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Anais do Colóquio
30 Anos com Foucault
Vitória da Conquista
2014
FICHA CATALOGRÁFICA
E-book
ISBN: 978-85-66665-06-2
CDD: 194
Correspondências para:
Labedisco/UESB – a/c Nilton Milanez
Estrada do Bem Querer, Km 4, Módulo II
Bairro Universitário – Vitória da Conquista – BA / CEP 45083-900
labedisco.uesb@gmail.com
Copyrigth @ 2014 Labedisco
Organizadores:
Nilton Milanez – nilton.milanez@gmail.com
Victor Pereira Sousa – victor.ps1984@gmail.com
Jamille Santos – jjmillesilva@gmail.com
2014
Colóquio 30 Anos com Foucault
Corpo e Heterotopias
Apoio
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação – PPG/UESB
Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários – PROEX/UESB
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3
Coordenação:
Nilton Milanez
Victor Pereira Sousa
Jamille Santos
Apresentação .................................................................................................................................... 11
“Uga Uga” e “Alma Gêmea”: personagens indígenas nas telenovelas brasileiras ... 76
Vívian de Nazareth Santos Carvalho
Ivânia dos Santos Neves
Sujeito e corpo: o discurso do amor entre mulheres no cinema de horror .............. 131
Mirtes Ingred Tavares Marinho
Nilton Milanez
Apresentação
As datas nos levam no tempo e marcam nosso corpo no espaço. Neste 2014
reafirmamos nossos laços com o pensamento de Michel Foucault. Pensar com Foucault e
falar a partir de Foucault é ter a oportunidade de compreender que as teorias se
movimentam e os estudiosos circulam. O Colóquio “30 anos com Foucault: Corpo e
Heterotopias” tomou um dos temas do pensador como problemática. Como se constituem
nossos corpos hoje? De que maneira nossos corpos dizem quem somos? Em que espaços
tais corpos se circunscrevem? Mais do que a pluralidade em “corpos” e “espaços”
consideramos a relação corpo-espaço como possibilidades inumeráveis de modos de se ver,
de ser e de viver.
Essas políticas de vida e de espaço se materializaram por meio da discussão entre
Grupos de Pesquisa em Análise do Discurso no Brasil que colocam Michel Foucault no
centro de suas discussões. O Colóquio fez parte de uma rede de eventos no Brasil que se
iniciou na UNESP de Araraquara, passando pela Federal de Uberlândia, Federal de São
Carlos, Federal do Pará e, por fim, na UESB de Vitória da Conquista, na Bahia.
Nosso foco foi discutir, em específico, as heterogeneidades do corpo e do espaço
como também, de maneira mais ampla, acolher trabalhos em andamento nos domínios do
universo dos estudos do discurso da maneira como o compreendemos no Brasil. O
Colóquio “30 anos com Foucault: Corpo e Heterotopias” foi uma ação dos Projetos de
Extensão e de Pesquisa realizados pelo Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo, o
Labedisco/CNPq, desenvolvidos na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Neste volume encontram-se os textos dos trabalhos que integraram o referido
evento, em formato de resumo expandido, cuja exposição se deu durante as sessões de
apresentação de dissertações e teses em andamento e também apresentação de painel. Vale
ressaltar que o teor dos textos aqui publicados é de inteira responsabilidade de seus autores.
Introdução
Materiais e Métodos
Discente do Programa de Pós-Graduação em Linguística – PPGLin da Universidade Estadual do Sudoeste
da Bahia – UESB, em nível de Mestrado.
Professora Doutora, docente do Programa de Pós-Graduação em Linguística – PPGLin da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB.
disputam a presidência, cinco citaram o referido político em seus programas, a saber, PSB,
PSDB, PT, PSDC e PV. Destes, analisamos apenas os programas do PSB, PSDB e PT, que
têm os principais candidatos da disputa presidencial. A partir deste recorte, destacamos não
só as materialidades verbais, mas também algumas características imagéticas dos vídeos.
Procuramos verificar o que foi discursivizado no programa de cada candidato sobre
Eduardo e quais os efeitos de sentido que podem ser depreendidos a partir de tais
referências.
Resultados e discussão
Conclusão
Foi possível verificar que, nos discursos materializados nos programas eleitorais dos
três partidos analisados, ideologicamente diferentes, houve a tentativa de construção da
imagem Eduardo Campos como “político perfeito” e também de associação desta as
imagens dos seus candidatos como continuidade do projeto desse político, com vistas a
garantir a construção de uma determinada imagem de político ideal, posta em circulação
como um efeito de verdade.
Referências
FOUCAULT, Michel. Ditos e Escritos IV: Estratégia, poder-saber. Trad. Vera Lúcia
Avelar Ribeiro. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
Introdução
O rock brasileiro dos anos 80 tem sua ascensão após o fim da ditadura no Brasil. Esse
segmento musical foi constituído por bandas formadas por jovens com idades entre 16 e
29 anos. Pela linguagem artística, vários grupos puderam dar visibilidade a questões de
interesse de muitos jovens. Assim, este trabalho pretende discutir aspectos relacionados à
subjetividade jovem, a partir da letra da música Ideologia, de Cazuza.
Material e métodos
Mestrando em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão.
Doutor em Estudos Literários pela UNESP – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e
professor adjunto da Universidade Federal de Goiás.
Resultados e discussão
O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar a conta do analista
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo
(Mudar o mundo)
Agora assiste a tudo em cima do muro
(CAZUZA, FREJAT, 1988)
Conclusões
Referências
Introdução
Material e métodos
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da Amazônia (PPGCOM-UFPA).
Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia (PPGCOM-UFPA).
Resultados e discussão
Conclusões
Referências
Introdução
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal de
Uberlândia (PPGEL – UFU)
Doutor em Linguística pela Universidade de São Paulo. Professor Associado da Universidade Federal de
Uberlândia e professor do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal de
Uberlândia.
Material e métodos
Este projeto de tese tem como questão central a construção discursiva da identidade
do sujeito hiperativo tendo em vista a discussão teórica-analítica e o desenvolvimento dos
estudos do discurso a respeito do conceito de dispositivo trabalhado por Foucault. De
modo a discutir essa problemática, tomamos como objeto de análise 20 artigos científicos
publicados em periódicos classificados no Sistema WebQualis nos extratos A1 e A2 a partir
do ano 2000, artigos esses que tratam diretamente, em diferentes perspectivas, do
Transtorno do Déficit de Atenção e de Hiperatividade (TDAH), além de documentos
específicos da área da saúde, tais como os DSMs (Dicionários de Saúde Mental) e o CID-
10 (Classificação Internacional de Doenças). A escolha em trabalhar com textos científicos
é justificada pelo status de verdade conferido a essas materialidades, uma vez que à ciência
é um lugar social construído historicamente ao qual atribui-se, também, um lugar de
verdade, a ela cabe o diagnóstico da doença, bem como a prescrição do tratamento, e o
discurso veiculado nesse campo é aceito, com frequência, como verdadeiro e incontestável.
Uma vez que é possível a nós a descrição e a interpretação dos discursos provenientes das
diversas instâncias científicas que estudam o TDAH, pretendemos investigar os discursos e
os dispositivos que perpassam as instituições e os sujeitos de onde obteremos esses
discursos. Pensamos nesse objeto como o mais apropriado para o levantamento dos
aspectos discursivos que constituem a identidade do aluno hiperativo em seus diferentes
funcionamentos discursivos e institucionais. Os artigos a serem analisados são oriundos de
campos científicos da área da saúde, a saber: neurologia, psiquiatria, pediatria e
farmacologia, e suas articulações, bem como estudos do campo da educação. Os saberes
produzidos por essas áreas específicas estão compreendidos no processo de identificação,
do diagnóstico e do tratamento do TDAH e do sujeito aluno hiperativo e serão
investigados no desenvolvimento da tese como o que promove construções identitárias ao
sujeito hiperativo. Isto posto, o trabalho será desenvolvido em quatro eixos: a)
apresentação de como O TDAH é considerado na literatura médica e pedagógica; b)
Reflexão/exposição das noções de discurso e prática discursiva; c) Discussão sobre os
dispositivos de saber e de poder e a ordem do olhar; d) Reflexões sobre os dispositivos e as
Resultados e discussão
Neste momento, a análise dos DSMs recairá na observação e descrição dos índices
do volume III com vistas a compreendermos as práticas de normatização e de
normalização, uma vez que, no âmbito da normatização, há a delimitação de práticas
científicas, a definição de critérios, de condições e daquilo que é concebido como padrão,
sendo o índice o seguinte:
DSM – III1
No volume III, o que seria o TDAH não está mais compreendido na seção que
envolve questões orgânicas, mas em desordens da infância e da adolescência. Um dado
discursivo que merece atenção diz respeito aos verbos “evident” e “diagnosed” -
evidenciado e diagnosticado, respectivamente. Há uma diferença semântica em algo que é
evidente e em outro que é diagnosticado e sobre esse fato levantamos o questionamento de
que isso possa ser uma marca do desenvolvimento do saber psiquiátrico e uma
aproximação à neurologia. A psiquiatrização da infância é uma das formas iniciais de se
normatizar os comportamentos e um dos modos pelos quais esse processo tem início é no
seio familiar por meio da ordem do olhar, ou seja, a criança está sempre exposta a um
regime de visibilidade daqueles que dela cuidam, ao mesmo tempo em que o discurso da
1Disponível em:
http://www.germantownschools.org/faculty/kkorek/Handouts/Abnormal_Psychology/dsm-iii.pdf.
psiquiatria também faz parte desse movimento, uma espécie de moto-contínuo em que
ocorre a formação de um saber sobre a criança tendo em vista seu comportamento.
Observamos que a ordem do olhar é um dos principais componentes do dispositivo
porque é por meio das linhas de visibilidade que os sujeitos discursivos em diversas
instâncias podem enunciar seus discursos, uma vez que dada a posição de onde esse sujeito
fala, há, como sabemos, as implicações das relações de saber-poder. Até mesmo porque os
sujeitos que falam estão compreendidos nesse regime de visibilidade. Como expõe Deleuze
(1988, p. 66), “a condição à qual a visibilidade se refere não é, entretanto, a maneira de ver
de um sujeito: o próprio sujeito que vê é um lugar na visibilidade”.
Conclusões
Referências
DELEUZE, Gilles. Um novo arquivista (Arqueologia do Saber). In: Foucault. São Paulo:
Martins, 1988.
Introdução
Material e métodos
Resultados e discussão
Conclusões
Referências
MOTA, José Roberto; at al. Impacto do apelo ao medo nas embalagens do cigarro: a
percepção de fumantes em relação às mensagens de advertência antitabagismo. Campo
Largo – PR: Revista Eletrônica de Ciência Administrativa (RECADM), 2013. P. 246-
259.
Introdução
Material e métodos
Tomamos como corpus principal para essa tese – trinta notícias publicadas no site Ego
- que abordam aspectos relativos à vida privada de sujeitos os quais, por algum motivo,
iluminaram-se com os holofotes da mídia. Faremos um trajeto que parte da notícia para
chegarmos noutros canais midiáticos, como as redes sociais e aplicativos virtuais,
Mestre em Letras pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Doutorando em
Linguística pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP. Professora do PROLING/UFPB.
Coordenadora do Grupo de Pesquisa CIDADI – Círculo de Discussões em Análise do Discurso.
