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21/10/2017 Tag: condephaat - Defender

Franca (SP) – Prédios históricos da área central são


demolidos

Fachada de prédio histórico no Centro de Franca, onde funcionava a boate Montana,


foi demolida; local será ocupado por uma loja. Foto de: Dirceu Garcia/Comércio da
Franca

A demolição de prédios com características históricas tem chamado a atenção no Centro de Franca e transformado o cenário
urbano. Testemunhas do passado da cidade, ao menos três imóveis estão nesse processo para dar lugar a novas construções
comerciais.

Antiga casa de espetáculos e mais recentemente sede da boate Montana, o prédio do calçadão da rua Marechal Deodoro teve
toda a sua fachada jogada ao chão nas últimas semanas. Na última quinta-feira, funcionários da obra informaram ao
Comércio que o prédio não será totalmente destruído e, sim, readequado para abrigar uma rede de loja de departamentos
com sede no Paraná, de nome Giga. “Vamos recuperá-lo e fazer uma nova fachada para a loja”, revelou um dos homens.

A reportagem entrou em contato com o marketing da empresa que confirmou a abertura de uma unidade em Franca, porém,
não deu detalhes da operação.

Uma quadra abaixo, na rua Couto Magalhães, o prédio do hotel Marconi, considerado um dos mais antigos da cidade,
também já não existe mais. O imóvel começou a ser demolido ainda no fim de 2015 e, na semana passada, teve o restante
dos blocos retirados e a frente do terreno fechada. Segundo comerciantes vizinhos, o espaço dará lugar a um sobrado
comercial.

No cruzamento das ruas Tiradentes com Monsenhor Rosa, outro imóvel, dessa vez um casarão, foi demolido e uma nova
construção começa a ter as paredes levantadas.

Embora não histórico, ainda no Centro, um mini conjunto de estabelecimentos comerciais, entre a rua Ouvidor Freire e a
General Carneiro, tem sido transformado em um único imóvel. A informação é que o proprietário de São Paulo decidiu por
erguer no local um prédio de dois pisos para abrigar uma loja de roupas.

Segundo o pesquisador em história regional Beto Monteiro, a memória da cidade está se perdendo com as demolições e não
existe nenhum movimento de autoridades no intuito de preservar os imóveis que ainda restam. “É uma tristeza a perda de
prédios que fizeram parte da história da cidade e a população assiste a tudo, anestesiada. Ninguém faz nada para evitar.”
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Para o historiador, o poder público não mostra preocupação com o patrimônio histórico da cidade e a atuação do Condephaat
(Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) só se limita a tombar bens públicos. “Se
analisarmos, não há imóveis particulares da cidade tombados. O Condephatt está limitado.”

A presidente do Condephatt, Célia Tavares, disse que os conselheiros consideraram o prédio do antigo Hotel Marconi como
“não objeto de tombamento” e confirmou ter recebido um pedido para manifestação de laudo em relação ao imóvel da boate
Montana. “Não temos, atualmente, nenhum prédio ou relação de imóveis em estudo para futuros tombamentos. Nada está
sendo feito”, revelou.

Célia informou ainda que o órgão só tem zelado pelo que já é tombado e está em processo de transição. “Estou aguardando a
nomeação de um novo presidente pelo prefeito”, declarou.

Ainda segundo a presidente, os dois últimos tombamentos realizados pelo Condephatt ocorreram em 2015 com um galpão
da Alta Mogiana e a paineira às margens da rodovia Cândido Portinari.

Por Marco Felippe

Fonte original da notícia: GCN

São Carlos (SP) – Fazenda Santa Maria é tombada


pelo Conselho do Patrimônio Histórico
Tombamento poderá ajudar na preservação da história do café. Local faz parte de circuito rural do interior paulista
e pode ser visitado.

Reprodução/Internet

O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat)
tombou a Fazenda Santa Maria, em São Carlos (SP), como patrimônio estadual. O que antes resistia ao tempo por cuidado
apenas da família, tem agora a importância reconhecida e a expectativa é de que o tombamento da propriedade ajude a
preservar também a história do café.

O sobrado continua imponente no pátio da propriedade. Foi construído em 1889, época em que a arquitetura não era tão
comum para as fazendas. Tem características mais urbanas e foi erguido para impressionar o imperador Dom Pedro II.
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Título de barão
“O antigo proprietário, que era irmão do Major José Inácio, decidiu que ele também gostaria de pertencer à corte. O
imperador disse: ‘Se você construir algo que me agrade, eu lhe dou o título de barão’. Daí a razão dele, na própria fazenda,
construir uma casa, que é a nossa casa sede, no estilo neoclássico, com dois andares, cerca de 98 janelas e portas, e com
quase mil metros quadrados de área construída”, contou o agrônomo Décio Luiz Malta Campos.

Mas bem antes disso a Fazenda Santa Maria já produzia café. Terreiro, moinho, separador de grãos e a mão-de-obra escrava
que sofria nos troncos. O prédio de 1850 abrigava a senzala da fazenda. Com o fim da escravidão, virou casa de imigrantes.

Arquitetura
A arquitetura do lugar mudou. Antes, só existia uma parede, que separava homens e mulheres escravos. Com a chegada dos
italianos, as casas de colonos ganharam paredes e cômodos. A lavoura ganhou nova cara, a fazenda ganhou novos donos ao
longo do tempo. Há mais de 100 anos a propriedade é da família do agrônomo.

