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CADERNO DE RESUMOS
ISSN 2178-1281
Comissão Responsável
Referências
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................... 5
SESSÕES COORDENADAS ................................................................................................................. 9
INTERCÂMBIOS ENTRE HISTÓRIA E LINGUAGENS ARTÍSTICAS ............................................................. 10
GÊNERO, CORPO E SEXUALIDADE ......................................................................................................... 41
A APRENDIZAGEM HISTÓRICA NA RELAÇÃO DIALÓGICA ENTRE O SABER FAZER E O PERTENCER ...... 72
ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA ....................................................... 94
HISTÓRIA E CULTURA ESCRITA ............................................................................................................ 106
POLÍTICA, TRABALHO E MOVIMENTOS SOCIAIS ................................................................................. 119
SIMPÓSIOS TEMÁTICOS ................................................................................................................ 146
A MORTE E O MORRER NO BRASIL E NA IBERO- AMÉRICA................................................................. 147
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, UMA VIOLÊNCIA DE GÊNERO: UMA ANÁLISE DE CLASSE, GÊNERO E
RAÇA .................................................................................................................................................... 161
AS POSSIBILIDADES DA TEORIA DA HISTÓRIA E DA HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA PERANTE OS
DESAFIOS DO SÉCULO XXI ................................................................................................................... 185
CARTOGRAFIAS DA HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA E TEORIA DA HISTÓRIA ..................................... 199
CIDADE E HISTÓRA: DISCURSOS E REPRESENTAÇÕES DE MODERNIZAÇÃO E PROGRESSO NOS
PROJETOS DE REORGANIZAÇÃO URBANA NO BRASIL ........................................................................ 211
CULTURA E MEMÓRIA, INTELECTUALIDADES E GRUPOS POPULARES NO BRASIL REPUBLICANO ..... 222
DIFERENÇAS & LINGUAGENS .............................................................................................................. 233
HISTÓRIA, DIREITOS HUMANOS EM INTERFACE COM A LINGUAGEM ............................................... 245
ENTRE A HISTÓRIA ENSINADA E A HISTÓRIA APREENDIDA: OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI ............... 256
EXISTÊNCIAS E CORPORIFICAÇÕES PERFORMATIVAS: INTERFACES ENTRE HISTÓRIA, EDUCAÇÃO E
ARTES DIANTE DOS PROBLEMAS DE GÊNERO .................................................................................... 271
HISTÓRIA DAS MULHERES, INTERCULTURALIDADE E MEMÓRIA: INTERFACES ENTRE HISTÓRIA E
EDUCAÇÃO .......................................................................................................................................... 290
HISTÓRIA E CIDADE NA PRIMEIRA REPÚBLICA.................................................................................... 308
HISTÓRIA E CINEMA: REFLEXÕES SOBRE A REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DO PASSADO ..... 314
HISTÓRIA E INTELECTUAIS NA AMÉRICA LATINA ................................................................................ 327
HISTÓRIA E LINGUAGENS .................................................................................................................... 341
HISTÓRIA E MEMÓRIA: NOVAS PESRPECTIVAS................................................................................... 357
HISTÓRIA E MÍDIA: OBJETOS, QUESTÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS E FONTES ............................. 381
HISTÓRIA, SOCIEDADE E O CONTROLE DAS CONDUTAS: O QUE SE PASSA AGORA CONOSCO?.........399
IMPRENSA, IMPRESSOS E HISTÓRIA DAS MULHERES: DIÁLOGOS TRANSDISCIPLINARES .................. 406
LINGUAGENS ARTÍSTICAS EM SALA DE AULA: PLURALIDADE, INTERDISCIPLINARIDADE E USOS
DIDÁTICOS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM HISTÓRIA ........................................... 424
MEMÓRIA, NARRATIVA E INVENÇÃO: ARTES, CULTURAS URBANAS E ESCRITA DA HISTÓRIA............459
SESSÃO COORDENADA 1
INTERCÂMBIOS ENTRE HISTÓRIA E
LINGUAGENS ARTÍSTICAS
Coordenadores:
Lays da Cruz Capelozi (Doutoranda- INHIS/UFU)
Grace Campos Costa (Doutoranda- INHIS/UFU)
Robson Pereira da Silva (UFG/Jataí; Doutorando - INHIS/UFU)
pelo público em geral. Por isso, a escolha por duas novelas e um seriado
que foram exibidas na televisão aberta se justifica pelo seu grande público.
Devido ao jogo de poder existente entre grandes produtoras, produções
comerciais costumam apresentar visões mais conservadoras. Pina (2016)
afirma que, no geral, “produtos feitos para atingir um grande número de
espectadores refletem as posições mais tradicionalmente estabelecidas.”
(p. 6). O cinema independente, por ligar-se a produtoras cinematográficas
alternativas, costumam oferecer visões mais transgressoras.
(1987) é a atividade sexual que difere os homens dos animais, faz parte
das manifestações corporais dos adolescentes eleitos ministros de Deus, o
que nos leva diretamente ao evento que ocasionou a expulsão dos doze
jovens e os mitérios por trás do ocorrido. Cabe ressaltar também a
insistência da instituição em segregar as crianças dos adolescentes,
regulando horários e espaços, o que nos remete de volta ao conhecimento
sobre o erotismo, que para o autor francês, exige experiência pessoal da
proibições e desobediências.
Está comunicação tem como finalidade mostrar que no texto teatral Arena
conta Tiradentes, 1967, escrito por Augusto Boal e Gianfracesco
Guarnieri está presente elemento do sistema Teatro do Oprimido (TO),
sistematizado na escrita de Augusto Boal na obra Teatro do Oprimido e
Outras Poéticas Políticas, 1975. Destacamos no Sistema Coringa de Boal,
na personagem da peça Arena conta Tiradentes, conteúdo anacrônico,
pois a figura mitológica de Tiradentes está na peça de 1967. Este símbolo
nacional, que é a imagem de Tiradentes, foi reformulado e na peça e ele
aparece como um símbolo revolucionário contemporâneo a 1967.
Tiradentes passa do herói da república para o herói revolucionário. Assim
a personagem trazia falas dentro do contexto do tempo da montagem da
peça, ou seja, uma peça de época do século XVIII adaptada para o século
XX, para o Brasil dos anos 1960, especificamente pós Golpe de Estado
de 1964. A personagem Coringa possuía várias funções dentro da
encenação: juiz, apresentador, entrevistador, desta maneira fazendo com
que a obra se mostre em forma de tribunal. O Sistema Coringa, na peça
de Boal, tinha como objetivo “apresentar claramente durante a
“performance” simultaneamente a peça e a sua análise, pois o fim a
alcançar era tanto político quanto estético.” (RODRIGUES: 1984, p. 223).
O papel fundamental que a personagem Coringa possuía nas peças é o de
“estimular respostas prontas no espectador” (RODRIGUES: 1984, p.
22
no exterior. Cabe salientar que a presente análise será feita por meio dos
pressupostos teórico-metodológicos da História Cultural, sobretudo a
partir da relação História e Música na qual consideramos, segundo Marcos
Napolitano (2002), como dialógica.
Esse trabalho tem como objetivo mostrar um pouco sobre a criação dos
cemitérios em Goiás. Mais especificamente o cemitério São Miguel, e
mostrar também o significado das imagens presentes nos túmulos que nele
se encontram. Há uma separação das quadras do mesmo, pois na época
em que ele foi criado, havia uma separação de classes sociais muito grande,
e isso era algo muito presente na sociedade naquela época. Havia um lugar
para as crianças pobres, os adultos pobres, os escravos, para os ricos etc.
Nele havia também locais para outras funções que são designadas a um
cemitério, e também uma capela que é utilizada até hoje para velórios ou
até mesmo funciona como um local de despedida antes do enterro do
falecido e fazer missas. Segundo Maria Elizia Borges (2005), conforme
citado por (Cerqueira, 1997): "A solenidade de inauguração do Cemitério
São Miguel foi realizada no dia 13 de agosto de 1858, com a presença de
autoridades e grande número de pessoas. Sua administração foi entregue
aos cuidados de um hospital de caridade, vinculado à igreja, conforme o
Relatório Governos da Província de Goyaz de 1856-1859." O período de
estudo inclui os séculos XIX e XX. O objetivo é compreender as imagens
que foram colocadas nos túmulos naquela época e compará-las com as de
hoje, as diferenças, os possíveis porquês da colocação dessas imagens. Se
elas tem ou não um significado por estarem ali, ou se foram colocadas por
acaso. A metodologia fundamentar-se-á numa sistematização dos temas,
debates, idéias e suas relações com o existente da época. Lembrando
também que havia um cemitério separado para os ladrões, os bandidos, os
que eram condenados à forca e para os ateus. "Estamos, portanto, em
pleno tempo humano, interno, de lembrança e espera, esquecimento e
frustração, finito, irreversível, devir e desejo de ser, de permanência e
eternidade. Há tempos plurais, como são plurais as sociedades; tempos
heterogêneos e não lineares, pois as relações de uma sociedade com o seu
passado e seu futuro variam. A precisão do conceito inclui a precisão do
número, mas não se submete a este. O conhecimento histórico produzido
a partir desse conceito de tempo é uma interpretação qualitativa,
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sistema político que abra mão do aparato cênico, que se conforma tal qual
um teatro; uma grande representação”, segundo os autores, o poder
político dentro do absolutismo interage de maneira dialógica com a
cultura. A sociedade de corte exige do indivíduo um constante
autocontrole e perspicácia na observação do espaço a sua volta, pois
perder os bons modos ou saber dirigir a palavra poderiam significar uma
mudança na posição social do cortesão. Essa constante vigilância de si e
dos outros dialoga com a abundância de referências e representações nas
obras de arte.O requinte, a complexidade dos rituais e o controle das
pulsões marcaram a vida e a politica nas cortes absolutistas, em um
processo singular de continuidades e rupturas, produzindo um sistema de
dominação próprio.
