos de
custo (estágio de apropriação).
■■ Departamento: montagem
■■ Produto: veículo XX
■■ Cliente: Brasil & Cia (fictício)
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Custos Diretos e Indiretos
Custos diretos
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de apontamentos, por meio do qual se verifica quais os operários que trabalham
em cada produto (ou serviço) no período (dia, semana, mês) e por quanto tempo
(minutos, horas). Nas empresas de serviços, normalmente se faz o acompanha-
mento da ordem de serviço, anotando os custos alocados diretamente (mão de
obra, materiais aplicados e serviços subcontratados).
Custos Indiretos
São os custos que estão relacionados a um determinado objeto de custo, mas não
podem ser identificados com este de maneira economicamente viável (custo efe-
tivo); serão alocados ao objeto de custo por meio de um método de rateio; é o
custo que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de
custo no momento de sua ocorrência. Os custos indiretos são apropriados aos
portadores finais mediante o emprego de critérios predeterminados e vinculados
a causas correlatas, como mão de obra indireta, rateada por horas/homem da mão
de obra direta, gastos com energia, com base em horas/máquinas utilizadas etc.
(HORNGREN; FOSTER; DATAR, 2000; MARTINS, 2003; ZANLUCA, 2012).
Sempre que possível, os gastos devem ser impostos diretamente ao serviço ou
produto, eliminando ao máximo outros processos de distribuição. No entanto,
aqueles gastos que são impossíveis da aplicação direta, denominados gastos indi-
retos, exigem um critério para o rateio. A figura 4 mostra um exemplo de Base
de Rateio:
Atribuem-se parcelas de custos a cada tipo de bem ou função por meio de cri-
térios de rateio. É um custo comum a muitos tipos diferentes de bens, sem que
se possa separar a parcela referente a cada um, no momento de sua ocorrência.
Ou ainda, pode ser entendido como aquele custo que não pode ser atribuído
(ou identificado) diretamente a um produto, uma linha de produto, um centro
de custo ou departamento. Necessita de taxas/critérios de rateio ou parâmetros
para atribuição ao objeto custeado (HORNGREN; FOSTER; DATAR, 2000;
MARTINS, 2003; ZANLUCA, 2012).
Exemplos de custos indiretos:
■■ Mão de obra indireta: é representada pelo trabalho nos departamentos
auxiliares nas indústrias ou prestadores de serviços e que não são men-
suráveis em nenhum produto ou serviço executado, como a mão de obra
de supervisores, controles de qualidade etc.
■■ Materiais indiretos: são materiais empregados nas atividades auxiliares
de produção, ou cujo relacionamento com o produto é irrelevante. São
eles: graxas e lubrificantes, lixas etc.
■■ Outros custos indiretos: são os custos que dizem respeito à existência
do setor fabril ou de prestação de serviços, como depreciação, seguros,
manutenção de equipamentos etc.
Apropriação
Custos Direta de custo
Diretos Objeto
Apropriação de
de custo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Custos Rateio de custo Custo
Indiretos
demonstrado na figura 5.
Figura 5: Apropriação de custo
Fonte: adaptada de Horngren, Foster e Datar (2000)
Dentro dos custos diretos e indiretos, temos ainda aqueles custos que são fixos,
ou seja, mesmo não tendo uma produção ele vai existir para a organização e ele
pode estar direta ou indiretamente relacionado ao produto.
Temos também os custos variáveis, que podem variar de acordo com a
Custos Fixos
Segundo Moreira et al. (2012), os custos fixos são aqueles que independem do
volume de produção, ou seja, se a fábrica produz ou não, o custo fixo total é o
mesmo. Vale ressaltar neste item que, conforme Padoveze (2000, p.237), embora
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classifiquemos alguns custos como fixo, todos os custos estão sujeitos à mudança,
em virtude de correções da moeda.
Portanto, esses custos não sofrem alteração de valor em caso de aumento ou
diminuição da produção. São exemplos de custos fixos: aluguel, equipamentos,
instalações, salários da administração, segurança, entre outros.
Custos Variáveis
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Considerações Finais
A Empresa Feliz Ltda. tem uma capacidade de produção anual nominal de 100 unidades.
Seu gestor de custos quer saber:
a) Quantas unidades terá que vender para cobrir seus custos fixos?
b) Quanto precisará ganhar no ano para começar a ter lucro?
c) Qual será seu lucro se trabalhar com carga máxima?
Utilize a tabela abaixo para compor sua resposta
Contabilidade de Custos
Eliseu Martins
editora: Atlas, 2010
sinopse: a novidade desta décima edição é a adaptação de
seu texto às disposições dos Pronunciamentos Técnicos CPC,
especialmente do CPC 16, que trata da valoração de estoques,
e das Leis nºs 11.638 e 11.941.
ajustado às mais recentes evoluções conceituais e às novas
tendências de utilização da Contabilidade de Custos para
fins decisórios, gerenciais, este texto reúne uma série de
característicasqueodiferenciampositivamentedabibliografia
disponível.
a primeira entre essas características é torná--lo particularmente apropriado para a realidade brasileira,
uma vez que está voltado para as situações típicas observadas no país, para seus institutos legais, para
as condições organizacionais prevalecentes no meio empresarial. assim, ao tratar dos critérios técnicos
e legais relacionados, por exemplo, à contabilização dos custos da mão de obra e dos impostos, o texto
refere-se explicitamente às condições brasileiras, destacando os principais aspectos relacionados aos
encargos sociais existentes no País e aos dois principais tributos indiretos, o ICMS e o IPI. ademais, foram
também consideradas pelo autor as regras implícitas na Lei das Sociedades por ações relacionadas à
operacionalização contábil dos custos.
uma segunda característica do texto é a análise dedicada ao uso da Contabilidade de Custos como
instrumento para fins gerenciais. outra característica a destacar é o enfoque dado à utilização da
Contabilidade de Custos para as funções de planejamento e controle, relacionadas ao estabelecimento
de padrões, orçamentos e outras formas de previsão, com vistas ao subsequente acompanhamento
e análise das variações observadas. além dos critérios usuais dos sistemas de custo-padrão, o autor
desenvolveu modelos para fixar padrões de custos indiretos por unidade. Finalmente, o texto traz uma
avaliação crítica da implantação de sistemas de custos. a partir de uma abordagem realística, foram
destacadas as principais barreiras e reações comportamentais às tentativas de implantação e os custos
e benefícios dos diferentes sistemas disponíveis.
Livro-texto para a disciplina Contabilidade de Custos dos cursos de administração e Ciências Contábeis.
Leitura de formação e atualização profissional. obra de referência para cursos especiais.
Material Complementar
<http://xa.yimg.com/kq/groups/24631715/1293343949/name/Artigo+A+Import%C3%A2ncia+d
o+Custo+-+Revista+Eletr%C3%B4nica+Latu+Sensu+-+5-Ed5_CA-Custo.pdf>.
Material Complementar
Professora Me. Elisabete Camilo
II
ELEMENTOS DA
UNIDADE
CONTABILIDADE DE
CUSTOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer os elementos que formam a contabilidade de custos.
■■ Compreender como os elementos estabelecem medidas para a
formação do custo do produto ou serviço.
■■ Entender e discutir como os gestores utilizarão os elementos que
formam a contabilidade de custos para a gestão dos custos logísticos.
■■ Analisar os conteúdos abordados com a execução dos exercícios.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Custos de estoques
■■ Custos de embalagens
■■ Custos de manutenção de Inventários
■■ Custos decorrentes de nível de serviço
49
Introdução
Custos de Estoques
Introdução
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
bilidade, concorrência etc.
■■ Custo da manutenção dos estoques - são as despesas de armazenamento
(altos volumes, demasiados controles, enormes espaços físicos, sistema de
armazenagem e movimentação e pessoal envolvido no processo, equipa-
mentos e sistemas de informação específicos). Há ainda os custos relativos
aos impostos e aos seguros de incêndio e roubo. Além disso, os itens estão
sujeitos a perdas, roubos e obsolescências, aumentando ainda mais os
custos de mantê-los em estoques. Estima-se que o custo de manutenção
dos estoques representa aproximadamente 25% do valor médio dos pro-
dutos (MARTINS, 2003).
■■ Custo de armazenagem dos estoques:
■■ Custos de Materiais: valor de todos os materiais que estão estocados
na empresa. É importante observar que, com o crescente processo de
terceirização, parte destes estoques pode estar em poder de terceiro e
poderá ser contabilizada como consignação ou estoque em trânsito.
■■ Custo de Pessoal: é o custo mensal de toda mão de obra envolvida na
atividade de estoques (manutenção, controle e gerenciamento, inclu-
sive os encargos trabalhistas).
■■ Custos de Equipamentos e Manutenção: são as despesas mensais para
manter estoques, incluindo a depreciação dos equipamentos, máqui-
nas, instalações e despesas a eles associados.
■■ Custos de Edificação: refere-se ao custo anual do metro quadrado
(m2) de armazenamento.