“Minha história é bastante igual à de muitas pessoas aqui. Um imigrante de origem portuguesa e um imigrante de origem
italiana, os filhos casaram, deram origem à nossa família, que ganhou o nome de Souza Campos, e eu aqui, que já sou a
terceira geração. Meus filhos já estão conduzindo e agora estamos encaminhando os netos também”, contou Campos.

Preservação
Além de todo o conjunto arquitetônico muita coisa ficou guardada e ocupa ainda o mesmo lugar no casarão, que virou um
museu. Tudo foi catalogado e fez parte de um dossiê entregue ao Condephaat.

“Foi um processo bem longo. Nós formamos uma equipe com arquitetos, bibliotecários, historiadores, para formar um
grande dossiê em que constam todas as edificações e todos os objetos que constituem o que é a memória do patrimônio”,
contou a diretora de cultura, Vera Zavaglia Malta Campos.

Com o patrimônio tombado, agora é possível fazer mais investimentos, como para restauro, por exemplo. “Porque você tem
a linha de acesso à Lei Rouanet e as leis de incentivo fiscal, isso pode fazer com que as empresas, ao invés de depositarem
todo o imposto no Governo Federal, possam restaurar um patrimônio histórico”, acrescentou Vera.

Visitação
A fazenda faz parte de um circuito rural do interior paulista. Fica aberta para visitação e não são só os brasileiros que podem
conhecer mais da própria história. Estudantes do Texas que estão em São Carlos para um curso de férias vão levar embora
mais do que conhecimento em engenharia. “Eles são fascinados por tudo porque não sabiam muitas coisas do Brasil, então é
uma oportunidade para eles”, disse o professor Shankar Bhattacharyya.

“É o tipo de coisa que eles não têm nos Estados Unidos, então é uma oportunidade única de ver uma coisa nova. É um lugar
tão perto da gente, está em São Carlos, mas a gente muitas vezes não conhece, então acaba sendo uma surpresa para a gente
também”, falou o estudante Pedro Paulo Vieira.

Fonte original da notícia: G1 São Carlos e Araraquara

Igreja de Santo Antônio em Guará é tombada


patrimônio histórico de SP
Igreja foi construída em 1630, no ano que a cidade foi fundada. Tombamento aconteceu para preservar
características do templo.
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Igreja de Santo Antônio em Guaratinguetá foi tombada como patrimônio histórico.


(Foto: Carlos Camilo Mourão)

A Igreja de Santo Antônio, em Guaratinguetá (SP), foi tombada. O templo religioso, que era considerada patrimônio
municipal desde 1952, passou a ser patrimônio do Estado de São Paulo no último dia 1º.

O tombamento da Igreja tem como objetivo preservar a arquitetura e as características da igreja. Na prática a medida impede
a descaracterização e perda dos valores culturais que foram identificados e indicados para preservação pelo tombamento.

Segundo a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, futuras obras e intervenções arquitetônicas são possíveis, mas
precisam ser previamente analisadas e aprovadas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico
e Turístico (Condephaat).

Igreja de Santo Antônio em Guaratinguetá


foi erguida em 1630 e passou por duas
reformas durante os séculos. (Foto:
Arquidiocese de Aparecida)

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“Quando um imóvel é tombado, pode apenas passar por processo de restauração, seguindo normas para preservar as
características originais da época da construção. Por isso a paróquia tem a responsabilidade de manter e zelar por este
patrimônio”, contou o pároco da Igreja de Santo Antônio, Narci Braga.

Para o padre, com o tombamento, o movimento de turistas e visitantes devem aumentar no templo.

“Com esse tombamento, acredito que a igreja vai ser mais respeitada, admirada e assim sendo, será mais visitada, pois
passará a despertar apreço por sua beleza e história. É um marco para a cidade porque é ambiente onde muita vida
aconteceu, muitas culturas se fundaram e muitas histórias se registraram.”, concluiu o pároco.

Igreja
Localizada no Centro da cidade e construída em 1630 – ano em que a cidade foi fundada, a Catedral foi erguida em pau-a-
pique e passou por diversas reformas e a ampliação – sendo em 1913 a maior delas, onde teve suas torres laterais alteradas e
foram feitas mudanças em seu interior.

Entre as antigas e valiosas imagens da Igreja destacam-se as de São Miguel, de Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora do
Rosário e a imagem em argila de Santo Antônio, padroeiro de Guaratinguetá.

O Santo
Santo Antônio, que dá nome à igreja, nasceu em 15 de agosto de 1191 em Portugal e faleceu na Itália em 13 de junho de
1231, data em que comemorado seu dia. Tornou-se um dos santos de maior devoção entre os fiéis da Igreja Católica e é
conhecido como santo casamenteiro e padroeiro dos pobres.

Igreja de Santo Antônio de Guaratinguetá guarda relíquias em seu interior. (Foto:


Percival Tirapeli)

Colaborou Leonardo Medeiros

Fonte original da notícia: G1 Vale do Paraíba e Região

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Estado de São Paulo é obrigado a iniciar obras para


restaurar Chaminé da Luz

MPF cobra melhorias na chaminé da


capital paulista, construída entre 1892 e
1896. André Bonacin/Panoramio-
GoogleMaps

A Justiça Federal em São Paulo resolveu uma disputa entre entidades públicas e definiu que o estado é responsável pelo
monumento Chaminé da Luz, na capital paulista, sendo condenado a apresentar um projeto de reparos emergenciais em 30
dias e dar início às obras em 45 dias, sob pena de multa diária no valor de R$ 10 mil.

