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RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de apresentar os resultados dos estudos realizados no Estágio I do
Curso de Segunda Licenciatura em Pedagogia. O estudo analisou sobre os instrumentos de
avaliação na Educação Infantil, ou seja, procuramos examinar o processo de avaliar nas suas
diferentes concepções. Assim, este estudo apresenta subsídios para uma melhor compreensão de
sanar as dificuldades enfrentadas no momento de avaliar e compreender as interpretações teóricas
das concepções pedagógicas que permeiam as escolas e as práticas desenvolvidas no dia a dia dos
trabalhos escolares, bem como, as metodologias desenvolvidas. Para alcançar melhores resultados,
o estudo permeia o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola confrontando-o com o planejamento
que está sendo realizado e com a forma avaliativa que é praticada pelos educadores no processo
ensino/aprendizagem. Logo, esse estudo tem o objetivo de compreender sobre a importância do
processo avaliativo e diante das conclusões e saber tomar decisões coerentes e consistentes que
estejam relacionadas ao ensinar e ao aprender, também a possibilidade de repensar a prática
educativa no cotidiano escolar. Optou-se pelo questionário como instrumento de coleta de dados, no
sentido de que, permite a participação de várias pessoas, e o pesquisado dispõe de espaço de tempo
mais amplo para responder às questões. Compreendemos que este é o processo que envolve o
conhecimento de como, porque e para que avaliar, visando os conhecimentos teóricos na prática,
promovendo mudanças significativas no ensino/aprendizagem, a fim de promover uma educação de
qualidade.
1 INTRODUÇÃO
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Vale ressaltar que avaliar o desenvolvimento de uma criança é uma ação
complexa e exige da escola um olhar de extrema atenção, um conhecimento sobre o
aprender e o desenvolver do aluno, para que assim, através de metodologias de
avaliação ou de instrumentos variados seja possível aferir de maneira mais
sistematizada, contemplando o indivíduo e seus avanços (SILVA; URT, 2014, p.
63).
Segundo Carneiro (2010),
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Mas a realidade na educação brasileira é bem diferente. Existem escolas que
ainda utilizam a prática avaliativa classificatória que, muitas vezes, impede o
progresso da criança no Ensino Fundamental. Um dos critérios é a aquisição da
língua escrita, onde as escolas retêm, na Educação Infantil, os alunos que não foram
alfabetizados.
Com a alteração dos artigos da Lei de Diretrizes e Base que altera de oito
para nove anos de idade, as escolas de Educação Infantil têm utilizado ainda mais a
avaliação classificatória. A pressão pela alfabetização na Educação infantil torna-se
cada vez maior e mais rígida.
Outro importante documento oficial é o Referencial Curricular Nacional de
Educação Infantil (RCNEI). Este defende que a avaliação deve acontecer através de
observação, registro e avaliação formativa. Evidenciando a importância
da “observação das formas de expressão das crianças, de suas capacidades de
concentração e envolvimento nas atividades, de satisfação com sua própria
produção com suas pequenas conquistas” como instrumento para a avaliação e no
replanejamento da ação educativa.
Uma importante questão ressaltada é que os instrumentos avaliativos são, na
sua grande maioria, elaborados pelas pessoas que não que trabalham diretamente
com as crianças (como diretores, coordenadores pedagógicos, psicólogos), o que
torna difícil para o professor o preenchimento de uma ficha que foi elaborada por
outrem que não vivencia o cotidiano na sala de aula. Esta forma de compreender a
avaliação resulta em um processo que minimiza o desenvolvimento da criança às
habilidades exigidas no instrumento de avaliação, onde todos devem alcançar um
mínimo estabelecido, sem considerar a criança como um todo.
É necessário que os educadores reconstruam a prática avaliativa, buscando
efetivá-la como um processo que vise a acompanhar e valorizar o desenvolvimento
das crianças. A avaliação deve se constituir como um constante questionamento e
reflexão sobre a prática. A respeito disso, HOFFMANN afirma que:
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educandos e educadores aprendem sobre si mesmos e sobre a realidade
escolar no ato próprio da avaliação.” (HOFFMANN, 1996, p 18)
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encontra amparo legal na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) onde
declara que: “a avaliação pressupõe sempre referências, critérios, objetivos e
deve ser orientadora, ou seja, deve visar o aprimoramento da ação educativa,
assim como o acompanhamento e registro do desenvolvimento da criança que
deverá ter como referência, objetivos estabelecidos no projeto pedagógico da
instituição e pelo professor.
