Manual do Aluno
Vitoria - 2014
1
MARINHA DO BRASIL
CAPITANIA DOS PORTOS DO ESPIRITO SANTO
Manual do Aluno
2ª edição
Vitoria – ES
2014
2
ʺMas não basta admirar: é preciso aprender. O mar é o grande avisador.
Pô‐lo Deus a bramir junto ao nosso sono, para nos pregar que não
durmamos. Por ora a sua proteção nos sorri, antes de se trocar em
severidade. As raças nascidas à beira‐mar não têm licença de ser míopes; e
enxergar, no espaço, corresponde a antever no tempo. A retina exercida nas
distâncias marinhas habitua‐se a sondar o infinito, como a do marinheiro
e a do albatroz. Não se admitem surpresas para o nauta: há de adivinhar a
atmosfera como o barômetro, e pressentir a tormenta, quando ela pinta
apenas como uma mosca pequenina e longínqua na transparência da
imensidade. O mar é um curso de força e uma escola de previdência. Todos
os seus espetáculos são lições: não os contemplemos frivolamente.ʺ
Rui Barbosa.
3
Sumário
MARINHARIA
1 Estrutura das Embarcações 09
1.1 Embarcação 09
1.2 Classificação 09
1.3 Identificação de Corpos e Partes 09
1.4 Partes Principais da Embarcação 10
1.5 Componentes Estruturais 11
1.6 Embarcação Miúda 13
1.6.1 Tipos de Embarcações Miúdas 14
1.7 Âncoras e Amarras 15
2 Cabos, Nós e Voltas 18
2.1 Tipos de Cabos 19
2.2 Cuidados no Manuseio dos Cabos 19
2.3 Nós e Voltas 20
2.3.1 Nós 21
2.3.2 Voltas 23
2.4 Trabalhos Marinheiros 26
3 Manobra da Embarcação 27
3.1 Leme e Hélice 27
3.2 Cabos de Amarração 29
3.3 Amarração Padrão 30
3.3.1 A atracação 30
3.3.2 Atracar e Desatracar 31
3.3.3 Situações de Manobra de Embarcações 33
3.4 Fundear 36
3.5 Suspender 37
3.6 Fundeadouro 37
NOÇÕES DE ESTABILIDADE
4 Estabilidade 38
4.1 Esforços Estruturais Longitudinais 39
4.2 Características Lineares da Embarcação 39
4.3 Distribuição Longitudinal e Transversal de Pesos 43
4.3.1 Efeito de pesos Altos 44
4.3.2 Peação de Carga 45
PRIMEIROS SOCORROS
5 Primeiros Socorros 46
5.1 Introdução 46
5.2 Termos Usuais 47
5.3 Omissão de Socorro 48
5.4 O Que são Primeiros Socorros 49
5.4.1 Primeiras Atitudes 49
5.5 Avaliação da Cena 51
5.6 Avaliação Inicial 51
5.6.1 Sinais Vitais de um Acidentado 51
4
5.6.2 Desobstruir as Vias Aéreas 52
5.7 Técnicas para Ventilação Artificial 54
5.7.1 Respiração Anormal 54
5.8 Técnica de Respiração Artificial 55
5.9 Detecção de Pulso pode ser feita de 2 maneiras 57
5.9.1 Detecção de Pulso Carotídeo 57
5.9.2 Detecção de Pulso Braquial 57
5.10 Parada Cardíaca 57
5.11 Procedimentos em Casos de Choque Elétrico 59
5.12 Queimaduras 60
5.12.1 Noções Básicas de Queimaduras 60
5.13 Afogamento 65
5.14 Trauma em Ossos 66
5.14.1 Sinais e Sintomas de Fratura 67
5.14.2 Luxação 67
5.14.3 Sinais e Sintomas de Luxação 67
5.15 Amputação 68
5.15.1 Procedimento em Caso de Amputação 68
5.15.2 Regras Gerais de Imobilização 68
5.16 Hemorragia 69
5.16.1 Primeiros Socorros 70
5.16.2 Hemorragia Interna 70
5.16.3 Hemorragia Externa 70
5.17 Enjôo 73
SOBREVIVÊNCIA DO NÁUFRAGO
6 Material de Salvatagem 74
6.1 Introdução 75
6.2 Os Recursos para Salvatagem nas Embarcações 75
6.2.1 Colete Salva-Vidas 77
6.2.2 Bóia Salva-Vidas 78
6.2.3 Embarcação de Sobrevivência 80
6.3 Procedimentos do Náufrago Antes do Resgate 81
6.3.1 Distância da Embarcação Sinistrada 82
6.3.2 Destroços como Recurso para Flutuação 82
6.3.3 Ingestão de Água Salgada 83
COMBATE A INCÊNDIO
7 Combate a Incêndio 84
7.1 Componentes do Triângulo do Fogo 85
7.2 Classificação dos Incêndios 87
7.3 Agentes Extintores 88
7.4 Medidas Preventivas Contra Incêndio a Bordo 89
COMUNICAÇÕES
10 Introdução 134
10.1 Faixas do espectro de freqüência e suas utilizações mais comuns nas 134
comunicações marítimas
10.2 Operação do Equipamento VHF 135
10.2.1 Canais Simplex e Dúplex 135
10.2.2 Operação do Equipamento HF/MF 136
10.2.3 Radioamador e outros meios como recursos auxiliares na comunicação 137
10.2.4 A fraseologia padrão e a disciplina nos circuitos 138
10.2.5 Chamada de Segurança 139
10.2.6 Chamada de Urgência 139
10.2.7 Chamada de Socorro 139
METEOROLOGIA
11 A Importância do Estudo da Meteorologia como fator de segurança à 142
navegação
11.1 Sistemas Sinóticos e Informações Meteorológicas 142
11.2 Descrição da circulação de ar e a nebulosidade observada durante a 145
aproximação e passagem de frentes frias e quentes
11.3 Interpretação de Cartas Sinóticas e Boletins Meteorológicos 148
11.4 Interpretação de Imagens de Satélites Meteorológicos 153
6
11.5 Processo de Formação das Nuvens em Suas Diversas Altitudes 155
LEGISLAÇÃO
13 Lei que dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário em águas de 188
jurisdição nacional (LESTA) e sua regulamentação (RLESTA
13.1 Resumo da Seção VI – 0435 NORMAN/03 211
7
MARINHARIA
8
1. Estrutura das Embarcações
1.1 Embarcação
1.2 Classificação
9
Proa – é a extremidade anterior do navio no sentido de sua marcha normal. A
proa é a origem de contagem das marcações relativas. Corresponde aos 000°
relativos.
Veja na figura a seguir um pouco sobre as condições que se pode obter, a bordo
de uma embarcação.
10
Alhetas – partes do costado de um e de outro bordo entre o través e a popa. Para
efeito de marcações relativas a alheta de BE está aos 135° da proa e a de BB aos
225° dela.
Casa do Leme – Trata-se do local situado no passadiço ou próximo dele, onde fica
instalada a roda do leme ou timão, onde atua o timoneiro.
11
Convés – é o fechamento do casco. Este pode ser de madeira ou metálico. Há
navios que têm mais de um convés. Neste caso chamamos o primeiro de principal e os
restantes numerados como 2o, 3 o, etc.
Mastro – Os mastros, a bordo, têm inúmeras funções, como sinais, velas, fixação
de aparelhos de laborar, posto de vigilância, etc.
Linha d’água – é uma faixa pintada com tinta especial no casco dos navios, de
proa a popa sua aresta inferior é a linha de flutuação leve. Normalmente só é usada
nos navios de guerra.
12
Compartimentos – são as divisões internas de uma embarcação.
Obras vivas (carena) é a parte do casco que fica mergulhada na água quando a
embarcação está totalmente carregada.
Obras mortas – é parte do casco que fica acima da linha d´água quando a
embarcação esta totalmente carregada.
13
1.6 Embarcação Miúda – são consideradas embarcações miúdas aquelas:
b) Com comprimento menor que oito (8) metros que apresentem as seguintes
características: convés aberto ou convés fechado, sem cabine habitável e sem
propulsão mecânica fixa e que, caso utilizem motor de popa, este não exceda
30HP.
Considera-se cabine habitável aquela que possui condições de habitabilidade.
14
Escaleres são embarcações, a
remo e a vela, de proa fina e popa
quadrada (são particularmente úteis
para serviço leves no porto).
15
Baleeira de sobrevivência de
lançamento livre (free fdall) são
embarcações especiais para
salvamento, construídas de fibra; não
podem ser usadas em qualquer
serviço estranho a salvamentos, e
devem ser conservadas com o maior
cuidado.
ÂNCORAS
Nas embarcações pequenas o fundeio é bem simples, uma vez que um peso
amarrado a um cabo ou corrente é suficiente para prender temporariamente a
embarcação no local desejado.
• Âncora Almirantado
• Âncora Almirantado
ANETE
CEP
HAST
UNHA
PAT
CR
BRAÇ
• ÂNCORAS DANFORTH
CEPO
CEPO
ANETE
16
Amarra
17
Espias são cabos que servem para
amarrar o navio ao cais ou a outro navio.
18
Mastro – peça de madeira ou ferro colocada na posição vertical, de formato
normalmente cilíndrico. Nas embarcações, o mastro é usado principalmente na
sustentação dos aparelhos de carga, que facilitam a carga e a descarga. O principal
aparelho de carga existente a bordo é o pau-de-carga, que é uma vêrga de madeira ou
de aço com uma extremidade presa ao mastro e que possui um tipo de roldana
na outra extremidade e serve para içar e arriar a carga no porão da embarcação ou no
cais. Os mastros situam-se no convés e não podem ser protegidos com capas. Por
esta razão, este material sofre muito os efeitos da água salgada e das chuvas; daí a
necessidade de constante inspeção e lubrificação.
19
Saber manusear os cabos é garantia de uma embarcação bem amarrada, de uma
carga bem peada.
De arame – a formação dos cabos de arame difere bastante da que se faz com
fibra vegetal, uma vez que compõe-se apenas de fios torcidos e isto não pode ser feito
de forma manual. Mesmo assim o cabo de arame, também chamado de cabo de aço, é
o mais resistente. Medimos o cabo de arame pelo seu diâmetro e em polegadas. Assim
dizemos “a bitola do cabo é de tantas polegadas”.
20
Os cabos de arame devem ser colhidos em sarilhos (espécie de carretel)
apropriados. Entre os cuidados que se deve ter estão a lubrificação com óleo de
linhaça cru (cabos em uso) ou semestralmente com o banho de alcatrão (cabos
imersos por longo tempo).
21
2.3.1 Nós
22
Nó torto – parece-se com o nó direito,
porém a segunda volta é invertida,
tornando-o desusado por correr e quando
aperta não se desfaz com facilidade.
Nó de escota singelo – é um nó de
muita segurança, com a grande vantagem
de poder unir cabos de bitolas iguais ou
diferentes.
23
Nó de pescador – é um nó fácil de
fazer, bastando unir dois cabos ou fios e
se dê uma meia volta e depois outra no
chicote oposto. Tem este nome por ser
muito útil para unir linhas finas de pesca.