Custos de Embalagem
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
num palete de madeira, metálico ou plástico, que, dependendo da sua compo-
sição, pode ser reutilizado diversas vezes, diluindo significativamente o custo da
embalagem. A conteinerização também é muito conhecida por agrupar volumes
individuais ou mesmo a granel em um único volume.
De acordo com Moura e Banzato (1997), os contenedores têm uma cono-
tação mais ampla, pois variam de tamanho, desde pequenas caixas operadas
manualmente, ou bandejas utilizadas em uma estação de trabalho, ou estocadas
em caixas, até contêineres marítimos com pés de comprimento. Sendo possível
em um conter gramas de produto, e em outro muitas toneladas.
Os contêineres são excelente opção para
acomodar produtos frágeis e empilháveis,
pois seu formato e estrutura comportam tais
características, tendo um bom desempenho
quanto à satisfação dos clientes. A padro-
nização de embalagens é algo que traz uma
nova visão nas questões de armazenamento,
manuseio e tempo de acomodação dos
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Na modalidade de
transporte rodoviário, as
quantidades são menores
que na modalidade naval,
também pode ser utilizado
em parceria entre os modais
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para a divisão de custos de
transporte e embalagem.
Figura 7: Transporte de contêineres no modal rodoviário
neste tipo de transporte
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temos os custos de frete, seguro e as taxas, que serão também divididas, mini-
mizando assim os custos incorridos. Estas são formas de planejamento que o
gestor necessita utilizar a fim de tornar-se cada vez mais competitivo.
Os contêineres são boas opções para o transporte de grandes quantidades
de mercadorias, sem o gestor ter a necessidade de, além de uma embalagem de
acondicionamento, ter também uma embalagem para o transporte, o que onera
o custo final uma vez que utilizaria duas embalagens.
Outra opção é utilizar-se das embalagens via correio, para entregas diretas ao
cliente. Estas são padronizadas e cabe a cada cliente adotar a que mais se ajusta
à sua necessidade. Mais um exemplo disso são as caixas de arquivo morto, que
são de papelão e atendem às dimensões já padronizadas. Cabe às empresas se
adaptarem ao padrão de acordo com a necessidade de seus arquivos.
As empresas muitas vezes terceirizam as atividades de embalagem, movi-
mentação e transporte para se livrarem dos custos da administração desses itens
e se concentrarem apenas em seus objetivos organizacionais centrais, deixando
a embalagem para outra organização, novamente neste caso os contêineres são
boas opções, pois o gestor planeja a distribuição de seus produtos e os envia em
grandes quantidades, e as embalagens de acondicionamento ficam a cargo do
distribuidor. O único inconveniente é que deve haver uma parceria para a ques-
tão de marketing, se há ou não a necessidade da logo da empresa – indústria ou
comércio – no produto, aí vai de um acordo entre os atores.
Os custos de armazenagem devem levar em conta as características do
produto e também de sua embalagem. Produtos frágeis necessitam de um trans-
porte cuidadoso, e ainda de uma embalagem que o proteja, tendo em vista que
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as características do produto que está na
embalagem, evitando assim quaisquer
tipos de avarias, que para o gestor de cus-
tos logísticos, caso ocorram as avarias, não
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Figura 8: Embalagens de transporte
serão tratadas mais como um custo direto, mas
sim, como uma despesa ou perda.
A embalagem partiu de uma função rudi-
mentar para uma função de extremo destaque
nas organizações. O correto planejamento da
utilização da embalagem faz com que a empresa
obtenha ganhos substanciais pela sua boa admi-
nistração, em alguns casos, a embalagem é mais
cara do que o produto em si; pode-se acrescen-
tar que hoje em dia os custos do serviço logístico
©shutterstock
(incluindo embalagem) e de promoção podem
em muito ultrapassar o valor do produto, como é
o caso dos refrigerantes (MOURA; BANZATO, Figura 9: Identificação da característica do
produto na embalagem de transporte
1997).
As questões ambientais que se referem ao descarte da embalagem têm provo-
cado estratégias de reversão de processos, conhecida como logística reversa ou,
até mesmo, outras formas de armazenar, como: a conteinerização e a paletização,
que não extinguem por completo os problemas de descarte, mas são uma fonte
de redução tanto do processo da embalagem quanto do seu tempo de manuseio.
A embalagem pode apresentar utilidade nas questões de comunicação
(marketing), no simples acondicionamento, chamado de contenção, e também
na proteção. A gestão logística de estoques apresenta diversas formas de atua-
ção da logística, pois os estoques estão ligados ao armazenamento, distribuição
e até mesmo ao controle de produção. É de grande importância que o gestor
Armazenagem Movimentação
Clientes Transporte Expedição
do produto Interna
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Figura 10: Ciclo da administração de Materiais
Fonte: adaptada de Martins et al. (2009)
Figura 11: Fluxo de materiais e/ou serviço e Fluxo de informações da cadeia logística de produção
Fonte: adaptada de Bowersox (1998)
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materiais e, também, informações da organização até os clientes.
Existem várias definições para o conceito da qualidade de serviço logístico
disponibilizado ao cliente as quais variam, por exemplo, quanto ao elo no canal
de distribuição, como o tratado na Figura 11, na qual é colocado o fluxo para que
o cliente obtenha o produto e/ou serviço da forma e no momento em que deseja.
Para que o fluxo atenda à demanda com qualidade, Emerson e Grimm (1996
apud GOLDSMID, 2003) afirmam que o serviço ao cliente integram as funções
de marketing e logística, e Lambert e Stock (1993) veem o serviço de entrega
oferecido ao cliente como um resultado do sistema logístico.
Pensar o serviço ao cliente como a criação das utilidades logísticas de tempo
e lugar equivale a considerar que o produto e/ou serviço não tem valor se não
estiver disponível ao cliente na hora e no lugar desejados (LAMBERT; STOCK,
1993; BOWERSOX; CLOSS, 1996).
A este conceito, Emerson e Grimm (1996) acrescentam a ideia de formato,
visto que o produto e/ou serviço deveria estar, também, sem avarias. Assim, para
Christopher (1997), o serviço ao cliente seria composto por uma série de fato-
res que, em última análise, seriam responsáveis por fazer o produto e/ou serviço
disponível ao cliente.
O SCM disponibiliza ao gestor formas de medir se o desempenho na gestão
de custos logísticos está sendo tratado com eficiência, uma vez que para a orga-
nização não basta apenas atender ao que o cliente quer e necessita, além disso, a
organização necessita obter resultados positivos em suas operações, e isto depara
uma boa gestão dos custos logísticos.
Partindo do princípio de que as empresas e os clientes são diferentes, Lambert
e Stock (1993 apud GERVÁSIO, 2004) sugerem alguns métodos para a deter-
minação da estratégia de serviço ao cliente, sendo um deles a definição do nível
de serviço com base na reação dos consumidores aos stakeholders. O gestor, ao
ter em mãos os resultados apurados pelo SCM, identificará o nível dos serviços
prestados ao cliente. A união destas informações com os custos gerados para dis-
ponibilizar o serviço ao cliente dará ao gestor os resultados desta operação, ou
seja: analisar os trade-offs de custo da oferta do nível de serviço versus receita
gerada pelas vendas; realizar análise ABC dos clientes e produtos para determi-
nar a oferta de acordo com a rentabilidade do cliente; e efetuar auditorias para
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Considerações Finais
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para o gestor de custos logísticos obter resultados positivos e satisfatórios para a
organização, ele precisa entender os elementos que compõem a contabilidade de
custos. É na gestão destes elementos que o gestor deverá ter a eficiência necessária
para que não só o cliente ganhe, mas a organização também. E com ferramen-
tas simples, o gestor pode medir a satisfação do cliente e o retorno que este traz
para a organização a qualquer momento, no entanto, esta estratégia deve ser dis-
seminada na organização.
Esses elementos que compõem a contabilidade de custos podem ser os custos
de armazenamento de estoques que englobam custos de pedido, falta no esto-
que, manutenção, materiais, pessoal, equipamentos, inventários e edificação; e
custos de embalagens, que devem apontar todas as características do produto
que a embalagem vai acomodar, como: a dimensão, tipo de material, descartá-
vel ou durável, design, custo, entre outros detalhes que sejam significantes. Os
mesmos devem ser avaliados e analisados cuidadosamente pelos gestores para
a formação dos custos logísticos.
De acordo com Gonçalves (2010), a gestão dos custos logísticos tem o objetivo
de combinar os interesses entre as necessidades de suprimentos e a otimização
dos recursos financeiros e operacionais de uma empresa. Sendo assim, é neces-
sário que as empresas disponibilizem aos clientes seus produtos e/ou serviços no
momento em que eles desejam com o menor custo logístico, porém com qualidade.
III
CUSTOS LOGÍSTICOS
UNIDADE
– FUNDAMENTOS E
EVOLUÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender os fundamentos dos conceitos logísticos.
■■ Compreender a vinculação da contabilidade de custos com a
Logística.
