Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUMÁRIO PÁGINA
Sumário
1. Lei 6.123 de 20 de julho de 1968 (Estatuto dos Servidores Públicos do
Estado do Pernambuco)............................................................................................. 2
1.2 Promoção............................................................................................. 42
Se você está vindo da Aula 00, você já leu até o item 1.1.3, podendo ir direto
para o capítulo de garantias.
Fico contente que tenha me escolhido como seu professor pelo restante do
curso! Hora de mostrar que isso foi uma excelente escolha!
Esta é a lei mais legal do curso. É ela que rege sua relação de trabalho com
os órgãos públicos do Estado. É ela que aponta os direitos que você possui por
estar trabalhando ali. E, como não poderia deixar de ser, também fixa as obrigações
às quais o Sr. estará submetido se quiser continuar a figurar na folha de pagamento
do órgão.
http://legis.alepe.pe.gov.br/arquivoTexto.aspx?tiponorma=1&numero=6123&c
omplemento=0&ano=1968&tipo=TEXTOATUALIZADO
http://legis.alepe.pe.gov.br/arquivoTexto.aspx?tiponorma=1&numero=6123&c
omplemento=0&ano=1968&tipo=TEXTOANOTADO
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 2 de 106
Legislação Específica para o TJ-PE
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01
Podemos começar!
a) Autarquias;
b) Emprêsas Públicas;
d) fundações públicas.
E, para começar, quando você resolveu que viraria um “servidor”, fazia ideia
do que realmente estava desejando? Sabia que era bom, que o salário era legal e
que dificilmente seria mandado embora. Mas nada disso define um servidor.
Cometidas a um servidor público e criados por lei: Seu chefe não poderá
pedir para você consertar o encanamento do banheiro do órgão público. Ele gostaria
muito, mas ele não poderá. Isto ocorre porque suas atribuições estão definidas na
estrutura organizacional do órgão, e você, no exercício daquele cargo definido em
lei, só pode realizar aquelas tarefas.
Denominação própria: seu cargo tem nome, né? Você está estudando para
virar Advogado, Analista, Técnico ou qualquer outro cargo que você puder pensar. E
todos eles respondem por um nome.
CLASSE PADRÃO
C-I P00
P01
P02
P03
C - II P04
P05
P06
00123829909
P07
P08
P09
P10
P11
C - III P12
P13
P14
P15
C - IV P16
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 5 de 106
Legislação Específica para o TJ-PE
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01
P17
P18
C-V P19
P20
P21
Podemos avançar.
Entretanto, existem alguns cargos, que por sua natureza, são de livre
nomeação e exoneração. Apenas para que você entenda a justificativa disso,
00123829909
Imagine o Presidente da República. Ele foi eleito pelo povo. Mas não pode
governar a tudo e a todos. Desta forma, ele nomeia pessoas da sua mais alta
confiança para que exerçam a “Direção e Assessoramento Superior” de suas
respectivas pastas.
Mas o Presidente acabou de chegar. E pode ser que ele confie em pessoas
que são externas à estrutura do órgão. Por isto se permite que ele nomeie a quem
quiser.
Seguindo.
Em frente.
É ruim de explicar, mas é fácil de entender: meu antigo Diretor do TRT era
00123829909
Mas, por um ato do Juiz da Vara (competente para tanto), ele passou a
exercer a função de Diretor, encarregado dos expedientes da Vara, função essa
típica de direção.
Ao mesmo tempo, ele tinha uma assistente, que também era uma Técnica
Judiciária. Mas, por designação, ela ficou encarregada de auxiliar o Diretor (neste
caso, típica função de assistência).
Estas funções (que, alias, são remuneradas) não fazem parte do conjunto de
atribuições do cargo. Elas são “anexadas” ao servidor, que desde então, fica
responsável pelo seu exercício, o que expande o conjunto original de serviços que
podiam ser exigidos do servidor.
É por esta mesma razão que elas só podem ser acometidas a servidores
efetivos. É necessário possuir um cargo previamente, pois a função gratificada é
apenas uma atribuição.
Afinal, o cargo para o qual o servidor foi nomeado está previsto em lei, certo?