2.3.2 Voltas
24
Volta de malagueta - é mais usada
em barcos ou navios a vela, e a utilidade
da volta é dada no cabeço em cruz.
25
Após engatarmos uma carga devemos fechar a boca
do gato, mordendo-a com um cabo, para que na
eventualidade de um tranco maior não venhamos a
perder a carga.
26
2.4 Trabalhos Marinheiros
São os diferentes trabalhos a bordo pelos quais as lonas e os cabos se prendem,
são emendados ou se fazem fixos.
Botões – são voltas redondas dadas em torno de duas partes de um cabo a fim de
prendê-las de modo definitivo. Os botões se constituem em esbarros e união entre
cabos paralelos ou cruzados.
27
chicote de um cabo. A figura ao
lado apresenta uma das maneiras
de falcaçar o chicote de um cabo.
O leme tem por finalidade dar direção a uma embarcação e mantê-la a caminho,
no rumo determinado. É por meio do leme que se faz o navio guinar. Ele é disposto na
popa e só tem ação quando a embarcação está em movimento (ressalvados os casos
de correnteza), uma vez que o seu efeito é resultante da força das águas, em
movimento, sobre sua porta. O leme é comandado por um timão, por uma roda de
leme ou por uma cana de leme. Ao girarmos o timão ou a roda do leme para um
bordo a proa da embarcação irá para esse bordo. Já com a cana do leme, ao empurrá-
la para boreste (BE) por exemplo, a proa irá para bombordo (BB) e vice-versa.
28
Na harmonia entre hélice e leme, há um agente intermediário que por vezes altera
a conjugação dos dois. São as correntes. O hélice ao girar, forma a corrente que
recebe o nome de corrente do hélice.
Outra corrente que o hélice produz, ao movimentar toda a água em que está
mergulhado, é a corrente de descarga. Esta corrente altera a direção da embarcação,
tanto ao dar adiante, quanto a ré.
Ao movimentar-se, a embarcação arrasta consigo uma grande massa d’água, em
virtude do atrito do seu casco na água. Esta é a corrente de esteira.
Nas três figuras que se seguem você pode perceber os efeitos dessas correntes.
29
Efeito da corrente de descarga sobre a popa na marcha AR
Queremos dar ênfase maior às espias, pois são os cabos responsáveis pela
amarração dos navios, e às boças, que usamos para amarrar as embarcações de porte
menor.
30
3.3 Amarração Padrão
3.3.1 A Atracação
É, sem dúvida, uma manobra que exige a maior atenção por parte dos
comandantes, mestres e padrões de embarcações. Há ocasiões em que nem o
comandante se sente autorizado a atracar sem que se valha do auxílio dos práticos
daquela área de navegação. Nos casos da navegação fluvial, os mestres e padrões
não necessitam de tal recurso, por estarem normalmente bastante acostumados a
repetirem o mesmo percurso e atracarem e desatracarem, nos mesmos locais.
Mesmo sendo a navegação fluvial uma navegação prática, por vezes, em vez de
marcar-se um farol baliza ou farolete, marcamos um coqueiro ou uma palmeira. São
manobras que, embora sejam delicadíssimas e exijam total atenção e precisão,
tornam-se menos perigosas pela falta de alterações nas correntes, fato tão freqüente
nos mares e oceanos, embora em caso de mau tempo o perigo seja comum ou até
maior no caso das águas rasas. Muitas vezes os mestres se valem das suas poitas ou
ancorotes para conseguirem suas atracações ou retardarem as desatracações.
31
Algumas embarcações são providas de dois hélices, fato que facilita bastante as
manobras de atracar e desatracar, dando ao leme um poder maior de manobra.
Toda manobra com embarcações, mesmo o condutor sendo experiente ela deve
ser realizada em marcha reduzida e com cautela; segue algumas dicas:
A partir da posição de leme a meio, girando o timão para “BE”, o leme vai
para “BE”. Da mesma forma, se girarmos o timão para “BB” o leme vai para “BB”.
32
Se estivermos com o seguimento para ré o efeito será invertido, ou seja, com o
leme corrigido para boreste, a proa vai para bombordo, pois a popa é que segue o
leme, com o leme para bombordo ocorre o mesmo efeito: a proa vai para boreste e a
popa segue o movimento do leme.
33
De uma maneira geral, para atracar, levamos a embarcação com pouco
seguimento, e fazendo um ângulo de cerca de 45°, em relação ao cais, de maneira a
passar um cabo de proa logo que pudermos, carregando-se o leme para o bordo
oposto ao cais para fazer a popa vir a este. Havendo corrente, facilmente verificada
pela posição de outras embarcações que filam a ela, deve-se aproveitá-la, isto é,
atracar contra a corrente. Isso trás vantagem, pois a corrente agirá sobre a popa,
aproximado-a e facilitando a atracação.
Para desatracarmos, devemos inicialmente largar os cabos a ré e manobrando
com os cabos avante procurar abrir a popa. Se necessário, usaremos ainda o motor
dando atrás e manobraremos o leme como conveniente para obter tal efeito. Logo que
a popa estiver safa do cais, largamos os cabos de vante e dando atrás afastamos a
embarcação, dando adiante logo que julgarmos conveniente, manobrando o leme de
maneira a colocarmos nossa proa na direção desejada.
Podemos ainda desatracar usando uma corrente favorável. Se ela estiver pela
proa, folgamos os cabos a vante, mantendo os de ré apertados. A proa se afasta do
cais e a popa permanece junto a ele. Logo após folgamos os cabos a ré; a popa
também afastará, permitindo uma desatracação sem maiores dificuldades.
e a corrente estiver pela popa, adotamos o procedimento inverso, o que nos levará
também a uma fácil desatracação.
34
Atracação com Vento ou Corrente perpendicular ao Cais - Aproximação por
sotavento, aproximar-se do cais, com um ângulo aproximado de 45°. Assim que a
bochecha da embarcação tocar o cais, passar um espringue de proa. Dar leme para o
bordo contrário ao cais. Máquina adiante devagar. A popa encostará.
Largar do Cais com Vento ou Corrente pela Proa - Largar todas as espias
exceto o espringue de popa manter o leme contrário ao cais. Depois que a proa abrir
o suficiente, folgar o espringue, até que a popa se afaste do cais. Largar o espringue de
popa, dar máquinas adiante devagar.
35
Largar do Cais com vento ou Corrente pela Popa - Largar todas as
espias exceto o espringue de proa. Leme na direção ao cais, ir entrando o espringue da
proa. Quando a popa estiver safa, leme a meio e máquinas atrás devagar.
36
3.4 Fundear
Largar o ferro, deixando-se correr uma quantidade de amarra de, no mínimo, três
vezes a profundidade do local, ao mesmo tempo em que damos “máquinas atrás
devagar” o necessário para ajudarmos o ferro a unhar. Não devemos deixar a amarra
correr livre, com a embarcação parada, para evitar que ela embole sobre o ferro,
perdendo assim o seu efeito. As embarcações, exclusivamente a vela, devem largar o
ferro quando ainda com seguimento a vante, para o mesmo fim;
Ter certeza de que o “ferro” unhou, sem o que a embarcação ficará a garra;
Para evitarmos perder o ferro devemos nos habituar a fixar nele um cabo fino
chamado arinque que é agüentado na superfície por um objeto flutuante denominado
bóia de arinque;
37
3.5 Suspender
3.6 Fundeadouro
Ter espaço suficiente que permita a nossa embarcação girar sem perigo, em um
raio que será função da quantidade de amarra largada e do comprimento da
embarcação;
38
NOÇÕES BÁSICAS DE
ESTABILIDADE
39
4 Estabilidade
40
4.2 Características Lineares da Embarcação
41
Boca – É a largura da embarcação, pode
ser considerada boca máxima ou boca moldada.
Boca máxima (Bm) – É a maior largura do
casco, medida entre as superfícies externas do
chapeamento do casco.
Boca moldada (B) – É a maior largura do
casco, medida entre as superfícies internas do
chapeamento do casco
Quando a embarcação não está inclinada transversalmente, diz-se que ela está
adriçada.
Quando o calado a vante é igual ao calado a ré, diz-se que a embarcação está
em águas parelhas, sem compasso ou trimada.
42
Quando o calado a ré é maior do que o calado a vante, diz-se que a embarcação
está derrabada.
Quando o calado a vante é maior que o calado a ré, diz-se que a embarcação
está abicada.
linha de flutuação
43
Borda Livre (BL)
44
Observe de que maneira a distribuição de pesos a bordo afeta os calados e as
condições de estabilidade da embarcação.
Distribuição longitudinal
Distribuição transversal
45
atuação da força da gravidade, transformando o braço de endireitamento em um braço
de emborcamento.
Nas figuras podem ser vistos alguns desses materiais utilizados nas fainas de
peação.
46
47
PRIMEIROS SOCORROS
5. Primeiros Socorros
5.1 Introdução
48
Alguns deles são mais comuns de ocorrer a bordo do que em terra, tais como,
quedas por escorregões no convés, batidas com a cabeça, queimaduras em motores,
choques elétricos, insolação, enjôo, etc. Esses acidentes podem ter por conseqüências
fraturas, queimaduras, sangramentos, além da necessidade de transportar
corretamente o acidentado para outro local mais apropriado a bordo.
Acidente: Fato do qual resultam pessoas feridas e/ou mortas que necessitam de
atendimento.
A HORA DE OURO
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública:
Exclusão de ilicitude
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá
pelo excesso doloso ou culposo.
Formas de consentimento
O consentimento implícito:
O consentimento explícito:
A bordo de uma embarcação, de um modo geral, você não contará com o auxílio
de outras pessoas quando tiver que prestar socorro a quem tenha se acidentado. Além
disso, os recursos existentes a bordo de uma embarcação são poucos em relação aos
que existem em terra ou em grandes navios.
AVALIAÇÃO DO PACIENTE
AVALIAÇÃO DA CENA
51
CONTROLE O LOCAL E
REMOVA O PACIENTE PARA
LOCAL SEGURO
AVALIAÇÃO INICIAL
PACIENTE DE
EMERGÊNCIAS
PACIENTE DE TRAUMA
CLÍNICAS
AVALIE O MECANISMO
CONSCIENTE INCONSCIENTE
DA LESÃO
EXAME
AVALIAÇÃO BASEADO NA
MONITORE
EXAME FÍSICO ESPECIFICA DA QUEIXA DO
SINAIS VITAIS
LESÃO PACIENTE
TRANSPORTE TRANSPORTE
AVALIAÇÃO CONTINUADA
HOSPITALIZAÇÃO
A cena por si só
Após avaliar a cena, o Emergencista deve iniciar o gerenciamento dos riscos e o
controle da mesma, acionando se necessário, recursos adicionais para as medidas de
sinalização do local, isolamento da cena, desligamento de motores automotivos,
desativação de cabos elétricos energizados, remoção de pacientes em situação de
risco iminente, dentre outros.
