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Componentes Simétricas de

Fasores Assimétricos

Sistemas Elétricos de Potência II


Professora: Andréa Araújo Sousa
Referências neste Texto
1. OLIVEIRA, C. C. B et al. Introdução a Sistemas Elétricos de
Potência - componentes simétricas, 2. ed. São Paulo: Blucher,
2000.
2. STEVENSON JR., W. D. Elementos de Análise de Sistemas de
Potência. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil LTDA, 1978.
3. CORREIA, F. B.; BRONZEADO, H. S. Fator de desequilíbrio em
sistemas trifásicos. In: SBQEE. Proceedings of Seminário
Brasileiro sobre Qualidade da Energia Elétrica. Porto Alegre,
Santa Catarina. 2001.
4. HOLANDA, D. L. R. Análise Comportamental do Motor de Indução
Trifásico Submetido a Desequilíbrios de Tensão sob o Ponto de
Vista de Conjugado e Rendimento. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Elétrica) – Universidade de Brasília, Brasília, DF,
2012.

2
Desequilíbrios de Tensão
 É um problema de qualidade da energia típico em
sistemas de distribuição.
 É um problema de regime permanente.
 Afeta mais as redes de distribuição, pois as cargas
(comerciais e residenciais) são normalmente
desequilibradas pois são monofásicas ou bifásicas.
 Os motores elétricos e as cargas não lineares são os
equipamentos mais sensíveis ao desequilíbrio de
tensão.
Desequilíbrios de Tensão
 O desequilíbrio de tensão é caracterizado por
qualquer diferença nas amplitudes entre as três
tensões das fases ou no desvio da defasagem de
120º entre essas tensões.
Desequilíbrios de Tensão
 Causas do desequilíbrio:
 Impedâncias diferentes entre as fases nos sistemas
de transmissão ou distribuição de energia;
 Distribuição desigual de cargas monofásicas ou
bifásicas;
 Cargas trifásicas desequilibradas;
 Quando uma carga trifásica equilibrada é
conectada a uma rede desequilibrada, as correntes
de carga serão desequilibradas.
Operador 120º
 Sistema trifásico equilibrado:

VC

120º
120º

VA
120º

VB
Operador 120º
 Causa uma rotação no sentido anti-horário:

1 3
 = 120º =   j
2 2
VC

VA = VA0º
120º
120º

VA
120º

VB

7
Operador 120º
 Causa uma rotação no sentido anti-horário:

1 3
 = 120º =   j
2 2
VC

VA = VA0º
120º Vc =  VA = VA120º
120º

VA
120º

VB

8
Operador 120º
 Causa uma rotação no sentido anti-horário:

1 3
 = 120º =   j
2 2
VC

VA = VA0º
120º Vc =  VA = VA120º
120º

VA
VB = 2 VA = VA240º
120º

VB

9
Operador 120º
 Propriedades:

1 3
 = 1120º =  j
2 2

1 3
2 = 1240º= 1-120º =  j
2 2
3 = 1360º = 10º = 1

4 = 1 480º = 1 120º = 

1 +  + 2 = 0
10
Operador 120º
 Na figura abaixo, estão vários fasores operados por :

 Observe que, enquanto +j significa rotação de +90o e -j


rotação de -90o, para o operador  não se pode fazer
afirmação análoga:
 = 1120º
- = 1120º x 1180º = 1300º = 1-60º
Teorema de Fortescue
 Três fasores desbalanceados de um sistema trifásico podem
ser substituídos por três sistemas de fasores equilibrados:

1. Componentes de seqüência positiva: consistindo de três


fasores iguais em módulo, defasados de 120º entre si e com a
mesma seqüência de fases dos fasores originais:

VA

VC1 VA1

VC

VB1

VB
Teorema de Fortescue
 Três fasores desbalanceados de um sistema trifásico podem
ser substituídos por três sistemas de fasores equilibrados:

