1. CONTEXTUALIZANDO
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ORÇAMENTO PÚBLICO
Orçamento Atualizado – Introdução
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
Atenção!
Atualmente, ainda é a Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964, que estatui normas
gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
A Lei n. 4.320/1964 possui o status de lei complementar, pois trata de normas
gerais de Direito Financeiro. Houve a novação de sua natureza normativa pelo
art. 165, § 9º, I e II, da CF/1988, atribuindo-lhe a natureza de lei ordinária, em
sentido formal, e de lei complementar, em sentido material.
Direto do concurso
(CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ-CE/2014) O direito financeiro tem por
objeto a disciplina jurídica da atividade financeira do Estado e abrange receitas,
despesas e créditos públicos.
Comentário
O Direito Financeiro é a disciplina jurídica da atividade financeira do Estado.
Obs.: Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online,
de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Flávio José
de Assis.
ANOTAÇÕES
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ORÇAMENTO PÚBLICO
1. CONTEXTUALIZANDO
Vale ressaltar que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre Direito Financeiro. E aí alguém no fundo da sala pergunta: professor,
e os Municípios?
Compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local e suplementar à legislação
federal e à estadual no que couber. Assim, apesar de não concorrerem com a União e os
estados, os municípios legislam naquilo que for de interesse local e suplementam a legislação
federal e a estadual, sem contrariá-las.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II – orçamento;
(...).”
ATENÇÃO: Atualmente, ainda é a Lei n.°4.320, de 17 de março de 1964, que estatui normas
gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
A Lei 4.320/1964 possui o status de lei complementar, já que trata de normas gerais de Direito
Financeiro. Houve a novação de sua natureza normativa pelo art. 165, § 9º, I e II, da
CF/1988,atribuiu-lhe a natureza de lei ordinária em sentido formal e lei complementar em
sentido material.
Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o
Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a execução das despesas destinadas
ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral
do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei.
3. HISTÓRICO DO ORÇAMENTO
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Origens
A Carta Magna, outorgada no início do século XIII pelo Rei João Sem Terra, é historicamente
considerada o embrião do orçamento, por meio de seu art.12:
“Nenhum tributo ou auxílio será instituído no Reino senão pelo seu conselho comum, exceto
com o fim de resgatar a pessoa do Rei, fazer seu primogênito cavaleiro e casar sua filha mais
velha uma vez, e os auxílios serão razoáveis em seu montante”.
Fica evidente que trata-se de uma tentativa formal de controle das finanças públicas por parte
do Legislativo sobre o Executivo.
Entretanto, somente por volta de 1822, na Inglaterra, o Orçamento Público passa a ser
considerado um instrumento formalmente acabado. (orçamento clássico) . O aspecto
econômico do orçamento tinha posição secundária, privilegiando o aspecto controle.
Já no final do século XIX o orçamento elaborado com base na neutralidade deixava de atender
às demandas do Estado e temos iniciada a tese do orçamento moderno cujo pressuposto
básico era a idéia de um instrumento de planejamento e de administração.
CAIU EM PROVA
01) (CESPE – ANALISTA – MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 2013) Historicamente, o orçamento inglês é
importante por esboçar as convicções de natureza técnico-jurídica desse instrumento e por difundir a
instituição orçamentária para outras nações.
RESPOSTA: CERTA.
A instituição orçamentária teve início como instrumento disciplinador na Inglaterra em 1822, visando
diminuir ou reter o crescimento das despesas públicas. Teve como meta principal a de possibilitar aos
órgãos governamentais um controle político sobre o Executivo.
Pelos conflitos surgidos entre monarquia e Parlamento, concluiu-se que não batava autorizar a cobrança
das rendas públicas, era necessário verificar se a sua aplicação correspondia às finalidades para as quais
foram autorizadas. Um avanço bastante significativo na organização das finanças públicas foi
representado pela Lei do Fundo Consolidado, que possibilitou a contabilização dos fundos públicos e, a
partir de 1802, a publicação anual do relatório detalhado das finanças. Em 1822, o chanceler do Erário
passou a apresentar ao Parlamento uma exposição que fixava a receita e a despesa de cada exercício, e
segundo Jesse Burkhead, essa é a data que marca o início do orçamento, plenamente desenvolvido, na
Grã-Bretanha.
A trajetória histórica do orçamento inglês é importante por delinear a natureza técnica e jurídica desse
instrumento, e por difundir a instituição orçamentária para outros países.