• Vias aéreas
Permeabilidade e se há comprometimento da coluna cervical.
• Respiração
Se respira e como se processa esta respiração.
• Circulação
Se tiver pulso, se há hemorragia e risco de estado de choque.
5.6.1 Sinais Vitais de um Acidentado
53
O rosto do acidentado manifesta irregularidade pela cor azulada ou avemelhada
e umidade da pele, por meio de suores e palidez, verificar se a temperatura da vítima
está muito alta em relação à sua própria temperatura corporal.
54
Se não houver evidência de trauma craniano nem cervical, o Emergencista deve
utilizar a manobra de inclinação da cabeça-elevação do queixo para abrir as vias
aéreas.
As técnicas para abertura das vias aéreas são:
Manobra de empurre mandibular – casos de trauma (esta manobra deve ser utilizada
apenas em casos de trauma).
55
Em caso de trauma manobra de empurre mandibular
Respiração normal
57
Técnica de respiração boca-máscara
1) Abra a VA empurrando a
mandíbula do paciente;
4) Ponha os dedos restantes da outra mão que está mais abaixo ao longo da borda
óssea da mandíbula e levante-a. Se não houver suspeita de lesão da coluna cervical,
faça inclinação da cabeça-elevação do queixo;
58
5.9 A detecção de pulso pode ser feita de 2 maneiras:
3) Se não conseguir detectar com certeza um pulso, outros sinais de circulação ou,
caso a freqüência cardíaca seja menor que 60 bpm, em um lactente ou uma criança
com sinais de hipoperfusão, inicie as compressões torácicas.
59
Encontre o ponto de compressões da RCP
Adulto - Coloque a base de sua mão (que está próxima à cabeça do paciente)
no ponto de compressão da RCP. Sua outra mão deve ser sobreposta à primeira, de
modo que as bases das duas mãos fiquem alinhadas uma sobre a outra e seus dedos
não devem tocar o tórax do paciente. Seus dedos podem ficar estendidos ou
entrelaçados.
60
5.11 Procedimentos em caso de choque elétrico
O choque elétrico causado por altas descargas é sempre grave, podendo causar
distúrbios na circulação sanguínea e, em casos extremos, levar à parada cárdio-
respiratória.
Na pele, podem aparecer duas pequenas áreas de queimaduras (geralmente de
3º grau) - a de entrada e a de saída da corrente elétrica.
• se tiver que usar as mãos para remover uma pessoa, envolva-as em jornal ou
num saco de papel;
• empurre a vítima para longe da fonte de eletricidade com um objeto seco, não
condutor de corrente, como um cabo de vassoura, tábua, corda seca, cadeira
de madeira ou bastão de borracha;
5.12 Queimaduras
A pele é o maior órgão do corpo humano e a barreira contra perda de água e calor pelo
corpo, tendo também um papel importante na proteção contra infecções.
Pacientes com lesões extensas de pele tendem a perder líquido corporal e
temperatura e se tornam mais propensos a infecções.
Térmicas
Elétricas
62
Químicas
Radiação
Gravidade da Queimadura
Queimaduras de 1º grau:
63
Queimaduras de 2º grau
Queimaduras de 3º grau
64
Procedimentos
Queimaduras térmicas
Queimaduras químicas
65
Queimadura nos olhos
• Lavar o olho com água em abundância ou, se possível, com soro fisiológico
por no mínimo 15 minutos.
• Encaminhar a vítima para um pronto socorro o mais rápido possível.
Queimaduras elétricas
66
5.13 Afogamento
No caso de afogamento:
• ministrar oxigênio;
• não tentar resgatar ninguém da água se não for treinado para isso. Nesse
caso, deve-se jogar algum material flutuante para a vítima agarrar e chamar
por socorro especializado (salva-vidas).
A vítima de afogamento luta para inalar ar enquanto for possível. Por fim, a
vítima inala água ou um espasmo muscular da laringe fecha as vias aéreas.
67
5.14 Trauma em ossos
Fratura
68
5.14.1 Sinais e Sintomas de Fratura:
5.14.2 Luxação
69
Entorse
5.15 Amputação
• Controlar a hemorragia;
• Aplicar curativo estéril, fixando-o com bandagem ou atadura; e
• Guardar a parte amputada envolta em gaze ou compressa estéril (pode ser
também um pano limpo), umedecido com solução fisiológica;
• Colocar a parte amputada, agora protegida, dentro de um saco plástico e em
seguida dentro de um segundo saco ou caixa de isopor repleta de gelo;
• Transportar rapidamente ao pronto socorro.
5.16 Hemorragia
A hemorragia deve ser tratada na análise primária, para depois tratar as vias
aéreas e a ventilação do paciente. Nesta fase deve-se remover a roupa do paciente
para examinar as hemorragias.
Hemostasia
• Dor local;
• Pele pálida e fria;
• Edema em expansão;
• Sangramento pelo ouvido e nariz (hemorragia cerebral);
• Sede;
• Fraqueza, tontura e desmaio;
• Membro sem pulso, muitas vezes associada à fratura.
É de mais fácil identificação, pois basta visualizar o local onde ocorre a perda de
sangue. Os sinais e sintomas são praticamente os mesmos descritos para as
hemorragias externas, e os métodos de contensão, veremos a seguir:
72
Compressão Direta
Elevação do Membro
73
Pontos de Pressão
Tamponamento
Torniquete
5.17 Enjôo
75
SOBREVIVÊNCIA DO
NÁUFRAGO
76
6.0 Material de Salvatagem
6.1 Introdução
77
Os equipamentos coletivos de
salvatagem são as embarcações de
sobrevivência encontradas a bordo:
78
• os aparelhos flutuantes, também
conhecidos como balsas rígidas, usadas
apenas nas embarcações empregadas
em águas interiores.
A sua parte central destina-se apenas a
acomodar uma pessoa ferida ou
inconsciente ou uma criança; e
79
DPC
Sempre que for feito algum treinamento, principalmente dentro da água salgada,
o equipamento deve ser lavado com água doce e posto para secar, antes de ser
guardado no
camarote ou no paiol de salvatagem.
80
A bóia é um equipamento utilizado na faina de resgate de pessoas que estejam
dentro da água.
Como dito acima, a bóia circular é muito utilizada na faina de “homem ao mar”,
ou seja, quando um tripulante ou passageiro de bordo cai dentro da água. O que fazer
numa situação de emergência como essa? Essa é uma pergunta que todo aquaviário
tem que saber responder. O mais importante é o tempo em que se leva para retirar a
pessoa de dentro da água. Quanto mais rápido, maiores as chances de sobrevivência.
81
da pessoa (lembre-se, as bóias circulares podem
ter como acessórios sinais de fumaça ou
dispositivos de iluminação);
Caso não seja possível, o embarque será molhado, isto é, você terá que entrar
na água. O procedimento é pular sempre de pé (regra dos “pés primeiro”), com as
pernas fechadas e braços juntos do corpo, de preferência segurando seu colete salva-
vidas e nadar até o bote salva-vidas e embarcar nele com calma.
82
na balsa salva-vidas, de dentro da água, é utilizando a escada de tiras e a plataforma
de embarque, como demonstrado na figura abaixo.
Uma coisa você tem que ter sempre em mente: você só é sobrevivente após o
resgate! Até ser salvo, você é apenas um náufrago.
Para alcançar o seu objetivo, que é ser resgatado com vida, você tem que
observar os procedimentos de sobrevivência no mar. Veja os mais importantes:
83
• procure reunir todas as outras embarcações de sobrevivência que estejam nas
proximidades;
• estabeleça turnos de vigia com o objetivo principal de observar a aproximação
de um navio ou aeronave;
O náufrago tem que estar preparado para ser resgatado. Essa etapa da
sobrevivência é muito importante e não deve ser encarada com displicência. Ser
detectado não significa ser resgatado. Muitos acidentes, alguns fatais, ocorrem durante
o resgate. Encare o salvamento com toda a seriedade possível, evitando crises
emocionais. Deixe as para quando estiver em lugar seguro.
84
O resgate pode se dar por
embarcação ou por aeronave
(helicóptero), devendo o náufrago estar
sempre usando seu colete salvavidas.
Se o naufrágio se der nas proximidades de terra, procure chegar até ela, pois as
condições de sobrevivência serão muito melhores.
85
mantendo-os junto ao corpo como um recurso para se manter na superfície. Isso fará
com que você poupe energia e prolongue sua sobrevivência.
Beber água salgada mata! Nunca beba água do mar, nem a misture com água potável.
Quando o náufrago bebe água salgada, o sal fica acumulado em seu corpo,
havendo necessidade de água potável para dissolvê-lo nos rins, e posteriormente,
eliminá-lo através da urina. Como em condições adversas no mar não existe água
potável em quantidade adequada para hidratar o corpo, a própria água do organismo
vai migrar para eliminar o sal acumulado. Dessa forma, o náufrago que bebe água do
mar agrava o seu estado de desidratação, podendo inclusive morrer.
86
COMBATE A INCÊNDIO
7 Combate a incêndio
Fogo - É uma reação em cadeia de três elementos que produz luz e calor.
87
COMBATE A INCÊNDIO
O fogo pode ser representado por um triângulo, a cujos lados são associado os
componentes já citados: combustível, comburente e calor. Para existir o fogo é
necessário que os três componentes estejam presentes, assim como para o triângulo
existir são necessários os seus três lados.
a) Combustível
É tudo aquilo capaz de entrar em combustão, ou seja, é tudo que pode pegar
fogo.
88
Líquidos - Gasolina, álcool, óleo, diesel, etc.
b) Comburente
89
O comburente é o oxigênio que existe no ar atmosférico; o percentual de
oxigênio no ar atmosférico é de 21%. Além de oxigênio o ar contém 78% de
nitrogênio e 1% de outros gases.
c) Calor
90
Os incêndios são classificados em quatro classes: A, B, C, D.
91
Espuma - Utilizada para incêndios das classes A
e B. Não deve ser utilizada em incêndios das classes
C e D.
92
• serviços de solda elétrica e oxi-acetileno;
93
• material inflamável armazenado
indevidamente.
94
REGRAS DE MANOBRA, LUZES
E SINAIS SONOROS
95
8.1 Regras de manobra e suas descrições
O Regulamento Internacional Para Evitar Abalroamentos no Mar, também
conhecido como RIPEAM, é o conjunto de regras que, tendo a força de lei, prescreve
como deveremos conduzir as embarcações na presença de outras, bem como,
informá-las de nossas intenções ou ações, por sinais de apito, por luzes ou por
marcas diurnas, de maneira que possamos desenvolver manobras corretas e seguras,
afastando assim do perigo do abalroamento (colisão).
O RIPEAM se aplica a todas as embarcações em mar aberto e em todas as águas
a este ligada.
Nada contido no RIPEAM dispensará qualquer embarcação ou seu proprietário,
seu Comandante ou sua tripulação das conseqüências de qualquer negligência no
cumprimento destas ou em qualquer precaução reclamada ordinariamente pela prática
marinheira ou pelas circunstâncias especiais do caso.
