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SALVAMENTO E RESGATE EM ALTURA

Os centros urbanos apresentam numerosas estruturas verticais, concebidas para as mais


diversas finalidades, de dimensões variadas. No meio rural não é diferente, onde as empresas
apresentam instalações cada vez maiores, destinadas à produção e ao armazenamento, como é o
caso dos silos, por exemplo, projetados para armazenarem cereais.

São locais elevados, onde eventualmente há a necessidade se realizar alguma atividade,


como por exemplo, pintura de fachadas, instalações e manutenção elétricas diversas, substituição
de elementos da estrutura, inspeção, entre outras. Para esses fins, o local e o acesso são sempre
difíceis. Um exemplo claro de risco permanente é a construção civil (prédios e montagem
industrial, por exemplo). A todo o momento o trabalhador esta sujeito a um acidente.

Esse fato é agravado pelas condições de trabalho brasileiras, em que as leis e normas de
trabalho são facilmente ignoradas. Onde regras básicas de saúde e segurança do trabalho são
encaradas, por exemplo, como “atraso na produção”, “despesa extra” e/ou mera “formalidade
legal” por parte dos empregadores e “perda de tempo”, “frescura”, “desconforto” e/ou “perda do
tato” por parte dos empregados, resultando em negligencia generalizada.

É bem verdade que pra toda regra há exceção. Existem empregadores (empresas) e
empregados (funcionários) que cumprem de forma exemplar a lei. O interessante é que nesse
caso, o fazem por convicção.

Todavia, há que se considerar a necessidade de se atender uma ou mais vitimas em


situação de perigo iminente, necessitando ou não de atenção clinica ou traumática, em áreas
elevadas de difícil acesso urbanas (edificações residenciais, comerciais, industriais, etc.) e rurais
(íngremes, montanhosas, edificações agroindustriais, pontes, etc).

O Salvamento e o Resgate Técnico

Salvamento consiste em livrar de risco ou perigo iminente, pessoa ou animal, ileso, que
se encontre nesta condição por força das circunstancias e/ou das adversidades do ambiente,
colocando-a em segurança.

Resgate Técnico consiste em recuperar de local de difícil acesso, por meio de técnicas e
procedimentos especiais, pessoa que necessite de atendimento pré-hospitalar, clinico ou
traumático, estabilizando-a adequadamente para o transporte (remoção) do local, removendo-a
para local seguro ou hospital.
Histórico

Quanto às origens das técnicas de resgate vertical, temos o alpinismo como base. Após a
conquista do Mont Blanc, em 1786, houve um aumento das atividades em montanha e com isto
um aumento do número de vítimas.

As primeiras unidades de salvamento foram criadas no início do século XIX, na região de


Chamonix, na França, e nos Alpes suíços.

Com o desenvolvimento vertical no meio urbano, ocorrido a partir de 1930 e os acidentes


em edifícios a partir de então, a 2a Guerra Mundial e, principalmente, o aumento de acidentes em
atividades esportivas, surgiu à necessidade de pessoas habilitadas e capacitadas tecnicamente
para a realização de resgate e atendimento de primeiros socorros em locais de difícil acesso.

A necessidade de um atendimento rápido no próprio local, fez com que os próprios


participantes atuassem como socorristas, surgindo daí as primeiras equipes de resgate.

O rapel

Para alguns, um esporte, para outros, uma ferramenta de trabalho, para outros tantos,
ambas as coisas, desperta na maioria das pessoas um sentimento de medo, talvez por pensarem
em algo extremamente perigoso, arriscado onde pessoas se penduram à beira de abismos, pontes
ou prédios. É certo que o rapel é uma atividade de risco, mas poderá lhe proporcionará sensações
e imagens indescritíveis. Essas sensações serão ainda maiores se empregado como ferramenta de
trabalho, onde você poderá salvar uma vida ou colocar uma pessoa em segurança.

Comportamento

Para uma boa prática do rapel é necessário respeito aos seus limites, ética, sentimento (e
comportamento) ecológico e principalmente espírito de grupo, pois nas alturas não há espaço
para brincadeiras e individualismo.

É preciso estar sempre atento para si e para seus companheiros, pois se trata de uma
atividade, quer seja esportiva ou de trabalho, onde o coletivo (Equipe) e o solidário (cooperação)
são fatores fundamentais e decisivos onde um sempre dependerá do outro para o êxito da mesma.

Finalidade
Os adeptos dos esportes radicais empregam o rapel como forma de lazer e de aventura na
busca por descargas adrenérgicas e de novas paisagens. Mais recentemente tem sido utilizado, e
cada vez mais, para colocar um determinado profissional em local estratégico para a realização
de tarefas especificas nas mais diversas situações, dentro de empresas, na construção civil, na
área de comunicação visual, entre outras.

Porém, para nós Bombeiros, o rapel, entre outras técnicas verticais, têm um objetivo mais
especifico – e importante – que é permitir que nossas equipes de socorro pré-hospitalar acessem
locais elevados, encostas, espaços confinados, etc., e realizem o resgate e transporte de uma
vítima, sem agravar suas lesões, fornecendo Suporte Básico de Vida (SBV) em todas as fazes da
operação.

Planejamento

O sucesso de uma atividade, seja esportiva, de trabalho ou de resgate, está diretamente


relacionado ao planejamento preliminar. Este planejamento consiste em:

- Avaliar tecnicamente a atividade a ser realizada;

- Determinar os recursos humanos (Equipe), em quantidade e capacidade suficientes,


reconhecendo suas limitações;

- Reunir e conferir o material a ser utilizado, sem esquecer o indispensável (avalie bem
e não se sobrecarregue com o desnecessário);

É preciso estar preparado para eventualidades como chuva, frio ou calor, que podem
acarretar atrasos ou impor dificuldades extras à atividade.

