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Índice

1. Introdução ........................................................................................................................... 1
2. O osciloscópio de raios catódicos (CRO) ........................................................................... 2
2.1 Constituição de osciloscópio........................................................................................... 3
2.2 Grandezas que se pode medir directamente com osciloscópio ....................................... 5
2.3 Princípio físico de funcionamento .................................................................................. 6
2.4 Aplicação na ciência e na prática .................................................................................... 8
3. Conclusão ......................................................................................................................... 10
4. Bibliografia ....................................................................................................................... 11
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1. Introdução

O osciloscópio é considerado um instrumento básico de teste em oficinas e na indústria, assim


como em laboratórios de pesquisas e desenvolvimento de projetos eletrônicos ele utiliza um
tubo de raios catódicos para visualizar num ecrã fluorescente a variação de uma diferença de
potencial (ddp) com o tempo ou com outra ddp.
Inventado em 1897 por Ferdinand Braun, o osciloscópio é um dos instrumentos mais versáteis
usados na eletrônica, e em laboratórios de electricidade básica. A finalidade de um osciloscópio
é produzir num anteparo uma imagem que seja uma representação gráfica de um fenómeno
dinâmico, como por exemplo: Pulso de tensão, uma tensão que varie de valor com relação ao
tempo, a descarga de um capacitor, entre outras.
Objectivos do trabalho
 Abordar o funcionamento do osciloscópio, sendo este um elemento principal em
laboratórios para aulas de electricidade básica;
 Falar da constituição básica do osciloscópio;
 Distinguir os elementos constituintes do osciloscópio e saber o seu princípio básico de
funcionamento.
 E finalmente abordar de forma sumária a aplicação do osciloscópio.

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2. O osciloscópio de raios catódicos (CRO)

O osciloscópio de raios catódicos é um aparelho que utiliza um tubo de raios catódicos que
permite observar num ecrã uma diferença de potencial (ddp) em função do tempo ou em função
de uma outra ddp. O elemento sensor é um feixe de eletrões que, devido ao baixo valor da sua
massa e por serem partículas carregadas, podem ser facilmente acelerados e a sua trajetória
alterada pela ação de um campo elétrico.
O tubo de raios catódicos é constituído por uma ampola de vidro onde foi feito vácuo, dentro
da qual existe basicamente: um conjunto emissor de electrões, uma lente electrostática, dois
pares de placas paralelas metálicas e um ecrã fluorescente (de sulfureto de zinco) de acordo
com a figura:

Figura. 1. - Representação da constituição básica de um tubo de raios catódicos (TRC)

A ddp lê-se a partir de uma mancha luminosa ou spot num ecrã retangular de dimensões
aproximadas (10 x 8)cm.

Figura. 2. Osciloscópio de raios catódicos.

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A mancha é provocada pelo impacto de uns feixes de eletrões num ecrã revestido de material
fluorescente. Uma serie de divisões marcadas no ecrã (as maiores de 1 cm e as menores de 2
mm) auxiliam nas leituras das coordenadas do ponto luminoso. O rigor que se obtém é
normalmente da ordem de 1 mm, mas a precisão da medida depende das escalas escolhidas
para os eixos XX (tempo ou ddp) e YY (ddp).
Como quase todas grandezas físicas são medidas através dum sinal elétrico o osciloscópio é
utilizado em qualquer tipo de laboratório e em situações tao diversas como o diagnóstico
médico, mecânica de automóveis, prospeção mineira, etc. sendo, em geral, um aparelho de
controlo e observação, uma escolhas justas das escalas permite medidas com precisão de 2 a
5%.

2.1 Constituição de osciloscópio

O osciloscópio é essencialmente constituído por duas partes:


 Tubos de raios catódicos com ecrã fluorescente;
 Circuitos eletrónicos (para o processamento do sinal eléctrico).
Sendo por sua vez tubos de raios catódicos constituídos por:
 Filamento;
 Canhão de electrões;
 Cátodo;
 Rectículo;
 Grade de controlo;
 Ânodo de focalização e aceleração;
 Placas de deflexão horizontal e vertical;
 Tela fluorescente.
a) Filamento
É o elemento responsável pela energia calorífica necessária ao desprendimento de electrões no
cátodo.
Consiste de um fio trançado, de resistência adequada, alojado no interior do cátodo. Ao se
aplicar nas extremidades do filamento uma tensão, normalmente de 6,3V, este se incandesce,
por efeito Joule, que aquece o cátodo que o recobre.

