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an2018 [Ge mais \ViiF ero: Reserta do lio Socilinguistica - Uma introdugdo Critica ( Louls-Jean Cahet) Ctiar um blog Login ViviFavero segunda-feira, 4 de abril de 2016 Resenha do livro Sociolinguistica — Uma Introdugao Critica ( Louis-Jean Calvet) Resenhando 0 livro Sociolinguistica - Uma introdugao Critica do autor Louis-Jean Calvet. Ediado pela Pardbola, Sio Paulo, Brasil, Ed. 2002, 170 p., tradupio de Marcos Marcio, LoulsJean Gahet, 6 doutor em Inguistica pela Sorbonne, doutor om letras © clénclas humanas pela Universidade de Pars V. & professor da Sorbonne (Université René Descartes), onde ensinou seciolinguistica até 1999. Alualmente & professor na Universidade de Provence (Ax-Marssil 1). O livo é composto por 06(seis) capitulos e ¢ apresentado por Marcos Bagno, nguista brasileiro. Nele estio expostas discusses sobre como 0 uso da Ingua infuencia 0 meio, as pessoas e a sociedade, Este assurto tomou dimensées a partir do nascimento da lnguistica maderna com Ferdinand de Saussure (1857-1913), época em que ele propos um novo modelo, abstrato: a lingua a partir dos alos da fala. Saussure afirma que a lingua é @ parte social da linguagem, que lingua é diferente da fala, a fala ¢ individual live © concreta, ou seja, a lingua é um sistema que conhece apenas a sva ordem prépria, “a lingua om si mesma’ e o resto. £ onto todos estas afirmacdes constituram o porto de partida do estrturaismo ‘em linguistica. A partir dai sua teoria foi seguida por respeitados estudiosos que também delimitaram 0 campo de sua ciéncia de modo restive “Contudo “mais adiante, escreve Jean-Louis Cahet” que as linguas nao existem sem as pessoas que as falam, ¢ a historia de uma lingua é a fistéria de seus falartes" e esta afimmagao vai trazer @ tona uma divergéncia fundamental para outros linguistas, que consideram e muito 0 social na lingua. E quando entram em cena duas corentes que iro se desemvolver de modos diferentes: uma foca na organizagao dos fonemas de uma lingua em sua sintaxe; a outa, na estratficagao social das Inguas de acordo com as classes sociais Wiliam Labov discorda de Sausure e afirma que a lingua é um fato socal «@ que a linguistica entao, s6 pode ser uma ciéncia social e assim define que a sociolinguistica & a Inguistica, conforme declara nosso autor na pagina 31- item 5 deste lv, O linguista francés Antoine Meillet (1866-1936) que quase sempre fora tido como discipulo de Sausure, define a ingua como um fato socal e diz que “ao separar a variagao linguistica das condigdes externas de que ela depende, Ferdinand de Saussure a priva da realidade; ele a reduz.a uma abstragao que & necessariamente inewplcavel", Quando Saussure opse lingustica intema © extema, Meilet as associa. Enquanio Saussure labora um modelo abstrato da lingua, Meillet pSe na balanga o fato socal @ o sistema que tudo contém, Neste capituo entendemos endo, que o tema da lingua como fato social central em Meillet, 6 profundamente ant-saussuriano © que depols da htp:Nitin blogspot com/2016/0dresenha-doiro-sociolinguistica-umaint cartées de visita e afins Arquivo do blog. > 2018.) > 2017 7) ¥ 20166) > Julho @) > Maio) yoni (1) Resena do tro Socilinguistica ~ Uma Intrugao. > Feversico (2) > 201521) > 2013 (0) Professora na Etec Julio de Mesquita em Santo André- Sao Paulo. Viviane Favero sour Mou nome comploto 6 Vane ‘Aparecida Favero Glin, Estou ceasada ¢ tenho ts fIhos maravihosos. A minha experénca profssional é bastan ecltioa, pois '@trabalel em banco, fii empresdra, profssional Iberal ede 2011 até 2014 rabalhel como prfessora de portugués @ inglés na rede astadual de ensine do Estado de Séo Paulo, Nos anos de 2015 o 18 partcipel ome volun no Projto Mais Educapao do Govemo Federal, dando aulas de efoo na aiscipina de portugues, Desde agosto de 2017 estou lecionando na ETEC Jato de Masquita em Santo Andi isciptna do Inglés instrumental ‘os dezenove anos desis da liconciatura, por motios particuares 4 an22018 \ViiF ero: Reserta do lio Socilinguistica - Uma itrodugdo Crca( Louls-Jean Cahet) publicagao do Curso de Linguistica Geral, outro discurso se instala: as fungées sociais da lingua. Ainda neste captulo so mencionados outros estudiosos com posigSes manislas acerca da lingua: Nicolai Marr (1864-1934) autor da teoria das linguas jaféticas. Ele dissera ter a lingua uma origem comum para todas, iniciaimente sob forma