Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PENTECOSTALISMO LÍQUIDO:
FLUIDEZ TEOLÓGICA ENTRE OS
PENTECOSTALISMOS
RESUMO
1
Claiton Ivan Pommerening é casado com Thaís Andrea Pommerening e tem duas
filhas: Letícia e Thaíne. É doutorando em Teologia pela Escola Superior de Teologia
(EST), bolsista da Evangelisches Missionswerk da Alemanha. Possui mestrado em Te-
ologia pela EST (2008), graduação em Teologia pelo Centro Universitário Metodista
Izabela Hendrix/Faculdade Evangélica de Teologia - FATE (2009), graduação em Ciên-
cias Contábeis pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (1990). Membro do
RELEP – Rede Latino-americana de Estudos Pentecostais e do NEPP – Núcleo de Estu-
dos e Pesquisa do Protestantismo. Presidente do CEEDUC – Associação Centro Evan-
gélico de Educação Cultura e Assistência Social em Joinville (SC); diretor da Faculdade
Refidim; editor da Azusa Revista de Estudos Pentecostais (ISSN 2178-7441) e pastor
auxiliar na Assembleia de Deus em Joinville (SC).
2 Claiton Ivan Pommerening
INTRODUÇÃO
2
Esta categorização é questionada por alguns estudiosos, pois não reflete mais o atual
movimento neopentecostal. Este se tornou multifacetado e ao invés de ondas, poderiam
ser denominados de marolas neopentecostais, tal a diversidade de ênfases, nuances e
novas tendências que este movimento assumiu.
3
FRESTON, Paul. Breve histórico do Pentecostalismo no Brasil. In: ANTONIAZZI,
Alberto et al. Nem anjos nem demônios: interpretações sociológicas do pentecostalis-
mo. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 70-72.
4
CAMPOS, Bernardo. Da reforma protestante à pentecostalidade da igreja. São
Leopoldo: Sinodal/CLAI, 2002. p. 73.
5
Dentro deste grupo ainda se enquadram: Renascer em Cristo, Sara Nossa Terra, Mi-
nistério Internacional da Restauração, Ministério Nova Jerusalém, Igreja Batista da
Lagoinha, Igreja Paz e Vida, Igreja de Nova Vida, Bola de Neve Church, e centenas de
outros pequenos movimentos regionalizados.
Azusa – Revista de Estudos Pentecostais 3
6
São as igrejas que, na categorização de Paul Freston, pertencem à primeira onda do
pentecostalismo no Brasil: Congregação Cristã no Brasil e Assembleia de Deus.
4 Claiton Ivan Pommerening
7
Um caso emblemático foi objeto de estudo de caso conforme: CORREA, Marina
Aparecida Oliveira dos Santos. Alterações das características da Igreja Assembleia de
Deus no bairro Bom Retiro em São Paulo. Azusa Revista de Estudos Pentecostais,
Joinville,vol. II, nº 2, p. 7-28, jul. 2011.
8
Chamar a Teologia pentecostal de ortodoxa é, em certo sentido, duvidoso, pois sua
cristalização, em boa medida, se dá a partir da oralidade e muitas vezes conforme enten-
dimento de seu líder local, ou ainda, da formatação eclesiológica local, assim, embora
tenha uma matriz comum, pode sofrer variações relevantes, conforme: POMMERENING,
Claiton Ivan. Oralidade e escrita na Teologia Pentecostal. Azusa Revista de Estudos
Pentecostais, Joinville, vol. I, nº 1, p. 23-62, jul. 2010.
6 Claiton Ivan Pommerening
9
Em 30 anos foram de 1,9% (1980) para 8% em 2010. MENCHEN, Denise;
BRISOLLA, Fabio. Católicos passam de 93,1% para 64,6% da população aponta IBGE.
Folha de São Paulo, São Paulo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/poder/
1112382-catolicos-passam-de-931-para-646-da-populacao-em-50-anos-aponta-
ibge.shtml.> Acesso em: 29 jun. 2012.
10
MENCHEN, Denise; BRISOLLA, Fabio. Católicos passam de 93,1% para 64,6% da
população aponta IBGE. Folha de São Paulo, São Paulo. Disponível em: <http://
www1.folha.uol.com.br/poder/1112382-catolicos-passam-de-931-para-646-da-
populacao-em-50-anos-aponta-ibge.shtml>. Acesso em: 29 jun. 2012.
