Você está na página 1de 85
Introducao la, motores € indugao ceyothutc. 1 As mdquinas elétricas rotativas sempre foram mais utiliza : das do que as lineares tanto nas aplicagdes de geradores quanto aplicagdes de motores elétricos. Motor elétrico 6 a méquina capaz de transformar a energia : eiétrica, absorvida de uma fonte, em energia mecénica, fornecida em seu eixo. Reare eda Entra: 81,78 KW > Pride: 8,18 KW — Motor elético > Sai: 100 CV (73,6 KW) Rendimento: = 90% Pordas: Pp = Pe~ Ps = 81,78 - 73,6 = 8,18 KW A maioria dos motores elétricos, empregados na conversao | eletromecanica de energia na industria, principalmente pela sua : robustez e baixo custo, é do tipo assincrono de indugao trifasico : que denominaremos “MAIT” : Vamos observar na figura abaixo, assinalado em vermelho, 0 : posicionamento de alguns tipos de motores elétricos de indugao utilizados num sistema industrial. (s motores sincronas fem operagoes de controle eetrinico de velocidade sto melhores que os assincronos. Aplicagoes do MAIT na industria, Dos diversos tipos de motores utilizados, cerca de 90% se : concentram nos motores assincronos de indugao trifésicos. Apesar de rido serem necessariamente os eletricamente melhores, $80 os mais robustos e baratos. De acordo com a Eletrobrés (2003), 0 motor elétrico tem reduzido sua massa ao longo dos anos, Por exemplo, no ano de 1891 possuia uma faixa de 88 kg/kW (ou uma poténcia especifica de 11,36 W/kg), e em | 1984 jé possuta 6,8 ke/kW (147 Wik). Isto permite, devido ao desenvol- : vimento de novos isolantes elétricos, materiais com melhores propric- | dades magnéticas @ sistemas de ventilago mais eficientes. O motor de : alto rendimento esté na faixa de 6,3 kg/KW (158,73 W/kg). Unidad 3 | Capitulo 1 Evolugao dos motores elétricos. Quanto maior a poténcia especifica (W/kg) exigida de um equipamento, maior a exigéncia de sistemas de controle de sua | condigao de funcionamento, maior também a qualidade da estra~ ! tégia de manutengo a ser adotada, i No Brasil, segundo relatérios da ABINEE — Associagao Brasileira da Industria Elétrica e Eletrénica, num periodo de dez | anos foram vendidos mais de 2.000 motores por dia, os quais esto ! distribuidos, percentualmente, nas seguintes faixas de poténcia: I Faixa de poténcia Percentual 3 : nei cv 32.36% Detatocy 54 259% alerte De 10a 40 (Vv 6a8% (0s motores até 10 CV De 40 a 100CV 05a1% representam 80% das vendas. De 100 a 300 CV 04.20,5% ‘Adina de 300 Menos de 0,4% A causa maior da aplicagéo do MAIT é a sua caracteristica magnética de funcionamento semelhante a do transformador, con- forme veremos em seu principio de funcionamento. Se o transfor- mador é um equipamento de alta eficiéncia energética, entao o MAIT também podera sé-lo. Vejamos a seguinte tabela comparativa de poténcia de saida com relagao & massa do equipamento. £ necessdrio enten- dermos que a poténcia especificada na placa de identificagao das méquinas e equipamentos elétricos industriais se refere & poténcia de safda. N alerta Na tabela considera nas 0 transformador cam fator de poténca nitro (8 =P). Tipo de maquina ‘Transformador monofésico a ar ‘Transformador ttifasico a dleo 1,000/0,95 15:000/099 rotal=>217 MAIT 1CV-2polos 73610,79 15, MAIT 10CV-2p 7.360/0,89 62 MAT 100CV-2p 73.600/0,94 Observamos que quando aumenta a poténcia do motor, maior poténcia ele fornece por unidade de massa, ou soja, quando o | tamanho do motor de inducao aumenta ele se aproxima das carac~ terfsticas do transformador. Os rendimentos dos motores também aumentam com o aumento de sua poténcia nominal. No uso residencial, devido a presenga da alimentagao mono- fasica ou bifésica, os mais utilizados sao 0s motores assincronos de inducao monofésicos (MAIM) e os motores universais. O MAIT 6 0 mais utilizado pelos seguintes motivos: 6 de facil instalagao e manutencdo; tem construgao simples e de baixo custo; permite varias tecnologias de acionamento (eletromagné- tica, eletrénica e manual); a poténcia especifica disponivel no eixo em [W/kg] de material consumido tem étimo custo/beneficio; adapta-se aos mais diversos tipos de cargas, entre outras vantagens. © controle da poténcia mecanica entregue a uma carga € ! fator determinante na utilizagao de motores. A utilizagao do MAIT : aumenta na medida que podemos controlar sua velocidade por | meio de conversores de frequéncia. Observamos a seguir os tipos de motores utilizados na convers&o eletromecdnica de energia. Destaca-se em vermelho © MAIT com rotor em curto, também chamado de “gaiola de esquilo” Sai pase Copactor de pata epectior 1) cermanente Cp. de panda + amariente Tipos de motores utiizados na conversdo eletromecsinica de energia. Caracteristicas construtivas do MAIT _ E necessério sabermos diferenciar os MAITs com rotor gaiola dos que tém © rotor bobinado com anéis. Os esta- tores tém caracteristicas semelhantes, porém, os rotores sdo muito diferentes nos seus aspectos construtivos. MAIT com rotor bobinado. Os tamanhos desses motores para = mesma poténcia mecénica de saida também sao diferentes. O MAIT com rotor em gaiola 6 bom menor ¢ tem menor custo. Basicamente os MAITs gaiola séo cons- tituldos de um estator com enrolamento trifasico e de um rotor com barras curto-cim cuitadas por anéis, também chamado, pelo seu aspecto, rotor gaiola de esquilo. A apa- MeIT con tt aloe réncia externa diferencia-se de acordo com as especificagdes desses motores. Os motores fechados s&o os mais utilizados na industria devido ao grau de pro- tegao exigido. Motor em corte. Partos construtvas tésioas de um motor de indugéo tifésico. Unidade 3 | Capitulo 1 eee Existem outros componentes que fazem com que o MAIT | cumpra sua fungo requerida dentro de uma instalacéo, vejamos a figura: Aewostion... + Todos os componentes ‘0 importantes para 0 ‘correto funcionamento do motor pon vag Vista explodida completa do MAIT gaia. Principais partes do estator Carcaga: parte envolvente do motor, geralmente feita de ferro fundido, podendo ser, também, de aluminio. + el Serve como protegao das partes internas do motor e também para auxiliar na