Segundo o Ministério Público Federal, a medida é necessária para impedir o atual cenário de abandono e garantir a
conservação das características arquitetônicas do monumento, construído no final do século XIX, além de resolver
problemas estruturais e impedir a proliferação de doenças.

O município de São Paulo e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) também eram réus na ação, mas
ninguém queria assumir a responsabilidade pelas tarefas.

O estado, por exemplo, reconhecia que a chaminé é registrada como domínio estadual, mas dizia que o bem já se incorporou
à gestão municipal, tanto por permuta autorizada em lei como por “apossamento administrativo da área pela municipalidade
de São Paulo, transformando-se em via pública, já que compõe o canteiro central, ou ainda por extensão na desapropriação
indireta”.

Para o juiz federal Tiago Bologna Dias, da 21ª Vara Federal Cível em São Paulo, o estado continua responsável pelo
patrimônio porque a transferência formal nunca ocorreu, pois a permuta de imóveis não foi concretizada e o monumento
ficou intocado mesmo com obras viárias na região. Ele também concluiu que o próprio estado decidiu preservar a chaminé e
que o Condephaat (conselho de defesa do patrimônio histórico, ligado ao governo estadual) reconheceu o valor histórico do
bem e promoveu o restauro por conta própria, em 1998.

Com base em parecer do MPF, o juiz considerou urgentes obras de reparação, manutenção e preservação emergenciais, “a
fim de obstar a progressiva degradação do bem, bem como sua ocupação e uso indevido por moradores de rua”. O município
de São Paulo e o Iphan ficarão obrigados a fiscalizar o cumprimento da decisão. Com informações da Assessoria de
Imprensa da Justiça Federal em SP.

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Clique aqui para ler a decisão.


Processo 0003374-13.2015.403.6100

Fonte original da notícia: Conjur

Estação Ferroviária de Jaguariúna é tombada como


patrimônio histórico do estado de SP

A Estação Ferroviária de Jaguariúna foi tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo). A decisão foi publicada no Diário Oficial no dia 22 de junho de
2016.

As justificativas para o tombamento estão baseadas na importância histórica e material do local. A cidade teve função
terminal para o primeiro trecho da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, inaugurado em 1875 sob a denominação
Viação Férrea Campinas-Jaguariúna, que foi estendido no mesmo ano por um ramal até Amparo. O atual prédio da estação
foi inaugurado em 1945 e suas características arquitetônicas neocoloniais agregam ao edifício maior significado entre as
demais estações da linha.

Atualmente, o local é um ponto turístico do município e oferece passeios de trem para a estação de Anhumas (Campinas),
passando pelas de Tanquinho e Carlos Gomes. Deste modo, os elementos antigos do conjunto continuam preservados, com
aproveitamento para novas atividades. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Fonte original da notícia: Carta Campinas

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Catedral da Sé é tombada pelo patrimônio histórico de


São Paulo
A decisão inclui também o tombamento do a Praça da Sé. Proposta foi feita em 1999 e finalizada em reunião na
segunda-feira.

Reprodução. Internet

A Catedral Metropolitana da Sé, no Centro de São Paulo, foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), anunciou nesta sexta-feira (24) a Secretaria de
Estado da Cultura. A decisão feita após reunião do conselho na última segunda-feira (20) inclui também o tombamento da
Praça da Sé.

Além da Catedral Metropolitana da Sé, foram tombados o Monumento Marco Zero, Aléia de palmeiras e o Monumento ao
Padre José de Anchieta. O tombamento não recaiu sobre a Praça Clóvis Bevilacqua.

O tombamento reconhece o local como Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo e implica que as intervenções físicas
(obras, reformas, restaurações, instalação de mobiliário urbano, como bancos e paradas de ônibus) ficam sujeitas à
aprovação prévia do Condephaat. O órgão explica que tombamento não altera a situação de propriedade. Do mesmo modo,
não interfere no uso dos bens tombados, desde que não hajam intervenções físicas nesses locais.

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Pessoas observam o marco zero de SP, instalado no centro da Praça da Sé. (Foto: Paulo
Piza/G1)

O processo de tombamento havia sido iniciado em 1999. “O tombamento da Catedral da Sé de São Paulo apresenta
importância pelo reconhecimento do valor material e simbólico do edifício e da praça de mesmo nome”, afirma José
Eduardo Lefèvre, presidente do conselho do Condephaat. “A Catedral e sua praça fronteira sempre desempenharam um
importantíssimo papel cívico, além do religioso.”

Catedral da Sé
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 8h às 19h; sábado, das 8h às 17h; domingo, das 8h às 13h.
Horário das missas: de segunda e sexta, às 9h, às 12h e às 18h; terça, quarta e quinta, às 12h e às 18h; sábado às 12h;
domingo às 9h, 11h e 17h.
End.: Praça da Sé, s/n – Centro – São Paulo (Metrô Sé).
Tel.: (11) 3107-6832
www.catedraldase.org.br

Antigo bar da Estação de Ribeirão Pires (SP) é


tombado

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O antigo bar da Estação Ferroviária de Ribeirão Pires, construído na década de 1930, foi tombado provisoriamente pelo
Conselho de Patrimônio do município na semana passada. Apesar de o conjunto ferroviário da cidade ser reconhecido como
patrimônio pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico) desde 2011,
o bar não estava contemplado e, por isso, corria risco de desaparecer. A indicação do tombamento municipal foi sugerida
pelo Condephaat como forma de preservar o elemento arquitetônico fundamental para a compreensão e recomposição
histórica da estação.