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Em 7 de março de 1964, foi assinada a Lei n. 4.320/64, que veio efetivar a adoção legal do
orçamento-programa no Brasil. O Decreto lei n. 200, de 25-2-1967, disciplinou os aspectos
orçamentários, referindo-se, expressamente, ao Orçamento-Programa.
Função alocativa: visa promover ajustamentos na alocação dos recursos de maneira que o
Estado oferece determinados bens e serviços necessários e desejados pela sociedade em
virtude do não provimento dos mesmos pela iniciativa privada.
5. ASPECTOS DO ORÇAMENTO
Político: reflete as ideologias do grupo partidário detentor da maioria dos assentos legislativos.
Diria ainda, que trata-se de um poderoso instrumento de Governança.
Econômico: a alocação de recursos deve priorizar o equilíbrio das contas públicas, focando o
bem-estar da sociedade.
Técnico: o orçamento deve ser elaborado de tal forma que seja mantida a uniformidade, a
clareza e observância de formalidades técnicas e legais.
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6. TIPOS DE ORÇAMENTO
Ao longo do processo evolutivo observamos que tivemos três tipos de orçamento. São eles:
Orçamento Legislativo: O Poder Legislativo assume a elaboração, a votação e o
controle. Típico de países parlamentaristas.
CAIU EM PROVA
01) (CESPE – Analista Administrativo - ANTT – 2013) Legislação estadual pode dispor
sobre direito financeiro. ( C )
03) (CESPE – Contador – IPAJM – 2010) O orçamento moderno nasceu sob a égide do
primado dos aspectos econômicos, deixando em segundo plano as questões atinentes à
programação ( C )
10) (CESPE – Analista - CADE – 2014) O orçamento público constitui o reflexo das
escolhas ideológicas feitas pelo partido político ou pelo grupo político que se encontra
no poder ( C )
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11) (CESPE – Analista Técnico-Administrativo – Ministério da Integração - 2013) A
elevada despesa pública não supre a necessidade da sociedade por bens e serviços, o
que faz com que o setor privado, em sua eficiência, intervenha nas ações do governo,
mitigando as falhas de mercado ( E )
7. ESPÉCIES DE ORÇAMENTO
A evolução do Estado Moderno fez com que o orçamento público sofresse alterações numa
dimensão evolutiva de tal forma que houvesse um ajuste às demandas técnicas e sociais.
Ocorreram assim, alterações, motivadas especialmente por novas teorias e técnicas que se
difundiram num cenário globalizado. Utilizarei a denominação ESPÉCIES, embora alguns
autores o termo TIPOS de orçamentos.
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O orçamento base zero é basicamente um orçamento por programas, utiliza-se de todo
o processo operacional de planejamento e orçamento, fundamentado na preparação de
pacotes de decisão, para escolha do nível de objetivo ditado pela ponderação da equação de
custos e benefícios.
O pacote de decisão será submetido ao Colégio de Decisão, que é o nível
organizacional que os classifica. A priorização pode ser feita em diversos escalões, antes que
toda a organização seja classificada. Além disso, um pacote de decisão deverá ser preparado
no nível de esforço mínimo, corrente e de expansão.
7.4) Orçamento-programa
A adoção do orçamento-programa na esfera federal foi efetivada em 1964, a partir da edição
da Lei nº 4.320. O Decreto-Lei nº 200, de 23/2/67, menciona o orçamento-programa como
plano de ação do Governo Federal, quando, em seu art. 16, determina: “em cada ano será
elaborado um orçamento-programa que pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser
realizado no exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do programa
anual”.
O orçamento-programa está intimamente ligado ao Sistema de Planejamento e aos objetivos
que o Governo pretende alcançar, durante um período determinado de tempo.
O orçamento-programa é um instrumento de planejamento da ação do Governo, por
meio da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, com
estabelecimento de objetivos e metas a serem implementadas e previsão dos custos
relacionados.
O Orçamento-programa pode ser definido como sendo “um plano de trabalho expresso
por um conjunto de ações a realizar e pela identificação dos recursos necessários à sua
execução”. Como se observa, o orçamento-programa não é apenas documento financeiro,
mas, principalmente, instrumento de operacionalização das ações do governo, viabilizando
seus projetos/atividades/operações especiais em consonância com os planos e diretrizes
estabelecidos, oferecendo destaque às seguintes vantagens:
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O Orçamento Tradicional
– não é baseado em uma programação;
– distribui recursos segundo os objetos de gasto (pessoal, material de consumo, etc.);
– força os diferentes setores públicos a pressionarem a Administração superior em busca de
maiores recursos;
– conduz os responsáveis superiores a procederem a cortes indiscriminados no montante dos
recursos solicitados, no intuito de adequar a despesa à estimativa de receita ou a
superestimarem as receitas, para atender às pressões nas despesas;
– não incentiva a busca da economicidade por parte do administrador, já que não possui
mecanismos de controle de custos dos produtos oferecidos.
