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>=) iW py eee wes = Un eg tee Revista da Procuradoria Geral do Estado do Para Copyright © 2006 by Governo do Estado do Para Comissado Editorial: José Aloysio Cavalcante Campos; Ary Lima Cavalcanti, Carla Afonso de Novoa e Carolina Ormanes Massoud. Publicacao semestral PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO PARA CENTRO DE ESTUDOS Rua dos Tamoios, 1671 — Batista Campos 66.025- 540 — Belém - Para Telefax (91) 3241 1702 Www.pge.pa.gov. br progeral5@prodepa.gov.br Carolina Ormanes Massoud Procuradora do Estado Chefe do Centro de Estudos ISSN: 1519-0226 Projeto Grafico e Impressdo: Procuradoria Geral do Estado do Para/ Imprensa Oficial do Estado do Para Normalizagao : Maria Rosa Ferreira Lourengo — CRB/2-324 Capa: Edson Lamarao Corréa Foto: Jodo Ramid (praia na Ilha do Marajo) Revisdo de texto: Antonio Duval A. do E. Santo Tiragem: 500 exemplares Os conceitos e opinides expressas nos artigos sa de responsabilidade exclusiva de seus autores. REVISTA DAPROCURADORIA GERAL DO_ ES- TADO DO PARA. Belém: Imprensa Oficial do Estado do,Para, 2006. (semestral) 1. Direito - Periédicos. |. Procuradoria Geral do Estado. Il. Centro de Estudos. CDD: 340.05 ALIVRE INICIATIVA EM FUNGAO DO PRINCIPIO DA REDUCAO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS NA CONSTITUIGAO BRASILEIRA DE 1988 Elisio Augusto Velloso Bastos * 1 INTRODUGAO Se analisarmos a historia das sociedades capitalistas, ve- remos que a busca pela democracia politica (especialmente sua redugao a regra da maioria) tem superado a busca pela demo- cracia econémica. As circunstancias historicas justificam tal fato, a grosso modo, 4 medida que a classe social que fomentou as principais mudangas nas sociedades desde a Idade Moderna (que se es- tende do século XVII ao final da 2° Guerra Mundial) tinha por prin- cipal finalidade alcangar o poder politico, e uma vez alcangado, manté-lo. Assim 6 que a classe burguesa, por entao estar alijada do processo politico® e nao da propriedade de bens, esforgou-se em implemeniar e perpetuar um sistema inicialmente preocupado em criar um sistema politico censitario que aliasse, de forma indissoldvel, riqueza e poder politico. Deste modo, uma superes- trutura filosdfica jamais vista foi construida na base de um regime de propriedade privada, ao passo em que o préprio conceito de propriedade sofria, por seu turno, uma mudanca essencial. Tal situagZo, bem como a crescente situagao de desigual- dade social que fomenta, exigiu maior participagao do Estado, que deixa de ser mero garantidor de liberdades e da propriedade para assumir papel ativo, de fomento a redugdao de tal desigual- dade, pretendendo atuar, inclusive, sobre o regime da proprieda- de que, pouco a pouco, passa a ter seu uso legitimado pelo bem estar causado a comunidade, e ndo apenas a seu titular. 1 Advogado, Procurador do Estado do Para, Doutorando em Direito do Estado pela Universidade de Sao Paulo (USP), especialista em Direito Processual Civil e Direito Civil (Universidade Estacio de Sa), especialista anDiete Tributario e legislagao Tributaria Federal (Universidade Estacio le Sa) ? E bem emblemética a situagao do Terceiro Estado aludido por SIEYES, Emmanuel Joseph. A Constifuinte Burguesa : Qu'ést-ce que le Tiers Etat? Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001, em Franga pré-revolucionaria, com- posto por homens das cidades, comerciantes, banqueiros, membros da indtistria ainda em formacao e do campesinato, que convivia com os pri- vilégios politicos, fiscais dos outros membros dos Estados Gerais (Alto Clero e Nobreza). Rev. Procuradoria Geral do Estado, Para, jan./jun.-jul./dez. 2006 93

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