Olá, Internautas!
Instalações físicas
Com o objetivo de facilitar a higienização e de evitar problemas de contaminação e
proliferação de pragas, a RDC 216 destaca uma série de cuidados para as instalações da
empresa:
Pisos, paredes e tetos devem ter revestimento liso, impermeável e lavável e
devem ser mantidos em bom estado de conservação;
Os ralos devem possuir grelhas que permitam seu fechamento;
As portas e janelas devem estar bem ajustadas aos batentes;
As portas das áreas de manipulação e armazenamento de alimentos devem ser
dotadas de molas para fechamento automático;
Todas as aberturas para as áreas externas devem possuir telas milimetradas,
removíveis para facilitar a limpeza;
Toda área de produção e manipulação de alimentos deve possuir estações
exclusivas para a lavagem das mãos, incluindo sabão líquido bactericida ou
outro produto antisséptico, papel-toalha descartável não reciclado ou secador
de ar quente e lixeira adequada;
As áreas devem possuir iluminação suficiente para proporcionar uma boa
visualização das atividades realizadas e das características dos alimentos;
As luminárias utilizadas na cozinha devem possuir proteção contra explosão e
queda das lâmpadas;
As instalações elétricas e outras fiações devem ser mantidas embutidas ou
dentro de tubulações que facilitem a higienização das áreas;
Deve-se garantir exaustão adequada para haver a renovação constante do ar,
com a retirada de fumaça e outros gases e partículas;
Não deve haver incidência de fluxo de ar diretamente sobre os alimentos, não
sendo permitida a utilização de ventiladores voltados diretamente para as áreas
de produção e manipulação de alimentos;
Todas as superfícies de equipamentos, bancadas e utensílios que possam entrar
em contato direto com o alimento devem ser de material liso, lavável,
impermeável, de forma a facilitar a sua higienização e para impedir a
contaminação dos alimentos. É proibida a utilização de bancadas e utensílios de
madeira;
Todas as lixeiras, incluindo as dos sanitários, devem possuir tampa com um
sistema de abertura na qual não se utilizem as mãos.
Licença de funcionamento
Atenção: Os estabelecimentos que produzem e/ou manipulam alimentos somente
poderão funcionar no Estado de São Paulo mediante licença de funcionamento e alvará
expedido pela autoridade sanitária competente. Para a concessão da licença e alvará, os
estabelecimentos deverão estar cadastrados no Cadastro Municipal de Vigilância
Sanitária (CMVS) do Sistema Estadual de Vigilância Sanitária (SEVISA).
Microrganismos e contaminação
Contaminação física
A contaminação física ocorre quando há a presença, nos alimentos, de partículas
estranhas a olho nu.
Exemplos de contaminantes: caco de vidro, pedra no feijão, espinha de peixe, fio de
cabelo, lasca de metal.
Contaminação química
A contaminação química ocorre quando há a presença de substâncias químicas
indesejáveis nos alimentos.
Exemplos de contaminantes: produtos de limpeza como sabão ou detergente
proveniente do mal enxágue das mãos ou utensílios; cloro utilizado na sanitização das
verduras; pesticidas quando não é feita a correta higienização após a desinsetização do
ambiente ou quando há a aplicação incorreta desses produtos.
Contaminação biológica
A contaminação biológica ocorre quando há a presença de microrganismos prejudiciais
ou suas toxinas nos alimentos.
Exemplos de contaminantes: microrganismos como bactérias, fungos, vírus, além de
parasitos.
Contaminação cruzada
A contaminação cruzada acontece com a transferência de contaminantes de um
determinado local, superfície ou alimento para outros alimentos e superfícies através
de utensílios, equipamentos, mãos e outros.
É muito comum acontecer contaminação cruzada, principalmente através da utilização
de panos, equipamentos ou utensílios sem a devida higienização.
Multiplicação de bactérias
Higiene pessoal
Os seres humanos são os principais causadores das contaminações e carregam em todo
o seu corpo bactérias, incluindo muitas causadoras de doenças que podem ser
transmitidas a outros seres humanos através de alimentos. Por isso, é fundamental que
as pessoas que manipulam alimentos mantenham práticas higiênicas, que incluem:
Quando higienizar?
