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RIO DE JANEIRO
2018.1
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
RIO DE JANEIRO
2018.1
Não seria possível chegar até aqui sem que Deus abrisse portas para mim
onde não existia sequer a sombra de possibilidade. Estudante de escola pública
desde o início do fundamental, morador de área de risco (o Complexo do Alemão),
de família humilde com poucos recursos financeiros, e no tocante ao curso de
relações internacionais, sem inglês (posso dizer que possuía apenas o extremamente
básico). Olho para trás e vejo que, se não fosse Deus, eu teria ficado reprovado na
prova eliminatória de inglês da faculdade. Mas eu fui escolhido, antes mesmo de
nascer, para vir ao mundo em uma família que me daria todo amor e apoio do qual
necessitava para chegar aonde Deus queria que eu chegasse.
Agradeço aos meus pais Denison e Luciene por todo o amor, a educação, os
presentes com esforço, a negação e a permissão, o abraço, o carinho e as palavras
de afeto. Este trabalho mostra, de certa forma, que pessoas que não tiveram a mesma
sorte que eu estão a mercê de procurar sentido na vida em repetições, em realidades
virtuais que não existem no mundo real, e que buscam preencher um vazio que só
o amor dos pais poderia ter preenchido, pais terrenos e o Pai celestial, dos quais tive
o prazer de tê-los todos.
Agradeço à minha futura esposa Bianca, por aturar todos os meus discursos
filosóficos sobre a modernidade líquida em que vivemos, e como podemos viver de
forma a trazer alívio e felicidade a quem nos acompanha.
São muitas pessoas queridas que não foram citadas. Seriam necessárias mais
umas quatro páginas, no mínimo, mas todos foram de fundamental importância para
minha chegada até aqui. Espero trazer à sociedade em que vivemos, no futuro
próximo, contribuições significativas em direção a um mundo onde haja cada dia
mais paz, igualdade, prosperidade e saúde emocional.
A PROMÍSCUA RELAÇÃO ENTRE AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO E O NEOLIBERALISMO E SEUS IMPACTOS NA
SAÚDE EMOCIONAL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo analisar os dados de suicídio e casos de
depressão e ansiedade entre os brasileiros a partir da virada paradigmática da
ONU, ocorrida em função dos Relatórios de Desenvolvimento Humano
(RDHs), e a relação do papel das mídias de informação segundo a lógica de
subjetividade neoliberal no mundo pós-globalização, onde o indivíduo é o
único responsável por seu sucesso ou fracasso na vida (tomando como
parâmetro a lógica consumista da era capitalista pós-moderna).
RESUME
The objective of this study is to analyze data on suicide and cases of
depression and anxiety among Brazilians as a result of the paradigm shift of
the United Nations, based on the Human Development Reports (RDHs),
and the relationship between the role of information media according to a
logic of neoliberal subjectivity in the post-globalization world, where the
individual is solely responsible for his or her success or failure in life
(taking as its parameter the consumerist logic of the postmodern capitalist
era).
PALAVRAS-CHAVE
Neoliberalismo, Globalização, Pós-Modernismo, Nações Unidas, Doenças
Psicoemocionais.
1
Aluno de graduação em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro
SUMÁRIO
Prefácio ................................................................................................................. 8
Introdução ............................................................................................................ 9
Lost in a world created by man Perdido num mundo criado pelo homem
I can't recall how it all began Não me lembro como tudo começou
Tell me, who am I? Diga-me, quem sou eu?
I don't know if I exist. I think therefore I am Eu não sei se existo. Penso, logo existo
Without emotions, I'm but a hologram Sem emoções, sou apenas um holograma
Breve contextualização
1950: Televisão
que eles tinham ao terem contato com as imagens à medida em que os anos
passavam e a guerra só escalava.
2
Dilema de Triffin - Quanto mais gerava liquidez com emissão de dólares, mais os Estados
Unidos plantavam a dúvida sobre a capacidade de manter a paridade na troca da moeda americana
por ouro a câmbio fixo; e quanto mais contivessem as emissões e aumentassem os juros para
enxugar a liquidez mundial, mais contribuiriam para a recessão mundial. O dilema, portanto, se dá
em uma relação de “liquidez x confiança”.