■■ Visualizar os impactos da tributação nos custos logísticos.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ A contabilidade de custos aplicada à logística
■■ Apuração dos custos logísticos
■■ Custos logísticos totais
65
Introdução
Introdução
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A Contabilidade de Custos Aplicada à
Logística
gente de logística, concluímos que ela não só gera custos, mas também receitas
importantes, que devem ser consideradas.
Onde:
CAM = Custos de Armazenagem e Movimentação de Materiais
CTRA = Custos de Transporte (incluindo todos os modais ou operações
intermodais)
CE = Custos de Embalagens (utilizadas no sistema logístico)
Observe que este modelo, mais completo, tem implicações muito interessan-
tes, como o fato de considerar os Custos Decorrentes de Lotes, que basicamente
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abrangem aspectos da Administração da Produção (setups de máquinas, troca de
ferramentas etc.) e os Custos da Administração Logística, que teriam impacto,
caso houvesse a designação formal (e, portanto, onerosa) de um administra-
dor logístico.
Pode, dentro desta linha de raciocínio proposta pelas autoras, apurar-se o
Custo Logístico Total através de seus processos, ficando assim a fórmula de cálculo:
CLT = CLOGAba + CLOGPla + CLOGDis
Onde:
CLOGAba = Custos Logísticos do Abastecimento
CLOGPla = Custos Logísticos da Planta
CLOGDis = Custos Logísticos de Distribuição
Neste momento, peço que não se preocupe com os termos das equações propos-
tas, pois abordaremos seus aspectos principais logo na sequência.
No entanto, eu mencionei que existe um modelo mais simplificado, que é
adotado por muitos autores. Este modelo é expresso abaixo:
CLT = CA + CPP + CE + CT
Onde:
CA = Custos de Armazenagem
CPP = Custos de Processamento de Pedidos
CE = Custos de Estocagem
CT = Custos de Transporte
Moura (1998 apud FARIA; COSTA, 2007, p. 30) menciona que “a estocagem é
uma das atividades do fluxo de materiais no armazém e o ponto destinado à loca-
ção estática dos materiais. Dentro de um armazém, podem existir vários pontos
de estocagem. A estocagem é parte integrante da armazenagem”.
Na definição acima, fica evidente que vários autores diferenciam custos de
estocagem e os de armazenagem. Para que você tenha uma ideia da diferença
apontada, via de regra, custos com armazenagem são definidos como custos de
aluguel do armazém, além de mão de obra dos funcionários dedicados a esta
atividade, englobando também a depreciação dos equipamentos utilizados na
armazenagem, como paleteiras, empilhadeira e outros. Em resumo, seriam os
custos do acondicionamento dos itens e sua movimentação. Já no caso dos custos
de estocagem, computaríamos os custos financeiros do estoque e o de eventuais
perdas por roubo, avarias e obsolescência.
Embora você até possa, do ponto de vista matemático, considerar tudo como
Custo de Armazenagem (não faria diferença na somatória dos valores), do ponto
de vista da demonstração dos custos – que nos interessa bastante –, o seu tra-
balho ficaria prejudicado.
Na avaliação dos custos logísticos relacionados à Armazenagem e
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riais: em quanto importa estes custos?
4. A movimentação realizada por equipamentos: são medidos os custos
envolvidos? Qual é o montante destes custos?
5. Ocupação volumétrica: pode ser otimizada?
6. Considerar o custo da ocupação volumétrica atual. Se esta ocupação
fosse reduzida, haveria redução de custos? De quanto seria essa redução?
7. Locais de armazenagem: quais os custos decorrentes da manutenção de
vários locais de armazenagem? Podem ser concentrados em um número
menor de locais, sem perda do nível de serviço aos clientes?
O número de questões que você pode levantar é extenso e não há uma receita de
bolo sobre isto. Depende muito do tipo de operações que você realiza e o nível
de informações que você considera relevantes.
O IMA (Institute of Management Accouting, em português: Instituto dos
Contadores Gerenciais), conforme exposto por Faria e Costa (2007), lista vários
fatores que são significativos nos custos de armazenagem:
■■ Recebimento: volumes por grupo de produto, modo de transporte, carac-
terísticas da carga etc.
■■ Acondicionamento quantidade por pallet, empilhamento de pallet, tem-
peratura requerida etc.
■■ Seleção de pedido ou embarque volume por grupo de produto, quan-
tidade de lote de pedido, modo de transporte, taxa de atendimento de
pedido e tempo de atendimento
■■ Etiquetagem
■■ Reembalagem (bens danificados e especiais)
■■ Mão de obra direta e de equipamentos
■■ Recursos indiretos supervisão, manutenção de equipamentos, limpeza,
segurança, suprimento etc.
CUSTOS DE
ARMAZENAGEM
Custos de Custos de
Armazém Geral üüü=üüü
Equipamentos de MAM
Custos de Manutenção, üüüüüüü Manutenção e
Capital Água, Luz, Mão-de-Obra, Depreciação
investido na IPTU, Seguro Encargos, dos
construção: Comunicação, Equipamentos
Prédio, Piso, Material de de Aluguel dos Manutenção,
Instalações Escritório Comunicação Equipamentos Depreciação e
Elétricas e de MAM Custos de Capital
Hidráulicas dos
Equipamentos de
MAM
Equipamentos de MAM
Você pôde observar, pela figura 10, que tanto no caso de armazém geral como
no de armazém próprio há incidência de custos em vários pontos do processo.
Ter estes pontos mapeados com a consequente captura destes dados é essencial
para alimentarmos a equação dos custos.
Não é nosso objetivo, nesta disciplina, oferecer soluções sobre um ou outro
método de armazenagem. Essa decisão deve ser tomada mediante um estudo
mais detalhado de outros elementos que fatalmente impactarão no nível de aten-
dimento ao cliente. Porém, com a apuração adequada dos custos, o trade-off
envolvido ficará mais claro aos gestores responsáveis pela decisão.
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Custos de Transporte
FATOR INFLUÊNCIA
Fator de maior influência no custo. Afeta os custos
variáveis. O custo de frete por km rodado diminui com
Distância
o aumento da distância, em virtude dos custos fixos
permanecerem estáveis.
O custo de transporte unitário diminui com o aumento
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do volume de carga. A carga consolidada e a ocupação
Volume
completa da capacidade do modal de transporte possi-
bilitam a diluição dos custos por unidade transportada.
Tem a ver com a relação entre peso e volume. O modal
normalmente tem maior restrição de espaço do que
Densidade
de peso. Portanto, quanto maior a densidade, melhor
aproveitamento da relação peso/volume.
Refere-se à uniformidade das dimensões da carga. Por
Facilidade de exemplo, caixas de tamanhos diferentes dificultam a
acondicionamento ocupação volumétrica do modal. Quanto mais unifor-
me, melhor.
Se a carga necessitar utilizar-se de equipamentos espe-
Facilidade de manuseio
ciais para carga e descarga, os custos serão maiores.
Refere-se ao nível de responsabilização por eventuais
Responsabilidade
avarias, reclamações, roubo, incêndio, entre outros.
São fatores que podem afetar os preços dos fretes, tais
como a sazonalidade (períodos em que os modais rece-
Mercado
bem maior demanda), facilidade de encontrar cargas de
retorno, condições de tráfego, entre outros.
Quadro 3: Fatores que influenciam em custos de transporte
Fonte: baseado em Bowersox e Closs (2001)
MODAL 1999
Rodoviário 61,8%
Ferroviário 19,5%
Aquaviário 13,8%
Outros 4,9%
Quadro 4: Volume de cargas por modal, no Brasil
Fonte: adaptado de IMAM (2004 apud FARIA; COSTA, 2007)
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Com esse direcionamento, fica mais simples concluirmos a classificação dos cus-
tos. Veja este direcionamento no Quadro 5:
Temos que:
TCV = Total dos custos variáveis
Ccomb = custo de combustível
Cóleo = custo de trocas de óleo
Clav/lub = custo de lavagens e lubrificação
Cpneus = custo de pneus (novos e recapagens)
Cmanu = custo de manutenção
Cped = custo de pedágios
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Para os custos fixos, a apuração pode ser realizada utilizando-se dos seguintes
dados e fórmula:
TCF = Cdep + Ccap + Cadm + Cipva/so + Cpessoal
Onde:
TCF = Total dos Custos Fixos
Cdep = Custo da depreciação do veículo
Ccap = Custo do capital parado
Cadm = Custo de administração de frota
Cipva/so = Custo de IPVA e Seguro Obrigatório
Cpessoal = Custo de pessoal
Para obter os dados que alimentam as fórmulas acima, é necessário que a
Contabilidade tenha apropriado corretamente estes custos de forma a proporcio-
nar visibilidade ao analista. Essa questão da visibilidade verá vista em um tópico
mais à frente. Existem trabalhos extensos sobre a apuração dos custos específi-
cos no transporte, que variam de acordo com a atividade da empresa. Portanto,
não seria possível esgotarmos o assunto em apenas um tópico.
O que recomendo a você é concentrar-se nos objetivos do levantamento
de custos e na atividade a ser analisada. A correção dos resultados depen-
derá, na maior parte das vezes, da “garimpagem” destes dados fornecidos pelos
Demonstrativos Contábeis.