00123829909
As atribuições (aquilo que o servidor pode fazer) também. Pois bem, existe uma
regra geral no âmbito do Direito Administrativo cujo enunciado é mais ou menos o
seguinte “À Administração só é permitido fazer que a lei autoriza”.
Seu professor tem sérias dúvidas de que este dispositivo tenha sido
recepcionado pela Constituição Federal.
Como o artigo não parece ter sido revogado expressamente convém mantê-
lo em mente, todavia, acho difícil que esta previsão ainda seja usada em seu
estado.
1.1 Provimento
Os cargos públicos tem uma porta de entrada. Você não vira funcionário
00123829909
público apenas porque deseja sê-lo. Existe um ritual mágico pelo qual você deve
passar para que deixe de ser um mero mortal e ascenda à condição de servidor :P.
Pois bem, é sobre cada uma dessas formas de provimento que falaremos em
breve. Mas, se você já tiver estudado Direito Administrativo, você acabou de ver
dois dos requisitos do ato administrativo de provimento de cargos públicos:
00123829909
1.1.1 Nomeação
Entretanto, existem alguns cargos, que por sua natureza, são de livre
nomeação e exoneração.
Sigamos.
Ok, os cargos são acessíveis por meio de concurso público. Mas só isto quer
dizer muito pouco.
restante pode ser encontrado diretamente na lei que instituiu a carreira e, por vezes,
no próprio edital de realização do certame.
Vejamos:
O concurso de provas eu creio que você já conheça (ou então, está para
conhecer muito em breve). Basicamente, o edital prevê uma prova a ser realizada, e
o candidato deve tentar obter o melhor resultado possível segundo as regras do
edital.
- Processo de realização
- Prazo de validade
- Critérios de classificação
- Recursos
- Homologação
Eu sei que sua cabeça deve estar coçando: idade máxima??? Pode isso??
posse no cargo).
Art. 7º [...]
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
Ou seja, para fixar uma idade máxima para ingresso em determinada carreira
do serviço público, é necessário que as atribuições do cargo sejam compatíveis com
esta exigência.
E se cair? Neste caso, seu professor ajuda você com o recurso. Se quiser
evitar dor de cabeça, repare se a questão exige conhecimento do estatuto. Se sim,
marque a alternativa que for uma transcrição literal do dispositivo da lei, ainda que
flagrantemente inconstitucional :P.
00123829909
Se você acha que isto começa a tomar contornos religiosos, bom, é bem por
aí mesmo :P.
Se eu dei pouca atenção ao artigo 20, foi por conta de haver atualmente
orientação do STJ desmentindo o artigo. Só que o artigo 23 é importantíssimo. Sem
cumprir os requisitos abaixo, você pode ser aprovado em concurso público e
nomeado, entretanto, não irá conseguir investir-se no cargo.
Atenção:
Observe:
suficientemente responsável para não nomear nenhum maluco para a função, razão
pela qual se confia exclusivamente no critério da autoridade nomeante.
Art. 23 [...]
[...]
IV estar quite com as obrigações eleitorais;
[...]
VI ter atendido às prescrições de lei especial para o exercício de
determinados cargos;
[...]
Além de ter de atender às exigências específicas para assunção do cargo
colegiado (inciso VI), o servidor terá de, novamente, comprovar a quitação com suas
obrigações eleitorais.
[...]
V gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica;
[...]
VII ser declarado apto em exame psicotécnico procedido por entidade
especializada, quando exigido em lei ou regulamento.
Pois bem, tive um professor de Direito Previdenciário que era também Auditor
Fiscal da Receita Federal do Brasil. Ele costumava dizer que o ingresso no serviço
público fecha duas portas na vida de uma pessoa: a da pobreza e a da riqueza.
Como, creio eu, ninguém deseja ser voluntariamente pobre, o serviço público
está particularmente motivado a manter a porta da riqueza fechada (ou, ao menos,
não escancará-la). A entrega da declaração de bens por ocasião da posse permitirá
o acompanhamento ano a ano da sua evolução patrimonial, para garantir que
ninguém enriqueça “sem explicação” :P.