b) Cátodo

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É o elemento responsável pela emissão dos electrões (cerca de seis bilhões de electrões por
segundo são emitidos).
Consiste de um cilindro metálico recoberto de óxidos especiais, que emitem electrões quando
aquecidos. Possuem um alto potencial negativo.
c) Grade de controlo
É o elemento que regula a passagem de electrões procedente do cátodo em direcção ao ânodo.
Consiste de um cilindro metálico com um orifício circular no fundo, rodeia o ânodo. Possui o
mesmo potencial que ânodo. Quando se controla o potencial desta grade verifica-se um
aumento ou diminuição do brilho da imagem.

d) Ânodo de focalização e de aceleração

Possuem forma cilíndrica com pequenos orifícios para a passagem do feixe de electrões.
Possuem um alto potencial positivo (em relação ao cátodo), a fim de que os electrões sejam
acelerados a uma grande velocidade, o que tornará a tendência de se deslocarem em feixe muito
maior que a tendência a se divergirem.

Entre os ânodos de focalização e o de aceleração existe um campo electrostático que actua


como uma lente biconvexa, convergindo o raio a um determinado ponto. Este efeito também é
observado quando um raio de luz passa por uma lente biconvexa.
Esta lente electrónica actua na distância focal do raio.

Nota: O conjunto formado pelo filamento, cátodo, grade de controlo e os ânodos de focalização
e o de aceleração formam o que se chama de "canhão electrónico".

e) Placas deflexão vertical

São as placas que, comandadas por uma tensão que queremos visualizar no ecrã, desviam o
feixe de electrões na vertical (para baixo ou para cima da linha horizontal central do ecrã,
conforme a polaridade da tensão do sinal de comando, o sinal ou tensão que queremos
visualizar).

f) Placas de deflexão horizontal

São as placas que comandadas por uma tensão permitem desviar o feixe de electrões na
horizontal.

g) Tela

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É uma tela revestida interiormente por uma substancia fluorescente que tem a propriedade de
quando recebe, num determinado ponto, o impacto de electrões a alta velocidade, ficar
brilhante, permitindo visualizar esse ponto na parte exterior do ecrã.

Essa substância que reveste interiormente o ecrã tem ainda a propriedade de ter uma certa
persistência, isto é, o brilho provocado pelo impacto dos electrões a alta velocidade não
desaparece logo, apesar dos elementos já não estarem a incidir nesse ponto, ficando visível por
alguns segmentos.

Figura. 2. Constituintes do osciloscópio

2.2 Grandezas que se pode medir directamente com osciloscópio

 Tensões contínuas
Embora vocacionado para a medição de ddp variáveis no tempo, o osciloscópio também pode
ser usado para medir uma ddp continua.
Ao aplicar a ddp desconhecida a entrada do osciloscópio, em modo DC, a linha de base realiza
um salto proporciona a ddp. Com um erro de leitura de 1mm, a melhor precisão que se pode
obter num ecrã de 8 cm é de – 1%. Para a conseguir é no entanto necessário que a linha de
referência coincida com uma s das divisões extremas marcadas no ecrã e que o ganho do
amplificador vertical seja máximo permitido pela amplitude do sinal.
Esta é uma característica comum a todas essas medições de comprimentos feitas no ecrã de
osciloscópio: para maximizar a precisão de leitura, o osciloscópio deve ser ajustado para que
a distancia seja a maior possível.
 Tensões alternadas periódicas
Para caracterizar uma ddp alterna é necessário medir a sua amplitude máxima 𝑉0 e período T.
Para conhecer a verdadeira grandeza da ddp deve se ajustar a linha de zero, tal como foi
descrito para medição de ddp continuas, e selecionar a entrada de osciloscópio em modo DC.