Ao se sair para atividades de rapel esportivo, de trabalho ou resgate, deve-se comunicar


para onde vai, a duração prevista, o número de pessoas envolvidas e telefone para contato. Não
é, necessariamente, o nosso caso já que a SOp devera estar ciente e ter o controle da
movimentação da guarnição de socorro.

Segurança

Para trabalhos em altura, é obrigatória a utilização de EPI (Equipamento de Proteção


Individual), bem como, de EPC (equipamento de proteção coletiva), necessários à segurança do
pessoal.
Cada integrante é elo fundamental para o sucesso da operação, além do que, estamos
falando de vida(s)... Um membro da equipe lesionado significa perda daquela mão de obra
especializada e mais uma vitima a ser atendida. É complicação em dobro.

É necessário o aprimoramento das técnicas de segurança e a conscientização de todos no


cuidado e acondicionamento de EPIs, de maneira que estejam sempre em condições de serem
utilizados.

Os equipamentos de resgate e salvamento devem estar sempre em condições de pronto


emprego.

O trabalhador (bombeiro) e/ou esportista deverá ter condições físicas, técnicas e


emocionais para executar atividades de resgate.

É de fundamental importância a realização de exames médicos periódicos com objetivo


de se evitar acidentes, pois os portadores de cardiopatias, labirintites e acrofobia (medo mórbido
de altura). Por exemplo, a princípio, não devem executar serviços em planos elevados.

Lembre-se:

- Resgate técnico é uma atividade de alto risco!

- Não menospreze as mínimas informações. Tudo tem uma finalidade, uma razão e um
por que;

- Revise sempre seu equipamento e os de sua equipe;

- A responsabilidade pela utilização das técnicas e dos equipamentos é sua;

- Nunca fique perto de abismos, sem segurança;

- Mantenha a equipe informada sobre seu grupo sangüíneo, alergias, uso de


medicamentos, cirurgias já realizadas e outras informações que julgar necessárias;

- Nunca fique em dúvida. Repense (reconsidere) seu procedimento. Pergunte


sempre!

“Até mesmo os macacos mais experientes podem cair das árvores.”


(provérbio chinês).

Material e/ou Equipamento


Antes de adquirir qualquer material, devemos estar certos de que é de boa qualidade, que
possua CA do MTE (ministério do trabalho e emprego) e que realmente poderá ser bem
utilizado, sendo de uso simples, mas eficiente.

É dispensável adquirir um determinado material, mais sofisticado, que na realidade não


servirá para nada além de valorizar seu equipamento e de representar um peso a mais na mochila.
SUA VIDA DEPENDE DO SEU MATERIAL, por isso cuide bem dele. Certifique-se de que o
mesmo esteja sempre em boas condições e pronto para uso.

Quando digo “seu” material estou me referindo também, e principalmente, ao material


que é carga da viatura ou instituição, pois quando outro colega de trabalho for usá-lo, em uma
nova emergência ou treinamento, não terá como saber que tipo de agressão o mesmo sofreu.

É importante lembrar que nossa vida profissional é cíclica. Hoje usei de forma
inadequada, nociva, determinado equipamento e o guardei sem manutenção. Amanhã outra
pessoa poderá usá-lo e estar exposta a um risco desnecessário e traiçoeiro. Passado algum tempo,
você poderá ter que utilizá-lo novamente. Como você irá se sentir? Tranqüilo. Se tiver juízo,
duvido!

Bom, existem normas que regulam a utilização, capacidade e finalidade desses materiais,
as quais eu citarei neste material.

A seguir apresentarei o material de uso mais freqüente.

Embora ocorram modificações freqüentes devido ao aprimoramento das técnicas e,


consequentemente, da tecnologia empregada na confecção dos mesmos, fica aqui o referencial.

Vestuário

As roupas não devem ser muito justas, pois podem limitar os movimentos, da mesma
forma que roupas largas demais podem atrapalhar e oferecer riscos.

Tenha cuidado para que as mesmas não interfiram com a função dos equipamentos, como
por exemplo, entrando com a corda no freio “oito” ocasionando um bloqueio indesejado ou
perigoso.

Iluminação

Em se tratando de atendimento de ocorrência pelo Corpo de Bombeiros, a iluminação


deveria ser considerada um sistema, composto pelos meios existentes na própria viatura, por um
gerador de corrente elétrica, extensões, torres ou suportes para faroletes fixos e faroletes móveis.
É importante que se disponha de lanterna(s) de uso coletivo, com boa capacidade de
iluminação. São preferíveis as de duas pilhas (médias ou grandes).

Da mesma forma, é importante que cada membro da equipe disponha de uma lanterna
para cabeça, de uso individual. Nesse caso, as lanternas dotadas de LEDs são as mais indicadas.
Dependendo da duração do evento leve pilhas reservas.

Intempérie

As equipes devem estar dotadas de capa de chuva especial, adequada a atividade, com
tratamento impermeabilizante. Para o frio, abrigo apropriado ao trabalho, que seja quente e não
volumoso.

Kit de Primeiros Socorros

Toda equipe de resgate, via de regra, deve ser dotada de uma bolsa de primeiro
atendimento. Essa bolsa ou mochila (preferível), que precisa ser resistente, prática e
impermeável.

Deve conter:

 EPI (luvas de procedimento, óculos de proteção e mascara cirúrgica);

 Reanimador manual (ambú);

 Conjunto de cânula de guedel;

 Tesoura;

 Pinça;

 Talas de papelão;

 Ataduras e gazes;

 500 ml de soro fisiológico 0,9%;

 Fita adesiva e esparadrapo; e

 Duas bandagens triangulares.