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 26 de 106
Legislação Específica para o TJ-PE
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01
Também nem adianta dizer que a entidade para onde vai é uma autarquia, ou
mesmo uma sociedade de economia mista (então esqueça aquele sonho de ser
gerente de perfuração da Petrobrás enquanto estiver exercendo suas atribuições
em outro órgão público).
Esta declaração serve para evitar que o servidor tome posse enquanto
estiver exercendo outro cargo público (caso ele declare a verdade) ou demiti-lo
00123829909
Não precisa!
É possível, por fim, que o servidor seja chamado, mas não responda ao
chamamento. Se ele não tomar posse dentro do prazo previsto no estatuto,
entende-se que não aceitou o provimento e renunciou ao seu direito de ser
nomeado em decorrência daquele concurso:
00123829909
Art. 29. O decurso do prazo para a posse, sem que esta se realize,
importa em não aceitação do provimento e em renúncia ao direito de
nomeação decorrente do concurso, salvo motivo de força maior
devidamente comprovado.
A ideia de chamamento cai como uma luva aqui: alguém grita seu nome, mas
se você não responder, a pessoa vai parar de te procurar :P.
Uma vez tomada posse, abre-se o prazo para entrada de exercício. Seu
estatuto resolveu arremessar esta etapa lá nos artigos 33 a 39. Eu prefiro abordar
Art. 33. O exercício do cargo terá início no prazo de trinta dias a contar:
I da data da publicação oficial do ato, no caso de reintegração:
II da data da posse, nos demais casos.
Parágrafo único. A requerimento do interessado e a juízo do titular da
Secretaria em que for lotado o funcionário, o prazo previsto neste artigo
poderá ser prorrogado por trinta dias.
Fique atento:
00123829909
Mas pera aí! Também não ocorre posse na promoção! Sim meu caro, mas
a promoção não interrompe o exercício:
O responsável pelo serviço será, muito provavelmente, o seu chefe dali por
diante. Neste caso, é qualquer pessoa que responsa pelo serviço em determinada
00123829909
unidade.
Ei! Este funcionário não será mandado embora? Não senhor! Repare que a
decisão condenatória ainda não transitou em julgado (no caso da pronúncia por
crime comum o processos penal acabou de começar).
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
[...]
Ok, o servidor não pode ser desligado do cargo (ainda). Não podendo
desligar o servidor, seu estatuto fez a opção de afasta-lo do exercício de suas
funções.
O Prefeito liga para o Governador e pede auxílio. O Governador, por sua vez,
sensibilizado pela catástrofe que acomete a região, lembra-se da disposição do
artigo 38:
Art. 29. O decurso do prazo para a posse, sem que esta se realize,
importa em não aceitação do provimento e em renúncia ao direito de
nomeação decorrente do concurso, salvo motivo de força maior
devidamente comprovado.
Se, por qualquer razão, após a posse, o servidor não entrar em exercício, ele
será exonerado do cargo (seu estatuto referiu-se a este fenômeno genericamente
00123829909
Por outro lado, se o servidor não tomou posse, ele não chegou a se vincular
ao órgão público, razão pela qual um ato mais simples pode ser realizado para fazer
cessar os efeitos da nomeação.
1.1.4 Garantias
É possível que nosso depositário judicial (ou qualquer outro servidor sujeito à
prestação de garantia) pense assim também e fique muito chateado em saber que
terá de imobilizar o seu capital em garantia, sem ganhar os preciosos juros das
aplicações.
outro local, e tendo Deus por testemunha, ele vai trabalhar ali, quer queira, quer não
:P.
Ok, já que é raro uma unidade abrir mão de seus parcos recursos humanos,
quando um órgão da Administração requer que um de seus servidores seja
removido (leia-se: o órgão pede para que fulano seja alocado em outro lugar que
não ali), a Administração, estarrecida, quer saber o motivo de tamanha
benevolência por parte daquele gestor.
servidores), ou então o servidor não se adaptou ao serviço (neste caso, ele está
mais atrapalhando que ajudando).
Pois bem, os próximos dois tópicos eu tenho certeza absoluta que, se você
não conhece ainda, ao menos já ouviu falar (e com enorme entusiasmo!). São os
institutos do estágio probatório e da estabilidade.