O profissional da educação infantil deve desenvolver habilidades de
observação e de registro do desenvolvimento da criança e que reflita
permanentemente sobre sua prática, aperfeiçoando–a no sentido do alcance dos
objetivos.
Segundo Hoffmann, a prática de elaboração de fichas comportamentais
classificatórias semestrais, referindo-se aos registros de avaliação das crianças e
alguns pareceres descritivos encerram concepções disciplinadoras, sentenciosas e
comparativas que ferem seriamente o respeito à infância. A análise dos
procedimentos rotineiros de avaliação permite-nos observar sérios reflexos, na
educação infantil, dos modelos de avaliação classificatória do ensino regular.
O modelo de avaliação classificatória se faz presente na maior parte das
instituições de educação infantil quando, para elas, avaliar é registrar ao final de um
semestre os comportamentos que a criança apresentou, utilizando-se, para isso, de
listagens uniformes de comportamentos a serem classificados a partir de escalas
comparativas. O cotidiano da criança não é verdadeiramente levado em conta, nem
é considerada a postura pedagógica do educador, à semelhança do ocorrido no
ensino regular.
Sendo assim, observou- se através da pesquisa que o processo avaliativo na
educação infantil se assemelha e muito ao que ocorre no Ensino Fundamental e
Médio, pois o que se busca nesse processo é saber se a criança está apta ou não
para seguir adiante nas próximas séries. Tendo como concepções avaliativas,
práticas que estão voltadas apenas para o resultado obtido pela criança ao final de
cada avaliação escrita, sem preocupar-se com todo o processo de aprendizagem
da mesma, pois a avaliação pode ocorrer tanto através do que a criança consegue
passar para o papel, como em diversas situações que as envolvem na sala de
aula, sem necessariamente, precisar ser algo que ela consiga escrever.
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São utilizados instrumentos avaliativos que não passam de meros registros
elaborados sem reflexão, apenas diagnosticando fatos isolados sem levar em conta
toda a rotina da criança. Pois ao final de cada bimestre são elaboradas fichas
comportamentais, através de listagens que são classificados a partir de registros
comparativos, desconsiderando a prática pedagógica do educador nesse processo.
Segundo Hoffmann, o sentido da avaliação na educação infantil é o de
acompanhar o desenvolvimento da criança, englobando reflexões permanentes da
ação da criança em seu cotidiano.
Na nova concepção trazida pela LDB, que prioriza os aspectos qualitativos e
contínuos da aprendizagem percebe-se que o papel do professor é o de mediador
da caminhada dos estudantes.
Assim os instrumentos de avalição assumem uma nova característica, ou
seja, deixa de priorizar a memorização de conteúdos e passa a ser um instrumento
que permite a análise da construção da aprendizagem.
Segundo Weiduschat (2007, p. 74), “Um desses instrumentos para esta
perspectiva de avalição é a observação. Ao observar uma turma o professor percebe
os avanços e as dificuldades, intervindo na caminhada”.
Assim o planejamento das aulas deixa de ser estático para ser flexível,
levando em conta os movimentos dos alunos. Observar acaba sendo um
instrumento de pesquisa docente.
Na educação Infantil, a observação deve ser fundamentada no conhecimento
sobre a criança e seu processo de aprendizagem, possibilita a investigação e a
coleta de informações que retratem a melhor forma do aluno de ser do avaliado.
A observação deve ser direcionada para aspectos relevante como: qual a
reação da criança em diferentes atividades, como se expressa, se relaciona, como
utiliza os materiais. Ao observar o professor põe em pauta seus conhecimentos,
conceitos, emoções e valores. (AROEIRA, SOARES, MENDES, 1996).
Para melhorar sua capacidade de avaliação, é preciso que o professor tenha
conhecimento e um base teórica bem fundamentada.
Todos os instrumentos de medida e avaliação são eficientes quando usados
criteriosamente e de acordo com os objetivos previstos. Além de oferecem subsídios
no acompanhamento do desenvolvimento do aluno.
