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A Atividade Solar

e o Comportamento Humano
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Renata Gracioso , Luiz Roberto Dal Poggetto , Bianca Gracioso Moreira , Sidney José
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de Oliveira , Júlia Machado Ferreira Costa

Resumo

Na última década, alguns profissionais estudiosos da mente e do


comportamento humano têm se dedicado às possíveis interações entre as
partículas elétricas oriundas do Plasma Solar com o funcionamento do Cérebro
Humano. Dentre os pesquisadores, citamos o trabalho pioneiro do psiquiatra
americano Kelly Posner, da Universidade de Columbia – EUA, que associou a
atividade geomagnética ao processo de depressão e ao comportamento
suicida. A primeira vista, Posner acreditou que as tempestades geomagnéticas
afetariam os ritmos circadianos e a produção de melatonina. Nessa fase da
pesquisa foram utilizadas também referências das oscilações da frequência de
Ressonância Schumann para explicar a suscetibilidade humana a esses
eventos ligados ao clima espacial.

O aprofundamento na pesquisa relacionada à radiação solar e a melhor


compreensão da fisiologia do cérebro humano levou à conclusão de que sendo
este um grande conjunto de circuitos bioelétricos ele estaria sujeito às
interferências eletromagnéticas e fotoelétricas advindas do meio externo.
Assim, o acompanhamento clínico de dezenas de casos de transtorno de
humor, depressão e tentativa de suicídio, mantendo-se como referência a

1 Renata Gracioso – Formada em Direito, Psicanalista em Noossofrologia Moderna e pesquisadora

(noseouniverso@outlook.com)
2 Luiz Roberto Dal Poggetto – Oceanógrafo, Arqueólogo Marinho, Psicanalista em Noossofrologia

Moderna e pesquisador (noseouniverso@outlook.com)


3 Bianca Gracioso Moreira – Estudante de Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto –

UFOP (biancagmoreira@hotmail.com)
4 Sindey José de Oliveira – Psicólogo, Junguiano e Hipnoterapeuta Ericksoniano
(soliveira2@tjsp.jus.br)
5 Júlia Machado Ferreira Costa – Estudante de Engenharia Civil pela Universidade Makenzie

(julia.mf_costa@hotmail.com)

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saturação de prótons na
ionosfera e os eventos
geomagnéticos, trouxe a
confirmação da estreita
relação entre o Sol e o
comportamento humano.

Palavras chave:
tempestade geomagnética, F IGURA 1 – REPRESENTAÇÃO DO PLASMA SOLAR SENDO
DISTRIBUÍDO PELO SISTEMA SOLAR DURANTE O PROCESSO DE
depressão, suicídio, INVERSÃO DOS POLOS MAGNÉTICOS DO SOL .

atividade solar, flare, vento


solar.

Introdução

A atividade solar tem sido estudada desde antes de Cristo, mais


precisamente há 467 a.C., por Anaxágoras. De lá para cá aprendemos que
esta atividade influencia o espaço ao redor do Sol e vai além do nosso sistema
planetário. Devido à rotação do sol, o campo magnético/plasmático induz uma
corrente elétrica em forma de uma grande “folha” espessa, extensa e altamente
energizada.

Essa “folha” apresenta ondulações espirais que se amplificam durante o


processo de Inversão dos Polos Magnéticos do Sol. Os planetas que orbitam o
Sol, incluindo a Terra, cruzam essas ondulações e sofrem perturbações em
suas magnetosferas.

A inversão dos polos do Sol é observada em ciclos de 11 anos para


cada polo através da contagem de manchas solares, que por sua vez
armazenam bilhões de toneladas de plasma elétrico. Os efeitos observados
durante as tempestades geomagnéticas perduram por até 72 horas
dependendo da região. Quanto mais próximo ao equador em se tratando de
hemisfério sul, mais prolongados serão os efeitos. No hemisfério norte, as
regiões situadas nas altas latitudes ficam sujeitas ao mesmo efeito.

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O campo magnético terrestre é o responsável por equilibrar a
penetração do plasma solar na atmosfera e o faz através das barreiras
conhecidas por Cinturão de radiação e Cinturões de Van Allen. Essas barreiras
integram o interior do campo magnético terrestre ou da magnetosfera.

Figura 2 – Cinturão de radiação e Cinturões de Van Allen

Na atmosfera há uma camada onde ocorrem os processos químicos que


determinam as condicionantes da porção respirável da atmosfera e da camada
de ozônio. Esta camada absorve determinados comprimentos de ondas como
os raios UVA, UVB, UVC, X e Gama. Mais próximo à superfície terrestre, a
ionosfera absorve grande parte da eletricidade solar permitindo que uma
pequena parte “precipite” em direção ao solo.