O pedido de tombamento foi feito pelo historiador e professor Emerson Tognetti. “Fiz estudo com pelo menos 12 bens da
cidade que deveriam ser tombados, incluindo o antigo bar. Quando houve o tombamento do conjunto ferroviário, o
Condephaat acabou deixando o bar de fora, mas acredito que ele também faz parte da memória ferroviária não apenas do
município, mas do Estado. Isso porque, segundo meus estudos, este é o último barzinho do tipo ainda de pé.”

A partir do tombamento provisório, publicado no Diário Oficial no dia 14, a CPTM (Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos) poderá solicitar a impugnação do processo em prazo de 15 dias. Quem analisará o pedido é o Conselho de
Patrimônio municipal. Se o conselho não aceitar o recurso, caberá à CPTM recorrer ao prefeito Saulo Benevides (PMDB).
Se ele negar o recurso, o bem é tombado em definitivo, tornando-se o segundo patrimônio reconhecido pelo conselho
municipal – o primeiro foi a Casa Herbert Richers. A cidade tem ainda dois patrimônios tombados pelo Estado: a Capela do
Pilar e a própria estação ferroviária. “De qualquer forma, nos próximos 180 dias, que é o tempo máximo de duração de todo
esse processo, a preservação está garantida”, destaca Tognetti.

A CPTM informou que está analisando o processo, sem fornecer detalhes se pretende entrar com impugnação ou aceitar o
tombamento do bem.

Histórico

A Estação Ferroviária de Ribeirão Pires foi inaugurada em março de 1885. Construída no estilo vitoriano inglês pela
empresa São Paulo Railway, assim como outras estações do período, adotava um padrão de edificações. Sua cafeteria era
simples porque a estação era e continua sendo suburbana, de terceira classe. O mesmo padrão é percebido em Mauá, que
teve seu bar construído em 1936. Em Ribeirão, o proprietário do antigo bar era o imigrante italiano Jacynto Gasperini,
natural de Trento.

Em 2010, o Diário registrou protesto de moradores do município, que fizeram abraço simbólico ao quiosque a fim de
impedir a sua demolição. Hoje, o bar está abandonado e com várias pichações.

Por Camila Galvez

Fonte original da notícia: Diário do Grande ABC

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Sorocaba (SP) – Condephaat tomba prédios do


Complexo Ferroviário

Aprovação do tombamento do complexo foi publicada na segunda (20) – Erick


Pinheiro/Arquivo JCS

As características originais da estação ferroviária e o seu entorno a partir de agora precisam ser preservadas. Na última
segunda-feira (20) o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado
(Condephaat), aprovou o tombamento do Complexo Ferroviário de Sorocaba, situado no centro da cidade. De acordo com o
Condephaat, trata-se do maior e dos mais completos conjuntos remanescentes de uma das principais ferrovias paulistas, a
antiga Estrada de Ferro Sorocabana (EFS). O pedido inicial do tombamento foi protocolado no Condephaat no ano 2000,
pelo Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba.

Deve ser preservado o perímetro onde estão o prédio da estação ferroviária da antiga Estrada de Ferro Sorocaba, o armazém
de bagagens, o armazém de abastecimento, o edifício do almoxarifado, o edifício do curso de ferroviário, a vila ferroviária
da EFS, o conjunto das oficinas da EFS, o prédio da superintendência regional, o prédio da guarita, a escola Matheus
Maylasky, o antigo Instituto de Educação e o Estádio do Estrada de Ferro Sorocabana Futebol Clube Rui Costa Rodrigues.
Um dos imóveis agora tombados abriga o Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (Macs), que se encontra em processo
de ampliação desde o ano 2014, cujas obras de extensão já estão aprovadas pelo Condephaat.

O órgão divulga que para o tombamento foram considerados que o complexo é representativo da expansão ferroviária pelo
Estado vinculada ao cultivo do algodão, à produção pioneira da Imperial Fábrica de Ferro de São João de Ipanema, e
posteriormente ao café; que a ferrovia em Sorocaba contribuiu de forma decisiva para a industrialização do seu território e
da região circunvizinha, potencializando sobretudo o setor têxtil, cujos remanescentes ainda são visíveis em seu entorno.

O Condephaat ainda o avalia como um dos melhores exemplares em São Paulo e no Brasil, pois sintetiza, em espaço
contínuo, programas múltiplos e diversificados afetos a um empreendimento férreo, como oficinas, estação, residências,
armazéns, centro administrativo, pátio de estacionamento e manobras, dentre outros edifícios; e ainda que o conjunto das

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oficinas da EFS em Sorocaba, consideradas em seu tempo as maiores edificações do tipo na América do Sul, expressam
fisicamente programas específicos de espaços racionais para o labor manual e de formação de mão-de-obra especializada,
que contribuíram para a constituição do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

O que muda

Quando um imóvel é tombado, informa o Condephaat, os projetos de intervenções no local devem ser analisados
previamente por esse mesmo órgão, de modo que sejam tomadas precauções para evitar que o bem seja descaracterizado ou
sofra intervenções que possam trazer problemas de estrutura ou incompatibilidade de materiais. “O tombamento recai sobre
o bem na situação em que se encontra atualmente, não havendo a obrigatoriedade de desfazer. Em futuras intervenções,
eventuais descaracterizações poderão vir a ser corrigidas, mas sem prazos ou obrigações”, explica o órgão.

