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Aula 01

Legislação Aplicada p/ TJ-PE (Analista e Técnico) - Parte 1


Professor: Felipe Petrachini
Legislação Específica para o TJ-PE
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01

Aula 01 – Lei nº 6.123 de 20 de julho de 1968.

SUMÁRIO PÁGINA

Sumário
1. Lei 6.123 de 20 de julho de 1968 (Estatuto dos Servidores Públicos do
Estado do Pernambuco)............................................................................................. 2

1.1 Provimento ........................................................................................... 11

1.1.1 Nomeação ..................................................................................... 12

1.1.2 Concurso Público .......................................................................... 16

1.1.3 Posse e Exercício .......................................................................... 21

1.1.4 Garantias ....................................................................................... 33

1.1.5 Remoção e Permuta...................................................................... 35

1.1.6 Estágio Probatório e Estabilidade ................................................. 38

1.2 Promoção............................................................................................. 42

1.3 Das Demais Formas de Provimento .................................................... 62

1.3.1 Reintegração ................................................................................. 62

1.3.2 Reversão ....................................................................................... 65


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1.3.3 Disponibilidade e Aproveitamento ................................................. 69

1.3.4 Transferência ................................................................................ 72

1.4 Substituição ......................................................................................... 76

1.5 Vacância .............................................................................................. 80

Questões Comentadas .................................................................................. 85

Questões Propostas .................................................................................... 100

Gabarito ....................................................................................................... 106

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Se você está vindo da Aula 00, você já leu até o item 1.1.3, podendo ir direto
para o capítulo de garantias.

Fico contente que tenha me escolhido como seu professor pelo restante do
curso! Hora de mostrar que isso foi uma excelente escolha!

1. Lei 6.123 de 20 de julho de 1968 (Estatuto dos


Servidores Públicos do Estado do Pernambuco)

Esta é a lei mais legal do curso. É ela que rege sua relação de trabalho com
os órgãos públicos do Estado. É ela que aponta os direitos que você possui por
estar trabalhando ali. E, como não poderia deixar de ser, também fixa as obrigações
às quais o Sr. estará submetido se quiser continuar a figurar na folha de pagamento
do órgão.

E, ao contrário da crença popular, funcionário público também pode perder o


emprego (tecnicamente falando, trata-se de um cargo). E quando perde, o negócio
costuma ser feio :P. Por isto, esta lei também fixa os procedimentos disciplinares em
caso de inobservância de deveres funcionais.

Em suma, está tudo aqui.

Trabalharemos com a versão consolidada do Estatuto, que pode ser obtida


no seguinte link:
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http://legis.alepe.pe.gov.br/arquivoTexto.aspx?tiponorma=1&numero=6123&c
omplemento=0&ano=1968&tipo=TEXTOATUALIZADO

O estatuto desse link está atualizado até a Lei Complementar 316/2015.

Caso queira saber quais as passagens do estatuto que foram revogados ao


longo dos anos, recomendo a versão anotada:

http://legis.alepe.pe.gov.br/arquivoTexto.aspx?tiponorma=1&numero=6123&c
omplemento=0&ano=1968&tipo=TEXTOANOTADO
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Cuidado com versões mais antigas!

É possível (embora pouco provável) que haja leis posteriores à Lei


Complementar 316/2015. Seu professor revirou a internet atrás de atualizações, e
não encontrou nenhuma (provavelmente por não existirem :P). Mas se por qualquer
razão você tiver encontrado, pode enviar para mim que eu mesmo atualizo o curso e
faço os comentários pertinentes.

Podemos começar!

E no começo, devemos pensar na Constituição Federal.

A competência para cada esfera de poder fixar o Regime Jurídico dos


Servidores Públicos encontra-se no artigo 39 da Carta Magna:

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
planos de carreira para os servidores da administração pública direta,
das autarquias e das fundações públicas.

O Estado do Pernambuco cumpriu o mandamento constitucional ao editar a


Lei 6.123/1968 (recepcionada com status de Lei Complementar pela atual
Constituição Federal), instituindo o Regime Jurídico dos Funcionários Públicos Civis.
Se alguma dúvida resta a respeito disto, veja-as desaparecer com o artigo 1º da Lei:

Art. 1º A presente Lei institui o regime jurídico dos funcionários públicos


civis do Estado.

Aqui estão compreendidos todos os servidores que sejam contratados sob o


vínculo estatutário, inclusive os vinculados a Autarquias e Fundações Públicas.
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As definições de Autarquia e Fundação Pública pertencem ao estudo do


Direito Administrativo, mas você já pode levar como lição aquilo que dispõe o artigo
4º do Decreto-lei 200/1967 (copiado e incessantemente repetido por todas as
bancas da atualidade quando Direito Administrativo é exigido em prova):

Art. 4° A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na


estrutura administrativa da Presidência da República e dos
Ministérios.

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II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias


de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Emprêsas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista.

d) fundações públicas.

O que os entes da administração assinados acima possuem em comum?


Simples: eles contratam pessoal sob um regime de trabalho diferenciado, chamado
estatutário. É este regime que você estudará pelas próximas aulas que tiver comigo
neste curso.

E, para começar, quando você resolveu que viraria um “servidor”, fazia ideia
do que realmente estava desejando? Sabia que era bom, que o salário era legal e
que dificilmente seria mandado embora. Mas nada disso define um servidor.

Art. 2º Para os efeitos deste Estatuto:


I funcionário público é a pessoa investida em cargo público;

Simples desse jeito. Servidor é alguém que está legalmente investido em um


cargo público.

Quer dizer, é simples se você souber o que é um cargo público.

II cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades


cometidas a um funcionário, com as características de criação por lei,
denominação própria, número certo e pagamento pelos cofres do
Estado;
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Calma meu caro, não é tão ruim assim:

Conjunto de atribuições e responsabilidades: Você está sendo pago para


fazer algo, não é mesmo? Se você vai carregar processo de um lado para outro ou
cuidar do protocolo de petições no balcão, tudo isto são responsabilidades e
atribuições que podem ser acometidas a você (basicamente, o que seu chefe pode
te mandar fazer!).

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Cometidas a um servidor público e criados por lei: Seu chefe não poderá
pedir para você consertar o encanamento do banheiro do órgão público. Ele gostaria
muito, mas ele não poderá. Isto ocorre porque suas atribuições estão definidas na
estrutura organizacional do órgão, e você, no exercício daquele cargo definido em
lei, só pode realizar aquelas tarefas.

Denominação própria: seu cargo tem nome, né? Você está estudando para
virar Advogado, Analista, Técnico ou qualquer outro cargo que você puder pensar. E
todos eles respondem por um nome.

Vencimentos pagos pelos cofres do Estado: Se você não está investido


em cargo público (por exemplo, contratado tem pelo regime da CLT para o Banco
do Brasil) ou se sua remuneração não vem do cofre do estado (por exemplo, um
perito judicial, que até trabalha dentro do Tribunal, mas é remunerado pela parte
sucumbente da pericia), você não é um servidor. Simples assim!

Para entender as próximas definições, você vai precisar de um exemplo.

Veja tabela abaixo:

CLASSE PADRÃO
C-I P00
P01
P02
P03
C - II P04
P05
P06
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P07
P08
P09
P10
P11
C - III P12
P13
P14
P15
C - IV P16
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P17
P18
C-V P19
P20
P21

Essa é a estrutura de carreira de todos os servidores do Poder Judiciário do


Estado do Pernambuco, segundo os ditames da Lei 15.539/2015. Do lado esquerdo,
vemos cada uma das 5 classes (de C-I a C-V), e do lado direito, os 22 padrões da
carreira (de P1 a P21).

À medida que o servidor avança na carreira, vai recebendo uma


remuneração maior. O fenômeno da progressão e da promoção serão estudados
mais a frente no curso, mas já te adianto que são eles que permitem a subida do
servidor na escala remuneratória..

Ah sim: a estrutura em carreira não é aplicável aos cargos de provimento


isolado, pois nestes casos, há apenas um nível na carreira.

III classe é o conjunto de cargos iguais quanto à natureza, grau de


responsabilidade e complexidade de atribuições;
IV série de classes é o conjunto de classes semelhantes, quanto à
natureza, grau de complexidade e responsabilidade das atribuições,
constituindo a linha natural de promoção do funcionário;
As demais definições ficarão mais claras quando estudarmos o seu
respectivo plano de carreira. Ficam a título de menção:

V grupo ocupacional é o conjunto de séries de classes e classes


únicas, de atividades profissionais, correlatas ou afins quanto à
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natureza dos respectivos trabalhos ou ao ramo de conhecimento


aplicado em seu desempenho;
VI serviço é a justaposição de grupos ocupacionais, tendo em vista a
identidade, a similitude ou a conexão das respectivas atividades
profissionais;
VII especificação de classe é o conjunto de atribuições,
responsabilidades e demais características pertinentes a cada classe,
compreendendo ainda, além de outros, os seguintes elementos:
denominação, código, exemplos típicos de tarefas, qualificações
exigidas, forma de recrutamento e linha de promoção;
VIII reclassificação é a transformação de cargo efetivo em outro, ou a
justaposição de cargo em outra classe, ou série de classes, tendo em
vista a conveniência do serviço.

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Podemos avançar.

Art. 3º Os cargos podem ser de provimento efetivo ou de provimento em


comissão.
§ 1º Os cargos de provimento efetivo se dispõem em classes, que
podem se agrupar em séries de classes, ou formar classe única.
§ 2º Os cargos de provimento em comissão compreendem:
I cargos de direção e de chefia das repartições públicas;
II cargos de assessoramento, de Chefe de Gabinete e de Oficial de
Gabinete;
III outros cargos, cujo provimento, em virtude da Lei, dependa de
confiança pessoal.

Pois bem, existem dois tipos de cargos na estrutura do serviço público


estadual: cargos de provimento efetivo e cargos de provimento em comissão.

Esta previsão está de acordo com o artigo 37 da Constituição Federal:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
Em regra, a nomeação para cargo público pressupõe a aprovação prévia em
concurso público (são os chamados cargos efetivos).

Entretanto, existem alguns cargos, que por sua natureza, são de livre
nomeação e exoneração. Apenas para que você entenda a justificativa disso,
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usarei os exemplos da esfera federal.

Imagine o Presidente da República. Ele foi eleito pelo povo. Mas não pode
governar a tudo e a todos. Desta forma, ele nomeia pessoas da sua mais alta
confiança para que exerçam a “Direção e Assessoramento Superior” de suas
respectivas pastas.

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Mas o Presidente acabou de chegar. E pode ser que ele confie em pessoas
que são externas à estrutura do órgão. Por isto se permite que ele nomeie a quem
quiser.

Contudo, sendo esta nomeação livre, a respectiva exoneração também o é


de maneira que ele não adquire estabilidade, justamente por seu cargo não ser
efetivo.

Seguindo.

Os artigos 4º, 5º e 6º possuem mais definições. Eles tratam dos cargos


técnicos e técnico científicos, assim entendidos como aqueles que demandam
formação específica daquele que pretende ocupa-los:

Art. 4º Cargo de natureza técnico-científica é aquele para cujo


provimento é exigido habilitação profissional em curso legalmente
classificado e regulamentado como de nível superior de ensino.
Parágrafo único. Considera-se habilitado o profissional portador de
diploma universitário respectivo ou legalmente inscrito para o exercício
da profissão, no órgão competente na forma da legislação vigente.
O cargo de natureza técnico científica demanda de seu ocupante uma de
duas coisas;

- Diploma de nível superior, ou;

- Inscrição em órgão de classe que regulamenta o exercício da profissão.

Esses documentos comprovam que o aspirante a servidor encontra-se apto


ao desempenho de suas funções.
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E os cargos de nível médio, onde são contemplados? Os cargos que exigem


formação de ensino médio por parte de seus futuros ocupantes são chamados de
“cargos técnicos”:

Art. 5º Cargo técnico assim considerado é aquele para cujo provimento é


exigido habilitação profissional em curso legalmente classificado e
regulamentado como de nível médio de ensino - 2º grau.
Art. 6º Nos casos dos artigos 4º e 5º deste Estatuto, será sempre
exigida correlação entre as atribuições do cargo e os conhecimentos
específicos da habilitação profissional.
Simplificando:
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Cargo de natureza técnico científica: formação superior ou registro em


conselho de classe;

Cargo de natureza técnica: formação de nível médio.

O artigo 6º é um tanto óbvio, mas em um mundo de incertezas, é importante


pontuar as obviedades: os conhecimentos específicos da habilitação profissional
devem ser compatíveis com as atribuições que o servidor irá desempenhar. Não
posso exigir formação em Direito de um Analista que se dedicará a fazer os cálculos
judiciais da vara onde for lotado.

Em frente.

Art. 7º Além dos cargos de provimento efetivo e em comissão, haverá


funções gratificadas que atenderão a encargos de chefia, de
assessoramento, de secretariado e de apoio, cometidos
transitoriamente a servidores ativos.
Parágrafo único. A lei fixará o valor da retribuição das funções
gratificadas dos órgãos da administração direta, das autarquias e das
fundações públicas; e o quantitativo das mesmas será estabelecido
em decreto, observados os limites das disponibilidades orçamentárias
e as normas de organização administrativa do Estado.
A função gratificada já é algo um pouquinho mais complicado. Função, como
o dispositivo legal sugere, é uma atribuição. Mas esta atribuição não se encontra
vinculada a um cargo. Ela é acometida a determinado servidor, em função da sua
habilitação, normalmente lhe atribuindo maior responsabilidade do que aos demais
funcionários. Podemos dizer que a função gratificada é uma “atribuição sem cargo
respectivo”.

É ruim de explicar, mas é fácil de entender: meu antigo Diretor do TRT era
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um Técnico Judiciário (servidor de nível médio).

Mas, por um ato do Juiz da Vara (competente para tanto), ele passou a
exercer a função de Diretor, encarregado dos expedientes da Vara, função essa
típica de direção.

Ao mesmo tempo, ele tinha uma assistente, que também era uma Técnica
Judiciária. Mas, por designação, ela ficou encarregada de auxiliar o Diretor (neste
caso, típica função de assistência).

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Estas funções (que, alias, são remuneradas) não fazem parte do conjunto de
atribuições do cargo. Elas são “anexadas” ao servidor, que desde então, fica
responsável pelo seu exercício, o que expande o conjunto original de serviços que
podiam ser exigidos do servidor.

É por esta mesma razão que elas só podem ser acometidas a servidores
efetivos. É necessário possuir um cargo previamente, pois a função gratificada é
apenas uma atribuição.

Vamos inverter a ordem proposta pelo estatuto e abordar o artigo 9º primeiro.

Art. 9º É vedada a prestação de Serviço gratuito.

Ninguém pode exercer um cargo público remunerado de maneira gratuita.


Ninguém poderá trabalhar voluntariamente como Analista na sua unidade.

Guarde esta regra: o exercício de um cargo público presume o pagamento de


remuneração, afinal de contas, funcionário público também precisa comer :P.
Existem exceções, mas nenhuma que você precise conhecer agora.

Art. 8º Somente poderá ocorrer desvio de função no interesse do


serviço com estrita observância do disposto em regulamento.
Parágrafo único. O desvio de função não acarretará aumento de
estipêndio do servidor nem na sua reclassificação ou readaptação.
Seu estatuto tem uma forma curiosa de abordar o desvio de função. Em
outros estatutos, o desvio costuma ser pura e simplesmente proibido, sem qualquer
exceção.

Afinal, o cargo para o qual o servidor foi nomeado está previsto em lei, certo?
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As atribuições (aquilo que o servidor pode fazer) também. Pois bem, existe uma
regra geral no âmbito do Direito Administrativo cujo enunciado é mais ou menos o
seguinte “À Administração só é permitido fazer que a lei autoriza”.

Conclusão: se determinada atribuição, serviço ou encargo não está prevista


como sendo própria do cargo, ela não pode ser acometida ao servidor.

Mas foi delimitada uma exceção expressa: que este desvio se dê no


interesse do serviço e observando disposição em regulamento.
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Seu professor tem sérias dúvidas de que este dispositivo tenha sido
recepcionado pela Constituição Federal.

Pense comigo: existe determinada necessidade na repartição. Digamos, a


lavratura de Autos de Infração, atribuição esta privativa dos cargos de Auditor
Fiscal.

A resposta mais adequada a esta demanda seria a realização de concurso


público para o provimento destes cargos. Entretanto, o artigo 8º permite que, no
interesse do serviço, e mediante criação de regulamento (no caso do nosso
exemplo, provavelmente de autoria do Secretário da Fazenda), a Administração
coloque os técnicos do órgão para realizar esta tarefa, anteriormente privativa dos
Auditores.

Os técnicos em questão estariam em desvio de função, entretanto, desvio


este contemplado pelo (de constitucionalidade discutível) artigo 8º. De qualquer
forma, ainda que o consideremos aplicável, o servidor em desvio de função não
pode pleitear aumento de sua remuneração, tampouco que passe a ocupar o cargo
de Auditor em função deste desvio.

Como o artigo não parece ter sido revogado expressamente convém mantê-
lo em mente, todavia, acho difícil que esta previsão ainda seja usada em seu
estado.

1.1 Provimento

Os cargos públicos tem uma porta de entrada. Você não vira funcionário
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público apenas porque deseja sê-lo. Existe um ritual mágico pelo qual você deve
passar para que deixe de ser um mero mortal e ascenda à condição de servidor :P.

Em outros tempos, bastaria ser amigo do Governador, e ele assinaria uma


portaria a partir da qual o Sr. já estaria desempenhando suas funções e sendo
remunerado pelos cofres públicos. Não mais! (com algumas exceções).

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O ritual mágico ao qual eu aludi chama-se “investidura”, que desde a nossa


querida Constituição Federal de 1988, ocorre preferencialmente por concurso
público (a razão de todos nós estarmos aqui).

Mas antes da investidura, é necessário que haja o provimento do cargo


público.

Art. 10. Os cargos públicos serão providos por:


I nomeação;
II promoção;
III reintegração;
IV aproveitamento
V reversão;
VI transferência.
Você, em sendo funcionário público, seja efetivo, seja comissionado, só está
ali porque uma autoridade competente e superior a você praticou um ato (mais
precisamente um ato administrativo) capaz de transformá-lo em servidor.

E só a partir da prática desse ato administrativo (que se sujeita a todas as


regras dos atos administrativos em geral, com observância à competência,
finalidade, forma, motivo e objeto). Este ato administrativo é justamente o ato de
provimento do cargo (segundo uma das diversas formas de provimento previstas no
artigo 10), que o habilita a investir-se em um cargo público.

Pois bem, é sobre cada uma dessas formas de provimento que falaremos em
breve. Mas, se você já tiver estudado Direito Administrativo, você acabou de ver
dois dos requisitos do ato administrativo de provimento de cargos públicos:
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autoridade competente e a forma pela qual o ato pode se manifestar.

1.1.1 Nomeação

De longe, a forma de provimento mais badalada do estatuto dos servidores


públicos e a preferida pela Constituição Federal. Além de ser a mais conhecida do
público externo.

A nomeação é o chamamento para a posse e para a entrada no exercício


das atribuições do cargo público.
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A autoridade competente chama o seu nome, você toma posse e entra em


exercício se assim o desejar.

Art. 11. A nomeação será feita:


I em caráter vitalício, para o cargo de Conselheiro do Tribunal de
Contas;
II em caráter efetivo, quando se tratar de cargos de classe única ou de
série de classes;
III em comissão, nos casos previstos no parágrafo 2º do artigo 3º deste
Estatuto.
Art. 12. A nomeação para cargos de provimento vitalício obedecerá ao
disposto em legislação especial.
Relembrando do artigo 3º, parágrafo 2º:

Art. 3º Os cargos podem ser de provimento efetivo ou de provimento em


comissão.
[...]
§ 2º Os cargos de provimento em comissão compreendem:
I cargos de direção e de chefia das repartições públicas;
II cargos de assessoramento, de Chefe de Gabinete e de Oficial de
Gabinete;
III outros cargos, cujo provimento, em virtude da Lei, dependa de
confiança pessoal.
Pois bem, os incisos II e III são derivados do artigo 37, inciso II, da
Constituição Federal:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
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acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma


prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
E nem podia ser diferente, pois se fosse, seria inconstitucional :P.

Em regra, a nomeação para cargo público pressupõe a aprovação prévia em


concurso público (são os chamados cargos efetivos ou, no caso do seu estatuto,
"classe única" ou “em série de classes”).

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Entretanto, existem alguns cargos, que por sua natureza, são de livre
nomeação e exoneração.

Falamos destes cargos logo no início da aula.

Por fim, temos ainda a previsão do inciso I, que prevê a nomeação de


Conselheiro do TCE em caráter vitalício. A vitaliciedade é um atributo previsto para
alguns cargos, inclusive na atual Constituição Federal. Apenas para não nos
alongarmos, ela opera de forma semelhante à estabilidade do servidor público, a
exceção de que a única forma de um servidor vitalício perder seu cargo é por meio
de decisão judicial transitada em julgado declarando a perda do cargo (a
estabilidade possui outras exceções que permitem o desligamento).