Custos de Embalagem
CE é o custo de embalagem.
A classificação de embalagens segue uma lógica de contato com o produto e o
despacho do lote de materiais. É predominante a classificação dada por Bowersox
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e Closs (2001), que agrupam dessa forma:
1. Embalagem para o consumidor.
2. Embalagem para operações logísticas.
no manuseio.
■■ O custo de manuseio e movimentação do produto depende da capaci-
dade de unitização e das técnicas aplicadas.
■■ Os custos de transporte e de armazenagem são influenciados pelas dimen-
sões e densidade das unidades embaladas.
■■ A qualidade do serviço ao cliente também depende da embalagem para
manter especificações de qualidade durante a distribuição e atender às
legislações ambientais vigentes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Custos de Embalagem
III
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veis seria o direcionador para o custo de oportunidade deste capital, enquanto
que o custo financeiro de uma fonte de terceiros seria o referencial para o capi-
tal de terceiros.
Vários métodos de gerenciamento da Cadeia de Suprimentos vêm obtendo
destaque nos últimos anos, justamente na busca de considerar o custo de opor-
tunidade dos estoques, com a vantagem de conferir um melhor desempenho
logístico às empresas, justamente pelo cuidado maior na gestão de estoques.
Métodos como a integração do fornecedor na produção (Consórcio Modular), o
estágio de integração comprador/fornecedor conhecido como comakership, o Just-
in-Time, todos esses são mecanismos importantes de gestão do nível de estoques.
Faria e Costa (2007) frisam que a apuração do Custo Total de Manutenção
de Inventário é obtida pela somatória dos seguintes elementos:
Custo Total de Manutenção de Inventário = Custo de Oportunidade + Custos
de Serviços de Inventário + Custos de Espaço para Armazenagem (variável) +
Custos de Riscos de Estoques. Pode-se ainda inserir um trade-off entre manter
estoques e transportar materiais.
Custos de Embalagem
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
execução das atividades, englobando:
■■ mão de obra - incluindo os salários-base, encargos sociais e benefícios
do pessoal envolvido na operação dos sistemas, tais como: digitado-
res, analistas, programadores, supervisores etc.;
■■ depreciação ou leasing/aluguel de equipamentos, instalações e har-
dware e amortização do software (licença de uso);
■■ manutenção do hardware e do software;
■■ materiais de consumo/serviços aplicados; e
■■ seguros, treinamentos etc.
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deles), que a empresa corre o risco de
não pagar o que deve ou pagar sem
necessidade, pois poderia ter algum Figura 14: Maximização dos lucros
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
6. Contribuição ao Funrural
Custos de Embalagem
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
NAI) - Lei 4.048/1942
Custos de Embalagem
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
47. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR -
pessoa física e jurídica)
Custos de Embalagem
III
- Lei 9.960/2000
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85. Taxa de Outorga - Serviços de Transportes Terrestres e Aquaviá-
rios - art. 77, incisos II e III, a art. 97, IV, da Lei 10.233/2001
Distribuidor (CIF)
Custo do Distribuidor 124,26
Impostos sobre Vendas ao 64,19
Varejista
Lucro do Distribuidor 47,11
Preço de Venda do Distri- 235,56
buidor ao Varejista (FOB)
Transporte do Distribuidor 7,88
até o Varejista (líquido de
impostos) - frete contratado
pelo varejista
Impostos sobre Frete** 2,12
(=) Valor total pago pelo 245,56
varejista
Custo do varejista 179,25
Impostos sobre Vendas ao 114,25
consumidor
Lucro do Varejista (30% s/ PV) 125,79
Preço de Venda do Varejista 419,29
ao Consumidor
Custo do Consumidor 419,29
* Frete Incluso na Nota Fiscal (ICMS 18%. PIS 1,65% e COFINS 7,6%)
** Frete Contratando (conhecimento frete) - (ICMS 12%, PIS 1,65% e COFINS 7,6%)
Tabela 1: Cálculo do custo final do produto ao consumidor considerando impostos
Fonte: Faria e Costa (2007, p. 78)
Custos de Embalagem
III
Evidentemente que, dada essa complexidade toda e o impacto que isto traz à com-
petitividade da empresa em relação ao seu preço final, as estratégias de redução
dos custos tributários são plenamente justificáveis.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CLT = CAM + CTRA + CE + CMI + CTI + CTRI + CDL + CDNS + CAD
Cito Lambert (1993 apud FARIA; COSTA, 2007, p. 85), quando identifica os
custos associados ao tamanho do lote de produção/compra/venda:
• custos de preparação de produção (tempo de setup de máquina, ins-
peção, refugo de setup e ineficiência do início da operação);
Para quem produz um lote, é vantajoso que ele seja o maior possível, pois se reduz,
em dessa forma, seus custos fixos. Para quem compra um lote, é interessante que
ele seja o menor possível – muitas vezes seguindo a metodologia do LEC (Lote
Econômico de Compra) – para possibilitar redução dos custos de inventário.
Você talvez já tenha concluído que os Custos Decorrentes de Lotes pode-
riam ser reduzidos pela integração entre fornecedor/comprador. Uma filosofia
como a do Just-in-Time caberia como uma luva para possibilitar esta integração.
Vamos imaginar então que a empresa possa admitir uma perda de 5% em ven-
das por rupturas.
Teríamos então que:
NS = 100 – Limite de perdas aceitável
NS = 100 – 5%
NS = 95%
Custos de Embalagem
III
Armazenagem e Custos
Característica do NS Tecnologia de Custos de Manutenção de
Transporte movimentação de Decorrentes de
ao Cliente Informação Inventário
Materiais Lotes
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93
Diante de todas as informações que vimos até agora, podemos propor um resumo
dos principais custos logísticos.
Insiro aqui, no Quadro 7, a sugestão de Ângelo (2005) para os principais
indicadores de Custos Logísticos:
Considerações Finais
Certamente, os elementos de custos logísticos vistos até aqui nos dão um pano-
rama geral de que a gestão destes custos é tarefa árdua e desafiadora.
Não é surpresa constatarmos que um bom contingente de empresários e
gestores não desce ao nível de processos logísticos para apuração de custos. O
procedimento mais comum – e mais cômodo – é simplesmente contentar-se
com informações obtidas de Demonstrativos Contábeis, porém, essa tendên-
cia é perigosa.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Por não se possuir dados dos fluxos logísticos, o gestor pode tomar deci-
sões que não têm correspondência com a dinâmica dos processos logísticos,
olhando a Cadeia de Abastecimento como algo estático. Isso certamente está
longe da realidade.
É necessário, então, assumir a responsabilidade de colher dados de toda a
Cadeia e montar indicadores de desempenho de custos que sejam termômetros
da atividade Logística.
Só assim a empresa, de fato, obterá a tão desejada competitividade.
WAL-MART E KMART
Em 2002, cinco grandes varejistas - Wal-- sem fio e do Programa Integrado de Varejo,
Mart, Kmart, Target, Costco e Sears – foram que capta os dados da venda e permite visi-
responsáveis por 60% das vendas desse bilidade em tempo real ao estoque e aos
setor nos Estados Unidos. O Wal-Mart foi padrões da venda, foram apenas outras
o líder inconteste de custo e mercado e o duas inovações tecnológicas que impul-
principal inovador do varejo norte-ameri- sionaram a produtividade do capital e
cano. Foi o primeiro a introduzir o formato do trabalho. Essas inovações facilitaram
big box para o varejo e funcionários versá- a adoção de campanhas mais eficazes de
teis, com treinamento múltiplo, que podiam comercialização, e também aprimoraram
trabalhar em mais de um departamento. o gerenciamento do estoque, permitindo
Historicamente, o Wal-Mart também foi melhor proposta de valor para os clientes,
líder no investimento agressivo em tec- especialmente em relação a economias de
nologia da informação (TI). Na década de custo significativas que eram comunica-
1960, foi um dos primeiros a usar computa- das aos clientes na forma de “preços baixos
dores para controle de estoque, e também todos os dias”.
foi um dos pioneiros na adoção da tecnolo-
gia de código de barras na década de 1980. Em 1995, o Wal-Mart havia aumentado
Em 1983, relatou-se que o Wal-Mart estava sua participação no mercado para 27% e
gastando apenas US$ 0,02 para manter a ampliado a diferença em produtividade
mercadoria nas lojas, enquanto o Kmart, para 48%. Outros varejistas adotaram
seu concorrente de longa data, gastava US$ muitas das mesmas práticas e soluções
0,05 nas mesmas atividades. tecnológicas para melhorar seu próprio
desempenho. O Wal-Mart, no entanto,
O Wal-Mart tornou-se um estudo de caso manteve a dianteira, aprimorando seu
clássico para programas de gerenciamento desempenho em 22% até 1999. As ven-
da cadeia de suprimentos devido ao uso das do Wal-Mart por empregado saltaram
do Intercâmbio Eletrônico de Dados (EDI, de US$148 mil para US$ 181 mil entre
do inglês, Electronic Data Interchange) para 1995 e 1999. O Kmart, durante décadas a
melhorar a coordenação com os fornecedo- empresa dominante no setor varejista, con-
res. Inovações tecnológicas eram acopladas seguiu melhorar seu desempenho apenas
a uma estratégia que explorava economias de US$109 mil para US$133 mil no mesmo
de escala na compra e na logística, e aos período.