O Orçamento-Programa
– atribui recursos para o cumprimento de determinados objetivos e metas; e não para um
conjunto de compras e pagamentos;
– atribui responsabilidade ao administrador;
– permite interdependência e conexão entre os diferentes programas do trabalho;
– permite mobilizar recursos com razoável antecedência;
– permite identificar duplicidade de esforços;
– permite o controle de custos dos produtos oferecidos pelo governo à sociedade.
7.5)Orçamento incremental
Ocorre quando a definição dos montantes de recursos a serem alocados para os programas,
ações, órgãos ou despesas se realiza mediante incorporação de acréscimos marginais em
cada item de despesa, mantendo-se o mesmo conjunto de despesas do orçamento anterior (ou
com pequenos ajustes). Ou seja, o orçamento de cada período mantém a mesma estrutura de
despesas do orçamento do período anterior, realizando-se apenas incremento nos montantes
de cada despesa. Desta forma, as opções e prioridades estabelecidas no passado tendem a
permanecer inalteradas ao longo do tempo, e o orçamento termina não refletindo uma
reavaliação quanto a novas necessidades e prioridades da sociedade. Portanto, é fácil
perceber que este orçamento não privilegia a eficiência do gasto e a evolução da ação
governamental.
UM RESUMO
Orçamento tradicional
-Documento apenas de previsão de receitas e fixação de despesas,
-Há somente a preocupação com a classificação das despesas por objeto do gasto;
- Principal critério de classificação são as unidades administrativas e elementos.
Orçamento desempenho
- Preocupa-se com o que o governo faz (realizações) e não o que o governo compra;
- Ênfase aos resultados, porém ainda não se podia falar em orçamento programa, pois não
havia vinculação com o planejamento
Orçamento incremental
- O orçamento de cada período mantém a mesma estrutura de despesas do orçamento do
período anterior, realizando-se apenas incremento nos montantes de cada despesa;
- As opções e prioridades estabelecidas no passado tendem a permanecer inalteradas ao
longo do tempo;
- Não privilegia a eficiência do gasto e a evolução da ação governamental
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Vantagens:
- Atenção na análise de objetivos e necessidades;
- conjuga planejamento e elaboração do orçamento no mesmo processo;
- faz os gerentes de todos os níveis avaliarem melhor a aplicação eficiente das dotações em
suas atividades;
- aumenta a participação dos gerentes de todos os níveis no planejamento das atividades e na
elaboração dos orçamentos
Desvantagens:
- No início, o preparo é mais demorado e mais caro;
- a preparação dos resumos produz montanhas de papel;
- a implantação exige motivação dos funcionários e treinados;
- um grande percentual do orçamento é intocável devido às exigências legais;
- pouca participação dos níveis hierárquicos superiores
Orçamento participativo
- Busca decisão descentralizada;
- cria conselhos populares;
- faz com que o cidadão desloque seu centro de atenção para questões locais;
- gera consciência da participação do cidadão;
- dá nascimento a dois focos de poder democrático: um pelo voto; outro, pelas instituições
diretas de participação.
Orçamento programa
- Integração planejamento-orçamento;
- quantificação dos objetivos e fixação de metas;
- relação insumo-produto;
- alternativas programáticas;
-acompanhamento físico financeiro;
- avaliação de resultados e gerência por objetivos.
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1. O MODELO ORÇAMENTÁRIO BRASILEIRO – PPA, LDO E LOA
O PPA, com vigência de quatro anos, tem como função estabelecer as diretrizes, objetivos e
metas de médio prazo da administração pública. Cabe à LDO, anualmente, enunciar as
políticas públicas e respectivas prioridades para o exercício seguinte. Já a LOA tem como
principais objetivos estimar a receita e fixar a programação das despesas para o exercício
financeiro. Assim, a LDO ao identificar no PPA as ações que receberão prioridade no exercício
seguinte torna-se o elo entre o PPA, que funciona como um plano de médio-prazo do governo,
e a LOA, que é o instrumento que viabiliza a execução do plano de trabalho do exercício a que
se refere.