Sigamos.

Art. 13. A nomeação para os cargos de provimento efetivo exige


aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos.
§ 1º A nomeação obedecerá a ordem de classificação dos candidatos
habilitados em concurso.
Hora de história!

Lá nos primeiros anos da Constituição Federal, quase todos os estatutos do


país previam duas formas de provimento de cargos além de todas aquelas que você
já viu no artigo anterior: a transferência e o acesso.

O que acontecia? Antes da súmula 685 do STF, interpretava-se a


Constituição da seguinte forma: para que determinado indivíduo pudesse ingressar
em um cargo público de provimento efetivo pela primeira vez, tinha de ser por
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concurso público (o que implica a adoção da forma de provimento “nomeação”).

Porém, uma vez dentro do serviço público, ele poderia investir-se em


qualquer outro cargo por meio de qualquer outra forma de provimento, mesmo que
tal forma não previsse a necessidade de concurso público. Essa interpretação era
feita pelos órgãos públicos, e ninguém via problema algum com isso.

Porém, veio a lendária súmula 685 do Supremo Tribunal Federal:

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É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao


servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público
destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na
qual anteriormente investido.
E não fosse o bastante, veja parte da ementa do julgamento do Recurso
Extraordinário 167.635/PA, do Ministro Relator Maurício Correa:

“1.1. O critério aferível por concurso público de provas ou de provas e


títulos é, no atual sistema constitucional, indispensável para o cargo
isolado ou de carreira. Para o isolado, em qualquer hipótese; para o de
carreira, só se fará na classe inicial e pelo concurso público de provas
ou de provas e títulos, não o sendo, porém, para os cargos
subseqüentes que nela se escalonam até o seu final, pois, para estes,
a investidura se dará pela forma de provimento, que é a “promoção”.
1.2. Estão banidas, pois, as formas de investidura antes admitidas –
ascensão e transferência, que são formas de ingresso em carreira
diversa daquela para a qual o servidor público ingressou por
concurso.”

O que é que ficou resolvido depois deste julgamento? Primeiro: o concurso


público é indispensável para ingresso no serviço público.

Segundo: no caso dos cargos de carreira, o provimento do cargo depende de


concurso público para ingressar na classe inicial do cargo pretendido, não se
admitindo qualquer forma de provimento que dispense sua realização.

É aí que chegamos a uma conclusão bastante interessante: a transferência


(em alguns casos) e a ascensão são formas de provimento de cargos públicos
consideradas atualmente inconstitucionais, justamente por permitirem o ingresso na
classe inicial de determinado cargo sem a realização de concurso público. Aliás, é
esta inconstitucionalidade que vai te ajudar a diferenciar a ascensão e a
transferência das demais formas de provimento derivado: a ascensão permitia ao
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servidor investir-se diretamente na classe inicial de outro cargo e a


transferência permitia o ingresso em cargo público diverso daquele para o
qual se prestou concurso público.

E o que concluímos disso tudo? Simples: algumas interpretações para o


artigo 13 já não são mais possíveis :P. Aliás, qualquer interpretação que permita a
um servidor investir-se em um cargo diferente daquele que ocupa é considerada,
atualmente, inconstitucional, mesmo que o servidor já tenha prestado concurso
público para ingressar no cargo que ocupa atualmente.

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Parece bobagem? Talvez, mas isso ainda dá problema até hoje.

§ 2º Em igualdade de classificação em concurso dar-se-á preferência


para nomeação, sucessivamente, ao funcionário que já pertença ao
Quadro Permanente e ao servidor contratado do Estado sob o regime
da legislação trabalhista.
O parágrafo 2º prevê o critério de desempate preferencial na legislação do
seu estado. Em linhas gerais, se três pessoas tirarem exatamente a mesma nota em
um concurso, o estatuto fixa como critério de desempate a seguinte ordem:

- Servidor que já pertença ao quadro permanente (basicamente, alguém que


já seja ocupante de cargo público);

- Servidor contratado sob o regime da legislação trabalhista (são aqueles que


ocupam atualmente um emprego público e sua relação de trabalho encontra-se
regulamentada pela Consolidação das Leis Trabalhistas, a popular CLT).

§ 3º É proibida a nomeação em caráter interino.


Nomeação em caráter interino é aquela que só permanece durante o
impedimento do funcionário titular. Ela é proibida pelo seu estatuto. Caso algum
ocupante de cargo em comissão esteja impedido de exercer suas funções (é o caso
no qual o estatuto estava pensando quando redigiram o parágrafo 3º), o instituto
adequado para suprir essa falta é o da substituição (que será estudado). Não
podemos nomear alguém em cargo público apenas para suprir o impedimento do
titular.

§ 4º Mediante seleção e concurso adequados, poderão ser admitidos


funcionários de capacidade física reduzida, para cargos especificados
em lei e regulamento. 00123829909

Art. 14. Os cargos em comissão serão providos por livre escolha do


Governador, respeitados os requisitos e as qualificações estabelecidas por
lei em cada caso.
1.1.2 Concurso Público

Ok, os cargos são acessíveis por meio de concurso público. Mas só isto quer
dizer muito pouco.

Felizmente para você, a lei previu apenas as diretrizes básicas a serem


observadas na realização de concursos para provimento de cargos efetivos. O

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restante pode ser encontrado diretamente na lei que instituiu a carreira e, por vezes,
no próprio edital de realização do certame.

Vejamos:

Art. 15. O concurso para o provimento efetivo de cargo especificado


como classe única ou inicial de série de classes será público,
constando de provas ou de provas e títulos.
Já vou adiantar o artigo 19 também:

Art. 19. A classificação dos concorrentes será feita mediante a


atribuição de pontos às provas e aos títulos, de acordo com os
critérios estabelecidos no edital do concurso.

O concurso de provas eu creio que você já conheça (ou então, está para
conhecer muito em breve). Basicamente, o edital prevê uma prova a ser realizada, e
o candidato deve tentar obter o melhor resultado possível segundo as regras do
edital.

Quanto ao concurso de provas e títulos, os candidatos além de pontuarem


em provas, ainda podem oferecer títulos que acrescem pontos à sua nota final, tais
como diplomas de pós-graduação, mestrado, doutorado, tempo de serviço em
determinada área ou cargo público ou qualquer outra previsão do edital.

Mas, reforço: concursos exclusivamente baseados em títulos são


inconstitucionais!!! Seria o equivalente concurseiro da aristocracia, ou então, da
mera análise de currículos.

Art. 16. A realização do concurso será centralizada em órgão próprio,


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salvo as exceções estabelecidas em lei.


Art. 17. O edital de concurso disciplinará os requisitos para a inscrição,
processo de realização, o prazo de validade, os critérios de
classificação, os recursos e a homologação.
Aproveitando a oportunidade, vou fazer propaganda do curso de arquivologia
(sou o titular da cadeira daquela disciplina também :P). Se um dia você estudar
arquivologia comigo, vai achar a seguinte definição de edital:

EDITAL: Instrumento pelo qual a Administração dá conhecimento ao


público sobre: licitações, concursos públicos, atos deliberativos etc.

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O edital é um instrumento de divulgação sobre a realização de determinado


ato. Por ser publicado no Diário Oficial do Estado, todos os potenciais interessados
poderão tomar ciência da publicação (o que é do interesse da própria Administração
Pública).

Relembrando, o edital de concurso disciplina:

- Requisitos para a inscrição

- Processo de realização

- Prazo de validade

- Critérios de classificação

- Recursos

- Homologação

Art. 18. Independerá de limite de idade a inscrição em concurso de


funcionário público, inclusive o de serviços autárquicos.
Já vou voltar neste trecho. Me dê só uns minutinhos.

Art. 20. Além dos requisitos especificamente exigidos para o concurso, o


candidato deverá comprovar, no ato da inscrição:
I ser brasileiro;
II estar em gozo dos direitos políticos;
III estar quite com as obrigações militares e eleitorais;
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IV ter boa conduta;


V haver completado a idade mínima fixada por lei em razão da natureza
do cargo;
VI contar, no máximo, quarenta anos de idade, ressalvadas as
exceções legais.
Os requisitos do artigo 8º encerram o conjunto mínimo de requisitos para que
uma pessoa possa ingressar no serviço público. Toda lei de qualquer carreira que
venha a ser criada no serviço público pernambucanopar apresentará todos estes 7
requisitos em um de seus artigos iniciais.

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Todavia, podem não ficar limitadas a estes. Por exemplo, se determinado


órgão público quiser contratar um médico ou um advogado, sendo tais cargos de
natureza técnico-científica (é necessário formação específica para desempenho
dessas atividades), além de cumprir os requisitos do artigo 8º, o candidato também
terá de apresentar sua habilitação profissional (no caso do médico, a inscrição no
CRM, e do advogado, a inscrição na OAB).

Eu sei que sua cabeça deve estar coçando: idade máxima??? Pode isso??

Antes de eu dizer se pode ou não, vamos terminar de ler todos os trechos


que tratam sobre idade máxima no estatuto:

§ 1º É fixada em cinqüenta (50) anos a idade máxima para nomeação


em concurso público destinado ao ingresso no serviço estadual e sua
autarquias, mantidos os limites de idade fixados em lei específica para os
cargos devidamente indicados. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei nº
7.231, de 4 de novembro de 1976.)
Segundo seu estatuto:

- A idade mínima para ingresso em concurso público é fixada em lei.


Usualmente, é de 18 anos, mas outra pode ser fixada;

- Segundo o artigo 18, não há limite de idade para inscrição em concurso


público. Entretanto, o inciso VI do artigo 20 diz ser requisito a ser comprovado no
ato da inscrição que o pretendente ao cargo tenha no máximo 40 anos, salvo
exceções.

- Por fim, o parágrafo 1º do artigo 20 fixa em 50 anos a idade limite para


ingresso o serviço público (aqui entendida como a data em que o servidor toma
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posse no cargo).

Vamos começar do básico :P. A legislação neste trecho está defasada,


encontrando-se ora com a redação original do estatuto (1968), ora com a alteração
promovida pela Lei 7.231/1976. O STJ já firmou entendimento que a comprovação
dos requisitos para ingresso em cargo público deve se dar no momento da posse (e
não da inscrição), de acordo com a Súmula 266. Tecnicamente, o STJ fez isto
especificamente para o diploma ou habilitação legal, mas o raciocínio pode ser
estendido a outros requisitos:
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O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser


exigido na posse e não na inscrição para o concurso público.
Assim, não faz sentido exigir qualquer comprovação na data da inscrição do
candidato.

Segundo: o STF já firmou súmula sobre o tema da idade máxima para


ingresso no serviço público (Súmula 683):

“o limite de idade para inscrição em concurso público só se legitima


em face do artigo 7º, inciso XXX, da Constituição, quando possa ser
justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”
O artigo 7º, inciso XXX da Constituição Federal possui a seguinte redação:

Art. 7º [...]
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
Ou seja, para fixar uma idade máxima para ingresso em determinada carreira
do serviço público, é necessário que as atribuições do cargo sejam compatíveis com
esta exigência.

Resumindo a história: apesar de haver trechos conflitantes nesta passagem


do estatuto, é muito pouco provável que seu examinador o exija em prova, dada a
quantidade assustadora de polêmicas que cercam o assunto.

E se cair? Neste caso, seu professor ajuda você com o recurso. Se quiser
evitar dor de cabeça, repare se a questão exige conhecimento do estatuto. Se sim,
marque a alternativa que for uma transcrição literal do dispositivo da lei, ainda que
flagrantemente inconstitucional :P.
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Ufa! Podemos seguir:

§ 2º Sendo exigido exame psicotécnico, só poderá submeter-se às


provas do concurso o candidato que houver sido julgado apto naquele
exame, para o exercício do cargo.
Art. 21. Não será aberto concurso para o preenchimento de cargo
público, enquanto houver em disponibilidade funcionário de igual
categoria à do cargo a ser provido.

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1.1.3 Posse e Exercício

Art. 22. Posse é o ato que completa a investidura em cargo público e


órgão colegiado.
Parágrafo único. Não haverá posse nos casos de promoção e
reintegração.

Lembra-se de que a autoridade competente te chamou a tomar posse, por


meio da nomeação?

Pois bem: tomar posse é aceitar o chamamento!

Se você acha que isto começa a tomar contornos religiosos, bom, é bem por
aí mesmo :P.

Ao tomar posse (ato este representado pela assinatura do termo de posse


por você, futuro servidor e a autoridade nomeante), você assume o compromisso de
desempenhar o cargo público a contento, observando as atribuições, deveres e
responsabilidades inerentes ao seu exercício. Por outro lado, também conhecerá
seus direitos inerentes ao cargo que está ocupando.

Repare que nomeação e posse se complementam para formar a investidura.


A autoridade chama você (nomeação) e você aceita o chamamento (posse).

E porque razão os provimentos por promoção e reintegração não demandam


posse?

Veja o artigo 25:


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Art. 25. Do termo de posse, assinado pela autoridade competente e


pelo funcionário, constará o compromisso de fiel cumprimento dos
deveres e atribuições.

Nos casos de reintegração e promoção, o servidor já se encontra vinculado


ao compromisso anteriormente firmado. Além disto, estas duas formas de
provimento não demandam a entrega de documentos adicionais para o retorno ao
exercício (no caso da reintegração) ou sua continuidade (no caso da promoção)
não havendo necessidade de nova tomada de posse (e, consequentemente, de

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assunção de compromisso de bem exercer o cargo, juntamente com a entrega dos


documentos exigidos).

O artigo 23 é bastante parecido com o artigo 20 (que tratava dos requisitos


para que uma pessoa pudesse inscrever-se em um concurso público). Contudo, ao
contrário daquele caso, agora estamos falando dos requisitos para tomada de
posse.

Se eu dei pouca atenção ao artigo 20, foi por conta de haver atualmente
orientação do STJ desmentindo o artigo. Só que o artigo 23 é importantíssimo. Sem
cumprir os requisitos abaixo, você pode ser aprovado em concurso público e
nomeado, entretanto, não irá conseguir investir-se no cargo.

Atenção:

Art. 23. Só poderá tomar posse em cargo público quem satisfizer os


seguintes requisitos:
I ser brasileiro;
II estar no gozo dos direitos políticos;
III estar quite com as obrigações militares,
IV estar quite com as obrigações eleitorais;
Até aqui, uma cópia quase fiel dos incisos I a III do artigo 20. O restante é
novidade:

V gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica;


VI ter atendido às prescrições de lei especial para o exercício de
determinados cargos;
VII ser declarado apto em exame psicotécnico procedido por entidade
especializada, quando exigido em lei ou regulamento.
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Notou algum problema até aqui? Se estivermos falando de nomeação (a


única forma de provimento originário prevista na atual Constituição Federal e,
portanto, o estabelecimento de vínculo funcional com alguém que não era servidor
público anteriormente), todas as exigências fazem muito sentido.

Mas lembre-se: nomeação não é a única forma de provimento de cargos


públicos (eu juro que veremos as demais ao longo da Aula 01).

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Assim, algumas destas exigências podem ser ignoradas (com excelentes


justificativas) quando o provimento do cargo se der de outra forma que não por meio
de nomeação.

Observe:

Parágrafo único. Serão dispensados os seguintes requisitos para a


posse:
I nos cargos de provimento efetivo, os constantes do item I deste artigo;
Redação do Item I mencionado:

Art. 23. [...]


I ser brasileiro;
Neste caso, a redação do estatuto (lembre-se, anterior à Constituição de
1988) previa a possibilidade de que cargos públicos efetivos fossem providos por
estrangeiros.

Repare na redação atual da Constituição:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
como aos estrangeiros, na forma da lei;
Estrangeiros podem prover cargos públicos, entretanto, há necessidade de lei
específica dizendo a forma como isto será feito.

E na prática, como isso é resolvido? Embora seu estatuto não exija a


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nacionalidade brasileira no caso de provimento de cargo efetivo, este requisito


acaba por ser atendido quando se exige a quitação das obrigações eleitorais (entre
as quais, título de eleitor válido).

Como somente cidadãos brasileiros podem votar e ser votados, a quitação


das obrigações eleitoras por não estrangeiros acaba por depender de que
determinado indivíduo tenha comprovado sua condição de brasileiro perante a
Justiça Eleitoral.

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II nos cargos de provimento em comissão:


a) se o nomeado for servidor público, os mencionados nos incisos I, II,
III, IV, V e VII deste artigo;
A alínea a) excluiu todos os requisitos para a posse, a exceção do VI:

Art. 23. [...]


[...]
VI ter atendido às prescrições de lei especial para o exercício de
determinados cargos;
Ou seja, se o nomeado para cargo em comissão já for servidor, só precisa
comprovar que atende as condições para o exercício daquele cargo público em
comissão. Subentende-se que os demais requisitos foram atendidos quando o
servidor tomou posse no cargo público atualmente ocupado.

b) se o nomeado não for servidor público, os constantes dos incisos V


e VII deste artigo;
A dispensa é para os seguintes requisitos:

Art. 23. [...]


[...]
V gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica;
[...]
VII ser declarado apto em exame psicotécnico procedido por entidade
especializada, quando exigido em lei ou regulamento.
Considerando que o cargo em comissão é de livre provimento e exoneração,
não permitirá ao seu ocupante adquirir estabilidade. É um pouco cruel, mas caso a
saúde do servidor ocupante de cargo em comissão realmente não seja boa, ele
provavelmente será exonerado de ofício.

Quanto ao exame psicotécnico, supõe-se que a autoridade nomeante é


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suficientemente responsável para não nomear nenhum maluco para a função, razão
pela qual se confia exclusivamente no critério da autoridade nomeante.

III nos órgãos colegiados:


Órgão colegiado é aquele cujas decisões são tomadas levando-se em
consideração a vontade de cada um de seus componentes. São usualmente órgãos
que dispõem de poder decisório. Um excelente exemplo de órgão colegiado são as
Turmas de Julgamento da 2ª Instância da Justiça Estadual, composta por
Desembargadores.
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Cada Desembargador profere seu voto e a vontade do órgão será aquela


que, por exemplo, for a vontade da maior

A rigor, os requisitos são parecidos para a assunção de um cargo em


comissão, com pequenas diferenças:

a) se o nomeado for servidor público, os constantes dos incisos I, II, III,


V, e VII deste artigo:
Sobraram apenas os seguintes requisitos a serem cumpridos para tomada de
posse em cargo público em órgão colegiado por servidor público:

Art. 23 [...]
[...]
IV estar quite com as obrigações eleitorais;
[...]
VI ter atendido às prescrições de lei especial para o exercício de
determinados cargos;
[...]
Além de ter de atender às exigências específicas para assunção do cargo
colegiado (inciso VI), o servidor terá de, novamente, comprovar a quitação com suas
obrigações eleitorais.

b) se o nomeado não for servidor público, o constante dos incisos V e


VII deste artigo;
Essa combinação de incisos você já conhece: são as mesmas dispensas que
aquelas aplicáveis aos cargos em comissão e assim, valem as mesmas
considerações:

Art. 23. [...] 00123829909

[...]
V gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica;
[...]
VII ser declarado apto em exame psicotécnico procedido por entidade
especializada, quando exigido em lei ou regulamento.

Os três incisos seguintes referem-se a outras formas de provimento de


cargos públicos diferentes da nomeação. Você só vai entendê-las quando
estudarmos cada uma delas individualmente.

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Faremos assim: por enquanto, vou apenas mencioná-las. Quando as


estudarmos, volto neste ponto da dispensa de requisitos. Se eu esquecer, me
lembre :P.

IV nos casos de transferência, os citados nos itens I, II, III, V e VI deste


artigo;
V nos casos de aproveitamento, os constantes dos itens I, III e VII deste
artigo;
VI nos casos de reversão, os mencionados nos itens I, III e VI deste artigo.
Em frente.

Bom, o tio aqui sempre falou “autoridade superior”, “autoridade competente”,


mas até agora não deu nome aos bois. Pois bem, o estatuto (faz isto nesta
oportunidade:

Art. 24. São competentes para dar posse:


I a autoridade de hierarquia imediatamente superior no cargo de
provimento em comissão;
II os órgãos colegiados, aos respectivos membros;
III o Diretor do Departamento de Administração de Pessoal da
Secretaria de Administração, ao nomeado para o exercício de cargo de
provimento efetivo.

O artigo 25 já foi mencionado na aula, restando falar do seu parágrafo único:

Art. 25. Do termo de posse, assinado pela autoridade competente e


pelo funcionário, constará o compromisso de fiel cumprimento dos
deveres e atribuições.
Parágrafo único. O funcionário declarará, para que figurem no termo de
posse, os bens e valores que constituem seu patrimônio e que não
exerce função pública de acumulação proibida.
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Pois bem, tive um professor de Direito Previdenciário que era também Auditor
Fiscal da Receita Federal do Brasil. Ele costumava dizer que o ingresso no serviço
público fecha duas portas na vida de uma pessoa: a da pobreza e a da riqueza.