Obs.: esta é uma configuração mínima (básica) e não necessariamente definitiva.

Quando em operação, se necessário, a equipe usara em beneficio próprio os matérias


desta mesma bolsa.
Se você for praticar o rapel de forma desportiva, a laser ou a trabalho, é recomendável
que providencie um pequeno kit de primeiros socorros.

Hidratação

Deve possuir um recipiente para armazenar água com capacidade suficiente para atender
as necessidades da equipe.

Recomenda-se no mínimo 01 litro d’água. Um cantil é uma boa escolha.

Calçado

Deve ajustar-se ao pé confortavelmente e o solado deve ser aderente (antiderrapante), de


maneira que não permita escorregões.

Existem calçados especialmente desenhados para este fim.

Cinto de salvamento

É um tipo de “cadeirinha”, projetada para sustentar o bombeiro, proporcionando


segurança e conforto, durante as operações de salvamento e resgate.

O modelo varia de acordo com o fabricante. Atualmente esta se tornando comum a


utilização do “baudrier” ou “cadeirinha”.

Baudrier ou Cadeirinha

É um tipo de cinto de segurança, utilizada inicialmente por alpinistas, projetado para


distribuir o impacto de quedas e proporcionar conforto ao escalador durante a ascensão.

Existem basicamente dois tipos: Integral e Cadeirinha.

Há também a possibilidade de se montar um conjunto a partir de acessórios.


Cadeirinha simples Cadeirinha Integral Simples c/ peitoral e
talabartes

As cadeirinhas também podem ser confeccionadas com cabos solteiros de 10 a 12 mm,


embora não sejam tão confortáveis. Existem dois tipos básicos:

 Japonesa: é segura por apresentar bom arremate e ajuste ao corpo, sendo indicada
para o Resgatista (Bombeiro), é um nó simples e rápido de atar quando se precisa subir ou descer
uma pessoa de uma árvore, barranco ou outro ponto;

 Belga (ou rápida): de menor segurança, mas maior facilidade e rapidez de


aplicação sendo indicada para a vítima.

MVI_0329.AVI

Mosquetão

Anel de duralumínio ou aço, com mola que se fecha automaticamente, usado para
segurança individual, costuras, etc.
Existem diversos tipos de mosquetões, com cargas de ruptura diferentes, onde cada um
deles apresenta vantagens e desvantagens, de acordo com a finalidade para a qual foi concebido.

Para segurança individual e outras situações que exijam um alto nível de segurança
(descida, segurança com oito, etc.) utilizamos mosquetões com rosca (impede a abertura do
mesmo), podendo ser de base larga ou não. Alguns modelos possuem trava automática.

Cabo Solteiro

Corda de segurança individual com ± 5 m de comprimento e ± 10 mm de espessura.


Quando fixada no cinto ou baudrier, se destina a prender ou “costurar” o bombeiro a um ponto
de segurança. Pode cumprir outras finalidades como servir de cadeirinha, por exemplo. foto

Oito

Aparelho com formato de um oito que se destina a descida e segurança.

A parte da corda que envolve o aparelho na parte central pode deslizar e formar um nó
boca de lobo, o que é uma falha neste equipamento. Caso isso aconteça a descida se torna
impossível e pode ter graves conseqüências: caso ocorra em um lugar perigoso, como uma
cachoeira. Existem equipamentos de descensão que não oferecem esse risco e possuem outros
recursos.
Outros descensores

DESCENSORES: I'D DESCENSORES: STOP DESCENSORES: ATC

Cordelete ou Cordin

Corda de  8 mm de diâmetro e cerca de 1,5m de comprimento usada para vários fins,


como confecção de nós autoblocantes (prussik, marchand, Bakmam etc), usados em ascensão e
segurança.

É recomendável ter pelo menos um par preso ao baudrier para uso imediato.

Mochilas

Mochila de Ataque:

Utilizada em operações onde a quantidade de material é reduzida.

Mochila Cargueira:
Ao contrário das mochilas de ataque, é usada quando se transporta grande quantidade de
material e alimentação (se for o caso).

Retinida

Corda de aproximadamente 5 mm de diâmetro, de boa resistência, e de comprimento


variável, conforme a necessidade. Usada para rebocar material ou passar um cabo principal
(corda de trabalho).

Costuras

Usado para unir temporariamente dois pontos, por exemplo, em segurança.

Costura Normal: MOSQUETÃO + FITA

Costura Expressa: MOSQUETÃO + FITA + MOSQUETÃO

Escadinha (estribo)

Artefato de corda e duralumínio usado em escaladas artificiais.

CAPACETE

Utilizado para proteção, durante as atividades em altura, em caso de quedas do bombeiro


ou de materiais (pedras, ferramentas, pedaços de madeira, etc.) diversos. Deve ser leve, de
material bastante resistente e preso à cabeça por jugular. É recomendável constar o nome do
bombeiro e o tipo sangüíneo.

Luvas de Couro (Vaqueta)

Devem ser resistentes e apropriadas para a atividade. Podem ser com ou sem reforço e
deve se ajustar confortavelmente a mão do bombeiro para permitir maior sensibilidade (tato) e
manejo.

Óculos

Destinado a proteger os olhos contra partículas e objetos, preservando a integridade e


autonomia do resgatista.

Apito

Dependendo do local, servira para alertar um companheiro ou para comunicação


mediante convenção prévia.

Canivete

Serve para situações de emergência, onde o bombeiro poderá ter que cortar uma corda
para se safar ou liberar uma vitima, entre outras coisas.

Polias e roldanas

Peças utilizadas com a finalidade de redução de carga, facilitando assim o içamento.