De acordo com a Prefeitura, seguindo a praxe de imóveis tombados, os projetos de restauro, modificações, adequações, ou
qualquer intervenção arquitetônica, deverão ser aprovados pelos conselhos municipal e estadual, pelo Conselho Municipal
de Defesa do Patrimônio Histórico (CMDP) e pelo Condephaat. Explica que o ato de tombar não muda, necessariamente, o
agir e o funcionamento de um espaço. “O tombamento é apenas a efetivação de um reconhecimento ao espaço e de um
interesse em sua preservação”, informa.

Por Leandro Nogueira

Fonte original da notícia: Jornal Cruzeiro do Sul

Justiça impede Prefeitura de demolir casas históricas


em Regente Feijó (SP)
Pesquisadoras pedem que a área, no Centro da cidade, seja tombada. Executivo defende a desocupação do local como
medida de segurança.

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Imóveis são pioneiros em Regente Feijó. (Foto: Cristina Baron/Cedida)

O juiz Marcel Pangoni Guerra determinou nesta quarta-feira (22) que a Prefeitura de Regente Feijó se abstenha de demolir,
desmanchar, efetuar obras, reformas ou qualquer intervenção nas construções e edificações existentes nas quatro unidades
habitacionais próximas à Estação Ferroviária da cidade, situadas no cruzamento entre a Avenida Regente Feijó, as ruas
Barão do Rio Branco e Brigadeiro Tobias, a Praça dos Pioneiros e os Galpões de Regente Feijó, sem autorização do
Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), sob pena de multa diária no
valor de R$ 500, até o limite, por ora, de R$ 50 mil.

Com a decisão, o magistrado, que responde pela Vara Única da Comarca de Regente Feijó, concedeu a tutela antecipada de
urgência que havia sido requerida pelo Ministério Público Estadual (MPE), através de ação civil pública ajuizada também
nesta quarta-feira (22), no Fórum da cidade.

“No presente caso, observo que o pedido preenche os requisitos autorizadores da concessão da tutela antecipada pretendida.
A fim de se liminar o âmbito de cognição nesta fase inicial, para apreciação do pedido liminar, verifica-se que, embora ainda
não tenha sido objeto de tombamento, o laudo técnico realizado por profissionais assegura que a área onde se localiza as
quatro unidades habitacionais próximas à Estação Ferroviária, situadas no cruzamento da Avenida Regente Feijó, Ruas
Barão do Rio Branco e Brigadeiro Tobias, seriam patrimônio histórico cultural, formando um conjunto urbano de interesse
histórico estadual, tanto que terá início um processo de tombamento”, salientou o juiz.

Além disso, o magistrado considerou que os documentos juntados ao processo são suficientes para lhe convencer da extrema
probabilidade do direito invocado, que pode ser extraída da pormenorizada narrativa fática exposta pelo MPE.

“Com efeito, se constatada a efetiva condição de patrimônio histórico e cultural, a obrigação de manutenção passa a ser
obrigação decorrente de lei, contra a qual incabível qualquer alegação de esquiva, razão pela qual não há falar-se em escusa
legítima. Verifico presente, também, o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, não sendo razoável a
manutenção de situação, até o aguardo do desfecho final do processo, com patente lesão à comunidade administrada, pois, se
levadas a efeito as alterações no local, ficará impossibilitado o retorno ao status quo ante. Destarte, o pedido antecipatório
comporta deferimento”, determinou o juiz.

Representação
A Promotoria de Justiça de Regente Feijó requereu que a Prefeitura interrompa as demolições das residências remanescente
do início da história da cidade. Duas das quatro casas que são da época da Estação Ferroviária foram derrubadas e
pesquisadoras da região tentam preservar o perímetro.

Uma representação subscrita por duas professoras da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Presidente Prudente foi
entregue à Promotoria de Justiça informando que, em Regente Feijó, há quatro unidades habitacionais próximas à Estação
Ferroviária que seriam patrimônio histórico-cultural, formando um conjunto urbano de interesse histórico estadual e que
também abrangeria a Praça dos Pioneiros e os Galpões da cidade, ao entorno do local.

Sobre a relevância cultural dos imóveis, foi informado que o município já teria demolido duas das casas, sendo elas
geminadas, com a possibilidade de o mesmo ato ocorrer com o restante das casas remanescentes. Ainda foi afirmada a
elaboração de um laudo técnico no local para subsidiar o início do processo de tombamento da área.

Conforme explica a promotora de Justiça Vanessa Zorzan na ação civil pública, o laudo técnico realizado pelas profissionais
“assegura que a área apresenta valor histórico e cultural, tanto que será iniciado processo de tombamento, sendo necessário
que se adote medida de preservação do local, pois duas das moradias já foram demolidas pelo Município, que também
pretende fazê-lo com relação a todo o entorno, o que pode causar dano irreparável ao patrimônio histórico e cultural”.