O estudo dos campos magnéticos terrestres a partir dos idos dos anos
50 trouxe o conhecimento de que além de variável, em certas localidades, o
nosso campo se reduz de maneira muito acentuada, traduzindo-se numa
Anomalia. Essas anomalias foram verificadas na região da América do Sul,
abrangendo o Oceano Atlântico e o Sul da África. Na América do Sul, o
epicentro geográfico da anomalia é no Brasil, na cidade de Gaspar – SC.

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Figura 3 – À esquerda, as leituras dos campos magnéticos em meados dos anos 1980. À direita,
elaborado entre 2015 e 2017, este mapa representa leituras em cores. A cor azul designa as áreas onde
o campo magnético é extremamente fraco configurando a Anomalia.

O enfraquecimento do campo magnético terrestre (cerca de 1% ao ano)


confirma a existência de um processo de inversão dos polos magnético em
pleno curso. O professor Banerjee, da Universidade do Novo México – EUA,
afirma que o campo magnético terrestre foi reduzido em 50% ao longo dos
últimos 4.000 anos. A última inversão completa de polos foi há,
aproximadamente, 780 mil anos e ficou conhecida pelo nome de Reversão
Brunhes/Matuyama.

O processo de inversão dos polos em pleno curso em nosso mundo,


somado ao fato de vivermos sob uma anomalia magnética desse campo,
coloca o indivíduo humano, habitante da América do Sul e Sul da África, em
alta exposição à radiação solar. Com os dados que analisaremos adiante será
possível associarmos distúrbios de comportamentos que envolvem de simples
disfunções a surtos psicóticos com a interação do cérebro humano com o Sol.

Com o campo magnético terrestre progressivamente mais fraco, maior é


a interação do Sol sobre a atmosfera e seus efeitos positivos e negativos.

Há décadas, a observação dos efeitos da interação majorada do Sol


com a Terra trouxe justas preocupações com o clima global. Nessa altura, as
alterações climáticas como resultado direto da intervenção solar são notórias e
indiscutíveis, a despeito da influência do efeito estufa que, neste trabalho, não
será considerado por se tratar de algo mais antrópico do que natural.

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A partir do lançamento de sondas especiais para o estudo do campo
magnético terrestre, em fins dos anos 90, foi possível compreender melhor os
efeitos da penetração mais eficiente do pacote eletromagnético do Sol em
nossa atmosfera mesmo com a atividade solar em franco decaimento.

O gráfico 1 abaixo apresenta o conjunto das atividades solares nos


últimos ciclos no qual nota-se a redução na atividade magnética do Sol. Apesar
disso, concluiu-se com a ajuda do monitoramento da ionosfera terrestre que a
diminuição do campo magnético permitiu a manutenção do fluxo de partículas
elétricas, ou seja, não houve redução na energização da ionosfera. Ventos
solares com velocidades acima de 800 km/seg registrados ao longo do período
estudado, de 2011 a 2016, atuaram como reforços no tocante a energização da
atmosfera. Não obstante a isso, ainda que esporadicamente, flares e ejeção de
massa coronal do Sol também sobrecarregaram a atmosfera no período de
referência.

A partir de 2011 os órgãos de saúde mundial, como a OMS, em conjunto


com as instituições públicas de saúde em todos os continentes, concentraram
esforços para enfrentar o crescente número de óbitos por suicídio. Os fatores
que levam o indivíduo ao suicídio ainda não são claros. Entretanto, por mais
que se considerem os elementos socioambientais, emocionais e genéticos, há
de se considerar também uma possível mudança na fisiologia cerebral e suas
alterações na conduta do indivíduo humano.

A partir da tese de pesquisadores renomados, como Kelly Posner, da


Universidade de Columbia, nos EUA, e Veralice Meireles Sales de Bruin, do
Departamento de Medicina Clínica – UFC, assumimos inicialmente a premissa
da alteração do comportamento humano por força das interações entre a
glândula pineal e os espectros eletromagnéticos do Sol. Essa interferência
pode variar entre indivíduos, pois como será comentado adiante, o distúrbio no
funcionamento do cérebro preconiza a preceptoria da glândula pineal com a
alteração na produção de certos hormônios e a mudança de
neurotransmissores. Outros trabalhos pioneiros na linha do uso de pulsos
eletromagnéticos para a estimulação ou inibição de certos circuitos do cérebro
por meio do EMT’r, ou Estimulador Magnético Transcraniana de repetição, do

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Professor Doutor Marco Antonio Marcolin, do HC/SP, foram utilizados para
balizar a compreensão dos efeitos do geomagnetismo sobre o equilíbrio
dinâmico do cérebro humano.