SESSÃO COORDENADA 2
GÊNERO, CORPO E SEXUALIDADE
Coordenadores:
Benedito Inácio Ribeiro Junior (Doutorando em História –
UNESP/Assis)
Antonio de Lion (Doutorando em História – UNESP/Assis)
O corpo tem ganhado cada vez mais espaço nas discussões teóricas na
contemporaneidade, sobretudo pelos assuntos relacionados à identidade
de gênero e a sexualidade, entretanto devido ao processo colonizador, a
que fomos, violentamente, submetidos por parte de uma potência cristã
europeia do século XVI, a separação entre corpo e alma, entre o visível e
o invisível é recorrente em nossa sociedade, uma vez que neste sistema de
hierarquização colonialista, tudo que se refere ao corpo palpável e visível
com suas nuances, prazeres e seus desdobramentos é pensado como
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inferior ao que não tocamos e não vemos e, esse sistema é sustentado por
um código moral que sacraliza o invisível, a partir de uma hierarquia de
valores transcendentais ao homem. Parece-nos adequado a compreensão
que as tensões decorrentes das relações de poder sempre se dão no âmbito
do corpo e sob o corpo, uma vez que as estruturas mereçam ser alvo de
reflexão, faz-se necessário também transformarmos o lugar de sentidos e
de fronteiras, no caso o corpo, em uma metáfora que seja capaz de romper
com a visão sacramental e de desprezo a que ele ainda é associado. Neste
sentido objetivasse aqui, investigar as relações de gênero e sexualidade no
contexto da prostituição como profissão, bem como as percepções que os
indivíduos envolvidos neste contexto têm sobre suas condições de
trabalho e suas perspectivas quanto ao projeto de Lei intitulado Gabriela
Leite, que visa à regularização da prostituição como profissão no Brasil.
Propomos ainda, refletir sobre a invisibilidade a que os corpos de garotas
e garotos de programa são submetidos, uma vez que a sociedade que lhes
nega acesso a determinados espaços é a mesma que consome os serviços
prestados por estes.
SESSÃO COORDENADA 3
A APRENDIZAGEM HISTÓRICA NA RELAÇÃO
DIALÓGICA ENTRE O SABER FAZER E O
PERTENCER
Coordenadores:
Rafael Reinaldo Freitas (Professor UNEMAT;
GPEDUH/UFMT/CNPq)
Rogério Luis Gabilan Sanches (Doutorando -
GPEDUH/UFMT/CNPq)
Este texto tem por finalidade discorrer acerca da vida dos santos Mártires
de Marrocos, através do relato hagiográfico. Mas antes de mais nada
entendermos qual a importância dos relatos hagiográficos para a pesquisa
sobre relíquias e milagres que é trazido como proposta. O relato
hagiográfico busca enaltecer a vida e a morte dos santos e aproximar os
devotos da vida do mesmo. A hagiografia aqui analisada por exemplo
apresenta a vida exemplar desde o princípio da chamada dos protomártires
para a missão evangelística até o martírio, de modo a aproximar os leitores
da santidade vivenciada por eles. “Nesse sentido, a composição do texto
hagiográfico corresponde a uma narrativa devidamente planificada e
ordenada, com o objetivo de elevar a mente do crente para as
imaterialidades metafisicas ou divinas”. (GOMES,2004, P.30) Sendo
assim a hagiografia é uma biografia dos santos e não tem finalidade de ser
como um livro canônico onde se busca a sabedoria para as práticas diárias
mas sim um escrito onde os devotos possam se deliciar com uma de
simples forma de literatura e não alimentar-se da mesma, pois ela não tem
função pedagógica mas exemplar ou seja demonstrar a através da vida dos
santos manifestações divinas ainda permanecem. A hagiografia se faz
importante para a historiografia pois traz relatos importantes para a
reconstrução deste passado e nos apresenta a maneira como ela fora
construído. Em muitos casos são as hagiografias que servem como
principal fonte, e merece sua devida valorização apesar de suas fronteiras
tem um valor imensurável no campo da pesquisa medieval, pois assim
como escreve GOMES trata-se de: Um texto de fronteiras aparentemente
conhecidas, e talvez por isso desvalorizado pela historiografia mais oficial
79
ideias etc. Essa ação foi realizada em diferentes etapas: leitura da obra
‘‘Ella Bella, Bailarina em O lago dos Cisnes” (James Mayhew), em seguida,
a atividade de escrita realizada em grupos na biblioteca junto aos bolsistas
que auxiliaram na escrita e, por fim, como resultado realizamos a criação
e exposição de uma varal literário no pátio da escola com as produções
dos grupos em que contribuiu para aproximação dos alunos através das
criações e atiçaram a curiosidade dos mesmos. Percebemos que as ações
de letramento literário quando aliadas as estratégias de leitura
desenvolvidas pelo subprojeto Pibid do Curso de Pedagogia na escola
parceira permitem que as crianças interajam de forma mais significativa
com as obras literárias, contribuindo para a formação de leitores sensíveis,
críticos, curiosos e criativos. Palavras-Chave: Letramento Literário.
Literatura Infantil. Estratégias de Leitura. Programa Institucional de Bolsa
de Iniciação a Docência (Pibid).
por falta de mão de obra devido ao desinteresse dos mais jovens pelo
artesanato tradicional. Como fonte de pesquisa, usaremos como referência
metodológica a história Oral, pois ela é um importante caminho para dar
voz as pessoas consideradas “sem história”. Para que possamos ouvir as
experiências desses sujeitos, optamos pelo caminho da trajetória de vida e
utilizá-las nas aulas de história. Para os limites desse trabalho,
entrevistamos o senhor Miguel Chaves Almeida, o qual é um importante
artesão que reside no povoado de Altamira. Esse povoado locali-ase à 35
quilometros do município de Taguatinga, região sudeste do Estado do
Tocantins. Esse artesão utiliza “braço” do buriti – árvore típica do cerrado
–, na qual o estipe da palha quando seco se usa no “centro” do material
para fabricação de objetos que representam o meio rural como, por
exemplo, o carro de boi, pilão, engenho de pau etc. Lembrando que essa
pesquisa ainda está em desenvolvimetno, acreditamos que nossa
abordagem da trajetória de vida do artesão pertencente a comunidade rural
pode ser de grande valia para o registro das “histórias de si”, da cultura
material do homem do campo e para o ensino de Histórial local. Nesse
sentido, a apropriação desse conhecimento nas aulas de História visa
proporcionar aos alunos o desenvolviemtno dos sentidos históricos que
dialoga com as experiências empíricas e saberes e vivências de cada
indivíduo em seu respectivo âmbito e contexto.
O presente estudo trata de uma breve fala sobre a morte e seus diversos
enigmas que permeiam a sociedade no oriente e no ocidente. Observa-
se que em todas as épocas a sociedade em si, tenta camuflar a morte como
se esta ocorresse de modo extremamente natural, quando o que se sabe é
que embora seja algo tão natural é também um processo complexo. O
estudo parte portanto, da revisão de literatura, na qual buscou-se a partir
da vertente teórica tratada por Durkheim(2000) compreender a relação
entre a morte e suas várias concepções. Torne algo bem complexo, se
olharmos para a morte como algo natural podemos ver que a sociedade
passa dar outros culpados para a morte e não a naturalidade como e no
seu real cerne. O que mas permeia na sociedade e a frieza e a enigmática
que existe atrás da morte, o não conhecimento do homem no real sentido
sobre o assunto. Como podemos observar a morte anda lado a lado com
a existência humana, mas não devemos pensar a morte apenas no a seres
humanos mas devemos observar que tudo tem uma finalidade seja animais
seja a humanidade seja construções, tudo tem uma finalidade e é uma
morte. Mas aqui vamos tratar apenas da morte na sociedade e nos seres
humanos. De certa forma a morte e o homem anda lado a lado na estrada
da vida e em alguma momento esses caminhos se cruzam daí acontece o
fim para o homem. É interessante parar para observar a morte pois ela
está em todos os lugares em que podemos observar, mas mesmo assim os
homens tem um grande medo em relação a à ela, quando digo que ela está
em todos os lugares e como por exemplo. Ela está presente em todos os
lugares que podemos observar mesmo que por muitas vezes passa por
despercebida pela sociedade. A morte tornou tão comum na sociedade
pois está presente em tudo que fazemos e não observamos, se ligamos
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SESSÃO COORDENADA 4
ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-
BRASILEIRA E AFRICANA
Coordenadoras:
Clarissa Adjuto Ulhoa (Secretaria Municipal de Educação de Goiânia e
da Secretaria Estadual de Educação e Esporte de Goiás)
Eliesse dos Santos Teixeira Scarama (UFG)
SESSÃO COORDENADA 05
HISTÓRIA E CULTURA ESCRITA
Coordenadores:
Thales Biguinatti Carias (Doutorando PPGHIS/UFMT)
Luis Claudio dos Santos Bonfim Doutorando PPGHIS/UFMT)
lidando com o que estava mais próximo a ele: o ciclo do cacau na região
de Ilhéus. Este artigo trata de uma das obras da fase amadiana entendida
por Bosi como “afrescos da região do cacau”, Terras do Sem Fim (1943),
no intuito de tratar a constituição da representação e a progressão
narrativa das personagens femininas no romance, a prostituta de luxo
Margot, as três irmãs prostitutas Maria, Lúcia e Violeta e a criada
Raimunda. Romance escrito durante sua permanência em Montevidéu, em
1942, exilado, e que trata do início do século XX, num sul baiano
predominantemente rural, com coronéis disputando a posse das terras
numa sociedade extremamente patriarcal, em que os homens, tomados de
poder, buscam subjugar a mulher e a natureza. Jorge Amado assinala o
que pretende transmitir no seu fazer literário, “busquei o caminho nada
cômodo de compromisso com os pobres e oprimidos.” (1972),
evidenciando a necessidade de representar em suas obras as questões
sociais presente na região do cacau, principalmente o posicionamento das
mulheres perante a sociedade patriarcal. Segundo Duarte, Jorge Amado
constrói as suas personagens através de um etapismo espacial, histórico e
narrativo, possibilitando que o leitor acompanhe as questões vivenciadas
por cada personagem. Margot representa a prostituta de luxo que com sua
beleza, requinte e ambição, consegue regalias perante a sociedade
cacaueira. A evolução da personagem, durante a obra, nos permite analisar
quais os motivos a destacaram e fizeram com que Margot ficasse nesta
região, mas principalmente o contraste que esta personagem tem em
relação com as irmãs prostitutas, Lúcia, Maria e Violeta. As irmãs, por
conta da violência, se tornaram prostitutas, nos conduzindo a uma
construção poética, por parte de Jorge Amado, para desvendar as ruínas e
tragédias dessas irmãs desventuradas, que carrega em seus rostos o
desprazer da vida que levam. Raimunda, que por boatos era filha de
Marcelino Badaró com a cozinheira Risoleta, compõe o ultimo
personagem analisado por este trabalho, esta personagem nos mostra uma
situação social complexa, onde envolta por um paternalismo, realizado
pela família Badaró, tem seus direitos esquecidos, em troca de um sapato,
um vestido melhor, e um pouco de dinheiro, em época de festa na cidade.