Trata-se de equipamentos extremamente úteis para reduzir o atrito em diversas manobras. Deve-
se ter muita atenção para a carga usada e no mosquetão adequado para que não haja torção da
roldana fazendo com que à mesma desmonte. Há uma variedade desses equipamentos e
sua aplicação é variável segundo a necessidade de cada atividade, como vemos abaixo.

Cordas

As cordas podem ser classificadas basicamente em dois tipos: dinâmicas e estáticas.

Cordas dinâmicas: normalmente usadas em escaladas, pois são dotadas de uma


elasticidade bastante elevada. Esta elasticidade serve para absorver o impacto de uma queda. No
montanhismo as cordas possuem em média 50 m com diâmetro aproximado de 10,5 mm.

Cordas estáticas: as cordas estáticas são dotadas de uma elasticidade muito inferior às
cordas dinâmicas e não são concebidas para assegurar quedas. Em caso de queda muito grande
os esforços na corda podem ser fatais. Em contrapartida, elas permitem ações muito precisas nas
fazes de manobra e rapel, sendo muito usadas em operações de salvamento e resgate.

Cuidados com a corda

 As cordas devem ser periodicamente lavadas (com sabão neutro);

 Devem secar a sombra;

 Deve-se mantê-las afastadas de produtos químicos, corrosivos, etc.;

 Cada corda deve ter uma ficha com seu histórico, onde depois de cada operação deve
ser anotada a data e o tipo de atividade;

 Nunca devem ser guardadas molhadas;

 Cada corda deve ser sempre vistoriada, antes e após o uso. Em caso de dano, a corda
deve ser cortada no local (dano isolado) para reaproveitamento das partes restantes e assim evitar
acidentes (rupturas);

 Devem estar sempre bem acondicionadas;

 Deve-se fazer falcaça nas pontas (chicotes) para evitar que desfiem; e

 NUNCA! NUNCA devem ser usadas para outro fim que não o de salvamento e
resgate, como por exemplo, sustentar e/ou tracionar cargas diversas do tipo (tronco de árvores,
motores, rebocar veículos, etc.).

Formas de preparo das cordas para acondicionamento e transporte:

Embobinamento simples
Para cordas com até 30 m.

Embobinamento para transporte às costas

Para cordas com mais de 50 m Para cordas com até 50 m.

Termos usuais referentes às cordas

Para se aprender, ensinar e trabalhar adequadamente com uma corda é importante que se
denomine e conheça cada parte de sua extensão e conforme sua apresentação em dado momento.
Por exemplo:

- Chicote: é extremidade da corda e com o qual, geralmente, se executa o nó;


- Falcaça: é o arremate nas extremidades de uma corda com o objetivo de impedir
que ela se desfaça (desfie);

- Seio: meio da corda;

- Cocas: são voltas que surgem eventualmente em uma corda (por falta de um
destorcedor, por exemplo);

- Permear: dobrar a corda ao meio (dividindo), juntando os chicotes.

Distorcedores

Equipamentos destinados a evitar torção na corda, prevenindo acidentes e eventuais


danos a mesma.

Ancoragens

Ancoragem é o ponto ou conjunto de pontos onde a corda é fixada, seja em grampos,


chapeletas, imóvel, árvores, estrutura metálica, prédios, etc.

Aspectos importantes a serem observados nas ancoragens:

 Observar que muitos pontos tendem a danificar a corda ou fitas da ancoragem, por
isso deve-se cobrir tais pontos com lonas, mangueiras, etc.;

 Avaliar a direção para onde a corda está sendo tracionada;


 Só usar pontos de ancoragens de procedência e histórico conhecido;

 Observar a distribuição da corda nos pontos (equalização). Isto evita que a carga se
concentre apenas em um ponto;

 O ângulo não deve ser superior a 90o entre os pontos;

 Respeitar uma distancia mínima de 20 cm entre os pontos e rachaduras, etc.

 O ideal é ter 3 pontos e no mínimo 2 pontos de ancoragens.

Tipos de ancoragens

Naturais

São as encontradas na própria natureza, como árvores, pedras, etc.

Artificiais

São aquelas introduzidas pelo homem, como grampos, chumbadores, estrutura de


concreto ou madeira, chassi de veículo, etc.

Atenção

O ponto de partida para qualquer ancoragem complexa não é criar um ângulo muito
grande entre as pernas do sistema de ancoragem. Idealmente, este ângulo não pode ultrapassar os
90o, e nunca deve exceder 120o. A partir deste ângulo, as forças em cada perna da ancoragem
serão maiores que a carga que está sendo sustentada. Esta regra serve também para
TIROLESAS.

Relação entre Ângulos e Cargas

Ângulos (lados do triangulo) Carga em cada ponto

30º 52%

60º 58%

90º 71%

120º 100%

150º 193%
160º 290%

180º Infinito...

Repartição ou divisão de esforços sobre as amarrações em função do ângulo.

Equalização entre duas ancoragens.

O nó reduz o choque em caso de ruptura de um dos pontos.

Equalização entre três pontos de ancoragem.

Existem diversos equipamentos destinados à ancoragem, sendo as fitas e talabartes de


ancoragem, os mais empregados.
Dois pontos com equalização Três pontos com equalização

Segundo ponto como segurança Equalização perfeita, nunca maior que 60º

Três pontos equalizados

Triangulo_de_fuerzas_semi_bloqueado.wmv
MOSQUETÕES: CORRETO carga no sentido bidirecional MOSQUETÕES:
INCORRETO carga em multiplos sentidos

Alem desses equipamentos, temos as placas multiplicadoras de ancoragem, que tem por
finalidade ligar e sustentar mais de uma carga independente, a partir de um ponto de ancoragem
principal.