poucos expandiram-se as operações em
torno de pontos de distribuição centrali- Em contraste com o Wal-Mart, há anos o
zados. Kmart vem perdendo prestígio com os
consumidores norte-americanos. Uma
Em 1987, sua participação no mercado era apresentação interna pouco atraente e
de 9%, mas era 40% mais produtivo que os funcionários não prestativos haviam cor-
concorrentes, em vendas por empregado. roído a satisfação do cliente, assim como os
A introdução, pouco depois, de scanners folhetos promocionais anunciando produ-
tos mais baratos que geralmente estavam de US$ 1,7 bilhão em TI, durante dois anos,
em falta nas prateleiras. Às vezes, simples- e mais US$ 70 milhões gastos na introdução
mente estavam indisponíveis no estoque, de scanners manuais em 2000. O investi-
enquanto em outras ocasiões estavam no mento foi muito pouco e veio muito tarde.
local, mas tinham sido deixados nos fundos
da loja, ainda empacotados e sem registro O Wal-Mart havia gastado US$4 bilhões
no sistema central de controle. em seu sistema de cadeia de suprimentos
e depois forçou os fornecedores a inves-
O Kmart tentou desafiar o Wal-Mart com tir mais US$40 bilhões nas operações de
preços promocionais ainda mais compe- suas cadeias de suprimento. Os fornecedo-
titivos, no entanto, faltava à sua cadeia de res não tiveram outra saída senão adotar
suprimentos a coordenação para responder as ferramentas exigidas para manter seus
à volatilidade da demanda induzida pelas próprios custos ainda mais baixos. O Kmart
promoções. Sua disponibilidade na pra- não teve a mínima chance de igualar aquele
teleira havia baixado para 86% enquanto nível de desempenho. Suas vendas por
estoques inchados de itens ocupavam seus metro quadrado eram então de apenas
depósitos por muito tempo. O resultado US$21, quase metade dos US$41 do Wal
foi que, enquanto o Wal-Mart desfrutava -Mart.
de um giro de estoque de 7,3 em 2000, o
Kmart conseguia obter um giro de 3,6 em O impacto da diferença de desempe-
seu estoque. Em setembro de 2001, o dire- nho entre as cadeias de suprimentos das
tor executivo do Kmart fez uma declaração duas empresas tem sido dramático. Em
admitindo que: “Acredito que a cadeia de janeiro de 2002, o Kmart tornou-se a maior
suprimentos é de fato o calcanhar-de-aqui- empresa até hoje a recorrer ao Capítulo 11
les do Kmart. Uma correção na cadeia de do código de falência dos Estados Unidos.
suprimentos poderia realmente turbinar O Wal-Mart, a maior empresa do mundo,
o Kmart”: Esforços para “apenas corrigir” continua a prosperar.
a cadeia de suprimentos envolveram, um
mês antes, a introdução de sistemas nos Fonte: Christopher (2007)
pontos-de-venda, seguidos de um upgrade
MATERIAL COMPLEMENTAR
Material Complementar
1. Pesquise em sua empresa sobre os Demonstrativos Contábeis. Analisando os
números apresentados, você é capaz de colher informações necessárias para um
relatório de Custos Logísticos?
2. Analise os processos logísticos de sua empresa. Existem pontos claramente
identificados para medição dos custos logísticos?
3. Quanto sua empresa conseguiu reduzir em termos de custos logísticos no últi-
mo ano? Em que áreas ocorreram essas reduções? O nível do serviço ao cliente
foi afetado?
Professora Me. Elisabete Camilo
IV
UNIDADE
LOGÍSTICOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ E stabelecer uma junção entre os conceitos estudados nas Unidades I,
II e III e o entendimento do processo de gestão dos custos logísticos.
■■ Conhecer a forma de apuração dos custos logísticos.
■■ A utilização do sistema MRP II.
■■ Analisar os conteúdos abordados.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ A influência das Tarifas nos custos logísticos
■■ Apuração dos custos logísticos
■■ Sistema de Informação – MRP II
101
Introdução
com os recursos que possui, atendendo ao cliente na forma e prazo que necessita.
Desta forma, entender como o gestor opera e quais as informações necessá-
rias para o desenvolvimento de suas funções significa estabelecer parâmetros para
ter um perfil necessário e conhecimentos necessários para exercer esta função.
Definimos, então, gestão de custos logísticos como sendo uma evolução natu-
ral do pensamento administrativo, que trata os diversos recursos organizacionais
como necessários ao bom desenvolvimento da organização e alcance dos objeti-
vos, não só da organização, mas também do mercado. Neste cenário de imposições
e desafios às empresas, a logística tem se revelado um recurso importante, atri-
buindo-lhes diferenciais de qualidade e maior contribuição para os seus lucros.
Com isto, podemos definir os custos logísticos como um conceito em cons-
tante evolução atrelado à busca de ganhos de competitividade e níveis de custo
reduzidos.
Introdução
IV
comércio.
O que o gestor de custos logísticos necessita é conhecer o fluxo das infor-
mações interna e externa à organização e assim planejar estrategicamente suas
ações a fim de atingir os objetivos de todos os atores envolvidos no processo
logístico, tendo por princípio que o cliente está no final deste fluxo e afoito por
bons serviços de recebimento.
O fluxo da cadeia de abastecimento, que integra o processo desde o fornecedor
até a entrega do produto ao cliente, é um processo externo à organização,que o ges-
tor de custos logísticos precisa conhecer para mensurar o custo desta distribuição.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
No momento da chegada ao almoxarifado, temos o custo de armazenagem
da matéria-prima ou de um produto acabado, e ali ele fica até ir para a comer-
cialização e expedição; até aqui os custos são internos, depois deste processo,
temos os custos externos, que vão da distribuição até o consumidor final, e os
serviços para que o produto esteja em condições de uso pelo cliente.
Para o gestor de custos logísticos, saber que o comércio entre países e entre
regiões de um mesmo país, frequentemente determinado pelo fato de que dife-
renças nos custos de produção podem mais do que compensar os custos logísticos
necessários para o transporte entre as regiões, é primordial, pois a relevância
da logística é influenciada diretamente pelos custos associados a suas ativida-
des, que são os custos externos – tarifas e taxas de embarque e desembarque de
mercadorias.
O aumento do comércio internacional indica que a especialização do traba-
lho continua acontecendo em uma escala mundial. À medida que os problemas,
como transporte, entre outros, puderem ser solucionados, todos poderão bene-
ficiar-se de mercadorias de melhor qualidade e menor custo.
O mundo está se tornando cada vez mais um mercado global. As fronteiras
geográficas estão sendo superadas e a expectativa é de que as empresas devem
estar mais preparadas e habilitadas para enfrentarem as realidades desse novo
desafio, sendo levadas ao desenvolvimento de estratégias para projetar produtos
para um mercado global, maximizando os recursos ao produzi-los. O mercado
exige que as empresas atuem com velocidade e flexibilidade sem relegar a oferta
de produtos e serviços com preços reduzidos e elevados níveis de qualidade.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Segundo Valente, Passaglia e Novaes (1997), a equação a seguir demonstra
a depreciação e a remuneração do capital investido em um único cálculo.
C = (I – R) . FRC + R . j
Onde:
C : Custo de capital
I : Investimento para adquirir um veículo novo
R : Valor residual do veículo
FRC : Fator de Recuperação do Capital
j : Taxa de oportunidade, em porcentagem, dividida por cem
Esse valor investido é, então, somado aos demais custos operacionais, de
forma a se chegar ao custo total do investimento que foi realizado, no caso, para
calcular os custos logísticos, o gestor necessita de informações sobre o layout da
organização e o fluxo de suas operações, estará, assim, calculando o custo interno
da distribuição de materiais para a produção de bens e serviços, quando do cál-
culo do custo de sua frota, estará avaliando o capital investido na aquisição de
um veículo, de uma máquina de transporte interno etc.
O valor residual (R) é o valor de revenda do veículo após um período (n),
se um veículo ou máquina deixou de ser útil para a empresa, ele (a) poderá ser
adquirido por outra pessoa ou organização, passando a servir a outro dono. O
Fator de Recuperação de Capital (FRC), segundo Valente, Passaglia e Novaes
(1997), é dado por:
FRC = j . (1+j)n
(1+j)n -1
Com relação ao salário e obrigações com a mão de obra necessária ao desenvol-
vimento da operação (motorista ou manobrista), devem-se acrescentar sobre
os valores básicos os encargos sociais, tais como: férias, décimo terceiro, fundo
de garantia etc.