De acordo com a Constituição Federal, o exercício da função do planejamento é um dever do
Estado, tendo caráter determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,
sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
Assim, o planejamento expresso no Plano Plurianual assume a forma de grande moldura legal
e institucional para a ação nacional, bem como para a formulação dos planos regionais e
setoriais.
O § 1º do inciso XI do art. 167 da Constituição Federal é um argumento forte em relação à
importância que os constituintes deram ao planejamento no Brasil:
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro
poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que
autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
Em relação ao PPA, a primeira questão que pode ser colocada neste contexto se refere ao
entendimento da expressão "de forma regionalizada". Sua finalidade está ligada ao mandato
constitucional de "redução das desigualdades regionais" (§ 7º do art. 165 da CF 88). Ou seja,
sendo apresentado de forma regionalizada, o plano permitirá ser devidamente avaliado em
relação àquele objetivo.
Mas que regiões seriam estas a que se refere a Constituição? Uma primeira indicação
encontra-se no art. 35 do ADCT - CF 1988
O disposto no art. 165, § 7º, será cumprido de forma progressiva, no prazo de até dez
anos, distribuindo-se os recursos entre as regiões macroeconômicas em razão
proporcional à população, a partir da situação verificada no biênio 1986-87.
Resta, entretanto, que as regiões estão definidas como sendo as macrorregiões adotadas pelo
IBGE. Mas, de qualquer forma, cerca de 80% das ações propostas nos projetos orçamentários
estão “regionalizadas” na classificação “nacional” - o que em nada ajuda para o cumprimento
do preceito constitucional.
Além disso, é mister lembrar que o mandado constitucional exige que estados, Municípios e o
Distrito Federal também pratiquem o sistema de planejamento esboçado na Carta Magna.
Nesse caso, quais seriam os parâmetros da regionalização a ser adotada?
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A terceira questão refere-se ao termo "programa de duração continuada". O que seria isso?
Não existe ainda nenhum delineamento satisfatório para este conceito. Sua definição, apesar
do destaque constitucional, não consta nem mesmo dos projetos orçamentários apresentados.
Um passo paralelo foi dado pela LRF:
Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei,
medida provisória ou ato administrativo normativo que fixe para o ente a obrigação legal de sua
execução por um período superior a dois exercícios.
Então, um programa que abrigue tal tipo de despesa corrente poderia ser caracterizado
também como programa de duração continuada.
Parágrafo único. No prazo de noventa dias a contar da publicação desta Lei, o Poder
Executivo informará ao Congresso Nacional o montante de recursos a ser destinado, no
quadriênio 2016-2019, ao Programa de Aceleração do Crescimento - PAC e ao Programa de
Investimentos em Logística - PIL.
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Art. 4 Para o período 2016-2019, o PPA terá como diretrizes:
I - O desenvolvimento sustentável orientado pela inclusão social;
II - A melhoria contínua da qualidade dos serviços públicos;
III - A garantia dos direitos humanos com redução das desigualdades sociais, regionais,
étnico-raciais, geracionais e de gênero;
IV - O estímulo e a valorização da educação, ciência, tecnologia e inovação e
competitividade;
V - A participação social como direito do cidadão;
VI- A valorização e o respeito à diversidade cultural;
VII - O aperfeiçoamento da gestão pública com foco no cidadão, na eficiência do gasto
público, na transparência, e no enfrentamento à corrupção; e
VIII - A garantia do equilíbrio das contas públicas.
CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO PLANO
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o
Art. 5 O PPA 2016-2019 reflete as políticas públicas e orienta a atuação governamental
por meio de Programas Temáticos e de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado, assim
definidos:
I - Programa Temático: organizado por recortes selecionados de políticas públicas,
expressa e orienta a ação governamental para a entrega de bens e serviços à sociedade; e
II - Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: expressa e orienta as ações
destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental.
Art. 10. Os empreendimentos plurianuais cujo custo total estimado for igual ou superior
ao Valor de Referência deverão ser individualizados como Iniciativas no Anexo III e aqueles
cujo custo total foi inferior ao Valor de Referência serão individualizados como Iniciativas no
Anexo IV.
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o
§ 1 A individualização de que trata o caput não se aplica aos empreendimentos
realizados por meio de transferências de recursos da União a Estados, Distrito Federal e
Municípios.
o
§ 2 O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão poderá definir critérios
adicionais para a individualização de Iniciativas de que trata o caput deste artigo.