11
23,9% dos “sem religião” vieram do pentecostalismo, conforme: BARTZ, Alessandro.
Trânsito religioso no Brasil: mudanças e tendências contemporâneas. In: Congresso In-
ternacional da Faculdades EST, 2012, São Leopoldo. Anais do I Congresso de Teologia
da Faculdades EST. São Leopoldo: Faculdades EST, 2012. p. 266.
Azusa – Revista de Estudos Pentecostais 7
12
Incluindo as igrejas pentecostais que imitam, mesmo não admitindo, estas práticas.
13
“Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do
14
Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica.” 2 Co 3.6 NVI. Trata-se dos gran-
des projetos arquitetônicos de erguer suntuosos templos. A ênfase megalomaníaca se
verifica também nos nomes das principais igrejas: “Universal”, “Internacional” e “Mun-
dial”.
8 Claiton Ivan Pommerening
3 ALTERNATIVAS DO PENTECOSTALISMO
16
MOEN, Ernest J. O pastor pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1999. p. 639.
17
Todas as citações deste parágrafo foram extraídas do livro de Atos.
10 Claiton Ivan Pommerening
Assim, tem-se que, para fazer frente aos avanços da Teologia da Pros-
peridade, a ênfase deve recair sobre o modelo apostólico de anúncio do
evangelho, evidentemente sabendo-se contextualizá-lo aos tempos atuais.
18
STOTT, John. O perfil do pregador. 2. ed. São Paulo: Sepal, 1997. p. 49-50.
19
STOTT, 1997, p. 149-152.
12 Claiton Ivan Pommerening
20
BONHOEFFER, Dietrich. Vida em comunhão. 4. ed. São Leopoldo: Sinodal, 1997.
p. 58-61.
Azusa – Revista de Estudos Pentecostais 13
21
NOUWEN, Henri J. M. O perfil do líder cristão do século XXI. 2. ed. Belo Hori-
zonte: Atos, 2002. p. 47-60.
22
BUTIGAN, Ken. Da violência à integridade. São Leopoldo: Sinodal, 2003. p. 22-
147.
14 Claiton Ivan Pommerening
mento utilizado para isto era de que sendo a vinda de Jesus iminente, não
haveria necessidade de muito preparo, pois assim, maior número de pes-
soas seriam salvas do inferno. A Assembleia de Deus, embora também
tenha no passado utilizado este argumento, mais recentemente tem se des-
tacado no ensino teológico de seus líderes23, com a criação de escolas
teológicas e cursos nos mais variados níveis, mas diante da amplitude e
dimensão que esta igreja tem alcançado, existe um grande espaço acadê-
mico a ser preenchido por esta instituição.
A Teologia esboçada pela Assembleia de Deus, tem sido tímida em
relação a academia. Durante muitos anos foi um ensino simplista, superfi-
cial e de curta duração, seguindo o modelo sueco de semanas bíblicas.
Este despertar tardio acalentou uma Teologia mais devocional e intimista,
que tem seu valor e necessidade numa relação com Deus, mas, em certo
sentido, é despreocupada em preparar líderes com conteúdo teológico re-
levante. Este modelo ainda acontece hoje em muitas igrejas, e traz subje-
tivamente o medo e o preconceito teológico. A influência sueca, embora
reconhecesse que seria necessário um “maior preparo teológico para os
obreiros, [enfatizavam que] as Escolas Bíblicas seriam suficientes.”24
Logicamente que este medo subjetivo tem certo sentido, quando es-
colas e professores de Teologia defendem com arrogância suas posições
de conhecimento e, ao invés de agirem com espírito profético e crítico no
bom sentido, criam celeumas doutrinárias e nichos de rebeldia em relação
aos líderes e alienação em relação ao serviço que a Teologia deve prestar à
igreja. Mas é certo que muitas escolas e professores de Teologia sabem se
portar com humildade diante de suas comunidades, tornando sem sentido
o medo que algumas lideranças têm da Teologia.
23
Embora oficialmente exija-se que os candidatos ao ministério tenham uma formação
mínima, na prática, em alguns casos isolados, releva-se esta exigência, prevalecendo
algumas conveniências e lobby da liderança.
24
ARAUJO, Isael de. Dicionário do movimento pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD,
2007. p. 282.
Azusa – Revista de Estudos Pentecostais 15
CONSIDERAÇÕES FINAIS
25
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. 258 p.
16 Claiton Ivan Pommerening
REFERÊNCIAS