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SESSÃO COORDENADA 6
POLÍTICA, TRABALHO E MOVIMENTOS SOCIAIS
Coordenadores:
Alencar Cardoso da Costa (Doutorando em História PPGHI/UFMT)
Rhaissa Marques Botelho Lobo (Mestre Em História/UFMT)
(1998), junto com estas famílias vieram também seus escravos, dentre eles,
Chico Moleque. Moleque é um marco da historicidade do município. Um
negro que comprou sua carta de alforria e de sua esposa após adquirir para
si um pedaço de terra, denominado Cedro, pedaço de terra este que se
tornou um quilombo em 2006. A constituição do Cedro é uma marca
importante no surgimento da cidade de Mineiros, pois foi formado a partir
de um movimento de resistência dos escravos. O Cedro é parte
constituinte da história, cultura e identidade da cidade. Entretanto, apesar
da relevância histórica desta localidade, a literatura nos apresenta que este
espaço e seus moradores foram alvo de atitudes de depreciação, atos de
desqualificação que revelam o preconceito racial. Em última instância, tais
atos buscaram apagar a marca africana que permeia a constituição da
história da cidade. A escuta das vivências dos moradores de Mineiros,
incluindo os cedrinos, é uma forma de reconstrução das memórias
subalternas da cidade, ou seja, é um movimento rumo às histórias não
contadas e que estão à margem da história oficial. O projeto acima
mencionado tem por objetivo realizar esta escuta.
6,7% (seis vírgula sete por cento) como negros; 0,4% (zero vírgula quatro
por cento) como amarelos; 0,4% (zero vírgula quatro por cento) como
morenos; e em 48% (quarenta e oito por cento) dos processos analisados
não constava nenhuma informação. Até o término dessa pesquisa, em
agosto de 2018, pretende-se analisar todos os processos que estão
tramitando no Juizado de violência doméstica e familiar dessa
circunscrição, para que possamos afirmar, com um maior número de
dados, o perfil da vítima e do agressor, a fim de que esses dados auxiliem
na elaboração de políticas públicas com um viés de gênero, na luta contra
o patriarcado.
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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS
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SIMPÓSIO TEMÁTICO 01
A MORTE E O MORRER NO BRASIL E NA IBERO-
AMÉRICA
Coordenadores:
Deuzair José da Silva (PUC-GO)
Maria Elízia Borges (PPH-UFG)
Este trabalho tem por objeto de estudo uma suástica inscrita na lápide de
um indivíduo austríaco, sepultado no Cemitério São Miguel da cidade de
Goiás, durante a década de 1930. A pesquisa busca refletir sobre o
contraste estabelecido entre este símbolo e a realidade sagrada do
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o estudo dos fatos revela que de modo algum ocorre assim, e que, pelo
contrário, os rituais de separação são pouco numerosos e mais simples do
que os rituais de margem, que têm tal duração e complexidade, obrigam
às vezes a reconhecer uma espécie de autonomia e que, em resumo, os
rituais de agregação do morto ao mundo dos mortos são entre todos os
rituais funerários, os mais elaborados e aqueles aos quais se atribui a maior
importância” (van GENNEP, 2009, p. 204. Grifos e tradução meus). Eles
dão sustentação e significado à vida. A realidade é “vivida” na reprodução
e na integração, àquilo que não porta um padrão exemplar é carente de
sentido e significação e é isto que garante a conservação e subsistência do
grupo. A importância dos ritos pode ser comprovada também na
preocupação demonstrada pelo testador, como também das instituições, -
Igreja e Estado -.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 02
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, UMA
VIOLÊNCIA DE GÊNERO: UMA ANÁLISE DE
CLASSE, GÊNERO E RAÇA
Coordenadores:
Andréa da Rocha Rodrigues Pereira Barbosa (Universidade Estadual De
Feira de Santana)
A pesquisa realizada tem por objetivo verificar por qual motivo a violência
contra a mulher ainda é uma realidade universal. A violência contra a
mulher não é algo atual, sendo identificado desde os primórdios da
sociedade. Para desvendar a problemática da violência doméstica, a qual
ainda se faz presente na atualidade, importante se faz uma análise da
evolução histórica dos papeis atribuídos culturalmente a homens e
mulheres pela sociedade. De acordo com a cultural patriarcal, o homem
exerce os principais papeis sociais, enquanto a mulher ficar reservada à
esfera privada, ocupando funções auxiliares às do homem. Em muitos
casos, ela é dependente financeiramente do homem, que também exerce
a função de provedor familiar. Em virtude disso, o homem, em seu íntimo,
sente-se superior à mulher e, por isso, no direito de determinar as
condutas que ela pode praticar. Quando a mulher pretende ocupar papel
diverso dos estabelecidos culturalmente a ela, surge o direito de correção,
o qual justifica a violência perpetrada em face das mulheres por seus
parceiros. Além de identificar as causas e motivações da violência
praticada em face das mulheres, a presente pesquisa tem por objetivo
verificar formas de coibir a violência de gênero que possam ser postas em
prática, não somente por iniciativa do Estado, mas pela sociedade em
geral. A violência contra a mulher, nos últimos anos, deixou de ser
entendida como um problema privado e familiar e passou a integrar a
esfera pública, merecendo especial atenção legislativa. Nesse sentir,
destaca-se a criação de diversos instrumentos normativos no âmbito
internacional, bem como a criação da Lei Maria da Penha no âmbito
interno. Apesar de parecer óbvio, somente em 1993, com a Declaração de
Viena, os direitos das mulheres passaram a ser reconhecidos como
verdadeiros direitos humanos. A pesquisa será exposta em três capítulos,
sendo que inicialmente será realizada uma análise histórica acerca do
tratamento conferido às mulheres desde a pré-história até os dias atuais,
demonstrando que a cultura patriarcal machista influencia o
reconhecimento da superioridade dos papéis masculinos em face dos
papéis femininos, de forma que, de um modo geral, a sociedade tolera o
163
Na fronteira entre Síria, Irã, Iraque e Turquia vive uma nação sem
território, trata-se dos curdos, povo que desde tempos remotos resiste a
conflitos internos e externos. O termo Curdistão foi aplicado pela
primeira vez para designar um povo que se dividia entre camponeses e
nômades, cuja organização era tribal baseada em laços religiosos e
familiares. Posteriormente, com o fim da Primeira Guerra mundial o
território no qual vivem os curdos foi dividido. Dos conflitos originados
do processo de divisão surgiu a resistência dos estudantes de Ankara, e
posteriormente o Partido dos Trabalhadores Curdos – PKK – liderado
por Abdullah Öcalan, grupo este que resiste até a atualidade, mesmo tendo
suas bases reformuladas após a prisão de seu líder nos anos 1990. Até
então o PKK era tratado como uma organização terrorista, assim como a
Peshmerga no Iraque. Foi em 2014 que o mundo ocidental, pela primeira
vez, voltou seus olhos para o povo curdo para vê-los como heróis devido
183
SIMPÓSIO TEMÁTICO 03
AS POSSIBILIDADES DA TEORIA DA HISTÓRIA E DA
HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA PERANTE OS
DESAFIOS DO SÉCULO XXI
Coordenadores:
Leandro Hecko (UFMS)
Luiz Carlos Bento (UFMS)
As primeiras interrogações que coloco para pensar uma teoria das práticas
cotidianas partem das operações dos usuários, confrontando as
afirmações que lhes impõem passividade e aprisionamento à disciplina.