Como, creio eu, ninguém deseja ser voluntariamente pobre, o serviço público
está particularmente motivado a manter a porta da riqueza fechada (ou, ao menos,
não escancará-la). A entrega da declaração de bens por ocasião da posse permitirá
o acompanhamento ano a ano da sua evolução patrimonial, para garantir que
ninguém enriqueça “sem explicação” :P.
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A declaração quanto a não acumulação de cargos busca atender ao inciso


XVI, artigo 37 da Constituição Federal:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,
quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer
caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde,
com profissões regulamentadas;
Simplificando a história: se você é técnico de determinado órgão do Estado
do Pernambuco, você não pode ser, ao mesmo tempo: Analista do Tribunal de
Justiça (cargo público) ou mesmo Técnico de Informática do SERPRO (emprego
público).

Também nem adianta dizer que a entidade para onde vai é uma autarquia, ou
mesmo uma sociedade de economia mista (então esqueça aquele sonho de ser
gerente de perfuração da Petrobrás enquanto estiver exercendo suas atribuições
em outro órgão público).

O conceito de acumulação é extremamente amplo, de tal forma que se a


Constituição não o autorizar a acumular cargos, você não pode e pronto!

Esta declaração serve para evitar que o servidor tome posse enquanto
estiver exercendo outro cargo público (caso ele declare a verdade) ou demiti-lo
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posteriormente (caso ele omita esta informação).

Bom, mas e se eu estiver viajando e, de repente, sai a publicação no Diário


Oficial com a minha nomeação? Cancelo minhas férias e venho correndo tomar
posse pessoalmente?

Não precisa!

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Art. 26. É facultada a posse por procuração, quando o nomeado estiver


ausente do Estado e, em casos especiais, a juízo da autoridade
competente:

Se você não puder se fazer presente no momento da posse por ausência no


Estado (outras hipóteses demandam juízo da autoridade competente), pode assinar
uma procuração para que outra pessoa o represente no ato. Ao contrário de outros
estatutos, o seu não fez menção expressa à procuração com poderes específicos.

Ah sim, e esta é uma pegadinha clássica, embora a posse possa se dar


mediante procuração, a entrada em exercício no cargo deve ser realizada
exclusivamente pelo aprovado em concurso público, pessoalmente!

Art. 28. A posse verificar-se-á no prazo de 30 dias, a contar da data de


publicidade do ato de provimento no órgão oficial.
Parágrafo único. A requerimento do interessado o prazo poderá ser
prorrogado, por justa causa, até 180 (cento e oitenta) dias.
Uma vez publicada a nomeação (o ato de provimento mais comum) no Diário
Oficial do Estado, o interessado deve tomar posse nos 30 dias subsequentes. Se,
por qualquer razão, este prazo não for adequado para você, é possível requerer
uma prorrogação de até 180 dias, desde que o requerimento seja fundamentado em
uma justa causa.

Assim, o pedido de prorrogação pode ou não ser acatado.

É possível, por fim, que o servidor seja chamado, mas não responda ao
chamamento. Se ele não tomar posse dentro do prazo previsto no estatuto,
entende-se que não aceitou o provimento e renunciou ao seu direito de ser
nomeado em decorrência daquele concurso:
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Art. 29. O decurso do prazo para a posse, sem que esta se realize,
importa em não aceitação do provimento e em renúncia ao direito de
nomeação decorrente do concurso, salvo motivo de força maior
devidamente comprovado.
A ideia de chamamento cai como uma luva aqui: alguém grita seu nome, mas
se você não responder, a pessoa vai parar de te procurar :P.

Uma vez tomada posse, abre-se o prazo para entrada de exercício. Seu
estatuto resolveu arremessar esta etapa lá nos artigos 33 a 39. Eu prefiro abordar

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posse e exercício conjuntamente, dada a intimidade entre os dois institutos. Assim,


anteciparemos os sete artigos agora e falaremos sobre garantias posteriormente.

Pois bem: você respondeu ao chamamento. Foi nomeado e tomou posse,


assinando o termo e expressando o desejo de aceitar suas atribuições. Meus
parabéns! Mas você ainda não está desempenhando suas funções. Você apenas
aceitou suas atribuições e deveres (posse). Chega a hora de começar a trabalhar:

Art. 33. O exercício do cargo terá início no prazo de trinta dias a contar:
I da data da publicação oficial do ato, no caso de reintegração:
II da data da posse, nos demais casos.
Parágrafo único. A requerimento do interessado e a juízo do titular da
Secretaria em que for lotado o funcionário, o prazo previsto neste artigo
poderá ser prorrogado por trinta dias.

Pois bem, os servidores do seu estado, quando aprovados e empossados em


seu novo cargo, terão 30 dias para iniciar o exercício de suas atribuições
(prorrogável por outros 30 dias, a juízo do titular da Secretaria).

Fique atento:

Posse - Aceitação Expressa das Atribuições


Exercício - Desempenho das Atribuições

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Lembremos que não há posse em caso de reintegração (modalidade de


provimento na qual o servidor se investe no cargo público depois de invalidada sua
demissão), e assim, não podemos usar a data da posse como parâmetro para
contagem do prazo.

Como a reintegração só ocorre com a publicação de ato que invalida a


demissão anterior, seu estatuto escolheu este ponto como marco inicial da
contagem.

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Mas pera aí! Também não ocorre posse na promoção! Sim meu caro, mas
a promoção não interrompe o exercício:

Art. 35. A promoção não interrompe o exercício.

O servidor promovido já era servidor antes e encontrava-se no exercício do


cargo. Este exercício continua, sem qualquer interrupção.

Quanto às demais hipóteses de provimento, prazo de 30 dias para início de


exercício começa na data da posse.

Art. 34. O início, a interrupção e o reinício do exercício serão


registrados no assentamento individual do funcionário.

O assentamento individual é o registro do servidor junto ao órgão no qual


trabalha (usualmente junto ao RH do órgão onde se dá o exercício de suas
funções). Se prepare, pois aquela longa lista de documentos “para posse” se voltam
a montar o seu assentamento individual. Lá estarão cópias de documentos de
identificação (RG, CPF, Título de Eleitor, etc.), declarações (como, por exemplo, a
sua declaração de bens e de não exercício de outro cargo, emprego ou função
pública), bem como quaisquer outros dados que venham a ser de interesse do
órgão no qual você trabalha ou que digam respeito à sua situação funcional.

Art. 36. O responsável pelo serviço onde deva servir o funcionário, é


competente para dar-lhe exercício.

O responsável pelo serviço será, muito provavelmente, o seu chefe dali por
diante. Neste caso, é qualquer pessoa que responsa pelo serviço em determinada
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unidade.

Art. 37. O funcionário preso preventivamente, pronunciado por crime


comum ou denunciado por crime funcional, ou ainda, condenado por
crime inafiançável em processo no qual não haja pronúncia será
afastado do exercício, até decisão final passada em julgado.

Ei! Este funcionário não será mandado embora? Não senhor! Repare que a
decisão condenatória ainda não transitou em julgado (no caso da pronúncia por
crime comum o processos penal acabou de começar).

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Veja a Constituição Federal:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
[...]

A Constituição é clara quanto à necessidade da sentença judicial que declara


a perda do cargo já ter transitado em julgado (e assim, não caber mais qualquer
recurso contra a mesma).

Ok, o servidor não pode ser desligado do cargo (ainda). Não podendo
desligar o servidor, seu estatuto fez a opção de afasta-lo do exercício de suas
funções.

O artigo 38 traz uma previsão de “empréstimo” de servidor público. Não se


trata de cessão pois o servidor continua vinculado à ao órgão de origem. Imagine
que haja uma epidemia em um dado município do estado que não tem agentes de
saúde suficientes para atender todos os casos que surgem da doença.

O Prefeito liga para o Governador e pede auxílio. O Governador, por sua vez,
sensibilizado pela catástrofe que acomete a região, lembra-se da disposição do
artigo 38:

Art. 38. O funcionário poderá ser posto à disposição de órgãos da


administração direta ou indireta, federal, estadual e municipal a critério
do Governador para fim determinado e a prazo certo.
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Atenção agora: isto é um mero empréstimo de mão de obra. A situação


funcional do servidor permanece a mesma:

§ 1º O funcionário posto à disposição nos termos deste artigo,


continuará vinculado ao órgão administrativo a que servia.
§ 2º Findo o prazo ou cessados os motivos determinantes do
afastamento, o funcionário deverá apresentar –se à Secretaria de
Administração onde aguardará nova lotação.
Você já conhece o Secretário de Administração: é ele a autoridade
competente para dar posse a servidores efetivos:

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Art. 24. São competentes para dar posse


[...]
III o Diretor do Departamento de Administração de Pessoal da
Secretaria de Administração, ao nomeado para o exercício de cargo de
provimento efetivo.
A Secretaria de Administração é o primeiro órgão com o qual um servidor
efetivo tem contato, e cabe a ela apontar onde o servidor terá exercício depois da
posse. O mesmo ocorre nas hipóteses do artigo 38, quando o servidor retorna do
local para onde foi disponibilizado: cabe novamente à Secretaria de Administração
apontar onde o exercício se dará.

§ 3º O afastamento de que trata este artigo poderá ser cancelado a


qualquer tempo se não for comunicada, mensalmente, a freqüência do
funcionário.
Para terminar, eu ainda não te disse o que ocorre com o servidor que não
inicia o exercício do cargo no prazo:

Art. 39. O funcionário que não entrar em exercício, no prazo legal,


perderá o cargo, salvo motivo de força maior, devidamente comprovado.

Olha que coisa interessante. Vamos comparar o artigo 39 com o artigo 29


(que trata da consequência pela não assunção do cargo):

Art. 29. O decurso do prazo para a posse, sem que esta se realize,
importa em não aceitação do provimento e em renúncia ao direito de
nomeação decorrente do concurso, salvo motivo de força maior
devidamente comprovado.

Se, por qualquer razão, após a posse, o servidor não entrar em exercício, ele
será exonerado do cargo (seu estatuto referiu-se a este fenômeno genericamente
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ao prever a “perda” do cargo). Veja que o efeito é diferente daquele quando o


nomeado não toma posse dentro do prazo legal (renúncia ao direito de nomeação).

Isto ocorre, pois, após a posse, o nomeado já passou à condição de servidor,


e desta forma, é necessário um ato formal de desligamento. Como este ato não teve
como causa uma falta disciplinar (pois se assim o fosse, estaríamos falando de
demissão), o nome dado a ele é justamente exoneração.

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Por outro lado, se o servidor não tomou posse, ele não chegou a se vincular
ao órgão público, razão pela qual um ato mais simples pode ser realizado para fazer
cessar os efeitos da nomeação.

1.1.4 Garantias

Tomemos por exemplo o cargo público de depositário judicial, ainda existente


em alguns órgãos do Poder Judiciário do país. Este servidor tem por incumbência
receber bens apreendidos ou dados em garantia em razão de decisão proferida em
processo judicial. Seu trabalho é garantir a conservação destes bens até que sejam
novamente requisitados ou que uma destinação final lhes seja dada.

É possível que estes mesmos bens tenham valor infinitamente superior à


remuneração do servidor, de forma que de pouco serviria descontar sua
remuneração para ressarcir a deterioração ou extravio de um bem dado em guarda
para o depósito.

Neste ponto, surge a necessidade de prestação de garantia (também


conhecida por “caução” ou “fiança”).

Art. 30. O nomeado para cargo cujo desempenho exija prestação de


garantia não poderá entrar em exercício sem a prévia satisfação dessa
exigência.
Lembra-se que a preocupação do estatuto é que a remuneração do servidor
não seja suficiente para quitar os danos decorrentes de sua negligência? Pois bem,
caso isso seja verdade, não há necessidade de garantia.

O estatuto fixou o critério: 00123829909

§ 1º Não se exigirá fiança quando o total anual do dinheiro, bens ou


valores do Estado, sob a responsabilidade do funcionário, não
exceder trinta vezes o maior salário mínimo mensal.
Pessoalmente, eu não gosto muito de dinheiro parado. Ser funcionário
público costuma ser uma vantagem para fazer investimentos, dada a previsibilidade
do seu orçamento no mês seguinte.

É possível que nosso depositário judicial (ou qualquer outro servidor sujeito à
prestação de garantia) pense assim também e fique muito chateado em saber que

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terá de imobilizar o seu capital em garantia, sem ganhar os preciosos juros das
aplicações.

Pois não tema! A fiança não precisa, necessariamente, ser prestada em


dinheiro. O estado aceita outros tipos de garantia:

§ 2º A fiança poderá ser prestada:


I em dinheiro;
II em títulos da Dívida Pública;
III em apólices de seguro de fidelidade funcional emitidas por
instituição oficial ou empresa legalmente habilitada.
Dinheiro você já conhece. Títulos da Dívida Pública são aqueles emitidos
principalmente pela União para tomar empréstimos junto ao mercado (seu professor
gosta muito deles) e dado o fato de serem garantidos pelo próprio Tesouro Nacional
(no caso dos títulos públicos federais), são tidos como seguros para servirem de
garantia em operações financeiras, e, no nosso caso, para prestação de fiança.

Quanto à apólice de seguro de fidelidade funcional, é exatamente o que o


nome sugere: uma instituição, por meio de um contrato de seguro, se
responsabilizará pelos prejuízos causados pela conduta do servidor, quitando
eventuais passivos gerados conforme previsto no contrato.

A instituição, por sua vez, cuidará de obter o ressarcimento do servidor.

§ 3º Não se admitirá o levantamento da fiança antes da tomada de


contas do funcionário.
Se estivéssemos em uma aula de Contabilidade Pública, eu diria vocês que
tomada de contas é: 00123829909

Levantamento organizado por serviço de contabilidade analítica,


baseado na escrituração dos atos e fatos praticados na movimentação
de créditos, recursos financeiros e outros bens públicos, por um ou
mais responsáveis pela gestão financeira e patrimonial, a cargo de
uma unidade administrativa e seus agentes, em determinado exercício
ou período de gestão.
A definição pode ser encontrada no site do Tesouro Nacional ou em qualquer
Manual de Contabilidade Pública. Se você ler só o que eu grifei, saberá o que é uma
tomada de contas fora do contexto daquela disciplina.

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O servidor está impedido de levantar a fiança (recuperar a garantia


anteriormente prestada) antes que o órgão apure que não haja prejuízos a serem
ressarcidos. Nem mesmo em uma emergência.

Bom, agora digamos um dos bens de cuja guarda o servidor ficou


responsável seja uma edição rara do “Moita-man, o servidor que nada fazia” (aliás,
coisa rara mesmo, como você poderá descobrir em breve) a qual, embora dotada de
valor de mercado ainda dentro do razoável, é relativamente difícil de achar.

O nosso servidor tem a seguinte ideia: eu já prestei garantia para manter a


guarda dos bens. Vou simplesmente subtrair a revista e, quando descobrirem que
não mais a possuo em meu poder, vão simplesmente deduzir o seu valor de
mercado da fiança prestada, e me devolver o que sobrar.

E nada mais vai acontecer... Aham, vai sonhando:

Art. 31. O responsável por alcance ou desvio de material não ficará


isento da ação administrativa ou criminal que couber, ainda que o valor
da garantia seja superior ao prejuízo verificado.
Art. 32. Serão periodicamente discriminadas, por decreto, as classes
sujeitas à prestação de garantia e determinadas as importâncias para
cada caso, revistos e atualizados os valores existentes.
1.1.5 Remoção e Permuta

A remoção e a permuta são dois institutos que alteram a localidade de


exercício do servidor. A diferença principal entre eles é que a permuta presume a
“troca” entre dois ou mais servidores de seu local de exercício, de forma que, ao
final do processo, todas as unidades envolvidas tenha o mesmo número de
funcionários de que originalmente dispunham. Na remoção, apenas um servidor
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está mudando de localidade.

Graficamente, poderíamos representar assim:

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Art. 40. A remoção far-se-á:


I de um para outro órgão da administração;
II de uma para outra localidade.
Seu estatuto trata a mudança de localidade de exercício dentro do mesmo
órgão e entre diferentes órgãos sob o mesmo instituto, não havendo diferenciação.

Art. 41. A remoção pode ser a pedido ou de ofício, atendida sempre a


conveniência do serviço.
A remoção de ofício é a mais drástica :P.

Nesta modalidade, o servidor será removido independentemente de sua


vontade, pelo fato de que a vontade da Administração (representando o interesse
público) prevalece sobre a do particular. Os serviços do servidor são requeridos em
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outro local, e tendo Deus por testemunha, ele vai trabalhar ali, quer queira, quer não
:P.

No caso da remoção a pedido, é o servidor quem deseja alterar a sua


localidade de exercício. Porém, salvo algumas exceções, cabe à Administração
decidir se esta alteração é conveniente ou não ao serviço público, e assim, aceitar
ou negar o pedido.

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§ 1º Quando o pedido de remoção tiver por fundamento motivo de


saúde, deverá este ser comprovado pela Junta Médica Estadual
Talvez você trabalhe no interior e o ar do litoral seja benéfico para seus
fracos pulmões. Talvez a Capital apresente um hospital de ponta, especializado no
tratamento de uma doença rara que você teve a infelicidade de ser acometido e a
felicidade de ter descoberto a tempo.

Nestes casos, você poderá requerer a remoção por motivo de saúde.


Todavia, suas alegações terão de ser comprovadas por uma Junta Médica Estadual
que procederá aos exames.

§ 2º Do pedido de remoção do funcionário formulado por órgão


administrativo, deverá constar expressamente se o funcionário é
desnecessário ou inadaptado ao serviço.
Enquanto você estiver do lado de fora do serviço público, vai ouvir sempre
que a máquina estatal está inchada. Talvez até seja verdade em alguns casos, mas
isto não costuma ocorrer para concursados (lamento informar). Quando você entrar,
vai ver que uma das carências é justamente de mão de obra para realizar os
trabalhos.

Assim, é extremamente raro um chefe liberar um funcionário para remoção


sem demandar qualquer contrapartida (normalmente, este chefe acaba pedindo ao
menos uma permuta, para que outro servidor ocupe o lugar daquele que está
saindo).
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Ok, já que é raro uma unidade abrir mão de seus parcos recursos humanos,
quando um órgão da Administração requer que um de seus servidores seja
removido (leia-se: o órgão pede para que fulano seja alocado em outro lugar que
não ali), a Administração, estarrecida, quer saber o motivo de tamanha
benevolência por parte daquele gestor.

E só existem dois motivos considerados como “convenientes ao serviço” ao


se remover o servidor: ou bem sua mão de obra é realmente desnecessária (um
quadro menor de servidores pode dar conta do serviço, não sendo necessários mais

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servidores), ou então o servidor não se adaptou ao serviço (neste caso, ele está
mais atrapalhando que ajudando).

Em qualquer dos casos, o servidor só é considerado desligado do serviço da


localidade original quando uma nova lotação for designada para ele:

§ 3º Quando qualquer órgão da administração solicitar a remoção de


um seu funcionário, este somente será desligado do serviço após a
nova lotação.
E para a permuta? Valem quase todas as mesmas regras:

Art. 42. Observado o disposto nos artigos 40 e 41, a remoção por


permuta será processada a pedido escrito dos interessados.
Não existe a figura da permuta “de ofício”. Se a Administração precisa
realocar a mão de obra, ela simplesmente removerá os servidores
independentemente do interesse dos envolvidos. As permutas costumam ocorrer
quando dois ou mais servidores se interessam pela localização uns dos outros e,
buscando facilitar o procedimento, demonstram que há outra pessoa desejando
ocupar de pronto a vaga que pretendem deixar em aberto.

1.1.6 Estágio Probatório e Estabilidade

Pois bem, os próximos dois tópicos eu tenho certeza absoluta que, se você
não conhece ainda, ao menos já ouviu falar (e com enorme entusiasmo!). São os
institutos do estágio probatório e da estabilidade.

Todo jornal de concurso público (para não fazer propaganda, não vou falar
dos mais comuns) faz questão de encher a boca para dizer com orgulho: o regime é
estatutário e assim, dá direito à estabilidade. Se você leu algo remotamente
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parecido com isso, pelo amor de Deus, apague de sua cabeça.

Estabilidade não se ganha de presente. Você afaz por merecer. E como


saber se você será merecedor de tamanha dádiva? (não deveria ser um presente
tão cobiçado, mas as condições de emprego no país não parecem melhorar).

Art. 43. Estágio Probatório é o período inicial, de 03 (três) anos de


efetivo exercício, do servidor público nomeado para provimento de
cargo efetivo em virtude de aprovação em concurso público e, tem por
objeto, além da obtenção da estabilidade, aferir a aptidão para ao
exercício do cargo, mediante a apuração dos seguintes requisitos:

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I - idoneidade moral;
II - assiduidade;
III - disciplina;
IV - eficiência.

Assiduidade Disciplina

Idoneidade
Eficiência
Moral

O estágio probatório, como o nome sugere, é um período de avaliação do


seu desempenho funcional.

Estágio é talvez a melhor palavra para definir o que vai acontecer com você
:P. Você está sendo avaliado enquanto funcionário. Estão vendo se você chega no
horário, se é obediente, se é eficiente e se possui idoneidade moral para
exercer o cargo.

E toda esta observação ocorrerá durante um período de 3 anos.