96
∗ Manobra franca e positiva, o que, normalmente, significa dizer: altere o rumo
de maneira ampla. Varie a velocidade para mais ou menos de maneira
sensível.
∗ Manobre com bastante antecedência. Nunca espere o último momento.
∗ Se necessário, pare suas máquinas, ou mesmo, inverta-as para cortar seu
seguimento.
Canais Estreitos
O RIPEAM é dividido em quatro partes e trinta e oito regras, além do anexo que
especifica detalhes referentes às regras apresentadas.
Parte A – Generalidades
97
Esta parte contém as regras 20 a 31 e padroniza o uso de luzes e marcas que
devem ser exibidas pelas embarcações, conforme seu emprego, propulsão e situação
de governo.
Esta parte do regulamento trata dos sinais sonoros e luminosos previstos para
advertir outras embarcações sobre a manobra realizada, assim como chamar a
atenção e distinguir os sinais de perigo. Contém as regras 32 a 37.
Parte E – Isenções
Esta parte, que contém somente a regra 38, apresenta as isenções feitas neste
regulamento.
Anexo
100
C - No momento em que as alhetas estiverem na mesma altura, o movimento
dos filetes líquidos e a corrente de sucção do hélice fazem acontecer uma atração
mútua de ambas as popas, momento em que há de se tomar muito cuidado.
Diante desses fatos e nas interações que acontecem com embarcações de porte
diferente, os efeitos descritos só serão sentidos na de pequeno porte. Por isto, o
procedimento correto nessa situação é passar o mais distante possível da de grande
porte e ao passar o momento do través, dar uma pequena guinada para o bordo desta
a fim de evitar as atrações das popas.
Então, baseado no que foi visto anteriormente, o que acontece com essas duas
embarcações em manobra de ultrapassagem?
A menor como alcançada - Neste caso a tendência da popa é cair para cima da
margem mais próxima, devido ao efeito das ondas de proa da outra embarcação (maior
porte), podendo até fazer com que a embarcação alcançada (menor porte) atravesse
no canal. O procedimento correto é solicitar, através de uma boa comunicação, a
redução da velocidade de ultrapassagem da embarcação alcançadora.
101
A menor como alcançadora - Neste caso a tendência da embarcação é ter a sua
proa atraída pela corrente da embarcação alcançada (maior porte).O procedimento
correto então é manter a comunicação com a embarcação alcançada, solicitando que
reduza, ou mesmo pare a propulsão para permitir uma ultrapassagem segura.
C - Uma embarcação deve evitar tanto quanto possível cruzar vias de tráfego,
mas se obrigada a isto, deverá fazê-lo tomando o rumo mais próximo possível da
perpendicular à direção geral do fluxo do tráfego (ver embarcação A na figura abaixo).
E se possível avisar no VHF sua intenção de manobra para todos os navios.
103
8.4.1 Ações da embarcação obrigada a manobrar
Quando uma embarcação for obrigada a manobrar, a outra deverá manter seu
rumo e sua velocidade; entretanto, a embarcação que tem preferência poderá
manobrar para evitar a colisão, tão logo observe que a embarcação que teve a
obrigação de manobrar não execute a manobra. Por isto, hoje se torna vital a
comunicação VHF. entre embarcações, declarando em alto e bom som as manobras
que ambas as embarcações combinarem.
104
Navegar em velocidade segura, adaptada às circunstâncias de condições de
baixa velocidade predominantes, ou seja, navegar com a velocidade mínima que se
possa manobrar.
Uma embarcação que detectar a presença de outra apenas pelo radar, deve
determinar se está-se desenvolvendo uma situação de grande proximidade e/ou risco
de colisão. Caso assim seja, ela deverá manobrar para evitá-la com antecedência; se
esta manobra consistir de uma alteração de rumo, o seguinte procedimento deve ser
evitado, sempre que possível:
105
8.5.1 Identificação de luzes e marcas
106
8.5.4 Embarcações menores que 7 metros
108
8.6 Marca de reboque
De dia, quando o comprimento do reboque for superior a 200m, usar a marca
onde melhor puder ser vista.
109
Embarcação fundeada uma esfera preta
110
8.6.1 Embarcações engajadas na pesca
Pesca de arrastão
Marcas
Sem governo
Marca
111
8.6.2 Quando estiver encalhada exibirá
Marca
112
Marca
Marca
As embarcações menores que 50m podem exibir apenas uma luz circular
branca, onde melhor possa ser vista.
113
Marca
Primeiro vamos saber que sinais sonoros deverão soar e quanto tempo eles
devem durar, de acordo com o tamanho de sua embarcação.
115
Sinais sonoros emitidos em baixa visibilidade
116
Um apito longo e três apitos curtos.
Embarcação rebocada.
Embarcação encalhada.
117
NOÇÕES BÁSICAS DE
NAVEGAÇÃO
118
9 Navegação
Nas laterais das cartas náuticas estão representadas as latitudes e nas partes
de cima e de baixo, as longitudes.
119
Em alguns pontos da carta náutica encontramos rosas-dos-ventos, com as
orientações Norte, Sul, Leste e Oeste.
Aparecem, em toda a extensão das áreas cobertas por água, vários números
que representam as profundidades locais em metros.
Escala é uma informação mostrada logo abaixo do título da carta, que significa a
relação entre o representado e o real.
120
9.3 Rumo, Proa e Marcação
Rumo é uma linha traçada na carta náutica, com direção e sentido definidos.
Uma embarcação para ir de um ponto a outro, deve seguir um rumo.
A Terra é um imenso imã e, por causa disso, possui magnetismo ao seu redor e
polos magnéticos (norte e sul), que são defasados dos polos geográficos. O Norte
Magnético é a direção de referência para onde apontam quaisquer barras imantadas
121
suspensas livremente na superfície da Terra, tais como as bússolas ou agulhas
magnéticas.
122
Observando-se uma carta náutica, encontramos a declinação magnética local de
20ºW. Sabendo-se que o Rumo Verdadeiro traçado na carta foi de 200º, qual será o
Rumo Magnético?
Rv = 200º
dmg= 20° w(+)
Rmg = Rv + dmg
Rmg= 220°
Sabendo-se que a marcação verdadeira de um farol foi de 150 graus, qual a marcação
magnética, sendo a dmg local de 20 graus W ?
Solução numérica:
123
Mv = 150°
dmg = 20 W(+)
Mmg = Mv + dmg
Mmg= 170°
Solução gráfica:
9.4.1 Agulhas
Agulha magnética
• Sensibilidade
A agulha deve indicar as inúmeras variações de rumo.
• Estabilidade
O rumo indicado pela agulha deve ser mantido a despeito dos movimentos de
caturro, balanços e arfagem do navio.
124
Agulha Giroscópica
Agulha Giroscópica
Precessão é a propriedade que o giroscópio livre tem de, ao ser aplicada uma
força tentando deslocar o eixo de rotação de sua direção, em vez de o eixo se mover
na direção da força o faz num plano que forma 90° com a direção da força aplicada.
Aproveitando-se dessas duas propriedades e aplicando-se forças convenientes,
podemos orientar nosso rotor para o meridiano geográfico.
9.4.3 Odômetro
125
São aparelhos que indicam a distância percorrida.
O odômetro do tipo Pitot possui uma haste sensora, em cujo interior existem dois
tubos; um tubo que abre para vante e outro que abre para ré. Quando o navio se
movimenta para vante, a porta de vante recebe pressão total. O tubo que abre para ré
fica exposto à pressão estática. Conhecendo-se as duas pressões, pode-se calcular a
pressão dinâmica que dá a velocidade do navio.
9.4.4 Ecobatímetro
9.4.5 Anemômetro
A palavra RADAR tem origem nas letras iniciais da frase em inglês: “Radio
Detection And Ranging “.
Componentes do sistema
Seguimento espacial
Seguimento de controle
127
É responsável pela monitoração, geração, correções e avaliação de todo o
sistema, existe uma estação central nos Estados Unidos e monitoras em outros pontos
da terra.
É uma técnica usada em tempo real para remover a maioria dos erros que o
GPS possa apresentar. O DGPS consiste em um receptor GPS estacionário sobre um
ponto de coordenadas conhecidas (estação base), que no caso de navegação na costa
brasileira são utilizadas as estações radiogoniométricas da Marinha. Como esses
receptores conectados à estação base estão relativamente próximos, irão experimentar
erros similares que serão corrigidos, chegando à precisão de 5 m.
• TRK ou BRG
É o rumo apresentado pelo GPS; o instrumento já fornece o rumo verdadeiro.
• COG
Rumo no fundo; é a direção resultante realmente navegada, desde o ponto de
partida até o ponto de chegada, num determinado momento, ou seja, o rumo
no fundo é a resultante entre o rumo na superfície e a corrente.
• VMG
Velocidade no fundo; é a velocidade ao longo da derrota realmente seguida em
relação ao fundo do mar, desde o ponto de partida até o ponto de chegada.
• SOA
Velocidade de avanço; é aquela com a qual se pretende progredir ao longo da
derrota planejada. Os cálculos do ETA e do ETD são feitos baseados nesta
velocidade.
• ETA
128
Hora estimada de chegada
• ETD
Hora estimada de partida
• MOB
Homem ao mar; esta tecla do GPS permite que, em caso de homem ao mar,
imediatamente após ser acionada, o GPS insere um ponto chamado MOB com
a posição atual e ao mesmo tempo executa a função GO TO (vá para),
considerando este ponto como destino.
9.5 Balizamento
Bóias são dispositivos flutuantes que podem exibir luz (luminosas) ou não
(cegas).
129
9.5.1 Apresentação dos Sinais
a) Sinais laterais
A bordo de uma embarcação as cores das luzes de navegação dos bordos são
verde para boreste (BE) e encarnada para bombordo (BB). No sistema IALA “B”, quem
vai para o mar deixa os sinais encarnados por BB e os verdes por BE. Esta simples
regra de coincidência de cores dos sinais de balizamento e das luzes da embarcação
permite que o navegante manobre sua embarcação cumprindo as normas de
balizamento. De forma inversa, aquele que vem do mar deixa os sinais encarnados
por BE e os verdes por BB.
Bombordo: Para serem deixadas por bombordo por que entra nos portos.
Quando luminosa, a bóia exibe luz verde com qualquer ritmo, exceto grupo de lampejos
compostos (2+1) por período.
• cor: verde
• formato: cilíndrico, pilar
• tope (se houver): cilindro verde
• luz (quando houver):
• cor: verde
• ritmo: qualquer, exceto Lp (2+1).
130
Boreste: Para serem deixadas por boreste por que entra nos portos. Quando
luminosa, bóia exibe luz encarnada com qualquer ritmo, exceto grupo de lampejos
compostos 2+1) por período.
• cor: encarnada
• formato: cônico, pilar
• tope (se houver): cone encarnado com o vértice para cima
• luz (quando houver):
• cor: encarnada
• ritmo: qualquer, exceto Lp (2+1)
131
Canal preferencial a boreste: Quando um canal se bifurcar e o canal
preferencial for a boreste, o sinal lateral de bombordo, modificado pode ser usado.