Resultados e discussão
Dada a fase inicial em que o trabalho se encontra, ainda não é possível tecer uma
discussão que contemple os resultados da pesquisa. Todavia, vale salientar que neste
trabalho amparamo-nos na tese foucaultiana, cujas bases provêm de Kant, segundo a qual,
para perscrutarmos quem somos nós hoje, é preciso deduzir genealogicamente o que fez ser o
que somos (FOUCAULT, 2008); isso implica reconhecer o que paulatinamente deixamos
de ser. Por isso, a discussão em torno do atual a partir de Foucault não envolve
necessariamente o que somos, mas o que estamos nos tornando, levando em consideração
ainda o que somos em devir, isto é, a história que nos constitui (DELEUZE, 1990). Nossa
pesquisa volta-se, portanto, para o exame das discursividades midiáticas por onde os
sujeitos constroem-se, tendo em vista a cultura do exibicionismo e do espetáculo
atualmente em voga. Em outras palavras, indagamos: O que estamos nos tornando hoje
frente à exposição midiática que nos interpela? Por extensão, questionamos: Como o
sujeito celebridade constitui-se mediante as atuais (re)configurações da intimidade no cerne
de uma cultura da visibilidade? Para tanto, buscamos depreender as diferentes feições
assumidas pela intimidade, tendo a mídia como uma instância a partir da qual esse
construto tem apresentado outras possibilidades de existência.
Conclusões
viés mais específico, oportunizaremos (re)pensar o quem somos nós hoje, tendo como pano de
fundo os discursos sobre a intimidade na mídia na/da cultura da visibilidade.
Referências
FOUCAULT, M. O que são as luzes? In: ______. Arqueologia das ciências e história
dos sistemas de pensamento. Trad. Elisa Monteiro. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2008 (Coleção Ditos e Escritos, v.II).
Introdução
Materiais e métodos
O corpus será recortado a partir das oito temporadas do seriado Dexter (2006-2013) e
de seu material publicitário. Num primeiro momento (capítulo da tese), traçaremos o
histórico do corpus (produção cinematográfica, produção literária e o que a psiquiatria diz
sobre matadores em série). Apresentaremos a fortuna crítica que versa sobre matadores em
série na ficção para apontar o lugar do corpus nesse panorama geral. Num segundo capítulo,
explanaremos sobre a indústria do entretenimento e os gêneros na produção/recepção de
efeitos de sentido: romance, série televisiva e publicidade. Trata-se, de forma geral, de
Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Linguística e Língua Portuguesa da Unesp/FCLAr.
Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Resultados e discussão
Conclusões
Referências
FOUCAULT, Michel. Arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. 7 ed.
Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009. 238 p.
MELO, Patrícia. O matador. 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
VEYNE, Paul. Foucault: seu pensamento, sua pessoa. Rio de Janeiro: Civilização
brasileira, 2011.
Resumo: Estar sendo/ter sido, Hilst (2006) traz a história de um homem de 65 anos que
resolve romper com os protocolos sociais por estar perto da morte. Esse livro faz a
retomada de outros personagens de livros da autora Hilda Hilst, constituindo um arquivo
dentro dessa obra, tal arquivo traz enunciados que nos remetem aos temas morte, sexo e
autoria. Para essa apresentação, traremos uma análise que contempla o livro Cartas de um
sedutor, Hilst (2002)para pensarmos como o discurso sobre a morte aparece imbricado com
o discurso sobre sexo e autoria. A nossa proposta não é, então, fixar o que entendemos de
regular no âmbito de obra hilstiana como uma forma de dizer que aqueles discursos dizem
respeito à autora, é entender os sentidos que perpassam pela temática morte e a relação
com sujeitos.
Introdução
Material e métodos
Doutoranda em estudos linguísticos pelo Programa de pós-graduação em Estudos Linguísticos, na
Universidade Federal de Uberlândia - UFU; bolsista CAPES
Doutor em Linguística pela Universidade de São Paulo. Professor Associado da Universidade Federal de
Uberlândia e professor do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal de
Uberlândia.
Resultados e discussão
Vittorio dialoga com o personagem Karl do livro Cartas de um sedutor (HILST, 2002).
Nesse livro, assim como em Estar sendo/ter sido, há a ocorrência de uma prosa descontínua,
tendo como narrador/personagem Stamatius, um escritor mendigo. Dentro da narrativa de
Stamatius, surge o cotidiano de Karl, um homem rico, amoral e culto. A maior parte do
livro é composta por cartas entre Karl e sua irmã Cordélia, a qual vive distante e culpada
por ter tido relações incestuosas com o irmão e o pai. Ao final, descobrimos que Stamatius
e Karl são um só. O que nos interessa é investigar a maneira como esses personagens se
interrelacionam, como aparece a função autor, o discurso sobre o sexo e a temática da
morte. Vittorio de assemelha muito tanto com Stamatius quanto com Karl. Ele discursa
contra o que os editores fazem, assim como Stamatius, ao mesmo tempo em que se entrega
ao escrever o que é pedido por eles, como Karl. Stamatius tem maior visibilidade no livro
por ser um personagem narrador. Assim como Vittorio, Stamatius também faz um retorno
a si para pensar sobre a pessoa que foi e sua condição de vida nesse momento. Ele medita
sobre si, lê-se como alguém que viveu sem tirar muitos proveitos. No momento em que diz
ter “consciência de estar aqui na Terra, e não ter sido santo nem suficientemente crápula.
De inventar, para me salvar. Enganar a morte inventando que esse não sou eu, que ela
pegou o endereço errado” (HILST, 2002, p. 141-142), esse personagem também se vê
como um ser que está morrendo e nada mais pode fazer para ser diferente. Vittorio
também fala de seu passado e olha para si como um ser que está morrendo, isso é uma
forma de meditação, nos termos de Foucault (2006). Vale ressaltar que as atitudes e falas de
Vittorio, em muitos momentos, não condizem com o comportamento diante da morte da
sociedade pós-moderna, isso cria um mal-estar nos outros personagens, pois em nossa
sociedade a morte é escondida, nas palavras de Ariès (2012, p. 89), “a morte tornou-se um
tabu”, sobrepondo-se ao sexo.
Conclusão
Referências
ARIÈS, Philippe. História da morte no ocidente: da Idade Média aos nossos dias. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2012.
______. O que é um autor? In: MOTTA, Manuel Barros (org). Michel Foucault –
estética: Literatura e Pintura, Música e Cinema. (Ditos e Escritos III). Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2009. (p. 264-298)
Introdução
Material e Métodos
Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de
Uberlândia.
Doutor em Linguística pela Universidade de São Paulo. Professor Associado da Universidade Federal de
Uberlândia e professor do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal de
Uberlândia.
Resultados e discussão
sofre constantes mudanças em sua constituição, por conseguinte, a verdade não pode ser
considerada estática e imutável, ou seja, ela é sempre movente e cambiante. Sendo assim, a
compreensão apresentada por Foucault do seu funcionamento é muito importante para a
AD francesa, pois ajuda a vislumbrar a não fixidez dos discursos, consequentemente,
atentar para as regras de emergência que perpassam a constituição dos discursos e como
uma dada verdade assume socialmente um papel de relatividade para os sujeitos, uma vez
que podemos questioná-la e identificar as suas regras de formação.
Conclusões
Referências
SARAMAGO, J. O evangelho segundo Jesus Cristo. São Paulo: Companhia das Letras,
1997.
Resumo: Este trabalho objetiva analisar as construções identitárias para o sujeito mulher
no discurso turístico oficial brasileiro. Tem como aporte teórico a Análise do Discurso,
situando-se na interface dos trabalhos de Michel Pêcheux com Michel Foucault, Jean-
Jacques Courtine e os Estudos Culturais. Utiliza o método arqueogenealógico de Foucault
para a análise de um corpus composto por trinta propagandas turísticas oficiais brasileiras.
As análises evidenciaram que, nas décadas de 1970 e 1980, havia uma superexposição da
nudez do corpo da mulher no discurso da propaganda turística institucional, mas, na última
década, a imagem da mulher seminua foi interditada nesse discurso. No entanto, a pesquisa
apontou que essa interdição não ocorreu no discurso relativo ao Carnaval brasileiro,
simbolizado pela nudez da mulata, porque ele faz parte de um discurso fundador da
identidade brasileira, forjado pelo movimento incessante de enunciados e imagens que são
“comentados” (na acepção foucaultiana do termo) infinitamente em nossa sociedade.
Introdução
Material e métodos
Resultados e discussão
A identidade é uma construção discursiva, que adquire sentido por meio de sistemas
simbólicos (WOODWARD, 2000). Então, nesse clima de recente Copa do Mundo no
Brasil, muito se discutiu acerca desses vários símbolos que compõem a identidade do país.
Seriam eles o futebol, o Carnaval, o samba e a bunda da brasileira? A EMBRATUR foi
criada em 1966, dando início a promoção turística oficial do país e a preocupação de se
construir uma identidade brasileira no exterior. Desde o início, houve um elemento que se
sobressaía no discurso das primeiras propagandas turísticas oficiais: o corpo seminu da
mulher brasileira. Isso se deve ao fato da EMBRATUR querer lançar ‘O Carnaval do Brasil’
no exterior (ALFONSO, 2006), como também ao uso de estereótipos para divulgar o
produto Brasil (SÁ, 2002). Afirmamos, então, que, por conta da exaustiva reprodução da
imagem estereotipada da mulher brasileira nas propagandas turísticas oficiais do país, a
EMBRATUR teve papel fundamental na produção, consolidação e cristalização desse
símbolo identitário brasileiro. Esse efeito identitário é possível porque as imagens e a
memória, por meio de movimentos de intericonicidade, fazem deslizar o dado e instauram
o novo (GREGOLIN, 2008). No entanto, a regularização discursiva é suscetível de ruir
sob o peso do acontecimento novo (GREGOLIN, 2001) e, na contramão da acentuada
exposição do corpo da mulher na mídia, hoje, utilizando-se do discurso do politicamente
correto, órgãos oficiais trabalham no reposicionamento da imagem do Brasil, tendo em
vista que esse discurso culminou com o agravamento do turismo sexual. Então, como
forma de coibir esse tipo de crime, o corpo seminu foi interditado no discurso turístico
brasileiro e estabeleceu-se, assim, uma nova ordem discursiva. Porém, a pesquisa apontou
que o corpo seminu não foi interditado no discurso relativo ao Carnaval, simbolizado pela
nudez da mulata, porque ele faz parte de um discurso fundador, ou seja, de uma identidade
brasileira já cristalizada.
Conclusão
Referências
GREGOLIN, Maria do Rosário Valencise. Sentido, sujeito e memória: com o que sonha
nossa vã autoria? In: GREGOLIN, Maria do Rosário Valencise; BARONAS, Roberto
Leiser, (orgs.). Análise do discurso: as materialidades do sentido. São Carlos, SP: Claraluz,
2001. p. 60-78.
SÁ, Rosana Bignami Viana de. A imagem do Brasil no turismo: construção, desafios e
vantagem competitiva. São Paulo: Aleph, 2002.
Resumo: O trabalho parte das reflexões desenhadas por Michel Foucault na conferência
“Outros Espaços” para a leitura de narrativas de enredo da carnavalesca Rosa Magalhães,
seguindo a linha de análise discursiva (poética) proposta por Alberto Pucheu ao analisar o
poema “Carnaval Carioca”, de Mário de Andrade. Problematizam-se as ideias de espaço e
lugar, mapa, utopia e heterotopia, especialmente no que tange à narrativa de 2004 (fio
condutor da pesquisa), intitulada “Breazail”. Trata-se de um enredo sobre as possíveis
origens do nome “Brasil”, a alegória ilha da Utopia, de More, e os corpos utópicos dos
vinte e quatro marinheiros da esquadra de Vespúcio “abandonados” em terras brasileiras.