Frente a perspectivas que enxergavam uma lógica hegemônica ordenadora
do social e de seus desdobramentos relacionais, se coloca uma análise dos
modos de operações, uma lógica operatória que Certeau chega a relacionar
com as astúcias multi milenares dos animais em perene transformação,
evolução, promovendo sempre mutações em seu comportamento para
viver. Operações que também compõem uma cultura, aos estudos das
representações e dos padrões de comportamento uni se nestas reflexões
as criações realizadas a partir do consumo dos indivíduos, são processos
que implicam em uma poética. Uma fabricação pouco visível nos sistemas
hegemônicos nos quais elas fluem, são maneiras de empregar que se
realizam de forma astuciosa, dispersa e imersa nas ordens dominantes. As
reflexões linguísticas são fundantes para este pensamento o ato de falar é
privilegiado, instaurado num sistema linguístico ele é produto das
apropriações ou reapropriações que produzem atualizações únicas a
momentos e lugares, bem como um contrato com os indivíduos
interlocutores em redes de relações socioespaciais. Nos modos de
proceder Certeau afirmar as semelhanças, com Foucalt, da atenção
direcionada aos dispositivos que infiltram se nas organizações e
redirecionam continuamente o poder, no entanto se afasta de suas
reflexões ao não se prender nas lógicas e modos de articulação e
cristalização da violência da ordem hegemônica em tecnologias
disciplinares. As formalidades das práticas são investigadas por Certeau
com um esforço de compreensão daquilo que ele entende como uma arte
ou maneira de fazer. As lógicas presentes nesta arte provindas da ‘cultura
popular’, dito de forma elástica, se constrói em artes de fazer, com uma
forma de pensar vinculada a forma de agir. Arte de combinar associada a
arte de utilizar. Reconhecer estas operações constituidoras de redes de
antidisciplina implica em conceber a marginalidade social de forma
187
SIMPÓSIO TEMÁTICO 04
CARTOGRAFIAS DA HISTÓRIA DA
HISTORIOGRAFIA E TEORIA DA HISTÓRIA
Coordenador:
Marcello F. M. Assunção (USP)
justamente, naquilo que ele tem de particular. De modo geral, penso que
a singularidade que perfaz a concepção de história presente junto ao
pensamento de Foucault pode ser compreendida a partir de dois aspectos
que, apesar de distintos, se imiscuem: uma reflexão crítica sobre o
presente, entendida a partir da noção de ‘Ontologia histórica’, e um
método empíricodescritivo de escrita, responsável por edificar seus
trabalhos enquanto ‘Ficções históricas’. Meu objetivo nesta comunicação,
portanto, é tanto apresentar alguns elementos que envolvem a
constituição de cada uma dessas linhas de força que constituem a ideia de
história em Foucault como também refletir de que maneira elas
continuamente se retroalimentam na constituição de seus trabalhos. Para
tanto, inspirado pela noção de ‘personagem conceitual’ sugerida por Gilles
Deleuze e Félix Guattari, recorro à parceria de Foucault com outros dois
pensadores que, cada qual à sua maneira, também se ocuparam em pensar
a história, e, por isso, ajudam a instrumentalizar uma abordagem a cada
uma das características citadas acima, a saber: Immanuel Kant e Friedrich
Nietzsche. Com isso, primeiramente tento compreender de que maneira,
em diálogo com o pensamento de Kant, Foucault formula os parâmetros
daquilo que ele chama de uma ‘histórica crítica do presente’ que preconiza
a efetividade de sua ‘Ontologia histórica’; em seguida, volto-me ao
alinhamento de Foucault com o pensamento de Nietzsche,
principalmente no que tange à concepção em torno da linguagem e à
elaboração de um método de escrita da história inspirado pelo método
genealógico nietzscheano. Espero, com isso, debater algumas das questões
que permeiam o desenvolvimento de minha pesquisa doutoral e, a partir
daí, mobilizar alguns aspectos que, por extensão, possam trazer uma
contribuição às atuais discussões teóricas que abrangem a reflexão acerca
da escrita da história e a posição ocupada pelo sujeito junto a tal processo.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 05
CIDADE E HISTÓRA: DISCURSOS E
REPRESENTAÇÕES DE MODERNIZAÇÃO E
PROGRESSO NOS PROJETOS DE REORGANIZAÇÃO
URBANA NO BRASIL
Coordenadores:
Júlio Cesar Meira (UEG)
São Luís, segundo semestre de 1968. Sob o governo José Sarney o estado
do Maranhão vivia o auge do chamado “milagre maranhense” após dois
anos do governo do “Maranhão Novo” – slogan eleitoral e governamental
de Sarney. Com o apoio federal, foi promovida uma verdadeira revolução
política, administrativa e econômica cuja menina dos olhos era a
pavimentação das rodovias, a construção da Usina Hidrelétrica de Boa
Esperança e a viabilização da rede de telecomunicações além de inúmeras
outras intervenções na capital do estado, cujo símbolo maior foi a
construção da Ponte do São Francisco, batizada de ponte José Sarney.
Contudo esses não eram os únicos projetos que demandavam a atenção
do governo. Em virtude dos ambiciosos projetos da época, se falava na
remoção de grande parte das moradias dos bairros pobres da região central
da capital maranhense, em especial dos bairros operários da Madre Deus
e do Goiabal para dar espaço às modernas intervenções, cuidadosamente
planejadas pelos engenheiros do governador: a dragagem e a construção
de uma Barragem sobre Rio Bacanga além da urbanização da margem
esquerda do rio, com o projeto do Anel Viário. Além da construção das
novas avenidas, necessidades ingentes da época, previam-se a construção
de um grande bairro operário para 400 mil habitantes (oriundos dos
bairros atingidos pelas intervenções) a ser construído na região do Itaqui,
distante do centro da cidade – os casebres, as palafitas, o mangue e a
215
A presente pesquisa tem como objeto de estudo o livro Poemas dos becos
de Goiás e estórias mais da autora Cora Coralina que foi publicado em
1965 pela Editora José Olympio. E é um documento riquíssimo que
permite uma investigação sobre o cenário urbano da cidade de Goiás
utilizando elementos como a história e a memória, Cora Coralina tecer
suas experiências vividas na cidade de Goiás. Procuro nessa pesquisa, ver
como a memória, fio condutor da narrativa, é mobilizada para dar conta
de uma dada representação e como é situado no passado e no presente.
Desvelar a cidade pelos rastros da escrita de Coralina é meu objetivo. Cada
estrofe, cada verso, cada pedra de rua, cada beco ou entalhadura de janela
são pistas para mostrar a Goiás de Cora. Suas representações guardadas
na memória da poetiza e das quais ela se vale ao escrever seu primeiro
216
SIMPÓSIO TEMÁTICO 06
CULTURA E MEMÓRIA, INTELECTUALIDADES E
GRUPOS POPULARES NO BRASIL REPUBLICANO
Coordenadores:
Jiani Fernando Langaro (UFG),
Luciana Lilian de Miranda (UFG)
teria na construção da nova capital. A revista foi escrita pelo autor Raul
José dos Santos, na época um jovem repórter que veio do interior de
Minas Gerais com a missão de mostrar a população os avanços da cidade,
como o comércio, ruas, praças, prédios e diversos eventos públicos, além
de nomes importantes da história política, cultural e social. A intenção era
de afirmar a identidade local dos seus habitantes e ser uma fonte de
importante resgate e preservação da memória local, além de ser usada
como instrumento pedagógico nas escolas, como uma referência da
história local anapolina. Mas o que podemos encontrar nessa revista,
sendo escolhida e utilizada como fonte de história, é a sua visão da
movimentação da cidade, a euforia que tomava conta dos seus habitantes,
que viam em seu meio urbano um lugar moderno, pronto para os desafios
de um novo Brasil.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 07
DIFERENÇAS & LINGUAGENS
Coordenadores:
Miguel Rodrigues de Sousa Neto (UFMS, Câmpus de Aquidauana)
Peterson José de Oliveira (UFU)
cada vez mais interseccionadas por outros marcadores como etnia, raça,
sexualidade, classe e geração. É no bojo destas discussões que
enveredamos na investigação do feminismo em contextos rurais a partir
das experiências de luta e de construção de rede de sociabilidade e
solidariedade entre mulheres sem terra, acampadas e assentadas, na região
Noroeste de Goiás. O debate tensiona-se em dois campos: por um lado a
invisibilização ou secundarização da questão da mulher nos movimentos
sociais de luta pela terra, visto como um mini-setor ou como um problema
menor no interior das organizações. Por outro lado, o questionamento do
feminismo no Ocidente, este emergido em resposta às necessidades das
mulheres em sua própria sociedade, desenvolveu lutas e construções
teóricas que deram sentido à condição de subordinação destas, mas
tornou-se hegemônico do ponto de vista da perspectiva colonial,
imperialista e transnacional ao tornar invisíveis outras realidades e outros
aportes (PAREDES, 2008); provocou a construção da perspectiva de um
feminismo comunitário como expressão de mulheres às "margens" do
Ocidente. Localizando as nossas sujeitas no atravessamento destas
discussões sobre os movimentos sociais de luta pela terra e na defesa da
perspectiva de um feminismo comunitário, a presente comunicação se
propõe a refletir sobre as estratégias de luta e de (re)existência das
mulheres acampadas e assentadas nos municípios de Faina e Araguapaz,
organizadas no Coletivo de Mulheres Camponesas Jacinta Passos.
Propomos identificar nos relatos coletados por meio de entrevistas orais
e na participação em rodas de conversas, os elementos que evidenciam a
compreensão que estas possuem das relações de gênero, da luta pela terra,
dos espaços de coletividade e de solidariedade femininos enquanto
possibilidades de construção da luta feminista no cotidiano de luta,
trabalho e da família.
238
Este trabalho tem por objetivo apresentar alguns elementos que permeiam
e constituem o processo de envelhecimento masculino. As questões aqui
apresentadas derivam da minha dissertação de mestrado bem como, das
pesquisas desenvolvidas para a construção da minha tese de doutorado.