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(*) Esta Lei e seus anexos serão publicados em Suplemento à presente edição.
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Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
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§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados
os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as
providências a serem tomadas, caso se concretizem.
Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2016 e dá outras
providências.
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
VII - a política de aplicação dos recursos das agências financeiras oficiais de fomento;
IX - as disposições sobre a fiscalização pelo Poder Legislativo e sobre as obras e os serviços com
indícios de irregularidades graves;
XI - as disposições finais.
CAPÍTULO I
Art. 2o A elaboração e a aprovação do Projeto de Lei Orçamentária de 2016, bem como a execução
da respectiva Lei, deverão ser compatíveis com a obtenção da meta de superávit primário para o
setor público consolidado não financeiro de R$ 30.554.000.000,00 (trinta bilhões, quinhentos e
cinquenta e quatro milhões de reais), sendo a meta de superávit primário dos Orçamentos Fiscal e
da Seguridade Social de R$ 24.000.000.000,00 (vinte e quatro bilhões de reais), e R$ 0,00 (zero
real) para o Programa de Dispêndios Globais, conforme demonstrado no Anexo de Metas Fiscais
constante do Anexo IV desta Lei.
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§ 1o As empresas dos Grupos Petrobras e Eletrobras não serão consideradas na meta de resultado
primário, de que trata o caput, relativa ao Programa de Dispêndios Globais.
Art. 3o As prioridades e metas da administração pública federal para o exercício de 2016, atendidas
as despesas contidas na Seção I do Anexo III e as de funcionamento dos órgãos e das entidades
que integram os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, correspondem ao Anexo de Prioridades
e Metas e àquelas estabelecidas na Lei do Plano Plurianual 2016-2019.
§ 1o (VETADO).
§ 2o (VETADO).
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,
da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo
Poder Público.
Os orçamentos fiscais e de investimentos das estatais, compatibilizados com o plano plurianual,
terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
É vedada a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e
da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos,
inclusive daqueles que compõem os próprios orçamentos fiscal, de investimentos das estatais e da
seguridade social.
Os orçamentos previstos no § 5º, I e II da CF/88, compatibilizados com o plano plurianual, terão
entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
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A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
RESUMINDO
Orçamento Fiscal: é o mais abrangente e importante, pois envolve todos os Poderes da
União, os órgãos da Administração direta e indireta, bem como seus fundos e fundações.
Abrange as empresas estatais dependentes, isto é, aquelas que precisam do suporte financeiro
do Estado para manter suas atividades;
Exceções: empresas estatais independentes (possuem um orçamento próprio) e autarquias
profissionais (OAB, CREA, CRM, etc.).
ATENÇÃO: Este orçamento diz respeito exclusivamente aos investimentos. Despesas com
atividades operacionais e de outra natureza não entram aqui. Na verdade, tais dispêndios não
dependem de lei, mas sim de Decreto.
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A Constituição Federal determina, nos termos do art. 165, parágrafo 5º, inciso II, que o
Orçamento de Investimento de cada empresa em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto seja submetido à consideração do
Congresso Nacional até 31 de agosto de cada ano.
O Orçamento de Investimento compreende todos os gastos registrados no ativo
imobilizado, as benfeitorias em bens da União realizadas por empresas estatais e benfeitorias
necessárias à infraestrutura de serviços públicos concedidos pela União, detalhados em
projetos e atividades.
O limite máximo de investimentos proposto para cada uma das empresas estatais é
obtido a partir da efetiva disponibilidade de recursos próprios e de terceiros, calculada após a
destinação prioritária destes para a cobertura das despesas consideradas incomprimíveis
(serviço da dívida, gastos de capital e correntes em níveis adequados estimados para o ano
em análise).
Assim, para a elaboração da proposta de Orçamento de Investimento, é indispensável
que o Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST ) disponha
da previsão do PDG de todas as empresas estatais, o qual deverá ser aprovado por Decreto
Presidencial.
Tanto o Orçamento de Investimento quanto o PDG das empresas do setor produtivo estatal
federal são elaborados segundo o regime de competência e buscam guardar absoluta
compatibilidade com os dados contábeis das respectivas empresas, apurados de acordo com a
Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades Anônimas). O PDG utiliza
também os dados de fluxo de caixa como elemento indispensável de análise do desempenho
empresarial, segundo o conceito de Necessidade de Financiamento Líquido.