Aliás, este prazo não saiu do nada.

Dê uma olhada no texto constitucional:


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Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
Pelo texto constitucional atual, somente o provimento de cargo por nomeação
decorrente de concurso público é capaz de conferir estabilidade ao servidor. Mas
não é disto que eu quero falar.

Note que o texto constitucional é enfático ao dizer que a estabilidade só se


adquire após três anos de efetivo exercício. Como o instituto do estágio probatório
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está intimamente ligado ao da estabilidade, a doutrina e jurisprudência chegaram à


conclusão de que o prazo de estágio probatório é justamente o previsto na
constituição para a estabilidade (3 anos).

Bom, e se não der certo? O servidor tomou posse e entrou em exercício em


um cargo público tendo uma ideia de suas atividades. Porém, quando começou a
trabalhar, percebeu que aquilo ali não era para ele e, por conta disso, seu
desempenho se revelou péssimo. Não tinha iniciativa, não era pontual e
apresentava desleixo inominável pelo desempenho de suas funções.

Ora, não era para ser. Mas não vamos fazer caso disso: O efeito da não
aprovação no estágio probatório não é uma demissão! Demissão é penalidade
administrativa aplicável quando do cometimento de faltas funcionais graves.

O que pode ocorrer com o servidor inapto ao exercício do cargo é a


Exoneração (desligamento do cargo sem caráter punitivo);

§ 1° Se, no curso do estágio probatório, for apurada, em processo


regular, a inaptidão do funcionário para o exercício do cargo, será ele
exonerado.
O parágrafo 1º é claro quanto a necessidade de um processo regular para
desligamento do servidor. O fato do servidor não ser estável não autoriza que seu
desligamento seja feito de forma arbitrária.

O rito para este processo está descrito em linhas gerais no parágrafo 2º do


artigo 43:

§ 2º No curso do processo a que se refere o parágrafo anterior, e desde


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a sua instauração, será assegurada ao funcionário ampla defesa que


poderá ser exercitada pessoalmente ou por intermédio de procurador
habilitado, conferindo-se-lhe, ainda, o prazo de dez dias para juntada
de documentos e apresentação de defesa escrita.
Ok, só que agora começamos a ter um problema.

Os parágrafos 3º e 4º do artigo 43 e o artigo 44 não se encontram conforme a


atual Constituição Federal. Deixa o tio mostrar:

§ 3º O término do prazo do estágio probatório sem exoneração do


funcionário importa em declaração automática de sua estabilidade no
serviço público.

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§ 4º Fica dispensado do estágio probatório de que trata o presente


artigo, o funcionário nomeado por concurso, desde que conte, à
época, dois (2) anos de efetivo exercício como contratado no Estado,
em funções idênticas àquelas para as quais prestou concurso.
Art. 44. O funcionário estável fica dispensado de novo estágio
probatório, quando nomeado para outro cargo.

Pois bem, agora veja uma decisão tomada pelo Tribunal de Justiça de
Pernambuco (Apelação Cível nº. 0069475-73.2012.8.17.0810, julgada pela 1ª
Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de Pernambuco) tratando sobre a
dispensa de estágio probatório por servidor municipal (eu sei que o estatuto é outro,
mas este trecho do seu estatuto é semelhante e o fundamento do indeferimento do
pedido decorreu da atual redação da Constituição):

[...]
Decido.
6. Em um primeiro momento, a controvérsia da presente lide gravita
em torno da submissão, de servidora já estável em cargo de
professor, a segundo estágio probatório em novo cargo, também de
professor. Se instaura, ainda, quanto a possibilidade de a classe
inicial do segundo vínculo com a Administração Pública Municipal, na
progressão vertical, equiparar-se ao mesmo nível da primeira
investidura (classe III).
7. Consoante a exegese do art. 41, § 4º, da CR/88, o estágio probatório
não se confunde com a estabilidadeno serviço público, pois se
caracteriza, antes, como uma das condições para a sua aquisição.
Vejamos:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
(...)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a
avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa
00123829909

finalidade.
8. Na esteira da jurisprudência consolida dos tribunais Pátrios, a
aquisição da estabilidade tem por referência o serviço público e não
um cargo em específico. Ainda, sempre que o servidor entrar em
exercício em um novo cargo público, mediante aprovação em
concurso público, deverá submeter-se ao respectivo estágio
probatório.
Nessa diretriz, trago à colação os seguintes precedentes do c.
Superior Tribunal de Justiça:
FUNCIONARIO PÚBLICO. ESTABILIDADE. ESTÁGIO PROBATORIO. - A
ESTABILIDADE DIZ RESPEITOAO SERVIÇO PÚBLICO E NÃO AO
CARGO. - O SERVIDOR ESTÁVEL, AO SER INVESTIDO EM NOVO
CARGO, NÃO ESTA DISPENSADO DE CUMPRIR O ESTÁGIO
PROBATORIO NESSE NOVO CARGO. - NÃO SE EXIGE INQUERITO
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ADMINISTRATIVO PARA EXONERAR FUNCIONARIO EM ESTÁGIO


PROBATORIO. (RMS 859/RJ, Rel. Ministro JOSE DE JESUS FILHO,
SEGUNDA TURMA, julgado em 11/12/1991, DJ 17/02/1992, p. 1364)
[...]
9. Como o servidor, embora estável, não fica dispensado de cumprir
novo estágio probatório, haja vista a possibilidade de não vir a
corresponder às atribuições do novo cargo que passou a exercer, a
pretensão autoral no sentido de escusar-se da avaliação especial de
desempenho não merece prosperar.
Desta forma e à luz da Constituição atual, não há estabilidade antes da
verificação. Não é o decurso do prazo que torna o servidor estável, mas sim a
confirmação no cargo, pouco importando se o servidor já era estável em outro cargo
público.

Assim, qualquer trecho do seu estatuto que sugerir a dispensa do estágio


probatório ou concessão automática de estabilidade não tem mais aplicação.

1.2 Promoção

Comecemos do começo:

Art. 45. Promoção é a elevação do funcionário, em caráter efetivo, à


classe imediatamente superior à que pertence na respectiva série.
Lembre-se dos incisos III e IV do artigo 2º

Art. 2º Para os efeitos deste Estatuto:


[...]
III classe é o conjunto de cargos iguais quanto à natureza, grau de
responsabilidade e complexidade de atribuições;
IV série de classes é o conjunto de classes semelhantes, quanto à
natureza, grau de complexidade e responsabilidade das atribuições,
constituindo a linha natural de promoção do funcionário;
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[...]
Promoção é uma forma de provimento de cargo público (pois é ato
administrativo voltado a prover um cargo público atualmente vago) e, ao mesmo
tempo, é forma de vacância de cargo público, pois o cargo de origem do servidor
ficará vago.

Podemos chegar a esta conclusão lendo os artigos 10 e 81 do estatuto:

Art. 10. Os cargos públicos serão providos por:


I nomeação;

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II promoção;
III reintegração;
IV aproveitamento
V reversão;
VI transferência.
[...]
Art. 81. A vacância do cargo dependerá de:
I exoneração;
II demissão;
III promoção;
IV transferência;
V aposentadoria;
VI falecimento;
VII posse em outro cargo, ressalvadas as exceções legais.
Burla a concurso público? Estão provendo um cargo público sem prévia
realização de concurso! Ministério Público neles!

Calma lá meu caro. Não estamos diante de uma afronta à atual Constituição
Federal. O cargo provido por promoção é o mesmo, apenas houve mudança na
classe ocupada pelo servidor. Ele deixou um cargo na Classe C-x (insira aqui o
numeral romano da sua preferência para ocupar a e proveu um cargo na C-x+1.

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Um cargo público neste aspecto é igual a um emprego qualquer. Conforme o


servidor trabalha no órgão ao longo dos anos e vai se destacando, ele tem a
possibilidade de mudar de evoluir, ou melhor dizendo, ser promovido.

Aí vai um exemplo experimentado pelo seu professor: eu era Auditor Fiscal


de Tributos Municipais Classe I (entrei em 2012). Meu pai também é Auditor Fiscal

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de Tributos Municipais (ele tem mais de 20 anos de casa), entretanto, ele integra a
Classe II.

Veja que a denominação do cargo é a mesma: “Auditor Fiscal de Tributos


Municipais” (mesma série de classes), mas a classe que ele ocupa é superior a
minha (classe imediatamente superior, no caso dele, Classe II).

Art. 2º Para os efeitos deste Estatuto:


[...]
III classe é o conjunto de cargos iguais quanto à natureza, grau de
responsabilidade e complexidade de atribuições;
IV série de classes é o conjunto de classes semelhantes, quanto à
natureza, grau de complexidade e responsabilidade das atribuições,
constituindo a linha natural de promoção do funcionário;
[...]
Junto a mim estavam vários recém ingressantes do mesmo concurso, que se
encontravam na mesma classe que a minha. Nossos cargos compunham a mesma
classe, pois pertencíamos ao mesmo conjunto de cargos iguais quanto à natureza
das atribuições.

Meu pai, por já ter sido promovido, ocupava outra classe da mesma série,
com outros requisitos (para chegar à Classe II no cargo de Auditor da Prefeitura de
São Paulo, é necessário ter pós-graduação) e com outras responsabilidades (é
possível, por exemplo fixar como requisito para ocupar alguns cargos em comissão
que o servidor ocupe determinada classe da carreira, a exemplo do que ocorre com
a carreira de Delegado da Polícia Federal).

Por fim, tudo isto está em uma tabela, que aponta cada um dos padrões e
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classes que um Auditor Fiscal Tributário Municipal pode ocupar. E é assim para
todos os cargos públicos.

Parágrafo único. Não haverá promoção de funcionários em


disponibilidade ou em estágio probatório.
Só para deixar claro: um servidor em estágio probatório não pode ser
promovido. Contudo, ao termina-lo, é possível promove-lo uma vez. A ressalva é
necessária, pois a 1ª promoção costuma ocorrer ao mesmo tempo em que o fim do
estágio probatório ocorre (é uma estrutura bastante empregada pelas carreiras do

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Executivo). Ou seja: o servidor ainda estaria em estágio probatório por ocasião do


ato de promoção, desafiando o estatuto.

A disponibilidade é instituto previsto na Constituição Federal, intimamente


ligado ao provimento de cargos públicos por aproveitamento (a ser estudado ainda
neste a aula):

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público
[...]
3§ Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Disponibilidade é ato do Poder Público que transfere para a inatividade
remunerada servidor estável, cujo cargo venha a ser extinto ou declarado
desnecessário.

Imagino que você concordará comigo que não faz sentido promover um
servidor em disponibilidade (logo, inativo).

Pois bem, o estatuto deu apenas as regras gerais aplicáveis às promoções.


Mesmo assim, já são várias 

Melhor enfrentar o monstro logo :P.

Art. 46. A promoção obedecerá alternadamente, aos critérios de


merecimento e antigüidade na classe.
Parágrafo único. O critério adotado constará, obrigatoriamente, do ato
de promoção.
Ou bem promovemos o servidor que ocupa determinada classe por mais
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tempo dentre todos os outros que também a ocupam (o Sr. Epaminondas


Antiquíssimo, ocupante de cargo na Classe C-I há 50 anos), ou promovemos o
servidor que mais destacou no período de avaliação e atenda aos critérios para
promoção (o Sr. Exemplarídio da Silva, modelo de funcionário no serviço público em
sua unidade).

E como saber qual dos dois critérios adotar? Muito simples, se a última
promoção foi por antiguidade, a próxima será por merecimento. Se foi por
merecimento, a próxima será por antiguidade. Sucessiva e alternadamente.
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Art. 47. Não se fará promoção se houver em disponibilidade


funcionário aproveitável na vaga.
Guarde: promoção depende da existência de cargo vago. Agora, veja que
interessante: temos um cargo público vago, mas também temos um servidor em
disponibilidade (recebendo dos cofres públicos sem trabalhar por uma situação que
não estava sob seu controle).

Faça as contas de um bom gestor agora: atualmente pagamos dois


servidores: aquele que em tese poderia ser promovido (e se encontra trabalhando) e
um em disponibilidade (logo, inativo). Pagam-se dois servidores, mas só temos um
a disposição. Seu estatuto teve uma ideia brilhante olhando este panorama: ao
invés de promover o servidor que já está trabalhando, que tal aproveitar o servidor
em disponibilidade, fazendo com que este ocupe o cargo vago?

E assim se fará! A Administração passará a dispor de dois servidores em


atividade, dispendendo pouca coisa a mais por isso (passará a desembolsar apenas
a diferença entre o que já pagava ao servidor em disponibilidade e sua nova
remuneração agora que ele foi aproveitado).

Art. 48. O interstício para promoção será de trezentos e sessenta e


cinco dias de efetivo exercício na classe.
Parágrafo único. O interstício será apurado de acordo com as normas
que regulam a contagem de tempo para efeito de antigüidade na
classe.
Seja por antiguidade, seja por merecimento, um servidor só estará apto a ser
promovido se tiver permanecido ao menos 365 dias na classe.

Interstício na promoção por merecimento? Ora, por quê???? Merecimento


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não está ligado a decurso de tempo!

De fato meu caro. O problema é que uma ascensão meteórica na carreira


sugere muito mais um bom relacionamento político dentro da repartição do que um
desempenho excepcional por parte do servidor. Não estou dizendo que é sempre
assim, mas o seu estatuto parte desta premissa, razão pela qual exige também que
o servidor fique “preso” naquele nível por algum tempo.

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Art. 49. O interstício e a antigüidade na classe serão apurados no


último dia de cada trimestre.
Parágrafo único. Não havendo na data indicada neste artigo, funcionário
qualificado para promoção, as vagas existentes serão preenchidas
com base na apuração realizada no trimestre seguinte.
De forma a evitar que todos os dias a Administração seja obrigada a apurar o
tempo de serviço dos servidores em cada classe, foram fixadas 4 datas dentro do
ano onde a apuração é feita:

- 31 de março

- 30 de junho

- 30 de setembro

- 31 de dezembro

Cada um dos últimos dias de cada trimestre. Se em cada um destes dias não
houver servidores que tenham cumprido o interstício mínimo para promoção, as
vagas remanescentes são disponibilizadas na próxima apuração.

Leve em conta também que, se você tiver entrado em exercício, digamos, no


mês de fevereiro, você só estará apto a concorrer à promoção (por qualquer
critério), ao final de março, pois somente neste mês haverá uma apuração do seu
tempo de serviço na classe.

Art. 50. As promoções serão realizadas no trimestre posterior àquele


em que ocorrer a vaga.
Parágrafo único. Inobservado o prazo previsto neste artigo, os efeitos do
ato de promoção retroagirão ao último dia do trimestre em que deveria
ter sido realizada.
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Caso prático: você tomou posse e entrou em exercício no cargo em


15/12/2016.

Em 15/12/2019 você concluiu (com êxito) seu estágio probatório, depois de


ter sido avaliado, tendo sido lhe conferida a estabilidade no cargo público
(servidores em estágio probatório não podem ser promovidos).

De quebra, você também terá 3 anos de interstício dentro daquela classe,


encontrando-se apto à promoção. Se já tivesse 10 anos de serviço público, bastaria

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ter esperado até 15/12/2017 (tendo completado 365 dias de efetivo exercício na
classe).

Suponhamos que a promoção da vez seja por merecimento e que você tenha
sido o servidor com mais pontos para promoção.

Haverá uma apuração em 31/12/2019, que aferirá seu tempo na classe.


Concluirão que você está em condições de ser promovido.

O ato de promoção tem de ser realizado até o último dia do trimestre seguinte
àquele em que a vaga ocorreu. No nosso exemplo, você teria de ser promovido até
31/03/2020. Mesmo que isto não ocorra e a promoção só venha a ser feita depois,
seus efeitos retroagirão até a data em que promoção deveria ter ocorrido.

Em resumo, o dinheiro já é seu (mesmo que apenas em regime de


competência).

Ok, você foi promovido! Além de ter avançado uma classe, sabe o que mais
acontece?

Art. 51. Ocorrendo vaga em uma classe, serão consideradas abertas


todas as decorrentes do seu preenchimento, dentro da respectiva série
de classes.
Como a promoção também é uma hipótese de vacância de cargo público, já
se sabe de antemão que, se as promoções vão ocorrer, vários cargos das classes
inferiores ficarão vagos.

O artigo 51 nos diz o seguinte: se você já sabe que haverão vagas em aberto
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decorrentes de uma promoção, considere-as desde já também abertas.

Exemplo: em 31 de março de 2016, existe uma vaga aberta na classe C-III de


uma carreira do Poder Judiciário. Logo, essa vaga está apta a ser provida por
promoção.

Só que, quando esta promoção ocorrer, teremos uma vaga em aberto na


Classe C-II da mesma carreira. O estatuto manda que esta classe já seja
considerada aberta desde já pois, em decorrência do preenchimento da vaga na
Classe C-III, teremos uma vaga aberta na Classe C-II.
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Melhor ainda: a vaga na Classe C-II também ficará aberta, o que permitirá
que um servidor da Classe C-I também seja promovido.

Com este procedimento, três servidores foram promovidos de uma única vez
ao invés de apenas um, em um círculo virtuoso de boa vontade e planejamento
antecipado :P.

Art. 52. Para todos os efeitos, será considerado promovido por


antigüidade o funcionário que vier a se aposentar ou falecer, sem que
tenha sido realizada, no prazo legal, a promoção que lhe cabia.
Não se trata de nada inusitado. O procedimento de promoção pode, por
alguma falha, não ocorrer dentro do prazo previsto. Como vimos no artigo 50, o
servidor não tem com o que se preocupar pois os efeitos da promoção retroagirão à
data em que ele deveria ter sido promovido.

Mas a coisa fica um pouco mais complicada quando o servidor se aposenta


ou vem a falecer. Se a promoção atrasada seria feita com base em merecimento do
servidor, como podemos promover um servidor por merecimento se ele já não se
encontrava exercendo o cargo?

Simples: o consideraremos promovido por antiguidade. Como a promoção


por antiguidade se baseia exclusivamente no tempo do serviço, não há
incompatibilidade teórica em se promover retroativamente um servidor aposentado
ou falecido.

No fim das contas, é só um ajuste para manter a coerência do instituto,


levando-se em conta que a falha original foi da própria Administração.
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Art. 53. Será declarado nulo o ato que promover indevidamente o


funcionário.
§ 1º O funcionário promovido indevidamente não ficará obrigado a
restituir o que a mais tiver recebido.
§ 2º O funcionário a quem cabia a promoção será indenizado da
diferença de vencimentos a que tiver direito.
§ 3º A autoridade ou o servidor a quem couber, por culpa ou dolo, a
responsabilidade da promoção indevida, responderá perante a
Fazenda pela quantia recebida a mais pelo funcionário irregularmente
promovido.
Existem três envolvidos em uma promoção equivocada:

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- A autoridade que efetuou a promoção;

- O servidor promovido indevidamente;

- O servidor que deixou de ser promovido (afinal, o número de vagas na


classe é limitado: para que alguém seja promovido, vários outros terão de deixar de
sê-lo).

Promoções indevidas são nulas. De acordo com a súmula 473 do STF, estes
atos:

A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO


EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE
ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU
OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA,
EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL.

De atos nulos não se originam direitos. Um servidor promovido


indevidamente o foi por meio de um ato ilegal, ato este incapaz de gerar um direito
adquirido. Logo, esta promoção terá de ser desfeita.

Contudo, o servidor promovido irregularmente não tem controle sobre o


processo de promoção. Ele provavelmente acreditará que realmente fazia jus a
subir de classe e gastará o dinheiro decorrente da mudança de classe sem
nenhuma dó.
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Como esse servidor estava de boa fé (boa fé esta presumida pela estrutura
do estatuto), não cobraremos dele os valores recebidos indevidamente. Ele voltará a
sua classe original e receberá a remuneração a que fazia jus na classe de origem,
mas não devolverá um único centavo.

Por outro lado, aquele servidor que foi preterido equivocadamente na


promoção passou todo esse tempo sem receber a diferença de remuneração da
classe onde deveria estar e a classe onde ficou. Como este servidor teve perdas
(neste caso, deixou de ganhar), será indenizado por esta diferença.

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A Administração gastou duas vezes: pagou o servidor promovido e não


buscará obter este dinheiro de volta e ainda por cima indenizou o servidor preterido.
Só que o erário não é uma entidade beneficente: a cabeça de alguém tem de rolar.

E adivinha de quem será: da autoridade que promoveu o servidor


irregularmente. Esta sim tinha controle sobre o processo de promoção e deveria ter
agido com diligência ao efetuar o processo. Não o tendo feito, arcará com as
consequências deste ato, sendo obrigada a ressarcir o que a Administração
gastou com o pagamento do servidor irregularmente promovido.