Para a cobertura de risco, a forma mais comum é o seguro do veículo e das
máquinas e equipamentos utilizados na distribuição da carga. No caso do seguro
do veículo e do sistema de rastreamento, a empresa paga um prêmio anual às
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
companhias, cujos valores devem ser então ser divididos por doze para se obter
o custo mensal. No seguro da carga e/ou das mercadorias em estoque, existem
empresas que prestam esse serviço de acordo com a avaliação do produto a ser
transportado ou estocado, e o seu custo é pago pela empresa que está prestando
o serviço.
Para compor o custo do transporte rodoviário de carga, o uso de uma planilha
facilita o cálculo e a atualização dos valores resultantes, bem como auxilia a ava-
liação do valor oferecido pelo mercado para a prestação do serviço de transporte.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
softwares são estruturados de forma modular, possuindo diversos módulos que
variam em especialização e números. No entanto, pode-se afirmar que os módu-
los principais do MRP II são:
As críticas mais comuns que são feitas ao sistema MRPII dizem respeito: à sua
complexidade e dificuldade de adaptá-lo às necessidades das empresas; ao nível
de acuracidade exigido dos dados; ao fato do sistema assumir capacidade infi-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nita em todos os centros produtivos; a não enfatizar o envolvimento da mão de
obra no processo.
No entanto, alguns fatores positivos são ditos do sistema MRPII, entre os
quais, podemos citar: a introdução dos conceitos de demanda dependente; ser
um sistema de informações integrado, pondo em disponibilidade um grande
número de informações para os diversos setores da empresa.
Bowman (1991) e Corrêa e Gianesi (1993) citam alguns pontos fundamentais
aos quais devem ser obedecidos para que se tenha uma implementação bem-
sucedida de um sistema MRPII:
■■ possuir uma clara definição dos objetivos do sistema e dos parâmetros que
podem medir seu desempenho; um intenso programa de treinamento da
mão de obra sobre os objetivos e funcionamento do sistema;
■■ possuir uma base de dados acurada e atualizada, com relação a estrutu-
ras de produtos, registros de estoques e lead times.
Considerações Finais
atento, foi o sistema o qual a empresa irá adquirir, para que todas as informações
sejam repassadas de forma exata e a organização saiba quais os custos a mesma
está tendo com assuntos relacionados à logística, visto que a logística tem sido um
setor que procura diminuir esses custos na obtenção do alcance de seus objetivos.
Para obtenção dos cálculos dos custos totais logísticos, o sistema MRPII, que
é um sistema integrado de planejamento e programação da produção, baseado no
uso de computadores, é uma ferramenta utilizada pelos gestores para, a partir de
relatórios, tomar decisões estratégicas. Estes softwares são estruturados de forma
modular, possuindo diversos módulos que variam em especialização e números.
Considerações Finais
1. Qual a influência das taxa e tarifas imputadas ao custo logístico?
2. Como o gestor de custos logísticos pode minimizar o impacto das taxas e tarifas
no custo logístico de suas operações?
3. Qual o papel do poder público na administração das taxas e tarifas de transpor-
te e armazenagem de produtos?
4. O gestor de custos logísticos possui ferramentas de auxílio para o planejamento
dos custos logísticos? Dê um exemplo.
5. Explique como o sistema MRP auxilia o gestor de custos logísticos no processo
de tomada de decisão.
6. Tendo o gestor de custos logísticos de uma organização instalada na cidade de
Maringá/Pr a seguinte situação:
Enviar mercadorias a dois distribuidores: um estando em Curitiba/Pr e outro em
Campinas/SP.
Pede-se:
Identifique os pontos a serem observados pelo gestor de custos logísticos a fim de
que esta operação ocorra de forma eficiente e as mercadorias cheguem aos distri-
buidores com o menor custo logístico possível.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Material Complementar
Professora Me. Elisabete Camilo
Professor Me. Paulo Pardo
V
UNIDADE
MÉTODO DE CUSTEIO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Descrever os métodos de custeio para os custos logísticos.
■■ Considerar métodos tradicionais para apuração dos custos.
■■ Abordar o método de custeio baseado em atividades (ABC) e o Cost
to Serve.
■■ Verificar a aplicação do Balanced Scorecard em Logística.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Os sistemas de Custos Tradicionais
■■ Sistema de custeio por absorção
■■ Método de custeio tradicional ou direto
■■ Método de custeio baseado em atividade (ABC) aplicado à logística
■■ Método Cost to Serve
■■ O Balanced Scorecard
115
Introdução
Caro (a) acadêmico (a), estamos iniciando a Unidade V, que abordará, ao longo
do texto, os elementos que compõem o Sistema de Custeio Logístico. Esse conhe-
cimento é importante para entendermos como o gestor interage com as diversas
unidades das organizações a fim de atingir os objetivos de uma efetiva gestão
de custos logísticos.
Conhecendo os sistemas de custeio, o gestor possui informações para pla-
nejar estrategicamente e adaptar os sistemas de custeio para a eficiência de sua
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tal, deturpam sistematicamente essa realidade. Se avaliarmos para uma efetiva
gestão de custos, então, estaremos com dificuldades em alocar todos os custos
e obter resultados satisfatórios para a tomada de decisão, que são algumas for-
mas de rateio, que se não forem realizadas com alguns critérios podem aumentar
ainda mais essas distorções.
A tomada de decisões tem que estar apoiada em um correto apuramento
dos custos, e os modelos tradicionais da contabilidade não conseguem respon-
der com eficácia e segurança a esse nível. Os sistemas tradicionais privilegiam,
sobretudo, as consequências das decisões dos gestores, quando as necessidades
atuais apontam precisamente para sentido inverso.
Com isso, o ideal é que o gestor de custos logísticos construa uma planilha
com informações sobre os custos logísticos e apure os resultados. Isso pode ser
feito para os diversos critérios e depois avaliar o que apresenta as menores dis-
torções e possa ser uma medida para a tomada de decisão e formar o preço de
venda final.
A figura 15 apresenta um exemplo de uma planilha construída para apurar
os custos logísticos por processo.
MÉTODO DE CUSTEIO
117
ARMAZENAGEM E MOVIMENTAÇÃO
TRANSPORTE
EMBALAGENS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MANUTENÇÃO DO INVENTÁRIO
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
TRIBUTÁRIOS
CUSTOS DE ADMINISTRAÇÃO
Figura 15: Apuração dos custos por processo
Fonte: elaborada pela autora
Cada vez mais, as empresas assumem uma orientação para o mercado, pro-
curando, como já vimos nas unidades anteriores, atender ao que o cliente quer
em vez de uma orientação para o produto. Tal fato contribui para que o sistema
de apuramento de custos tenha de passar de uma lógica de produto para uma
lógica de mercado.
As empresas operam atualmente em um mercado cada vez mais aberto, em
consequência do processo de globalização da economia, o que as leva a compe-
tir mundialmente. Interessa, pois, ao gestor, avaliar as margens de contribuição
face aos mercados em que opera. No Quadro 8, temos um resumo dos sistemas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de custeio e podemos verificar que o método de custeio ABC é o que leva em
conta a melhoria nos processos e também a questão da análise gerencial, ou seja,
a que mais se aproxima da realidade do mercado.
Por outro lado, o cliente é cada vez mais exigente. Conquistar e fidelizar o cliente
é um dos fatores de sucesso das empresas, que impacta sua forma de produção,
organização e gestão. Orientar os sistemas de mensuração dos custos para a ava-
liação das contribuições por cliente ou por segmento de mercado constitui, cada
vez mais, uma vocação que os sistemas tradicionais, sistematicamente, despre-
zam, pelo que as metodologias de apuramento exaustivo do custo dos produtos
têm perdido relevância face a esse novo condicionalismo do meio.
MÉTODO DE CUSTEIO
119
©shutterstock
não é uma função fácil para o gestor de cus-
tos logísticos, que fará um cálculo de trás
para frente. Para que o resultado financeiro obtenha uma margem de contri-
buição – lucro – suficiente para a organização, o gestor de custos deverá tratar
todos os elementos de custos para que obtenha êxito em seus resultados. O mer-
cado é de concorrência, pelo que a formação de preços do produto é realizada
mediante mecanismos de mercado, baseados em fatores como concorrência,
oferta e procura.
A concorrência obriga à diversificação e personalização dos produtos, pelo
que as empresas tiveram de passar da produção de uma gama reduzida para uma
grande variedade de produtos fabricados em pequenas séries, com ciclos de vida
de produto cada vez mais reduzidos. Com isso, saber qual sistema utilizar para
apurar os custos logísticos não é uma tarefa fácil e o gestor terá que despender
de muito conhecimento sobre a organização e sobre seu sistema logístico a fim
de obter bons resultados.
Inerente a isso, detectam-se muitas dificuldades na identificação de crité-
rios objetivos e na mensuração dos custos indiretos, que vimos na Unidade I,
em função do consumo de recursos, de tal forma que é muito elevado o risco
de falsear o verdadeiro custo do produto. Dessa forma, a tomada de decisão do
gestor pode levar à definição de estratégias que possam colocar em causa a com-
petitividade e rentabilidade do seu negócio.