gestual, depois a partir de quatro elementos fBnicos—~sal, ber, yon, et ch —- & constituda a linguagem da casta que estava no poder. Fica subentendido entao que, a lingua desde sua origem € 0 iinstrumento de poder e sempre serd marcada pela diviséo da sociedade em classes sociais. Marr acreditava que o advento mundial do socialismo provocaria a apatigao de uma nova lingua, Mikhail Bakhtin( 1895-1975), hoje o mais célebre representante da linguistica, Pesa sobre ele da década de 70, a divida sobre a autoria de alguns los, acredito por questées polticas, mas o fo aqui resenhado no da cortinuidade ao fato indica apenas sua biografia, entio nada mais acrescento. Marcel Cohen( 1884-1974 ), especialista em inguas semticas e membro do partido comunista publicara uma obra em 1956" Por une Sociologie du Langage” que seré aceita muito bem na Reptilia popular da China e um encontro histérico em 1974 14, uma delegagao do lnguistas americanos, inclusive Charles Ferguson © Wiliam Labov, se encontram e desse encontro surgiré uma obra coletiva ( Language and Linguistics in the Peple’s Republic of China) na qual se abordam, entre outros assuntos, a reforma da lingua, 0 ensino das linguas estrangeiras, as linguas das minorias, a lexicografia etc. Nesse porto, Louis-Jean Cahet opina sobre esse enconiro dizendo que “.ndo pode haver sociolinuistica sem sociologia, © se a tentativa soviética ndo foi em nada satisfatiia, 0 problema de uma anélise da lingua em sociedade subsiste” Basil Bemstein (1924-2000 } especialista inglés em sociologia da educagéo sera 0 primeiro a levar em consideragao as produgdes linguistcas reais a sitwagdo socioldgica do falantes, Ele faz uma comparagao enire as criangas da classe operéria e as ctiangas das classes abastadas constata que as primoiras apresentam uma taxa de fracasso escolar muito maior que a segunda, se utiizando das produgdes linguisticas das mesmas © define dois cédigos, os quais chama de restrto( 0 unico que as criangas dos meios desfavorecidos dominam que se caracleriza por frases breves e sem subordinagdo © vocabulério limitado), e 0 cédigo elaborado ( dominado pelas criancas das classes favorecidas, que dominam também 0 cédigo restrto). Esses estudos foram importantes porque foi a primeira vez quo se foz uma descrigéo da diferenga inguistica parindo da diferenga social. Porém, essa afirmacao foi melhor estabelecida por William Labov, na qual mostrou que Bernstein no desctevia verdadeiramente cédigos, mas sobretixio estos. Embora suas teorias hoje sejam poucos citadas, ele representou uma virada signficativa na histria da lingustica como uma espécie de caralizador da concepgao social da lingua Wiliam Bright (1928-2006 )Em uma conferéncia sobre sociolinguistica em Los Angeles em malo de 1964, encarregado de publicar as alas, define j& no Seu principio que a sociolingustica ‘ndo 6 facil de definir com preciso". Ele define quais so 0s fatores que condicionam a diversidade linguistica em 03(tr6s) -a identidade social do fatanto, a identidade social do destinatario e 0 contexto e isto representa um marco da andlise linguistica relacionado @ teorla da comunicagao( emissor, receptor contexto. No mundo existem entre 4.000 e 6,000 linguas diferentes © cerca de 150 paises ¢ isio comprova que o mundo 6 plurligue © que as linguas esto constantemenie em cortato € 0 resultado disso ¢ um dos primeiros objotos de estudo da sociolinguistica. O autor argumenta que parece obvio a interferéncia de elementos estrangeiros em uma lingua, principalmente no sistema fonolégico, morfoldgico @ sintético. Como sugestio de letura, fica 0 Ivo Languages in Contact de Uriel Weinvic. Ha também uma observagdo importante no que diz respeito as interferéncia no campo lexical: 08 faisos cognatos. Louis- Jean Cahet htp:Nitin blogspot com/2016/0dresenha-do-iro-sociolinguistica-uma int fu sequindo a vida junto as opertunidedes, ‘Sou muito cuiosa, mas nfo tenho rita paciéncia. Costa de leituras rapidas e de escreverpoesias, contos {© arigos que emer o catdiano. Visualzar meu peti completo Parceiros 24 an22018 \ViiF ero: Reserta do lio Socilinguistica - Uma itrodugdo Crca( Louls-Jean Cahet) comenta também a importancia do plurlinguismo, pois no caso de um falante no falar a lingua do outro, tomarao posse de uma terceira lingua, chamada de veicular, ou soja, de conhecimento comum. Mas caso nenhuma das partes conheca esta tim, eles vao inventar para si outra