Todo jornal de concurso público (para não fazer propaganda, não vou falar
dos mais comuns) faz questão de encher a boca para dizer com orgulho: o regime é
estatutário e assim, dá direito à estabilidade. Se você leu algo remotamente
00123829909
I - idoneidade moral;
II - assiduidade;
III - disciplina;
IV - eficiência.
Assiduidade Disciplina
Idoneidade
Eficiência
Moral
Estágio é talvez a melhor palavra para definir o que vai acontecer com você
:P. Você está sendo avaliado enquanto funcionário. Estão vendo se você chega no
horário, se é obediente, se é eficiente e se possui idoneidade moral para
exercer o cargo.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
Pelo texto constitucional atual, somente o provimento de cargo por nomeação
decorrente de concurso público é capaz de conferir estabilidade ao servidor. Mas
não é disto que eu quero falar.
Ora, não era para ser. Mas não vamos fazer caso disso: O efeito da não
aprovação no estágio probatório não é uma demissão! Demissão é penalidade
administrativa aplicável quando do cometimento de faltas funcionais graves.
Pois bem, agora veja uma decisão tomada pelo Tribunal de Justiça de
Pernambuco (Apelação Cível nº. 0069475-73.2012.8.17.0810, julgada pela 1ª
Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de Pernambuco) tratando sobre a
dispensa de estágio probatório por servidor municipal (eu sei que o estatuto é outro,
mas este trecho do seu estatuto é semelhante e o fundamento do indeferimento do
pedido decorreu da atual redação da Constituição):
[...]
Decido.
6. Em um primeiro momento, a controvérsia da presente lide gravita
em torno da submissão, de servidora já estável em cargo de
professor, a segundo estágio probatório em novo cargo, também de
professor. Se instaura, ainda, quanto a possibilidade de a classe
inicial do segundo vínculo com a Administração Pública Municipal, na
progressão vertical, equiparar-se ao mesmo nível da primeira
investidura (classe III).
7. Consoante a exegese do art. 41, § 4º, da CR/88, o estágio probatório
não se confunde com a estabilidadeno serviço público, pois se
caracteriza, antes, como uma das condições para a sua aquisição.
Vejamos:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
(...)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a
avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa
00123829909
finalidade.
8. Na esteira da jurisprudência consolida dos tribunais Pátrios, a
aquisição da estabilidade tem por referência o serviço público e não
um cargo em específico. Ainda, sempre que o servidor entrar em
exercício em um novo cargo público, mediante aprovação em
concurso público, deverá submeter-se ao respectivo estágio
probatório.
Nessa diretriz, trago à colação os seguintes precedentes do c.
Superior Tribunal de Justiça:
FUNCIONARIO PÚBLICO. ESTABILIDADE. ESTÁGIO PROBATORIO. - A
ESTABILIDADE DIZ RESPEITOAO SERVIÇO PÚBLICO E NÃO AO
CARGO. - O SERVIDOR ESTÁVEL, AO SER INVESTIDO EM NOVO
CARGO, NÃO ESTA DISPENSADO DE CUMPRIR O ESTÁGIO
PROBATORIO NESSE NOVO CARGO. - NÃO SE EXIGE INQUERITO
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 41 de 106
Legislação Específica para o TJ-PE
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01
1.2 Promoção
Comecemos do começo:
[...]
Promoção é uma forma de provimento de cargo público (pois é ato
administrativo voltado a prover um cargo público atualmente vago) e, ao mesmo
tempo, é forma de vacância de cargo público, pois o cargo de origem do servidor
ficará vago.
II promoção;
III reintegração;
IV aproveitamento
V reversão;
VI transferência.
[...]
Art. 81. A vacância do cargo dependerá de:
I exoneração;
II demissão;
III promoção;
IV transferência;
V aposentadoria;
VI falecimento;
VII posse em outro cargo, ressalvadas as exceções legais.
Burla a concurso público? Estão provendo um cargo público sem prévia
realização de concurso! Ministério Público neles!