2. Componentes de seqüência negativa: consistindo de três


fasores iguais em módulo, defasados de 120º entre si e com
seqüência de fases oposta à dos fasores originais:

VA
VA2

VB2
VC

VC2

VB
Teorema de Fortescue
 Três fasores desbalanceados de um sistema trifásico podem
ser substituídos por três sistemas de fasores equilibrados:

3. Componentes de seqüência zero: com três fasores iguais em


módulo e com defasagem zero entre si:

VA
VA0

VB0

VC VC0

VB
Componentes Simétricas
 Seqüência positiva: produz campos que giram no sentido
do movimento do motor.
 Seqüência negativa: produz campos magnéticos que giram
em sentido contrário ao movimento do motor.
 Seqüência zero: não produz campo magnético girante.

VA2
VC1 VA1
VA0
VB2
VB0

VC0
VB1 VC2
Componentes Simétricas

VER
CHAMPS TOURNANTS

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Componentes Simétricas
VA2
VC1
 VA = VA0 + VA1 + VA2 VA1
VA0
VB2
 VB = VB0 + VB1 + VB2 VB0
VC0
 VC = VC0 + VC1 + VC2 VB1 VC2

VA VA0

VA2

VC1
VC
VA1
VC0
VB
VC2
VB0
VB2 VB1
Componentes Simétricas
 VB1 = 2VA1  VC1 = VA1
 VB2 = VA2  VC2 = 2VA2
 VB0 = VA0  VC0 = VA0

VA2
VC1  
VA1

VB2 VA0

2 VB0
2
VB1 VC2 VC0
Componentes Simétricas
 VA = VA0 + VA1 + VA2
 VB = VB0 + VB1 + VB2
 VC = VC0 + VC1 + VC2

 VB1 = 2VA1 VB2 = VA2 VB0 = VA0


 VC1 = VA1 VC2 = 2VA2 VC0 = VA0

 VA = VA0 + VA1 + VA2


 VB = VA0 + 2VA1 + VA2
 VC = VA0 + VA1 + 2VA2
Componentes Simétricas
Matricialmente:

componentes simétricas dos fasores assimétricos

VA  1 1 1  VA0  VA = VA0 + VA1 + VA2


 V   1  2    V   VB = VA0 + 2VA1 + VA2 (1)
 B    A1 
VC = VA0 + VA1 + 2VA2
 VC  1   2  VA2 

1 1 1
[A]  1  2    matriz de transformação de componentes simétricas

1   2 

20
Componentes Simétricas

VA0  1 1 1  VA  VA0 = 1/3 (VA + VB + VC)


 V   1 1   2   V   VA1 = 1/3 (VA + VB + 2VC) (2)
 A1  3    B
VA2 = 1/3 (VA + 2VB + VC)
VA2  1  2    VC 

1 1 1
[A]-1  1   2 
1
 inversa da matriz de transformação [A]
3
1  2  

Esta relação permite decompor três fasores assimétricos


em suas componentes simétricas.
21
Observações
 O conjunto (2) de equações mostra que, em circuitos
trifásicos equilibrados, não há componente de sequência
zero.
 Todas as equações dos conjuntos (1) e (2) são válidas
para correntes.
 Se forem tomadas correntes, sabendo que em um
condutor neutro IN = IA+IB +IC, então IA0=1/3 IN ou
IN=3IA0
 Quando não há retorno pelo neutro, IN é nula, assim,
não existirão correntes de sequência zero em sistemas
ligados em .

22
Observações
 O Teorema de Fortescue afirma que uma sequência
qualquer pode ser decomposta em três sequências e
que essa decomposição é única.
 Para demonstrar o teorema, é necessário provar a
existência e a unicidade dessa decomposição.