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Com tensões sinusoidais o mais comodo é medir a tensão pico a pico 𝑉𝑝𝑝 = 𝑉0 . Mas uma vez
o ganho do amplificador deve ser o máximo permitido pelo nível de sinal.
No caso de pretender de se pretender visualizar ou medir um sinal de pequena variação
misturado com uma componente continua muito superior, a entrada de osciloscópio deve ser
colocada em AC. Um exemplo concreto é a observação da oscilação residual duma ddp
retificadas com uma ponte de díodos.
Para medir o período T de um sinal periódico, deve se ajustar a base de tempo e o trigger por
forma a visualizar no ecrã uma figura estável com um pequeno número de ciclos completos.
Para minimizar o erro de leitura, deve-se medir no ecrã o tempo correspondente a todos os
períodos representados. Com um ecrã de 10 cm de largura e um erro de leitura de 1 mm, a
precisão máxima que se pode obter é de 1%, ou seja, três algarismos significativos.
Quando a tensão de entrada é aperiódica, como por exemplo no registo da voz humana obtido
por intermedio de um microfone, o osciloscópio permite a sua visualização mas a
instabilidade da imagem não permite a realização de qualquer medida.
 Diferença de fase entre dois sinais de igual frequência
Consideremos dois sinais sinusoidais 𝑉1 (𝑡) 𝑒 𝑉2 (𝑡), Entre os quais existe uma diferença de
fase (ddf) de ϕ.
𝑉1 (𝑡) = 𝑏 cos(𝜔𝑡 + 𝜑) 𝑒 𝑉2 (𝑡) = 𝑎 cos 𝜔 𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝜔 = 2𝜋𝑓
A ddf φ pode variar entre -180º e +180º. Quando a ddf é negativa diz-se que 𝑉1 está atrasada
em relação a 𝑉2 e quando a ddf é positiva, que 𝑉1 está adiantada em relação a 𝑉2.
Para medir a ddf pode-se observar no osciloscópio, em modo X-Y, a composição dos sinais.
Com 𝑉1 aplicada a entrada do canal 1 (Y) e 𝑉2 na entrada do canal 2 (X), o ponto luminoso
descreve no ecrã uma figura cuja as coordenadas x(t) e y(t) são dados por:
𝑥 𝑦
= cos 𝜔𝑡 = cos(𝜔𝑡 + 𝜑)
𝑎 𝑏
Para definir equação da trajectória descrita pelo ponto, eliminamos a variável t entre duas
𝑥2 𝑦2 2𝑥𝑦
equações, obtendo-se + 𝑏2 − cos 𝜑 = 𝑠𝑒𝑛2 𝜑 Que e equação de um elipsoide com
𝑎2 𝑎𝑏
eixos principais rodados. Da expressão acima podemos concluir que a figura e idêntica para
uma ddf de ±φ.
Os dois casos distinguem-se apenas pelo sentido com que o ponto descreve elipsoide:
No sentido directo se Y estiver atrasado em relação a X, ou no sentido retrogrado em caso
contrario. Esta situação só se pode observar no osciloscópio de modo X-Y para frequências
muito baixas.

2.3 Princípio físico de funcionamento

O funcionamento baseia-se em um feixe de electrões que, deflectidos, choca contra uma tela
fluorescente, esta, sensibilizada emite luz formando uma figura.

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Em seu modo mais simples, o osciloscópio desenha repetidamente uma linha horizontal
chamada de traço através do meio da tela da esquerda para direita. Um dos controles, o time
base control (controle da base de tempo), determina a velocidade com que a linha é desenhada,
e é calibrado em segundos por divisão.

Se a tensão de entrada difere do zero, o traço pode ser deflectido tanto para cima quanto para
baixo. Outro controle, o vertical control (controle vertical), determina a escala da deflexão
vertical, e é calibrado em volts por divisão. O traço resultante é um gráfico da voltagem (tensão)
em função do tempo.

A diferença de potencial é lida a partir de uma mancha luminosa numa tela rectangular
graduada. A mancha resulta do impacto do feixe de electrões num alvo revestido de um material
fluorescente.

O funcionamento interno do osciloscópio é, no entanto, mais complexo; baseia-se na figura


seguinte:

Quando o osciloscópio é ligado o canhão electrónico é alimentado por uma tensão elevada e
começa a emitir electrões no sentido do ecrã. Os raios catódicos são feixes de electrões (3)
emitidos por um cátodo (eléctrodo, fonte primária de electrões).

Este cátodo (2) encontra-se num tubo que contém um gás a baixa pressão, e no qual os
electrões, emitidos pelo cátodo, são acelerados por um campo eléctrico. Este tubo tem o nome
de tubo catódico, ou tubo de raios catódicos.

Este feixe de electrões (3) é orientado magneticamente pela bobina (4), que converge o feixe
para as placas electrónicas ou deflectoras (1), cuja função é absorver a maior quantidade
possível de electrões emitidos pelo cátodo.

