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CASOS CONCRETOS DE DIREITO INTERNACIONAL

NOME: PAULO FERNANDO SOARES DE ARAÚJO

CASO CONCRETO 1

Considerando as fontes de direito internacional público previstas no Estatuto da Corte


Internacional de Justiça (CIJ) e as que se revelaram a posteriori, bem como a doutrina acerca
das formas de expressão da disciplina jurídica, as convenções internacionais, que podem ser
registradas ou não pela escrita, são consideradas, independentemente de sua denominação,
fontes por excelência, previstas originariamente no Estatuto da CIJ. Analise a afirmativa e com
base no aprendizado, julgue e fundamente sua resposta. (CESPE – adaptada)

RESPOSTA: A luz do art. 38 da Corte Internacional de Justiça, esta afirmativa esta errada,
uma vez que o referido artigo elenca quais são as fontes do Direito Internacional, não tendo
esta afirmativa qualquer coerência.

CASO CONCRETO 2

A República de Utopia e o Reino de Lilliput são dois Estados nacionais vizinhos cuja relação
tornou-se conflituosa nos últimos anos devido à existência de sérios indícios de que Lilliput
estaria prestes a desenvolver tecnologia suficiente para a fabricação de armamentos
nucleares, fato que Utopia entendia como uma ameaça direta a sua segurança. Após várias
tentativas frustradas de fazer cessar o programa nuclear lilliputiano, a República de Utopia
promoveu uma invasão armada a Lilliput em dezembro de 2001 e, após uma guerra que durou
três meses, depôs o rei e promoveu a convocação da Assembléia Nacional Constituinte, que
outorgou a Lilliput sua atual constituição. Nessa constituição, que é democrática e republicana,
as antigas províncias foram convertidas em estados e foi instituído, no lugar do antigo Reino
de Lilliput, a atual República Federativa Lilliputiana. Assim, podemos afirmar que a República
Federativa Lilliputiana deve obediência aos costumes internacionais gerais que eram vigentes
no momento em que ela adquiriu personalidade jurídica de direito internacional, não obstante
essas regras terem sido estabelecidas antes do próprio surgimento desse Estado. (CESPE –
adaptada)

RESPOSTA: Não, uma vez que a pratica reiterada, pacifica e com expectativa de direito, era
anterior a emancipação do referido estado, a partir do momento que ele se emancipa, torna-
se um estado soberano de direito, com personalidade jurídica, passa a tomar suas próprias
decisões, decidindo se quer permanecer ou não com as normas impostas preteritamente a
essa emancipação.

CASO CONCRETO 3

O litígio se dá entre Portugal e Índia. O primeiro Estado aparelhou perante a Corte


Internacional de Justiça procedimento judicial internacional contra o Estado indiano, relativo a
certos direitos de passagem pelo território deste último Estado de súditos portugueses
(militares e civis), assim como de estrangeiros autorizados por Portugal com a intenção de
dirigir-se a pontos encravados situados perto de Damão, para acesso aos encraves de Dadra e
Nagar-Aveli. O Estado português alega que havia um costume [internacional] local que
concedia um direito de passagem pelo território indiano a seus nacionais e às forças armadas
até Dadra e Nagar-Aveli. A alegação de fundo é a de que o Estado indiano quer anexar estes
dois territórios portugueses, ferindo seus direitos soberanos sobre eles. Os indianos sustentam
que, segundo o Tratado de Pooma, realizado em 1779 entre Portugal e o governante de
Maratha e posteriores decretos exarados por este governante, os direitos portugueses não
consistiam na soberania sobre os mencionados encraves, para os quais o direito de passagem
é agora reclamado, mas apenas num "imposto sobre o rendimento". Quando o Reino Unido se
tornou soberano naquele território em lugar de Maratha, encontraram os portugueses
ocupando as vilas e exercendo um governo exclusivo. Os britânicos aceitaram tal posição, não
reclamando qualquer tipo de soberania, como sucessores de Maratha, mas não fizeram um
reconhecimento expresso de tal situação ao Estado português. Tal soberania foi aceita de
forma tácita e subseqüentemente reconhecida pelo Estado indiano, portanto as vilas Dadra e
Nagar -Aveli foram tidas como territórios encravados portugueses, em território indiano. A
petição portuguesa coloca a questão que o direito de passagem foi largamente utilizado
durante a soberania britânica sobre o Estado indiano, o mesmo ocorrendo no período pós -
britânico. Os indianos alegam que mercadorias, com exceção de armas e munições, passavam
livremente entre o Porto de Damão (território português) e ditos encraves, e que exerceram
seu soberano poder de regulamentação impedindo qualquer tipo de passagem, desde a
derrubada do governo português em ditos encraves. (Pereira, L. C . R. Costume Internacional:
Gênese do Direito Internacional. Rio de Janeiro: Renova, 2002, p. 347 a 349 – Texto adaptado).
Diante da situação acima e dos dados apresentados, responda:

1) De acordo com entendimento da Corte Internacional de Justiça, qual a fonte de direito


internacional Público é aplicável a fim de dar solução ao litígio?