Calma lá meu caro. Não estamos diante de uma afronta à atual Constituição
Federal. O cargo provido por promoção é o mesmo, apenas houve mudança na
classe ocupada pelo servidor. Ele deixou um cargo na Classe C-x (insira aqui o
numeral romano da sua preferência para ocupar a e proveu um cargo na C-x+1.
00123829909
de Tributos Municipais (ele tem mais de 20 anos de casa), entretanto, ele integra a
Classe II.
Meu pai, por já ter sido promovido, ocupava outra classe da mesma série,
com outros requisitos (para chegar à Classe II no cargo de Auditor da Prefeitura de
São Paulo, é necessário ter pós-graduação) e com outras responsabilidades (é
possível, por exemplo fixar como requisito para ocupar alguns cargos em comissão
que o servidor ocupe determinada classe da carreira, a exemplo do que ocorre com
a carreira de Delegado da Polícia Federal).
Por fim, tudo isto está em uma tabela, que aponta cada um dos padrões e
00123829909
classes que um Auditor Fiscal Tributário Municipal pode ocupar. E é assim para
todos os cargos públicos.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público
[...]
3§ Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Disponibilidade é ato do Poder Público que transfere para a inatividade
remunerada servidor estável, cujo cargo venha a ser extinto ou declarado
desnecessário.
Imagino que você concordará comigo que não faz sentido promover um
servidor em disponibilidade (logo, inativo).
E como saber qual dos dois critérios adotar? Muito simples, se a última
promoção foi por antiguidade, a próxima será por merecimento. Se foi por
merecimento, a próxima será por antiguidade. Sucessiva e alternadamente.
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 45 de 106
Legislação Específica para o TJ-PE
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01
- 31 de março
- 30 de junho
- 30 de setembro
- 31 de dezembro
Cada um dos últimos dias de cada trimestre. Se em cada um destes dias não
houver servidores que tenham cumprido o interstício mínimo para promoção, as
vagas remanescentes são disponibilizadas na próxima apuração.
ter esperado até 15/12/2017 (tendo completado 365 dias de efetivo exercício na
classe).
Suponhamos que a promoção da vez seja por merecimento e que você tenha
sido o servidor com mais pontos para promoção.
O ato de promoção tem de ser realizado até o último dia do trimestre seguinte
àquele em que a vaga ocorreu. No nosso exemplo, você teria de ser promovido até
31/03/2020. Mesmo que isto não ocorra e a promoção só venha a ser feita depois,
seus efeitos retroagirão até a data em que promoção deveria ter ocorrido.
Ok, você foi promovido! Além de ter avançado uma classe, sabe o que mais
acontece?
O artigo 51 nos diz o seguinte: se você já sabe que haverão vagas em aberto
00123829909
Melhor ainda: a vaga na Classe C-II também ficará aberta, o que permitirá
que um servidor da Classe C-I também seja promovido.
Com este procedimento, três servidores foram promovidos de uma única vez
ao invés de apenas um, em um círculo virtuoso de boa vontade e planejamento
antecipado :P.
Promoções indevidas são nulas. De acordo com a súmula 473 do STF, estes
atos:
Como esse servidor estava de boa fé (boa fé esta presumida pela estrutura
do estatuto), não cobraremos dele os valores recebidos indevidamente. Ele voltará a
sua classe original e receberá a remuneração a que fazia jus na classe de origem,
mas não devolverá um único centavo.
Sigamos:
Olha só:
Caso a suspensão seja mantida, este ato de promoção será tornado sem
efeito (não havendo valores a serem devolvidos).
VII o funcionário que não obtiver, como grau de merecimento, pelo menos
a metade do máximo atribuível;
Dificilmente um servidor com esta nota seria promovido por merecimento,
porém, com a disposição deste inciso, ele nem vai aparecer na lista de aptos à
promoção.
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 55 de 106
Legislação Específica para o TJ-PE
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01
VIII o funcionário que esteja na época da promoção, ou tenha sido nos dois
semestres anteriores, afastado do cargo para exercer, como contratado,
função técnica ou especializada, nos termos do art. 177 deste Estatuto.