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3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO
Durante uma semana realizei o Estágio I, que teve como carga horária de
20horas, sendo 7 horas na Educação Infantil, 7 horas no Ensino Fundamental I e 6
horas com gestão com o objetivo de conhecer o ambiente escolar e cotidiano do
professor, comportamento, didática e metodologia utilizados em sala de aula. O
estágio foi realizado no Centro de Educação Infantil Joaquim Lula, situada na Rua
João de Deus, nº 1907, bairro Liberdade, zona Leste de Manacapuru, que funciona
com ensino de educação e Infantil e 1º ano do ensino Fundamental.
O Centro de Educação infantil, antiga Creche Maria Luiza de Menezes foi
construída em madeira com estrutura para três salas de aula, com o objetivo de
atender as crianças carentes em tempo integral.
Em 1999, foi erguido um novo prédio em alvenaria, com seis salas de aula, e
recebeu o nome de Creche Joaquim Lula, em homenagem a um antigo funcionário,
funcionando como escola de Ensino Infantil, atendendo alunos de 03 a 06 anos de
idade nos turnos matutino e vespertino.
Em 2005, a demanda de alunos aumentou e foi acrescentada mais duas salas
de aulas no refeitório, atendendo 16 turmas. Em 2006, o prédio foi ampliado com
mais 4 salas de aula, atendendo na atualidade, 20 turmas nos dois turnos. Em 2008,
foram construídos 02 banheiros femininos, 01 deposito e uma área de lazer.
Atualmente escola ainda tem em sua estrutura física, 10 salas de aula (sendo
uma Sala de Recursos) bem arrumadas, iluminadas e climatizadas, 01 salas para
diretoria; 01 salas para secretaria, 01 cozinhas, 01 refeitórios, 02 depósitos, 05
banheiros, áreas de serviço e área de lazer.
O planejamento é feito quinzenalmente, a escola também oferece aos alunos
projetos educacionais para melhorar o desempenho dos alunos como: Projeto Mais
Alfabetização, Projeto Eu construindo minha história de vida, Projeto Pequenos e
grandes ambientalistas, Projeto Alimentação saudável, Projeto Promovendo a
Cultura da paz na escola, Projeto Prevenção da Violência e acidentes e Projeto
Prevenção da Saúde Ambiental e Desenvolvimento Sustentável.
Todos os professores têm ensino superior e alguns especialização e outros
em cursos de Formação Continuada.
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Priorizaram-se, num primeiro momento a observação das atividades
pedagógicas desenvolvidas nas turmas de Pré II da Educação Infantil, e 1º ANO do
Ensino Fundamental I e na Gestão Escolar.
A professora da turma de Educação Infantil trabalha nesta escola a mais de
20 anos, é uma profissional bem experiente, graduada em Pedagogia e especialista
em Metodologia do Ensino Superior, a tendência pedagógica que alicerça sua
prática pedagógica é baseado em Vigostsky e Paulo Freire; os recursos mediáticos
utilizados comumente são livros infantis, cartazes ilustrados, vídeos, atividades
impressas, o relacionamento com os alunos é de forma respeitosa e disciplinada.
Predomina o diálogo entre professora e aluno. A professora é bastante interessada
na aprendizagem dos alunos e compromissada com sua profissão, impõe respeito
chamando atenção dos alunos com firmeza nas horas devidas. As avaliações são
feitas bimestralmente através de observação e formulação de relatório descritivo
sobre os avanços e recuos de cada aluno.
Num segundo momento do estágio, foram feitas as observações e elaboradas
perguntas acerca do tema proposto e, de acordo com as respostas obtidas podemos
concluir que, há uma preocupação muito grande dos professores em alcançar os
resultados positivos na forma de avaliar seus alunos.
Os instrumentos de avaliação utilizados pelas professoras entrevistadas
geralmente são: observação; participação; interesse e assiduidade.
As professoras envolvidas responderam um questionário de 8 questões
relacionadas ao tema proposto o que muito contribuiu para as análises e conclusões
deste artigo.
REFERÊNCIAS
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AROEIRA, M.lles C.: SOARES, M. Inês B. e MENDES, Rosa Emília A. Didática de
Pé – Escola: vida criança; brincar e aprender. São Paulo: FTD. 1996. p. 154-162.
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