Quando luminosa, a bóia exibe luz verde com um grupo de lampejos compostos (2+1)
por período.
132
d) Águas seguras: Indicam águas navegáveis em torno do sinal; incluem sinais
de linha de centro e sinais de meio de canal. Tal sinal pode também ser usado, como
alternativa, para um cardinal ou lateral indicar uma aproximação de terra. Quando
luminosa, a bóia exibe luz branca isofásica ou de ocultação ou de lampejo longo a cada
10 segundos ou em código Morse exibindo a letra A.
133
• cor: amarela
• formato: opcional, mas sem
conflitar com os outros sinais
• tope (se houver): formato de X
amarelo
• luz (quando houver):
• cor: amarela
• ritmo: Oc (...)
• Lp (exceto LpL 10s)
• Lp (4), Lp (5) ou Lp (6)
• Lp (...+...)
• ou Morse (exceto A e U)
f) Sinais cardinais: podem ser usados para indicar águas mais profundas, ou o
bordo safo para passar por um perigo, ou para chamar a atenção para a junção,
bifurcação ou fim de um canal.
Sinal norte
• cor: preta sobre amarela
• formato: pilar ou charuto
• tope (se houver): dois cones pretos, um acima do outro, ambos com o vértice
para cima
• luz (quando houver):
• cor: branca
• ritmo: VQ ou Q
Sinal leste
• cor: preta com uma única faixa larga horizontal amarela
• formato: pilar ou charuto
• tope (se houver): dois cones pretos, um acima do outro, unidos pelas bases
• luz (quando houver):
• cor: branca
• ritmo: VQ (3) a cada 5 s ou Q(3) a cada 10 s
Sinal sul
• cor: amarela sobre preta
• formato: pilar ou charuto
• tope (se houver): dois cones pretos, um acima do outro, ambos com o vértice
134
para baixo
• luz (quando houver):
• cor: branca
• ritmo: VQ (6) + LpL cada 10 s ou Q(6) + LpL a cada 15 s
Sinal oeste
• cor: amarela com uma única faixa larga horizontal preta
• formato: pilar ou charuto
• tope (se houver): dois cones pretos, um acima do outro, unidos pelos vértices
• luz (quando houver):
• cor: branca
• ritmo: VQ (9) a cada 10 s ou Q(9) a cada 15 s
135
As figuras abaixo representam o balizamento IALA B de uma entrada de porto
durante o dia e à noite.
136
A importância da conservação da sinalização náutica
Atenção:
137
NOÇÕES BÁSICAS DE
COMUNICAÇÕES
138
10 Introdução
VLF (Very Low Frequency – Freqüência Muito Baixa) – Esta faixa inclui todas
as freqüências-rádio menores que 30 KHz. É utilizada na navegação hiperbólica.
VHF (Very High Frequency – Freqüência Muito Alta) – Faixa entre 30 MHz e
300 MHz, sendo usada em comunicações de curta e média distâncias.
UHF (Ultra High Frequency – Freqüência Ultra Alta) – Faixa de 300 MHz a 3
GHz, sendo usada em comunicações a curtas distâncias e em radares banda S.
139
10.2 Operação do Equipamento VHF
140
O VHF possui Canais Simplex e Dúplex. Os Canais Dúplex devem ser apenas
utilizados para comunicações entre embarcações e Estações Costeiras, já os Canais
Simplex tanto podem ser utilizados para comunicações entre embarcações, como para
comunicações entre embarcações e Estações Costeiras. Portanto, use apenas Canais
Simplex para comunicações entre embarcações.
Exemplos de Canais Simplex: 6, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 73, 74, 77.
Canais Especiais:
141
Canais de Chamada e de Trabalho
142
b) O Radioamadorismo, também conhecido como “PY”, é destinado para as
comunicações não profissionais locais e a grandes distâncias. É permitido ao
radioamador operar em diversas modalidades: radiotelefonia, telegrafia, transmissão de
imagem e comunicação digital. O Radioamadorismo opera em diversas faixas de
freqüências: MF, HF, VHF, UHF, SHF e EHF. Para operar uma Estação PY, é
necessário possuir uma Licença de Estação Radioamador e o operador possuir um
Certificado de Operador de Estação Radioamador.
143
10.2.4 A fraseologia padrão e a disciplina nos circuitos
Exemplo:
O sinal de Urgência é PAN PAN (pronuncia-se PANE PANE) e deve ser repetido
três vezes, antes da mensagem, e sua prioridade é 2, só sendo suplantado pelo sinal
de Socorro.
Exemplo:
Exemplo:
Exemplo:
146
NOÇÕES BÁSICAS DE
METEOROLOGIA
148
No encontro de duas massas de ar de características diferentes (frias e quentes)
identifica-se a superfície que delimita essas massas. A interceptação dessa superfície,
denominada superfície frontal com o solo ou o oceano, é uma linha conhecida como
frente (Fonte: BRASIL, DHN, 1991, modificada apud Lobo & Soares, 2006).
Diz-se que uma frente é fria quando a massa de ar que avança é mais fria do
que a que se encontra em determinada região, isto é, a massa de ar frio se desloca
para substituir uma massa de ar quente na superfície. O ar quente, mais leve, sobe
quando empurrado pelo ar frio, formando na frente fria uma rampa abrupta, com
inclinação forte. Assim, a faixa de mau tempo associada a uma frente fria é, em geral,
mais estreita, embora mais rigorosa, do que a de uma frente quente. A frente fria
apresenta formação de nuvens cumuliformes, com chuvas em forma de pancadas
moderadas a fortes e trovoadas. Quando a massa é muito seca, pode não apresentar
nebulosidade e suas tempestades são apenas relacionadas a ventos fortes (Miguens,
1999). Quando o deslocamento da frente fria é lento, as mudanças não ocorrem tão
bruscamente, mas sim lenta e gradativamente, formando nuvens estratiformes, que
ocasionam precipitação contínua e persistente.
149
uma lenta queda de pressão atmosférica, com o desenvolvimento de nuvens
altas (cirrus, cirrocumulus, cirrostratus), com cirrus presentes até cerca de 500 km
adiante da frente (Miguens, 1999).
Uma frente oclusa é formada quando uma frente fria alcança uma frente quente
e uma das duas frentes, quente ou fria, deixa de ter contacto com o solo, para elevar-
se sobre a superfície da outra. A frente oclusa, assim, é proveniente do encontro de
uma frente fria com uma frente quente; as frentes oclusas estão, em geral, associadas
às circulações ciclônicas. Na região em que se forma a oclusão, observa-se a
existência de três massas de ar de natureza diferente: uma quente, uma fria, e uma
terceira mais fria ou mais quente do que as outras duas (Miguens, 1999).
Segundo Lobo & Soares (2006), a formação de uma frente fria está normalmente
associada à formação de uma região de baixa pressão, na junção das áreas
onduladas da frente fria e da frente quente. Nessa região de depressão a circulação
ciclônica é intensificada. A frente fria, nesse trecho, move-se mais rápida que a
frente quente. As duas frentes se juntam nessa região, no processo denominado
oclusão. No momento em que a oclusão se inicia, a circulação ciclônica está com sua
intensidade máxima. À proporção que a oclusão continua avançando, a circulação
ciclônica nessa região diminui e, consequentemente, a área de baixa pressão se
enfraquece. O movimento frontal fica mais lento, reduzindo a ondulação e tornando-se
outra vez uma simples frente estacionária, em equilíbrio, como visto na figura abaixo,
enquanto o centro de baixa pressão desaparece.
151
Circulação do Ar na Frente (HN): O navegante observa que os ventos na
superfície têm direções distintas antes e depois da frente. Na frente fria, o ar frio sopra
na direção da frente, enquanto que o ar quente sopra na direção paralela à frente, ao
mesmo tempo em que tem movimento ascendente, resultando em nuvens e
precipitações limitadas a uma estreita faixa adiante da frente. Para facilitar a clareza da
figura, a seção vertical apresenta medidas consideravelmente exageradas. Fonte:
(Moran,1994, apud Lobo & Soares, 2006).
152
passagem da frente pela indicação da variação dos parâmetros, pressão atmosférica,
temperatura do ar e direção do vento, nas fases de aproximação e de passagem da
frente.
a) A pressão do ar cai;
b) A temperatura do ar aumenta;
c) O vento predominante sopra no HS do quadrante Norte, normalmente NW ou
N, e no HN de SW ou S;
d) A nebulosidade aumenta com surgimento no horizontal de topo de
Cumulonimbus, ou seja, nuvens Cirrus, tipo em garras ou rabo de galo.
154
A consulta à Carta sinótica de pressão do ar referente à superfície normalmente
é realizada quando há deslocamento de massa de ar frio para a direção da região
tropical, em que a configuração da frente fria apresentada se mostra na forma de uma
linha quase perpendicular ao litoral Sul do Brasil. Ao mesmo tempo em que a frente fria
vai se deslocando ao longo da costa Sul e sudeste, vai se afastando da direção do
oceano. Quando as frentes frias atingem as Latitudes da Bahia, praticamente estão
paralelas à costa e bastante afastadas do litoral, afetando as embarcações que
estiverem navegando em alto mar.
Os avisos de mau tempo são emitidos quando uma ou mais das seguintes
condições meteorológicas estejam previstas:
Cada área pode ainda ser subdividida em parte Norte ou Sul e parte Leste ou
Oeste para melhor identificar as variações do tempo dentro da mesma região.
157
Além da Carta meteorológica por “fac-símile” (que também pode ser recebida
pela INTERNET) e do meteoromarinha, o CHM também transmite o Boletim de
Previsão para Áreas Portuárias e o Boletim Especial de Previsão do Tempo
(Miguens, 999).
O boletim de previsão para áreas portuárias fornece as condições
meteorológicas previstas para as proximidades de um porto. É redigido em linguagem
clara e, normalmente, transmitido por radiotelefonia, contendo as seguintes
informações: área abrangida e data-hora (HMG) do término do período de sua
validade; aviso de mau tempo; previsão do estado do tempo; previsão do estado do
céu; previsão dos ventos predominantes; previsão de ondas; e previsão de visibilidade
e da tendência da temperatura.
O boletim especial de previsão do tempo, emitido pelo CHM mediante
solicitação do interessado, fornece previsões meteorológicas para uma área marítima
bem definida e para finalidades específicas, tais como operações de reboque, socorro
e salvamento; deslocamento de plataformas de petróleo, regatas oceânicas, operações
militares e outras atividades que, por sua peculiaridade, exigem informações
detalhadas que, normalmente, não constam dos boletins meteorológicos padrões. A
forma e o conteúdo das previsões especiais obedecem, de maneira geral, aos modelos
158
das Partes I, II e III do Meteoromarinha (Miguens, 1999).