RESPONDA: Fontes dos costumes internacionais .


2) Como ela é definida?

RESPONDA: Pratica reiterada, pacífica, pública, que gera expectativas de direitos e


obrigações.

3) Qual o elemento que a torna norma jurídica?

RESPONDA: O elemento psicológico ou subjetivo.

CASO CONCRETO 4

Ex-dirigente de federação sul-americana de futebol, após deixar o cargo que exercia em seu
país de origem, sabedor de que existe uma investigação em curso na Colômbia, opta por fixar
residência no Brasil, pelo fato de ser estrangeiro casado com brasileira, com a qual tem dois
filhos pequenos. Anos depois, já tendo se naturalizado brasileiro, o governo da Colômbia pede
a sua extradição em razão de sentença que o condenou por crime praticado quando ocupava
cargo na federação sul-americana de futebol. Diga sobre a possibilidade de extradição e
fundamente. (FGV – adaptada)

RESPOSTA: Poderá ser concedida, porque o extraditando não é brasileiro nato.

CASO CONCRETO 5

Tendo em vista o interesse comum de Brasil e Paraguai em realizar o aproveitamento


hidroelétrico dos recursos hídricos do rio Paraná, pertencentes em condomínio aos dois países
desde e inclusive o salto Grande de Sete Quedas ou salto de Guairá até a foz do rio Iguaçu, foi
aprovado o Tratado de Itaipu, em 26 de abril de 1973, criando a entidade binacional Itaipu,
considerada um modelo de integração. Contudo, passados mais de trinta anos, os paraguaios
começaram a se insurgir contra as disposições desse Tratado, alegando que há uma relação de
exploração em favor do Brasil, que se aproveita do seu poder econômico para submeter o
Paraguai a uma condição subalterna. A polêmica se acentuou com a eleição de Fernando Lugo
à Presidência da República do Paraguai. Com relação a esse Tratado e às polêmicas que gera, é
correto que As reivindicações dos paraguaios são pertinentes, uma vez que, segundo o Tratado
de Itaipu, ao Brasil cabem 95% da energia produzida pela Itaipu e ao Paraguai os 5% restantes,
proporcionais ao aporte financeiro realizado por cada país na construção da usina e Por ser
uma entidade binacional, as instalações e obras realizadas em cumprimento ao Tratado de
Itaipu conferem ao Brasil e ao Paraguai o direito de propriedade ou de jurisdição sobre o
território um do outro. (UFPR? adaptada)
RESPOSTA: O Tratado de Itaipu é o instrumento legal para o aproveitamento hidrelétrico do
Rio Paraná pelo Brasil e pelo Paraguai, assinado em Brasília em 26 de abril de 1973, no qual o
Paraguai se obrigou a vender o excedente energético ali produzido, ao Brasil até 2023.

Este tratado tem sido alvo de inúmeras críticas no Paraguai, e voltou a ser questionado na
imprensa paraguaia quando o presidente Lula da Silva visitou esse país em 2007, pois
representa, segundo estes, uma forma de imperialismo por parte do Brasil.

CASO CONCRETO 6

Tratados são, por excelência, normas de direito internacional público. No modelo jurídico
brasileiro, como nas demais democracias modernas, tratados passam a integrar o direito
interno estatal, após a verificação de seu iter de incorporação. A respeito dessa temática, uma
vez firmados, os tratados relativos ao MERCOSUL, ainda que criem compromissos gravosos à
União, são automaticamente incorporados visto que são aprovados por parlamento
comunitário. Diga se está correta ou errada a afirmativa e fundamente. (CESPE – adaptada)

RESPOSTA: Aprovados por Decreto Legislativo no congresso Nacional, os tratados podem ser
promulgados pelo Presidente da Republica.

CASO CONCRETO 7

Presentes em todos os continentes, as organizações não governamentais (ONGs)


desempenham importante papel na defesa de causas de interesse comum da humanidade.
Assim, não obstante suas peculiaridades jurídicas, o Greenpeace, além de ter atuado como
parte nas negociações do Protocolo de Quioto, firmou e ratificou o referido tratado. Julgue a
afirmação e fundamente sua resposta.

RESPOSTA: Falsa, uma vez que o Art. 3º, 5º e 6º da Convenção de Viena.