Tripé

Usado para salvamento e resgate em poço, é muito útil e versátil, sendo de emprego
limitado a uma superfície plana e estável para seu perfeito apoio e sustentação.
Serve para descer e içar o resgatista ou trabalhador em poço e o seu material como
também para içar uma vitima por meio de cadeirinha ou imobilizada em maca.

Macas

São, em sua maioria, equipamentos rígidos destinados à imobilização e ao transporte


adequado de uma vitima. Podem ser confeccionados em diversos materiais, tais como: madeira
(compensado naval), PVC, metal (alumínio, aço, etc.), resinas diversas, etc. Para cada caso um
equipamento diferente, mas com o mesmo objetivo: imobilizar adequadamente a vitima,
garantindo transporte seguro, tanto no resgate quanto na remoção em ambulâncias ou no intra-
hospitalar.
Descida de Maca com Acompanhante

Quando as condições da vítima exigir uma assistência constante, ou o terreno do resgate


for acidentado ou irregular e que não permita uma descida livre e desimpedia da maca, torna-se
necessário o acompanhamento de um assistente médico ou um resgatista juntamente com a
maca. Nestas condições, a descida da maca é efetuada utilizando-se duas cordas, sendo uma
principal e uma de segurança, ambas controladas de cima, por integrantes da equipe. Portanto
torna-se necessário um treinamento adequado de toda a equipe e uma criteriosa seleção de
equipamentos.

Nós e voltas

Existe uma infinidade de nós e laços, muitos dos quais são de grande utilidade para fins
específicos, enquanto outros são apenas decorativos ou não passam de curiosidade.

Seria interessante e divertido conhecer todos, porém, na prática, vale mais conhecer a
fundo os poucos nós verdadeiramente úteis para o seu fim particular, conhecer sua aplicação
correta e saber fazê-lo sob quaisquer circunstâncias.
Isto é uma verdade, sobretudo no salvamento e resgate técnico, onde a sua vida,
literalmente, poderá depender de um simples nó realizado, por exemplo, sob chuva, a noite,
sem lanterna e a 15 metros do solo...

Características de um bom nó

- Fácil execução;

- Possuir baixa perda de resistência;

- Apresentar o máximo de segurança;

- Apertar sempre que exercer pressão sobre ele;

- Ser fácil de desatar.

Nó, Resistência relativa

Nenhum nó, corda ou fita tensionada diretamente mantém a resistência de 100%.

Resistência dos principais nós utilizados nas operações de resgate:

Azelha em Oito 70 - 75%


Lais da Guia 70 - 75%
Pescador Duplo 65 - 70%
Azelha Simples 60 - 65%
Volta de Fiel 60 - 65%
Nó de Emenda de Fita 60 - 70%

Tipos de nós

Simples(half hitch)

É um nó elementar, raramente utilizado individualmente. É aplicado principalmente em


combinação com outros nós ou como arremate. Popularmente conhecido como nó cego. É um nó
“cavalgante”, isto é, não tranca em contato com superfícies irregulares. Uma de suas versões é
muito utilizada para o fechamento dos anéis de fitas planas ou tubulares
Nó Direito Utiliza-se para unir duas cordas da mesma
espessura.

Nó Direito Alceado
Como o Nó Direito simples é utilizado para unir dois
cabos da mesma espessura, porém possuí uma alça que desata o
nó quando puxada. Geralmente é usado quando o nó direito não é
permanente e precisará ser desfeito mais tarde.

Pescador (simples ou duplo)

Perda de resistência = 25%

Provavelmente é o melhor nó para unir duas cordas, mesmo que sejam de diâmetros
diferentes. É utilizado para fechar o arremate da cadeirinha de Bombeiro.

Obs.: não é aconselhado para unir cabos para descida. Nesse caso recomenda-se o nó oito
enfiado.
Oito Enfiado

Perda de resistência = 20% a 30%.

Tem as mesmas aplicações que o nó de pescador, porém é mais volumoso. É muito


seguro, embora possa ser facilmente desatado, mesmo tendo sofrido forte tensão. É
confeccionado invertendo o sentido de entrada de uma das cordas, é um nó bastante eficiente
para unir cordas de mesmo diâmetro. Muito utilizado para fechar anéis de cordelete.

Nó oito duplo de emenda com uma alça


Volta do Fiel ou Marinheiro

Perda de resistência = 40%.

Um dos nós mais úteis que existe. É usado principalmente como nó de ancoragem,
podendo ser utilizado por intermédio de um mosquetão ou em volta de uma estrutura (metálica
ou de concreto, de uma árvore ou outros locais), por exemplo. Tem a vantagem de poder regular
o comprimento do ponto de ancoragem sem se soltar ou desfazer o nó. Como o boca de lobo
também é utilizado para fixar cordas ou fitas nos mosquetões conectados nos pontos de
ancoragem. Muito usado para confeccionar uma auto-segurança longa. Começa a falhar acima
dos 500 Kg de tensão ou impacto.

Como o boca de lobo também é utilizado para fixar cordas ou fitas nos mosquetões
conectados nos pontos de ancoragem. Muito usado para confeccionar uma auto-segurança longa.
Começa a falhar acima dos 500 Kg de tensão ou impacto. Reduz 50% a resistência das cordas
UIAA

Recomendado pela UIAA (Union Internationale d’Associations d’Alpinisme) para ser


aplicado no mosquetão no momento de dar segurança dinâmica. Devemos tomar muito cuidado
ao executá-lo, pois é muito fácil fazê-lo de maneira errada.

Em caso de emergência, pode ser usado como freio de descida por meio de um
mosquetão.