Dê uma olhada no artigo 177
Neste meio tempo a relação estatutária ficará suspensa. Isto significa dizer
que o estatuto deixará de ser aplicável ao servidor, exceto quanto ao regime
disciplinar e observância ao processo administrativo, conforme disposição do
parágrafo 1º. Em contrapartida, o servidor também não está sujeito às limitações
decorrentes do vínculo estatutário (entre as quais a necessidade de se submeter ao
teto constitucional).
Classe 5 Classe 3
Classe 4
00123829909
Classe 2
Classe 3
Classe 2
Classe 1
Classe 1
5 – Mais idoso.
5 – Mais idoso.
Ufa! Capítulo longo hein :P. Uma pena que alguns dos tópicos aqui tratados
você só compreenderá plenamente quando avançar nos próximos artigos do
estatuto.
00123829909
Para compensar isto, nós retomaremos alguns artigos à medida que você for
aprendendo sobre novos institutos (a culpa não é minha que o estatuto apresenta
conceitos que só vai explicar lá na frente, mas sou eu o responsável por
sistematizar tudo isso para você :P).
1.3.1 Reintegração
O servidor foi flagrado com 500 pacotes de folha de papel sulfite dentro de
seu veículo. Sindicância e Processo Administrativo nele! E aconteceu dele ter sido
demitido, por decisão em processo administrativo disciplinar.
Ocorre que era o último dia do funcionário antes das férias e ele só ia passar
no almoxarifado do órgão para devolver os pacotes. O processo administrativo
correu sem que ele se manifestasse, e quando voltou de férias, acabou de descobrir
que havia sido demitido.
O que fazer?
o que fazer:
Por fim, é possível que, durante o tempo em que o servidor esteve demitido,
suas condições de saúde deterioraram a ponto de ele não estar mais apto ao
exercício das funções.
1.3.2 Reversão
Suponha que determinado servidor tenha sido acometido por moléstia grave
incapacitante e, por conta desta moléstia tenha sido aposentado.
Contudo, você vai reparar que a redação dos próximos artigos não dá a
impressão de que isto seja de todo “opcional”.
Não é necessário ser brasileiro pois esta exigência já foi comprovada quando
o servidor tomou posse no cargo efetivo.
[...]
II estar no gozo dos direitos políticos;
[...]
IV estar quite com as obrigações eleitorais;
V gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica;
[...]
VII ser declarado apto em exame psicotécnico procedido por entidade
especializada, quando exigido em lei ou regulamento.
Lembro a você também que:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público
[...]
3§ Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Disponibilidade é ato do Poder Público que transfere para a inatividade
remunerada servidor estável, cujo cargo venha a ser extinto ou ocupado por outrem,
em decorrência de reintegração.
Mas pera aí! Esta última hipótese não permite a recondução? Veja de novo o
artigo 68:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
[...]
[...]
Porém, lembre-se de que o servidor não pode ser exonerado senão a pedido,
ou nas hipóteses dos artigos 41, parágrafo 1º e 169, parágrafo 4º da Constituição
Federal:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
00123829909
Então, embora sem cargo, ele ficará ali, disponível para quanto a
Administração precisar dele, e recebendo por estar esperando ser aproveitado
em outra função.
E seu estatuto não quer perder tempo em parar de dispender recursos com
um servidor inativo e começar a pagar a remuneração para um servidor ativo:
Porém, já que ele não quis ser aproveitado, a sua disponibilidade será
cassada.
Lembre-se:
Quase terminando .
1.3.4 Transferência
Podemos pular?
Assim, desta vez o tio recomenda que você não veja qualquer problema com
essa modalidade de provimento de cargo público, sendo, atualmente, a única forma
de provimento derivado horizontal permitida na legislação (até o momento).
Convenhamos que você ainda é um servidor produtivo. Mas não poderá mais
digitar. Embora fosse anteriormente uma atribuição do seu cargo, você
especificamente, não poderá mais realiza-la, razão pela qual você será readaptado
em outro cargo, compatível com sua nova condição física ou mental. Você
ainda é bom em alguma coisa, mas não para aquilo que foi nomeado, neste caso, a
gente cuida de adaptar você a algo que dê para fazer.