O objetivo da pesquisa é “mapear” o imaginário da artista, articulando os princípios
foucaultianos com os estudos carnavalescos, a geografia cultural e a teoria literária. A
narrativa de 2004, nesse sentido, é uma bússola possível – síntese de um universo
discursivo, espaço de experimentação.
Introdução
Licenciado em Letras Português-Inglês (Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR), Bacharel em
Direito (Universidade Federal do Paraná – UFPR), Mestre em Teoria Literária (Universidade Federal do Rio
de Janeiro – UFRJ, Programa de Pós-Graduação em Ciência da Literatura) e Doutorando em Teoria Literária
(Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Programa de Pós-Graduação em Ciência da Literatura).
Doutor em Teoria Literária pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é professor associado
i da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria
Literária.
Doutor em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor adjunto da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, editor da revista Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares, coordenador do
Centro de Referência do Carnaval e líder do grupo de pesquisa Laboratório da Arte Carnavalesca.
Material e métodos
Resultados e discussão
Conclusões
O estudo de uma narrativa como “Breazail” permite que se pense o carnaval carioca
e, por extensão, o Brasil enquanto “lugares fora de lugar” - expressão inspirada nas
provocações de Roberto Schwarz, aqui costurada às noções de utopia e heterotopia. Olhar
para um texto carnavalesco que explicitamente dialoga com Thomas More a partir do olhar
desestabilizador de Foucault é um convite às mais conflitantes interpretações identitárias e
a possibilidade de se mapear um universo autoral complexo.
Referências
DIDI-HUBERMAN, Georges. O que vemos, o que nos olha. São Paulo: Editora 34,
1998.
____. O Marquês e o Jegue – estudo da fantasia para escolas de samba. Rio de janeiro:
Altos da Glória, 1999.
____. Outros Espaços. In: MOTTA, Manoel Barros da. (org). Estética: literatura e
pintura, música e cinema. Coleção Ditos & Escritos III. Rio de Janeiro/São Paulo:
Forense, 2001.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras,
2010.
KRELLING, Gustavo; OSINSKI, Dulce Regina Baggio. “Rosa de Ouro nunca foi de
brincadeira”: a presença da arte erudita no carnaval de Rosa Magalhães. In: Textos
Escolhidos de Cultura e Arte Populares, Estudos de Carnaval, v.08, n. 02, 2011, p.
167/182.
QUEIROZ, Maria Isaura P. de. Carnaval brasileiro. O vivido e o mito. São Paulo:
Brasiliense, 1999.
ROCHA, João Cezar de Castro; RUFFINELLI, Jorge (org). Antropofagia hoje? Oswald
de Andrade em cena. São Paulo: Realizações Editora, 2011.
Introdução
Existe uma produção de discursos sobre os indígenas brasileiros que chega pelos
meios de comunicação massiva e pelas redes sociais. Estas produções contribuem para as
formulações que a sociedade brasileira faz sobre as identidades indígenas. Por tantas
particularidades, as produções audiovisuais das/e sobre as sociedades indígenas apresentam
um universo bastante amplo de pesquisa. Ainda sabemos muito pouco sobre as
construções discursivas que aparecem nestas produções e nem mesmo podemos afirmar
que os suportes por onde são transmitidas já representam um ponto pacífico nas reflexões
acadêmicas.
Material e métodos
Estudante de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa da
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho- Unesp.
Livre-docente em Análise do Discurso. Doutora em Linguística e docente do departamento de Linguística
da Universidade Estadual Paulista – Unesp, de Araraquara.
Resultados e discussão
Conclusões
Referências
_____. Outros espaços. In: Ditos e escritos III. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2001
_______. Foucault e Pêcheux na análise do discurso. Diálogos & Duelos. 1. ed. São
Carlos: Claraluz Editora, 2004
MELATTI, Júlio Cezar. Índios do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, 2007
SHOHAT, Ella; STAM, Robert. Crítica da Imagem Eurocêntrica. São Paulo: Cosac
Naify, 2006.
Resumo: Este estudo tem como objetivo empreender uma reflexão teórica sobre a
vigilância eletrônica no contexto da sociedade atual. Realizou-se uma revisão bibliográfica,
procurando-se levantar as principais relações entre os dispositivos de vigilância eletrônica e
a forma de poder presente na visão foucaultiana. O panoptismo é um dos traços
característicos da atual sociedade capitalista, através da qual os indivíduos são vigiados,
punidos e normatizados. A sociedade contemporânea é baseada em uma vigilância
semelhante ao que acontecia com o sistema panóptico, definido por Foucault. Assim, o
principio do panóptico continua plenamente ativo, mas agora se exerce nas novas formas
de controle implementadas pela vigilância eletrônica e pelas novas tecnologias, trazendo
consigo novas práticas e relações de poder.
Introdução
Material e métodos
Graduado em Enfermagem pela UFBA. Mestrando do PPGMLS/UESB. Bolsista pela CAPES.
Pós-Doutora em Saúde Pública pelo Instituto de saúde Coletiva da UFBA. Doutora em Ciências da Saúde
(UFRN). Professora Adjunta da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Professora Titular e
Gerente de Cursos FAINOR.
Resultados e discussão
Conclusão
Referências
Introdução
Material e métodos
Mestrando do Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia-(PPGCOM/UFPA). Email:
nassif.jordy@gmail.com.
Professora do Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia – (PPGCOM/UFPA).
Email: ivanian@uol.com.br.
Resultados e discussão
O objetivo geral deste trabalho é mostrar que a tática usada pelos Tembé Tenetehara,
antes de ser fuga de um silenciamento imposto através de uma memória nacional (Polack,
1989), é exatamente a ruptura - tarefa crítica -, a formação de sua descontinuidade regular -
tarefa genealógica - e o ponto de sua possibilidade histórica (Foucault, 2005).
A materialidade emaranhada dos (enunciados) discursos nos quais se desenham os
descontínuos, porém regulares, acontecimentos Tembé-Tenetehara (as duas formas de
narrativa) permite “circunscrever o lugar, as margens de sua contingência e as condições de
sua aparição.” (Foucault, 1996, p.53). A cristalização da memória subterrânea, de
microacontecimentos, em ‘documentos’ como este trabalho, que faz parte de uma
produção de saber institucionalizado (Universidade), mostra um ponto de possibilidade
histórica, uma cesura, que rompe e irrompe hoje na história do presente deste antigo povo.
Conclusões
Um dos principais eixos deste trabalho será mostrar como os próprios Tembé-
Tenetehara compreendem as transformações e as movimentações de suas práticas culturais,
através das narrativas e, consequentemente, de suas práticas comunicacionais. Com estes
objetivos, a pesquisa assume um olhar menos distanciado. E, percorrendo os caminhos
indicados por Martín-Barbero (2004), procuro um lugar construído a partir da experiência
entre eles.
Com base nas noções de Michel Foucault, nas formulações de mediação e cartografia
de Martin-Barbero (2004) e nos estudos de interação propostos por Goffman e Bateson,
este trabalho vai procurar saber como se constitui a história do presente entre os
Tenetehara e como se dá a ação e a prática comunicacional através das narrativas orais
desse povo. Esta proposta de trabalho acadêmico, que já começa a inscrever na história as
memórias subterrâneas (essa ‘história dos vencidos’) deste povo Tupi também se
fundamentará no modelo praxiológico, pois pretende “observar o próprio lugar da
comunicação, não mais como um processo recortado ou restrito, mas enquanto lugar de
conhecimento.” (FRANÇA, 2003, p.15).
Referências
__________, Uma teoria sobre brincadeira e fantasia. In: RIBEIRO, B., GARCEZ, P.
(org). Sociolinguística interacional. Sâo Paulo: Loyola, 2002.
MELATTI, Júlio Cezar. Índios do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, 2007
CORRÊA, Ivânia et al. O Céu dos Índios Tembé. Belém: Imprensa Oficial do Estado,
1999. 1ªed.
Resumo: Este trabalho consiste em reflexões iniciais sobre nosso objeto de dissertação de
mestrado. Constitui uma análise discursiva embasada, principalmente, na perspectiva
foucaultiana; adotamos um ponto de vista arqueológico acerca da construção do sentido.
Os corpora selecionados contemplam o filme e o romance O senhor dos anéis: a sociedade do anel;
são materialidades distintas, permeadas de histórias fantásticas e mitos que nos remetem a
discursos em circulação. Objetivamos, portanto, analisar os efeitos de sentido perpassados
a partir da inserção, da reiteração dos mitos dispostos nos corpora em estudo.
Consideramos, assim, a transposição do romance para um gênero audiovisual, sob o viés da
mídia, uma instituição cujo objetivo está pautado numa concorrência mercadológica,
divulgando discursos relacionados a esse mercado (CHARAUDEAU, 2007). Além disso,
buscamos observar o deslocamento da função autor nas diferentes materialidades
linguísticas, os efeitos ocasionados por tal deslize.
Introdução
Materiais e métodos
*
Mestranda na área de Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Sergipe, pesquisadora da área de
Análise do Discurso.
Professora doutora (adjunto 4) de Língua Portuguesa e disciplinas afins, na Universidade Federal de Sergipe
(UFS). Pesquisadora da área da Análise do Discurso.
Resultados e discussão
Conclusões
A partir das ponderações feitas nesta análise, consideramos, tanto no romance como
no filme, a presença de diversos mitos: o mito da travessia ou o percurso do herói, o
maniqueísmo, o religioso, o herói cavaleiro e o paraíso perdido. Estes nos remetem a
sentidos marcados ideologicamente que convergem para a reiteração da culpabilidade do
homem da destruição do mundo, mas alerta-o para a necessidade de reorganizá-lo.
Observamos, com isso, a manutenção da docilidade, da obediência e da disciplinarização.
Referências
BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB. Brasília: Edições CNBB. São Paulo: Editora
Canção Nova, s.d.
CHAUÍ, Marilena. Janela da alma, espelho do mundo. In: O Olhar. São Paulo: Companhia
das Letras, 1997, p. 31-63.
___________. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 1997.
JACKSON, Peter. O Senhor dos anéis: a sociedade do anel. USA: Nova Zelândia,
2001. 178 min.
NAZARIO, Luiz. Pós-modernismo e cinema. In: GUINZBURG, J.; BARBOSA, Ana Mae
(orgs.). O pós-modernismo. São Paulo: Perspectiva, 2005. p. 339-390.
JESUS, Nicaelle Viturino dos Santos de. O olho vigilante, a vontade de poder e a
significação mítica em O senhor dos anéis: a sociedade do anel. TCC (graduação em
Letras). Universidade Federal de Sergipe, 2014.
RAMNOUX, Clémence. Mitológica do tempo presente. In: Luccioni et. al. Atualidade do
mito. Tradução de Carlos Arthur R. do Nascimento. São Paulo: Duas Cidades, 1977. p. 17-
28.
TRESSIDER, Jack. O grande livro dos símbolos: Um guia ilustrado de imagens, ícones e
símbolos - seus conceitos, histórias e origens. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.
WILKINSON, Philip; PHILIP, Neil. Mitologia. Tradução de Áurea Akemi. 2a ed. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2010.
Introdução
Material e métodos
Mestrando do Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia-(PPGCOM/UFPA). Email:
otoniel@iluminuras.ppg.br.
Professora do Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia – (PPGCOM/UFPA).
Email: ivanian@uol.com.br.
Resultados e discussão
Conclusões
quadrinhos profissionais, pelo que se pode perceber nos meios de comunicação de massa,
em contrapartida ao que se pôde acompanhar da criação dos enunciados produzidos pelos
Tembé-Tenetehara durante as oficinas de quadrinhos nas aldeias, apresenta um material
rico para o estudo da intericonicidade da qual os indígenas, assim como sujeitos e tema de
estudos, também podem ser autores.