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Existência das Componentes Simétricas
 Seja o conjunto de equações (1):

VA  1 1 1  VA0  VA = VA0 + VA1 + VA2


 V   1  2    V   VB = VA0 + 2VA1 + VA2
 B    A1 
VC = VA0 + VA1 + 2VA2
 VC  1   2  VA2 

 Para provar a existência de VA0, VA1 e VA2 basta provar que


[A]-1 existe, ou seja:

1 1 1
[A]-1  1   2 
1
3
1  2  
24
Unicidade das Componentes Simétricas
 Para demonstrar que a decomposição é única,
suponha que uma sequência [VA VB VC] pode ser
decomposta em duas sequências diferentes
 
[VA0 VA1 VA2] e V̂A0 V̂A1 V̂A2 .
 Assim:

VA  VA 0 Vˆ 


A0

 V   [A] V   [A] Vˆ 
 B  A 1  A 1
 VC  VA 2 Vˆ 
 A 2

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Unicidade das Componentes Simétricas
 Para demonstrar que as duas sequências
[VA0 VA1 VA2] e Vˆ
A0
ˆ
V A1
ˆ
V 
A2 são iguais, basta
verificar que [A]-1 é única (unicidade da inversa).

26
Exemplo 1
 Um condutor de uma linha trifásica está aberto. A
corrente que flui para uma carga ligada em  pela
linha A é de 10A. Tomando a corrente na linha A como
referência e a linha C aberta, determine os
componentes simétricos das correntes de linha, se
IA=100ºA e IB=10180ºA.

27
Exemplo 1

IA0  1 1 1  IA  IA0 = 1/3 (IA + IB + IC)


1
I   1   2  I  
  3
A1   B IA1 = 1/3 (I A + aIB + a2I )
C
IA2  1  2   IC  IA2 = 1/3 (IA + a2IB + aIC)

28
Exemplo 1
 Solução:

 IB1 = 2IA1 IB2 = IA2 IB0 = IA0


 IC1 = IA1 IC2 = 2IA2 IC0 = IA0

IB0 = IA0= 0
IB1 = 2IA1=5,78-150º A
IB2 = IA2 =5,78150º A

IC0 = IA0= 0
IC1 = IA1=5,7890º A
IC2 = 2IA2 =5,78-90º A
29
Exemplo 1

30
Aplicação a Sistemas Trifásicos
 Vamos determinar as relações existentes
entre as componentes simétricas das
tensões de fase e de linha para as ligações
em Y e em .
Sistemas Trifásicos a Três Fios
Ligação em Y
 Na figura abaixo está representado um
gerador trifásico ligado em Y.
Sistemas Trifásicos a Três Fios
Ligação em Y
 Aplicando a 2a Lei de Kirchhoff, obtemos:

VAB=VAN VBN
VBC=VBN VCN
VCA=VCN VAN

 Matricialmente:

VAB  VAN  VBN 


VAB   VBC   VBN   VCN   VAN  VB N
VCA  VCN  VAN 
Sistemas Trifásicos a Três Fios
Ligação em Y

Sistemas Trifásicos a Três Fios
Ligação em Y

Sistemas Trifásicos a Três Fios
Ligação em Y

não existe componente de sequência zero nas tensões de linha


Sistemas Trifásicos a Três Fios
Ligação em Y

Sistemas Trifásicos a Três Fios
Ligação em Y
 A componente de sequência 0 das tensões
de linha será sempre nula.
 Da Equação (2):

1 1
𝑉𝐴𝐵0 = 𝑉𝐴𝐵 +𝑉𝐵𝐶 +𝑉𝐶𝐴 = 𝑉𝐴𝐴 = 0
3 3
Sistemas Trifásicos a Três Fios
Ligação em Y
FASE
seq + seq - seq 0
VA2
VC1 VA1
VA0
VB2
VB0
VC0
VA VB1 VC2