refrigeragao dele. De acordo com a construgdo da carcaga, juntamente com as tampas, classifica-se o motor segundo o seu “grau de protegéio”, exemplo, IP54 6 uma classifica~ cao de protegao contra actimulos de poeiras, contra toques e respingos em todas as diregdes. waar editors Carcaga do motor de inducéo. Mticleo do estator: pacote de chapas de ago-silicio isoladas entre si; serve de caminho para o fluxo magnético, pois é de baixa relu- tncia, Possui ranhuras em que séo acondicionadas as bobinas ou barras do enrolamento do estator. Enrolamento do estator: con junto de grupos de bobinas de varias NOSES eat et eRe espiras de fio condutor de cobre ; esmaltado, em raros casos de aluminio esmaltado. Para moto- res de grande poténcia estas | bobinas so substituidas por | barras de cobre. Servem para : produzir a forga magnetomotriz | necesséria para a produgao do } fluxo magnético. Errolamento do estator de um metor de inducéo. : Principais partes do rotor Mticleo do rotor: pacotes de chapas de ago-silicio isolados » entre si proporcionando uma zona de baixa relutancia para o fluxo magnético produzido no rotor e no estator. Enrolamento do rotor: em um grande ntimero de motores | de indugdo assincronos os enrolamentos do rotor sao construidos com barras de aluminio curto-circuitadas, formando uma espécie de gaiola, daf o nome de “motor gaiola de esquilo”. Em motores de grande poténcia estes enrolamentos podem ser constituidos | de bobinas de cobre esmaltado ou de barras de cobre. Servem para conduzir a corrente induzida neste enrolamento produzindo } 0 campo magnético necessario para interagéo com 0 campo do estator e obter, assim, a forga eletromagnética necesséria para produzir torque. Uda 3 | Captdo1 Eixo: feito de ago de alto grau de dureza, Serve para trans portar a poténcia mecfnica produzida pelo motor para a carga. Partes do rotor do motor de inducao. a sacle Enrolamento do rotor Motores assincronos de inducdo com rotor bobinado de anéis As caracterfsticas construtivas dos estatores so parecidas, | porém os rotores tém muitas diferencas. i euaona Enrolamento do motor Rotor bobinado de ands MNuicleo ‘Tem fungdo idéntica ao descrito para o motores com rotor gaiola, Enrolamento do rotor Os condutores devem ser isolados com relacao ao nticleo e com relagao &s outras bobinas deste enrolamento rotérico. Muitos ! so os detalhes na correta construgdo deste bobinado, pois esto acs atle) sujeitos a esforgos eletromagnéticos e mecnicos, tais como vibra- es mecanicas e forca centrifuga. Anéis coletores Possibilitam, por meio do contato deslizante com as escovas, a conexao de resisténcias ao circuito rotérico para fins de controle de torque de partida. Os MAITS com rotor bobinado tém caracteristicas especiais de partida. A principal vantagem é a possibilidade de insercao de resisténcias externas ao circuita do rotor, favorecendo 0 controle | do torque acelerante na partida dos motores. | 1. O que podemos diferenciar entre os estatores ¢ rotores dos MAITs com rotor gaiola ou com rotor bobinado? | 2. Qual tipo de motor & mais utlizado? lusifique? = | Capitulo 1 SENET) Principio de funcionamento do motor de indugao . O principio de funcionamento do motor de indugao pode ser | facilmente ilustrado usando 0 dispositivo da figura abaixo: os : i seats tua 4 permanente acme Hy induaidas i fey st ee cs ae — we Principio do metor de indugéo, Um ima permanente 6 suspenso por um fio sobre um disco de alumfnio ou cobre pivotado num mancal de apoio sobre uma placa fixa de ferro. O campo magnético do {ma atravessa o disco | © completa-se pela placa de ferro. Com o movimento do ima surge uma tensao induzida no disco (Lei de Faraday) que induz correntes ! parasitas no sentido indicado e, consequentemente, um campo ! magnético que tende a opor-se ao movimento (Lei de Lenz). As correntes parasitas tendem a produzir um polo unitdrio “sul” no disco num ponto situado sob 0 polo girante norte do ima e um polo ! unitério “norte” no disco sob 0 polo girante sul do ima. O disco gira no mesmo sentido que o im, mas deve girar a uma velo- | cidade menor que a do im. Se 0 disco fosse acionado 4 mesma : velocidade do ima, néo haveria movimento relativo entre 0 con- dutor e 0 campo magnético. Logo, nao se produziriam correntes : N parasitas no disco. Estabelecendo um paralelo entre o dispositive da figura ante- rior ¢ um motor de indugéo, pode-se afirmar que o disco seria © rotor onde seréo produzidas as tensdes @ correntes induzidas pelo campo magnético do estator, sendo esse tiltimo representado : pelo ima com movimento rotativo. Assim sendo, o efeito do campo magnético produzido pelo ima ao redor do disco ser produzido no estator do motor através de um campo magnético girante. _ Campo magnético girante O princfpio de funcionamento das maquinas elétricas baseia-se na interagdo e variagao de campos magnéticos. A variagéo de campo pode ser produzida girando-se uma espira no campo indutor fixo ou } girando-se 0 campo indutor na espira fixa, ou seja, deve haver uma velocidade relativa de um elemento com relag&o ao outro para que | haja o fenémeno da indugdo. i Para que haja movimento rotativo de um conjunto, tado motor : de indugéo, quando energizado por uma fonte de energia elétrica | CA, necessita prover ao sistema de acoplamento um conjugado | mecdnico maior do que o da carga. A principal condigao que pro- } voca este movimento giratério é a presenga do campo magnético rotativo que induz as correntes no rotor. A principal vantagem da utilizagao de eletrofmas com relag&o aos {mas permanentes é a possibilidade de controle da intensidade : de campo magnético através da corrente. L Onde tivermos corrente circulando teremos a presenga de campos magnéticos. Estes campos serdo fixos se a corrente for continua ou } pulsante na frequéncia da rede se a corrente for alternada. Observa- | mos na figura abaixo a ilustragio deste fendmeno num eletroima. i iia W) ) 2 i Formagéo de campos magnéticas letroimés, — Unidade 3 | Capitulo 1 Umnticleo magnético inserido numa bobina proporciona uma elevagao na indugao magnética e, no