Referências
Resumo: É notável o crescimento do fascínio pelos filmes de zumbi, de maneira que esse
corpo monstruoso muito pode dizer sobre quem somos nós hoje. Para realizar essa análise,
recorreremos aos estudos do discurso e do corpo no intuito de pensar o zumbi como
figura monstruosa produzida discursivamente na imagem em movimento. Assim,
poderemos articular as maneiras como os recursos utilizados pelo dispositivo
cinematográfico fazem ver e dizer o sujeito que então olhamos e pensar o lugar que esse
sujeito ocupa e quais instituições falam nesse lugar.
Introdução
Entendemos que o zumbi tem figurado no cinema com cada vez mais recorrência,
ocupando a atenção de grandes audiências. Essas obras cinematográficas onde os processos
discursivos referentes ao corpo monstruoso do zumbi começaram a circular no que é
conhecido como cinema de horror e a possibilitar, também, a circulação de suas imagens
no corpo social e no corpo individual dos sujeitos contemporâneos.
Materiais e método
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade da UESB. Pesquisadora
do LABEDISCO/CNPq/UESB – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo. Bolsista UESB –
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Doutor em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp.
Professor do Departamento e Estudos Linguísticos e Literários da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia – UESB e Coordenador do Labedisco – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo.
como as técnicas utilizadas pelo dispositivo cinematográfico fazem ver e dizer sobre o
sujeito que então olhamos. Pensamos que o batimento entre os filmes que compõem o
corpus do trabalho pode evidenciar, a partir dos modos como foram produzidos, o contexto
social e histórico em que apareceram e a circulação que alcançaram, de que sujeito estamos
tratando discursivamente, tomando-o em uma materialidade.
Resultados e discussão
Conclusão
também das emoções que são sentidas à vista dessa anormalidade. Ao agrupar os extratos
fílmicos das produções de horror referentes ao zumbi, podemos problematizar o modo
como agimos e pensamos tanto em relação ao sujeito na projeção fílmica quanto em
relação a nós mesmos.
Referências
Introdução
Material e métodos
Tomamos como suporte para análise, alguns dos dezesseis espetáculos do grupo O
Corpo, em dvd – compostos do anos 1975 a 2014 – que representam sua obra completa. A
escolha desse corpus é resultado da verificação de problemas e discussões concernentes ao
Mestranda na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Memória, linguagem e sociedade - pesquisa em
discurso religioso e discurso jurídico orientada pela Profa. Edvania Gomes da Silva. Possui graduação em
Direito pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (2012). Integrante do Grupo de Pesquisa em
Análise de Discurso – UESB e Labedisco - UESB
Doutor em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp.
Professor do Departamento e Estudos Linguísticos e Literários da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia – UESB e Coordenador do Labedisco – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo.
Resultados e discussões
As análises e discussões sobre o corpus dessa pesquisa, nos leva a fazer alguns
questionamentos: que processos e práticas constituem o corpo do bailarino e o tornam
reconhecível? Quais os rompimentos técnicos e estéticos, em relação ao balé clássico, que a
dança contemporânea fez emergir na trajetória do grupo O Corpo? Que interseções e
repetições entre as unidades discursivas presentes no nosso corpus (corpo, movimento,
música, roteiro) formam um campo de memória do saber sobre a dança? Como referência
teórica para responder as perguntas e discutir sobre os “processos de subjetivação” do
corpo que dança e dos procedimentos de “transgressão” das estratégias e composição das
obras do grupo O Corpo, recorremos, em especial, ao pensamento de Michel Foucault. A
partir destes apontamentos teóricos, constatamos o corpo (que dança) na materialidade
audiovisual, como discurso subjetivado e transgredido e entendemos sua constituição
perpassada por memórias (campo de memória) e repetições que instauram a composição
dos bailarinos e de toda a obra do grupo O Corpo.
Conclusões
A partir das analises do corpus, constatamos que há um saber sobre a dança e modos
de subjetivação que não rompem as profusões de medidas do corpo (COURTINE, 2008) difusas
numa memória em que as materialidades se repetem, produzindo uma identidade (FOUCAULT,
1969, p. 110) e padronizam nosso olhar, enquanto interlocutores. Esse mesmo saber,
permite outras profusões culturais que transgridem (FOUCAULT, 1963, p.33) e não se
cansam de sempre romper limites.
Referências
AUMONT, Jacques et al. A estética do filme. Trad. Marina Appenzeller. Rev. Téc. Nuno
César P. de Abreu. Campinas: Papirus Editora, 1995a.
____. Os Anormais. Curso no Collège de France (1974-1975). São Paulo: Martins Fontes,
2001.
____. A prisão em toda parte. In: ___________. Ditos e escritos VI: Estratégias de
Poder-Saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.
____. A possessão da subjetividade. In: SANTOS, João Bosco Cabral dos (org.). Sujeito e
subjetividades: discursividades contemporâneas. Uberlândia: EDUFU, 2009.
Resumo: A hipótese central que norteia esta dissertação é a de que a sexualidade funciona
como uma válvula de escape a partir da qual discursos sobre o corpo e materializações de
poder vêm à tona, guiando o imaginário social em suas práticas e a constituição do sujeito.
Nesse sentido, nosso intuito central é mostrar, a partir de dez materialidades fílmicas
brasileiras de 1975 a 1985, como o corpo funciona como suporte a partir do qual é possível
desvendar sentidos na história, considerando-o como uma superfície por meio da qual
discursos emergem e, igualmente, elencando-o como um objeto de análise para o
deciframento de toda uma atuação de jogos de poderes capazes de esclarecer a unidade do
sujeito e a sua relação com as alteridades. Assim, a discussão dessa dissertação recai sobre a
necessidade de se pensar a condição do sujeito, mais particularmente a do sujeito do sexo,
uma vez que a nossa sociedade cristalizou um regime de existência para as práticas sexuais.
Introdução
Material e métodos
Nossa análise tem como materiais dez produções fílmicas brasileiras, de meados dos
anos 1970 a meados dos anos 1980, a saber: Pecado na sacristia, de Miguel H. Borges, de
1975; Amadas e violentadas, de Jean Garrett, de 1976; Escola penal de meninas violentadas, de
Antônio Meliande, de 1977; O estripador de mulheres, de Juan Bajon, de 1978; O matador sexual,
Mestrando em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia - UESB. Integrante do Labedisco – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo.
Doutor em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp.
Professor do Departamento e Estudos Linguísticos e Literários da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia – UESB e Coordenador do Labedisco – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo.
Resultados e discussão
Conclusões
Referências
Introdução
Material e métodos
Mestranda do Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia-(PPGCOM/UFPA). Email:
viviansantoscarvalho@gmail.com.
Professora do Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia – (PPGCOM/UFPA).
Email: ivanian@uol.com.br.
diferentes discursos que circulam nestas tramas sobre as sociedades indígenas. Por isso,
para compreendermos as cenas presentes nestas telenovelas é preciso que tenhamos em
vista as condições em que essas produções aparecem, “prestando atenção às condições
históricas que puderam legitimar aquela fala, naquele lugar” (MILANEZ, 2006, p.26).
Resultados e discussão
Conclusões
moderno” se filiam a uma rede de memória presente na sociedade ocidental sobre o que é
ser um sujeito indígena brasileiro.
Referências
NEVES, Ivânia dos Santos. A invenção do índio e as narrativas orais Tupi. Tese
(doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem.
Campinas, SP: [s.n.], 2009.
ORTIZ, Renato; BORELLI, Silvia Helena Simões; RAMOS, José Mário Ortiz.
Telenovela: história e produção. 2ª ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991.
Resumo: O foco principal deste trabalho é pensar o corpo como inscrições de verdades
sobre o que é ser uma mulher indígena em determinadas condições de possibilidades
históricas.
Introdução
Materiais e Métodos
Essa abordagem tenta entender como se dão as relações de poder que envolvem os
corpos indígenas na contemporaneidade a partir das possibilidades de produções históricas.
A espessura imagética, em destaque no primeiro plano da fotografia em questão, deixa ver
o corpo de uma mulher indígena, Tuíra Caiapó, apontando um facão para José Antônio
Muniz Lopes, então presidente da Eletronorte. Os sentidos disponibilizados através desta
imagem ganham eco por meio de um fio ligado a uma rede de memórias que esquadrinham
o corpo indígena forjado diante dos discursos que circulam em diferentes lugares e
diferentes temporalidades. A movimentação histórica em torno deste discurso permite
pensar nos desdobramentos causados por esse acontecimento, visibilizado na fotografia à
época e que hoje se atualiza, a partir de novos olhares. Analisar alguns dos aspectos dos
Mestre em Comunicação Linguagens e cultura pela Universidade da Amazônia em 2013.
sentidos inscritos no corpo da indígena, como verdades sobre o que é ser uma mulher
indígena em dado momento da história, é o objetivo desta reflexão.
Resultados e discussão
Conclusão
materialidade da identidade indígena. “O corpo está no centro das relações que envolvem o
sujeito, o discurso e as instituições” (MILANEZ, 2006, p.13). O corpo está organizado de
acordo com as diferentes maneiras de leituras no mundo contemporâneo. “O corpo é a
forma, o espaço e o texto nos quais o sujeito se simboliza se representa e é representado”.
(HASHIGUTI, 2008, p.71).
Referências
Introdução
A evolução nos filmes de zumbi tem se mostrado nos cinemas com muita clareza. A
forma como os zumbis são mostrado hoje, traz uma (des)ordem do corpo que, segundo
MILANEZ (2014) é “[...] cabaleante, [...] olhar esbugalhado e vazio, [...] braços ao longo do
corpo, [...]” O corpo que era considerado monstruoso por trazer em si um discurso de
desordem passa a ter uma nova forma de se pensar e ver que há uma ordem na desordem.
O que nos leva a escolher a este tema para um estudo é a forma de como o zumbi tem
ocupado grande espaço cinematográfico na sociedade com um discurso de (des)sordem.
Materiais e métodos
Os materiais que são utilizados para esta pesquisa são séries e filmes de zumbis. A
análise para este trabalho foi realizada em cima do filme norueguês Dead Snow, que nos
apresenta um zumbi nazista militar. Foi utilizado, também, fragmentos de vídeos retirados
do Youtube e da série de televisão The Walking Dead para mostrar a desordem do corpo.
Para a investigação deste trabalho,utiliza-se como base teórica, conceitos do Michel
Discente do curso de Letras Vernáculas da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Doutor em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp.
Professor do Departamento e Estudos Linguísticos e Literários da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia – UESB e Coordenador do Labedisco – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo.
Foucault que estão em seus livros: Arqueologia do Saber e Os Anormais. Utilizamos como
análise de materialidade fílmica, teóricos do cinema como Chion, no que refere-se ao som.
Por fim, Aumont, Marie e Laurent, no campo fílmico das imagens em movimento.
Resultado e discussão
De acordo com Milanez e Prates (2013), para Foucault, a noção de monstro está
enraizada na questão jurídica, ou seja, o zumbi torna-se um mostro por transgredir as leis
civis, da natureza, canônica e religiosa.
Conclusão
De acordo com Foucault (2010), o corpo do zumbi torna-se um monstro não só pela
sua maldade. A desordem do seu comportamento nos traz um discurso monstruoso que
transgride todas as leis, podendo assim fazer uma análise de como esse corpo monstruoso
se apresenta na sociedade.
Referência:
CHION, Michel. Audio-vision: sound on screen. New York: Columbia University, 1994.