Com os fatos, “mostra-se imprescindível a adoção de medidas urgentes”, no intuito de proibir qualquer intervenção humana
nas edificações e nos outros equipamentos existentes nas casas dos ferroviários, na Praça dos Pioneiros e nos Galpões de

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Regente Feijó, cujo processo de tombamento será iniciado no Condephaat, para preservar aquele patrimônio e buscar a
reparação integral pelos danos já causados.

Ainda que o processo de tombamento da área ferroviária não esteja concluído, “é certo que há verossimilhança suficiente
para se assegurar sua proteção cautelar, de modo a garantir o proveito final da medida, já que, se houver demolição, pouco
ou nada poderá ser feito para resgatar a história do local, a não ser indenização”, segundo aponta a Promotoria de Justiça.

Liminar
Sobre o caso, “não resta dúvida de que os requisitos essenciais para a concessão da medida liminar estão presentes”,
conforme o MPE.

A Promotoria aponta que a narrativa dos fatos descritos pelas professoras, além de fundamentos jurídicos do pedido,
demonstram uma forma inequívoca do valor histórico da área descrita.

Também é percebido, segundo constata a promotora de Justiça, o perigo de dano irreparável diante da conduta da Prefeitura
de Regente Feijó, que já realizou a demolição de duas residências do local e se encontra na iminência de repetir a ação
quanto ao restante dos imóveis.

Assim, a Promotoria requereu a concessão de medida liminar que obrigue a Prefeitura de Regente Feijó a abster-se de
demolir, desmanchar, efetuar obras, reformas ou qualquer intervenção nas construções e edificações existentes nas unidades
habitacionais próximas à Estação Ferroviária, situadas no cruzamento entre a Avenida Regente Feijó e as ruas Barão do Rio
Branco e Brigadeiro Tobias, além da Praça dos Pioneiros e dos Galpões de Regente Feijó, sem autorização do Condephaat,
até o trânsito em julgado da ação.

“Para garantia de cumprimento da decisão liminar deste Juízo, requer-se, nos termos do artigo 12, da Lei Federal nº
7.347/85, a fixação de multa diária não inferior a R$ 500,00 por descumprimento”, aponta a Promotoria.

Outros requerimentos
Além do pedido de que a Prefeitura de Regente Feijó e moradores dos locais sejam notificados, a Promotoria de Justiça
solicitou que seja deferida a produção de todas as provas em direito admitidas, notadamente a pericial, a testemunhal, o
depoimento pessoal e a juntada de documentos novos.

Ao final, caso seja a Prefeitura condenada, é requerida a obrigação de não fazer, consistentes em não demolir, não efetuar
obras nem qualquer outra intervenção nas construções e edificações existentes nos imóveis sem prévia anuência do
Condephaat e autorização judicial, ou que seja praticada qualquer conduta que possa causar dano ou risco de dano, seja ele
material, estético ou paisagístico aos bens objeto daquele perímetro.

Também está entre os pedidos a obrigação de fazer, que consiste em realizar a reparação integral dos danos causados nas
construções e edificações existentes no local, a fim de retornar, no que for possível, ao estado que estava.

Outro requerimento é a indenização em dinheiro sobre os danos de ordem moral e material que foram causados em
decorrência da demolição dos prédios, edificações e imóveis situados na área, a serem apurados oportunamente. Para a
causa, foi estipulado o valor de R$ 100 mil.

O caso
A arquiteta e urbanista Cristina Maria Perissinotto Baron e a geógrafa e arqueóloga Neide Barrocá Faccio, que são
professoras do campus da Unesp, em Presidente Prudente, pedem que os imóveis sejam tombados no intuito de preservar a
história e a cultura locais. Elas apresentaram à Promotoria uma representação para que o procedimento seja possível.

O conjunto de quatro casas foi de funcionários ferroviários de Regente Feijó. O local foi construído em 1919, época em que
foi inaugurada a Estação Ferroviária de Memória, antigo nome da cidade, e abrigava os operários da ferrovia, conforme o
relatório técnico “O Conjunto de Residências da Fepasa – Ferrovia Paulista S/A”, das pesquisadoras.

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Às pesquisadoras e envolvidos no caso, foi informado que o perímetro receberia melhorias. O prefeito de Regente Feijó,
Marco Rocha (PSDB), em entrevista ao G1 nesta terça-feira (21), defendeu a demolição e afirmou que a medida promoverá
a segurança da população, bem como uma melhoria na visibilidade da área central da cidade.

O chefe do Executivo alegou que não será uma “destruição” da história, pois os principais pontos ligados à antiga Estação
Ferroviária foram restaurados e preservados. Segundo ele, as casas defendidas pelas pesquisadoras abrigam pessoas de
“comportamento suspeito”, que causam desconforto aos munícipes.

Por Stephanie Fonseca e Gelson Netto

Fonte original da notícia: G1 Presidente Prudente

Pesquisadoras tentam preservar imóveis históricos em


Regente Feijó (SP)
Residências são remanescentes do início da história da cidade. Docentes pedem tombamento das casas que não foram
demolidas.

Imóveis são pioneiros em Regente Feijó. (Foto: Reprodução/Relatório Técnico)

Duas professoras que atuam na área de patrimônio histórico-cultural buscam a preservação de duas residências
remanescentes do início da história de Regente Feijó. Os imóveis fazem parte de um sítio arquitetônico e a Prefeitura quer
demoli-las para, segundo informado aos moradores e às docentes, realizar melhorias. Porém, não aponta quais são elas. Uma
representação já foi entregue à Promotoria de Justiça da cidade, além de um laudo técnico, na segunda-feira (20).