Sigamos:

Art. 54. O funcionário suspenso poderá ser promovido mas os efeitos


da promoção ficarão condicionados:
I no caso de suspensão disciplinar, à declaração da improcedência da
penalidade aplicada na esfera administrativa;
II no caso de suspensão preventiva, ao resultado do correspondente
processo administrativo.
Suspensão é penalidade disciplinar prevista no estatuto:

Art. 199. São penas disciplinares:


I repreensão;
II multa;
III suspensão;
IV destituição de função;
V demissão;
VI cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
Em linhas gerais, consiste no afastamento não remunerado do servidor por
um número estipulado de dias. Só que um dos efeitos menos lembrados da
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aplicação desta penalidade é incompatibilizar o servidor em concorrer às


promoções.

Mas tá escrito que ele pode ser promovido!

Mais ou menos :P. Repare que, na verdade, o estatuto não permite a


promoção de um servidor suspenso (oh ironia). As condições que permitem que um
servidor suspenso seja promovido são justamente aquelas que apontam que a
aplicação da penalidade de suspensão foi indevida.

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Ou a suspensão disciplinar foi posteriormente declarada improcedente


(hipótese do inciso I) ou a suspensão preventiva (hipótese na qual o servidor é
afastado do serviço por um tempo para não prejudicar a instrução do processo
administrativo) não resultou em uma penalidade mais grave ao final do processo.

Olha só:

§ 1º Nas hipóteses deste artigo, o funcionário só perceberá o


vencimento correspondente à nova classe, quando resultar sem efeito
a penalidade, ou quando no processo a que se vinculou a suspensão
preventiva não for imposta pena mais grave que a de repreensão.
§ 2º Nos casos previstos no parágrafo anterior, o funcionário
perceberá o vencimento correspondente à nova classe, a partir da
vigência de sua promoção.
§ 3º Mantida a penalidade de suspensão ou resultando, do processo a
que se vinculou a suspensão preventiva, pena mais grave que a de
repreensão, a promoção será tornada sem efeito a partir de sua
vigência.
De acordo com estes três parágrafos, o ato de promoção de servidor
suspenso pode ocorrer, contudo, ele só receberá o vencimento da nova classe
quando o processo que discute a validade de sua suspensão for encerrado com
conclusão favorável ao servidor. Em outras palavras, ele ocupará a nova classe na
carreira, mas continuará a receber como se estivesse na antiga.

Caso a suspensão seja mantida, este ato de promoção será tornado sem
efeito (não havendo valores a serem devolvidos).

Art. 55. À promoção por merecimento concorrerão os funcionários da


classe imediatamente inferior, obedecidas as normas estatutárias e as
definidas em regulamento próprio.
Parágrafo único. Obedecido o índice de merecimento, o órgão
competente organizará relação contendo nomes de funcionários em
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número correspondente ao triplo das vagas a serem preenchidas dentre


as quais o Chefe do Poder Executivo terá livre escolha para promoção.
O parágrafo único definiu o procedimento de promoção para os servidores do
Poder Executivo (o Legislativo e o Judiciário definem regras próprias para seus
próprios servidores).

Repare que, no caso dos servidores do Executivo, o Governador (Chefe do


Poder Executivo) tem livre escolha dos servidores que serão promovidos, desde que
estes estejam ao menos na lista de funcionários aptos à promoção por
merecimento.
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Se tivermos 1 vaga, os 3 servidores com maior índice de merecimento


concorrerão à promoção. Se forem 10 vagas, teremos uma lista com 30 nomes, e
assim por diante.

Art. 56. O merecimento do funcionário será apurado em pontos


positivos e negativos, determinados em razão da natureza do cargo,
segundo o preenchimento respectivamente, das condições essenciais e
complementares.
§ 1º Constituem condições essenciais a qualidade e quantidade de
trabalho, a auto suficiência, a iniciativa, o tirocínio, a colaboração, a
ética profissional, o conhecimento do trabalho, o aperfeiçoamento
funcional e a compreensão dos deveres.
A título de informação, a melhor definição de tirocínio para este contexto é
“capacidade adquirida pela reiterada pratica de uma profissão ou ofício”. Seria a
nossa conhecida “experiência na função”.

Todos os itens mencionados no parágrafo 1º são características que devem


ser perseguidas pelo servidor, logo, somam pontos em sua avaliação.

§ 2º As condições complementares se referem aos aspectos negativos


do merecimento funcional e se constituem da falta de assiduidade, da
impontualidade horária e da indisciplina.
As condições complementares depõem contra o merecimento do servidor,
subtraindo pontos de sua avaliação.

Ao somarmos os pontos positivos das condições essenciais e os pontos


negativos apontados pelas condições complementares, teremos o chamado
índice de merecimento:

Art. 57. O índice de merecimento do funcionário, em cada semestre, será


representado pela soma algébrica dos pontos positivos referentes às
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condições essenciais, e dos pontos negativos, relativos às condições


complementares.
Art. 58. Nos casos de afastamento do exercício do cargo efetivo,
inclusive em virtude de licença, ou para o exercício de cargo em
comissão fora do âmbito da administração direta ou indireta do Poder
Executivo, o índice de merecimento do funcionário será calculado de
acordo com as seguintes normas:
I quando o afastamento perdurar, durante o semestre, por um período
igual ou inferior a quarenta e cinco dias, será feita normalmente a
apuração do merecimento mediante a expedição do respectivo boletim;
II quando o afastamento perdurar, durante o semestre, por um período
superior a quarenta e cinco dias, o índice de merecimento será igual ao
obtido no último semestre de exercício nos casos de afastamento

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considerado de efetivo exercício ou correspondente a dois terços do


obtido no último semestre de exercício nos demais casos.
Sistematizando:

Servidor em exercício na unidade: pontuação normal.

Servidor afastado para exercício de cargo em comissão dentro do


âmbito do Poder Executivo: pontuação normal (só vale para servidores do Poder
Executivo).

- Afastado por 45 dias ou menos no semestre, inclusive licença:


pontuação normal

- Afastado por mais de 45 dias no semestre, inclusive licença, com


afastamento considerado de efetivo exercício: pontuação do último semestre;

- Afastado por mais de 45 dias no semestre, inclusive licença, com


afastamento não considerado de efetivo exercício: 2/3 da pontuação do último
semestre.

Servidor afastado pelas hipóteses do artigo 59: promoção por


merecimento impedida:

Art. 59. Não poderá ser promovido por merecimento:


I o funcionário em exercício de mandato eletivo federal, estadual ou
municipal;
Especificamente quanto ao servidor exercendo mandato eletivo, a única
promoção possível é a decorrente de antiguidade:
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Art. 65. Enquanto durar o mandato federal, estadual ou municipal, o


funcionário só poderá ser promovido por antigüidade salvo o disposto
no § 2º do Art. 173, da Constituição de Pernambuco.
Seguindo:

II O funcionário que, para tratar de interesse particular, esteja licenciado


na época da promoção ou tenha estado nos dois semestres anteriores;
III a funcionária que esteja na época da promoção, ou tenha estado nos
dois semestres anteriores, licenciada para acompanhar o marido,
funcionário civil ou militar, mandado servir em outro ponto do território
nacional ou estrangeiro;
IV o funcionário que esteja na época da promoção, ou tenha sido nos dois
semestres anteriores, posto à disposição de qualquer entidade, salvo
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para exercer cargo de Chefia na administração direta ou indireta do


Estado;
Até aqui foram todas hipóteses de licenças que não dão direito à promoção
por merecimento. Quando estudarmos as licenças individualmente, farei um
apanhado geral dos efeitos das mesmas e, creio eu, ficará mais fácil de lembrar
dessa listagem.

Os dois incisos seguintes tratam de afastamentos que podem ou não gerar


direito à promoção por merecimento. Se o servidor se afastou para participar de um
congresso, curso de especialização, pesquisa científica ou conferência
cultural, este afastamento permitirá a participação no concurso de promoção por
merecimento apenas se os tópicos envolvidos disserem respeito às atribuições
do cargo:

V o funcionário que esteja na época da promoção, ou tenha sido nos dois


semestres anteriores afastado do exercício do cargo, para
participação em congresso ou curso de especialização, salvo os
relacionados com as atribuições do cargo que ocupa, comprovada a
freqüência ou aproveitamento;
VI o funcionário que esteja na época da promoção, ou do cargo para a
realização de pesquisa científica ou conferência tenha sido nos dois
semestres anteriores, afastado do exercício do cargo para a realização
de pesquisa científica ou conferência cultural, salvo as relacionadas
com as atribuições do cargo que ocupa, mediante a apresentação dos
resultados dos respectivos trabalhos;
Usando o exemplo do tio aqui: sendo Fiscal aqui no estado de São Paulo, se
eu participar de um congresso sobre direito tributário, meu afastamento será levado
em conta para promoção por merecimento.

Se for para discutir as mudanças climáticas, não terei direito a concorrer à


promoção por merecimento (por mais que, neste exemplo, eu seja um especialista
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no assunto e a humanidade inteira iria se beneficiar dos meus conhecimentos, eu


ainda sou um fiscal e o tema do congresso não diz respeito a minhas atribuições).

O inciso VII é só para facilitar o processamento da lista:

VII o funcionário que não obtiver, como grau de merecimento, pelo menos
a metade do máximo atribuível;
Dificilmente um servidor com esta nota seria promovido por merecimento,
porém, com a disposição deste inciso, ele nem vai aparecer na lista de aptos à
promoção.
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E para fechar este artigo:

VIII o funcionário que esteja na época da promoção, ou tenha sido nos dois
semestres anteriores, afastado do cargo para exercer, como contratado,
função técnica ou especializada, nos termos do art. 177 deste Estatuto.
Dê uma olhada no artigo 177

Art. 177. O funcionário poderá ser contratado, no interesse do serviço,


para função técnica especializada.
§ 1º Enquanto durar o contrato ficará suspensa a relação estatutária,
excetuada a aplicação das normas contidas nos títulos V e VI deste
Estatuto.
§ 2º Fica assegurado ao funcionário o direito de reassumir, a qualquer
tempo, o seu cargo efetivo, contando-se para todos os efeitos legais o
respectivo tempo de serviço.
Esta é uma previsão exclusiva do seu estatuto (nunca vi isto nos estatutos
dos outros estados). O servidor deixará temporariamente de ser servidor para ser
contratado pela Administração sob outro regime (provavelmente vinculado à CLT ou
então, por meio de um contrato de prestação de serviços).

Neste meio tempo a relação estatutária ficará suspensa. Isto significa dizer
que o estatuto deixará de ser aplicável ao servidor, exceto quanto ao regime
disciplinar e observância ao processo administrativo, conforme disposição do
parágrafo 1º. Em contrapartida, o servidor também não está sujeito às limitações
decorrentes do vínculo estatutário (entre as quais a necessidade de se submeter ao
teto constitucional).

Pois bem, enquanto perdurar este estado e durante o semestre seguinte ao


término dessa relação extra estatutária, o servidor não fará jus (entre várias outras
coisas) à promoção por merecimento. 00123829909

Art. 60. O merecimento é adquirido na classe: promovido o funcionário


começará a adquirir merecimento, a contar do ingresso na nova classe.
Em outras palavras: o servidor não pode aproveitar a pontuação obtida na
classe inferior depois de ter sido promovido. A partir deste evento, começa um novo
período de aquisição de merecimento.

Art. 61. A promoção por antigüidade será atribuída ao funcionário que


tiver maior tempo de efetivo exercício na classe.
§ 1º A antigüidade será determinada pelo tempo líquido de exercício do
funcionário na classe a que pertence.

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§ 2º No caso de fusão de classe, o funcionário contará na nova classe


a antigüidade já adquirida à data da fusão.
§ 3º O disposto no parágrafo anterior é aplicável aos casos de
reclassificação de cargo de uma série de classes em outra, ou de
cargo de classe única em série de classes.
§ 4º No caso de elevação de nível ou padrão de uma série de classes
com a fusão de classes sucessivas a antigüidade do funcionário, na
classe resultante da fusão, será contada do seguinte modo:
I o funcionário da classe inicial contará a antigüidade que tiver nessa
classe, à data da fusão;
II o funcionário de classe superior à inicial contará a soma das
seguintes parcelas:
a) a antigüidade na classe a que tenha pertencido;
b) a antigüidade que tenha tido nas classes inferiores, da série de
classes, nas datas em que houver sido promovido.
E vamos nós de novo à sistematização :P. O caso descrito no caput do artigo
61 e seu parágrafo 1º é a hipótese normal de promoção por antiguidade: será
promovido quem tiver mais tempo líquido (excluídos afastamentos e licenças que
não são computados como de efetivo exercício) na classe à qual pertence.

Os problemas começam a ocorrer quando, em uma reestruturação da


carreira, o número de classes acaba sendo reduzido. Com isto, acaba ocorrendo o
que o estatuto chamou de “fusão de classes”.

Um exemplo de reestruturação possível seria este:

Situação Antiga Situação Nova

Classe 5 Classe 3

Classe 4
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Classe 2
Classe 3

Classe 2
Classe 1
Classe 1

Neste exemplo, as Classes 1 e 2 foram aglutinadas em uma única classe, o


mesmo ocorrendo com as Classes 3 e 4. Pois então, o que fazer com a contagem
de antiguidade dos servidores que estavam na carreira antiga?

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- Se o servidor estiver na classe inicial, manterá o tempo líquido que possuía


na classe antiga na classe nova: se o servidor x possuía 2 anos de serviço na
Classe 1 antiga, manterá este tempo na Classe 1 nova;

- Se o servidor estiver em qualquer outra classe que não a inicial, conservará


todo o tempo líquido que possuía nas classes antigas que resultaram na nova
classe.

Exemplo: se o servidor contava com 2 anos de serviço na antiga Classe 4 e,


quando estava na antiga Classe 3, havia sido promovido depois de 3 anos de
serviço nesta última classe, ele ingressará na nova Classe 2 com uma contagem de
5 anos de serviço. Isto ocorre pois a nova Classe 2 é decorrente da fusão das
antigas Classes 3 e 4.
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O parágrafo 5º trata dos critérios de desempate na classificação por


antiguidade para fins de promoção. São bastante intuitivos:

§ 5º quando houver empate na classificação por antiguidade na


classe, terá preferência, sucessivamente: (Redação alterada pelo art. 3º
da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro de 1975.)
I O funcionário de maior tempo de serviço público prestado ao Estado e
respectivas autarquias. (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 7.048, de
24 de dezembro de 1975.)
II O que houver exercido substituição não remunerada prevista na
presente Lei. (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 7.048, de 24 de
dezembro de 1975.)
III O de maior tempo de serviço público. (Redação alterada pelo art. 3º
da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro de 1975.)
IV O de maior prole. (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 7.048, de 24
de dezembro de 1975.)
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V O mais idoso. (Acrescido pelo art. 3º da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro


de 1975.)
Sistematizando a preferência:

1 – Maior tempo de serviço público prestado ao Estado do Pernambuco e


às autarquias do próprio Estado do Pernambuco;

2 – Exercício de substituição não remunerada;

3 – Maior tempo de serviço público prestado a quaisquer entes;

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4 – Maior prole (conjunto de filhos de um casal – lembre-se: o ano é 1975 :P);

5 – Mais idoso.

MAAASSS....... Isso só vale para as outras classes que não a inicial. O


desempate para a promoção por antiguidade na classe inicial tem um critério
preferencial a todos os que mencionei a você:

§ 6º Quando se tratar de classe inicial, o primeiro desempate será feito


pela classificação, expressa na nota final obtida no respectivo concurso.
Ou seja: vale a pena estudar bastante agora: pode se que sua nota no
concurso seja utilizada para promovê-lo antes de outra pessoa.

Art. 62. A antigüidade na classe será contada:


I nos casos de nomeação, reversão ou aproveitamento, a partir da data
em que o funcionário entrar no exercício do cargo;
II no caso de promoção, a partir de sua vigência;
III no caso de transferência, considerando-se o período de exercício
que o funcionário possuía na classe, ao ser transferido.
(Vide o art. 12 da Lei nº 8.918, de 14 de dezembro de 1981. Art. 12. O
disposto no inciso III, do artigo 62, da Lei nº 6.123, de 20 de julho de 1968,
renumerada por força da Lei nº 6.472, de 27 de dezembro de 1972, somente se
aplica na hipótese de o funcionário ser transferido para cargo de idêntico
vencimento ao anteriormente ocupado.)

Volto neste inciso III quando conversarmos sobre readaptação (considerada


pro alguns doutrinadores uma modalidade de transferência)

Art. 63. A prova de haver o funcionário prestado serviços eleitorais, na


qualidade de mesário ou membro de junta Apuradora será considerada
para efeito de desempate nos casos de promoção depois de
observados os critérios fixados neste capítulo. Persistindo o empate,
terá preferência o funcionário que tenha servido maior número de
vezes. 00123829909

Voltando à nossa lista de preferência:

0 – Maior nota no concurso público de ingresso (apenas para a classe


inicial)

1 – Maior tempo de serviço público prestado ao Estado do Pernambuco e


às autarquias do próprio Estado do Pernambuco;

2 – Exercício de substituição não remunerada;

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3 – Maior tempo de serviço público prestado a quaisquer entes;

4 – Maior prole (conjunto de filhos de um casal – lembre-se: o ano é 1975 :P);

5 – Mais idoso.

6 – Prestação de serviço eleitoral como mesário ou membro de junta

Art. 64. Não se contará tempo de serviço concorrente ou


simultaneamente prestado, em dois ou mais cargos ou funções.
Art. 65. Enquanto durar o mandato federal, estadual ou municipal, o
funcionário só poderá ser promovido por antigüidade salvo o disposto
no § 2º do Art. 173, da Constituição de Pernambuco.

O artigo 65 se referiu ao texto da Constituição Estadual anterior. Se você tiver


este texto, eu ficaria muito feliz em coloca-lo na aula .

Em todo caso, a regra geral é a de que o servidor em exercício de mandato


eletivo (federal, estadual ou municipal) só pode ser promovido por antiguidade.
Embora este tempo não possa ser considerado para fins de merecimento, o tempo
de licença para o exercício de mandato eletivo é considerado de efetivo exercício
pelo estatuto, devendo ser contado como se o servidor estive no exercício das
funções.

Ufa! Capítulo longo hein :P. Uma pena que alguns dos tópicos aqui tratados
você só compreenderá plenamente quando avançar nos próximos artigos do
estatuto.
00123829909

Para compensar isto, nós retomaremos alguns artigos à medida que você for
aprendendo sobre novos institutos (a culpa não é minha que o estatuto apresenta
conceitos que só vai explicar lá na frente, mas sou eu o responsável por
sistematizar tudo isso para você :P).

A partir de agora, conheceremos as demais hipóteses de provimento de


cargos públicos no estado. Boa parte das dúvidas que você colecionou até aqui
devem desaparecer os próximos minutos.

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1.3 Das Demais Formas de Provimento

1.3.1 Reintegração

Art. 66. Reintegração é o ato pelo qual o funcionário demitido ou


exonerado ilegalmente, reingressa no serviço público com o
ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo.
§ 1º A reintegração decorrerá de decisão administrativa ou judiciária.
§ 2º A decisão administrativa de reintegração só poderá ser proferida em
pedido de reconsideração, recurso ou revisão de processo.

O servidor foi flagrado com 500 pacotes de folha de papel sulfite dentro de
seu veículo. Sindicância e Processo Administrativo nele! E aconteceu dele ter sido
demitido, por decisão em processo administrativo disciplinar.

Ocorre que era o último dia do funcionário antes das férias e ele só ia passar
no almoxarifado do órgão para devolver os pacotes. O processo administrativo
correu sem que ele se manifestasse, e quando voltou de férias, acabou de descobrir
que havia sido demitido.

Um ato completamente ilegal! E foi socorrer-se do Poder Judiciário, que


invalidou o ato de demissão do nosso amigo injustiçado. E tal como o dono de
uma casa, que se vê reintegrado em sua propriedade, o funcionário também é
reintegrado em seu cargo, que nunca deveria ter sido tirado dele. :P.

Ei! Professor: não é só decisão judicial! Tem a decisão administrativa


também! E você está correto caro aluno, mas repare no parágrafo 2º: a decisão
administrativa que invalida a demissão só pode ser proferida em três momentos:
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- No pedido de reconsideração (quando o servidor requer à mesma


autoridade que proferiu a decisão que a reconsidere);

- No recurso (quando o servidor pede a autoridade superior àquela que


proferiu a decisão que esta seja alterada)

- Na revisão de processo (quando o servidor ingressa com novo pedido,


solicitando que uma decisão proferida em processo administrativo seja revista em
face de novas provas)

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O estudo destes três institutos pertence à última aula do estatuto, quando


abordaremos o Processo Administrativo Disciplinar.

Mas, temos uma situação delicada agora. O servidor demitido dificilmente se


conformará com a decisão e apresentará os recursos competentes tanto na esfera
administrativa como na judicial. Ocorre que, mesmo nestas hipóteses, o cargo está
vago e pode vir a ser ocupado por outra pessoa (até mesmo por você). Ou ainda: o
cargo do qual o servidor foi demitido pode não existir mais, não tendo ele para onde
ser reintegrado.

O que fazer?