Meu caro, a ideia até aqui não era que você decorasse as disposições, mas
que compreendesse a lógica por trás de cada instituto.
Agora que você conhece a lógica, o quadro abaixo vai fazer muito mais
sentido:
- 00123829909
-
-
-
Cada palavra remete ao traço mais marcante de cada uma das formas de
provimento do estatuto. Faltam apenas um detalhe:
Tudo certo? Se não tiver, pelo amor de Deus, vá ao fórum e faça sua
pergunta!
1.4 Substituição
Meu caro, agora tenho uma notícia ruim para você . O serviço público é
uma das coisas mais maravilhosas que existem (sem ironia: eu passei minha vida
laboral inteira até o presente momento trabalhando em repartições públicas), porém,
até hoje, a história do serviço público foi sempre de perda de direitos. É um
adicional que some ali, uma licença que desaparece aqui, uma gratificação que não
incorpora mais. Isso preocupa o seu professor e imagino que você vá compartilhar
minha aflição muito em breve.
Pois bem, o que quero dizer com tudo isto? Quero dizer que alguns institutos
dos quais você possa ter ouvido falar ao longo dos anos já não existem mais no seu
estatuto, e outros foram alterados (para pior ).
Seu chefe pegou aquela gripe, ou então, tem um processo em trânsito na sua
00123829909
Ele precisa mandar publicar uma portaria destas sempre que meu chefe se
afasta pois não há previsão em lei ou regulamento que aponte previamente o seu
substituto.
Bom, só tem um pequeno problema: seu estado tenta ao máximo não ter de
remunerar a substituição:
bem provável que o titular seja simplesmente exonerado e seu antigo substituto
nomeado em seu lugar (o serviço público é um lugar bastante cruel quando você
não tem estabilidade ).
A escolha dos 30 dias também não é por acaso: 30 dias é o prazo máximo
pelo qual o servidor pode permanecer em férias. E como todo mundo tira férias pelo
menos uma vez por ano, qualquer prazo menor que este implicaria no pagamento
da gratificação ao menos uma vez por ano para cada chefia que existisse dentro do
órgão.
Mas, por mais que eu simpatize com a economia, deixo consignado meu
protesto :P.
O motivo é até nobre: imagine que determinada pessoa tem boas relações
políticas com o partido atualmente no Governo. Dita pessoa é convidada a exercer
um cargo em comissão com remuneração razoável, mas, por nunca ter se dedicado
o suficiente para obter uma aprovação, não é aprovada em qualquer concurso.
O nosso amigo influente faz a prova, passa para lá da 300ª posição, mas as
pessoas que passaram na frente não se interessam em assumir o cargo
(provavelmente passaram em coisa melhor :P). No fim das contas, ele seria
chamado, convidado a exercer um cargo em comissão e incorporaria a
remuneração deste cargo sem nunca ter posto os pés na repartição de origem
(tampouco recebido a remuneração prevista em edital. De quebra, seria agraciado
com a estabilidade. Não dá vontade de dar cascudos no sujeito? :P
É para combater este tipo de abuso que a Emenda Constitucional 16/1999 foi
redigida e a incorporação completamente proibida na legislação, entretanto, o preço
disto é que os servidores bem intencionados também ficaram sem a incorporação.
1.5 Vacância
III - promoção;
IV - transferência; [readaptação, ressalva nossa]
V - aposentadoria;
VI - falecimento;
VII - posse em outro cargo, ressalvadas as exceções legais.
Nem tente memorizar este artigo. O espaço na sua cabeça é muito pequeno
para desperdiçar desta forma!
Desta forma, qualquer evento que ocorra ao servidor e que seja capaz de
tornar o cargo que ele ocupa vago é uma hipótese de vacância.
cargo inacumulável (fora das exceções legais) é que gera vacância do cargo de
origem. Afinal, você pode muito bem ser nomeado, mas não se interessar em
assumir os deveres, obrigações e responsabilidades do cargo (deixar de tomar
posse) pois, por exemplo, já assumiu outro cargo público mais convidativo.