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Patrimônios são pioneiros e lembram


início da
cidade, além da antiga estação ferroviária.
(Foto: Cristina Baron/Cedida)

A arquiteta e urbanista Cristina Maria Perissinotto Baron e a geógrafa e arqueóloga Neide Barrocá Faccio, que são
professoras do campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Presidente Prudente, pedem que os imóveis sejam
tombados no intuito de preservar a história e a cultura locais. “O município foi fundado a partir da estação ferroviária ou
antigo terminal, que foi demolido em 2014 e deu lugar a um estacionamento. Dessa época, permaneceram remanescentes as
casas, a Praça dos Pioneiros e dois galpões”, explicou Cristina ao G1.

Eram quatro casas, segundo a arquiteta e urbanista, porém, duas delas, que eram geminadas, já foram demolidas. As demais
ainda contam com moradores. “Quando foi dito que era para melhorias, pensamos que era para melhorar a residência ou
realizar algo voltado ao turismo, mas não”, comentou a docente. “Em um primeiro momento, queremos preservar o
patrimônio”, afirmou.

Moradora de Regente Feijó e mestranda na área de patrimônio e geografia, Larissa Figueiredo Daves contou ao G1 que a
localidade marca a emancipação do município. “Uma pessoa importante na época era o Augusto César Pires. Ele chegou em
um trem e desceu na estação de Regente Feijó. Ele anunciou que uma cidade seria construída e se chamaria ‘Memória’.
Tudo começou ali”, relatou.

A partir da construção da estação ferroviária, os pioneiros foram chegando à cidade, o que foi importante para o local e suas
produções, como o café e o algodão, conforme explicou Larissa. “Os tijolos da casa demolida até têm as iniciais da Estrada
de Ferro Sorocabana”, relatou.

Relatório técnico e história

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Imóveis são pioneiros em Regente Feijó. (Foto: Cristina Baron/Cedida)

O conjunto de quatro casas foi de funcionários ferroviários de Regente Feijó. O local foi construído em 1919, época em que
foi inaugurada a Estação Ferroviária de Memória, antigo nome da cidade, e abrigava os operários da ferrovia, conforme o
relatório técnico “O Conjunto de Residências da Fepasa – Ferrovia Paulista S/A”, das pesquisadoras Cristina Maria
Perissinotto Baron e Neide Barrocá Faccio, que foi disponibilizado ao G1.

Casas geminadas foram demolidas. (Foto:


Cristina Baron/Cedida)

“A arquitetura das habitações apresentava um tratamento decorativo muito simples em tijolos aparentes que se repetiam no
conjunto ferroviário do entroncamento da Estrada de Ferro Sorocabana das estações do Oeste Paulista, possuía
características ecléticas, sem ornamentos e uma tipologia bastante convencional”, descreve.

“Sua importância se dá principalmente pelo fator histórico que representa, pelo fato de o conjunto estar atrelado e ter sido
construído na época em que foi feita a estação ferroviária, acontecimento de extrema importância para o desenvolvimento da
região. Dessa forma, o conjunto é um registro de uma época fundamental para a cidade ter se tornado o que é hoje”, enfatiza.

As pesquisadoras ainda discorrem que “o tombamento se faz necessário tanto para que seja conservada viva a história
edificada nesse conjunto, quanto para fazer com que ele seja mais percebido e valorizado pela população local, que, de
acordo com os questionários que foram aplicados nos cidadãos regentenses, se mostrou indiferente quanto a sua
importância, não tendo conhecimento da significância dessas e de outras edificações na cidade”.

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Citando o autor Valdery Santos (2014), Cristina e Neide também explicam no relatório técnico que a ferrovia “foi um dos
motivos para a civilização do território onde hoje está o município de Regente Feijó e por tal razão é válido conhecer como
sua história se deu”.

Em 19 de janeiro de 1919, foram inauguradas as estações de trem de Memória, atual Regente Feijó, e Presidente Prudente.
“Na realidade não eram estações concluídas e sim uma improvisação. No terminal havia setores de abastecimento de água e
de lenha para a locomotiva a vapor que puxava o comboio ferroviário e um vagão na beira dos trilhos, além de um
instrumento de telegrafia”, citam as docentes, com base em Santos.

Algumas características antigas ainda são


mantidas nos imóveis. (Foto:
Reprodução/Relatório Técnico)

Em 1922, três anos após a inauguração da estação de Memória, já havia nas proximidades um pouso de peões e gado
transportado pela chamada “Estrada Boiadeira”, onde o capitão Francisco Witacker separou 10 alqueires de terras que
pertenciam à Companhia de Viação São Paulo-Mato Grosso, para formar um povoado. “Assim, foram atraídos os
construtores do primeiro armazém, da primeira farmácia, da primeira pensão e a região da Estação da Memória foi
adquirindo caráter de lugarejo urbano, cercado pela exuberante floresta primitiva, de bichos e índios”, consta no relatório,
também com referência a Santos.

No ano seguinte, já se via um povoado efervescente. Alguns operários que construíam o povoado, além de estrangeiros,
estavam dispostos a ficar em Memória. “Apesar de todas as controvérsias o povoado progredia e já em 19 de dezembro de
1925, o Governo do Estado assina o Decreto número 2.077, que instituiu o Distrito de Paz de Memória”, narra Santos.