Em ambos os casos, a partir de entrevistas semi estruturadas, com aporte
na história oral, desenvolvi estudos sobre como o processo de
envelhecimento masculino é construído discursivamente. A proposta foi
a de analisar a velhice em sua marginalidade diante das sociedades
ocidentais. Marginalidade esta que deriva do “não lugar” destinado aos
velhos. O grupo constituído pelas pessoas que se encontram na fase da
velhice é marginal porque transita na contramão de modelo social,
cultural, econômico e político que se fundamenta em valores oriundos de
uma sociedade sexista, heteronormativa, branca e jovem. Envelhecer
passa a se constituir em um grande desafio: o discurso dominante indica
ao idoso um lugar de não pertencimento. Em uma sociedade onde os
valores ligados à juventude eterna, à produtividade, à beleza e o consumo
estão fortemente arraigados no cotidiano da população. Para o homem
que tem sua masculinidade validada pela capacidade de trabalho, pelo
poder que exerce no mundo do trabalho e também pela sua sexualidade,
envelhecer revela-se um processo de difícil aceitação. As sociedades
ocidentais apresentam a masculinidade hegemônica como única
possibilidade de exercício do ser homem. Esse modelo apresenta toda
uma teatralização do exercício da masculinidade que acaba por invalidar
as outras expressões de masculinidades. Nesse sentido é que busco
compreender através da minha pesquisa como o discurso hegemônico
sobre masculinidades influencia o homem na fase da velhice. Apoiada nas
teorias de gênero, sobretudo nos estudo de Connell sobre Masculinidades,
busco compreender a pratica discursiva que desafia o homem a vivenciar
a sua masculinidade na fase da velhice em um meio que se pauta
fundamentalmente no modelo hegemônico de masculinidade. O estudo
aponta para o fato de que na busca do mito da eterna juventude,
241
fantástica para tratar de temas de alto valor ético, tais como tratamos
aqueles que são diferentes de nós, a violência, o desejo, entre outros. A
literatura de fantasia é um gênero pouco explorado no campo da História.
A primazia do documento escrito elaborada pelos historiadores do século
XIX parece ser uma influência ainda muito forte na contemporaneidade,
e o realismo tem sido a estética buscada na área. Entretanto, a literatura
fantástica, aquela que constrói outros mundos, independentes ou que se
conectam com o nosso, pode ser percebida em largas escalas temporais.
No que se refere especificamente à construção das diferenças, a
desigualdade e a violência são elementos estruturantes das relações globais
e, dentre elas, as de gênero e sexualidade. A população lgbtq+ foi objeto
de escrutínio e punição religiosa, da observação e intervenção científica,
por meio da psiquiatria e da medicina legal, da perseguição policial, da
violência indiscriminada oriunda de distintos grupos sociais, o que nos
leva a ocupar o primeiro lugar nesse tenebroso ranking de violência, com
uma pessoa lgbtq+ assassinada a cada 19 horas. Assim, analisar a obra de
Gregory Maguire, “Maligna: para os que amam ou odeiam o Mágico de
Oz”, presta-se a compreender a sociedade global, as hegemonias e
resistências, o lugar ocupado nela pelos distintos grupos sociais, bem
como a possibilidade de representação estética das tensões sociais. A
leitura da obra evidencia apresenta o entrelaçamento, na história recente,
da marginalidade, do gênero, da raça/etnia, da geração e da construção
das desigualdades e da violência. E isto, a partir de um gênero literário
tornado historicamente menor, aquele da fantasia.
245
Coordenadores:
Suely dos Santos Silva (UFG)
Edson Brito (UFG)
Natasha Vicente da Silveira Costa (UFG/REJ)
Tatiana Franca Rodrigues Zanirat (UFG/REJ)
Este trabalho tem como objeto de estudo os escritos produzidos por Carl
Schmitt entre os anos da República de Weimar (1919-1933). O nosso
sujeito histórico foi jurista e politólogo, sendo considerado o maior jurista
alemão do século XX. Desenvolveu centenas de trabalhos nos formatos
de artigos, livros e ensaios. Dedicado ao ramo da jurisprudência,
interessou-se pelo Direito Público e pelo Direito Internacional. Realizou
trabalhos que compreendem aos campos do direito, filosofia e ciências
políticas. Seu pensamento, no recorte de tempo analisado, esteve marcado
por uma postura antiliberal e autoritária. Tendo suas ideias inspiradas nos
autores contrarrevolucionários, sendo Donoso Córtes o principal deles.
Também possuiu inspiração pelas obras do pensador inglês Thomas
Hobbes. A trajetória intelectual de Carl Schmitt é estigmatizada pelo seu
envolvimento no nacional-socialismo, tendo se afiliado ao Partido
Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), em 1933.
Porém, em 1936 acabará afastando-se dos quadros oficiais do partido. Carl
Schmitt defendeu a formação de um governo forte e centralizado, em
contraposição ao que ele denominava de “fraco”, “anacrônico” e
“despolitizado” governo parlamentar da República de Weimar. Acreditou
que o poder soberano poderia ser exercido por um líder que contivesse
em si a vontade geral do povo. Acresenta-se o seu desprezo pelos Direitos
Humanos, pela participação democrática e pela possibilidade de um
pacifismo mundial.
249
sujeito é povoado por vozes que fazem parte do seu contexto sócio-
histórico. Faraco (2009) pontua que esse entrecruzamento de vozes forma
novas vozes em um processo ininterrupto. Neste sentido, podemos inferir
que a academia sem dúvida alguma está intrinsicamente ligada à formação
dos sujeitos que lhe povoam. Do mesmo modo, é irrefutável a
responsabilidade que tal esfera carrega. O presente estudo tem como
objetivo investigar a concepção de língua/linguagem de alunos do curso
de Letras Inglês, participantes do último ano de estágio supervisionado,
em uma Universidade Federal, localizada no interior de Goiás. Além disso,
almejamos identificar se tal instituição tem sido responsável e responsiva
com a formação dos futuros profissionais da educação, em relação a visão
de língua, dentro de uma perspectiva ética de constituição do sujeito
apoiada por postulados da LA e do círculo bakhtiniano. Nesta pesquisa
de cunho qualitativo, optamos pelo enfoque de pesquisa estudo de caso.
Para Chadderton e Torrance (2015), tal enfoque tem como objetivo
defrontar e descrever a complexidade das práticas sociais para dar voz aos
significados que os sujeitos trazem e criam em determinados contextos.
Observamos que, a partir dos dados analisados, os discentes do curso
investigado apresentam uma visão de língua/gem bastante sistêmica,
muito próxima aos postulados estruturalistas, o que diverge-se do que é
proposto pela LA e pelo círculo de Bakhtin.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 09
ENTRE A HISTÓRIA ENSINADA E A HISTÓRIA
APREENDIDA: OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI
Coordenadores:
Valéria Filgueiras Dapper (UFMT)
Ana Paula Squinelo (UFMS/CPAQ)
SIMPÓSIO TEMÁTICO 10
EXISTÊNCIAS E CORPORIFICAÇÕES
PERFORMATIVAS: INTERFACES ENTRE HISTÓRIA,
EDUCAÇÃO E ARTES DIANTE DOS PROBLEMAS DE
GÊNERO
Coordenadores:
Raquel Gonçalves Salgado (UFMT - CÂMPUS DE
RONDONÓPOLIS)
Aguinaldo Rodrigues Gomes (UFMS/UFMT)
O debate que está posto nos tempos atuais, para além dos espaços
acadêmicos, recai sobre o lugar ocupado pelo que podemos chamar de
diversidade, com enfoque nos sujeitos que compõem o que seria uma
comunidade LGBT, mas que também já se concebe como algo próximo
a uma comunidade sexo-diversa, na medida em que as transgressões de
identidade sexuais e de gênero se fazem para além dos designadores, como
os termos lésbica, gay, bi, trans, entre outros. As justificativas para a
276
1823 (1824) tradando da situação política desses países que passavam pelo
processo de independência através do olhar imperialista da escritora de
literatura de viagem que buscava afirmar em seus relatos a importância e
a elevação civilizatória que esses países passariam ao se tornarem
independentes de seus colonizadores seguindo os preceitos da sua nação,
a Inglaterra. Buscando afirmar seus diários como parte importante da
literatura de viagem, a viajante se utiliza de documentação como jornais e
ofícios e das suas relações sociais que no Chile é a elite local de Valparaiso,
e no Brasil chega a ser a Imperatriz Maria Leopoldina. Para analisar a
construção de sua narrativa trago a questão de gênero que terá como
suporte a performatividade (BUTLER, 1990) que utilizo para
compreender as escolhas do formato de narrativa empregada pela Maria
Graham ao longo de seus relatos os quais tem influencias de acordo com
o que a viajante vê como necessário a ser transmitido e o que foi possível
de ser coletado por ela que era submetida e se utilizava de seu gênero para
compô-los. Levando em consideração também o fator de prestigio social
de Graham como inglesa, esposa e viúva de um capitão da marinha
inglesa, de classe média que a ajudavam a participar de espaços que não
seriam cedidos a outras mulheres. A construção de seus diários se dá na
busca de contar a história e a transformação política que Brasil e Chile
passam, mas também contar a história de Maria Graham como viajante e
escritora. O artigo traz para a literatura de viagem a perspectiva de gênero
que faz parte dos diários de viagem de Maria Graham ao narrar a história
desses países da América do Sul, e a sua história como uma mulher
viajante e escritora do século XIX.
universal. Nesse sentido, Avtar Brah (2006, p. 342) diz que “o objetivo
principal do feminismo tem sido mudar as relações sociais de poder
imbricadas no gênero”, logo, pensar em alternativas de educação para as
crianças, onde a diferença de gênero não seja um marcador que oprime e
as impeça de realizar seus desejos, é um dos caminhos para a construção
de uma sociedade mais justa e democrática. A pesquisa da qual parte essas
reflexões, compõe o grupo de pesquisa “Infância, Juventude e Cultura
Contemporânea” (GEIJC), pertencente ao Programa de Pós-graduação
em Educação (PPGEdu), da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT), do Câmpus de Rondonópolis, Mato Grosso. Seu contexto é um
Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) do município de
Rondonópolis - MT, onde estamos realizando uma pesquisa intervenção.