Ao manipular alimentos
Quando higienizar
Logo após sua instalação;
A cada seis meses ou toda vez que houver a ocorrência de acidentes como
entrada de animais, insetos e folhas;
Toda vez que o reservatório for higienizado é necessário fazer o registro
da operação em um formulário específico que pode ser criado pela
própria empresa. Caso o reservatório seja higienizado por empresa
especializada, esta deve entregar um certificado da operação, o qual deve
ser arquivado.
Recebimento
O recebimento é o primeiro contato da empresa com o alimento, o que deve ocorrer em
uma área específica, mantida organizada e muito limpa. Este é o momento da decisão
entre trabalhar com produtos de boa ou má qualidade. Ao receber um produto
comprometido ou contaminado, não há como transformá-lo em algo melhor. Por isso,
antes de aceitar qualquer entrega, deve-se tomar alguns cuidados essenciais:
Confira os rótulos das embalagens e jamais aceite produtos com prazo de
validade vencido;
Prazo de validade
Após a abertura das embalagens originais, perde-se o prazo de validade informado pelo
fabricante, devendo-se embalar o produto novamente e identificar com nova validade.
Produtos enlatados e os que forem retirados da embalagem deverão ser armazenados
em recipientes tampados e identificados, sob as condições de temperatura indicados
pelo fabricante.
Os alimentos secos poderão possuir validade máxima de 30 dias após serem abertos ou
retirados da embalagem original, desde que não ultrapassem a validade estipulada pelo
fabricante.
Hipoclorito a 1%;
Cloro orgânico.
Descongelamento
O descongelamento acontece mais rapidamente na parte mais externa do alimento, ou
seja, o calor penetra no alimento de fora para dentro. Para evitar que a temperatura das
partes externas do alimento permaneça por muito tempo dentro da zona de risco, deve-
se realizar o descongelamento de uma maneira segura:
Em refrigerador, à temperatura de até 5 graus, tendo o cuidado de
armazenar os alimentos sob descongelamento nas prateleiras inferiores
dos refrigeradores para evitar que o líquido escorra e contamine os
demais alimentos;
Em micro-ondas, quando o alimento for cozido imediatamente após o
descongelamento. Esse método é indicado apenas para pequenas
porções;
Como parte do procedimento do cozimento, desde que indicado pelo
fabricante, por exemplo, o hambúrguer.
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Cynthia Papa
Boas práticas na manipulação dos alimentos
Resfriamento
Jamais coloque grandes porções de alimentos quentes em um refrigerador ou
congelador, pois podem elevar a temperatura dos outros alimentos armazenados até a
zona de risco e, até mesmo, danificar o equipamento.
Antes de ser armazenado, qualquer alimento quente deve ser resfriado o mais rápido
possível para evitar temperaturas de risco. O resfriamento deve ser feito baixando-se a
temperatura em torno de 60 graus até 10 graus, em um tempo máximo de 2 horas.
60 2 10
graus horas graus
Armazenamento
O correto armazenamento de alimentos e bebidas diminui os riscos de perda e
contaminação dos produtos. Para isso, a área de armazenamento deve ser mantida
Refrigerados e congelados
Para evitar a contaminação e garantir o correto funcionamento dos equipamentos de
refrigeração e congelamento, é necessário estar atento a uma série de cuidados de
manutenção e organização durante a estocagem de produtos refrigerados e congelados,
conforme segue:
Não sobrecarregue os refrigeradores e respeite o espaçamento mínimo
necessário que garanta a circulação de ar;
Evite encostar os alimentos nas paredes dos equipamentos;
Abras as portas dos refrigeradores e freezers o mínimo possível para
evitar a perda de ar frio;
Limpe e descongele os equipamentos com frequência para manter a
temperatura adequada;
Não permita o acúmulo de gelo nas serpentinas (mais do que 1 cm), pois
dificulta o funcionamento dos equipamentos;
Armazene, preferencialmente, carnes, aves, peixes crus e alimentos
prontos para consumo em refrigeradores separados, caso contrário, a
temperatura do equipamento deve ser ajustada de acordo com o
alimento que necessite de menor temperatura;
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Cartilha sobre boas práticas para
serviços de alimentação. Resolução – RDC n° 216/2004. Brasília. 3ª edição.
Portaria 2619/11 – SMS – Publicada em DOC 06/12/2011, p. 23.
Portaria CVS 5, de 09 de abril de 2013
DOE de 19/04/2013, n° 73 – Poder Executivo – Seção I, p. 32-35.
SEBRAE – Comece Certo Restaurante. São Paulo, 3ª edição, 2010.