Dados clínicos de pacientes que passaram em consulta e foram tratados


a partir do conceito psicanalítico da Noossofrologia Moderna pelos
pesquisadores Renata e Luiz Roberto guarneceram os dados observacionais
sintomáticos dos comportamentos depressivos que precedem a tendência
suicida. Promovido pelos mesmos pesquisadores através do Canal Nós e o
Universo no YouTube, uma enquete evolvendo, aproximadamente, 35.000
participantes forneceu dados cruciais para a integração dos dados
comportamentais e do clima solar a partir de respostas durante os
avisos/alertas de tempestades geomagnéticas emitidos de fevereiro a junho de
2018.

Os dados sobre o aumento crescente da presença de partículas


eletricamente carregadas oriundas do Sol junto à baixa atmosfera foram
obtidos através das séries históricas produzidas pela NOAA – National Oceanic
Atmosferic Administration, no relatório do Space Weather Prediction Center
Solar “Proton Events Affecting the Earth Environment” de 1976 a 2016.

Os dados relativos à redução do campo magnético terrestre e a


migração dos polos geomagnéticos foi subsidiado pela NOAA pelo relatório
Historical Magnetic Declination para o período de 1590 a 2020.

Os dados históricos relacionados à atividade solar dentro do período


estudado foram entabulados juntamente com o relatório “Proton Events
Affecting the Earth Environment”, de 1976 a 2016 (NOAA), para a verificação
dos eventos solares mais importantes, cruzando hora de início e término,
velocidade (Km/segundo), potência do plasma elétrico em (MeV), região mais
atingida na Terra, localização do flare na superfície do Sol, emissão de raios x
e gama e ejeção de massa coronal.

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Gráfico 1 – Número de dias com tempestades geomagnéticas (Kp>5) – Fonte: NOAA/USA

Os eventos solares e atmosféricos, por sua vez, foram sobrepostos aos


registros estatísticos fornecidos pela Organização Mundial de Saúde – OMS
referente ao período compreendido entre 2011 e 2015, completado com dados
do Ministério da Saúde do Brasil, obtidos pelo site www.saude.gov.br/svs.
Foram adicionados os dados gerados na enquete e consultório onde se buscou
encontrar padrões que pudessem corroborar com a pesquisa.

Os números analisados sugerem que o cérebro humano tem sido


exposto a uma quantidade nociva de radiação elétrica emitida pelo Sol
diuturnamente6. Essa radiação atua continuamente na estimulação de campos
cerebrais diversos, visto que a maior ou menor exposição é inversamente
proporcional ao vigor do campo magnético terrestre. Assim, a pessoa que
mantém contato direto com o solo natural e/ou habita localidades onde a
magnetosfera é mais consistente pode ser menos afetada pelos campos
elétricos no ambiente. Porém, a segunda via pela qual o cérebro é alterado
pelo Sol está relacionada à percepção do espectro de luz emitido por ele, e
nesse sentido não há como evitar o contato permanentemente. Estudos
acurados sobre o papel da glândula pineal a colocam como a principal peça no
equilíbrio do comportamento humano.

6 Ao contrário do que se imagina, a ionosfera terrestre recebe quantidades significativas de plasma


elétrico mesmo quando não está iluminada pelo Sol.

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A melatonina, um hormônio produzido pela glândula pineal, diminui com
a idade7 e influi sobre o ritmo sazonal e circadiano, sobre o ciclo sono-vigília e
sobre a reprodução. Ela também apresenta um padrão de secreção dia-noite,
sensível a luminosidade, com início de elevação no início da noite e queda no
final. De acordo com a pesquisadora Veralice Meireles Sales de Bruin, da UFC,
uma via neural complexa envolve as células ganglionares da retina que se
conectam aos pinealócitos. Essa via utiliza o nervo óptico, o
núcleosupraquiasmático, o hipotálamo lateral e as fibras pré-ganglionares na
medula espinhal, que fazem sinapse com o gânglio cervical superior e estas,
através dos nervos simpáticos pós-ganglionares, alcançam a glândula pineal.
Em condições naturais de um ciclo claro-escuro ocorre uma produção rítmica
circadiana de melatonina. A exposição à luminosidade (luz brilhante) é
suficiente para suprimir a síntese de melatonina. Evidências clínicas e
experimentais mostram que diversos estados biológicos, incluindo o humor,
podem ser influenciados pela melatonina.