Esta metodologia de pesquisa faz a mediação ente a teoria e a prática,
problematizando a realidade e propõe alternativas de ação que, pautadas
no conhecimento teórico, possam transformá-la. Desta forma, este texto
pretende analisar as relações de gênero construídas e vividas, no CMEI,
buscando trazer situações onde, mesmo que de maneira tímida, as relações
de gênero são problematizadas, assim, discutir como a perspectiva
feminista pode contribuir para ir forjando práticas mais democráticas, que
não hierarquizem as pessoas, liberta de preconceitos, discriminações,
violências e exclusões. Para essa analise, nos embasaremos nos estudos de
Judith Butler (2016), Michel Foucault (2017), Guacira L. Louro (2014),
Daniela Finco (2010).
290
SIMPÓSIO TEMÁTICO 11
Coordenadores:
Jaqueline Ap. Martins Zarbato (UFMS)
Dilza Porto Gonçalves (UFMS)
Este trabalho tem como objeto de análise o filme Pelo Malo (2014), escrito
e dirigido pela cineasta venezuelana Mariana Rondón. A narrativa trata da
história de Júnior, um menino de nove anos que mora numa periferia de
Caracas e sonha um dia cantar na televisão. O olhar de Junior representa
a perspectiva principal da história, outras personagens importantes são sua
mãe, sua amiga e vizinha e sua avó. Todas são personagens femininas
vivendo ao seu modo uma sociedade extremamente machista e patriarcal.
Sua visão de mundo é bastante moldada pela mídia televisiva, que
representa na história, seu contato com o mundo e seu acesso mais
frequente ao lazer e ao entretenimento. Seu desafio atual, entretanto, é
conseguir o dinheiro para tirar uma foto da escola, além de aparecer na
mesma com o cabelo liso, como ostentam os cantores que ele vê pela
televisão. Em sua busca por realizar esses objetivos, surgem no convívio
familiar de Júnior, temáticas como racismo, machismo, homofobia,
294
SIMPÓSIO TEMÁTICO 12
HISTÓRIA E CIDADE NA PRIMEIRA REPÚBLICA
Coordenadores:
Henry Marcelo Martins da Silva (UFMS)
Pedro Geraldo Saad Tosi (UNESP)
página online da Casa Civil de Goiás, onde obteve-se o número das leis
de emancipações dos distritos. Compreende-se que foi a partir da Primeira
República que as oligarquias agrárias mantiveram-se no poder econômico
e político de Goiás e regularam as relações entre os indivíduos por meio
do voto, já que o agregado tornou-se eleitor e o fazendeiro o político
representante local, reconfigurando-se no âmbito político municipal e no
aumento de áreas urbanas, sobretudo de distritos. Abrucio (1998) e Faoro
(2012), corroboram sobre o papel do fazendeiro na escala local e no
âmbito político-administrativo estadual e nacional, responsáveis pela
doação da terra para o surgimento de núcleos urbanos. Em suma, o artigo
está dividido em dois itens, além da introdução e considerações finais. O
primeiro apresenta a construção teórica sobre a gênese dos núcleos
urbanos de Goiás no período de 1889 a 1930, que orientou a análise dos
dados. O segundo apresenta a espacialização e análise das informações
coletadas.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 13
HISTÓRIA E CINEMA: REFLEXÕES SOBRE A
REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DO
PASSADO
Coordenadores:
Roberto Abdala Júnior (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS)
Anne Caroline Fernandes Alves (CENTRO UNIVERSITÁRIO)
Os mitos de Espártaco
SIMPÓSIO TEMÁTICO 14
HISTÓRIA E INTELECTUAIS NA AMÉRICA LATINA
Coordenadores:
Elisângela da Silva Santos (Universidade Federal de Goiás/Jataí)
Gustavo Louis Henrique Pinto (Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Goiás)
As obras dos Teólogos da Libertação Frei Betto e Leonardo Boff tem sido
meu objeto de pesquisa desde o primeiro ano da graduação em História.
Elas versam sobre a pobreza/opressão por meio de uma perspectiva
histórica/ religiosa que condessa prática e reflexão. Contudo durante essa
trajetória de pesquisa as práticas sociorreligiosas dos diversos agentes que
compõem o Cristianismo da Libertação tornam-se os problemas centrais
que movem os anseios da pesquisa. O intuito desta proposta é
compreender como a ecologia se constitui como problema na prática do
Cristianismo da Libertação. Diante disto este projeto de pesquisa se
propõe a analisar as reflexões e práticas ecológicas anticapitalista dentro
do cristianismo da Libertação. Estas são divulgadas nas obras de teólogos
como Leonardo Boff, Frei Betto, Dom Pedro Casaldáliga, Dom Erwin
Kräutle, (já outros teólogos da libertação vão tratar as questões ecológicas
de forma mais indireta ou esparsa). Nos documentos eclesiais, conciliares
como manifestos e panfletos que circularam nas Comunidades Eclesiais
de Base (CEBs), nas Pastorais Operárias e Extrativistas, além da Comissão
Pastoral da Terra (CPT), são outros meios onde podemos ver expressos
visão católica ecológica anticapitalista.
337
SIMPÓSIO TEMÁTICO 15
HISTÓRIA E LINGUAGENS
Coordenador:
Flávio Vilas-Bôas Trovão (UFMT)
SIMPÓSIO TEMÁTICO 16
Coordenadores:
Rodrigo Tavares Godoi (Universidade Federal de Rondônia)
Eduardo Quadros (Universidade Estadual de Goiás)
papa Gregório Magno declarou em sua homilia que Maria Madalena era
uma prostituta. A necessidade de visibilização da Madalena objetiva fazer
justiça à sua pessoa. Ela foi uma personagem histórica, e assim, torna-se
necessário visitar o passado e analisar as evidências disponíveis para
reconstruir sua imagem a partir de metodologia histórico-crítica feminista.
Assim, para corrigir esta injustiça, propomos uma leitura bíblica numa
“hermenêutica de suspeita”, utilizando a categoria de gênero como
instrumento analítico das relações de poder apresentadas na rede textual
dos textos bíblicos e na história dos cristianismos. A hermenêutica
feminista utilizando o método de gênero procura apresentar e denunciar
os mecanismos androcêntricos construídos socialmente a partir das
diferenças biológico-sexuais. Assim, partimos do pressuposto que o
multifacetado fenômeno religioso se apresenta na socialização dos agentes
sociais de forma atravessada e conformada pelas relações de gênero.
A folia de reis, ou festa de santos reis é uma tradição europeia que chega
o Brasil ainda no período da colônia. No município de Itaguari é
representada por três grupos: Folia Goiana, Folia Mineira e Folia do Brejo
Grande, no entanto, propomos investigar as materialidades e
subjetividades das folias de Brejo Grande e Mineira. Do qual sua doutrina
carrega elementos a serem estudados. A folia de Brejo Grande iniciou no
século XIX e a Mineira na década de 1940. Os grupos liderados por um
capitão ou embaixador, este tinha a função de puxar a cantoria, arranjando
versos repentinos ou já memorizados e tendo os demais foliões,
integrantes do grupo formado por músicos e cantores. O acompanhando
com a repetição do verso, este ato denominado resposta, e entoado por
instrumentos como caixa (espécie de tambor de percussão confeccionado
em madeira e couro de animais), pandeiro, viola, violão e sanfona. Durante
anos as folias de reis (Brejo e Mineira) em Itaguari cumprem o mesmo
ritual: seguir nas casas com as cantorias e rezas de terços. Com o passar
dos anos o evento que até então tinha único caráter religioso, fora
crescendo e atraindo devotos, comerciantes, turistas, e a relação com o
campo sagrado fora se afrouxando levando à ampliação do sentido da
festa, incorporando elementos das tradições populares, relacionados aos
aspectos laicos .Os ritos sagrados das folias de reis estão constituídos por
materialidades diversas, representadas principalmente pela Bandeira e o
372
Altar. Sabe-se que tais objetos além de representar, também atuam como
elementos ativos que denotam o sagrado, o religioso para aqueles que
acreditam. A bandeira, o altar, e os demais objetos que compõem a folia
trazem a esta pesquisa um campo de estudo notável tendo em vista que
detém importante influência sobre os comportamentos dos fiéis e no
próprio desenvolvimento dos ritos das folias. A pesquisa se desenvolverá
no que envolve a materialidade e os aspectos intangíveis dos patrimônios
culturais. Assim como, na investigação dos diferentes papeis assumidos
pelos foliões e devotos, como o Palhaço; o festeiro; os jovens; as crianças;
os velhos; o alferes, o folião; e demais pessoas engajadas no evento, entre
elas, será abordada a visibilidade das mulheres durante o evento, assim
como nas fases anteriores, de organização.Finalmente, a pesquisa se
justificativa por investigar temas pouco explorados nas folias de reis de
Itaguari, como as tradições populares envolvidas nos diferentes
momentos do evento e nos comportamentos dos foliões e devotos.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 17
HISTÓRIA E MÍDIA: OBJETOS, QUESTÕES
TEÓRICO-METODOLÓGICAS E FONTES
Coordenadores:
Áureo Busetto (UNESP/ Assis)
Edvaldo Correa Sotana (UFMS/ CPAQ)
teoria e prática, uma vez que visamos construir horizontes sugestivos que
alicercem práticas de ensino/aprendizagem de modo a ampliar o debate
no que tange aos usos de linguagens, em especial do vídeo-documentário.)
SIMPÓSIO TEMÁTICO 18
HISTÓRIA, SOCIEDADE E O CONTROLE DAS
CONDUTAS: O QUE SE PASSA AGORA CONOSCO?