caso das maquinas elétricas, : determina um caminho definido destas linhas de campo para que | haja interago entre estator (primério) e rotor (secundario). i ‘Uma analogia entre transformador e motor se faz necessaria neste momento do estudo, ressaltando-se que a principal dife- renga entre ambos é a presenga do entreferro entre o estator € 0 rotor e a possibilidade de movimento giratério do enrolamento secundério, conforme visualizamos na figura abaixo. its. i entero Seno exstisse i entrefero teriamos uma t configuragéo de um i translormador. Maquina rotatva element. Na mec&nica, uma das condigdes para que haja movimento | é a presenga de folgas. O entreferro é um “mal necessario” nas maquinas elétricas e quanto menor, melhor as caracteristicas de magnetizagdo da maquina elétrica rotativa. A maior limitagao na | redugo dos entreferros so as tolerancias da prépria mecanica, a | influéncia da dilatagéio, deformagies térmicas e as condigdes de | seguranga para que nao haja rogamento entre rotor e estator. i fai peerege- ia aral aay 4. Qual a principal diferenca entre o transformador e 0 motor de inducgo sob 0 aspecto construtivo da estrutura magnética? 2. Gite um equipamento muito utiizado na medicio de energia residencial que utliza 0 principio de induc para o arraste do disco rotérico. _Campo girante monofasico _bipolar Na figura representamos as partes essenciais de um motor de indugao monofasico bipolar. O esta- | tor possui dois enrolamentos (1 ¢ 2), | separados de 90° elétricos. Entre- F tanto, 6 bom salientar que numa : méquina real os enrolamentos esta- rao dispostos em ranhuras e distri- ? bufdos por todo 0 estator. : Note na ilustragao abaixo a dis- Motor monofésico elementar com stator bipolar, ero eee steer Nocleo estatérico e enrolamentos. cleo estatrico com 2 babinas. 6 Os terminais dos enrolamentos de cada fase séo marcados com P e F que indicam o principio e o fim, respectivamente; uma corrente positiva é aquela que entra por P e uma corrente nega- tiva entra por F : Com 0 propésito de explicitar a presenga do campo girante bipolar, ligamos os enrolamentos do motor clementar a uma linha monofisica e representamos as correntes instantaneas que cir- ! culam nas bobinas 1 e 2, com seus respectivos campos magnét cos (H) de acordo com as curvas abaixo: Corrente na bobina 1 e corente na bobina 2 15: 1 08 ' ° 7 os] 2 2 ZA Ney pa 2827 ey a Ha.5 aH Hey Representacdo das correntes nas duas bobinas para andlise do campo magnética rotativa em 4 instantes (A, B, C e D). Se tomarmos como exemplo o instante B, teremos a seguinte condicéio: a corrente na fase 1 é igual a + Im, enquanto que na | fase 2 6 nula, entéo teremos um campo magnético resultante para { cima conforme a regra da mao direita. ce Unidad 3 | Capitulo 1 A corrente |, esté 90° adiantada de, devo 8 insergdo de um capacitor. Se uma biissola for colocada nas proximidades de uma sapata polar ela tende a alinhar-se com o vetor campo magnético H, | gerado pela corrente da bobina 1, conforme a orientagao da figura abaixo. Orientacdo magnetica da bissola, As polaridades magnéticas produzidas pelos enrolamentos 1 e 2 nos instantes A e B podem ser representados conforme ilus | tagdes abaixo |, entrando em P, —_ -lpsaindo de P, Polardade de H no instante A Polardade de H no instante 8. Podemos ver que © campo tem movimento rotativo, pois ao passarmos do instante A para o instante B desloca 90°, e assim } sucessivamente de B para Ce de C para D, descrevendo um movi- mento no sentido horério. Partindo para uma andlise quantitativa do fenémeno, temos: 1, "Sen@t I, =1,,-sen(@t-90) H, =H,, ‘sent H, |, = H,,-sen(wt - 90) H, = JH? +H, = y(H,, senor)’ +(H,, -sen(@t —90))" H, = VH,,”:(sen*at + cos? ot) = JH,,?-1-.H, =H, Os resultados obtidos permitem enunciar o seguinte princi- pio: dois enrolamentos idénticos, simetricamente deslocados, com os eixos normais entre si percorridos por duas correntes alterna- das de igual frequéncia e valor eficaz, mas defasadas 90 graus uma da outra geram um campo magnético rotativo, com amplitude | constante, igual ao valor maximo Hm de cada um dos dois campos alternados. O campo magnético rotativo gira com a velocidade ! uniforme de uma rotagao por perfodo. O sentido de rotacao do campo rotativo depende das correntes magnetizantes ¢ inverte-so alterando a polaridade da corrente em um dos circuitos. Pode-se constatar este fato invertendo-se uma das senoides da figura. Podemos introduzir neste ponto o conceito de motor assin- crono de indugdo monofasico (MAIM): Trata-se de um motor de indugao constituido de dois enrola- mentos (enrolamento principal e enrolamento auxiliar) defasados geometricamente 90 graus entre si, sendo 0 enrolamento auxiliar 0 responsavel pela produgao deste defasamento por meio do uso | de um capacitor colocado em série com seu circuito, Este enrola~ mento 6 responsavel pela determinagao do sentido de rotagao do motor, apres nao (capacitor de partida ou capacitor permanente) depois que o motor liga. Quando 0 enrolamento auxiliar 6 desligado do circuito | © campo magnético deixa de ser girante, assumindo um aspecto pulsante. Apés a partida, o campo pulsante pode manter o motor em / funcionamento (desde que o torque resistente da carga nao seja maior do que 0 torque motor) utilizando-se os prineipios da inércia e da atragdo que os polos fixos do estator exercem sobre o rotor. entando a caracteristica peculiar de ser desligado ou Unidade 3 | Capitulo 1 A.utilizagao do MAIM é justificada apenas onde ndo se dispée da linha de alimentagao trifasica, como é 0 caso da maioria das | residéncias. MAIM pode ser aberto ou fechado dependendo de sua ‘agao. Um exemplo de aplicagéo comum do MAIM é nas pro- priedades rurais, onde, geralmente, nao ha linha trifésica. Esses motores podem ser fabricados economicamente até na poténcia de 12,5 CV e geralmente séo bem maiores do que os trifasicos para a mesma poténcia (aproximadamente 90 kg do MAIM para : 70 kg do MAIT para uma poténcia de 12,5 CV). Capacitores IMAIM rural com capactores dentro da caixa do MAIN aberto com capacitor de partida extero, Tigogoes. 