Se o cargo foi simplesmente transformado, basta devolver ao servidor a este


cargo. Entretanto, se o cargo foi extinto, tentaremos, em primeiro lugar, reintegrar o
servidor em um cargo equivalente (a Administração buscará um cargo que possua
habilitação profissional e vencimentos semelhantes ao anteriormente ocupado):

Art. 67. A reintegração será feita, no cargo anteriormente ocupado: se


este houver sido transformado, do cargo resultante da transformação; e,
se extinto, em cargo equivalente, atendidos especialmente a habilitação
profissional do funcionário e o vencimento do cargo.
Se isto não for possível, o servidor será colocado em disponibilidade:

Parágrafo único. Não sendo possível a reintegração pela forma prevista


neste artigo, o funcionário será posto em disponibilidade no cargo que
exercia.
Calma que já vamos estudar a disponibilidade.

Mas, e se outro servidor tiver tomado posse justamente no cargo do qual


nosso colega injustiçado será reintegrado? Para evitar conflitos, o artigo 68 nos diz
00123829909

o que fazer:

Art. 68. No caso de reintegração do funcionário, quem lhe houver


ocupado o cargo será exonerado ou reconduzido ao cargo anterior, sem
direito a indenização, ou ainda, se estável, posto em disponibilidade,
se o cargo anterior houver sido extinto.

Entenda: o servidor demitido precisa ser reintegrado. Assim, é o ocupante


atual do cargo quem precisa sair do lugar. O que acontecerá com ele dependerá
muito da sua situação funcional pretérita.

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Seu estatuto não trata a recondução como forma de provimento de cargo


público, tampouco a define em seu corpo. Assim, vou tomar emprestada a definição
de outro estatuto (neste caso, o do Poder Judiciário do Paraná):

[Estatuto dos Funcionários Públicos do Poder Judiciário do Paraná]


Art. 36. Recondução é o retorno do funcionário ao cargo anteriormente
ocupado e decorrerá de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante.

Pois bem, o novo ocupante do cargo terá de dar lugar ao servidor


reintegrado. Se ele já fosse ocupante de outro cargo público no estado (ou em outro
ente da federação onde o instituto da recondução exista), ele simplesmente
retornará ao cargo de origem, caso este ainda exista.

Do contrário, caso o servidor não seja estável, será exonerado.

Todavia, a Administração não pode exonerar servidores estáveis. Caso o


ocupante do cargo que terá de vagar para dar lugar ao servidor reintegrado tenha
adquirido estabilidade neste meio tempo e não seja possível reconduzi-lo ao cargo
de origem (ou porque é o primeiro cargo público dele, ou porque o cargo de origem
foi extinto), ele será posto em disponibilidade remunerada.

Por fim, é possível que, durante o tempo em que o servidor esteve demitido,
suas condições de saúde deterioraram a ponto de ele não estar mais apto ao
exercício das funções.

Se isto tivesse ocorrido com o servidor ainda em atividade, ele seria


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aposentado por invalidez. Como a reintegração busca reestabelecer as condições


que o servidor experimentaria se nunca tivesse sido demitido, a conclusão do
parágrafo único é lógica:

Parágrafo único. O funcionário reintegrado será submetido a inspeção


médica e aposentado, se julgado incapaz.
Relembremos também que:

Art. 22. Posse é o ato que completa a investidura em cargo público e


órgão colegiado.

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Parágrafo único. Não haverá posse nos casos de promoção e


reintegração.
[...]
Art. 33. O exercício do cargo terá início no prazo de trinta dias a contar:
I da data da publicação oficial do ato, no caso de reintegração:
[...]
Vamos pular temporariamente o aproveitamento e passar diretamente para a
reversão.

1.3.2 Reversão

Art. 73. Reversão é o reingresso no serviço público do servidor


aposentado, quando insubsistentes os motivos da aposentadoria ou
por interesse e requisição da Administração, respeitada a opção do
servidor.
Até a edição da Lei Complementar 16/1996, explicar o instituto da reversão
seria relativamente simples.

Suponha que determinado servidor tenha sido acometido por moléstia grave
incapacitante e, por conta desta moléstia tenha sido aposentado.

Anos depois, com os avanços da medicina e tratamento médico adequado, o


servidor não só se curou da moléstia, como voltou a apresentar condições de
trabalhar normalmente.

O grande problema é que o ato que lhe concedeu a aposentadoria


continua valendo. Para que este servidor consiga voltar ao trabalho, é necessário,
então, reverter o ato, e finalmente, reverter o próprio servidor a seu antigo cargo.

A reversão busca reconstituir os efeitos anteriores a determinado evento (no


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caso, o ato de concessão da aposentadoria).

Repare que, no caso do seu estatuto, a reversão era destinada a reverter


exclusivamente servidores aposentados por invalidez.

Com a edição da Lei Complementar 16/1996, criou-se uma nova hipótese de


reversão: por interesse e requisição da Administração. Nesta nova figura, a
Administração tem a prerrogativa de requisitar os servidores aposentados e estes
retornariam à atividade.
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Mas, professor: lá tá escrito “respeitada a opção do servidor”. É, está, e você


deve se lembrar deste trecho também para sua prova.

Contudo, você vai reparar que a redação dos próximos artigos não dá a
impressão de que isto seja de todo “opcional”.

§ 1º A reversão, quando por interesse da Administração, por motivo de


necessidades e conveniências de natureza financeira, ocorrerá através
de ato de designação, cabendo ao servidor, pelos encargos do exercício
ativo, a percepção de adicional de remuneração no valor de cinqüenta
por cento dos proventos integrais referentes a retribuição normal do
cargo em que se aposentou, acrescida do adicional por tempo de serviço.
É um bom negócio para a Administração: existe um cargo vago em
determinado órgão público digamos, com remuneração de R$ 5.000,00. Se
fossemos realizar concurso para preenchê-lo, a folha de pagamento da
Administração teria uma despesa adicional de R$ 5.000,00.

Ao promover a reversão de um servidor aposentado neste cargo, a


Administração terá de desembolsar R$ 7.500,00 (por conta do adicional de 50%)
Todavia, R$ 5.000,00 desses R$ 7.500,00 já seriam desembolsados de qualquer
forma ao pagar os proventos do servidor aposentado.

Na prática, ao invés de desembolsar mais R$ 5.000,00, terá de desembolsar


apenas R$ 2.500,00. Daí o fato da reversão do parágrafo 1º ter por motivação
“necessidades e conveniência de natureza financeira”.

Além deste adicional, o servidor revertido terá o direito de aproveitar este


tempo para cálculo do adicional por tempo de serviço:
00123829909

§ 2º O tempo de designação do servidor revertido será considerado


para fins de cálculo do adicional por tempo de serviço a ser futuramente
incorporado aos proventos.
Avançando:

§ 3º E vedada a designação de servidor revertido para o exercício de


cargo em comissão.
Levando em conta que os cargos em comissão são de livre provimento e
exoneração, o servidor aposentado em um cargo efetivo poderia muito bem ter sido
nomeado para um cargo em comissão sem qualquer problema (perceberia os
proventos da inatividade juntamente com a remuneração do cargo de confiança).
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O dispêndio total com o servidor seria algo assim:

Proventos + Gratificação do Cargo em Comissão

Se fossemos nomear em comissão um servidor revertido, a cálculo seria


outro:

Proventos + Adicional de 50% dos Proventos + Gratificação do Cargo


em Comissão

O erário estaria gastando a mais sem qualquer necessidade (lembrando, se a


Administração realmente quiser que o servidor aposentado ocupe o cargo em
comissão, bastaria nomeá-lo para este cargo). Daí a origem da proibição.

Art. 74. A reversão far-se-á no mesmo cargo, ou se extinto, em cargo


equivalente, respeitada a habilitação profissional e considerada a
existência de vaga.
Parágrafo único. A reversão terá prioridade sobre novas nomeações.
A reversão toma contornos de redução de despesas no seu estatuto. É uma
visão do instituto nova (até mesmo para mim), mas que pode ajudar você a
memorizar as características.

Considerando que, fazendo uma conta de padaria, um servidor revertido


custa 50% a menos para o erário, seu estado elegeu esta forma de provimento de
cargos como prioritária em relação às nomeações. Em outras palavras, primeiro
revertemos os servidores para só então nomear servidores novos.

Bom: mas tudo depende de opção do servidor aposentado, não é mesmo?


Normalmente sim, mas veja a previsão do artigo 75:
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Art. 75. Determinada a reversão, será cassada, mediante processo


regular, a aposentadoria do funcionário que não tomar posse no prazo
legal.
Se o servidor revertido não tomar posse no prazo legal, a Administração irá
simplesmente cassar sua aposentadoria (deixar de pagá-la). Adianto a você que
cassação de aposentadoria é uma medida disciplinar contida no estatuto destinada
a faltas graves.

Ah sim! Fiquei de conversar com você sobre este trecho:


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Art. 23. Só poderá tomar posse em cargo público quem satisfizer os


seguintes requisitos:
I ser brasileiro;
[...]
III estar quite com as obrigações militares,
[...]
VI ter atendido às prescrições de lei especial para o exercício de
determinados cargos;
Parágrafo único. Serão dispensados os seguintes requisitos para a
posse:
[...]
VI nos casos de reversão, os mencionados nos itens I, III e VI deste artigo.
Agora que você já sabe do que se trata a reversão, fica mais fácil entender
porque o servidor não precisa comprovar os requisitos acima para tomar posse.

Não é necessário ser brasileiro pois esta exigência já foi comprovada quando
o servidor tomou posse no cargo efetivo.

Considerando que a aposentadoria do servidor se deu com idade avançada


ou decorrente de invalidez, em ambos os casos ele não possui obrigações militares
a serem cumpridas.

Por fim, é razoável esperar que o servidor continua a atender as prescrições


de lei especial para o exercício de determinados cargos afinal, elas não costumam
“vencer” com o tempo.

Assim, um servidor revertido, para tomar posse, só precisará comprovar:

Art. 23. Só poderá tomar posse em cargo público quem satisfizer os


seguintes requisitos: 00123829909

[...]
II estar no gozo dos direitos políticos;
[...]
IV estar quite com as obrigações eleitorais;
V gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica;
[...]
VII ser declarado apto em exame psicotécnico procedido por entidade
especializada, quando exigido em lei ou regulamento.
Lembro a você também que:

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Art. 62. A antigüidade na classe será contada:


I nos casos de nomeação, reversão ou aproveitamento, a partir da data
em que o funcionário entrar no exercício do cargo;
[...]
Próximo ponto.

1.3.3 Disponibilidade e Aproveitamento

Conforme prometido, agora falaremos da disponibilidade do aproveitamento.

Pois bem, você só vai conseguir entender o que exatamente é o instituto do


aproveitamento se eu te explicar o conceito de disponibilidade.

Para isto, visitemos a Constituição Federal.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público
[...]
3§ Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Disponibilidade é ato do Poder Público que transfere para a inatividade
remunerada servidor estável, cujo cargo venha a ser extinto ou ocupado por outrem,
em decorrência de reintegração.

Mas pera aí! Esta última hipótese não permite a recondução? Veja de novo o
artigo 68:

Art. 68. No caso de reintegração do funcionário, quem lhe houver


ocupado o cargo será exonerado ou reconduzido ao cargo anterior, sem
direito a indenização, ou ainda, se estável, posto em disponibilidade,
00123829909

se o cargo anterior houver sido extinto.

Se a recondução não for possível e o servidor já gozar de estabilidade no


cargo, ficará em disponibilidade remunerada até que possa ser aproveitado em
outro cargo.

O aproveitamento, por sua vez, não é nada mais do que o retorno do


servidor em disponibilidade ao exercício de cargo público:

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Art. 69. Aproveitamento é o retorno à atividade do funcionário em


disponibilidade, em cargo igual ou equivalente, pela sua natureza e
vencimento, ao anteriormente ocupado.
Mas, professor: isto não é, de novo, forma de provimento de cargo público
sem a realização prévia de concurso público? Sim, mas desta vez, a Constituição
Federal previu expressamente esta possibilidade:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.

[...]

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável,


será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável,
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor


estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

[...]

Não nos esqueçamos: o cargo do servidor público desapareceu!

Porém, lembre-se de que o servidor não pode ser exonerado senão a pedido,
ou nas hipóteses dos artigos 41, parágrafo 1º e 169, parágrafo 4º da Constituição
Federal:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
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II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada


ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites
estabelecidos em lei complementar.
[...]
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não
forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da
lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos

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Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade


administrativa objeto da redução de pessoal.

Então, embora sem cargo, ele ficará ali, disponível para quanto a
Administração precisar dele, e recebendo por estar esperando ser aproveitado
em outra função.

Entre manter o servidor na inatividade remunerada ou acrescentar uma


pequena exceção à regra de provimento de cargos por concurso público, a
Constituição preferiu a segunda opção :P.

E seu estatuto não quer perder tempo em parar de dispender recursos com
um servidor inativo e começar a pagar a remuneração para um servidor ativo:

Art. 70. O aproveitamento far-se-á obrigatoriamente na primeira


oportunidade que se oferecer.
Agora, o parágrafo 3º é bem mais interessante:

Art. 71. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a


disponibilidade do funcionário que, aproveitado não tomar posse no
prazo legal, salvo no caso de invalidez, em que o funcionário será
aposentado.
Parágrafo único. A cassação da disponibilidade na hipótese deste artigo,
será precedida de inquérito administrativo.

Note a sutileza: o aproveitamento é tornado sem efeito pois o servidor não


entrou em exercício (valem aqui as mesmas considerações a respeito da nomeação
e posse em cargo público), assim, o ato que era válido, pois observou as
formalidades legais, não poderá produzir efeitos (pois, enquanto em disponibilidade,
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o servidor não se encontra vinculado à disciplina da Administração Pública).

Porém, já que ele não quis ser aproveitado, a sua disponibilidade será
cassada.

Art. 72. Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá


preferência o de maior tempo de disponibilidade e no caso de empate o
de maior tempo de serviço público.
O aproveitamento segue alguns critérios de preferência na hora de eleger
quais servidores serão recolocados em atividade.

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O critério preferencial de todo o serviço público é “mais tempo”. Você verá


esta premissa se repetir para quase qualquer situação em que uma decisão precise
ser tomada. Guarde isso caso tenha dúvida.

Lembre-se:

1º Maior tempo de disponibilidade

2º Maior tempo de serviço público

Quase terminando .

1.3.4 Transferência

Já sei! Não preciso estudar transferência né professor? Afinal, o Sr me


mostrou a súmula 685 do STF:

É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao


servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público
destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na
qual anteriormente investido.
E não fosse o bastante, mostrou o julgamento do Recurso Extraordinário
167.635/PA, do Ministro Relator Maurício Correa:

“1.1. O critério aferível por concurso público de provas ou de provas e


títulos é, no atual sistema constitucional, indispensável para o cargo
isolado ou de carreira. Para o isolado, em qualquer hipótese; para o de
carreira, só se fará na classe inicial e pelo concurso público de provas
ou de provas e títulos, não o sendo, porém, para os cargos
subseqüentes que nela se escalonam até o seu final, pois, para estes,
a investidura se dará pela forma de provimento, que é a “promoção”.
1.2. Estão banidas, pois, as formas de investidura antes admitidas –
ascensão e transferência, que são formas de ingresso em carreira
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diversa daquela para a qual o servidor público ingressou por


concurso.”

Podemos pular?

Mais ou menos :P. O seu estatuto trata de uma única hipótese de


transferência, conhecida nos outros estatutos por readaptação.

A readaptação também é um instituto que permite o ingresso de um servidor


em cargo público diferente daquele para o qual prestou o concurso público.

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Porém, ao contrário da ascensão e de outras modalidades de transferência,


não há posicionamento jurisprudencial claro quanto a sua constitucionalidade e,
para lhe ser bem sincero, é provável que isto ainda demore a acontecer, pois a
ocorrência da readaptação sempre foi bastante rara.

Assim, desta vez o tio recomenda que você não veja qualquer problema com
essa modalidade de provimento de cargo público, sendo, atualmente, a única forma
de provimento derivado horizontal permitida na legislação (até o momento).

Imagine a seguinte história: Você foi nomeado para um cargo técnico. As


atribuições do seu cargo envolvem, esteja escrito ali ou não, o exercício da milenar
técnica de digitação. E vamos mais longe e suponhamos que esta seja a única
atribuição do cargo (quem dera :P).

Mas por um infortúnio, você sofre um acidente e é obrigado a amputar seu


braço direito (mas ainda bem que você já era estável).

Convenhamos que você ainda é um servidor produtivo. Mas não poderá mais
digitar. Embora fosse anteriormente uma atribuição do seu cargo, você
especificamente, não poderá mais realiza-la, razão pela qual você será readaptado
em outro cargo, compatível com sua nova condição física ou mental. Você
ainda é bom em alguma coisa, mas não para aquilo que foi nomeado, neste caso, a
gente cuida de adaptar você a algo que dê para fazer.

Isto, obviamente, se a nova condição física ou mental do servidor


recomendar a readaptação:
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Art. 76. A transferência será feita no caso de readaptação do funcionário


para cargo mais compatível com a sua capacidade física ou
intelectual, atendida a conveniência do serviço.
Parágrafo único. A transferência de que cogita este artigo, será,
necessariamente, precedida de avaliação de desempenho funcional,
treinamento ou prova de capacidade intelectual, na forma estabelecida
em regulamento, satisfeito o requisito de habilitação profissional.
Só lembrando:

Art. 23. Só poderá tomar posse em cargo público quem satisfizer os


seguintes requisitos:
[...]

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IV estar quite com as obrigações eleitorais;


[...]
VII ser declarado apto em exame psicotécnico procedido por entidade
especializada, quando exigido em lei ou regulamento.
Parágrafo único. Serão dispensados os seguintes requisitos para a
posse:
IV nos casos de transferência, os citados nos itens I, II, III, V e VI deste
artigo;
Os únicos requisitos que um servidor transferido precisa comprovar para
tomar posse no cargo por transferência são demonstrar sua aptidão em um exame
psicotécnico (se sua carreira assim o exigir) e demonstrar a quitação de suas
obrigações eleitorais.

Some-se a isto as exigências específicas para os casos de readaptação


(único caso de transferência remanescente no estatuto): avaliação de
desempenho funcional, treinamento ou prova de capacidade intelectual e
habilitação profissional (referente ao novo cargo a ser ocupado).

Art. 77. Em nenhuma hipótese a readaptação poderá se processar para


cargo intermediário ou final de série, dependendo de requerimento do
interessado quando se tratar de cargo de série de classes para cargos
de classe única.
Lembra-se do conceito de classe e de série de classes?

Art. 2º Para os efeitos deste Estatuto:


[...]
III classe é o conjunto de cargos iguais quanto à natureza, grau de
responsabilidade e complexidade de atribuições;
IV série de classes é o conjunto de classes semelhantes, quanto à
natureza, grau de complexidade e responsabilidade das atribuições,
constituindo a linha natural de promoção do funcionário;
00123829909

Ou seja: servidor readaptado deve sê-lo na classe inicial do cargo de destino.


Nem na intermediária, nem na final.

Em caso do cargo de destino ser de série única, o servidor deve requerer a


readaptação (o requerimento passa a ser um requisito adicional àqueles que já
estudamos).

Também recordo você dos dispositivos vistos ao longo da aula e


relacionados com a transferência:

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Art. 62. A antigüidade na classe será contada:


[...]
III no caso de transferência, considerando-se o período de exercício
que o funcionário possuía na classe, ao ser transferido.
Lembrando também que a Lei 8.918/1981 permite que o servidor considere o
tempo que possuía na classe quando da transferência única e exclusivamente se
estiver indo para um cargo de idêntico vencimento:

[Lei nº 8.918, de 14 de dezembro de 1981.]


Art. 12. O disposto no inciso III, do artigo 62, da Lei nº 6.123, de 20 de
julho de 1968, renumerada por força da Lei nº 6.472, de 27 de
dezembro de 1972, somente se aplica na hipótese de o funcionário ser
transferido para cargo de idêntico vencimento ao anteriormente
ocupado.
Professor! É muita coisa! Como é que vou memorizar todos estes atos de
provimento de cargos públicos?

Meu caro, a ideia até aqui não era que você decorasse as disposições, mas
que compreendesse a lógica por trás de cada instituto.

Agora que você conhece a lógica, o quadro abaixo vai fazer muito mais
sentido:

- 00123829909

-
-
-

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Cada palavra remete ao traço mais marcante de cada uma das formas de
provimento do estatuto. Faltam apenas um detalhe:

- A nomeação também é feita para os casos de cargo em comissão e,


portanto, não há concurso;

Tudo certo? Se não tiver, pelo amor de Deus, vá ao fórum e faça sua
pergunta!

1.4 Substituição

Meu caro, agora tenho uma notícia ruim para você . O serviço público é
uma das coisas mais maravilhosas que existem (sem ironia: eu passei minha vida
laboral inteira até o presente momento trabalhando em repartições públicas), porém,
até hoje, a história do serviço público foi sempre de perda de direitos. É um
adicional que some ali, uma licença que desaparece aqui, uma gratificação que não
incorpora mais. Isso preocupa o seu professor e imagino que você vá compartilhar
minha aflição muito em breve.