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Link para uma reportagem com várias fotos do ocorrido mencionado:
https://brasil.elpais.com/brasil/2015/04/23/album/1429775028_104827.html#foto_gal_8
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assumir um nome que quisesse, e conversar em tempo real via teclado com
qualquer grupo de pessoas, em uma sala virtual, onde qualquer mensagem
poderia ser enviada para todos no grupo.
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Alias é uma palavra de origem inglesa que, segundo o dicionário de Cambridge, assume o papel
de preposição quando “usado ao dar o nome pelo qual uma pessoa é geralmente conhecida, depois
de dar seu nome real”, e assume o papel de substantivo quando se trata de “um nome falso,
geralmente usado por criminosos” ou por pessoas que desejam esconder sua real identidade. O
termo utilizado, no caso do texto, assume o papel de substantivo.
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Segundo Michel Maffesoli, filósofo francês, a pós-modernidade é um conceito da sociologia
histórica que designa a condição sociocultural e estética dominante após a queda do Muro de
Berlim (1989), o colapso da União Soviética e a crise das ideologias nas sociedades ocidentais no
final do século XX, com a dissolução da referência à razão como uma garantia de possibilidade de
compreensão do mundo através de esquemas totalizantes. (Fonte:
http://1libertaire.free.fr/Maffesoli03.html)
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Termo em inglês que significa “atraso”. Pode ser entendido na comunicação como uma barreira à
fluência da interação, pois quanto mais delay, mais a mensagem demora chegar no receptor e vice-
versa.
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7
https://vejasp.abril.com.br/cidades/receita-guloseimas-famosas-segredo-caio-novaes-canal-
youtube
8
https://vejario.abril.com.br/comida-bebida/luccas-e-felipe-neto-abrem-quiosque-de-coxinhas/
9
Termo técnico para a relação de pagamentos do YouTube para os produtores de conteúdo em
função do número de visualizações dos vídeos.
PARTE 3: RACIONALIDADE DO CAPITALISMO
CONTEMPORÂNEO
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Em oposição a quem considero ser o Friedman do mal, Milton Friedman (1912 – 2006),
considerado o segundo economista mais influente do mundo, e defensor do neoliberalismo.
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que vivemos hoje, 3.0. Segundo o autor, cada período da globalização serviu
para ‘diminuir’ em sentido figurado o tamanho do planeta.
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Os filmes mencionados estão com seus títulos adaptados para o Brasil.
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Centros de estudos e reflexão sobre determinados assuntos.
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Termo utilizado à época para se referir aos países em desenvolvimento.
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Um artigo publicado pelo FMI trouxe a seguinte afirmação: “Em vez de gerar crescimento,
algumas políticas neoliberais aumentaram a desigualdade, colocando em risco uma expansão
duradoura”.
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Frase dita durante o painel “Reconfigurações contemporâneas da luta de classes”, no 2º
Congresso Karl Marx, em Lisboa, Portugal.
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Torre de Babel é descrita na Bíblia, no livro de Gênesis, como uma tentativa do povo em criar
uma torre alta o bastante no território de Sinear (antiga Babilônia) para ser vista de todos os
cantos da terra, mantivesse o povo não disperso, e tocasse os céus. Segundo a Bíblia, nesse
contexto, os homens falavam uma mesma língua (um só idioma), e se assim permanecessem,
nada iria impedir seus planos. A partir daí, Deus separou a língua dos homens, de modo que eles
passaram a não se entender de forma homogênea, tendo surgido assim a diversidade de idiomas
na Terra.
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Coach se refere ao profissional de Coaching, uma espécie de treinamento intensivo para que
indivíduos alcancem a maximização de seus potenciais, seja na área empreendedora, profissional
ou na vida particular.
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18
A profissão referida na nota anterior.
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Àqueles que se encaixam dentro da logica neoliberal e, por sorte ou consequência (ou
indicação de alguém com poderes de decisão), estão empregados e fora da margem.
PARTE 4: ANÁLISE SOBRE A SAÚDE EMOCIONAL DOS
INDIVÍDUOS NO BRASIL PÓS-MODERNO
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O link com os dados coletados na pesquisa pode ser encontrado na sessão Referências
Bibliográficas no final deste trabalho.