1. Por que o motor de indugéo monofésico nao é utiizado na industria? 2, A que se deve a presenca de capacitores auxliares nos MAIM? Representagéo de enrolamentos A representagao do enrolamento de um motor, seja ele mono- fésico, trifasico ou universal, pode ser feita de trés formas: * planificada; * circular; * circular-simplificada, conhecida também como polar. Forma planificada Nesta forma de representagao, como 0 proprio nome jé diz, | consideramos 0 estator (rotor no caso do motor ser universal) | planificado, ou seja, seccionamos o estator no sentido longitudi- nal e o planificamos, como mostra em sequéncia a figura abaixo. Utilizaremos a tiltima figura da sequéncia, na qual deve-se notar que cada retangulo representa um dente do estator, observado de cima. Botina Planificagéo da visualizagao do estato. Forma circular Nesta forma, observamos o estator de frente e represonta- ! mos apenas os dentes. Este tipo de representagao 6 mais traba- | Ihosa de se desenvolver, no entanto, apresenta a vantagem de se | 7} poder observar a localizagéio mecanica das bobinas. A sequéncia | Mostrada abaixo nos da uma ideia dessa representagao. 5 Reesenaro na farma chet _ Forma circular-simplificada (Polar) Esta forma permite que observemos a disposigéo dos grupos de bobinas no estator, bem como suas interligagoes. > Geupo de bobina do auaiar ‘Grupo de being 6 rica gages dos grupos de bobinas na forma polar. i Os grupos de bobinas podem ser ligados de duas manei- : Tas distintas. Chamaremos a primeira de “ligago por polos”, ¢ a segunda de “ligacao por polos consecutivos”. Ligacao por polos i Neste tipo de ligacdo existirdo tantos grupos de bobinas | quantas forem os polos da maquina. A ligagao é a seguinte: segundo com o principio do terceiro, final do terceiro com o final | do quarto, ¢ assim por diante. Quatro bobinas formando quatro polos. Ligacao por polos consecutivos Neste tipo de ligacdo existirao tantos grupos de bobinas quan- tos forem os pares de polos da maquina, A ligagdo é a seguinte: Final do primeiro grupo com o principio do segundo, final do segundo com o principio do terceiro, e assim por diante “Tiés bobinas formando seis polos. Yalerta Oenrclamento concén- trio 6 0 mals utiizado em motores pequenos, O enrolamento concéntrico jas De maneira geral, podemos dizer que os enrolamentos : podem ser: Canal cheio: Separados ou meio-imbricados. Os enrolamentos so separados quando ocupam ranburas dis- tintas, ou seja, cada ranhura comporta apenas um lado de bobina; também conhecido como meio-imbricado ou camada simples. Meio canal: sobrepostos ou imbricados. S80 sobrepostos quando ocupam as mesmas ranhuras, ou | seja, cada ranhura comporta dois lados de bobinas; também conhecido como imbricado ou canal duplo Tipos de enrolamentos Tanto os enrolamentos imbricados como os meio-imbricados podem ser: * concéntricos; * progressivos; * chicote. O enrolamento 6 concéntrico quando todas as bobinas tém o mesmo centro ¢ apresenta as seguintes caracteristicas: * bobinas de tamanhos diferentes num mesmo grupo; * 6 utilizado em motores de pequena poténcia; * passo de bobina diferente para cada bobina do grupo; * nao hd necessidade de isolamento entre bobinas de um mesmo grupo, pelo fato de nao se cruzarem. Enrolamento progressivo # progressivo quando as bobinas de um mesmo grupo avan- cam para a direita e tem as seguintes caracterfsticas: i © £ utilizado em motores de pequena e média poténcia; * Bobinas de mesmo tamanho; + Passo de bobina idéntico para todo o enrolamento de uma | mesma fase; : + Requer isolamento entre bobinas. Enrolamento progressive, Observe abaixo, como exemplo, a ropresentagéo completa : de um enrolamento monofésico feito por polos com seis termi- nais. Enrolamento progressivo; R24; 4 poles. eer Na caixa de ligagdes do MAIM temos disponiveis, em geral, os seis terminais dos enrolamentos monofésicos, conforme ilus- F wagéio abaixo. Terminal 1 Teminais 4068 Caixa de ligagoes com seis terminais ligados para linha de alimentacdo 220 V. O enrolamento principal é formado por dois grupos de bobina : com terminais T, e T, para o primeiro grupo, e T, e T, para o | segundo grupo. Os terminais do enrolamento auxiliar sao 0 T, eo ! T,. Quando o MAIM é de capacitor permanente, a representago é feita conforme a figura abaixo. Representacdo dos terminals externas. Quando dispomos dos 6 terminais do MAIM, podemos conecta- Jo em duas tensées, bastando para isso ligarmos os terminais do enrolamento principal em série (maior tensao), ou em paralelo (menor tenso). Outra caracteristica importante com relagao aos terminais do enrolamento auxiliar 6 a possibilidade de inversao de rotagio, bastando inverter 0 terminal 5 pelo terminal 6. Uda 3 | Captdo 1 Ligacdo paralla para menor tens. Ligago série para matortensdo. Na hipétese de termos disponiveis para conexao a linha © apenas dois terminais, teremos um sentido de rotagao e uma tensiio, predefinidos pelas ligagées internas do enrolamento esta~ térico, ou seja, um motor com dois terminais acessiveis pode ser | construido apenas para 110V com sentido hordrio, enquanto um MAIM com seis terminais pode ser ligado em 220 ou 110V, sen- ! alert tido de rotagao horério ou anti-horario. A quantidade de terminais ! depende da aplicagéio a que se destina 0 motor. pera iaTerebens, dois terminals dis- ponies na cara de Ce = apenas ua tensio ¢ $ um setdo de rotacio : definidos. 1. Um motor monofasico 110/220 V possui 6 terminais numerados de 1 a 6, 05 terminais 5 e 6 correspondem ao enrolamento auxiiar de partida. Para que _ tenséo é especticado esse enrolamento auxiar? 