Tem o grande inconveniente de causar atrito de corda sobre corda, o que no, caso de
queda, poderá levar a um desgaste excessivo. UIAA- nó dinâmico - usado quando a nescessidade
de debriamento na descida. Pode ser utilizado também para tracionamentos (é um meio boca de
lobo).

UIAA confeccionado com a corda dentro do mosquetão.


Valdostain - Nó blocante usado em cordas tensas para emergências

Azelha ou Azelha Simples

Perda de resistência = 50%.

Para fazer uma azelha, a maneira mais fácil é dar um nó simples na corda dobrada. Ao
contrário do que às vezes se afirma, é um nó forte e confiável, tendo como único inconveniente o
fato de ser difícil de desatar depois de ter sido submetido à tensão (em uma corda molhada pode
até ser impossível).

É um nó de ancoragem.

Oito Dobrado ou Azelha Dupla

Perda de resistência = 20% a 30%.

Não tem os inconvenientes do nó de azelha, sendo preferível para as aplicações de


ancoragem e encordoamento.
Nó de Fita ou Nó Duplo

Perda de resistência = 36%.

Poucos nós se mantém satisfatoriamente em fitas, e curiosamente é o nó simples repetido.


Para executá-lo, faz-se numa ponta da fita um nó simples, não muito apertado, passa-se nele a
outra ponta de fita em sentido contrário, seguindo todas as voltas da primeira, e por fim aperta-se
bem. É um nó de grande confiança, porém com o tempo tende a correr um pouco. Recomenda-se
verificá-lo de quando em quando.

10 cm
Prussik

Perda de resistência = 50%.

É um nó autoblocante e bidirecional, muito conhecido e de grande utilidade para os


montanhistas. É simples de fazer até com uma só mão. Tem a particularidade de, sob tensão,
prender-se na corda principal e de correr facilmente uma vez aliviada a tensão. Para ter o seu
máximo efeito, a cordinha (cordelete) de prussik deve ter, mais ou menos, a metade do diâmetro
da corda principal. Quanto mais se aproximam os diâmetros, menos eficaz torna-se o nó. No
caso do nó deslizar, por exemplo, numa corda molhada, pode-se fazer mais voltas.
Marchand

Perda de resistência = 50%.

Também de extrema simplicidade, serve para os mesmos fins que o nó prussik, embora
apenas atuando numa direção (unidirecional), o que pode ter suas vantagens, por exemplo,
quando você estiver puxando uma carga pesada (ou um acidentado) para cima e tiver que evitar
que a mesma desça novamente cada vez que você parar para descansar. Existem outras variantes,
como o marchand bidirecional que aproveita 100% da resistência do cordelete, trabalhando p/
ambos os lados.

Machard entrelaçado

Utilizado para fazer auto-segurança ao rappel, no mínimo deve fazer 7 cruzamentos para
que seja eficaz
Nó Coelho

Perda de resistência = 18%

Este nó se realiza confeccionando um “oito” duplo, inserindo a corda dobrada (duas


alças) e englobando todo o nó com esta mesma alça. Obtém-se, assim, dois anéis de
comprimento regulável. É particularmente útil para suspender cargas elevadas.

Pode ser usado também para suspender duas pessoas num mesmo pedaço de corda.
Também é muito usado em ancoragens.
BOCA DE LOBO

É um dos nós mais utilizados para unir anéis de fita ou corda e fixá-los
diretamente nos pontos de ancoragem naturais. Reduz 50% a resistência das cordas.

Nó de Escota
Utiliza-se para unir duas cordas de diferente espessura.

Nó de Escota Alceado
Mesma utilidade do escota, só que mais fácil de desatar. é muito utilizado
para prender bandeiras na adriça.

Nó de Correr
Serve para fazer uma alça corrediça em uma corda.

Volta da Ribeira
Utilizado para prender uma corda a um bastão (tronco, galhos, etc.) depois
mante-la sob tensão.

Catau
Utiliza-se para reduzir o comprimento de uma corda sem cortá-la. Serve
também para isolar alguma parte danificada da corda, sem deixá-la sob
tensão.
Nó de Arnez
é utilizado para fazer uma alça fixa no meio de uma corda (sem utilizar as
pontas).

Balso pelo Seio


Serve para fazer duas alças fixas do mesmo tamanho em uma corda.

Fateixa
Serve para prender um cabo a uma argola.

Lais de Guia
Utilizado para fazer uma alça fixa (e bastante segura) tendo em mãos
apenas uma ponta da corda.

Volta Redonda com Cotes


Utilizado para prender uma corda a um bastão.

Volta do Salteado
Utilizado para prender uma corda a um bastão, com uma ponta fixa e outra
que quando puxada desata o nó.

Moringa
O Nó de Moringa é utilizado para amarrar um cabo em um gargalo de
garrafa ou jarro. é seguro e resistente.

Nó de Frade
Este Nó é usado para criar um tensor na corda. Pode servir para parar uma
roldana ou auxiliar na subida de uma corda como nó de apoio. Também
pode ser usado para a transmissão de código morse.

Enfardador
O Nó Enfardador permite ser sempre ajustado quando é necessário manter
uma corda ou cabo sempre esticado. Numa falsa baiana, por exemplo, ao
receber muito peso o cabo afrouxa, com este nó é possível estica-lo
novamente com firmeza ser desfazer completamente o nó.

Nó de Cabrestante Duplo
É comumente utilizado para formar uma cadeira improvisada para descida ou subida de
vítimas e socorristas.

Encapeladura simples e dobrada


Usados para formar alças que corram, a simples também é conhecida como algema.

Dicas importantes

1. Todos os nós devem ser aprendidos, para termos ciência de suas características,
dificuldades e falhas.

2. Existem observações de como utilizar um blocante, em que distância e em que


situação é melhor mudar e utilizar outro blocante.