Para esta teoria, é evidente que a sociedade internacional já não tem mais nos entes estatais
e nos organismos internacionais seus únicos atores relevantes. Com isso, uma doutrina mais
recente vem admitindo a existência de outros sujeitos de Direito Internacional, que são o
indivíduo, as empresas e as organizações-não-governamentais (ONGs), que podem invocar
normas internacionais e que devem cumpri-las, dispondo, ademais, da faculdade de recorrer
a certos foros internacionais. Entretanto, cabe destacar que nenhuma das novas pessoas
internacionais detém todas as prerrogativas dos Estados e organismos internacionais, co mo
a capacidade de celebrar tratados, contando, outros sim, com possibilidades muito restritas
de recorrer a mecanismos internacionais de solução de controvérsias. Por conta dessas
limitações, parte da doutrina classifica os indivíduos, empresas e ONGs como “sujeitos
fragmentários 1º” do Direito das Gentes e, pelos mesmos motivos, há quem não reconheça
sua personalidade internacional.

CASO CONCRETO 8

No Direito Internacional, há necessidade de previsões normativas para os períodos pacíficos e


para os períodos turbulentos de conflitos e litígios. A Carta das Nações Unidas e outras
convenções internacionais procuram tratar dos mecanismos de resolução de conflitos, bem
como disciplinam a ética dos conflitos bélicos e a efetiva proteção dos direitos humanos em
ocasiões de conflitos externos ou internos. A ONU deve exercer papel relevante na resolução
de conflitos, podendo, inclusive, praticar ação coercitiva para a busca da paz. Analise se
correta ou errada e fundamente. (CESPE – adaptada)

RESPOSTA: O artigo 1º da Carta define os objetivos primordiais das Nações Unidas: a


manutenção da paz internacional; a defesa dos direitos humanos; o estabelecimento de
relações amistosas entre as nações, com base no princípio de autodeterminação dos povos;
a cooperação dos países na solução de problemas internacionais de ordem econômica,
social, cultural e humanitária; e constituir-se em centro de convergência das ações dos
estados na luta pelos objetivos comuns.

CASO CONCRETO 9

Como antecipou Joaquim Nabuco, a escravidão e o tráfico de escravos, graves violações aos
direitos humanos, estão hoje proscritos pelo direito internacional. À luz das normas de direito
internacional aplicáveis ao tema, o tráfico de pessoas como modalidade de crime organizado
internacional limita-se à exploração de mão de obra escrava. Julgue e fundamente. (CESPE –
adaptada)

RESPOSTA: Errada, tendo em vista que no caso concreto há uma limitação e como sendo
esse tema sendo voltado para trafico de pessoas não se deve limitar a apenas a exploração
da mão-de- obra escrava, e sim abrange outros tipos de trafico de crianças, mulheres, etc.

CASO CONCRETO 10

O Ex-dirigente de federação sul-americana de futebol, após deixar o cargo que exercia em seu
país de origem, sabedor de que existe uma investigação em curso na Colômbia, opta por fixar
residência no Brasil, pelo fato de ser estrangeiro casado com brasileira, com a qual tem dois
filhos pequenos. Anos depois, já tendo se naturalizado brasileiro, o governo da Colômbia pede
a sua extradição em razão de sentença que o condenou por crime praticado quando ocupava
cargo na federação sul-americana de futebol. Essa extradição não poderá ser concedida,
porque o extraditando tem filhos menores sob sua dependência econômica. Analise e decida
se correta ou errada e fundamente. (CESPE – adaptada)

RESPOSTA: Poderá ser concedida, porque e extraditando não é brasileiro nato.

CASO CONCRETO 11

O litígio que envolve Estados e organizações internacionais podendo ser de natureza


econômica, política ou meramente jurídica, é conceituado como controvérsia internacional.
Acerca dos meios diplomáticos para soluções pacíficas de controvérsias internacionais, a
conciliação é muito semelhante à mediação. Entretanto, caracteriza–se pela possibilidade de
atuar como mediador pessoa natural, Estado ou organismo internacional. Diga se certa ou
errada e fundamente. (FGV – adaptada)

RESPOSTA: O litígio no âmbito internacional envolvendo Estados e Organizações


Internacionais normalmente são solucionados pelos meios diplomáticos, entretanto, seja
através dos bons Ofícios, da conciliação ou da mediação, o terceiro envolvido dificilmente
será pessoa natural, Mas sim Estado que venha representar proximidade entre os litigantes.