2. As possiveis ligacBes dos terminais 1, 2, 3 € 4 sdo série e paralela. Como deve- mos ligar esses terminais a Lt e L2 para 220V e para 110V?, Campo girante trifasico Assim como no sistema monofésico bipolar, em um sistema | trifasico também é possivel criar um campo magnético girante. E 0 que acontece em um motor de indugao trifésico em que trés enrolamentos defasados de 120 graus no espaco recebem as cor- : rentes trifasicas da rede elétrica, conforme a figura abaixo, Tiés bobinas defasadas de 120° geométrices e o xo magnético resultante As correntes equilibradas que circulam pelos enrolamentos do estator geram trés campos pulsantes, e a combinacdo destes produz um campo magnético girante uniforme. A figura a seguir ilustra a produgéo do campo girante em um motor trifésico, Convencionamos que as correntes positivas entram nos terminais A, B e Ge as correntes negativas saem deles. Observe que a cada instante de tempo analisado, o campo } magnético resultante é originado pela soma vetorial dos campos de cada fase (Hr=1,5 Hm) desenvolvendo-se sobre 0 eixo mag- nético do enrolamento percorrido pela corrente de maior inten- sidade. 743 18 Campo giranteeriado pelo sistema trfésico. Para qualquer instante pode-se demonstrar que Hr= 1,5 Hm. | Comparando os resultados obtides para 0 campo girante bifasico, | conelui-se que para uma mesma intensidade de corrente, o campo resultante trifaésico 6 50% mais forte que o bipolar; disto decorre que um motor trifésico para uma mesma poténcia possui tamanho | menor que um motor monofasico. ‘Anélise quantitativa e demonstragao de Hr= 1,5 Hm. ip SENOL 1, +sen(@t-120) parawt=90 I, -sen(@t+120) Como os campos magnéticos “H” sao gerados pelas corron- : tes "I’, entao: H, =H, H, =—0,5-H,, H, =-0,5-H,, H, =H, +H, +H, [Fr|=H,, + /2-(0.511,,)’ +2-0,25 H,,? -cos(120) = 1,5-H,, Representagao na forma planificada da formag&o do campo : girante para um enrolamento estatérico de 2 polos feitos por polos | Sonsecutives (uma bobina forma dois polos). Observe nas ilus- | Wag6es abaixo o deslocamento do centro magnético (polos sul ¢ : norte) de um dente, 60° geométricos, para cada instante de tempo correspondente a 60° elétricos (@=«t=60" ) Instantet, (la +, Ib—e le) fi as Bee: Polarizagao do niicleo para o instante t, com deslocamento de um dente iealeesioa ty, PAN Polaridade do niicleo para os instantes, €t, Para simplificar a andlise, mostramos 0 campo girante criado com apenas um par de polos; porém, se aumentamos o ntimero de bobinas que compdem cada fase do motor e dispondo-as conve- | nientemente nas ranhuras do estator, poderemos criar um nimero maior de pares de polos (2, 3, 4,...). Como consequéncia dessas diferentes formagées teremos uma variagio na velocidade © no : torque da méquina, ou seja, quanto maior for 0 ntimero de polos menor seré a velocidade do campo girante e maior seré 0 torque ! eletromagnético da maquina, A inversao do sentido de rotagao de um motor trifisico obtém- se com a inversdo de 2 fases ligadas aos terminais do motor como # no exemplo abaixo. Para 0 sentido horario temos, na sequéncia, ABC: ay % Nrow@ n9 : => sentido hordrio N No sentido anti-horario teremos, na sequéncia, BAC: Pm = Cm. 0 = Nrou eno sentido ant-horério Os motores de indugio trifésicos podem ter em sua caixa | do ligagées as seguintes possibilidades, conforme suas especifica~ g6es de placa: * 3 terminais quando sao especificados para uma tensao; * 6 terminais quando sao especificados para duas tensdes nas ligag6es triangulo e estrela (220/380V, 380/660V ou 440/760V); * 9 terminais quando sdo especificados para duas tensdes ligagao série ou paralela (220/440V, 380/760V); * 12 terminais quando séo especificados para 4 tensdes (220/380/440/760V). No motor com 6 terminais temos a possibilidade de ligagéo em estrela ou triéngulo e a relagao das tensdes de alimentacio 6 de V3 . Vejamos as ilustragées das duas ligagées. ¥ Ugagéo estela-tingulo 380/220V, Um motor com 9 terminais pode ser ligado em 2 tensdes e | teremos as seguintes ligacdes: Ligagdes série e paralela em triéngulo 440/220 V para 9 terminals. Os pequenos motores, em geral até 5 CV, ndo exigem recur- | sos auxiliares de partida e sao fabricados, em sua grande maioria, : com 12 terminais. Para o fabricante e também nas empresas que | Possuem setores com tensées diferentes (220, 380 ou 440 V) os ! motores com 12 terminais reduzem 0 custo de estoque, pois um motor pode atender diversas demandas. As possiveis ligagdes desses terminais a linha de alimenta- ao podem ser ilustradas da seguinte maneira. E- Ligagées em 380, 220 ¢ 440V para o motor com 12 terminais. Na especificagéo de motores assincronos de indugéio devemos ficar atentos ao detalhe da tenso de alimentagéo, pois quando da | necessidade de se ter sistemas auxiliares de partida (chave de partida ostrela-triangulo, série paralela, ¢ outros) as ligagdos dos terminais disponiveis na caixa de ligagao devem atender as con- | digdes da rede. (ayer geo apel des £1. Qual o principal fator que levamos em conta para proceder as ligagées dos terminais de um motor em relaggo & tenséo da rede? 2. Esquematize a ligagao para um motor de 12 terminais em 220, 380 e 440 V trisicos, Velocidade sincrona do campo girante (Ns) O campo girante de um motor de indugao tem sua velocidade de rotagao definida pelo mimero de polos e pela frequéncia da rede elétrica que o alimenta. Quantitativamento podemos deter- minar a velocidade do campo girante por meio da equagéo: 120: OF ou ainda, N,= re 2p P Em que: Ns — Velocidade sincrona do campo girante em [rpm]; f— frequéncia da rede de alimentagao em [Hz]; 2p — ntimero de polos do motor; p- ntimero de pares de polos. Dessa forma podemos concluir que © controle de velocidade | da maquina pode ser feito por meio da variagéo do ntimero de polos e/ou da frequéncia da rede. : A alteragao da rotagao pelo ntimero de polos, sabendo que os polos s6 existem aos pares, é feita de forma discreta, ou seja, em | valores predefinidos. Por exemplo, para 60 Hz teremos: : 6 4.200 No controle pela variagéo da frequéncia podemos fazer a variagao continua da velocidade com um conversor de frequén- | cia. Essa possibilidade aumentou a gama de aplicagdes do motor ! de indugao em substituigao aos motores de corrente continua e variadores cletromagnéticos de velocidade. , Y "| Escorregamento alerte As correntes € torque no exo de um MAT slo determinados pelo. escocregamento, A condigao para que tenhamos indugao magnética no enro- Iamento rot6rico é de que 0 rotor gire numa velocidade de rotagaio | diferente do campo girante, conforme a figura. Campo girante sincrono Ns e velocidade do rotor Nr. Para 0 caso dos motores de inducdo, Nr 6 sempre menor que Ns mesmo na condigéo em vazio ou sem carga, devido as perdas * mecdnicas por atrito e ventilagao. Na maquina sincrona, gerador } ou motor, a velocidade do rotor sera igual A velocidade do campo : girante (Ns=Nr). Existe ainda uma aplicagéo da méquina de indugéo como | gerador de indugao e, neste caso, a velocidade do rotor é maior do que a velocidade do campo girante (Nr> Ns) Escorregamento (S,), em valores absolutos, 6 a diforenga : entre a velocidade de rotagao sincrona do campo girante e a velo- cidade de rotagao do rotor do motor de indugao. sae: para — on — oe f ee Veen A forma mais comum de tratamento do escorregamento 6 relativamente & rotagéo sincrona, chamado de escorregamento relativo 5 — escorregamento; Ns ~ velocidade do campo girante (rpm); Nr ~ volocidade do rotor (rpm). A volocidade do rotor pode ser dada em fungao da rotagao sinerona e a do escorregamento conforme a seguinte equagao. “.N,=N,-s-N, =N.(1-s) 1. Dado o escorregamento relativo de 5 % a plena carga de um motor tipo gaiola | de 12 polos em 60 Hz, determine: | a) Avelocidade sincrona. b) Avelocidade de rotacio a plena carga. - Um MAIT tipo gaiola de 6 polos, 60 Hz tem uma velocidade nominal de 1140 rpm. Calcule: a) Avelocidade sincrona. ) O escorregamento relativo a plena carga. . Um MAIT de 4 polos tem um escorregamento absoluto de 30 rpm. Calcule: a) 0 escorregamento relativo, b) A velocidade de rotacio do eixo do motor. de funcionamento— domotor de indugao ‘Apés estudar as caracteristicas construtivas eo principio de funcionamento desses motores, devemos adquirir nog6es funda- mentais sobre suas especificagées. Para cada aplicagao de motor : existe uma especificagao mais apropriada: : © motores abertos ou fechados com grau de protego espe- | cffico; * categoria de partida adequada ao tipo de carga a ser acio- nada e ao tipo de partida (direta ou com tensao reduzida); * classe de isolagdo apropriada para o regime de servigo a que estar sujeito; * tonsées, tipos de rolamentos, sensores de temperatura : Unadas-ausas mais sae es frequentes de faa de entre outras especificagées necessarias. aherenanes Especificages ‘go nadequada do seu g ; gaude proteio. 5 L i 5 g Motor tiésico fechado IPSS. Motor titsico aberto IP21. Estando cientes de que o dominio do comportamento e espe- : cificidades do motor de indugao requer uma carga relativamente intensa do estudo e experimentac4o, vejamos primeiramente os : N dados presentes na placa de identificacao. _Caracteristicas da placa de identificagao : A fungéo da placa de identificagao é de apresentar os dados | especificos om relagdo as caracteristicas importantes do equipa- mento a qual esté fixada. sarong ~ 3 9003/99 FB90702 PORSnee cede 60 lew ~ 6205-72 ABASE DE LiTIO = 6204-77. &. \palNezs = -REND.%= 85.5% 6 wero COS@ 0.81 Placa de identificagao de MAIT-gaiola, = ae Uriade3 | Captio 2 Acompanhe a interpretagao da placa de identificagao des: crita a seguir. (a: se refere a caracteristica de ser um motor trifasico de corrente alternada; i SOL : o ntimero se refere 4 carcaca do motor e 6 a distancia, | em milimetros, medida entre 0 meio do furo de centro do eixo ! © a base sobre a qual o motor estd afixado; a notagao “L” deriva do inglés large (= grande) e se refere a distancia entre os furos presentes nos pés do motor. Nos demais modelos podem existir também S de Short (= curto) e médium (= médio). (03/99 : esté relacionada com més e ano de fabricagao do : motor; neste caso 0 motor foi fabricado em marco de 1999. 'FB90702:: esta codificagio 6 © mimero de série do motor composto de 2 letras e cinco algarismos. Esta notagao esté pre- sente na placa de identificagao de todos os motores trifasicos e monofésicos; IP55 a partir de janeiro de 1955. : “G0Hz : frequéncia da rede de alimentacéo para o qual 0 motor foi projetado. ‘CAEN : categoria do motor, ou seja, caracterfsticas de con- jugado em relago a velocidade. Existem trés categorias definidas em norma (NBR7094), que sao: CAT. N: se destinam ao aciona- ; mento de cargas normais como bombas, méquinas operatrizes e | ventiladores. CAT. H: usados para cargas que exigem maior con- jugado na partida, como peneiras, britadores, etc. CAT. D: usado ! em prensas excéntricas, elevadores, e outros. : indica 0 valor de poténcia em kW e ent : este valor é chamado de rotagao nominal (rotagdes por minuto) ou rotagdo a plena carga. FS 115: se refere a um fator que, aplicado 8 poténcia nomi. nal, indica a carga permissivel que pode ser aplicada continua- mente ao motor sob condigdes especificas, ou seja, uma reserva de poténcia que da ao motor uma capacidade de suportar melhor | © funcionamento em condigées desfavordveis. Unidade 3 | Capitulo 2 : > Observacao ISOL. B At K: indica o tipo de isolantes que foram usados neste : Motor, e para esse caso a sobre-elevagao 6 de 80K. Sao em numero | de trés os isolantes usados pela Weg: B (sobre-elevacao de 80K), F } (Sobre-clevagao de 105K) e H (sobre-elevacao de 125K), IP/IN 6.7: é a relagdo entre a corrente de partida (IP) e a £ corrente nominal (IN). Em outras palavras podemos dizer que a : Corrente de partida equivale a 6,7 vezes a corrente nominal. IP55: indica 0 indice de protegao conforme norma NBR- 6146. O primeiro algarismo se refere a protegao contra a entrada de corpos sélidos, e 0 segundo algarismo contra a entrada de corpos Ifquidos no interior do motor, 220/380/440V : so as tenses do alimentagao deste motor. ! Possui 12 cabos de saida e pode ser ligado em rede cuja tensdo | seja 220V (tringulo paralelo), 380V (estrela paralelo) e 440V : (triangulo série). A indicagao na placa de “V" se refere A tenséo : de 760V, usada somente durante a partida estrela-triangulo cuja tenséo da rede 6 440V. 8.40/4.86/4.20A : estes sao os valores de corrente referen- | tes, respectivamente, as tensées de 220/380/440V. REG. DUTY. S1 - se refere ao regime de servigo a que o motor | sera submetido. Para este caso a carga devera ser