Assim, o ideal é avaliar as formas de custeio que se tem e apoiar-se na que
atende, da melhor forma possível, o gestor para a tomada de decisão. Vamos
expor os custeios e alguns exemplos para que você, acadêmico(a), possa conhe-
cer as várias formas de apresentação e coleta de dados para a formação do custo.
Os custos como a mão de obra direta, têm perdido relevância como base de
imputação dos custos indiretos, pelo que deverão identificar-se processos mais
adequados à nova realidade de formação de custos nas empresas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
No que diz respeito às tecnologias de fabrico (novas formas de fabricação
com integração de todo o processo), o uso de meios de acompanhamento e de
melhoria dos processos e da produtividade bastante eficazes transferem para as
atividades de suporte uma grande parte do esforço e dos recursos. Nessas ati-
vidades, estão os custos logísticos que incluem o analisar os custos de estoques
e compreender que, para cada item constante do estoque, existe um custo, que
para cada embalagem, seja ela de transporte ou acondicionamento, existe um
custo, que para manter os produtos e/ou serviços em estoque e em boas condi-
ções, existe um custo, e que para que o produto e/ou serviço esteja disponível
ao cliente da forma e no momento em que ele quer e necessita, também existe
um custo.
Se, por um lado, o desenvolvimento tecnológico pode facilitar a mensuração
dos custos de uma forma mais objetiva, por outro, ao provocar um agravamento
sensível dos custos indiretos, aumenta o risco e a gravidade das distorções pro-
vocadas pelos critérios de imputação tradicionais.
Os sistemas de informação apresentam inúmeras diferenças se comparado
há alguns anos. Hoje, os recursos existentes permitem-nos potenciar a decom-
posição dos custos a níveis elementares e, acima de tudo, construir modelos de
simulação de cenários alternativos e de apoio à tomada de decisão, flexíveis e de
grande conexão com as diferentes realidades que se pretendem retratar.
Os modelos tradicionais de contabilidade analítica, apontando para uma
certa estabilidade dos fatores e estruturas produtivas, tendem a tornar-se inade-
quados, devido às fraquezas e distorções provocadas pela imputação de custos
MÉTODO DE CUSTEIO
121
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Não oferece informações suficientes para tomada de decisões.
■■ Dificulta o controle orçamentário.
CUSTO DO PRODUTO
Resultado
Produção Estoque de
em Andamento produtos Vendas
acabados
(Pela venda)
(-) CPV
DESPESAS DE ADMINISTRAÇÃO E VENDAS
Despesas Despesas Despesas (-) Resultado
Venda de Venda Administrativas Bruto
MÉTODO DE CUSTEIO
123
*Se a produção for menor que *Se a produção for menor que as
as vendas, o lucro será menor vendas, o lucro será menor em
em decorrência da venda de decorrência da não incorporação
estoques com custos fixos de de custos fixos de períodos ante-
períodos anteriores embuti- riores nos estoques.
dos. *Se a produção for igual à venda,
*se a produção for igual à ven- os resultados serão iguais.
da, os resultados serão iguais.
Usuário Volta-se mais às necessida- Volta-se às necessidades de infor-
des de informações de uso mações de uso interno. (Geren-
externo. cial).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quadro 9: Diferenças entre os métodos de custeio por Absorção e custeio Variável
Fonte: adaptado de Crepaldi (2008)
MÉTODO DE CUSTEIO
125
EXEMPLO 1
Suponha que uma indústria tenha apurado os seguintes gastos em seu primeiro
mês de atividades:
Custos variáveis – R$ 10.000,00
Custos fixos totais – R$ 8.000,00
Despesas administrativas – R$ 4.000,00
Despesas com vendas – R$ 3.000,00
Despesas operacionais – R$ 5.000,00
A indústria vendeu toda a sua produção, com receita total de R$ 30.000,00.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
EXEMPLO 2
Por meio de um exemplo hipotético (Hotel Leon), apresentado por Silva e
Miranda (2001, p. 8), demonstraremos quais as implicações gerenciais em função
do uso do custeio por absorção e variável no processo decisório. Veja na Figura 17:
HOTEL LEON
Unidade Taxa de
Período Unidades Comercializadas
Disponíveis ocupação
Agosto 100 50.00% 50
Setembro 95 67.37% 64
Outubro 98 89.80% 88
Novembro 100 50% 50
Informações úteis para análise dos dados:
Custos Fixos: US$ 3.000/ Ago-Nov e US$ 3.200/ Set-Out
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Custos Variáveis: US$ 40 por unidade
Preço da diária: US$ 120 por unidade
MÉTODO DE CUSTEIO
127
Percebe-se, por meio do exemplo, que o custeio por absorção realmente não for-
nece a informação mais correta para a tomada de decisão, uma vez que agrega
os custos fixos (que independem da taxa de ocupação) aos produtos e serviços
do hotel.
Nesse caso, o método de custeio variável é mais indicado quando se trata
de contribuição para a tomada de decisão. Esse tipo de custeio fornece dados
que, quando interpretados de maneira adequada, servem tanto como base para
o planejamento em longo prazo quanto para ações imediatas. Um dos dados
que o custeio variável oferece é a margem de contribuição do produto/serviço.
gigantesca de produtos e um ciclo de vida cada vez mais curto desses produ-
tos, a dificuldade aumenta ainda mais. O que acontece é que o overhead passou
a representar uma parcela muito importante nos custos totais das empresas,
e o gerenciamento desse fator é o objeto principal do método ABC (FARIA;
COSTA, 2007).
O método ABC permite reconhecer que nem todos os custos devem ser atri-
buídos diretamente ao produto, mas também ao ato de servir aos clientes e aos
canais. Uma abordagem sobre o custo ABC classifica os custos em três frentes:
o custo por produtos, o custo por canal e o custo por clientes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Faria e Costa (2007) citam a importância do custeio ABC para a Logística,
conforme demonstrada pelo Instituto de Contadores Gerenciais – IMA (1992):
a Logística tem que ser vista no âmbito dos negócios, para isso, tem que se bus-
car métodos e técnicas, tal como o Custeio Baseado em Atividade.
O enfoque do método ABC evoluiu de forma natural para um sistema de
gestão baseado nesta ferramenta, que passou a ser conhecido como ABM (sigla
em inglês para Gestão Baseada em Atividades), voltado para a gestão e aperfei-
çoamento dos processos, auxiliando a organização a melhorar o valor percebido
pelo cliente e o valor agregado para os acionistas que advém do aumento da ren-
tabilidade da empresa (FARIA; COSTA, 2007).
A principal premissa do método ABC é a existência de direcionadores de
custo (costs drivers) que, como o nome sugere, procuram direcionar o consumo
de recursos para os processos, atividades e tarefas que os utilizam.
É interessante como Nakagawa (2001, p. 28-30 apud FARIA; COSTA, 2007,
p. 81) define o método ABC:
O ABC não é mais um sistema de acumulação de custos para fins con-
tábeis, ou seja, não apura o custo dos produtos e serviços para a elabo-
ração de balanços e demonstrações de resultado e, sim um novo méto-
do de análise de custos, que busca ‘rastrear os gastos’ de uma empresa
para analisar e monitorar as diversas rotas de consumo dos recursos
‘diretamente identificáveis’ com suas atividades mais relevantes, e des-
tas, para os produtos e serviços, tendo como objetivo facilitar a mudan-
ça de atitudes dos gestores de uma empresa, a fim de que estes, parale-
lamente à otimização de lucro para os investidores, busquem, também,
a otimização do valor dos produtos para os clientes.
MÉTODO DE CUSTEIO
129
Direcionadores de Recursos
Como?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Direcionadores de Atividades
Para quê?
OBJETO 1 OBJETO 2 OBJETO 3
Faria e Costa (2007) descrevem que para a atribuição dos recursos consumidos
às atividades, toma-se por base a melhor medida que determina a relação entre
o gasto e a atividade (relação de causa e efeito), e, na sequência, entre a atividade
e o objeto. É essa medida que se convenciona como direcionador de recursos,
quando identifica a relação entre os gastos e a atividade que os consumiu; ou dire-
cionador de atividades, quando possibilita uma base de medida para atribuir aos
objetos (produtos, serviços, clientes etc.) os custos acumulados nas atividades.
Se pensarmos nos processos logísticos, podemos identificar alguns exem-
plos de direcionadores de custo, conforme abaixo:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ volume movimentado ou acondicionado;
■■ dimensão e peso;
■■ área utilizada (espaço);
■■ quantidades de funcionários envolvidos;
■■ quantidade ou tamanho dos pedidos;
■■ quantidade de lotes;
■■ densidade (volume versus peso);
■■ grau de fragilidade, perecibilidade e periculosidade;
■■ condições de temperatura e pressão;
■■ números de movimentos realizados;
■■ frequências de entrega;
■■ tempo de ciclo (lead time);
■■ modos de transporte;
■■ distâncias e rotas;
■■ quantidade de veículos;
■■ embalagens movimentadas (quantidade de pallets, caixas, contêineres,
racks) etc.