159
Os Cumulonimbus que provocam trovoadas, relâmpagos, e fortes precipitações
associadas a fortes ventos aparecem nas imagens IR como regiões bem brancas,
diferenciando-as das regiões menos brancas ou cinzas clara, cinza escuras ou cor
escura. Quanto menos clara a imagem IR, menor é a espessura da nuvem
representada, indicando que a nuvem não é Cumulus e sim Stratus. E quanto menos
claro aparece um Stratus mais baixo ele está. Os Cirrus aparecem bem mais brancos
que os baixos Stratus. Normalmente, pela intensidade do branco nas imagens IR,
identifica-se primeiro o Cumulonimbus (Cb), os Cirrus, os baixo Stratus ou pequenos
Cumulus e a superfície do oceano ou continente (Lobo & Soares, 2006).
160
11.5 Processo de formação das nuvens em suas diversas altitudes
161
Abaixo fazemos uma descrição sumária dos diversos tipos de nuvens
encontradas, baseada em diversos autores, como Miguens (1999), Vasconcelos
(2004), Lobo & Soares (2006) e Siqueira (2006).
Stratus (St) – O seu nome significa “nuvens em camadas”. São baixas (de 500 a
1000 m) e horizontais, formando uma capa semelhante a neblina. Estendidas em
camadas uniformes, podem indicar chuva.
Nimbus (Ni) – Negras ou cinzentas, sem forma definida, mais parecendo trapos.
São nuvens típicas de mau tempo com chuvas.
162
CLASSIFICAÇÃO DAS NUVENS CONFORME A ALTITUDE
TIPOS DE NUVENS
Nuvens Altas
Cirrus Cirrocumulus
Cirrostratus
163
Nuvens Médias
Altostratus Altocumulus
Nuvens Baixas
STRATUS STRATOCUMULOS
Nimbostratus
164
Nuvens com desenvolvimento vertical
Cumulonimbus
165
NOÇÕES BÁSICAS DE
MOTORES
166
12 Motor Diesel
167
Cabeçote - é a peça que fecha os cilindros por
cima, e na qual são montados os balancins, as válvulas
de admissão e de descarga e os injetores de
combustível. Possui também espaços vazios destinados
à circulação da água de resfriamento.
168
Biela ou conectora – é a peça de ligação entre o êmbolo e o eixo de manivelas.
É com o auxílio dela que o movimento alternado do êmbolo é transformado em rotativo
no eixo de manivelas do motor. Uma de suas extremidades articula no pino do êmbolo
e a outra articula no pino da manivela.
169
Turbo-alimentador - (turbo-compressor) é
o componente do motor que abastece os
cilindros com a maior massa de ar possível,
permitindo um bom aumento de potência.
Quando o motor não possui turbo-alimentador, a
sua potência é menor porque o êmbolo aspira
uma menor quantidade de ar. Observe que esse
componente é constituído por uma turbina
acionada pelos próprios gases de descarga do
motor e por um compressor montado no mesmo
eixo, o qual aspira o ar da atmosfera, eleva a
sua pressão e o envia para os cilindros.
Além dos componentes aqui citados, o motor Diesel possui ainda muitos outros
componentes. Entre eles encontram-se: a bomba e o filtro de óleo lubrificante, o tanque
de combustível, os filtros de óleo combustível, os filtros de ar, os bicos injetores, que
constituem os diversos sistemas de um motor.
Ciclo
170
Admissão - o pistão desce da sua posição mais alta (ponto
morto superior), fazendo vácuo no cilindro. Com a válvula de
admissão aberta, o cilindro se enche de ar. Quando o êmbolo
alcança a sua posição mais baixa (ponto morto inferior), a válvula
de admissão fecha e ele não pode mais descer. Repare que isso
aconteceu durante meia volta do eixo de manivelas do motor.
171
Repare que, por meio de engrenagens, o eixo de manivelas faz girar outro eixo
denominado eixo de comando de válvulas. Esse componente possui ressaltos (cames)
que nos momentos apropriados acionam os tuchos e as varetas, sendo que estas
atuam por baixo de uma das extremidades dos balancins, possibilitando a abertura das
válvulas, cada uma delas no seu devido tempo.
a) aspiração;
b) compressão;
c) combustão e expansão; e
d) descarga.
172
a) Aspiração - Com a válvula de aspiração abrindo e a de descarga fechada, o
êmbolo desloca-se do seu PMS (ponto morto superior) para o PMI (ponto morto
inferior), criando um vácuo no interior do cilindro, permitindo assim que uma mistura de
ar + gasolina (ou ar + álcool) penetre no mesmo.
173
a) Admissão ou carga / compressão – O êmbolo parte do PMI para o PMS,
provocando uma queda de pressão no cárter. A primeira fração desse curso destina-se
ainda à lavagem e à carga do cilindro, enquanto a segunda corresponde à fase de
compressão. Ao final desse curso, a borda inferior do êmbolo descobre a janela de
entrada da mistura no cárter, sendo que esta penetra no mesmo por causa do vácuo
criado em decorrência da subida do êmbolo para o PMS. Você viu que esse motor não
possui válvulas e sim janelas de admissão ( C ) e de descarga ( A ).
Atente para a figura e acompanhe a descrição das fases do ciclo que são:
a) aspiração;
b) compressão;
c) combustão e expansão; e
d) descarga ou escape.
174
a) Aspiração – Nesta primeira fase, com a válvula de aspiração abrindo o
êmbolo se desloca do seu ponto morto superior para o inferior, aspirando somente ar.
175
12.7 O ciclo operativo do motor de 2 tempos com janelas de admissão e válvula
de descarga na cabeça resume-se então no seguinte:
176
do PMS, o combustível é injetado, inflamando-se por causa da elevada temperatura do
ar comprimido. A força expansiva dos gases empurra então o êmbolo para baixo.
Atenção:
177
O sistema de combustível constitui o coração das máquinas alternativa de
combustão interna, por esta razão, o seu funcionamento deve ser o mais eficiente
possível.
O objetivo deste sistema é fazer com que o óleo combustível ou a mistura ar-
gasolina chegue aos cilindros do motor em condições adequadas (pressão,
temperatura, viscosidade, proporção da mistura e etc.) sob a qual o mesmo opera.
Como sabemos, nos motores dos automóveis o combustível utilizado pode ser:
gasolina, álcool ou gás e que esses motores funcionam sob o “ciclo de Otto” nos quais
a ignição se dá por centelha.
• tanque de gasolina;
• bomba de gasolina; e
• carburador.
Bomba de Gasolina
Carburador
178
Basicamente, o carburador possui um reservatório ou cuba, que recebe a
gasolina enviada pela bomba. O nível da gasolina no interior da cuba é mantido
constante pela ação de uma bóia, que fecha uma válvula de agulha quando o nível
correto é atingido. A gasolina escoa da cuba por um pequeno orifício calibrado ou giclê,
situado numa estreita garganta chamada venturi , difusor ou coletor. Quando o motor
está funcionando, isto é, quando os êmbolos estão se movendo alternadamente no
interior dos cilindros, o ar é aspirado e passa pelo venturi. Aí, ele se mistura à gasolina
e passa para o coletor de admissão do motor. A quantidade de mistura é controlada por
uma válvula borboleta, situada na saída do carburador e acionada pelo operador
quando acelera o motor.
179
12.8 Sistema de Ignição
Este sistema só existem nos motores que funcionam segundo o ciclo Otto, ou
seja, motores à gasolina. O conjunto de componentes do sistema trabalha com a
finalidade de proporcionar uma centelha à câmara de combustão, para inflamar a
mistura no momento correto.
• bobina;
• distribuidor; e
• velas de ignição.
Bobina
180
O fornecimento de baixa voltagem é obtido da bateria, quando se dá partida, ou
ainda, do alternador, quando o motor já está funcionando. Os meios de produzir e
interromper
esse fornecimento estão incorporados ao distribuidor.
Distribuidor
181
O excêntrico, ao girar, abre os contatos do platinado, que é ligado à baixa
tensão. Os contatos se fecham novamente sob a ação de uma mola apoiada contra um
dos braços do platinado. Na extremidade superior do eixo encaixa-se um rotor, que gira
juntamente com o eixo.
Velas de ignição
Uma bomba, envia água doce sob pressão através das câmaras de resfriamento
entre o bloco e as camisas, indo daí para os cabeçotes, onde válvulas termostáticas
vão controlar o fluxo de volta à aspiração da bomba ou através de um trocador de
calor, que já não será mais aqui um radiador arrefecido por ar, mas um resfriador,
normalmente do tipo feixe tubular, onde o agente arrefecedor passa a ser a água do
mar, que o circula também sob pressão de outra bomba. Os circuitos são distintos e as
182
águas não se misturam. A água do mar é aspirada pela bomba através de um ralo no
fundo da embarcação, atravessa em seqüência os aparelhos trocadores de calor e é,
em seguida, descarregada pela borda da embarcação. A água doce, por sua vez,
circula o motor retirando-lhe calor e vai ao resfriador, onde perderá calor, retornando ao
sistema para executar um novo circuito.
Nos pequenos motores de uso marítimo, tanto a bomba de água doce como a
bomba de água salgada são acionadas pelo próprio motor por meio de correias. O
resfriador de água tem pequenas dimensões e está posicionado junto ao motor, assim
como o resfriador de óleo lubrificante descrito na unidade anterior. Esta disposição
compacta de acessórios e sistemas auxiliares nos pequenos motores é fundamental ao
seu sucesso comercial, visto que serão utilizados em pequenas embarcações onde o
aproveitamento dos espaços livres é um item bastante considerado pelos projetistas.
183
Motor de Partida
Causas:
• deficiências nas válvulas de admissão e/ou descarga, devidas a: guia de válvula
folgada; mola de válvula partida; guia do tucho folgada ou regulagem excessiva da
folga; e
• dentes das engrenagens de distribuição partidos ou chavetas aliviadas.
Batidas fortes em marcha lenta
Causas:
• mancais fixos ou móveis muito gastos;
• pino do êmbolo ou alojamento no êmbolo muito gasto;
• mancais do eixo de cames ou de algum eixo auxiliar gastos radial ou axialmente;
• mancais dos balancins gastos;
• dentes de engrenagens de transmissão partidos;
• êmbolo com folga exagerada, deformado ou partido; e
• pino do êmbolo aliviado.
Causas:
• má combustão devida a: combustível com número de cetano muito baixo; orifícios das
válvulas de injeção parcialmente obstruídos; falta de estanqueidade na válvula de
injeção, devida à má vedação da válvula de agulha;
• câmara de combustão com resíduos carbonosos devido a: filtro de ar obstruído;
impurezas no combustível; má pulverização; carbonização do óleo de lubrificação;
formação de gotas nos orifícios do pulverizador; e
• motor em sobrecarga devido a: regulador atuando inadequadamente ou avanço
exagerado do ponto de injeção.
Causas:
• queima de óleo lubrificante devida ao nível de óleo no cárter muito alto;
• nível de óleo no filtro de ar muito alto; e
• tela de aspiração do ar de lavagem suja.