FOUCAULT, Michel. Arqueologia do Saber. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de
Janeiro: forense universitária, 2008.
Introdução
Material e método
Graduando do Curso de Letras com habilitação em Língua Inglesa e suas Literaturas; bolsista ICV;
participante do AUDiscurso/CNPq – Laboratório de Estudos de Audiovisual e Discurso Universidade do
Estado da Bahia (UNEB/ DCH VI) Email: niltoncte@hotmail.com
Professora Assistente da Universidade do Estado da Bahia, campus VI. Coordenadora do
AUDiscurso/CNPq - Laboratório de Estudos do Audiovisual e do Discurso/UNEB, no qual desenvolve o
Projeto de Pesquisa “ Sujeito, corpo e discurso no cinema: desdobramentos interdisciplinares extensão:
Discurso e ensino: abordagem interdisciplinar dos saberes” Email: janainasan@gmail.com.
lugares para os sujeitos, por meio das estratégias de travelling, panorâmica e close, para
evidenciar como a ordem do discurso possibilita as transformações do corpo na
materialidade fílmica.
Buscou-se apoio em Aumont (2006) para entender as técnicas cinematográficas e para
analisar os planos e as imagens em movimento que constituem os sujeitos em metamorfose
em um espaço de tempo historicamente constituído. No filme, Nina é evidenciada nos
discursos do bem e do mal, evocando a moral religiosa judaico-cristã. Ela precisaria
compor dois personagens para atuar na cobiçada peça O Lago dos Cisnes. O cisne branco e o
cisne negro – o cisne branco era puro e virginal, enquanto que o cisne negro exigia
sedução, sexualidade e o lado oculto de Nina.
Resultados e discussões
Conclusão
Referências
______. A ordem do discurso. Trad. Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo:
Edições Loyola, 2007b.
______. Os anormais. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2001a.
Introdução
Materiais e método
Doutora em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Desde 2002, atua
como professora universitária em cursos da área de Saúde e Educação.
Resultados e discussão
A ética pós moderna desmonta padrões e normas antes estáveis no mundo moderno.
Práticas nas empresas se tornaram ilegíveis, flexíveis, deixando o trabalhador à deriva. Uma
farta bibliografia (OLIVEIRA, 2014; SCANFONE, 2004; HIRIGOYEN, 2002; LIMA,
2004) sobre o tema limita-se a discutir formas para se punir e responsabilizar tal prática nas
organizações. Esses autores não rompem com a lógica do consumidor -vitimizado que
necessita processar a empresa-algoz (através da compra de serviços jurídicos) já que esta é
culpada. Tal visão é resultado do processo que autores (AUGUSTO, 2012; MARAFON,
2014; AGUINSKY & ALENCASTRO, 2006; BARROSO, s.d.) denominam judicialização
da vida: a lógica do tribunal extensiva a diversos espaços e tempos da existência e a sutileza
com que novos controles são implementados nas atividades mais cotidianas. Ao invés de se
problematizar novas formas de relações laborais entre trabalhadores e empresas, forçando
uma responsabilidade efetiva da corporação para com seus funcionários, lidando com
violações de direitos que acontecem, parece ter havido uma mimetização da função do juiz
e do policial nos sindicatos e nas empresas, com as chamadas novas técnicas de resolução
de conflitos, em que cada qual se vê convidado a ocupar o lugar de juiz e abrir processos
jurídicos a seu favor. Essa prática é condizente com a privatização de espaços públicos de
exercício político, ao mesmo tempo em que apazígua conflitos que deveriam ser discutidos
na coletividade, privatizando uma discussão que vai muito além do mero abuso de poder
do chefe. Propomos utilizar “violência simbólica” para essa obsessão por controle
produtivo pelas empresas, já que a prática é disseminada ao instaurar uma nova ética
corporativa que invade a vida privada do trabalhador através da cobrança incessante por
produtividade e tem levado trabalhadores a buscar seus “direitos políticos” através de
processos jurídicos, que em nada transformam a organização do trabalho.
Conclusão
Referências
OLIVEIRA, Euler Sinoir de. Assédio moral: sujeitos, danos à saúde e legislação.
Disponível
em: <http://www.forense.com.br/Atualida/ Artigos_DT/assedio.htm>. Acesso em: 29
out. 2004
SCANFONE, Leila; TEODÓSIO, Armindo dos Santos de Sousa. Assédio moral nas
organizações: a dinâmica do abuso de poder. Disponível em:
<http://www.ead.fea.usp.br/Semead/7semead/paginas/artigos%20recebidos/RH/RH09
_Ass%E9dio_Moral_nas_Organiza%E7%F5es.PDF>. Acesso em: 29 out. 2004.
Resumo: Este trabalho apresenta uma análise audiovisual da materialidade fílmica que trata
do domínio no corpo do sujeito na posição coersiva da biopolítica (Foucault), enquanto
discurso fundamentalista ao posicionar o corpo transfigurado [metamorfoseado] (Bruce
Clark) do sujeito como sendo um corpo monstruoso pelo suposto espaço heterotópico que
esse sujeito é posicionado ("biopoder"), e cuidadosa análise "anátomo-poder" para
posicionarmos o sujeito dentro de um discurso de corpo incomponível pelo lugar de
fragmentação como sendo lugar de loucura e/ou monstruosidade.
Introdução
Nos espaços outros que o sujeito é posicionado de acordo com o olhar da câmera e
da constituição materializada desses espaços, do suporte teórico (FOUCAULT, 2013),
percebemos a saída desse “real” (corpo normativo) para o espaço heterotópico, filmado a
partir de ângulos e posições como sendo o lugar da obscuridade, da monstruosidade pelo
estado de disputa que esse corpo ocupa, logo, o sujeito assume, ao despir-se de todos os
campos discursivos postos ao sujeito como sendo de poder, de ordeme de posição aos
lugares institucionais, uma resistência que gera disputa e gera conflito no sujeito entre o seu
corpo e todos os espaços (poder molecular e poder molar) que esse transeunte circula,
constituindo esse sujeito como sendo um doente, um louco. Esse sujeito que disputa com
o poder não está, segundo Foucault, sendo transgressor. O sujeito que está imerso em
relações de poder precisa da liberdade de si para existir uma relação de poder porque,
segundo Foucault, a resistência está intrínseca no indivíduo para participarmos como
mudança e o corpo é, nesses espaços, o estandarte de resistência pelas diversas militâncias
Graduando pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- Vitoria da Conquista/BA. Integrante do
Labedisco/UESB- Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo- Materialidades do Corpo e do Horror.
Iniciação científica- IC/ FAPESB. E-mail: daniel.labedisco@gmail.com
Pós- doutorado em Discurso, Corpo e Cinema pela Sorbonne Nouvelle- Paris III. Professor Titular do
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e atua
nos Programas de Pós- graduação em “Linguística” e “Memória, Linguagem e Sociedade”, na Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia. É líder do Labedisco/ CNPq- Laboratório de Estudos do Discurso e do
Corpo. www.uesb.br/labedisco. E-mail: nilton.milanez@gmail.com
que há sobre e no corpo, pois o corpo é a matéria que constitui o poder, o indivíduo é a
ponte direta dos saberes: [...] Em suma, o que se descobriu não foi o enunciado atômico -
com seu efeito de sentido, sua origem, seus limites e sua individualidade -, mas, sim, o
campo de exercício da função enunciativa (FOUCAULT, 2013).
Materiais e método
Resultados e discussão
O close, nos objetos que formaram o campos discursivo e todo o espaço cenográfico,
posicionou o sujeito num estado de guerra por causa de seu corpo que fora mudando,
transfigurando, assumindo individualidade jurídica, discursiva, onde no livro “ A
Arqueologia do Saber” de Michel Foucault, pude analisar o corpus “ A Mulher do Desejo”
a partir de “A Formação dos objetos, “ As Formações Discursivas”; “ A Formação das
Conclusão
Referências
AUMONT, Jacques. A imagem. Trad. de Estela dos Santos Abreu e Cláudio C. Santoro.
Campinas, SP: Papirus, 1993.
FOUCAULT, Michel. Arqueologia do Saber. Trad. de Luiz Felipe Baeta Neves. 8ª ed.
Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.
POE, Edgar Allan. Contos de Terror, de mistério e de morte. Trad. de Oscar Mendes.
Rio de Janiero: J. Aguiar, 1975.
REVEL, Judith. Subjetivação. In: _____. Foucault: conceitos essenciais. Trad. de Maria
do Rosário Gregolin, Nilton Milanez, Carlos Piovessani. São Carlos: Claraluz, 2005. p. 82-
83.
Introdução
Este trabalho será visualizado por meio dos discursos presentes na materialidade
fílmica Um Lobisomem na Amazônia (2005), do diretor brasileiro Ivan Cardoso, a partir de
discursos sobre o corpo e materializações de poder presentes no filme, de modo que escapa
por uma lacuna persuadindo e impondo os sujeitos em suas práticas sociais e como as
constituem em discursos. Nesse sentido, o intuito central desse trabalho é mostrar a
constituição do corpo e seu funcionamento em sua singularidade como suporte a partir do
qual é possível desvendar sentidos na história, considerando-o como uma superfície a partir
da emergência dos discursos.
Pós-graduanda em Práticas Docentes Interdisciplinares pela Universidade do Estado da Bahia- campus-VI;
participante do AUDiscurso/CNPq– Laboratório de Estudos de Audiovisual e Discurso da Universidade do
Estado da Bahia - UNEB/DCH VI. Participante do GRUDIOCORPO/CNPq - Grupo de Estudos sobre o
Discurso e o Corpo e do Labedisco/UESB - Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo, Coordenado
pelo Prof. Dr. Nilton Milanez. E-mail: nilton.milanez@gmail.com: E-mail: dianabrito78@hotmail.com
Pós- doutorado em Discurso, Corpo e Cinema pela Sorbonne Nouvelle- Paris III. Professor Titular do
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e atua
nos Programas de Pós- graduação em “Linguística” e “Memória, Linguagem e Sociedade”, na Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia. É líder do Labedisco/ CNPq- Laboratório de Estudos do Discurso e do
Corpo. www.uesb.br/labedisco. E-mail: nilton.milanez@gmail.com
Materiais e método
Resultados e discussões
como o mesmo filósofo ratifica em outro trecho: “(...) é incontestável que certas
deformidades têm em certos casos o poder de provocar o riso.” Por este viés, certos
estados, como a feiura e o anormal, podem virar motivos de riso. Deste modo, o risível
aparece como ações que produzem um efeito de sentido que resulta de uma crítica a um
perfil de alguém que não atingiu um ideal pré-estabelecido socialmente. Sendo assim, o riso
seria como uma crítica de modos, costumes e doutrinas. A exterioridade identifica as
“condições de possibilidades do discurso, a produção dos acontecimentos e sua
singularidade que se manifesta em seu pensamento” (FOUCAULT, 2011). Nesse sentido, o
cinema de Ivan Cardoso “faz emergir aquilo que foge à ordem dada como natural das
coisas, transgredindo as leis e a normalização de uma dada produção histórica”
(MILANEZ, 2011). Guiados pelo questionamento “quem somos nós?” (FOUCAULT,
2008), “em meio a relações perpassadas pelos discursos”, somos instigados a tomarmos a
materialidade dos elementos dos quais dependem para produzir. Pois, ao mesmo tempo em
que é produzido, produz corpos inseridos nas práticas sócias e históricas. Sendo assim,
ilustramos que nas condições de produção a palavra metamorfose, ao ser utilizada por
“determinado sujeito, integra um discurso e não outro tendo em vista a posição, o lugar
sócio histórico daqueles que enunciam” (FERNANDES, 2008).