LINHA
VC
seq + seq - seq 0
VAB1
VBC2
VB
VAB2
VCA1

VCA2
VBC1
Sistemas Trifásicos a Três Fios
Ligação em Y

seq + seq - seq 0

VAB1
VBC2
VA2
VC1 VA1
VCA1 30º VAB2
VB2 VA0
VB0
VC0
VB1 VBC1 VCA2 VC2
Sistemas Trifásicos a Três Fios
Ligação em Y
LINHA FASE
VAB1

VC1 VA1
VCA1
330º 
VB1
VA VBC1

VBC2
VA2
VC VAB2
VB2
3 − 30º 

VB VCA2 VC2

VA0
VB0
VC0
Observações
 Conforme foi visto, dada uma sequencia VAN, esta pode ser
decomposta de seguinte maneira:

V̂AN  1 1 1


  
[VAN ]   V̂BN   1 V̂AN0   2  V̂AN1     V̂AN2
 V̂  1    
 
2
 CN     

 Ou seja:
𝑉AN=𝑉 0+𝑉1+𝑉2
𝑉BN=𝑉0+2𝑉1+  𝑉2
𝑉CN=𝑉0+𝑉 1+ 2𝑉 2
Observações
 Isso significa que podemos substituir o gerador cuja f.e.m. vale
𝑉 AN pela associação em série de três geradores de f.e.m. 𝑉 0, 𝑉1 e
𝑉 2, conforme visto na figura abaixo:
Observações
 O circuito da letra (b) pode ser substituído pelo circuito abaixo,
onde fica evidenciado o efeito da sequência zero na tensão de
fase, ou seja, a elevação do potencial do centro-estrela:
Observações
 Na figura a seguir observamos os
seguintes efeitos das componentes de
sequência:
 Um sistema trifásico equilibrado não possui
componentes de sequência negativa ou zero
(letra a).
 A componente de sequência zero ocasiona o
deslocamento do neutro do nível da terra para
o potencial V0 (letra b).
 A componente de sequência inversa introduz
uma assimetria no trifásico (letra c).
Observações
Sistemas Trifásicos a Três Fios
Ligação em 
 Na figura abaixo está representado um
gerador trifásico ligado em .
Sistemas Trifásicos a Três Fios
Ligação em 
 Aplicando a 1a Lei de Kirchhoff, obtemos:

IA=IAB ICA
IB=IBC IAB
IC=ICA IBC

 Matricialmente:

I A   I AB  I CA 
I A   I B    I BC    I AB   I AB  I CA
 I C  I CA   I BC 
Sistemas Trifásicos a Três Fios
Ligação em 
 Sejam IAB0, IAB1 e IAB2 e IA0, IA1 e IA2 as componentes
simétricas de IAB e IA, respectivamente, temos:

 I AB  1 1 1


I AB   I BC   I AB0 1  I AB1  2   I AB2   
I CA  1     2 

I A  1 1 1


I A   I B   I A0 1  I A1  2   I A2   
 I C  1     2 
Sistemas Trifásicos a Três Fios
Ligação em 
 Assim:

IAB=(IAB0-IAB0)S0+IAB1(1-)S1+IAB2(1-2)S2

 Analogamente às tensões para o sistema em Y:


IA =IAB  ICA
=0 S0+ 3-30ºIAB1S1+ 330ºIAB2S2
não existe componente de sequência zero nas correntes de linha
 Ou, matricialmente:

I A0  0 0 0  I AB0 
 I   0 3  30 0   I AB1 
 A1  
I A2  0 0 330  I AB2 
RESUMO
Ligação em Y
TENSÃO LINHA FASE

VAB1

VC1 VA1
VA VCA1 = 330º 

VB1
VBC1
VC
VBC2
VAB2 VA2
VB
VB2
= 3 − 30º 
VCA2 VC2
RESUMO
Ligação em 
CORRENTE LINHA FASE

IC1 ICB1
IA1 IAB1
IA = 3 − 30º 

IB1 IBC1
IC

IA2 VAB2
IB
VBC2
= 330º 
IB2 IC2
VCA2
Indicadores de Qualidade
 Sistemas elétricos de potência devem oferecer,
idealmente, tensões trifásicas de mesma amplitude e
defasamentos de 120º entre si.
 Entretanto, tal condição é dificilmente encontrada nas
redes elétricas devido a diversas causas, algumas já
citadas.
 Reconhecendo ser esta questão um dos indicadores
da qualidade dos suprimentos, a matéria tem recebido
a atenção de órgãos como a NEMA e IEC.
 Tais organizações conduzem a diferentes
procedimentos para os cálculos dos níveis dos
desequilíbrios.
Grau de Desequilíbrio
 Tensões desequilibradas em circuitos trifásicos
causam dois efeitos:
 A circulação de corrente no condutor neutro e no
neutro aterrado de dispositivos trifásicos
(geradores, transformadores, reatores, motores)
ligados em estrela, mesmo que a carga seja
equilibrada; e
 A redução do conjugado de motores de corrente
alternada com comando eletromecânico.
Grau de Desequilíbrio
 O conjugado efetivo de motores de corrente alternada
alimentados por tensões desequilibradas é a diferença
entre o conjugado motor e o conjugado de frenagem,
gerados respectivamente pelos componentes de
seqüência positiva e de seqüência negativa.
 A primeira conseqüência do desequilíbrio de tensões é
a redução do conjugado efetivo do motor, que pode
ser insuficiente para acelerar ou manter a carga em
operação.
 Outras conseqüências são o aumento do
escorregamento e da corrente do motor.
Grau de Desequilíbrio
 Teoricamente num circuito trifásico com neutro
podem-se determinar quatro fatores de
desequilíbrio de tensão:
 fator de desequilíbrio das tensões de linha devido
ao componente de seqüência negativa,
 fator de desequilíbrio das tensões de linha devido
ao componente de seqüência nula,
 fator de desequilíbrio das tensões de fase devido
ao componente de seqüência negativa; e
 fator de desequilíbrio das tensões de fase devido
ao componente de seqüência nula.
Grau de Desequilíbrio
 Entretanto devido as propriedades dos componentes
simétricos basta determinar apenas os dois últimos
fatores de desequilíbrio citados, pois o fator de
desequilíbrio das tensões de linha devido ao
componente de seqüência nula é igual a zero e o fator
de desequilíbrio das tensões de linha devido ao
componente de seqüência negativa é igual ao fator de
desequilíbrio das tensões de fase devido ao
componente de seqüência negativa.
Grau de Desequilíbrio
 De acordo com a literatura clássica e com vários
trabalhos desenvolvidos ao longo dos anos, o fator ou
grau de desequilíbrio é definido como a relação entre
o módulo do componente de seqüência negativa/nula
e o do componente de seqüência positiva das tensões.
 Esta definição é baseada no fato de que um conjunto
trifásico de tensões equilibradas possui apenas
componentes de sequência positiva.
Grau de Desequilíbrio
 O surgimento de componentes de sequência zero
produz assimetria apenas nas tensões de fase.
 As tensões de linha, que não possuem componentes
de sequência zero, continuam equilibradas.
 Entretanto, a presença de componentes de sequência
negativa também introduz assimetria nas tensões de
linha.
Método NEMA
 A norma NEMA-MG1-14.34 define o grau de
desequilíbrio (Voltage Unbalance Factor - VUF) como
a relação entre o máximo desvio da tensão média e a
tensão média, calculados para tensão de linha.
 Este fator, em percentagem, é dado por:

ΔVmax
VUF%  100 (3)
Vmed
em que: Vmax - maior desvio em relação à média;
Vmed - média das tensões de linha.
Método IEC
 A IEC 60034-26 define um indicador chamado de fator de
desequilíbrio FD (%) como sendo a razão entre os módulos
da componente de seqüência negativa (V2) e de seqüência
positiva (V1).
 Esta é a mais tradicional forma de se caracterizar o grau de
desequilíbrio entre as tensões trifásicas e a expressão final
corresponde a equação:

V2
FD%  100 (4)
V1
 É importante destacar que o seu emprego exigirá o prévio
conhecimento das tensões trifásicas, tanto em módulos
quanto em ângulos de fase, para poder decompô-las em
suas componentes simétricas.
Método CIGRÉ
 Isso motivou a busca de uma alternativa fundamentada
apenas nos módulos das tensões e isto gerou um
procedimento alternativo de cálculo, conhecido por
expressão da CIGRÉ.
 A expressão conhecida como CIGRÉ-C04 é dada por:

1 3  6β
VUF  (5)
1 3  6β

4
VAB  VBC
4
 VCA
4


V 
em que:
2 2
2
AB V 2
BC V
CA
Método IEEE
 Em 1987, o método sugerido pelo IEEE optava
pela diferença entre o valor máximo e mínimo de
tensão de fase dividida pela média dessas
tensões.
 A equação (6) mostra o cálculo do referido
método para o desequilíbrio de tensão naquela
época:

3Vmax  Vmin 
VUF%  100 (6)
VA  VB  VC
Método IEEE
 Em 1991, o IEEE adotou um cálculo análogo ao
indicado pela NEMA. Porém, em vez de servir-se
de tensões de linha, empregavam-se tensões de
fase.
 A partir de 2009, de acordo com a norma 1159-
2009, o IEEE adotou o cálculo aventado tanto
pelo CIGRÉ quanto pelo IEC.
Efeitos do Desequilíbrio no Sistema Elétrico

 Níveis diferentes de queda de tensão em cada uma das três


fases;
 Sobreaquecimentos de cabos, máquinas e equipamentos;
 Abertura de fusível em uma das fases de um banco de
capacitores;
 Mau funcionamento e/ou falhas dos dispositivos de
proteção;
 Maior solicitação do isolamento dos cabos;
 Redução da vida útil dos equipamentos.
Efeitos do Desequilíbrio em Motores de
Indução

 As tensões desequilibradas têm influência significativa nos


motores trifásicos de indução. Esses motores, que são os
mais difundidos nos sistema elétrico, têm impedâncias de
seqüência negativa muito baixa, de tal forma que um
pequeno desequilíbrio de tensão pode originar um
desequilíbrio muito grande de corrente.
Efeitos do Desequilíbrio em Motores de
Indução

 Principais efeitos:
 deformação no campo magnético girante do motor;
 surgimento componentes de sequência negativa;
 sobreaquecimento dos enrolamentos;
 aumento das perdas por aquecimento (efeito joule);
 aumento do escorregamento;
 redução do rendimento;
 diminuição do fator de potência;
 aumento do nível de ruído em motores;
 diminuição da vida útil do motor trifásico.
Efeitos do Desequilíbrio em Motores de
Indução
 O campo magnético de sequência negativa produz um
campo girante em sentido contrário ao do giro do motor,
produzindo um efeito de escorregamento próximo a 2.

Tensões equilibradas: Tensões desequilibradas:


Efeitos do Desequilíbrio em Motores de
Indução
Charles Legeyt Fortescue
Charles L. Fortescue. Method of Symmetrical Co-Ordinates Applied to the Solution of Polyphase Networks.
Presented at the 34th annual convention of the AIEE (American Institute of Electrical Engineers) in
Atlantic City, N.J. on 28 July 1918. Published in: AIEE Transactions, vol. 37, part II, pages 1027-1140
(1918).

Artigo:

http://www.power.uwaterloo.ca/papers.htm

Biografia:

http://sthweb.bu.edu/shaw/anna-howard-shaw-center/biography?view=mediawiki&article=Charles_Legeyt_Fortescue
Componentes Simétricas de
Fasores Assimétricos

Sistemas Elétricos de Potência II


Professora: Andréa Araújo Sousa

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