MÉTODO DE CUSTEIO
131
Esses direcionadores, sugeridos por Faria e Costa (2007), são prontamente iden-
tificados por profissionais da logística, não é? Você talvez possa pensar em muitos
outros. Mas é um início de processo, no caso da implantação em sua empresa.
Que motivos a empresa teria para implantar o método ABC, principalmente
na Logística?
Para Deely (1994 apud FARIA; COSTA, 2007, p. 92), os benefícios da aná-
lise a partir do ABC podem ser:
■■ fornecer introspecção sobre os direcionadores de custos do processo
logístico;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O método ABC, por si só, é um assunto que mereceria uma disciplina especí-
fica, para tratar de forma prática os conceitos e como aplicá-los. Por isso, não é
nossa pretensão esgotar o assunto, pois isso seria impossível.
Mas aproveito para passar-lhe, caso você tenha interesse, um esquema com
sugestão sobre como implantar o sistema ABC em sua empresa. Veja isso na
Figura 19, a seguir:
Coletar
dados
financeiros
Identificar
Modificar
atividade
Desenvolver
modelo de
2 fluxo de custo
Identificar
3 direcionadores
de custo
Coletar
Modificar
dados dos
4
direcionadores
de custo Calcular os
custos da
5 atividade
Calcular os
6 custos do
produto
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Figura 19: Sugestão de como implantar sistema ABC
Fonte: adaptada do IMA (1992 apud FARIA; COSTA, 2007)
Essa é apenas uma sugestão. Mas minha recomendação é que você se aprofunde
neste conteúdo, buscando conhecimentos em outras fontes, em literatura espe-
cializada e alguns sítios na internet que podem ser muito úteis.
MÉTODO DE CUSTEIO
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vendas) padrões)
Exigem serviço pós-venda Nenhum suporte pós-venda
Exigem que a empresa mantenha Reposição proporcional à produção
estoque
Pagam lentamente (contas a receber Pagam no prazo
elevado)
Quadro 11: Demonstrativo de diferenças entre clientes de alto custo e de baixo custo pelo Cost to Serve
Fonte: Faria e Costa (2007, p. 185)
Você, com certeza, tem clara noção de que os clientes proporcionam rentabili-
dades diferentes ao negócio. Essa constatação serve então como pano de fundo
para apurar o Custo de Servir ao cliente como forma de apoiar decisões estraté-
gicas, tais como: a determinação da política de preços diferenciada por tipo de
cliente; o quanto investir em cada cliente, em quais se deve investir etc. (ROBLES
et al., 2005).
O que tem acontecido na prática são empresas de grande porte implementa-
rem áreas de Serviço ao Cliente, que abarcam funções logísticas de distribuição e
as atividades de pós-venda, dessa forma, criando a oportunidade de melhor ser-
vir, servindo como verdadeiros representantes dos clientes nas empresas. Essa
configuração permite o atendimento de várias exigências dos clientes, possibili-
tando que se determine de forma acurada os custos de cada pedido, permitindo
gerenciar as margens de lucratividade diferenciadas por cliente/pedido/produto
(ROBLES et al., 2005).
A ideia, segundo Robles et al. (2005), é uma mudança radical na forma tradi-
cional de gerenciar as trocas com o cliente, abandonando-se as medições parciais
MÉTODO DE CUSTEIO
135
e o entendimento que supõe a relação direta entre preço e nível de serviço, pas-
sando-se para um gerenciamento em que o atendimento de prazo de entregas e
o relacionamento com clientes, ou seja, seu volume de compras, compostos de
compra, frequências de compras, podem ser gerenciados de forma mais efetiva,
custeando-se as ações efetivas de gestão da demanda e da cadeia de suprimen-
tos envolvidas nessa relação.
Manning (1995, p. 46 apud FARIA; COSTA, 2007), sugere ainda uma matriz
do que classifica como custos de atividade e não atividade. Veja essa proposta
no Quadro 12:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Relacionado ao Relacionado ao
Relacionado ao Produto
Canal Cliente
Custos de Programação da produção Demonstração EDI e computado-
Atividade Preparo comercial res com interface
Fatura/Pedido com o cliente
Teste de Qualidade
Apoio às vendas Transporte Especial
Manutenção dos equipa-
mentos Propaganda Requisição de
manuseio
Despacho para
transporte Cobrança de dívi-
das incobráveis
Apoio Técnico
Custos de Custos de materiais Descontos comer- Despesas com cré-
Não Ativi- Royalties ciais ditos incobráveis
dade Fretes Abatimento ao
cliente
Quadro 12: Custo de atividade e não atividade
Fonte: adaptado de Manning (1995 apud FARIA; COSTA, 2007)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dimento “massificado”.
Quanto vale um cliente? Essa resposta é dada por Figueiredo (2004 apud
FARIA; COSTA, 2007, p. 103):
O valor atualizado do fluxo de caixa proporcionado pelo cliente (ven-
das realizadas ao cliente menos o custo das vendas e o custo de atender
e manter o cliente) durante o tempo que ele permanece cliente. Quanto
mais tempo ele permanece como cliente, maior o seu valor para a em-
presa.
Pense sobre isso, pois o valor do cliente determina estratégias para seus proces-
sos logísticos.
Seguindo o que de mais moderno existe em termos de gestão, vamos nos refe-
rir aos indicadores de gestão. Mas o que há de novo nesse assunto? Parece um
tema recorrente na maioria das empresas, não é verdade?
Sim, é claro. As empresas com um mínimo de organização gerencial estabe-
lecem indicadores de desempenho nos seus processos, seguindo a máxima da
Qualidade Total de que “quem não mede está à deriva”.
Via de regra, a maioria das empresas focava apenas os indicadores financei-
ros, até pela lógica de que são os resultados financeiros que mantêm a empresa
MÉTODO DE CUSTEIO
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4. Aprendizado e Crescimento.
MÉTODO DE CUSTEIO
139
Essas perspectivas podem ser visualizadas de uma forma didática por meio da
seguinte analogia:
Concretizando
a Visão
Competências Construir
Internas competências estratégicas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
estabelecerá os indicadores de desempenho que possam, de fato, mensurar o
desempenho estratégico.
Por exemplo, o Supply Chain Council (SCC) propôs, em 2005, um modelo
para mensuração de desempenho na Cadeia de Suprimentos. Esse modelo é
conhecido como SCOR (sigla em inglês para Modelo-Referência para Operações
da Cadeia de Suprimentos). Veja essa proposta no Quadro 13:
MÉTODO DE CUSTEIO
141
Cadeia de Suprimentos
Flexibilidade de Pro- √
dução
Custo Total da Cadeia √
de Suprimentos
Custo dos Produtos √
Vendidos
Produtividade - Valor √
Agregado
Custo de Garantia ou √
do processamento de
retorno
Tempo de Ciclo de √
Caixa
Estoque em dias de √
Suprimento
Giro do Ativo √
Quadro 13: Modelo SCOR de desempenho da Cadeia de Suprimentos
Fonte: SCC, por Gasparetto (2003, p. 112 apud FARIA; COSTA, 2007)
Considerações Finais
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
lhamento necessário para aplicações específicas os métodos que estudamos. Mas
confio que você, ao perceber os resultados que podem advir dessas metodologias,
buscará a complementação do conteúdo por meio de literaturas especializadas.
Faça isso e, com certeza, perceberá por que as maiores empresas do mundo
adotam os métodos com resultados excepcionais para seus acionistas e, princi-
palmente, para seus clientes.
MÉTODO DE CUSTEIO
143
Calcule o Lucro Bruto e o Lucro Líquido sabendo que a indústria vendeu toda a sua
produção, com receita total de R$ 40.000,00, e faça uma comparação entre os dois.
10. O que é custeio baseado em atividades?
11. Qual é o interesse do sistema de ABC?
12. Quais são os objetivos do sistema ABC?
13. Quais são as razões para o surgimento do custeio ABC?
14. Cite alguns tipos de atividades que são necessárias para a concretização do
processo do custeio ABC.
15. Qual é a diferença do custeio por absorção e o custeio ABC?
16. Qual é a diferença do custeio por absorção e o custeio variável? Qual é a impli-
cação que isso tem para a organização?
MATERIAL COMPLEMENTAR
É provável que você tenha ficado com muitas perguntas em mente, mas não se pre-
ocupe! Estudar é instigante mesmo! Ao final de um estudo como este, as questões
que ficam dão margem a mais pesquisas, que, por sua vez, levam a mais perguntas.
É assim que o mundo se move, e mover-se é assunto da logística.
Espero que você tenha aproveitado esses conhecimentos e os agregue aos outros
fundamentos que você já estudou no seu curso de Logística.
Convidamos você a continuar com sua formação, estudando os indicativos de leitu-
ra que propusemos a você, além de acessar os materiais complementares indicados.
Muito sucesso a você, em sua vida pessoal e profissional!
Prof.ª Elisabete Camilo
Prof. Paulo Pardo
147
Referências
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