Pois bem, o que quero dizer com tudo isto? Quero dizer que alguns institutos
dos quais você possa ter ouvido falar ao longo dos anos já não existem mais no seu
estatuto, e outros foram alterados (para pior ).

A primeira dessas alterações é a regra de remuneração para os substitutos


de cargos de chefia. Mas vamos com calma.

Seu chefe pegou aquela gripe, ou então, tem um processo em trânsito na sua
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unidade onde o cônjuge dele é o interessado. E você já começou a se destacar


como funcionário na unidade.

Adivinha só: você será o novo chefe (por alguns dias)!

Art. 78. Haverá substituição no caso de impedimento legal ou


afastamento eventual do titular de cargo, em comissão, de direção ou
chefia e do servidor designado para exercer função gratificada.

Geram necessidade de substituição o impedimento legal (a autoridade


substituída está impedida de atuar em um caso específico, como seria, por exemplo,
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o caso de um Diretor de uma unidade que tenha de julgar um recurso administrativo


que tenha por interessado seu filho) e o afastamento eventual (férias, licenças
médicas, entre outros) de:

- Ocupantes de Cargo em Comissão especificamente de Chefia e Direção


(não há substituição nos impedimentos e afastamentos eventuais de ocupantes de
cargo de assessoramento);

- Servidores designados para o exercício de funções gratificadas.

Art. 79. A substituição será automática quando prevista em lei ou


regulamento, ou dependerá de ato da Administração.
Os casos de substituição automática são bastante comuns quando tratamos
de Secretários (titulares das pastas de Transporte, Fazenda, Planejamento entre
outras Secretarias do Pode Executivo). Todo Secretário possui um Adjunto e,
sempre que o titular não estiver presente para responder pela Secretaria, seu
Adjunto assume a responsabilidade sem que uma publicação de substituição tenha
de ser feita.

Por qual razão? Porque esta é uma das hipóteses de substituição


automática, tanto que um das atribuições dos adjuntos é a própria substituição
eventual do titular.

Quando a substituição não estiver prevista em lei ou regulamento, haverá


necessidade de um ato da Administração para que ela se opere. Aí vai um caso
prático: eu costumo ser o substituto do meu chefe quando ele entra em férias.
Sempre que ele se afasta, meu Diretor assina uma portaria deste tipo aqui:
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Ele precisa mandar publicar uma portaria destas sempre que meu chefe se
afasta pois não há previsão em lei ou regulamento que aponte previamente o seu
substituto.

Bom, só tem um pequeno problema: seu estado tenta ao máximo não ter de
remunerar a substituição:

Art. 80. Nas substituições serão obedecidas as seguintes normas:


I - no caso de cargo em comissão de direção ou chefia, a autoridade
competente designará substituto para "responder pelo expediente" da
repartição, sem que tal designação resulte qualquer vantagem
financeira para o substituto.
Substituição de cargo em comissão não gera acréscimo remuneratório
para o substituto (apenas acréscimo de trabalho :P). Titular ficou 2 dias afastado?
Substituto responde pelo expediente por 2 dias e não recebe coisa alguma a mais
por tê-lo feito.

O mesmo ocorreria se o afastamento durasse 2 anos, mas, neste caso, é


00123829909

bem provável que o titular seja simplesmente exonerado e seu antigo substituto
nomeado em seu lugar (o serviço público é um lugar bastante cruel quando você
não tem estabilidade ).

Quanto à função gratificada, existe uma chance do substituto ver algum


cascalho durante o período.

II - no caso de função gratificada, o substituto perceberá o vencimento


do seu cargo, cumulativamente com a gratificação respectiva, quando
a substituição for por período superior a trinta dias.

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O substituto só receberá a gratificação se trabalhar por mais de 30 dias nesta


qualidade. Se trabalhar apenas 15 dias como substituto, não receberá nenhum valor
a título de gratificação. Chato, né?

Porém, do ponto de vista das despesas de pessoal, faz sentido: Em um caso


típico de férias (onde o substituído não perderia a remuneração do cargo em
comissão), o órgão teria de pagar o salário do chefe substituído, e mais a
gratificação do substituto.

A escolha dos 30 dias também não é por acaso: 30 dias é o prazo máximo
pelo qual o servidor pode permanecer em férias. E como todo mundo tira férias pelo
menos uma vez por ano, qualquer prazo menor que este implicaria no pagamento
da gratificação ao menos uma vez por ano para cada chefia que existisse dentro do
órgão.

Mas, por mais que eu simpatize com a economia, deixo consignado meu
protesto :P.

E porque me queixei da perda de direitos? Por conta deste artigo da sua


Constituição, acrescido pela Emenda Constitucional 16/1999:

[Constituição do Estado do Pernambuco]


Art. 97. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes do Estado e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, além
dos relacionados nos artigos 37 e 38 da Constituição da República
Federativa do Brasil e dos seguintes:
[...]
XIII – proibição de incorporar, a vencimentos ou proventos,
00123829909

gratificações de qualquer natureza percebidas em razão do exercício


de cargos comissionados ou funções de confiança.
Antes de 1999, o instituto da incorporação de chefia estava previsto de forma
esparsa na legislação estadual. É possível que algum servidor mais antigo comente
que incorporou alguma gratificação na época em que isto era possível, entretanto,
atualmente isto é vedado pela Constituição Estadual.

O motivo é até nobre: imagine que determinada pessoa tem boas relações
políticas com o partido atualmente no Governo. Dita pessoa é convidada a exercer

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um cargo em comissão com remuneração razoável, mas, por nunca ter se dedicado
o suficiente para obter uma aprovação, não é aprovada em qualquer concurso.

Se a incorporação ainda existisse, haveria uma saída: organizaremos um


concurso para uma carreira com remuneração pouquíssimo interessante e
atribuições desproporcionais à recompensa. Vamos piorar ainda mais e fazer o
concurso com 1 vaga, que é realmente para ninguém se interessar :P.

O nosso amigo influente faz a prova, passa para lá da 300ª posição, mas as
pessoas que passaram na frente não se interessam em assumir o cargo
(provavelmente passaram em coisa melhor :P). No fim das contas, ele seria
chamado, convidado a exercer um cargo em comissão e incorporaria a
remuneração deste cargo sem nunca ter posto os pés na repartição de origem
(tampouco recebido a remuneração prevista em edital. De quebra, seria agraciado
com a estabilidade. Não dá vontade de dar cascudos no sujeito? :P

É para combater este tipo de abuso que a Emenda Constitucional 16/1999 foi
redigida e a incorporação completamente proibida na legislação, entretanto, o preço
disto é que os servidores bem intencionados também ficaram sem a incorporação.

E saber de tudo isto não muda o fato de eu ficar chateado...

1.5 Vacância

Art. 81. A vacância do cargo dependerá de:


I - exoneração;
II - demissão;
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III - promoção;
IV - transferência; [readaptação, ressalva nossa]
V - aposentadoria;
VI - falecimento;
VII - posse em outro cargo, ressalvadas as exceções legais.
Nem tente memorizar este artigo. O espaço na sua cabeça é muito pequeno
para desperdiçar desta forma!

A palavra vacância quer dizer justamente o que o nome sugere: um cargo


anteriormente ocupado na estrutura ficou vago.

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Desta forma, qualquer evento que ocorra ao servidor e que seja capaz de
tornar o cargo que ele ocupa vago é uma hipótese de vacância.

Se tiver dúvidas, lembre-se da hipótese mais curiosa de vacância do cargo: o


falecimento. Que outra maneira de lembrar que um cargo público passou a ficar
vago do que a morte de seu ocupante?

Importante lembrar também que algumas hipóteses de vacância são também


formas de provimento de cargos públicos.

Tome por exemplo a readaptação (hipótese de transferência).

O servidor, originalmente, ocupava determinado cargo público. Com o


advento de um evento que reduziu sua capacidade física ou mental, ele já não pode
mais exercer aquele cargo.

Desta forma, colocaremos aquele servidor em outro cargo, compatível com


sua nova capacidade. Ocorre que o cargo original já não tem mais um ocupante
(nosso amigo sem sorte desocupou aquele cargo para ser readaptado em outro).

Por isto a transferência também é hipótese de vacância, o mesmo


ocorrendo com a promoção.

Lembra-se da promoção ainda?

Art. 45. Promoção é a elevação do funcionário, em caráter efetivo, à


classe imediatamente superior à que pertence na respectiva série.

Outro detalhe: nomeação não é hipótese de vacância! A posse em outro


00123829909

cargo inacumulável (fora das exceções legais) é que gera vacância do cargo de
origem. Afinal, você pode muito bem ser nomeado, mas não se interessar em
assumir os deveres, obrigações e responsabilidades do cargo (deixar de tomar
posse) pois, por exemplo, já assumiu outro cargo público mais convidativo.

Porém, ao tomar posse em outro cargo público inacumulável, você


investiu-se no cargo, o que gera, automaticamente, a vacância do cargo ocupado
anteriormente.

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Art. 82. Dar-se-á a exoneração:


I - a pedido;
II - de ofício
a) de cargo em comissão;
b) quando não satisfeitas as condições do estágio probatório.
c) quando, caracterizado o abandono de cargo e prescrita a pretensão
punitiva, o servidor, embora instado, não retornar ao serviço.
(Acrescida pelo art. 1° da Lei Complementar n° 316, de 18 de dezembro de
2015.)
Parágrafo único. Se antes do ato exoneratório, o servidor efetivo ou
titular exclusivamente de cargo comissionado, houver praticado
infração passível de demissão, ainda que apurada somente após o
desligamento, a exoneração será convertida na penalidade de
demissão, observados o contraditório e a ampla defesa. (Acrescido pelo
art. 1° da Lei Complementar n° 316, de 18 de dezembro de 2015.)

Exoneração é o ato pelo qual o servidor é desligado de seu cargo, não se


encontrando mais obrigado aos deveres inerentes às suas atribuições. A partir
daquele ponto, ele voltou a ser um cidadão comum!

Existem duas modalidades de exoneração:

De ofício: promovida pela própria Administração, sem que o funcionário


tenha requerido tal ato;

A pedido: mediante requerimento do funcionário.

Ocorre que a exoneração “de ofício” é exceção dentro do funcionalismo


público, só podendo ocorrer nas três hipóteses previstas nas alíneas do inciso II do
artigo 82.
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Aliás, as alíneas do inciso II não fazem mais do que agrupar as hipóteses de


exoneração em um único dispositivo. A rigor, cada uma dessas possibilidades já
está prevista em outra parte do estatuto.

Veja só:

Quanto à não satisfação das condições do estágio probatório (alínea “b”):

Art. 43. Estágio Probatório é o período inicial, de 03 (três) anos de


efetivo exercício, do servidor público nomeado para provimento de
cargo efetivo em virtude de aprovação em concurso público e, tem por

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objeto, além da obtenção da estabilidade, aferir a aptidão para ao


exercício do cargo, mediante a apuração dos seguintes requisitos:
I - idoneidade moral;
II - assiduidade;
III - disciplina;
IV - eficiência.
§ 1° Se, no curso do estágio probatório, for apurada, em processo
regular, a inaptidão do funcionário para o exercício do cargo, será ele
exonerado.
[...]
Exoneração de ofício de cargos em comissão (alínea “a”):

[Constituição Federal]
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
[Estatuto dos Servidores Públicos de Pernambuco]
Art. 14. Os cargos em comissão serão providos por livre escolha do
Governador, respeitados os requisitos e as qualificações estabelecidas por
lei em cada caso.
[...]
Por fim, quanto ao abandono de cargo, a coisa é um pouco mais
interessante. A princípio, o abandono de cargo é falta disciplinar punível com a
demissão:

Art. 204. A demissão será aplicada nos casos de:


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[...]
II - abandono de cargo;
[...]
Entretanto, a alínea “c” aponta que a pretensão punitiva da Administração já
estaria prescrita (a Administração não possuiria mais o direito de demitir o servidor
por esta falta, em razão de não ter exercido este direito dentro do prazo previsto na
legislação). Já não é mais possível demiti-lo, todavia, o servidor continua com a
obrigação de comparecer ao posto de trabalho.

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Se não o fizer, ainda é possível exonera-lo do cargo (desligamento sem


caráter punitivo). Você talvez ache que não há diferença alguma entre demissão e
exoneração, mas na terceira aula do curso você verá que a demissão não se
resume apenas ao desligamento do servidor, trazendo consequências mais sérias
para sua vida funcional.

Art. 83. No caso de função gratificada, dar-se-á a vacância por


dispensa, a pedido, ou de ofício.

O artigo 84 trata do momento em que o cargo é considerado vago ou, em


outras palavras, quando a vacância do cargo ocorre. Você notará que cada hipótese
do artigo 84 está relacionada a um dos itens do artigo 81.

Veja a correspondência comparando as cores:

Art. 81. A vacância do cargo dependerá de:


I - exoneração;
II - demissão;
III - promoção;
IV - transferência; [readaptação, ressalva nossa]
V - aposentadoria;
VI - falecimento;
VII - posse em outro cargo, ressalvadas as exceções legais.
Agora comparemos:

Art. 84. Ocorre a vaga na data:


I - do falecimento do titular do cargo;
II - da publicação do ato que transferir, após a posse, promover,
aposentar, exonerar ou demitir o ocupante do cargo;
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Antes da posse o cidadão ainda não é um servidor e, assim, não está


submetido à disciplina da Administração Pública.

III - da posse ou, se esta for dispensada, do início do exercício em


outro cargo;
A hipótese do inciso IV é curiosa:

IV - da vigência da lei que criar o cargo e conceder dotação para seu


provimento ou em que for determinada, apenas, esta última medida, se o
cargo estiver criado;

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Aqui o estatuto muito provavelmente quis se referir às hipóteses de


transposição de cargos (os servidores de uma carreira são levados para outra,
deixando os cargos de origem vagos).

Os incisos V e VI são pouco relevantes atualmente:

V - da comunicação pela autoridade competente, no caso de


falecimento do funcionário em qualquer ato de guerra ou agressão à
soberania nacional;
VI - da republicação do ato do Presidente da República que decretar a
perda dos direitos políticos, nas hipóteses definidas na Constituição do
Brasil;
Por fim, a hipótese do inciso VII trata dos casos de perda do cargo público
em decorrência de sentença judicial:

VII - em que se tornar executável a sentença que declarar nulo o


provimento e da que impuser ou acarretar a pena acessória de perda do
cargo.
Uma sentença judicial passa a ser executável no momento em que não é
mais possível apresentar recursos dotados de efeito suspensivo contra a decisão ou
então, enquanto não for atribuído efeito suspensivo a um recurso apresentado que
ordinariamente não possua este efeito (como é o caso dos Recursos Especiais,
apresentados ao STJ e Extraordinários, apresentados ao STF).

Creio que, por hoje, já esteja bom :P. Próxima aula tem mais.

Abraço

Questões Comentadas 00123829909

1 FCC – AL-PE - 2014 - Considerando a Lei estadual nº 6.123/1968, é


correto afirmar que

a) o interessado deve entrar em exercício no prazo de trinta dias a contar


data da posse, prazo improrrogável, nos termos da Lei.

b) a posse de aprovado em concurso público deve ocorrer no prazo de 30


dias a contar da publicação do ato de provimento, prazo este improrrogável nos
termos da Lei.
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c) a posse deve ocorrer em 30 dias a contar da publicação do ato de


provimento, prazo que pode ser prorrogado, a requerimento do interessado, desde
que haja justa causa, por até 180 dias.

d) a ausência de posse no prazo estabelecido na Lei importa na não


aceitação do provimento e em renúncia ao direito de nomeação, qualquer que seja o
motivo do decurso de prazo.

e) o prazo estipulado pela Lei para que o empossado entre em exercício


pode ser, a pedido daquele, prorrogado por 180 dias.

Comentário: Ponto por ponto:

a) o interessado deve entrar em exercício no prazo de trinta dias a contar


data da posse, prazo improrrogável prorrogável por mais trinta dias a
requerimento do interessado e a juízo do titular da Secretaria, nos termos da
Lei.

Art. 33. O exercício do cargo terá início no prazo de trinta dias a contar:
I da data da publicação oficial do ato, no caso de reintegração:
II da data da posse, nos demais casos.
Parágrafo único. A requerimento do interessado e a juízo do titular da
Secretaria em que for lotado o funcionário, o prazo previsto neste artigo
poderá ser prorrogado por trinta dias.

b) a posse de aprovado em concurso público deve ocorrer no prazo de 30


dias a contar da publicação do ato de provimento, prazo improrrogável,
prorrogável por mais 180 dias a requerimento do interessado e mediante justa
00123829909

causa nos termos da Lei.

Art. 28. A posse verificar-se-á no prazo de 30 dias, a contar da data de


publicidade do ato de provimento no órgão oficial.
Parágrafo único. A requerimento do interessado o prazo poderá ser
prorrogado, por justa causa, até 180 (cento e oitenta) dias.
d) a ausência de posse no prazo estabelecido na Lei importa na não
aceitação do provimento e em renúncia ao direito de nomeação, qualquer que seja
o motivo do decurso de prazo salvo motivo de força maior devidamente
comprovado.

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Art. 29. O decurso do prazo para a posse, sem que esta se realize,
importa em não aceitação do provimento e em renúncia ao direito de
nomeação decorrente do concurso, salvo motivo de força maior
devidamente comprovado.
e) o prazo estipulado pela Lei para que o empossado entre em exercício
pode ser, a pedido daquele, prorrogado por 180 dias 30 dias.

Art. 33. O exercício do cargo terá início no prazo de trinta dias a contar:
I da data da publicação oficial do ato, no caso de reintegração:
II da data da posse, nos demais casos.
Parágrafo único. A requerimento do interessado e a juízo do titular da
Secretaria em que for lotado o funcionário, o prazo previsto neste artigo
poderá ser prorrogado por trinta dias.
A prorrogação de 180 dias refere-se à posse, não ao exercício:

Art. 28. A posse verificar-se-á no prazo de 30 dias, a contar da data de


publicidade do ato de provimento no órgão oficial.
Parágrafo único. A requerimento do interessado o prazo poderá ser
prorrogado, por justa causa, até 180 (cento e oitenta) dias.
Só nos restou a letra c)

c) a posse deve ocorrer em 30 dias a contar da publicação do ato de


provimento, prazo que pode ser prorrogado, a requerimento do interessado,
desde que haja justa causa, por até 180 dias.

Conforme redação do artigo 28 (vou colar de novo, para você fixar :P)

Art. 28. A posse verificar-se-á no prazo de 30 dias, a contar da data de


publicidade do ato de provimento no órgão oficial.
Parágrafo único. A requerimento do interessado o prazo poderá ser
prorrogado, por justa causa, até 180 (cento e oitenta) dias.
Letra c) 00123829909

2 FCC – AL-PE - 2014 De acordo com o Estatuto dos Servidores Públicos


do Estado de Pernambuco (Lei 6.123, de 20/07/68, e alterações posteriores), a
nomeação será feita em caráter vitalício para cargo de

a) direção.

b) Conselheiro do Tribunal de Contas.

c) chefia das repartições públicas.

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d) assessoramento.

e) oficial de gabinete.

Comentário: O único cargo com previsão expressa de nomeação em caráter


vitalício no seu estatuto é o de Conselheiro do Tribunal de Contas:

Art. 11. A nomeação será feita:


I em caráter vitalício, para o cargo de Conselheiro do Tribunal de
Contas;
[...]
As demais nomeações se dão em caráter efetivo ou em comissão:

Art. 11. A nomeação será feita:


[...]
II em caráter efetivo, quando se tratar de cargos de classe única ou de
série de classes;
III em comissão, nos casos previstos no parágrafo 2º do artigo 3º deste
Estatuto.
Letra b)

3 FCC – TJ-PE - 2012 De acordo com o Estatuto dos Servidores Públicos


Civis do Estado de Pernambuco (Lei Estadual no 6.123, de 20/07/68 e alterações
posteriores), a respeito do exercício do cargo público, é INCORRETO afirmar:

a) A promoção interrompe o exercício.

b) O início, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no


assentamento individual do funcionário.
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c) O responsável pelo serviço onde deva servir o funcionário, é competente


para dar-lhe exercício.

d) O funcionário denunciado por crime funcional será afastado do exercício,


até decisão final passada em julgado.

e) O funcionário que não entrar em exercício, no prazo legal, perderá o cargo,


salvo motivo de força maior, devidamente comprovado.

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Comentário: De tudo que te foi dito nesta alternativa, o único absurdo foi ter
afirmado que a promoção interrompe o exercício. Não é o caso:

Art. 35. A promoção não interrompe o exercício.

O servidor promovido já era servidor anteriormente e encontrava-se no


exercício do cargo. Este exercício continua, sem qualquer interrupção.

Letra a)

4 FCC – TJ-PE - 2007 No que tange à posse dos funcionários civis do


Estado de Pernambuco, considere as afirmações abaixo:

I. Não haverá posse nos casos de promoção e reintegração.

II. Dentre outros casos, é facultado a posse por procuração, quando o


nomeado estiver ausente do Estado.

III. O decurso do prazo para a posse sem que esta se realize, importa na
demissão do aprovado em concurso público.

IV. A requerimento do interessado, o prazo para a posse poderá ser


prorrogado, por justa causa, por até 180 (cento e oitenta) dias.