Conclusão
Referências
____. O que são as luzes? In: MOTTA, M. B. da. (Org.). Michel Foucault: Arqueologia
das ciências e históriados sistemas de pensamento. Ditos e Escritos II. 2 ed. Tradução de
E. Monteiro. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
Resumo: Esse trabalho tem como objetivo observar os discursos materializados no filme
“Meshes of the afternoon”, de Maya Deren e Alexander Hammid, a partir dos recursos
cinematográficos utilizados na construção do curta. A noção de discurso será pautada em
alguns estudos de Michel Foucault. Tendo em vista que a presente obra traz em si muitas
possibilidades de discussão, o foco será no discurso da morte, que traz consigo o discurso
do sonho. O recurso a ser mais analisado será a produção de sentido através do movimento
de câmera, juntamente com o som.
Introdução
“Meshes of the afternoon” é um filme de 1943, dirigido por Maya Deren e Alexander
Hammid. O curta apresenta uma personagem que ao entrar em uma casa vai dormir e, a
partir de uma experiência onírica, tem um encontro consigo mesma. O tema a ser analisado
no filme é a produção da atmosfera de sonho, esse lugar onde o tempo é outro. Esses
espaços do filme produzem uma aproximação com o inconsciente na revelação do discurso
da morte, do sonho.
Material e métodos
Estudante do terceiro período de cinema e audiovisual na UESB.
Pós- doutorado em Discurso, Corpo e Cinema pela Sorbonne Nouvelle- Paris III. Professor Titular do
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e atua
nos Programas de Pós- graduação em “Linguística” e “Memória, Linguagem e Sociedade”, na Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia. É líder do Labedisco/ CNPq- Laboratório de Estudos do Discurso e do
Corpo. www.uesb.br/labedisco. E-mail: nilton.milanez@gmail.com
dissolver e de se apagar”. (FOUCAULT, 2006, p.411). A partir disso percebe-se que esses
elementos nos levam à discussão da morte e sua relação com o sono e o sonhar.
Resultados e discussão
Conclusão
Referência
Introdução
Material e métodos
Graduado em Letras pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB.
Pós- doutorado em Discurso, Corpo e Cinema pela Sorbonne Nouvelle- Paris III. Professor Titular do
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e atua
nos Programas de Pós- graduação em “Linguística” e “Memória, Linguagem e Sociedade”, na Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia. É líder do Labedisco/ CNPq- Laboratório de Estudos do Discurso e do
Corpo. www.uesb.br/labedisco. E-mail: nilton.milanez@gmail.com
Resultados e discussão
Conclusões
2FPS (First-Person Shooter), conhecido no Brasil como “tiro em primeira pessoa”, trata-se de um estilo de jogo
de ação que coloca o jogador na posição de personagem do jogo utilizador de armas de fogo.
Referências
Introdução
3Graduada em Letras com habilitação em Língua Inglesa e suas Literaturas pela Universidade do Estado da
Bahia; participante do AUDiscurso/CNPq – Laboratório de Estudos de Audiovisual e Discurso Universidade
do Estado da Bahia (UNEB/ DCH VI) Email: geysacosta04@gmail.com.
4 Professora Assistente da Universidade do Estado da Bahia, campus VI. Coordenadora do
Material e Métodos
Resultados e discussão
Foucault (1999, p.16) ainda assevera que “nessa sociedade tudo tem que entrar numa
ordem e estar de acordo com vontades de verdade, que devem ser seguidas para não
romper com as regras de disciplinarização”. Este sujeito é designado por intermédio das
relações de poder que se constituem historicamente. Nesse sentido, os mecanismos de
poder constituem o indivíduo e o subjetivam. Contudo, nesse processo, o sujeito, para
constituir-se como sujeito de sua própria existência, “afronta as regras, rebela-se contra os
mecanismos de poder, questiona os modos de sua sujeição” (KHALIL, 2008, p. 99).
Nesta perspectiva, o príncipe é evidenciado como um sujeito transgressor, que resiste
às regras e enfrenta os mecanismos de poder, neste caso, os princípios morais e religiosos.
Assim, o espaço narrado em Walpole é configurado por situações de infelicidade, sua
configuração geográfica é construída por um enredo de transgressão à ordem. Isso se torna
perceptível, pois “a descrição dos espaços geográficos e dos espaços interiores das
personagens delineiam não apenas os cenários sociais, mas, especialmente, os cenários
ideológicos” (KHALIL, 2009, p.63), ou seja, os próprios espaços em que os mesmos estão
inseridos constituem-se e a partir de uma movência de comportamentos sociais.
Conclusões
Referências
FOUCAULT, M. (1969). Arqueologia do saber. 7 ed. Tradução: Luiz Felipe Baeta Neves.
Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008. 221 p.
___________, M. Outros espaços. In: Ditos e Escritos III : estética, Literatura, pintura,
música e Cinema. Tradução Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2001.
Introdução
Material e métodos
Graduanda em Cinema e Audiovisual, VII semestre, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. E-
mail: isa.lima.isa@gmail.com
Pós- doutorado em Discurso, Corpo e Cinema pela Sorbonne Nouvelle - Paris III. Professor Titular do
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e atua
nos Programas de Pós- graduação em “Linguística” e “Memória, Linguagem e Sociedade”, na Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia. É líder do Labedisco/ CNPq- Laboratório de Estudos do Discurso e do
Corpo. www.uesb.br/labedisco. E-mail: nilton.milanez@gmail.com
Resultados e discussão
Uma cena que ocorre logo ao início do filme: após a colocação da máscara, vemos o
reflexo no espelho, que, então, torna-se o nosso próprio reflexo. Essa apropriação sobre
estratégias de poder e de controle nos leva a um discurso do anarquismo como poder
coletivo, num discurso político de igualdade. Ao final do filme, todos tem o mesmo rosto e,
em multidão, são um corpo contra o Estado. O Estado, pelo contrário, é apenas um rosto
– o rosto do Chanceler Sutler, que é sempre centralizado e gigantesco na imagem. Sob a
vigília constante deste panóptico, o sujeito “torna-se o princípio de sua própria sujeição”
(VIGIAR E PUNIR, 2013, p. 192). Os homens-dedo são extensões da mão dominadora do
Estado, apontando o que é certo e o errado. Os homens-dedo são também os olhos do
Estado, uma vez que cumprem também a função de vigilância.
Conclusão
A estratégia que se cria para dar forma ao discurso político no filme é a de inversão:
o Estado, numa prática ditatorial, é um rosto que estende seu poder a um corpo,
designando funções desse corpo a outros. Os interesses do povo, o discurso de igualdade
que permite individualidade, são um corpo que se apresenta por um rosto, o rosto de V.
Diante do espelho, a máscara de V torna-se o reflexo de Evey, depois o de toda a Londres
e, ainda, o do espectador.
Referências
MOORE, Alan; LOYD, David. V de Vingança. Barueri, SP: Panini Books, 2012.
“V for Vendetta”. Direção: McTEIGUE, James. Warner Bros., EUA, 2006. Elenco: Hugo
Weaving, Natalie Portman. Em DVD.
Introdução
Material e métodos
Graduando em Cinema e Audiovisual pela UESB. E-mail: iurirpires@hotmail.com
Pós- doutorado em Discurso, Corpo e Cinema pela Sorbonne Nouvelle - Paris III. Professor Titular do
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e atua
nos Programas de Pós- graduação em “Linguística” e “Memória, Linguagem e Sociedade”, na Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia. É líder do Labedisco/ CNPq- Laboratório de Estudos do Discurso e do
Corpo. www.uesb.br/labedisco. E-mail: nilton.milanez@gmail.com
e que o discurso é emergente devido a uma cadeia de acontecimentos que possibilitam cada
discurso em um tempo na história. Segundo, a materialização desse discurso no cinema,
por meio da repetição, se dá mediante a estes recursos cinematográficos, tais como
movimentos de câmera, planos, fotografia, som, etc., que põem em prática e dão vida ao
roteiro. Terceiro, produzem diversos sentidos conforme a apropriação e utilização desses
meios.
Resultados e discussão
A fotografia produz uma estética barroca de claro e escuro que tem em si como
principal característica o conflito, neste caso, o conflito de bem e mal no lado religioso e o
conceito de moralidade e amoralidade, pois o Exu concede o pedido de Formosa e manda
Filho arrancar o coração da mãe. Nesta mesma cena, o plongée/contra plongée marcam
outro conflito, o de amor/devoção com o medo. Formosa, sempre mostrada de baixo para
cima representa o altar, que Filho venera e teme, trazendo esse mesmo sentido para o
plano/contra plano. A segunda cena,
é a do assassinato, agora com Filho no lugar do altar, amado e temido pela mãe, novamente
o claro e escuro tem forte presença, relembrando o bem e o mal. Assim como a cena da
floresta, em que ele está levando o coração para Formosa, o chiaroscuro, a dualidade de
bem e mal, assim como o plongée/contra plongée e plano/contra plano. B) Outro recurso
importante, que na maioria das vezes poucos se atentam, é o recurso sonoro para produzir
esse mesmo sentido, pois o som se faz importante quando há uma influencia sobrenatural
na cena.
Na primeira com Formosa, depois com Filho, ambos incorporados e na terceira com o
coração da mãe.
Conclusão
Referências
FOUCAULT, Michel. Diálogos sobre o poder. In: Ética, estratégia, poder-saber (Ditos
e Escritos). Tradução de Vera Lúcia Avellar Ribeiro. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2003. (p. 253-266).
Introdução
Graduando em Cinema e Audiovisual pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). E-mail:
leonardoteofilo@hotmail.com
Pós- doutorado em Discurso, Corpo e Cinema pela Sorbonne Nouvelle - Paris III. Professor Titular do
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e atua
nos Programas de Pós- graduação em “Linguística” e “Memória, Linguagem e Sociedade”, na Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia. É líder do Labedisco/ CNPq- Laboratório de Estudos do Discurso e do
Corpo. www.uesb.br/labedisco. E-mail: nilton.milanez@gmail.com
Mestre em Linguística pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB. Professor colaborador
do Programa de Pós-Graduação lato sensu em Práticas Docentes Interdisciplinares da Universidade do Estado
da Bahia – UNEB. E-mail: victor.ps1984@gmail.com
Material e métodos
Resultados e discussão
videoclipe mais recente da nossa pesquisa, nosso objeto discursivo molda o corpo da
Beyoncé. Partition mostra o corselet através do reflexo de um espelho no qual a cantora
aparece fazendo movimentos sensuais, de exposição do corpo. As partes mais evidenciadas
desse corpo que se auto-exibe são os seios e os glúteos. Essas colocações nos levam a
pensar como a disciplina é fundamental para controlar os corpos dos indivíduos a fim de
que se torne possível utilizá-los em sua máxima espetacularização. Os mecanismos de
poder utilizados para docilizar e adestrar esses corpos vem por meio de seus figurinos,
adequando a morfologia corporal à normas de beleza midiáticas.
Conclusão
Referências
DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio
de Janeiro: Contraponto, 1997
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. 11ª ed., Rio de Janeiro: Graal, 1997.
MACHADO, Arlindo. A Televisão Levada a Sério. São Paulo: Editora SENAC São
Paulo, 2000.