Causas:
• filtro de combustível sujo;
• ar ou água no sistema de combustível;
• água na câmara de combustão;
185
• água na tubulação de descarga ou silencioso; e
• pulverização deficiente do óleo combustível
Causas:
• carga excessiva;
• baixa compressão ;
• injetor de combustível pulverizando mal;
• injeção atrasada.;
• bomba injetora mal regulada;
• filtro de ar sujo; e
• turboalimentador deficiente.
Tendo em conta a vasta relação de defeitos a que os motores estão sujeitos,
alguns fabricantes apresentam os problemas e suas possíveis causas de uma forma
compactada como a mostrada na tabela abaixo.
Causas prováveis
1. Bateria com carga insuficiente 8. Válvulas presas
2. Motor de partida defeituoso 9. Anéis de segmento quebrados
3. Tanque de combustível vazio 10. Camisas gastas
4. Bomba de combustível defeituosa 11. Êmbolo quebrado ou engripado
5. Filtro de ar muito sujo 12. Óleo lubrificante incorreto
6. Injetores defeituosos 13. Obstrução da passagem de ar
7. Vazamento pela junta do cabeçote 14. Motor trabalhando em sobrecarga
186
Quando em cruzeiro
AVISO
AVISO
187
Impacto em obstáculos submersos
a) Parte do motor de popa ou motor de popa inteiro pode quebrar e voar para
dentro do barco;
c) Uma redução rápida na velocidade. Isso fará com que os ocupantes sejam
jogados para frente ou até mesmo ejetados do barco;
188
1. Capota Superior 9. Entrada de Água de Resfriamento
2. Capota Inferior 10. Caixa de Engrenagens
3. Orifício Indicador da Bomba de Água 11. Alavanca de Câmbio
4. Alojamento do Eixo de Transmissão 12. Interruptor de Parada Tipo Corda
5. Placa Anti-Ventilação 13. Botão de Ajuste de Fricção da Direção
6. Aba de Equilíbrio 14. Braço de Controle de Inclinação
7. Interruptor Auxiliar de Inclinação 15. Dispositivo de Enxágüe para a Mangueira
8. Braçadeiras de Fixação da Travessa
Partida do Motor
190
6. Modelos sem compensador hidráulico – Coloque a alavanca de trava de
inclinação na posição Travada.
7. Modelos com Cana do Leme – Alinhe o indicador do manete do acelerador
com a posição “START” (PARTIDA).
8. Modelo de Controle Remoto – Se o motor estiver frio, avance a alavanca de
velocidade de marcha lenta rápida (a) ou o dispositivo somente de
aceleração (b) para aproximadamente metade do caminho (1/2). Depois que
o motor der a partida, ajuste imediatamente a posição da marcha lenta
rápida para que a velocidade do motor caia abaixo de 2000 RPM. Volte outra
vez para velocidade de marcha lenta normal depois que o motor tiver
aquecido.
9. Gire a chave da ignição para posição “START” (PARTIDA) e dê partida no
motor.
191
Partida de Emergência
192
Manutenção
193
LEGISLAÇÃO
194
13 - Lei que dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário em águas de
jurisdição nacional (LESTA) e sua regulamentação (RLESTA).
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º A segurança da navegação, nas águas sob jurisdição nacional, rege-se por esta
Lei.
§ 1º As embarcações brasileiras, exceto as de guerra, os tripulantes, os profissionais não-
tripulantes e os passageiros nelas embarcados, ainda que fora das águas sob jurisdição nacional,
continuam sujeitos ao previsto nesta Lei, respeitada, em águas estrangeiras, a soberania do Estado
costeiro.
§ 2º As embarcações estrangeiras e as aeronaves na superfície das águas sob jurisdição
nacional estão sujeitas, no que couber, ao previsto nesta Lei.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, ficam estabelecidos os seguintes conceitos e definições:
I - Amador - todo aquele com habilitação certificada pela autoridade marítima para
operar embarcações de esporte e recreio, em caráter não-profissional;
II - Aquaviário - todo aquele com habilitação certificada pela autoridade marítima para
operar embarcações em caráter profissional;
III - Armador - pessoa física ou jurídica que, em seu nome e sob sua responsabilidade,
apresta a embarcação com fins comerciais, pondo-a ou não a navegar por sua conta;
IV - Comandante (também denominado Mestre, Arrais ou Patrão) - tripulante
responsável pela operação e manutenção de embarcação, em condições de segurança, extensivas à
carga, aos tripulantes e às demais pessoas a bordo;
V - Embarcação - qualquer construção, inclusive as plataformas flutuantes e, quando
rebocadas, as fixas, sujeita a inscrição na autoridade marítima e suscetível de se locomover na água,
por meios próprios ou não, transportando pessoas ou cargas;
195
VI - Inscrição da embarcação - cadastramento na autoridade marítima, com atribuição do
nome e do número de inscrição e expedição do respectivo documento de inscrição;
VII - Inspeção Naval - atividade de cunho administrativo, que consiste na fiscalização do
cumprimento desta Lei, das normas e regulamentos dela decorrentes, e dos atos e resoluções
internacionais ratificados pelo Brasil, no que se refere exclusivamente à salvaguarda da vida humana
e à segurança da navegação, no mar aberto e em hidrovias interiores, e à prevenção da poluição
ambiental por parte de embarcações, plataformas fixas ou suas instalações de apoio;
VIII - Instalação de apoio - instalação ou equipamento, localizado nas águas, de apoio à
execução das atividades nas plataformas ou terminais de movimentação de cargas;
IX - Lotação - quantidade máxima de pessoas autorizadas a embarcar;
X - Margens das águas - as bordas dos terrenos onde as águas tocam, em regime de cheia
normal sem transbordar ou de preamar de sizígia;
XI - Navegação em mar aberto - a realizada em águas marítimas consideradas
desabrigadas;
XII - Navegação Interior - a realizada em hidrovias interiores, assim considerados rios,
lagos, canais, lagoas, baías, angras, enseadas e áreas marítimas consideradas abrigadas;
XIII - Passageiro - todo aquele que, não fazendo parte da tripulação nem sendo
profissional não-tripulante prestando serviço profissional a bordo, é transportado pela embarcação;
XIV - Plataforma - instalação ou estrutura, fixa ou flutuante, destinada às atividades
direta ou indiretamente relacionadas com a pesquisa, exploração e explotação dos recursos oriundos
do leito das águas interiores e seu subsolo ou do mar, inclusive da plataforma continental e seu
subsolo;
XV - Prático - aquaviário não-tripulante que presta serviços de praticagem embarcado;
XVI - Profissional não-tripulante - todo aquele que, sem exercer atribuições diretamente
ligadas à operação da embarcação, presta serviços eventuais a bordo;
XVII - Proprietário - pessoa física ou jurídica, em nome de quem a propriedade da
embarcação é inscrita na autoridade marítima e, quando legalmente exigido, no Tribunal Marítimo;
XVIII - Registro de Propriedade da Embarcação - registro no Tribunal Marítimo, com a
expedição da Provisão de Registro da Propriedade Marítima;
XIX - Tripulação de Segurança - quantidade mínima de tripulantes necessária a operar,
com segurança, a embarcação;
XX - Tripulante - aquaviário ou amador que exerce funções, embarcado, na operação da
embarcação;
XXI - Vistoria - ação técnico-administrativa, eventual ou periódica, pela qual é
verificado o cumprimento de requisitos estabelecidos em normas nacionais e internacionais,
referentes à prevenção da poluição ambiental e às condições de segurança e habitabilidade de
embarcações e plataformas.
Art. 3º Cabe à autoridade marítima promover a implementação e a execução desta Lei,
com o propósito de assegurar a salvaguarda da vida humana e a segurança da navegação, no mar
aberto e hidrovias interiores, e a prevenção da poluição ambiental por parte de embarcações,
plataformas ou suas instalações de apoio.
Parágrafo único. No exterior, a autoridade diplomática representa a autoridade marítima,
no que for pertinente a esta Lei.
196
g) registro e certificação de helipontos das embarcações e plataformas, com vistas à
homologação por parte do órgão competente;
h) execução de obras, dragagens, pesquisa e lavra de minerais sob, sobre e às margens
das águas sob jurisdição nacional, no que concerne ao ordenamento do espaço aquaviário e à
segurança da navegação, sem prejuízo das obrigações frente aos demais órgãos competentes;
i) cadastramento e funcionamento das marinas, clubes e entidades desportivas náuticas,
no que diz respeito à salvaguarda da vida humana e à segurança da navegação no mar aberto e em
hidrovias interiores;
j) cadastramento de empresas de navegação, peritos e sociedades classificadoras;
l) estabelecimento e funcionamento de sinais e auxílios à navegação;
m) aplicação de penalidade pelo Comandante;
II - regulamentar o serviço de praticagem, estabelecer as zonas de praticagem em que a
utilização do serviço é obrigatória e especificar as embarcações dispensadas do serviço;
III - determinar a tripulação de segurança das embarcações, assegurado às partes
interessadas o direito de interpor recurso, quando discordarem da quantidade fixada;
IV - determinar os equipamentos e acessórios que devam ser homologados para uso a
bordo de embarcações e plataformas e estabelecer os requisitos para a homologação;
V - estabelecer a dotação mínima de equipamentos e acessórios de segurança para
embarcações e plataformas;
VI - estabelecer os limites da navegação interior;
VII - estabelecer os requisitos referentes às condições de segurança e habitabilidade e
para a prevenção da poluição por parte de embarcações, plataformas ou suas instalações de apoio;
VIII - definir áreas marítimas e interiores para constituir refúgios provisórios, onde as
embarcações possam fundear ou varar, para execução de reparos;
IX - executar a inspeção naval;
X - executar vistorias, diretamente ou por intermédio de delegação a entidades
especializadas.
Art. 4º-A Sem prejuízo das normas adicionais expedidas pela autoridade marítima, é
obrigatório o uso de proteção no motor, eixo e quaisquer outras partes móveis das embarcações que
possam promover riscos à integridade física dos passageiros e da tripulação.
§ 1º O tráfego de embarcação sem o cumprimento do disposto no caput deste artigo
sujeita o infrator às medidas administrativas previstas nos incisos I e II do caput do art. 16, bem
como às penalidades previstas no art. 25, desta Lei.
§ 2º Em caso de reincidência, a penalidade de multa será multiplicada por 3 (três), além
de ser apreendida a embarcação e cancelado o certificado de habilitação.
§ 3º A aplicação das medidas administrativas e das penalidades previstas neste artigo não
exime o infrator da devida responsabilização nas esferas cível e criminal. (Artigo acrescido pela Lei
nº 11.970, de 6/7/2009, publicada no DOU de 7/7/2009, em vigor 30 dias após a publicação)
CAPÍTULO II
DO PESSOAL
197
Art. 7º Os aquaviários devem possuir o nível de habilitação estabelecido pela autoridade
marítima para o exercício de cargos e funções a bordo das embarcações.
Parágrafo único. O embarque e desembarque do tripulante submete-se às regras do seu
contrato de trabalho.
CAPÍTULO III
DO SERVIÇO DE PRATICAGEM
Art. 13. O serviço de praticagem será executado por práticos devidamente habilitados,
individualmente, organizados em associações ou contratados por empresas.