É correto o que se afirma APENAS em

a) II e III.

b) I e IV. 00123829909

c) III e IV.

d) I, II e III.

e) I, II e IV.

Comentário: Vamos nós:

I. Não haverá posse nos casos de promoção e reintegração.

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Perfeito. Nestas formas de provimento, servidor já se encontra vinculado ao


compromisso anteriormente firmado. Além disto, estas duas formas de provimento
não demandam a entrega de documentos adicionais para o retorno ao exercício (no
caso da reintegração) ou sua continuidade (no caso da promoção) não havendo
necessidade de nova tomada de posse (e, consequentemente, de assunção de
compromisso de bem exercer o cargo, juntamente com a entrega de mais
documentos).

Art. 22. Posse é o ato que completa a investidura em cargo público e


órgão colegiado.
Parágrafo único. Não haverá posse nos casos de promoção e
reintegração.

II. Dentre outros casos, é facultado a posse por procuração, quando o


nomeado estiver ausente do Estado.

A ausência do nomeado dentro dos limites da fronteira do Estado é um dos


casos em que se autoriza a posse por procuração (diga-se de passagem, o único
mencionado no Estatuto que não demanda juízo da autoridade competente):

Art. 26. É facultada a posse por procuração, quando o nomeado estiver


ausente do Estado e, em casos especiais, a juízo da autoridade
competente:
III. O decurso do prazo para a posse sem que esta se realize, importa na
demissão não aceitação do provimento e em renúncia ao direito de nomeação
do aprovado em concurso público.

Art. 29. O decurso do prazo para a posse, sem que esta se realize,
importa em não aceitação do provimento e em renúncia ao direito de
00123829909

nomeação decorrente do concurso, salvo motivo de força maior


devidamente comprovado.
Lembre-se: demissão é penalidade disciplinar aplicável a quem já está
investido em cargo público. Se o nomeado não toma posse no prazo, este nem
mesmo passa à condição de servidor, não havendo necessidade de nenhum ato
para desliga-lo do cargo.

Todavia, caso já tivesse tomado posse, porém, não entrado em exercício no


prazo legal, o ato de desligamento apropriado seria a exoneração (desligamento
sem caráter disciplinar).
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IV. A requerimento do interessado, o prazo para a posse poderá ser


prorrogado, por justa causa, por até 180 (cento e oitenta) dias.

Igualzinho o parágrafo único do artigo 28:

Art. 28. A posse verificar-se-á no prazo de 30 dias, a contar da data de


publicidade do ato de provimento no órgão oficial.
Parágrafo único. A requerimento do interessado o prazo poderá ser
prorrogado, por justa causa, até 180 (cento e oitenta) dias.
I, II e IV corretas, III incorreta.

Letra e)

5 FGV – CAMARA MUNICIPAL CARUARU - 2015 De acordo com as


disposições da Lei nº 6.123 do Estado de Pernambuco, de 20/07/1968 (Estatuto dos
Funcionários Públicos do Estado de Pernambuco), acerca das formas de
provimento em cargos públicos, analise as afirmativas a seguir.

I. A promoção consiste na elevação do funcionário, em caráter efetivo, à


classe imediatamente superior à que pertence na respectiva série, e deve obedecer
alternadamente aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.

II. A reversão é o ato pelo qual o funcionário demitido ou exonerado


ilegalmente reingressa no serviço público com o ressarcimento das vantagens
ligadas ao cargo, em virtude de decisão judicial ou administrativa.

III. Reintegração é o reingresso no serviço público do servidor público


aposentado, quando insubsistentes os motivos da aposentadoria ou por interesse e
requisição da Administração, respeitada a opção do servidor.
00123829909

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

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e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentário: Analisemos:

I. A promoção consiste na elevação do funcionário, em caráter efetivo, à


classe imediatamente superior à que pertence na respectiva série, e deve
obedecer alternadamente aos critérios de merecimento e antiguidade na
classe.

Corretíssima:

Art. 45. Promoção é a elevação do funcionário, em caráter efetivo, à


classe imediatamente superior à que pertence na respectiva série.
[...]
Art. 46. A promoção obedecerá alternadamente, aos critérios de
merecimento e antigüidade na classe.
Parágrafo único. O critério adotado constará, obrigatoriamente, do ato
de promoção.

II. A reversão reintegração é o ato pelo qual o funcionário demitido ou


exonerado ilegalmente reingressa no serviço público com o ressarcimento das
vantagens ligadas ao cargo, em virtude de decisão judicial ou administrativa.

A descrição do item corresponde ao provimento de cargo por reintegração:

Art. 66. Reintegração é o ato pelo qual o funcionário demitido ou


exonerado ilegalmente, reingressa no serviço público com o
ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo.

III. Reintegração Reversão é o reingresso no serviço público do servidor


00123829909

público aposentado, quando insubsistentes os motivos da aposentadoria ou por


interesse e requisição da Administração, respeitada a opção do servidor.

O enunciado simplesmente inverteu os conceitos de reintegração e reversão.


A reversão está prevista no artigo 73

Art. 73. Reversão é o reingresso no serviço público do servidor


aposentado, quando insubsistentes os motivos da aposentadoria ou
por interesse e requisição da Administração, respeitada a opção do
servidor.

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Somente o item I está certo.

Letra a)

6 UPENET – SES-PE - 2014 De acordo com o Estatuto dos Funcionários


Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Lei nº 6.123/1968), a reintegração é o
reingresso no serviço público com o ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo
decorrente

a) do término do período de afastamento.

b) do término do período de disponibilidade.

c) de decisão administrativa ou judiciária.

d) do término do período de licençaprêmio.

e) do término do pedido de remoção.

Comentário: A reintegração ocorre sempre que um servidor demitido


ilegalmente retorna ao exercício do cargo.

Art. 66. Reintegração é o ato pelo qual o funcionário demitido ou


exonerado ilegalmente, reingressa no serviço público com o
ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo.
Este retorno, no entanto, não pode ser espontâneo (a administração não
pode simplesmente mudar de ideia e convidar o servidor a reassumir o cargo). É
necessária uma decisão administrativa ou judicial revertendo os efeitos da
demissão: 00123829909

§ 1º A reintegração decorrerá de decisão administrativa ou judiciária.


§ 2º A decisão administrativa de reintegração só poderá ser proferida em
pedido de reconsideração, recurso ou revisão de processo.

Letra c)

7 UPENET – SES-PE - 2014 O Art. 81 do Estatuto dos Funcionários


Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Lei Nº 6.123/1968) dispõe sobre a
vacância do cargo público, que ocorre mediante

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a) disponibilidade.

b) reversão.

c) substituição.

d) promoção.

e) licença.

Comentário: Melhor olhar o próprio artigo:

Art. 81. A vacância do cargo dependerá de:


I - exoneração;
II - demissão;
III - promoção;
IV - transferência; [readaptação, ressalva nossa]
V - aposentadoria;
VI - falecimento;
VII - posse em outro cargo, ressalvadas as exceções legais.
Veja que a promoção é a única hipótese de vacância mencionada na
questão.

Professor: eu não vou poder abrir a lei ali na hora!

Eu sei meu caro, mas as outras hipóteses são absurdas. Na substituição e na


licença não houve desligamento do cargo. Na reversão, houve provimento (e não
vacância de cargo público) e, na disponibilidade não houve vacância de um cargo
público, mas sim sua extinção (como é que o cargo vai ficar vago se ele nem mais
00123829909

existe? :P).

Letra d)

8 FCC – TJ-PE - 2012 De acordo com a Lei no 6.123/68 Estatuto dos


Funcionários Civis do Estado de Pernambuco, a promoção obedecerá

a) alternadamente, aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.

b) subsidiariamente, aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.

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c) sucessivamente, aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.

d) sucessivamente, aos critérios de antiguidade na classe e merecimento.

e) exclusivamente o critério de antiguidade na classe.

Comentário: Vimos em aula que a promoção se dá por dois critérios


alternados:

Art. 46. A promoção obedecerá alternadamente, aos critérios de


merecimento e antigüidade na classe.
Parágrafo único. O critério adotado constará, obrigatoriamente, do ato
de promoção.
Ou bem promovemos o servidor que ocupa determinada classe por mais
tempo dentre todos os outros que também a ocupam (o Sr. Epaminondas
Antiquíssimo, ocupante de cargo na Classe C-I há 50 anos), ou promovemos o
servidor que mais destacou no período de avaliação e atenda aos critérios para
promoção (o Sr. Exemplarídio da Silva, modelo de funcionário no serviço público em
sua unidade).

E como saber qual dos dois critérios adotar? Muito simples, se a última
promoção foi por antiguidade, a próxima será por merecimento. Se foi por
merecimento, a próxima será por antiguidade. Sucessiva e alternadamente.

Letra a)

9 FCC – TJ-PE - 2012 De acordo com o Estatuto dos Servidores Públicos


Civis do Estado de Pernambuco (Lei Estadual no 6.123, de 20/07/68 e alterações
posteriores), denomina-se aproveitamento o
00123829909

a) reingresso no serviço público do servidor aposentado, por interesse e


requisição da Administração, respeitada a opção do servidor.

b) ato pelo qual o funcionário demitido ilegalmente, reingressa no serviço


público com o ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo.

c) ato pelo qual o funcionário exonerado ilegalmente, reingressa no serviço


público com o ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo.

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d) reingresso no serviço público do servidor aposentado, quando


insubsistentes os motivos da aposentadoria, respeitada a opção do servidor.

e) retorno à atividade do funcionário em disponibilidade, em cargo igual ou


equivalente, pela sua natureza e vencimento, ao anteriormente ocupado.

Comentário: Olhemos o grande quadro:

-
-
-
-
Repare na letra e) agora:

e) retorno à atividade do funcionário em disponibilidade, em cargo igual ou


equivalente, pela sua natureza e vencimento, ao anteriormente ocupado.
00123829909

No nosso quadro, a palavra corresponde ao termo aproveitamento.

É justamente a hipótese que procuramos:

Art. 69. Aproveitamento é o retorno à atividade do funcionário em


disponibilidade, em cargo igual ou equivalente, pela sua natureza e
vencimento, ao anteriormente ocupado.
Disponibilidade é ato do Poder Público que transfere para a inatividade
remunerada servidor estável, cujo cargo venha a ser extinto ou ocupado por outrem,
em decorrência de reintegração.

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O aproveitamento, por sua vez, não é nada mais do que o retorno do


servidor em disponibilidade ao exercício de cargo público:

Letra e)

10 FCC – TJ-PE - 2012 Em virtude da revisão do processo administrativo


disciplinar, foi invalidada a demissão de determinado funcionário estável, uma vez
que restou comprovada sua inocência. Diante deste fato, referido servidor deverá
ser, em tese,

a) readaptado em qualquer cargo dentro do Poder Executivo, sem direito ao


recebimento das vantagens que eventualmente deixou de receber.

b) reintegrado ao serviço público com ressarcimento das vantagens ligadas


ao cargo, ou posto em disponibilidade no cargo que exercia, se não for possível a
reintegração.

c) removido às funções anteriormente desempenhadas ou posto em


disponibilidade, por até 6 (seis) meses, à critério da Administração Pública.

d) revertido à atividade, oportunidade em que exercerá suas atribuições na


qualidade de excedente.

e) submetido a novo estágio probatório de 2 (dois) anos, com direito ao


ressarcimento de todas as vantagens que deixou de perceber.

Comentário: Grande quadro de novo :P


00123829909

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-
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-
-
Funcionário demitido teve sua demissão invalidada em processo de revisão.
Conheço essa história:

Art. 66. Reintegração é o ato pelo qual o funcionário demitido ou


exonerado ilegalmente, reingressa no serviço público com o
ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo.
§ 1º A reintegração decorrerá de decisão administrativa ou judiciária.
§ 2º A decisão administrativa de reintegração só poderá ser proferida em
pedido de reconsideração, recurso ou revisão de processo.
Referido servidor será, em tese:

b) reintegrado ao serviço público com ressarcimento das vantagens


ligadas ao cargo, ou posto em disponibilidade no cargo que exercia, se não
for possível a reintegração.
00123829909

Letra b)

11 FCC – TJ-PE - 2012 O funcionário estável, no caso de extinção ou


declaração de desnecessidade do cargo pelo Poder Executivo, será

a) demitido, com direito a indenização calculada com base no tempo de


efetivo exercício.

b) exonerado, sem direito a indenização relativa ao tempo de serviço.


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c) posto em disponibilidade remunerada, com proventos proporcionais ao


tempo de serviço.

d) revertido para a inatividade.

e) readaptado em qualquer cargo dentro do mesmo órgão público.

Comentário: Estamos diante de um servidor estável. Antes de pensarmos no


que fazer com ele, vamos nos lembrar das opções fornecidas pela Constituição
Federal:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada
ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites
estabelecidos em lei complementar.
[...]
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não
forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da
lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos
Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade
administrativa objeto da redução de pessoal.

Pois bem.

a) demitido, com direito a indenização calculada com base no tempo de


00123829909

efetivo exercício.

A demissão tem caráter punitivo no serviço público. O servidor não fez nada
de errado logo, não poderá ser demitido apenas porque seu cargo foi extinto ou
considerado desnecessário.

b) exonerado, sem direito a indenização relativa ao tempo de serviço.

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A Constituição Federal permite a exoneração de servidor em razão de


excesso de despesa com pessoal, todavia, mesmo neste caso, tal indenização tem
de se dar com indenização pelo tempo de serviço prestado.

d) revertido para a inatividade.

Reversão é forma de provimento prevista no estatuto. Tecnicamente falando,


um servidor é revertido para a atividade:

Art. 73. Reversão é o reingresso no serviço público do servidor


aposentado, quando insubsistentes os motivos da aposentadoria ou
por interesse e requisição da Administração, respeitada a opção do
servidor.
e) readaptado em qualquer cargo dentro do mesmo órgão público.

Readaptação é modalidade de transferência aplicável quando o servidor tiver


reduzida sua capacidade física ou intelectual:

Art. 76. A transferência será feita no caso de readaptação do funcionário


para cargo mais compatível com a sua capacidade física ou
intelectual, atendida a conveniência do serviço.
Só nos restou a letra c), por reproduzir previsão constante atualmente no
texto Constitucional:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público
[...]
3§ Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

00123829909

Letra c)

Questões Propostas

1 FCC – AL-PE - 2014 - Considerando a Lei estadual nº 6.123/1968, é


correto afirmar que

a) o interessado deve entrar em exercício no prazo de trinta dias a contar


data da posse, prazo improrrogável, nos termos da Lei.
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b) a posse de aprovado em concurso público deve ocorrer no prazo de 30


dias a contar da publicação do ato de provimento, prazo este improrrogável nos
termos da Lei.

c) a posse deve ocorrer em 30 dias a contar da publicação do ato de


provimento, prazo que pode ser prorrogado, a requerimento do interessado, desde
que haja justa causa, por até 180 dias.

d) a ausência de posse no prazo estabelecido na Lei importa na não


aceitação do provimento e em renúncia ao direito de nomeação, qualquer que seja o
motivo do decurso de prazo.

e) o prazo estipulado pela Lei para que o empossado entre em exercício


pode ser, a pedido daquele, prorrogado por 180 dias.

2 FCC – AL-PE - 2014 De acordo com o Estatuto dos Servidores Públicos


do Estado de Pernambuco (Lei 6.123, de 20/07/68, e alterações posteriores), a
nomeação será feita em caráter vitalício para cargo de

a) direção.

b) Conselheiro do Tribunal de Contas.

c) chefia das repartições públicas.

d) assessoramento.

e) oficial de gabinete. 00123829909

3 FCC – TJ-PE - 2012 De acordo com o Estatuto dos Servidores Públicos


Civis do Estado de Pernambuco (Lei Estadual no 6.123, de 20/07/68 e alterações
posteriores), a respeito do exercício do cargo público, é INCORRETO afirmar:

a) A promoção interrompe o exercício.

b) O início, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no


assentamento individual do funcionário.

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c) O responsável pelo serviço onde deva servir o funcionário, é competente


para dar-lhe exercício.

d) O funcionário denunciado por crime funcional será afastado do exercício,


até decisão final passada em julgado.

e) O funcionário que não entrar em exercício, no prazo legal, perderá o cargo,


salvo motivo de força maior, devidamente comprovado.

4 FCC – TJ-PE - 2007 No que tange à posse dos funcionários civis do


Estado de Pernambuco, considere as afirmações abaixo:

I. Não haverá posse nos casos de promoção e reintegração.

II. Dentre outros casos, é facultado a posse por procuração, quando o


nomeado estiver ausente do Estado.

III. O decurso do prazo para a posse sem que esta se realize, importa na
demissão do aprovado em concurso público.

IV. A requerimento do interessado, o prazo para a posse poderá ser


prorrogado, por justa causa, por até 180 (cento e oitenta) dias.

É correto o que se afirma APENAS em

a) II e III.

b) I e IV.
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c) III e IV.

d) I, II e III.

e) I, II e IV.

5 FGV – CAMARA MUNICIPAL CARUARU - 2015 De acordo com as


disposições da Lei nº 6.123 do Estado de Pernambuco, de 20/07/1968 (Estatuto dos
Funcionários Públicos do Estado de Pernambuco), acerca das formas de
provimento em cargos públicos, analise as afirmativas a seguir.
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I. A promoção consiste na elevação do funcionário, em caráter efetivo, à


classe imediatamente superior à que pertence na respectiva série, e deve obedecer
alternadamente aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.

II. A reversão é o ato pelo qual o funcionário demitido ou exonerado


ilegalmente reingressa no serviço público com o ressarcimento das vantagens
ligadas ao cargo, em virtude de decisão judicial ou administrativa.

III. Reintegração é o reingresso no serviço público do servidor público


aposentado, quando insubsistentes os motivos da aposentadoria ou por interesse e
requisição da Administração, respeitada a opção do servidor.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

6 UPENET – SES-PE - 2014 De acordo com o Estatuto dos Funcionários


Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Lei nº 6.123/1968), a reintegração é o
reingresso no serviço público com o ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo
decorrente 00123829909

a) do término do período de afastamento.

b) do término do período de disponibilidade.

c) de decisão administrativa ou judiciária.

d) do término do período de licençaprêmio.

e) do término do pedido de remoção.

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7 FCC – TJ-PE - 2012 De acordo com a Lei no 6.123/68 Estatuto dos


Funcionários Civis do Estado de Pernambuco, a promoção obedecerá

a) alternadamente, aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.

b) subsidiariamente, aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.

c) sucessivamente, aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.

d) sucessivamente, aos critérios de antiguidade na classe e merecimento.

e) exclusivamente o critério de antiguidade na classe.

8 FCC – TJ-PE - 2012 De acordo com o Estatuto dos Servidores Públicos


Civis do Estado de Pernambuco (Lei Estadual no 6.123, de 20/07/68 e alterações
posteriores), denomina-se aproveitamento o

a) reingresso no serviço público do servidor aposentado, por interesse e


requisição da Administração, respeitada a opção do servidor.

b) ato pelo qual o funcionário demitido ilegalmente, reingressa no serviço


público com o ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo.

c) ato pelo qual o funcionário exonerado ilegalmente, reingressa no serviço


público com o ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo.

d) reingresso no serviço público do servidor aposentado, quando


insubsistentes os motivos da aposentadoria, respeitada a opção do servidor.
00123829909

e) retorno à atividade do funcionário em disponibilidade, em cargo igual ou


equivalente, pela sua natureza e vencimento, ao anteriormente ocupado.

9 FCC – TJ-PE - 2012 Em virtude da revisão do processo administrativo


disciplinar, foi invalidada a demissão de determinado funcionário estável, uma vez
que restou comprovada sua inocência. Diante deste fato, referido servidor deverá
ser, em tese,

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a) readaptado em qualquer cargo dentro do Poder Executivo, sem direito ao


recebimento das vantagens que eventualmente deixou de receber.

b) reintegrado ao serviço público com ressarcimento das vantagens ligadas


ao cargo, ou posto em disponibilidade no cargo que exercia, se não for possível a
reintegração.

c) removido às funções anteriormente desempenhadas ou posto em


disponibilidade, por até 6 (seis) meses, à critério da Administração Pública.

d) revertido à atividade, oportunidade em que exercerá suas atribuições na


qualidade de excedente.

e) submetido a novo estágio probatório de 2 (dois) anos, com direito ao


ressarcimento de todas as vantagens que deixou de perceber.

10 FCC – TJ-PE - 2012 O funcionário estável, no caso de extinção ou


declaração de desnecessidade do cargo pelo Poder Executivo, será

a) demitido, com direito a indenização calculada com base no tempo de


efetivo exercício.

b) exonerado, sem direito a indenização relativa ao tempo de serviço.

c) posto em disponibilidade remunerada, com proventos proporcionais ao


tempo de serviço.

d) revertido para a inatividade. 00123829909

e) readaptado em qualquer cargo dentro do mesmo órgão público.

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Gabarito

1 C 5 A 9 E
2 B 6 C 10 B
3 A 7 D 11 C
4 E 8 A

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