Veja só:
[Constituição Federal]
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
[Estatuto dos Servidores Públicos de Pernambuco]
Art. 14. Os cargos em comissão serão providos por livre escolha do
Governador, respeitados os requisitos e as qualificações estabelecidas por
lei em cada caso.
[...]
Por fim, quanto ao abandono de cargo, a coisa é um pouco mais
interessante. A princípio, o abandono de cargo é falta disciplinar punível com a
demissão:
[...]
II - abandono de cargo;
[...]
Entretanto, a alínea “c” aponta que a pretensão punitiva da Administração já
estaria prescrita (a Administração não possuiria mais o direito de demitir o servidor
por esta falta, em razão de não ter exercido este direito dentro do prazo previsto na
legislação). Já não é mais possível demiti-lo, todavia, o servidor continua com a
obrigação de comparecer ao posto de trabalho.
Creio que, por hoje, já esteja bom :P. Próxima aula tem mais.
Abraço
Art. 33. O exercício do cargo terá início no prazo de trinta dias a contar:
I da data da publicação oficial do ato, no caso de reintegração:
II da data da posse, nos demais casos.
Parágrafo único. A requerimento do interessado e a juízo do titular da
Secretaria em que for lotado o funcionário, o prazo previsto neste artigo
poderá ser prorrogado por trinta dias.
Art. 29. O decurso do prazo para a posse, sem que esta se realize,
importa em não aceitação do provimento e em renúncia ao direito de
nomeação decorrente do concurso, salvo motivo de força maior
devidamente comprovado.
e) o prazo estipulado pela Lei para que o empossado entre em exercício
pode ser, a pedido daquele, prorrogado por 180 dias 30 dias.
Art. 33. O exercício do cargo terá início no prazo de trinta dias a contar:
I da data da publicação oficial do ato, no caso de reintegração:
II da data da posse, nos demais casos.
Parágrafo único. A requerimento do interessado e a juízo do titular da
Secretaria em que for lotado o funcionário, o prazo previsto neste artigo
poderá ser prorrogado por trinta dias.
A prorrogação de 180 dias refere-se à posse, não ao exercício:
Conforme redação do artigo 28 (vou colar de novo, para você fixar :P)
a) direção.
d) assessoramento.
e) oficial de gabinete.
Comentário: De tudo que te foi dito nesta alternativa, o único absurdo foi ter
afirmado que a promoção interrompe o exercício. Não é o caso:
Letra a)
III. O decurso do prazo para a posse sem que esta se realize, importa na
demissão do aprovado em concurso público.
a) II e III.
b) I e IV. 00123829909
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
Art. 29. O decurso do prazo para a posse, sem que esta se realize,
importa em não aceitação do provimento e em renúncia ao direito de
00123829909
Letra e)
Assinale:
Comentário: Analisemos:
Corretíssima:
Letra a)
Letra c)
a) disponibilidade.
b) reversão.
c) substituição.
d) promoção.
e) licença.
existe? :P).
Letra d)
E como saber qual dos dois critérios adotar? Muito simples, se a última
promoção foi por antiguidade, a próxima será por merecimento. Se foi por
merecimento, a próxima será por antiguidade. Sucessiva e alternadamente.
Letra a)
-
-
-
-
Repare na letra e) agora:
Letra e)
-
-
-
-
Funcionário demitido teve sua demissão invalidada em processo de revisão.
Conheço essa história:
Letra b)
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada
ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites
estabelecidos em lei complementar.
[...]
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não
forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da
lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos
Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade
administrativa objeto da redução de pessoal.
Pois bem.
efetivo exercício.
A demissão tem caráter punitivo no serviço público. O servidor não fez nada
de errado logo, não poderá ser demitido apenas porque seu cargo foi extinto ou
considerado desnecessário.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público
[...]
3§ Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
00123829909
Letra c)
Questões Propostas
a) direção.
d) assessoramento.
III. O decurso do prazo para a posse sem que esta se realize, importa na
demissão do aprovado em concurso público.
a) II e III.
b) I e IV.
00123829909
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
Assinale:
Gabarito
1 C 5 A 9 E
2 B 6 C 10 B
3 A 7 D 11 C
4 E 8 A
00123829909