§ 1º A inscrição de aquaviários como práticos obedecerá aos requisitos estabelecidos
pela autoridade marítima, sendo concedida especificamente para cada zona de praticagem após a
aprovação em exame e estágio de qualificação.
198
§ 2º A manutenção da habilitação do prático depende do cumprimento da freqüência
mínima de manobra estabelecida pela autoridade marítima.
§ 3º É assegurado a todo prático, na forma prevista no caput deste artigo, o livre
exercício do serviço de praticagem.
§ 4º A autoridade marítima pode habilitar Comandantes de navios de bandeira brasileira
a conduzir a embarcação sob seu comando no interior de zona de praticagem específica ou em parte
dela, os quais serão considerados como práticos nesta situação exclusiva.
Art. 15. O prático não pode recuar-se à prestação do serviço de praticagem, sob pena de
suspensão do certificado de habilitação ou, em caso de reincidência, cancelamento deste.
CAPÍTULO IV
DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
Art. 17. A embarcação apreendida deve ser recolhida a local determinado pela autoridade
marítima.
§ 1º A autoridade marítima designará responsável pela guarda de embarcação
apreendida, o qual poderá ser seu proprietário, armador, ou preposto.
§ 2º A irregularidade determinante da apreensão deve ser sanada no prazo de noventa
dias, sob pena de a embarcação ser leiloada ou incorporada aos bens da União.
Art. 18. O proprietário, armador ou preposto responde, nesta ordem, perante à autoridade
marítima, pelas despesas relativas ao recolhimento e guarda da embarcação apreendida.
Art. 19. Os danos causados aos sinais náuticos sujeitam o causador a repará-los ou
indenizar as despesas de quem executar o reparo, independentemente da penalidade prevista.
199
CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES
Art. 23. Constatada infração, será lavrado Auto de Infração pela autoridade competente
designada pela autoridade marítima.
§ 1º Cópia do Auto de Infração será entregue ao infrator, que disporá de quinze dias
úteis, contados da data de recebimento do Auto, para apresentar sua defesa.
§ 2º Será considerado revel o infrator que não apresentar sua defesa.
Art. 24. A autoridade a que se refere o artigo anterior disporá de trinta dias para proferir
sua decisão, devidamente fundamentada.
§ 1º Da decisão a que se refere o caput deste artigo caberá recurso, sem efeito
suspensivo, no prazo de cinco dias úteis, contado da data da respectiva notificação, dirigido à
autoridade superior designada pela autoridade marítima, que proferirá decisão no prazo e forma
previstos no caput .
§ 2º Em caso de recurso contra a aplicação da pena de multa, será exigido o depósito
prévio do respectivo valor, devendo o infrator juntar, ao recurso, o correspondente comprovante.
Art. 26. O Poder Executivo fixará anualmente o valor das multas, considerando a
Gravidade da infração.
Art. 27. A pena de suspensão não poderá ser superior a doze meses.
Art. 28. Decorridos dois anos de imposição da pena de cancelamento, o infrator poderá
requerer a sua reabilitação, submetendo-se a todos os requisitos estabelecidos para a certificação de
habilitação.
Art. 29. A demolição, ordenada pela autoridade marítima, de obra ou benfeitoria será
realizada pelo infrator, que arcará também com as despesas referentes à recomposição do local,
restaurando as condições anteriormente existentes para a navegação.
Parágrafo único. A autoridade marítima poderá providenciar diretamente a demolição de
obra e a recomposição do local, por seus próprios meios ou pela contratação de terceiros, às expensas
do infrator.
200
Art. 31. A aplicação das penalidades para as infrações das normas baixadas em
decorrência do disposto na alínea b do inciso I do art. 4º desta Lei, cometidas nas áreas adjacentes às
praias, far-se-á:
I - na hipótese prevista no art. 6º desta Lei, pelos órgãos municipais competentes, no caso
da pena de multa, sem prejuízo das penalidades previstas nas leis e posturas municipais;
II - pela autoridade competente designada pela autoridade marítima, nos demais casos.
Art. 32. Ressalvado o disposto no § 2º do art. 24 desta Lei, o infrator disporá do prazo de
quinze dias corridos, a contar da intimação, para pagar a multa.
Art. 35. As multas, exceto as previstas no inciso I do art. 31, serão arrecadadas pela
autoridade marítima, sendo o montante auferido empregado nas atividades de fiscalização desta Lei e
das normas decorrentes.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 36. As normas decorrentes desta Lei obedecerão, no que couber, aos atos e
resoluções internacionais ratificados pelo Brasil, especificamente aos relativos à salvaguarda da vida
humana nas águas, à segurança da navegação e ao controle da poluição ambiental causada por
embarcações.
Art. 37. A argüição contra normas ou atos baixados em decorrência desta Lei será
encaminhada à autoridade que os aprovou e, em grau de recurso, à autoridade à qual esta estiver
subordinada.
Art. 38. As despesas com os serviços a serem prestados pela autoridade marítima, em
decorrência da aplicação desta Lei, tais como vistorias, testes e homologação de equipamentos,
pareceres, perícias, emissão de certificados e outros, serão indenizadas pelos interessados.
Parágrafo único. Os emolumentos previstos neste artigo terão seus valores estipulados
pela autoridade marítima e serão pagos no ato da solicitação do serviço.
Art. 40. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de cento e oitenta dias,
contado a partir da data de sua publicação.
Art. 41. Esta Lei entra em vigor cento e oitenta dias após a data de sua publicação.
202
13.1 - REGULAMENTO DE SEGURANÇA DO TRÁFEGO AQUAVIÁRIO EM ÁGUAS SOB JURISDIÇAO
NACIONAL
(RLESTA)
203
Art. 16 Infrações relativas ao registro e inscrição das embarcações:
I - deixar de inscrever ou de registrar a embarcação; e
II - não portar o documento de registro ou de inscrição da embarcação.
204
NORMAS DA AUTORIDADE MARÍTIMA
(NORMAM 03/2003)
DEFINIÇÕES
Amador - Todo aquele com habilitação certificada pela Autoridade Marítima para operar
embarcações de esportes e recreio, em caráter não-profissional.
205
APREENSÃO DA EMBARCAÇÃO
O amador terá sua carteira de habilitação apreendida, sem prejuízo das penalidades
previstas, quando:
∗ entregar a condução da embarcação a pessoa não habilitada;
∗ conduzir a embarcação em estado de embriaguez ou sob efeito de substância tóxica de
qualquer natureza;
∗ utilizar comercialmente a embarcação de esporte e recreio para transporte de passageiro
ou carga; e
∗ utilizar a embarcação para a prática de crime.
Toda embarcação de esporte e recreio, exceção feita as embarcações miúdas deverá ainda
observar as regras do Cerimonial Marítimo em relação ao uso da Bandeira Nacional. Entre tais
regras ressaltamos as seguintes:
- só usar na Popa a Bandeira Nacional,
- a bandeira Nacional será usada obrigatoriamente: na entrada e saída dos portos; quando
trafegando à vista de outra embarcação, de povoação ou farol com guarnição; em porto nacional
das 8 horas ao pôr-do-sol e, em porto estrangeiro, acompanhando o cerimonial do respectivo
país;
- o cumprimento entre embarcações é feito içando e arriando a Bandeira Nacional;
- é proibido o uso da Bandeira Nacional fora das especificações previstas em lei ou que
não se encontre em bom estado de conservação;
- embandeirar a embarcação em grande gala, pequena gala ou funeral nas datas previstas,
que são:
∗ Grande Gala: 7 de Setembro e 15 de Novembro;
∗ Pequena Gala: 1° de Janeiro, 21 de Abril, 1° de Maio, 11 de Junho, 19 de
Novembro, 13 de Dezembro e 25 de Dezembro; e
∗ Funeral: 2 de Novembro.
206
0107 - RESUMO DO ESTABELECIDO NESTA NORMA
b) Inscrição e Registro
c) Termo de Responsabilidade
207
Para os efeitos de dotação de equipamentos de navegação, segurança
esalvatagem, nível de habilitação de quem a conduz e para atendimento de
requisitos de estabilidade deverão ser consideradas as seguintes áreas onde
está sendo realizada a navegação:
g) Habilitação
208
4) Mestre-Amador - para qualquer embarcação na Navegação
Costeira; e
209
0108 - DEFINIÇÕES
Alteração - significa toda e qualquer modificação ou mudança:
210
As embarcações que operam nas duas Áreas de Navegação Interior
deverão atender integralmente aos requisitos técnicos estabelecidos para as
embarcações que operam na Área 2.
211
Comprimento da Embarcação - para efeito de aplicação desta norma,
o termo “comprimento da embarcação” é definido como sendo a distância
horizontal entre os pontos extremos da proa a popa. Plataformas de
mergulho, gurupés ou apêndices similares não são considerados para o
cômputo dessa medida.
Convés de Borda-Livre
212
Embarcação Certificada Classe 1 (EC1) - são as embarcações de
esporte e/ou recreio de grande porte ou iates (comprimento igual ou maior do
que 24 metros).
Embarcação de Grande Porte ou Iate - é considerada embarcação de
grande porte ou iate, as com comprimento igual ou superior a 24 metros.
As embarcações de grande porte ou iate , serão tratadas como
embarcação Certificada Classe 1 (EC1), e terão a obrigatoriedade de seu
registro no Tribunal Marítimo se possuírem arqueação bruta maior que 100.
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encontra-se em conformidade com os requisitos estabelecidos por estas
normas.
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Série de Embarcações (Embarcações Irmãs) - caracterizada por um
conjunto de unidades com características iguais, construídas em um mesmo
local, baseadas num mesmo projeto.
ANEXO 5-G
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06 - Verifique a previsão do tempo, disponível nos sites “www.dhn.mar.mil.br” e
“www.cptec.inpe.br”;
DURANTE A NAVEGAÇÃO
08 - Esteja atento durante a condução de sua embarcação, não permita o seu uso por
pessoas não habilitadas (o proprietário responderá perante o Tribunal Marítimo e nas
esferas civil e penal). Respeite a lotação máxima;
09 - Não navegue a menos de 200 metros da praia, pois você colocará em risco os
banhistas;
- 5-G-1 -
NORMAM-03/DPC
AO REGRESSAR
14 - Informe a chegada ao seu clube ou marina, para que o seu Aviso de Saída seja
desativado;
15 - Evite esgotar porões até o final da viagem para não poluir o mar, rios e lagoas com
resíduos de óleo. Retire o lixo e resíduos oleosos de bordo e o coloque em local
apropriado em terra. Mantenha sempre a sua embarcação limpa.
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Bibliografia
BARROS, Geraldo Luiz Miranda de. Navegar é fácil. Rio de Janeiro: Marítima, 1999.
McLEOD, William A. The Boatswain’s Manual. Glasgow: Brown, Son & Fergunson,
1977.
NOEL, John V. Jr. Knight’s Modern Seamanship. 17 ed. New York: Von Nostrand
Reinhold, 1984.
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