forma de lingua, geralmente uma lingua mista ( sabirs). Exemplo da lingua franca (itaianotoutras linguas do contoro do mediterraneo). Porém, quando esse processo de comunicagao tomase mais amplo e seu sistema sintatico mais desenvoWvido, chama-se de pidgins, Temos como exemplo o inglés pidgin desenvolvido entre comerciantes ingleses © chineses ao longo da costa do mar da China. Inglés business? Na p.51, 0 autor cita uma adverténcia: "A cada vez, a comunicagéo se produz a despeito do pluritnguismo, ou sobretudo sob a forma de administragao do plurilinguismo. Mas o bilinguismo social nem sempre é to harmonioso. Ele pode ser também confltuoso” Louis-Jean Calvet se manifesta levantando a hipétese de que a lingua no passa de mero “instrumento de comunicag&o", o que significa uma relag&o neuira entre o falante e sua lingua. Aqui ndo vou me estender, haja vista todas as consideragées feitas por estudiosos a respeito, nos capttulos anteriores do lio, e j4 comentadas de maneira convincente. Quanto aos preconceitos, concorde que @ histéria comprova essa situagao, pois na verdade 0 preconceito ndo é contra a lingua, mas sim pela classe social a qual o falante pertence. E isso ocorre também nos dias de hoje. Se for pobre, nao fala direito. No Brasil, por exemplo, o falar bem ocorre em S40 Luis do Maranha; na Franga em Anjou. No entanto, acredito que nao existe modo certo ou errado de se falar e sim o “uso certo”, quando a situagao fexige 0 uso da norma padréo da lingua, Certamente 0 autor tem razao quando diz que “nao se tem as mesmas aliltudes linguisticas na burguesia © na classe operdiria, em Londres ou na Escécia, hoje e cem anos atras.” “Aqui o que interessa & sociolinguistica € o comportamento social que essa norma pode provocar’ No capitulo 3 ha uma passagem muito interessante no que diz a segurangalinseguranga com algumas pronincias da lingua: Peter Trudgill conduziu na cidade Norwich, na Gré-Bretanha, uma longa pesquisa da qual tomaremos atengéo a um ponto: a proniincia de termos como tune, student, music pelas duas variantes coexistentes em Norwich, fu e /u, ‘Assim para tune, temas fn! de um lado e /tu:n! de outro. A primeira é considerada como mais prestigiosa que a segunda. Apés anafsar a gravagao, 0 pesquisador pediu aos candidatos a pesquisa que relatassem como pronunciavam ou pensavam que pronunciavam e apés cruzamento das respostas, 40% deles que pralicavam a proniincia “prestigiosa" tinham tendéncia a subavalar sua propria pronincia, ao asso que 16% daqueles que praticavam a outra, tendiam a superavaliar a propria prontncia. Interessante também 0 que ocorre em Nova York, com a pequena burguesia. Numa pesquisa, W.Labov, declara que existe uma profunda inseguranga linguistica entre os falantes © acrescenta que "em geral, os novaorquinos tem certa repugnancia pelo “sotaque” de sua cidade e esto convencidos de que hé uma lingua ‘correta’ que se esforgam por atingir em sua conversagao monitorada’. Em relagao a significacao para fonética © a fonologia, Wiliam Labov foi 0 primeiro a estudar de modo convincente a questao lingua e fala- 0 abstrato © 0 conereto. Faz uso da dicotomia saussuriana. Ele estudou 0 uso de duas semivogais na populagao de uma ha sittada a costa de Massachussetts: @ pronincia do ditongo fay! em palavras como rightvine,wife e do ditongo law! house, doubt, out. Definiu ao mesmo tempo sua metodologia e teoria das relagées entre as estralificagées linguisticas © sociais, Revendo este texto bastante complexo, ficam claras as evidncias das mudangas que ocorrem na lingua, sejam elas intencionais ou nao. Podem ocorter por causa da modernizagao na escrita ou no Kexico, mas também com a incorporagao de muitas palavas estrangeiras. A lingua é um produto social e toda mudanga que ocorrer dentro de uma comunidade serd refletida através dela. htp:Nitin blogspot com/2016/0dresenha-do-iro-sociolinguistica-uma int a4 an22018 \ViiF ero: Reserta do lio Socilinguistica - Uma itrodugdo Crca( Louls-Jean Cahet) POs -2013 Posted por Vivane vero Le Nenhum comentario: Postar um comentario Q) comentar come: erstinesou + sa water retsquene Links para esta postagem (har um tink Postagem mais recente Pagina inicial Postagem mais antiga ‘Assinar: Postar comentarios (Atom) Toma Marea d'igua, Tecnologia do Blogger. htp:Nitin blogspot com/2016/0dresenta-doiro-sociolinguistica-uma int 44

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