Cada vez mais imigrantes chegavam em Memória e provocavam um crescimento “significativo”. O nome passou a ser
Regente Feijó e, no final de 1933, foi inaugurado pela Prefeitura de Presidente Prudente o jardim público, de acordo com
Santos e citado pelas docentes.

Arrecadação de impostos

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Os tijolos das casas demolidas têm o


símbolo da
Estrada de Ferro Sorocabana. (Foto:
Cristina Baron/Cedida)

Uma campanha para promover o distrito à condição de município já havia se iniciado, mas não tinha a aprovação do Poder
Público de Presidente Prudente, “que perderia significante quantidade de arrecadação de impostos com este feito”. “A
população local não se intimidou com a oposição e fortaleceu o trabalho, alcançando seu objetivo com a assinatura do
Decreto número 7.262 pelo governador Armando de Salles Oliveira em 28 de junho de 1935”, conta o relatório técnico,
novamente com referência a Santos.

“Augusto César Pires, quem tomou frente do movimento pela emancipação de Regente Feijó, foi nomeado o primeiro
prefeito do município. No dia 2 de julho de 1935, a cidade promoveu uma solenidade para homenageá-lo, que só terminou
na madrugada do dia posterior, com um baile para convidados”, lembra.

O ano de 1935 foi o da emancipação política e administrativa de Regente Feijó. Na época, publicações mostravam que a
população era de 21,8 mil habitantes e, destes, 600 eleitores. O município contava com dois médicos, duas farmácias, 12
máquinas de beneficiar café, quatro de beneficiar arroz, três serrarias, alguns moinhos de produzir fubá e trigo, além de
indústrias menores, de acordo com o relatório técnico de Cristina e Neide. “Com um total de mais de 60 estabelecimentos
comercias, Regente Feijó tinha o café como base da economia local. No ano de 1934, foram exportadas 230 mil sacas de 60
quilos de café”, segundo Santos.

Residências

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Imóveis são pioneiros em Regente Feijó. (Foto: Cristina Baron/Cedida)

Os imóveis possuem uma arquitetura convencional que reproduz o mesmo tratamento decorativo das estações do
entroncamento oeste da Estrada Ferroviária Sorocabana. A vila estudada pelas docentes é constituída por quatro casas no
total, e duas delas são geminadas.

Foi constatado por Cristina e Neide que todas as casas sofreram mudanças na arquitetura original. “Janelas foram
modificadas e paredes, originalmente de tijolo à vista, foram pintadas ou rebocadas, com exceção da última casa”, de acordo
com o relatório técnico.

As fachadas apresentam-se bem conservadas, conforme o documento, e ainda carregam o aspecto original das casas. “A
maior mudança que houve foi a pintura por cima dos tijolos que eram aparentes”.

Uma das residências está “bastante conservada” se comparada com as outras, conforme constataram as pesquisadoras. Ela
ainda tem esquadrias originais e uma das únicas rachaduras presentes na casa está localizada na parte que une o módulo
original à expansão efetuada por conta própria, “provavelmente por causa de alguma patologia ocasionada pelo meio
posterior de construção”.

Auxílio da Promotoria

Em documento, Cristina Maria Perissinotto Baron e Neide Barrocá Faccio informaram a Promotoria de Justiça sobre as
demolições das unidades habitacionais situadas próximas à Estação Ferroviária de Regente Feijó, patrimônio histórico-
cultural reconhecido no Estado de São Paulo pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e
Turístico (Condephaat) e pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Casas geminadas foram demolidas. (Foto:


Cristina Baron/Cedida)

Elas solicitam a imediata interrupção da demolição, bem como a devolução dos materiais já retirados da área, considerando
que são patrimônio histórico-cultural e formam um conjunto urbano de interesse histórico estadual.

Ainda conforme a representação, não está comprovada a posse da área pelo município e o motivo da ação não é descrita.

Na lei nº 2.953, de 17 de dezembro de 2015, conforme explicam as docentes na representação ao Ministério Público
Estadual (MPE), que dispõe sobre a doação de materiais, “o município autorizou a doação dos materiais de construção,
recuperados da demolição das unidades residenciais localizadas na Rua Vicente Perini aos munícipes que estão sendo
demandados em ações reintegratórias promovidas pela administração pública municipal, que tem por objetivo a retomada da
posse sobre aludidas unidades”.

Contrapondo, as docentes apontam a “intencionalidade de destruição do patrimônio histórico, objeto de estudo do


Condephaat, o qual almeja preservar as áreas de patrimônio ferroviário do Estado de São Paulo, pois no entorno das
ferrovias foram criadas as cidades”.

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“Portanto, nós docentes e pesquisadoras do curso de Arquitetura e Urbanismo – FCT/Unesp, grupo de pesquisa patrimônio
histórico artístico e cultural do Estado de São Paulo, reforçamos e afirmamos que os imóveis têm valor histórico-cultural,
com interesse a sua preservação e conservação”, enfatizam.

Outro lado
O G1 tentou contato nesta segunda-feira (20) com o prefeito de Regente Feijó, Marco Rocha (PSDB), e a assessora
municipal de Planejamento, Solange Malacrida, mas as ligações feitas para ambos não foram atendidas.

Imóveis são pioneiros em Regente Feijó. (Foto: Reprodução/Relatório Técnico)

Por Stephanie Fonseca

Fonte original da notícia: G1 Presidente Prudente

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