Se não aplicarmos sinal às placas de deflexão vertical, o que iremos ver, em condições normais
de tudo estar devidamente calibrado no ecrã, são um traço horizontal abrangendo todo o ecrã.

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Isto acontece porque no início da tensão dente de serra o seu valor é baixo e o feixe não sofre
qualquer tipo de desvio, indo parar ao lado esquerdo do ecrã. À medida que a tensão do dente
de serra vai aumentando o desvio do feixe é cada vez maior e vai percorrendo todo ecrã desde
a extremidade esquerda até á extremidade direita. Se aplicarmos um sinal (vamos supor um
sinal sinusoidal) às placas de deflexão vertical, a combinação deste sinal com o provocado pelo
dente de serra vai originar no ecrã exactamente aquilo que pretendíamos uma onda sinusoidal
que constitui o sinal a observar. Isto porque o feixe de electrões sofre, em simultâneo (em cada
instante), um desvio horizontal (dente de serra) e vertical (sinal sinusoidal a observar), cuja
combinação é fácil prever o que vai originar no ecrã.Normalmente, a deflexão horizontal
(resultante da aplicação de uma tensão nas placas verticais P1,P2) é proporcional ao tempo, e a
deflexão vertical (resultante da aplicação de uma tensão nas placas P3 e P4) é proporcional á
tensão. O ecrã é a etapa final de todo processo executado pelo osciloscópio, pois é nele que se
visualizam as imagens que serão posteriormente analisadas. O material utilizado é o vidro, e a
sua face interior (5) é revestida por um material fluorescente, como fósforo ou o sulfato de
zinco, que ao receberem o impacto do feixe de electrões, emitem luz.

2.3 Aplicação na ciência e na prática

O osciloscópio é um dos mais úteis e versáteis instrumentos de medida utilizados no


laboratório.

Na grande maioria das aplicações o osciloscópio, apesar da sua evidente complexidade, pode
ser considerado como um voltímetro de precisão que não só permite a medida de amplitudes

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de tensões como também permite ver a variação e evolução da forma dessa mesma tensão ao
logo do tempo.

O osciloscópio é um dos instrumentos mais importantes na bancada de trabalho de todo


profissional da electrónica. Coma as aplicações em telecomunicações, medicina, e em diversos
ramos da indústria.

O uso clássico de um osciloscópio é diagnosticar uma peca defeituosa em um equipamento


electrónico. Em um rádio, por exemplo, se olha no esquema eléctrico do aparelho e se localizam
as conexões entre os estágios (como mixer electrónico, osciladores electrónicos,
amplificadores).

O osciloscópio também possui as seguintes aplicações:

 Monitorizar a evolução de qualquer grandeza física que se possa traduzir numa tensão
usando o transdutor adequado.
 Observar forma de onda e suas características ou anomalias (exemplo: ruído ou
oscilações).
 Medir intervalos de tempo mesmo muito curtos;
 Medir período dum sinal repetitivo.
 Medir diferenças de fase.
 Medir a componente contínua e a alternada dum sinal (DC e AC).
 Mostrar a relação entre duas variáveis.

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3. Conclusão

O osciloscópio permite ao técnico ou engenheiro observar tanto o valor como a forma do sinal
em qualquer ponto de um circuito eletrônico. Suas principais aplicações são: – Medições de
valores de: potência, tensão, ângulo de fase etc. – Comparação entre uma frequência
desconhecida e uma frequência padrão, determinando assim o valor desconhecido.
Sendo um instrumento muito útil no quotidiano, usado em diversos ramos, nas
telecomunicações, medicina, nos laboratórios de electrónica, e é constituído basicamente por
um tubo de raios catódicos que é muito presente no nosso dia-a-dia, sendo que este (o tubo de
raios catódicos) é usado em monitores de computadores.

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4. Bibliografia

 M. Ernesto. Circuitos eléctricos, Introdução ao Osciloscópio: Portugal, 2010. Pp. 1-12.


 Osciloscópio de raios catódicos, pagina visitada no dia 19 de agosto de 2014 pelas 18h,
disponível em www:///E:/osciloscopio/Osciloscciclop%C3%A9dia%20livre.htm
 A. M. Ferreira. ABC do osciloscópio. 2ª Ed. Portugal,2008, Pp. 14-20.
 J. J. Thomson. Cathode Rays Oscilloscope. 1964, Pp. 1-3.

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