CASO CONCRETO 12

O MERCOSUL é um organismo internacional que visa à integração econômica de países que se


localizam geograficamente no eixo conhecido como Cone Sul, nos termos do Tratado de
Assunção (1991) e do Protocolo de Ouro Preto (1994). Sobre o sistema de solução de
controvérsias do MERCOSUL, provisoriamente estabelecido no Protocolo de Brasília (1993), o
sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL encontra–se, atualmente, normatizado
pelo Protocolo de Ouro Preto (1994), que estabeleceu a estrutura orgânica definitiva do bloco.
Responda se certa ou errada e fundamente. (FGV – adaptada)

RESPOSTA: O sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL, atualmente normatizado


nos termos do Protocolo de Olivos (2002), estabeleceu como instância final judicante o
Tribunal Permanente de Revisão.

CASO CONCRETO 13
Um jato privado, pertencente a uma empresa norte- americana, se envolve em um incidente
que resulta na queda de uma aeronave comercial brasileira em território brasileiro,
provocando dezenas de mortes. A família de uma das vítimas brasileiras inicia uma ação no
Brasil contra a empresa norte- americana, pedindo danos materiais e morais. A empresa norte-
americana alega que a competência para julgar o caso é da justiça americana. Segundo o
direito brasileiro, o juiz brasileiro tem competência concorrente porque a vítima tinha
nacionalidade brasileira. Com base em seu conhecimento diga se correta ou errada a
afirmativa e fundamente (FGV – adaptada)

RESPOSTA: Tem competência concorrente porque o acidente ocorreu em território


brasileiro.

CASO CONCRETO 14

O Estado regulamenta a convivência social em seu território por meio de legislação nacional, e
a comunidade internacional também cria regras, que podem conflitar com as nacionais. A
respeito das correntes doutrinárias que procuram proporcionar solução para o conflito entre
as normas internas e as internacionais, de acordo com a corrente dualista, o direito interno e o
direito internacional convivem em uma única ordem jurídica. Julgue e fundamente. (CESPE –
adaptada)

RESPOSTA: Consoante a corrente monista, o ato de ratificação de tratado gera efeitos no


âmbito nacional. Para a teoria monista o direito interno e o direito internacional formam
uma única ordem jurídica e o ato de ratificação do tratado é capaz de gerar efeitos no
âmbito interno e externo, havendo a incorporação automática dos tratados na ordem
interna.

CASO CONCRETO 15

No Brasil, a exploração de petróleo na chamada camada pré-sal vincula-se a importantes


noções do direito do mar. O domínio marítimo de um país abrange as águas internas, o mar
territorial, a zona contígua entre o mar territorial e o alto-mar, a zona econômica exclusiva,
entre outros. A respeito do direito do mar, do direito internacional da navegação marítima e
do direito internacional ambiental, segundo a Convenção de Montego Bay, Estados sem litoral
podem usufruir do direito de acesso ao mar pelo território dos Estados vizinhos que tenham
litoral. Julgue a afirmativa e fundamente sua resposta. (CESPE – adaptada)
RESPOSTA: Podem. Os países que estão “presos” têm o direito de utilizar águas vizinhas.
Caso semelhante a servidão de direito civil. O art. 125, §1º da Convenção de Montego Bay
vem autorizando esta liberdade de passagem.

CASO CONCRETO 16

Após o reconhecimento de pleito formulado perante a Comissão de Delimitação de


Plataformas Continentais da Organização das Nações Unidas, o Brasil passou a exercer, na
plataforma continental que excede as 200 milhas náuticas, até o limite de 350 milhas náuticas,
competências equivalentes às exercidas no mar territorial. Julgue fundamentadamente.
(CESPE – adaptada)

RESPOSTA: Essa questão trata daquilo que conhecemos como Amazônia Azul.

Segundo a Convenção de Montego Bay, o Estado costeiro deve traçar o limite exterior da
sua plataforma continental, quando esta se estender além de 200 milhas marítimas das
linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial. Assim, verifica -se
que uma plataforma continental cuja extensão ultrapasse as 200 milhas marítimas é
situação excepcional. Tendo em vista a excepcionalidade da situação, esta precisa ser
reconhecida pela ONU (Organização das Nações Unidas). Pois bem, o Brasil realizou
estudos acerca d a sua plataforma continental e constatou que, em diversos pontos de
nosso literal, o bordo exterior da margem continental prolonga -se além das 200 milhas
marítimas. Já tendo a presentado à ONU a proposta de extensão da plataforma
continental, o Brasil a penas aguarda a decisão daquela organização internacional (seu
pleito ainda não foi reconhecido!). Caso a decisão seja positiva, o território marítimo
brasileiro irá aumentar bastante e, com isso, as riquezas minerais sob o domínio do País.
Nessa imensa área, estão as maiores reservas de petróleo e gás, fontes de energia
imprescindíveis para o desenvolvimento do Brasil, além da existência de potencial
pesqueiro.

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