3. Quando utilizarmos cadeirinha, procurar utilizar, se possível, um baudrier, para não se


expor a quedas traumáticas.

4. Ter em mente situações de auto-socorro, quando todos falharem e tudo ficar na sua
dependência, e dos materiais que você escolheu para ter em sua cadeirinha.

5. Devemos estar todos atentos, nos policiando uns aos outros, observando cada nó.

6. Somente a prática faz com que tenhamos segurança em nós mesmos, nos materiais e
em nossa equipe. Pratique! Tire dúvidas! Conteste!
Técnica de segurança

É primordial que tomemos o máximo de cuidado com a nossa segurança e,


principalmente, com a do nosso companheiro, pois um depende do outro.

Dê segurança como se fosse para você mesmo, o menor descuido poderá provocar
conseqüências desagradáveis. Existem diversos tipos de segurança. Aqui citaremos apenas as
mais usadas.

DESCENSORES: ATENÇÃO instalação do freio oito de forma incorreta poderá gerar o boca de
lobo.

DESCENSORES: Nó Boca de Lobo formado no freio oito


DESCENSORES: Montagem em simples "Clássico"

DESCENSORES: Montagem em Simples tipo "VERTACO"

DESCENSORES: Montagem em simples + mosquetão de freio adcicional + segurança no


mosquetão
DESCENSORES: Montagem em simples "Rápido" somente utilizado por profissionais
capacitados

DESCENSORES: Montagem em corda dupla "Clássico" com mosquetão auxiliar de freio tipo
“vertaco”

Sistema para descidas com vítimas sem segurança em solo


DESCENSORES: Montagem em corda dupla "Rápido" com mosquetão de freio auxiliar

DESCENSORES: Freio oito mini resgate aço

DESCENSORES: ATC
DESCENSORES: STOP

DESCENSORES: STOP montagem

DESCENSORES: I'D
Sistema utilizado para descer vítimas sem sair do solo

Sistema com trava quedas utilizado para retirada de vítimas de locais confinados com maca cesto

UIAA

É um tipo de nó autoblocante usado num mosquetão, muito bom para dar segurança
quando bem utilizado (principalmente para participante). Serve para descer uma vitima quando
se tem mosquetões sobrando e carência de aparelho “8”.
DESCENSORES: Nó Dinámico UIAA

DESCENSORES: Para emergências - nó Dinâmico - UIAA


Oito

Aparelho de descida também muito utilizado para dar segurança. Sua utilização permite
que a corda seja liberada gradativamente e se for exigido em uma queda, permitira o bloqueio da
corda imediatamente.

Técnicas de salvamento em Locais Confinados


MVI_0325.AVI

MVI_0326.AVI

MVI_0327.AVI

MVI_0328.AVI

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Técnica de descida

Existem diversos tipos de descida segura mas, sem dúvida, devemos tomar muito cuidado
no momento que vamos prepará-las, devendo verificar se não há nenhum problema com tudo que
a envolve, para não comprometer a segurança. Desça com calma e suavemente, sem pulos ou
paradas bruscas.

Podemos citar aqui alguns tipos de descida mais usados:

Rapel em “S”

Esta técnica de descida é praticada quando não tivermos nenhum equipamento, mas com
a desvantagem de ser incomoda pela fricção da corda ao redor da perna e do ombro, além de não
oferecer muita segurança.

Para executá-la com segurança, basta seguir os seguintes passos:

- Fixe a corda ao ponto de ancoragem, colocando-se de frente para


o mesmo;

- Faça com que a corda passe entre suas pernas;

- Segure o lado solto da corda que está atrás de você;

- Leve a corda até o ombro direito cruzando-a frente ao tórax,


jogando a mesma para trás;

- Segure com a mão direita o lado da corda que está fixado ao ponto de ancoragem e
com a esquerda o lado que está solto, na altura do quadril. Inicie a descida fazendo com que
deslize suavemente.

Comicci

Nesta descida, não temos o problema de ser tão incômodo quanto o rapel em “S”, mas é
necessário o uso de um baudrier e de um mosquetão de rosca.

Para executá-la com segurança, basta seguir os seguintes passos:

- Fixe a corda ao ponto de ancoragem, colocando-se de frente para


o mesmo;
- Fixe um mosquetão de rosca no baudrier (já vestido), passando por ele a corda;

- Segure o lado solto da corda que está atrás de você;

- Leve a corda até o ombro direito cruzando-a frente ao tórax, jogando a mesma para
trás;

- Segure com a mão direita o lado da corda que está fixado ao ponto de ancoragem e
com a esquerda o lado que está solto, na altura dos quadris. Inicie a descida fazendo com que
deslize suavemente.

Descida com aparelho

São os mais utilizados no momento, sendo bem mais confortáveis e seguros, além de
oferecerem a possibilidade de serem controlados por outro escalador colocado no final da corda,
podendo o mesmo travar a descida e blocar o aparelho com a corda.

Pode-se virar de cabeça para baixo ou rapelar de frente (rapel aranha).

Ao utilizar um aparelho, é aconselhável fazer um nó na ponta da corda, para garantir a


segurança, principalmente do primeiro a descer.

Fator de queda

É a relação entre a distância de queda e o comprimento total da corda de ancoragem


usada para bloquear esta queda. Calcula-se o fator de queda para estimar a força de impacto
sobre a corda quando submetida ao bloqueio de um corpo em queda.

O fator de queda é calculado dividindo o comprimento de queda pelo comprimento da


corda entre o trabalhador e o ponto de fixação.
Durante a montagem pense nos atritos: faça fracionamentos.

Pense na possível ruptura da amarração: fator de queda.