constante e 0 : funcionamento continuo. Max. Amb. : 6 0 valor maximo de temperatura ambiente para © qual o motor foi projetado. Quando este valor no esta expresso na : placa de identificagéio devemos entender que este valor é de 40°C. ALT m. : indica 0 valor méximo de altitude para o qual o motor foi projetado. Quando este valor nao esta expresso na placa de iden- tificagdo devemos entender que este valor é de 1.000 metros. Logo abaixo desses dados temos os esquemas de ligago compativeis com a tensao da rede de alimentagao. : Udace 3 | Capito 2 Em seguida, abaixo dos esquemas, observamos a referéncia dos rolamentos que devem ser usados no mancal dianteiro, tra- seiro e em sua folga. Também esté indicado 0 tipo de graxa a ser ! usada na relubrificagao. Ao lado das referéncias temos a indicagao do peso aproxi- mado, em quilogramas, do motor (neste caso no esté impresso, | mas podemos verificar no manual de motores). E REND.% = 85,5% - indica o valor do rendimento. Seu valor 6 influenciado pela parcela de energia elétrica transformada em | energia mecénica. O rendimento varia com a carga a que o motor | esta submetido. COS = 0,81: indica o valor de fator de poténcia do motor, ou seja, a relagao entre a poténcia ativa (kW) e a poténcia apa- rente (kVA). O motor elétrico absorve energia ativa (que produz poténcia titil) e energia reativa (necessdria para a magnetizagéo do bobinado). 03830 : indica 0 item do motor que foi programado na ° fabrica. Faremos algumas consideragdes sobre a poténcia mecanica rotativa entregue na ponta de eixo do diagrama abaixo: Poténcia a elética cla absorvida ea ‘mecdnica (Pm) eq, Rendimento = 1 (PrvP) * A poténcia especificada nas placas dos equipamentos industriais 6 relativa & sua poténcia de saida nominal. Logo, a poténcia especificada na placa do motor é a potén- cia mec&nica a plena carga. Na nossa placa de exemplo a | poténcia 6 de SCV ou 2,2 kW; * A determinacao da poténcia mecanica Pm em watts, no : movimento rotativo, é feita a partir da seguinte equagdo: | Pm=Cm-alW], onde Gm é 0 conjugado mecénico em newton-metro [N.m] e é a frequéncia angular em radia- nos [rad/s]; * A frequéncia angular @ pode ser determinada por @=2-mf.[rad/s] em quo fr é a frequéncia de rotagéio em Hz ou ciclos por segundo. Em nosso exemplo, a poténcia mecdnica do motor ocorre na frequéncia de rotagao Nr de 1.730rpm, entao, determinamos a frequéncia angular da seguinte maneir: 0 conjugado ou torque O=2-Rf =2-0 some x 181,16frad /s) ‘nominal esté disponi- velem catlogos de O conjugado mecanico nominal Cn pode entao ser esti- motores Bes. _Pm _ 2200 = 2,14(N.m] 181,16 : Fluxo de poténcia no motor de indugao Vejamos, de forma esquematica, como se distribui a poténcia, : a partir da alimentaciio do motor até a carga. O diagrama abaixo representa os fatores de redugdo de rendimento de um motor. | Perdias joule “no estator _ Potércia éncia na entree Spon so aioe doco lasro riicleo Diagrama do fluxo de poténcia no mator de inducéo, Quanto menores forem as parcelas desviadas antes de chegar & carga, maior seré 0 rendimento da maquina. Portanto, mais efi- | ciente seré na tarefa de converter energia elétrica em energia mecanica. Uma maquina elétrica ndo consegue realizar a converséo de energia com rendimento unitério (100%). Em nosso MAIT de 3CV-4 polos, utilizado como exemplo, o rendimento a plena carga | é de 85,5%, W PNCEE bh SS noun 0. Rendimento e fator de pot®ncia especificado pelo fabricante. * Ofator de potéacia " ; ancia ele. iim exci Com essa configuragSo podemos determinar a poténcia elé-, ine eso pees trica ativa necesséria para executar esse trabalho: cevrga € de 92%. Pi 2200 = 7m. = = 2573,1[W] 0,855 Os dados de placa também fornecem o fator de poténcia de 81% que representa a relacao entre as poténcias ativa e aparente. ! Podemos determinar a poténcia reativa absorvida pela maquina. Q=P- tang = P- tan(cos! @) = 2573,1- tan35, 9° = 1862, 89[VAr] 1. Qual a caracterfstica mais importante da placa de identiicaco do motor de induco com relacéo & conversao de energia? 2. Dado um motor de induco de 50CV com rendimento e fator de poténcia nomi nals de 89% e 87%, respectivamente, determine as poténcias ativa e reativa absorvida da fonte para realizar este trabalho, e também a poténcia perdida. Caracteristicas mecanicas Vamos entender o que representa 0 conjugado mecénico | tomando como exemplo a seguinte aplicagao. Determine, levando em consideracao a ilustragao seguinte, : a poténcia mecdnica necesséria para elevar um balde de gua a | uma altura de 10 metros em 10 segundos. : N | Concet de torque medio a Conjugado mecanico ou torque é o produto entre a forca apli- | ada e a distancia do centro do eixo até o ponto de aplicagao dessa forga (brago de alavanca). i Para conseguirmos elevar o balde precisamos de uma forca, | no mfnimo, igual ao seu peso, 20 newtons e, como 0 raio do cilin- Gro giratorio é de 100 milimetros, necessitaremos de um conju- | gado mecdnico de 2 N.m, conforme equagéo: Cm = F-r=20-0,1=2{Nm] Se 0 brago de alavanca utilizado na manivela (I) for de 300 | milimetros, a forca necesséria ser de 6,67 N, como segue: Gm 2 —=6,67 Des" Oe, nn Entdo podemos determinar a frequéncia angular do rolo para | enrolar 10 metros:de corda em 10 segundos. Cada volta do rolo enrola o seu perimetro (p) que tem 0,628 | metros, como segue: p=0-r=2-n-0,1=0,628im] A quantidade de rotagGes necessérias para enrolar 10 metros | de corda pode ser determinada da seguinte maneira: voltas=$=—10__i5.9 p 0,628 i A frequéncia de rotagao necesséria para um periodo de 10 | Segundos é de 1,59 Hz ou rotagdes por segundo. Podemos entao determinar a frequéncia angular. w=2-m-f=2-7.1,59 = 10[rad/s] sem perdas é: Pm =Cm-o=2-9,99=20{W] Chegamos a esse resultado, com maior facilidade, por meio do principio da conservacéo de energia. Consideremos a mudanga da energia potencial: w, =m-g-h= 20-10 = 200LJ] Como sabemos que poténcia 6 a taxa com que a energia é | convertida teremos: w, rm =P = 209 _ sory t 10 Um homem consegue alimentar uma esteira, no maximo, com 15 caixas de 5 quilogramas numa altura de 1 metro a cada minuto. Teoricamente, desconsi- | derando as perdas, qual a poténcia necesséria para um motor num sistema de acoplamento adequado para substitur esse homem? 