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© Bernardo Motta
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Curso Ciência e Fé
I – Introdução
II – Filosofia Grega e Cosmologia Grega
III – Filosofia Medieval e Ciência Medieval
IV – Inquisição e Ciência
V e VI – O Caso Galileu
VII – A Revolução Científica
VIII – Darwin e a Igreja Católica
IX – Os Argumentos Cosmológico e Teleológico
X – Filosofia da Mente e Inteligência Artificial
XI – Milagres e Ciência
XII – Concordância entre Cristianismo e Ciência
Índice
1. Introdução
2. Os filósofos pré-socráticos
3. Sócrates
4. Platão
5. Aristóteles
6. Cosmologia grega
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Cosmologia grega
Física aristotélica
O Cosmos é eterno
Toda a coisa que se move (que muda) é movida (mudada) por outra
Todo o movimento é contínuo e não há vazio (contra Demócrito e os “indivisíveis” dos atomistas)
Os corpos celestes são radicalmente distintos dos terrestres (sublunares)
O movimento celestial é circular (esferas de cristal no éter), uniforme e incorruptível (eterno)
O movimento terrestre ideal é rectilíneo, vertical e de velocidade constante
Quer a esfera das estrelas fixas, quer as esferas dos planetas, são movidas pelo seu “motor imóvel”
No topo está o “primeiro motor imóvel”, origem de todo o movimento, regendo todos os motores imóveis
O movimento terrestre não ideal deve-se a colisões e à geração e corrupção
Os fenómenos de aparente irregularidade nos céus (cometas, supernovas) são meteorológicos
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Aristóteles (c. 384-322 a.C.) 4
Cosmologia grega
Física aristotélica
Os quatro elementos que compõem as coisas terrestres:
1. Terra (fria, seca): uma potencialidade para “esfriar” e para “secar”
2. Água (fria, húmida): uma potencialidade para “esfriar” e para “humidificar”
3. Ar (quente, húmido): uma potencialidade para “aquecer” e para “humidificar”
4. Fogo (quente, seco): uma potencialidade para “aquecer” e para “secar”
Estes elementos não existem como substâncias mas como “potências” das substâncias
Cada elemento pode transformar-se num elemento “vizinho” com quem partilhe uma potencialidade
FOGO
QUENTE SECO
AR TERRA
HÚMIDO FRIO
ÁGUA 5
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Cosmologia grega
Física aristotélica
Movimento natural: cada corpo em movimento tende para o seu lugar natural
O lugar natural de um corpo depende da proporção dos elementos que o compõem
1. "Terra" em preponderância: tende para o centro do Cosmos
2. "Água" em preponderância: idem, mas acima da "Terra"
3. "Ar" em preponderância: tende para longe da "Terra", mas abaixo do "Fogo"
4. "Fogo" em preponderância: idem, mas acima do "Ar" e abaixo da esfera lunar
Em diagramas antigos, os elementos surgem idealizados em esferas sublunares concêntricas
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Cosmologia grega
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Cosmologia grega
πλανήτης αστήρ
planētēs astēr
«astro errante»
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Cosmologia grega
O Almagesto
Requer vários conhecimentos prévios: geometria euclideana, matemática, observação astronómica
A obra contém um modelo geométrico que se adapta muito bem a um grande número de observações
A grande qualidade da obra é mérito de Ptolomeu, mas também do acervo da Biblioteca de Alexandria
O método de Ptolomeu não é indutivo, partindo dos dados para chegar ao modelo, mas vice-versa
Seguindo a tradição grega, o método de Ptolomeu é geométrico e não algébrico (como o dos caldeus)
O Almagesto só chega à Europa (em traduções do grego ou do árabe) no século XII
O modelo ptolemaico ajusta-se aos dados astronómicos pelo uso de epiciclos, deferentes e equantes
“Divórcio”
Física aristotélica Astronomia ptolemaica
• Pretendia explicar a estrutura da Natureza e a • Pretendia apenas “salvar os fenómenos”,
causa dos movimentos na Natureza ou seja, calcular os movimentos celestiais
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