Assim, com a redução sistemática do campo magnético terrestre, a


penetração da radiação espectral do Sol e a progressiva postergação da
luminosidade natural pela diminuição da velocidade de rotação do planeta
induzem a glândula pineal a ajustes constantes, alterando negativamente o
equilíbrio hormonal do cérebro e produzindo impactos na área do
comportamento social, cognitivo e afetivo.

No gráfico a seguir (gráfico 2), mostra a compilação dos dados nos quais
estão relacionados os óbitos por suicídio e as lesões autoprovocadas
informadas em caráter obrigatório a partir de 2011. Podemos observar que nos
anos de 2015 e 2016 houve um salto na quantidade de lesões autoprovocadas
informadas pelas unidades de pronto atendimento. Os óbitos em 2015 sofreram
um aumento proporcional ao número de lesões ou tentativas de suicídio
informadas no mesmo período. Ao mesmo tempo, as atividades solares no ano
de 2015 (gráfico 3) atingiram o seu máximo, enquanto o campo magnético
terrestre decrescia, permitindo a sobrecarga elétrica na atmosfera.

7Segundo estudos da OMS (2015), os casos de suicídio são prevalentes em indivíduos a partir dos 70
anos.

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Gráfico 2 – Lesões autoprovocadas (tentativas de suicídio) e óbitos por suicídio. Fonte: OMS (2016)

No próximo gráfico (gráfico 3), observa-se os dados relativos às


atividades solares mais importantes a partir de 2011 e o decaimento do campo
magnético terrestre até 2016. É importante notar que mesmo nos anos com
baixa atividade solar a magnetosfera em constante enfraquecimento possibilita
a interação cada vez mais intensa do pacote eletromagnético do Sol.

Gráfico 3 – Atividade solar e o decaimento do campo magnético na zona do AMAS – Anomalia Magnética
do Atlântico Sul. Fonte: NOAA/EUA (2018)

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Conclusões

A tentativa de suicídio e o suicídio propriamente são estados terminais e


extremos de uma doença que vem silenciosamente se infiltrando em grande
parte da população mundial, a depressão. É contundente a percepção de que
a mudança no ambiente terrestre pelo excesso de radiação espectral e elétrica,
impetrada pelo Sol, afeta e altera o comportamento humano. A alteração dos
padrões neuro-hormonais pelos espectros de luz emitidos pelo Sol e a
estimulação elétrica de áreas do cérebro pela radiação eletromagnética solar
estão associadas à impaciência, intolerância, cujos gatilhos podem ser
questões sociais, financeiras, entre outras.

O comportamento dito “reptiliano” pode estar associado também às


alterações causadas pela radiação espectral e elétrica do Sol, uma vez que em
ambos os casos há emissão de registro da frequência elétrica. Na área
primitiva de nosso cérebro há um “banco de dados” contendo o registro de
inúmeras frequências elétricas. Estas são assimiladas ao longo da vida de
nossos ancestrais mais longínquos em situações nas quais mudanças no meio
ambiente ameaçaram a sobrevivência da espécie humana. Desse modo,
podemos admitir então que o comportamento reptiliano é uma resposta auto
estimulada do nosso cérebro à percepção das alterações promovidas pela
radiação solar no ambiente no qual vivemos.

Há necessidade de estudos contínuos em relação aos efeitos do Sol


sobre o comportamento humano e, até lá, o presente estudo dá o primeiro
passo quanto à conscientização dessa grave ameaça à sociedade humana. A
reatividade fora de controle, o desequilíbrio dos processos cognitivos por
influência dos espectros de luz e a eletricidade oriundos do Sol em quantidades
anormais sobre a superfície terrestre conduzirão a sociedade humana a uma
condição extremamente perigosa ao longo da próxima década – a auto
extinção.

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Bibliografia

A Reversão do Campo Magnético Solar – E.R. da Costa, Joaquim, Denardini,


Clézio M.; Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, S. J. Campos, SP,
Brasil

Cartilha do Plano de Ação em Saúde Mental 2015-2020 – Ministério da Saúde


do Brasil

GRACIOSO, Renata; POGGETTO, Luiz Roberto Dal. De Freud à


Noossofrologia Moderna. 1ed. São Paulo: Editora Aristotélica: 2018

NOAA Space Weather Prediction Center/Solar Proton Events Affecting the


Earth Environment. Disponível em: https://www.ngdc.noaa.gov/stp/space-
weather/interplanetary-data/solar-proton-events/SEP page code.html

Precipitação de partículas carregadas na Anomalia Geomagnética Brasileira.


Estudos e Evidencias – Tese de Mestrado, Jorge Nunes (1982), da UFSC

Sudden Ionospheric Disturbances – NOAA – 2008/2014

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