Videografia
Shania Twain. Man, I Feel Like A Woman, 1999. Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v= ZJL4UGSbeFg
Resumo: Esta pesquisa analisa o PNE, entre outros documentos, a fim de verificar as
práticas discursivas que permeiam a temática, bem como analisar o discurso do biopoder e
da governamentalidade nele presentes. Conhecer as condições em que esses discursos são
construídos e difundidos é imprescindível à compreensão de como o descompasso revela-
se entre o discurso oficial e as propostas da sociedade civil. Para tal, orienta-se pela AD, à
luz dos estudos de Pêcheux e Foucault. Ressalta-se que o PNE, assim como a Constituição
e a LDB, disciplina os discursos que serão trabalhados na e para a educação; sendo
utilizado como instrumento de regulação pelo Estado. Neste sentido, o discurso no PNE
poderá apontar na direção de uma política contrária ao interesse da população, porém
ajustada ao processo econômico que, sutilmente, passa a construir discursos que traduzem
estratégias de governamento. Contudo, o estudo encontra-se em fase inicial, não sendo
estes dados conclusivos.
Introdução
Material e métodos
Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB); Especialista em Língua Portuguesa
pela UFPB.
Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP. Professora do PROLING/UFPB.
Coordenadora do Grupo de Pesquisa CIDADI – Círculo de Discussões em Análise do Discurso.
Resultados e discussão
maneira de governar, foi estudada por Foucault com o objetivo de buscar “a instância da
reflexão na prática de governo e sobre a prática de governo.” (FOUCAULT, 2008a).
Conclusões
Referências
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 20. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2004.
Introdução
Material e métodos
O trabalho será analisado a partir da obra da cineasta ucraniana Maya Deren, pioneira
das vanguardas européias da década de 40. O estudo almeja refletir sobre a relação corpo-
Graduanda em Cinema e Audiovisual, VII semestre, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. E-
mail: sorriso_andreia@yahoo.com.br
Graduando em Cinema e Audiovisual, III semestre, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. E-
mail: isacfloresatr@gmail.com
Pós - doutorado em Discurso, Corpo e Cinema pela Sorbonne Nouvelle – Paris III. Professor Titular do
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e atua
nos Programas de Pós-graduação em “Linguística” e “Memória, Linguagem e Sociedade”, na Uesb. É líder do
Labedisco/CNPq – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo. www.uesb.br/labedisco. E-mail:
nilton.milanez@gmail.com
Mestra em Linguística pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
câmera, dissociando o julgamento do corpo apenas como matéria, permitindo mostrar que
esse dispõe da exploração dos seus limites como coadjuvante da transformação,
construídos a partir dos dispositivos cinematográficos, fundamentando nos estudos da
teoria de Michel Foucault e intermeando as várias possibilidades de estabelecer uma
compreensão da forma de significação de imagens através dos potenciais da câmera com o
espaço. O olho representado pela câmera segue os movimentos do corpo, enquanto esse
reforça a importância da coreografia representada, que o caracteriza como elemento
discursivo da linguagem, se propagando através dos diferentes espaços em que será
representado, criando assim uma “nova realidade”.
Resultados e discussão
Os filmes “At Land”, “Study in choreographi for camera” e “Meshes of the afternoon” utilizam
o mesmo tipo de linguagem cinematográfica. Em todos eles, podemos notar as seguidas
repetições dos planos detalhes, descontinuidade de espaço-temporal e a relação com o mar.
Os vídeos se associam a partir desses enunciados, criando um enlace substancial ao
raciocínio, que por sua vez atua como forma de coerção para o desenvolvimento da
transformação de maneira subjetiva a partir do corpo e suas extensões. O corpo explora
espaços distintos, como forma de desapropriação e reestrutura do ser. A presença do mar é
fundamental, pois traça grande influência a partir do seu movimento, a julgar que os filmes
exploram essa característica do corpo no espaço. Tudo é definido e pleno, como se fosse
um poema condensado, intenso, explorando com perfeição o ritmo da transformação do
corpo em distintos espaços. Os planos-detalhes de rosto, mãos e pés, descrevem a extensão
da concepção corporal e a necessidade de transcorrer a mutação de sentidos. Os filmes
trabalham com a questão do crescimento interior pessoal. Dessa forma, entendem-se os
enunciados como elementos importantes para a construção da subjetividade a partir dos
parâmetros que avaliam a compreensão dessa narrativa. A escada está presente na
construção da imagem e, também, se repete no decorrer da análise. A sombra é recorrente
no filme Meshes in the afternoon, onde aparece repetidas vezes e em diferentes posições, talvez
numa indicação de que há uma necessidade de se fazer um processo de viagem interior,
uma maneira de se despir de si mesmo, para dar lugar a um novo eu, uma nova forma do
ser. Da mesma forma, a relação com o espelho, à medida que se projeta nele o reflexo de
sua própria existência. Nesse sentido, Michel Foucault também deixa clara a questão do
espaço irreal a partir do espelho como sentido interrelacional e atemporal.
Em Meshes in the afternoon, a escolha do espelho se torna esse lugar, pois relaciona a
personagem como sujeito do seu próprio destino, o espelho reflete a personalidade
inexistente enquanto lugar isolado e não reconhecido. Essa referência tem como agente
dispositivo a troca de associações interiores, que se dá a partir da autotransformação.
Conclusão
Referências
FOUCAULT, Michel. Outros espaços In: Ditos e escritos III; tradução de Inês Autran
Dourado Barbosa. 2º. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.
_____. O corpo utópico In: O corpo utópico, as eterotopias. 26. ed. Nueva Vision:
Cepat, 2010.
Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar o discurso fílmico em vídeos eróticos de
necrofilia/snuff e discutir as políticas de (des)governo do corpo materializadas por meio da
arqueogenealogia proposta por Michel Foucault. Trataremos dessa prática sob três óticas.
Primeira: as práticas enquanto lugar de embate entre norma e transgressão. Segunda: os
vídeos enquanto lugar de exercício de incitação do sexo, prazer e desejo. Terceira: a
espetacularização do horror, da dor e da morte nos audiovisuais.
Introdução
Este projeto toma os estudos desenvolvidos por Foucault para analisar o discurso e o
lugar do corpo em vídeos de necrofilia e snuff. Os vídeos de necrofilia retratam a parafilia
em que o sexo, o prazer e o desejo se dão na relação com cadáveres; os de snuff, relações
violentas em que a finalidade é sodomizar, ferir e/ou matar o(s) parceiro(s). A proposta
aqui é discutir os aspectos discursivos e biopolíticos que formam as ações, os praticantes e
espectadores das gravações.
Materiais e métodos
Para se analisar o discurso do corpo e das parafilias, serão tomados como base
material de análise quatro vídeos encontrados no site erótico/pornográfico “Heavy-r”, pelo
sistema de busca: deadly sex, necrophilia, deadly body, snuff e gore. A partir dos resultados dessas
buscas, optamos por tratar de duas categorias: necrofilia e snuff. Depois, subdividimos o
primeiro grupo em: a) vídeos ficcionais de relações sexuais com cadáveres; b) fotografias e
vídeos de exibição e manuseio de cadáveres reais; e o segundo grupo em: a) prática sexual
com suplício e tortura; b) estrangulamento, assassinato e coito. Focalizaremos os trabalhos
Estudante de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) – V. da
Conquista. Integrante do Labedisco/UESB – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo. Email:
matheus.vrlp@gmail.com
Pós - doutorado em Discurso, Corpo e Cinema pela Sorbonne Nouvelle – Paris III. Professor Titular do
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e atua
nos Programas de Pós-graduação em “Linguística” e “Memória, Linguagem e Sociedade”, na Uesb. É líder do
Labedisco/CNPq – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo. www.uesb.br/labedisco. E-mail:
nilton.milanez@gmail.com
Resultados e discussão
Conclusão
Referências
DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio
de Janeiro: Contraponto,1997
Videografia
Introdução
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, integrante do Laboratório de
Estudos do Discurso e do Corpo LABEDISCO/CNPq/UESB, mirtes.labedisco@gmail.com.
Pós - doutorado em Discurso, Corpo e Cinema pela Sorbonne Nouvelle – Paris III. Professor Titular do
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e atua
nos Programas de Pós-graduação em “Linguística” e “Memória, Linguagem e Sociedade”, na Uesb. É líder do
Labedisco/CNPq – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo. www.uesb.br/labedisco. E-mail:
nilton.milanez@gmail.com
Material e métodos
Há partir daí temos tipos de relações possíveis: dois homens, duas mulheres, ou um
homem e uma mulher, tais relações iniciam-se pelos gestos e palavras, surgindo os afetos e
amores.
Resultados e discussão
preocupação moral? (...) é que eles são objeto de interdições fundamentais cuja transgressão
é considerada falta grave.” (FOUCAULT, História da Sexualidade, p.14).
A exteriorização aqui direciona- nos a uma critica que se estende para além dos
limites sociais, surgindo a figura da monstruosidade mostrada no vampiro: “O vampiro,
aparece ressignifica, em nossos tempos, de acordo com as emergências de um sistema de
regularidades e de dispersões.” (MILANEZ, 2011, p. 15). Nesse sentido, os filmes
analisados recria o significado do vampirismo a partir da necessidade do momento
histórico, traçando inicialmente a anomalia de ser lésbica como ameaça a igreja, e do ser
vampiro como monstro a ser combatido.
Conclusão
Referências
______. História da Sexualidade 2: O uso dos prazeres. Edições Graal. Rio de Janeiro,
1984.
PERROT, Michele. Minha história das Mulheres. São Paulo: Contexto, 2008.
Videografia
Introdução
Material e métodos
Psicólogo graduado pela Faculdade Ruy Barbosa – Salvador/Ba. Especialista em Saúde Mental Coletiva pela
mesma Faculdade. É integrante do Labedisco/UESB – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo. E-
mail: ricardo.a.amaral@hotmail.com
Pós - doutorado em Discurso, Corpo e Cinema pela Sorbonne Nouvelle – Paris III. Professor Titular do
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e atua
nos Programas de Pós-graduação em “Linguística” e “Memória, Linguagem e Sociedade”, na Uesb. É líder do
Labedisco/CNPq – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo. www.uesb.br/labedisco. E-mail:
nilton.milanez@gmail.com
transexuais da Bahia. Uma vida marcada por conflitos, nos quais o corpo e a busca por um
governo de si aparecem em “primeiro plano”.
Ao falar em corpo, é preciso apontar para qual corpo se fala. Aqui, não interessa o
corpo biológico, mas o que chamamos de corpo discursivo. Segundo Revel (2005, p.37), “o
discurso designa, em geral, para Foucault, um conjunto de enunciados que podem
pertencer a campos diferentes, mas que obedecem, apesar de tudo, a regras de
funcionamento comuns.”
A partir do corpo discursivo, encontramos a constituição do sujeito na
discursividade. Este sujeito está mergulhado em relações disciplinares de políticas do corpo
e numa busca por um governo de si. Portanto, o método de investigação fundamenta-se no
pensar as formas de encadeamento, sucessão, aglutinação e contraposição (FOUCAULT,
2008), na construção dos planos dos figurinos e da luz (MILANEZ, 2012a; 2012b).
Resultados e discussão
sujeito numa busca pela feminilidade, após sua metamorfoseação do corpo de homem em
mulher.
O branco acessa uma memória que nos remete à paz e ao sagrado. No curta-
metragem é possível observar a ligação da personagem Joelma com a religião. Portanto, o
vestir-se de branco estaria alçado ao lugar do sagrado, de um corpo purificado após a
cirurgia que lhe dá a “classificação” de transexual.
Conclusões
As reflexões propostas por esse trabalho estão alicerçadas nas noções de corpo
discursivo e da transexualidade. Observamos no sujeito Joelma uma metamorfoseação do
corpo na busca por outra possibilidade de existir, ou ainda mesmo, uma reinvenção de si
mesma, onde as políticas do corpo norteiam tais possibilidades.