2. Determine o conjugado mecanico nominal de um MAIT de 10CV, 1735 rpm. Unidad 3 | Captuo 2 Em suma, a poténcia mecdnica necessdria para um sistema -Principais caracterfsticas de _um motor de indugao Corrente nominal B a corrente que o motor absorve da rede quando funciona | €m poténcia nominal, sob tensao e frequéncias nominais. i Pode ser obtido dirotamente da placa de identificacéo como : segue: Podemos, também, calcular essa corrente que deponde do | Fendimento (11) e do fator de poténcia (cos @ ) do motor. Para um cirouito elétrico trifasico temos: Considerando nosso MAIT com a placa de exemplo podemos determinar a corrente nominal absorvida para uma tensdo de ali- | mentagao de 220V. 5 I ar + VB-U,.cos@-n V3-220-0,81-0,855 ue e Corrente de partida Em virtude do principio de funcionamento e das caracteristi construtivas do motor assincrono, a sua corrente de partida chega a 6, 7, 8 vezes a da corrente nominal, ocasionando interferéncias no sistema de alimentacéo do motor, tais como: queda de tensao, atuacéo indevida de sistemas de controle ¢ protegao. Para 0 nosso exemplo, a relagao Ip/in é igual a 6,7, como ilustrado na placa, As concessionarias de energiaestabelecem ‘omaximo de poténcia elton 2.2(3.0)|ni! 1730 Seabee : dom 6.7 [1p55_| Neaaaiet go/A4o— V/ | 8.40/4.86/4.20 A 50. Relagéo Ip/in para um MAIT de 3CV. Determinamos, assim, a corrente de parti Ip =6,7-8,4 = 56,281Al. O método mais barato de partida 6 0 de “partida direta”, mas | caso o sistema nao suporte essa condicéio podemos adotar outros : métodos, tais como:"partida estrela-triangulo”, “partida compen- ; sadora”, “partida eletrénica”, entre outras. Categorias de motores Os motores de indugao sao divididos em tés categorias de acordo com suas caracteristicas de conjugado mecanico. Passare- : mos a mostré-las, de forma bem resumida, nos itens a seguir. Em nosso exemplo de especificago temos a categoria N, conforme ilustragao que segue. Geategoria do WAIT do exempi, Categoria N Motores com as seguintes caracteristicas: * baixa resisténcia rotérica; * baixo torque de partida; * pouca variacdo de velocidade. ore Unidad 3 | Capitulo 2 Categoria H Os motores dessa categoria séo usados em bombas, maqui- nas operatrizes, dentre outras aplicagoes. Motores com as seguintes caracteristicas: * Maior resisténcia rotérica que os da categoria anterior. * Maior torque de partida que os da categoria anterior. * Pouca variacdo de velocidade. Os motores dessa categoria séio usados para o acionamento F de cargas com alta inércia, i Categoria D_ Motores com as seguintes caracteristicas: * Rotor com elevada resisténcia rotérica, * Elevado torque de partida (méximo). * Maior variagao de velocidade. Os motores dessa categoria séio usados para acionamento de cargas que apresentam partidas sucessivas e que necessi- F tam de elevado torque de Partida como, por exemplo, motores de | moinho. Na figura abaixo vemos como se comportam os torques nos motores das trés categorias. 8 ‘Conjugado em percentagem do conjugado de plena carga. 10 20 30 40 50 60 70 60 90 100 % Velocidade Relacdo conjugado x velocidade para as diferentes categories, Unidade 3 | Capitulo 2 Classes de isolacao A classe de isolagao ou classe térmica de uma maquina apre- senta o limite de temperatura para o ponto mais quente. Essa | temperatura representa o valor com que os materiais de cada : classe podem operar continuamente sem apresentar degradagao ; indevida. alerta ieee | (ere 2 60 [ca N asain ‘ser confundida com a © dlasse de isolamento RWHP) 2.2(3.0)|Ren! 1730 F 1.15 TiS BAt K Jim 67 NGeaues7/ © para quale mot Classe de isolagéo do MAIT do exemplo. construe. Observe as classes térmicas de isolagéo e seus principais | materiais componentes na tabela abaixo. eae aidnais ou combinacao de materiais E térmica quente “-componentes éa classe : 0 90 Aegodi, seda € papel néoimpregnades. A 105 ‘Naodo, eda e papel ‘adequadamenteimpregades, eenvolvidos ou imersos em dieltrco liqudo (6leo). Mica, fbra de vidro, asbesto, etc, com substancias aglutinadas adequadas para operacéo com 130°C. Mica, fibra de vidro, asbesto, efc., com substancias: aglutnadas adequadas para operacio com 155°C, Elastomero de siicone, mica, fbra de vidro, asbesto, et., H 180 com substancias aglutinadas adequadas tais como resinas e ‘outros materiais com capacidade de operacéo em 180°C. 229 _ Materials em que'a experiencia ou os testes de aceitaga0 mostrem que sao adequades para operara 220°C. Isolacio que consist inteiramente de mica, porcelana, vidro, 220 _quartzo ou materials organicos similares capazes de operar com temperaturas acima de 220°C. B 130 ° A temperatura do ponto mais quente, sem diivida, é 0 fator ! que determina com as vibragées eletromecanicas a vida dtil dos : enrolamentos dos motores elétricos. A grande maioria dos moto- res 6 construfda na classe B (130°C) ou F (155°C). A insergao de sonsores de temperatura no interior dos enro- lamentos apresenta um erro para a apreciagao da temperatura do ponto mais quente devido a existéncia de um gradiente de tempe- ratura (diferenca de temperatura do condutor até a superficie de medigo). Observamos, na figura abaixo, as diferengas estimadas de temperaturas, desde a temperatura maxima até a temperatura : ambiente. Enrolamento. Isolamento Chapas, Carcaga _Aletas vel E Gradientes de temperatura, © método mais adequado para o levantamento da tempera- tura no interior dos enrolamentos ¢ 0 do célculo indireto da tempe- | ratura por meio da variagio da resisténcia 6hmica do bobinado. Para podermos estimar a temperatura do enrolamento, utili- | zamos a seguinte equagéo: Rg M+ 95 : R, M+0, / * Ry => resisténcia na temperatura final ou “a quento”. . resisténcia na temperatura inicial ou ambiente. * M => constante de proporcionalidade (para 0 cobre 234,5) => temperatura final ou de equilibrio a quente. @, => temperatura ambiente ou inicial

Você também pode gostar