Coordenadores:
Maria Amélia Güllnitz Zampronha (PUC-SP)
Tiago Cassoli (UFG)
ser irônica ou debochar da realidade. É uma tragédia feita para levar o riso
ao extremo oposto, ao avesso de si mesmo. Nos sensibiliza muito essa
ideia do riso como máscara, do riso forçado indissociável, do riso de ferro
da Scham-Maske, inseparável do palhaço, da pessoa em si e de nós
mesmos; presente em quase todos as estratégias midiáticas de venda
(todos os sorrisos em propagandas) Nosso problema central é que o riso
forçado e cínico permanece na atualidade, o riso como condenação e
acordo, principalmente no espaço público, apesar da crítica de Hugo, de
Adorno e de tantos outros. Entre cartoons que circulam pela internet, por
exemplo, não é difícil encontrarmos severas críticas a esse mundo das
aparências. Se “O Homem que Ri” faz eco nessas figuras das quais o riso
que é um “anti-riso”, uma máscara inexorável, um escárnio, é porque o
“riso transfigurado no rosto”, levantado por Hugo, é uma problemática
bastante atual.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 19
IMPRENSA, IMPRESSOS E HISTÓRIA DAS
MULHERES: DIÁLOGOS TRANSDISCIPLINARES
Coordenadores:
Adriana Aparecida Pinto (UNESP)
SIMPÓSIO TEMÁTICO 21
LINGUAGENS ARTÍSTICAS EM SALA DE AULA:
PLURALIDADE, INTERDISCIPLINARIDADE E USOS
DIDÁTICOS NO PROCESSO DE ENSINO E
APRENDIZAGEM EM HISTÓRIA
Coordenadores:
Dolores Puga Alves de Sousa (Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul)
Talitta Tatiane Martins Freitas (Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul)
Este trabalho busca refletir sobre o texto teatral Arena conta Zumbi de
Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal, que está no campo dos novos
objetos e abordagens, valorizando, assim, as manifestações artísticas e
culturais como objeto de estudo. Dessa maneira, procura, no âmbito da
História Cultural, legitimar sua importância, ancorado na ampliação da
noção de documento e na forma como o historiador irá construir sua
pesquisa e definir sua referência teórico-metodológica. Como toda
manifestação artística pode ser considerada um documento histórico de
uma determinada conjuntura e de uma historicidade específica, este estudo
versará sobre história e teatro, procurando entender as diferentes
possibilidades do fazer histórico em sala de aula. Compreender ainda que,
a obra de arte representa determinada realidade histórica, inserida em um
contexto específico. Para tanto, é preciso pensar na importância do
historiador como investigador que irá interrogar os documentos,
decompô-lo, avaliar sua credibilidade. Identificar a partir dos pressupostos
teórico-metodológicos suas intencionalidades e a estrutura de poder ao
qual pertence. Como diria Marc Bloch tudo que o homem fabrica pode
nos informar sobre ele, mas é preciso saber interrogar esses vestígios do
passado, de maneira que se tornem fontes históricas. Pensando assim,
buscaremos articular a história e o texto teatral como possibilidade
investigativa em sala de aula, considerando a dificuldade inerente a essa
linguagem, principalmente por que o teatro não faz parte da vida da
maioria dos alunos do ensino fundamental das escolas públicas estaduais.
Ao analisarmos Arena conta Zumbi pontuaremos duas temporalidades
específicas: a escrita que se refere a Zumbi dos Palmares, sua luta contra
a escravidão e como esse tema foi ressignificado por meio da encenação
em 1965, em plena ditadura militar brasileira. A escrita do texto foi
baseada no romance de João Felício dos Santos Ganga Zumba e enfoca
principalmente a construção de uma sociedade criada a partir dos
princípios de liberdade, solidariedade, pacifismo e trabalho. Traz Zumbi
como um líder combativo e consciente da sua função: retirar seu povo da
condição de escravo e, aos poucos, criar a ideia de que todos de Palmares
426
Ensinar história na atualidade, talvez seja uma das tarefas mais árduas para
os historiadores. Apesar das inovações na educação – a inserção das novas
tecnologias, a reformulação de práticas pedagógicas, o estudo dos
conteúdos organizados em eixos temáticos, a inclusão de novas
perspectivas historiográficas, a valorização das nossas matrizes africanas e
indígenas, o respeito às diferenças culturais, bem como, o uso de
diferentes fontes e linguagens -, tudo parece ser mais interessante do que
aprender história. Percebe-se que tais novidades vão de encontro a uma
visão de história como o estudo do passado sem maiores relações ou
desdobramentos para o tempo presente. O desinteresse pelo passado, algo
peculiar dos brasileiros, que desconhecem ou negam parte da sua história,
corrobora com a postura presentista dos tempos atuais. Essa ausência de
referências (espaciais e temporais) traz consigo uma concepção de uma
sociedade desvinculada de seu passado, o que dificulta a compreensão
histórica por parte das novas gerações. Tendo em vista essas questões
elaboramos essa proposta de trabalho sobre o tema ditadura no Brasil
(1964-1985). Elegemos para estudo o filme Trago Comigo, da diretora
brasileira Tatá Amaral. O enredo conta a história de Telmo, um ex-
militante da luta armada e diretor de teatro aposentado. Ao decidir montar
uma peça sobre o período, o protagonista precisa lidar com seus traumas,
rememorar a sua participação e ao mesmo tempo lidar com o
esquecimento de tal experiência vivenciada. Por meio de elementos da
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"A pele que hábito" em sala de aula mostra-se uma frutífera mola
propulsora para as discussões sobre feminilidade, masculinidade e
performances de gênero, sendo possível ao educador mediar o debate à
cera dessas questões para as sociedades contemporâneas, bem como
evidenciar que se trata de construções sócio-culturais que, como
constructo social, não devem ser naturalizadas, sendo passíveis de
questionamento e modificação.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 22
Coordenadores:
Fábio Leonardo Castelo Branco Brito (Universidade Federal do Piauí)
Edwar de Alencar Castelo Braqnco (UFPI)
preso. Dividiu cela com Gregório Bezerra, a quem dava aulas de francês
na cadeia. Amigo e parceiro de astros tais como Glauber Rocha e Caetano
Veloso, trocou cartas com o cineasta baiano e, ao lado de intelectuais,
poetas, jornalistas e artistas da Paraíba, de Pernambuco e do Rio Grande
do Norte, liderou as manifestações que resultariam nos primeiros
manifestos tropicalistas no Nordeste: “Porque somos e não somos
tropicalistas” e “Inventário do nosso feudalismo cultural”. Para Jomard,
os “feudos culturais” Pernambucanos têm ligações complexas, de modo
que a esquerda universitária, com suas conexões binárias e maniqueístas,
precisam ser enfrentadas tanto quanto a tradição tropicológica. Este
enfrentamento virá a ser a matéria de fundo do filme em estudo.
“O que aconteceria se uma peste dizimasse boa parte dos homens de uma
determinada sociedade e as mulheres tivessem que ocupar funções outrora
consideradas masculinas? Quais seriam os problemas enfrentados pela
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SIMPÓSIO TEMÁTICO 23
MEMÓRIAS DE RESISTÊNCIAS E RESISTÊNCIAS
DA/NA HISTÓRIA
Coordenadores:
Emerson Tavres da Silva (Universidade Estadual do Paraná)
Adriana de Carvalho Medeiros (UNIOSTE)
Iara Toscano Correia (UAE/CHL - UFJ)
Desde o século XIX, até a última década do séc. XX, os grupos Tupi que
habitavam a costa litorânea de São Paulo foram considerados como
extintos por pesquisadores, autoridades políticas e pelo senso comum.