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Muito tem se falado neste trabalho sobre a mídia ter funcionado como
um vetor de promoção dos ideais da nova sociedade orientada ao consumo,
mas, vamos mais a fundo em como, na prática, os indivíduos no Brasil tem
se relacionado com a mídia em si a partir das análises do Conselho Federal
de Psicologia (CFP), de 2009.
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Os grupos onde o formulário foi compartilhado para ser respondido de forma anônima e
voluntária foram os seguintes: ‘Relações Internacionais’, ‘Relações Internacionais PUC-Rio’,
‘Relatos de assaltos e violências em Laranjeiras, Flamengo e proximidades’, ‘Bons Propósitos’, e
‘CIAM – Centro Internacional de Adoração e Missões do Rio de Janeiro’.
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‘Relatos de assaltos e violências em Laranjeiras, Flamengo e proximidades’.
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Fonte: https://drive.google.com/open?id=1YZvkuJu9FE6XfmaeMqiYeze3VxyfgHIo
Fonte: https://drive.google.com/open?id=1YZvkuJu9FE6XfmaeMqiYeze3VxyfgHIo
Fonte: https://drive.google.com/open?id=1YZvkuJu9FE6XfmaeMqiYeze3VxyfgHIo
Fonte: https://drive.google.com/open?id=1YZvkuJu9FE6XfmaeMqiYeze3VxyfgHIo
O que está por trás desse movimento em que desejamos comprar e esse
significado se perde e desejamos outra coisa a seguir? É um sentimento
de frustração muito grande que, dependendo da estrutura da pessoa, da
família, se reflete de uma ou de outra maneira. O que chamo a atenção
é para o fato de que o movimento da mídia tem grande poder de
exclusão, e esse fator de exclusão ocorre porque as formas que temos
para reagir a esse movimento de “eu não posso, eu não consigo
comprar”, a proximidade existente entre o rico e o pobre e as formas de
reação a essa situação acabam incitando, sim, à violência. [...] As
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formas de violência [...] além das que são visíveis, também são
invisíveis, como, por exemplo, ao comprar um produto que não
necessito, ao fazer inúmeras prestações e entrar no cheque especial,
ficar sem dormir por causa das dívidas que tenho a pagar. [...] Minha
provocação para o debate se dá em relação a essa forma de
comportamento que é a consequência de uma mídia muito sedutora,
porque as propagandas são encantadoras, nos pegam com facilidade, e
em verificar como isso interfere em nossa produção, em nosso dia a dia,
nos índices de violência, com suas características, e não somente a
violência visível (SANTOS, A. M. 2009, p.213-214).
Como parte de minha pesquisa, outra pergunta revelou que 26% das
pessoas entrevistadas não se sentem mais muito comovidas com notícias de
mortes desse tipo no Brasil. No Brasil, a morte não só tem o sentido de fazer
parte da vida, mas também faz parte do cotidiano. Apesar de todos os
esforços em se prevenir. Esse tipo de informação vem em geral pela televisão,
mas não é raro, também, receber fotos, vídeos e/ou notícias sobre
assassinatos, suicídios e acidentes com mortos no Smartphone, em
aplicativos como o WhatsApp. Em uma sociedade altamente conectada
praticamente o tempo inteiro, é quase inevitável se deparar com essas notícias
por mais que alguns de nós tentemos não cruzar com elas. Outra pergunta
revelou que, dentre os entrevistados, 65,7% tem o hábito de se manter
conectado o tempo todo. A sociedade neoliberal nos obriga a estarmos
conectados o tempo todo para atender aos interesses do mercado, seja para
ficar atento ao e-mail de clientes, chefes ou colegas de trabalho; seja para se
manter informado/atualizado sobre tudo o que pode ser relevante para o
mercado de trabalho.
vive um clima de tensão bélica direta com nenhum país, mas sabem que uma
guerra nessas proporções colocaria as nossas vidas em risco, apesar de
estarmos em paz.
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Grande conjunto de dados pessoais capturados e armazenados na rede de
computadores mundial.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ONU faz sua parte em condenar tal tipo de pensamento segundo sua
Carta, e segundo qualquer outro material produzido em termos de análise de
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60
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61
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