Sistema de segurança

É o conjunto de todos os elementos utilizados para execução de um trabalho com


segurança. Inclui o treinamento, plano de trabalho, plano de resgate e os equipamentos.
Sistema de ancoragem

É todo o sistema de fixação dos elementos de segurança às estruturas fixas disponíveis,


que são denominadas PONTOS DE ANCORAGEM.

Ponto de ancoragem

É o local onde são realizadas amarrações e fixação de sistema de segurança. Existem


basicamente dois tipos de sistema de ancoragem:

Sistema de ancoragem em série – utiliza um único ponto de ancoragem para sustentação


do sistema de segurança. Sempre são montados um ou mais pontos adicionais.

Sistema de ancoragem em paralelo – utiliza dois ou mais pontos de ancoragem


simultaneamente como forma de distribuir a carga aplicada ao sistema de segurança.

Equipamentos

EPI – Equipamento de Proteção Individual. São equipamentos de uso individual


destinados à proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.

Exemplos de EPI's:

Cinto de segurança tipo pára-quedista – utilizado para proteger contra quedas.

Talabarte – é um tirante limitador de movimentos, utilizado também para posicionamento


em alturas e segurança.

Mosquetão – é uma peça metálica utilizada com conector em sistemas de segurança.

Freios e descensores – equipamento de descida em cordas que possibilita o controle da


velocidade durante a descida.

Polias – peças metálicas utilizadas como roldanas para montagem de sistemas. Evitam o
atrito das cordas durante a realização de resgates ou movimentação de cargas.

Cadeirinha (cinto abdominal) – cinto tipo cadeira utilizado para posicionamento e para
descida em cordas.

Blocantes e ascensores – são equipamentos de bloqueio e permitem o movimento em


cordas somente numa direção.
Capacetes – são equipamentos de proteção individual. Seu uso é obrigatório. Deve ser
leve e resistente.

Luvas – EPI de uso obrigatório. Visam evitar queimaduras por atrito durante o manuseio
de cordas.

Importante

Os trabalhos realizados em planos elevados e alturas superiores a 2 metros, devido aos


riscos envolvidos, requerem um treinamento prático e intensivo para que os trabalhadores
estejam familiarizados com as técnicas de segurança e com equipamentos específicos para
ancoragem e movimentação em estruturas.

Algumas Definições

Ancoragem APB: ancoragem à prova de bomba. Trata- se de uma ancoragem robusta


visando que a mesma não sofra qualquer abalo, nem mesmo quando receber a maior carga
esperada pelo sistema.

Anjo da guarda: termo usado para designar o companheiro que fica no solo para
tensionar a corda, caso o trabalhador vir a descer com muita violência. Fundamental em fases de
aprendizado.

Back-up: pontos de ancoragem adicionais montados para aumentar a segurança do


sistema.

Cinto de segurança ou cinturão ou harnês: cinto de proteção contra quedas ou em


casos de parada nas quedas. Para execução de trabalhos deve-se utilizar o cinto tipo pára-
quedista, atendendo as normas impostas pelo Ministério do Trabalho.

EPC: Equipamento de Proteção Coletiva.

EPI: Equipamento de Proteção Individual.

Fator de queda: é a relação entre a distância de queda e o comprimento total da corda


usada para bloquear esta queda.

Linha de vida: cabo ou corda (horizontal ou vertical) no qual o indivíduo é fixado


através de um trava-quedas ou blocante, a fim de bloquear eventuais quedas.

MTE: Ministério do Trabalho.


NR: Normas Regulamentadoras.

Ponto de ancoragem: local da estrutura que oferece sustentação para os sistemas de


segurança contra quedas. É onde são aplicadas as forças no caso de uma queda, tração,
suspensão ou posicionamento.

Posicionamento: ação de posicionar-se no ponto de trabalho, fixando-se através de


talabarte ou corda, para execução de atividade.

Rappel: técnica de descida por cordas.

Sistemas de ancoragem: são formas de fixar os sistemas de segurança nas estruturas


através de montagens e uso de equipamentos de fixação.

Sistema de segurança: associação de técnicas profissionais de proteção contra quedas


com o uso de equipamentos adequados e treinamento específico. Tem como objetivo tornar ágil
e seguro o trabalho em locais de difícil acesso.

Talabarte: dispositivo de ancoragem que envolve a estrutura, utilizado para


posicionamentos.

Tirante: dispositivo de ancoragem que prende-se na estrutura, utilizado para


deslocamentos.

SVM: Sistema de Vantagem Mecânica. Utilizando-se dos princípios da Física, esse


sistema reduz o esforço físico em até 75 %. É montado com polias, blocantes e cordas em linha.
Muito aplicado para movimentação de cargas e içamento de pessoas, pois não envolve
maquinário e o seu controle é mais preciso.
Trabalho em Arvores - Posicionamento para Poda

Conclusão

Senhores, o maior risco, a que estamos expostos, resulta da ignorância, do


desconhecimento, acerca da atividade a ser desenvolvida. Já o maior perigo que corremos resulta
da falta desta consciência.
Não Importa...

Não importa qual seja o obstáculo,

O melhor da vida é tentar...

Não importa qual seja a distancia,

O melhor da vida é sempre caminhar...

Não importa qual seja o futuro,

O melhor da vida é sonhar...

Não importa qual seja a tristeza,

O melhor da vida é sorrir...

Não importa qual seja o medo,

O melhor da vida é sempre enfrentar...

Não importa qual seja o preço,

O melhor da vida é sempre pagar...

Não importa qual seja o prêmio,

O melhor da vida é sempre ganhar...

Não importa qual e quantos sejam os problemas,

O melhor da vida é sempre viver!!!

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