Mas, no limiar do século XXI, eis que surgem famílias ameríndias que se
autodenominam, como também são assim identificadas, como Tupi ou
Tupi Guarani. A presente comunicação versa sobre o processo de
identidade destes Tupi que vivem na costa meridional atlântica do
continente que, do nosso, ponto de vista, denominamos como Litoral
Paulista. Para isso, parte-se de uma articulação entre a memória oral dos
txeramôes (avôs) e txedjrays (avós) tupi e tupi guarani, bem como a fontes
documentais escritas que podem ser encontrados nos acervos do Serviço
de Proteção aos Índios (SPI), na Fundação Nacional do Índio (FUNAI),
Arquivo Público do Estado de São Paulo e nos arquivos municipais e
cartórios particulares das cidades litorâneas paulistas. Deste modo,
partindo de uma crítica à etnonímia compósita Tupi, Guarani e Tupi
Guarani, tratar-se-á de apontar os caminhos para uma reconstituição
genealógica das relações entre parentelas e grupos locais Tupi, Guarani e
Tupi Guarani em suas múltiplas articulações identitárias nuançadas no
tempo e no espaço. Para isso, a reconstituição remonta ao final do século
XIX, referenciada ao alcance da memória oral ameríndia, por um lado e,
por outro, aos primeiros registros destes etnônimos nas fontes
documentais disponíveis, e abrange o processo de retomada territorial que
culmina na primeira década do século XXI. Tendo como marcador
temporal a memória oral dos Tupi e Tupi Guarani quanto ao processo de
retomada e o momento em que surgem os primeiros registros
documentais relacionados ao uso dos mencionados etnônimos. Neste
caso, a etnografia histórica tem um importante papel para uma pesquisa
desta natureza, uma vez que almeja compreender a história dos povos
indígenas. Afinal, o gênero etnográfico permite a interação do
antropólogo na vida diária dos seus interlocutores. Isto porque, a
importância que a perspectiva histórica tem para os estudos em
antropologia está no fato de que os povos nativos podem ser melhor
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O Brasil atual vem passando pelas mais diversas mudanças políticas sociais
e culturais em seu sistema público de ensino. Mudanças nas leis de
acessibilidade, modificações no que diz respeito às transformações dos
discursos, em relação à inclusão no ensino superior, dos negros, indígenas,
quilombolas e pessoas com deficiência. Os programas de ação afirmativa
aprovados e implementados no descortinar do século XXI, fizeram com
que, gestores públicos, escolas, universidades na graduação e pós-
graduação passassem a se preocupar, não apenas com o ingresso desses
novos sujeitos sociais, mas também, com sucesso e permanência desses
no ensino superior, uma vez que as legislações aprovadas nos primeiros
anos do século XXI, passaram a garantir este direito. O presente ensaio
de pesquisa tem como meta fazer uma análise dos programas de ação
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Coordenadoras:
Sabrina Celestino (Comando do Exército - Centro de Estudos de
Pessoal e Forte Duque de Caxias)
Beatriz dos Santos de Oliveira Feitosa (Universidade Federal de Mato
Grosso)
A proposta desta comunicação é dar visibilidade aos estudos que dão foco
à problemática das relações de gênero e mundo do trabalho. Entendendo
que estas questões estão intrinsecamente relacionados à temática dos
movimentos sociais. Ressalta-se que todas as relações que se entrelaçam
no processo de escrita são construídas entre as experiências de quem
pesquisa e pelo trabalho mediado por uma metodologia, que conta muito
das relações humanas mantidas pelo (a) pesquisador (a) para além do
universo da pesquisa histórica. Tais questões referentes à complexidade
do humano, permite acessar uma diversidade de possibilidades para
pensar o humano, dentre as quais propomos a problematização acerca dos
deslocamentos resultantes de novas opções de trabalhadores (as) para
sobreviver e das discussões sobre os lugares e papeis de gênero que dizem
muito do que foi a trajetória de sujeitos históricos. Relatar os processos
migratórios, as relações de gênero e os modos de organização social, por
meio de diversas metodologias nas regiões de recente intervenção de uma
cultura do capital, diz muito das experiências de cada um e uma de nós,
que com maior ou menor intensidade, temos nossas trajetórias marcadas
por um intenso desterritorializar-se, reterritorializar-se para que, ainda
contraditoriamente, calcados em concepções patriarcais, sexistas e
homofóbicas em última instância tenhamos nossas existências marcadas
pela multiterritorialização (HAESBAERT, 2012). Essas trajetórias
pessoais de mulheres e homens de diferentes grupos étnicos e classes, que
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Este projeto tem como tema o universo das quebradeiras de coco babaçu
do Maranhão, no contexto da relação interdisciplinar entre História e
Literatura, para tentar entender de outro prisma alguns elementos que
compõem sua visão de mundo. Com ponto de partida geral, a pesquisa
pretende focar na região de Imperatriz, MA, com um trabalho de campo
para conhecimento da vida cotidiana. Nesse sentido a ideia é trazer novos
elementos na compreensão da realidade de um dos segmentos sociais mais
importantes da cultura maranhense. Já existem pesquisas históricas sobre
essas trabalhadoras extrativistas do Maranhão e de outros estados, no que
se refere às suas lutas políticas, seu contexto social e econômico e até
mesmo sua cultura em diferentes aspectos. Contudo, a realidade desses
grupos ainda não foi analisada a partir de suas expressões musicais, de
modo a buscar elementos conscientes e inconscientes de seu universo
sociocultural e de sua percepção sobre o mundo. Nas últimas décadas a
história tem estreitado seus laços com diferentes disciplinas, a exemplo da
Arte, Antropologia, Psicanálise e, dentre outras, a literatura. Essa relação
veio a acrescentar uma série de novos temas até então negligenciados por
uma compreensão mais convencional da historiografia. No Brasil essa
relação é ainda mais recente, mas tem ganhado força em temas cada vez
mais surpreendentes. Na medida em que se olha para um objeto histórico
de diferentes ângulos, espera-se por respostas também distintas. É nesse
sentido que se busca entender ainda mais sobre esse grupo social tão
importante para a cultura do Maranhão, as quebradeiras de coco. A ideia
é partir do que se conhece sobre esses grupos de mulheres para alcançar
o que se poderia chamar de “pontos cegos” dessas abordagens. A
princípio sabese que suas músicas, cantados no dia a dia, antes, durante e
depois dos trabalhos nos cocais e no lar, expressam sua realidade
cotidiana, pois falam do próprio trabalho, da família, da luta política, das
conquistas e de vários outros assuntos. Por isso, este projeto se propõe à
busca de elementos “esquecidos” pelo olhar mais convencional. Para
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SIMPÓSIO TEMÁTICO 26
PESQUISA HISTÓRICA E INTERCULTURALIDADES:
MÉTODOS E ABORDAGENS NA CONSTRUÇÃO DA
HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA
Coordenador:
George Leonardo Seabra Coelho (Universidade Federal do Tocantins)
tanto, um dos grandes aspectos apresentados após analises dos , foi nítida
ausência de conteúdo problematizadores e a desvalorização do uso e
mobilização de conceitos (históricos, geográficos, sociológicos,
filosóficos), ambos considerados essenciais na composição pedagógica
dos processos formativos docentes, bem como na construção de uma base
verdadeiramente democrática de acesso a conhecimentos científicos na
formação de jovens e adolescentes, afim de proporciona - los uma
formação de um cidadão crítico e reflexivo, que saiba posicionar frente
aos desafios da sociedade.
aluno a relacionar a sua memória aos dos próximos e aos dos outros,
identificando que a relação entre a tríplice memória está interligada. Por
meio dessa proposta, podemos trabalhar conceitos que servirão de base
para a compreensão da memória social discutida por Paul Ricoeur.
Portanto, a proposta de trabalho nas aulas de história com os alunos do
ensino médio – na escola estadual Coronel José Francisco de Azevedo na
cidade de Conceição do Tocantins – demonstrará o quanto a memória
social desses sujeitos – que são ou estão ligados ao campo – os ligam a
identidade do homem do campo, uma vez que a música é peça chave para
que os sujeitos ativem suas lembranças e essas quando compartilhadas
ativem interação.
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SIMPÓSIO TEMÁTICO 28
PÓS-ABOLIÇÃO: MEMÓRIAS E HISTÓRIAS DE
ESCRAVIDÃO E LIBERDADE NO BRASIL RURAL E
URBANO
Coordenadores:
Ana Flávia Magalhães Pinto (Universidade de Brasília)
Leandro Santos (UnB)
SIMPÓSIO TEMÁTICO 29
RELAÇÕES DE GÊNERO, POLÍTICA E EDUCAÇÃO
Coordenadores:
Tatiana Machiavelli Carmo Souza (Universidade Federal de Goiás)
gênero” que está atrelada a lei intitulada “Escola sem partido”. Vale
mencionar que professores(as) afirmam não se sentirem aptos(as) para
responderem os questionamentos a respeito de gênero e sexualidade feitos
em sala de aula pelos alunos, que deveria se ter uma pessoa especializada
para abordar tais assuntos. Dessa forma, notamos que os(as) docentes não
possuem preparo para apresentar e debater as questões de gênero e
sexualidade com os alunos. Mas, qual seria a causa desse despreparo? Esta
é apenas mais uma indagação que surge do que foi constatado. A resposta
não é simples, mas podemos mencionar alguns dos fatores, que são: a falta
de informação sobre os temas, as influências externas a escola, como a
mídia, a igreja e outros meios, além da formação profissional,
especialmente nos cursos de licenciatura, que em muitos casos não
prepara o docente para a realização da educação preocupada com o
gênero, sexualidade e os direitos humanos.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 30
A ARTE, A ARQUITETURA E O DESIGN FRENTE ÀS
QUESTÕES DE GÊNERO
Coordenadoras:
Valquíria Guimarães Duarte (Universidade Federal de Goiás)
Suely Lima de Assis Pinto (universidade Federal de Goiás)
PROBLEMATIZAÇÕES CONCEITUAIS
REFERENTES À DIVERSIDADE SEXUAL E DE
GÊNERO NO CONTEXTO ESCOLAR
SIMPÓSIO TEMÁTICO 31
TRAJETÓRIAS INTELECTUAIS E DERROTAS
POLÍTICAS. EXPERIÊNCIAS
POLÍTICOINSTITUCIONAIS DO INTELECTUAL
NOS CAPITALISMOS CONTEMPORÂNEOS
Coordenador:
João Alberto da Costa Pinto (Faculdade de História da UFG)
Coordenador:
Antonio Vilas Boas
Coordenadores:
Dráulio Carvalho Assis
Josef Gonçalves Bittar
Este mini curso tem a intenção de fazer uma reflexão sobre a construção
do herói no processo mitológico, histórico e literário. Para isso será
trabalhada a questão arquetípica do símbolo (Carl Jung) que perpassa o
imaginário na construção mitológica, histórica e literária.Trazer a tona o
processo simbólico da necessidade do herói, o que implica os seus passos
dentro dos três contextos, fazendo uma relação com os fatos históricos
em nossa contemporaneidade. Expor também de como esse processo
simbólico de construção do herói pode ser manipulado na formação de
identidades. Assim trabalharemos com alguns textos interdisciplinares
sobre o mito, os arquétipos, os símbolos, a história e a literatura.
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Coordenadores:
George Leonardo Seabra Coelho
Thálita Maria Francisco da Silva
Coordenadores:
Evander Ruthieri da Silva
Flora Morena Maria Martini de Araujo
Coordenador:
Victor Hugo S. G. Mariusso
Coordenadoras:
Grace Campos Costa (UFU)
Lays da Cruz Capelozi (UFU)
Coordenador:
Antonio de Lion (UFU/CNPq)
Coordenadora:
Eva Aparecida de Oliveira