Referências
Resumo: O tecnobrega, apesar de ter surgido na periferia paraense, esse novo estilo
musical, por força de determinadas relações de poder, foi ganhando espaço na mídia, vindo
a ser visibilizado para além do estado do Pará. Num movimento de expressão nacional, o
Tecnobrega vem se ressignificando como uma enunciação que se revela diferente.
Diferença que se destaca enquanto voz de resistência. Nossa análise se sustentará na
seguinte indagação: Até onde a mídia paraense reproduz aquilo que está sendo noticiado
pela mídia nacional sobre as festas de aparelhagens e até que ponto ela rompe com aquilo
que está sendo noticiado sobre esse mundo das aparelhagens? A abordagem teórica desse
trabalho se pautará no aporte teórico de Michel Foucault e suas teorias sobre o discurso. A
discussão deste conceito engendra por sua vez o debate entre o saber e o poder presentes
em: Arqueologia do Saber (2008) e Microfísica do Poder (1979).
Introdução
O tecnobrega, apesar de ter nascido na periferia paraense, teve que se difundir para
outros espaços da cidade para conquistar a visibilidade que hoje lhe constitui. As relações
de poder que atravessam o cotidiano dos espaços fizeram do tecnobrega um ritmo que
rompe fronteiras musicais. Perante isso, far-se-á uma análise de duas reportagens em nível
nacional e regional acerca de festas de aparelhagem, respectivamente, a partir das categorias
saber/poder fulcrais no pensar foucaultiano.
Material e método
Graduando em letras pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e membro do GEDIZPA (Grupo de
estudos do discurso e da identidade paraense).
Professor Adjunto do curso de letras pela Universidade Federal do Pará (UFPA/Castanhal) e coordenador
do GEDIZPA ( Grupo de estudos do discurso e da identidade paraense).
Resultados e discussão
Os resultados da nossa análise nos instiga a algumas indagações: Que ritmo musical é
esse que vem reconfigurar o cenário musical brasileiro? De onde ele vem? O que ele possui
de diferente, de peculiar, dos outros ritmos? Perante essas indagações, vemos uma mídia
nacional que constrói para o tecnobrega uma identidade pautada no viés da
espetacularização desse novo modelo musical.
Na reportagem advinda do jornal SBT PARÁ observamos uma mídia que se utiliza
bastante do discurso SOBRE a festa e não o discurso DA festa de aparelhagem. A mídia
regional se abstém de entrar na festa e apenas a tem como objeto, não atribuindo uma voz
ao sujeito periférico que frequenta as festas, mas observando de forma acentuada as
consequências da promoção delas.
O mundo das aparelhagens, diante da mídia nacional, surge como local do espetáculo
e da pirotecnia onde todo o cenário dessas festas de aparelhagens se consagra pelo viés da
espetacularização, desde sua matriz sonora até suas manifestações icônica e imagética, cujo
alicerce se manifesta sobre uma plataforma que o sujeito da aparelhagem é visto como um
local de representação de uma periferia que salta aos olhares externos como uma periferia
que se espetaculariza pelo LED, pelos fogos de artifícios, pela iluminação etc.
A mídia regional utiliza outro olhar para noticiar a festa de aparelhagem. Nela, a festa
é palco de atuação de uma criminalidade dissimulada, cujo discurso da violência é
redirecionado a outra ordem discursiva, ordem que permite que os discursos acerca de uma
barbaridade decorrente da implantação dessas festas, tanto na periferia quanto no centro,
ganhem uma nova conjuntura, cujos dizeres das instituições sociais, como a polícia e
ONGs, entram nas redes discursivas dando um valor para esse cenário das aparelhagens.
Conclusões
Referências
CUNHA, Tão longe, tão perto: A identidade paraense construída no discurso da mídia do
Sudeste brasileiro, Araraquara, UNESP, 2011.
DUBOIS, Jean et al. Dicionário de Lingüística; trad. Frederico Pessoa de Barros [et al].
SP: Cultrix, 1999.
_____. Microfísica do Poder. 24. ed. São Paulo: Ed. Graal, 2007.
_____. Foucault e Pêcheux na análise do discurso – diálogos & duelos. São Carlos:
Claraluz,2004.a
Introdução
A escolha deste nosso corpus, que faz parte de uma série de filmes dirigidos por
Herschell Gordon Lewis formada por seus chamados filmes gore, se deu pelas leituras dos
trabalhos de Michel Foucault sobre a descontinuidade na história. Identificamos, nestes
estudos, uma análise das normas que não silenciam aquilo que parecia fugir às análises
possíveis da história – a ruptura –, identificando, nestes fenômenos de ruptura, o lugar
limite à norma que a demarcam, como coloca Foucault em sua Arqueologia do Saber.
Material e métodos
Discente em Licenciatura Plena em História- UESB, campus de Vitória da Conquista.
Pós - doutorado em Discurso, Corpo e Cinema pela Sorbonne Nouvelle – Paris III. Professor Titular do
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e atua
nos Programas de Pós-graduação em “Linguística” e “Memória, Linguagem e Sociedade”, na Uesb. É líder do
Labedisco/CNPq – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo. www.uesb.br/labedisco. E-mail:
nilton.milanez@gmail.com
Resultados e discussão
A emergência de discursos que circulam nesse filme parece vir de encontro a anseios
de nosso próprio tempo. Nesse ponto, principalmente, o medo da morte elegido enquanto
elemento primordial, juntamente ao sangue no filme em questão. Se a morte,
compreendida enquanto tabu na fala comum e é assim interditada a essa, reaparece na
constituição do filme gore como elemento fundamental a ser dado a ver em primeiro plano
e que para além, deve se dar de forma excessivamente violenta, ela parece fundamentar o
elemento transgressor deste filme, identificando, assim, as normas de sua enunciação a
partir de suas rupturas numa descontinuidade.
Para além, como uma imagem sempre supõe outras, é no que chamamos, a partir de
Courtine, de intericonicidade, uma memória de imagens que percebemos no filme em
questão, a continuidade/descontinuidade entre os modos de dar a ver o corpo nos filmes
ditos Nude, nas revistas como a Playboy e no próprio Color me Blood Red, o que é identificado
no corpo das vítimas, sendo assim, retomamos Foucault para observar que o novo não está
no que é dito, mas no acontecimento à sua volta.
Conclusão
As questões que nos guiam neste trabalho, portanto, se relacionam a que corpo é o
corpo do gore e que relações corpóreo-discursivas o atravessam: o corpo cortado,
sanguinolento, corpo desmembrado, corpo exposto, violentamente morto, corpo mostrado
sob determinados enquadramentos, determinados movimentos de câmera e, ainda, corpos
sensuais, corpos suspeitos, corpos anormais. Enfim, todo um inventário de corpos no
audiovisual que nos colocam em relação à uma história do corpo, uma história discursiva
do corpo.
Referências
FOUCAULT, Michel. Arqueologia do saber. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves -7ed. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 2008.
______. Le jeu de Michel Foucault. Ornicar? Bulletin périodique du champ [reudien. n"
10, julho de 1977. (Tradução brasileira: Sobre a história da sexualidade. In: Microfísica do
Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1999, p. 244).
ROUYER, Philippe. Le Cinéma gore : une esthétique du sang. Les Éditions du Cerf,
Paris : 1997.
Introdução
Uma das coisas que me preocupam há certo tempo é que me dou conta
do quanto é difícil se suicidar. Refletem e enumeram o pequeno número
de meios de suicídios que temos à nossa disposição. Cada um mais
desgostoso que os outros: o gás, que é perigoso para o vizinho, o
enforcamento que é tão desagradável para a faxineira que descobre o
corpo na manhã seguinte, atirar-se pela janela, que suja a calçada. Além
do mais, o suicídio é, certamente, considerado da maneira mais negativa
Pós graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília (UCB), graduado em Filosofia
pela Faculdade Batista Brasileira (FBB) e integrante do Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo
LABEDISCO/CNPq/UESB. E-mail: vilmar@ibr.com.br.
Pós - doutorado em Discurso, Corpo e Cinema pela Sorbonne Nouvelle – Paris III. Professor Titular do
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e atua
nos Programas de Pós-graduação em “Linguística” e “Memória, Linguagem e Sociedade”, na Uesb. É líder do
Labedisco/CNPq – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo. www.uesb.br/labedisco. E-mail:
nilton.milanez@gmail.com
pela sociedade. Não somente se diz que não é bom se suicidar, mas se
considera que se alguém se suicida é porque estava muito mal
(FOUCAULT, 1981, p. 7).
Material e métodos
Tomamos como corpus desse trabalho, vídeos de curta duração sobre suicídios e
tentativas de suicídio, veiculados no youtube. Focalizaremos os estudos foucaultianos
como o compreendemos no quadro da Análise do Discurso no Brasil, objetivando a
discussão das noções de corpo e governo. Para tanto, nos questionamos: Que elementos
corporais são evidenciados nessas materialidades? Que posturas o corpo recria frente ao
governo do outro? E assim, com tais questões, entender com Foucault a relação do sujeito
frente ao governo do outro. Partindo daí, o corpo se apresenta ao mesmo tempo sob três
perspectivas de visibilidade nos vídeos: a) A especularização do sujeito suicida, b) A
evidenciação de seu corpo, c) A produção corporal regrada por normas de gerenciamento
da população.
Resultados e discussão
Por fim, nesse sentido, é recriada nesses vídeos a relação do sujeito com sua
sociedade, delimitando sua autonomia enquanto governo de si, bem como a força do
governo do outro sobre o sujeito.
Conclusão
Verificamos nos vídeos analisados que há uma política para o gerenciamento da vida,
marcada na posição de enfrentamento de segmentos sociais com o sujeito, a saber, os
bombeiros, a esposa, o patrão e até mesmo um desconhecido. A produção desse lugar se
centra no ideário de uma polícia da vida do indivíduo e da população. Essa vertente
imprime ao sujeito a marca do controle e de um saber histórico que nos exige viver, cuidar-
se de si e do outro no prolongamento da vida.
Referências
______. Entre o amor e os estados de paixão: conversa com Werner Schroeter. Paris,
Goethe Institute, pp. 39-47, 1982. Traduzido por Wanderson Flor do Nascimento. Em:
www.filoesco.unb.br/foucault.
Introdução
Material e métodos
Foi levantado, para este trabalho, um corpus de pesquisa que é composto por vídeos
amadores e individuais encontrados e disponíveis na internet, que apresentam sujeitos se
filmando e expondo a prática do cutting. Os vídeos estão hospedados em um site que
veicula conteúdos de temática sexual e pornográfica (www.heavy-r.com). Para pensar estes
vídeos, são tomadas as problematizações de Dubois (2004), definindo o vídeo como algo
Psicólogo graduado pela FTC – Faculdade de Tecnologias e Ciências de Vitória da Conquista. É integrante
do Labedisco/Uesb – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo. E-mail: vinicius.lsreis@gmail.com.
Pós - doutorado em Discurso, Corpo e Cinema pela Sorbonne Nouvelle – Paris III. Professor Titular do
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e atua
nos Programas de Pós-graduação em “Linguística” e “Memória, Linguagem e Sociedade”, na Uesb. É líder do
Labedisco/CNPq – Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo. www.uesb.br/labedisco. E-mail:
nilton.milanez@gmail.com
Resultados e discussão
Conclusões
Referências
DUBOIS, P. Cinema, vídeo, Godard. Trad. Mateus Araújo Silva. São Paulo: Cosac Naify,
2004.
FOUCAULT, M. Arqueologia do saber. Trad. bras. Luiz Felipe Baeta Neves. 7. ed. Rio
de Janeiro: Forense Universitária, 2008.