Objetivando facilitar o acesso às informações do PDG das empresas estatais por parte do
DEST, das próprias empresas estatais e dos ministérios supervisores, foi desenvolvido o
Sistema de Informação das Estatais - SIEST, interligando on-line todos esses órgãos. Este
sistema é constituído de subsistemas, entre eles: a) Política de Aplicações; b)
Endividamento; c) PDG; d) Cadastro das Empresas Estatais.
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ATENÇÃO:Integram o Orçamento de Investimento das estatais somente as
sociedades cuja programação não conste integralmente nos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social, ou seja, estão excluídas as empresas públicas e sociedades de economia
mista dependentes de recursos do Tesouro Nacional para desenvolver suas atividades.
De acordo com o art. 4º, a Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do
Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o
disposto no art. 2º.
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_ Mensagem: conterá exposição circunstanciada da situação econômico-financeira, documentada com
demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e outros
compromissos financeiros exigíveis; exposição e justificação da política econômico-financeira do
Governo; justificação da receita e despesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital.
Constará da proposta orçamentária, para cada unidade administrativa, descrição sucinta de suas
principais finalidades, com indicação da respectiva legislação.
Os arts. 23 a 26 tratam das previsões plurienais. As receitas e despesas de capital serão objeto de um
Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital, aprovado por decreto do Poder Executivo, abrangendo,
no mínimo um triênio.
A proposta orçamentária conterá o programa anual atualizado dos investimentos, as inversões financeiras
e as transferências previstas no Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital.
a) (VETADO)
§ 5º A lei orçamentária não consignará dotação para investimento com duração superior a um exercício
financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão, conforme
disposto no § 1odo art. 167 da Constituição.
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Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem
como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados
quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das
programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto no § 11 do art. 166. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
b)Órgão Setorial
O órgão setorial desempenha o papel de articulador no seu âmbito, atuando verticalmente no processo
decisório e integrando os produtos gerados no nível subsetorial, coordenado pelas unidades
orçamentárias. Sua atuação no processo de elaboração envolve:
c)Unidade Orçamentária
A unidade orçamentária desempenha o papel de coordenadora do processo de elaboração da
proposta orçamentária no seu âmbito de atuação, integrando e articulando o trabalho das unidades
administrativas componentes. Trata-se de momento importante do qual dependerá a consistência da
proposta do órgão, no que se refere a metas, valores e justificativas que fundamentam a programação.
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1. CICLO ORÇAMENTÁRIO - PONTOS MAIS IMPORTANTES DA AULA
É um processo contínuo, dinâmico e flexível, por meio do qual se elabora/planeja, aprova,
executa, controla/avalia a programação de dispêndios do setor público nos aspectos físico e
financeiro.
O ciclo orçamentário não se confunde com o exercício financeiro. O exercício financeiro
coincide com o ano civil, ou seja, inicia-se em 1.º de janeiro e se encerra em 31 de dezembro
de cada ano, conforme dispõe o art. 34 da Lei 4.320/1964.
1.ELABORAÇÃO
O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do Ministério
Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas
orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subsequente,
inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.
Cabe à lei complementar prevista no § 9.º do art. 165 da CF/1988 e ainda não editada:
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do
PPA, LDO e LOA;
II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta
bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
III – dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão
adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e
1
limitação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto no § 11 do
art. 166.
2. DISCUSSÃO/APROVAÇÃO
CF - Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao
orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso
Nacional, na forma do regimento comum.
EMENDAS NA CF/1988
CF - Art. 166. (...)
§ 2º As emendas serão apresentadas na comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem
somente podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de
despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e o Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas
quando incompatíveis com o plano plurianual.
3.EXECUÇÃO
Dotação: São valores monetários autorizados, consignados na Lei Orçamentária Anual (LOA)
para atender a uma determinada programação orçamentária.
Destaque: Descentralização externa de créditos, efetuada entre órgãos distintos.
2
Provisão: Descentralização interna de créditos, realizada entre UGs do mesmo órgão.
Movimentação de Recursos(FINANCEIRO)
Cota: é o montante de recursos colocados à disposição dos OSPF pela
COFIN/STN mediante movimentação intra-SIAFI dos recursos da Conta Única
do Tesouro Nacional.
Repasse: é a movimentação “externa” de recursos realizada pelos OSPF para
as unidades de outros órgãos ou ministérios e entidades da Administração
Indireta, bem como entre estes
Sub-repasse: é a liberação “interna” de recursos dos OSPF para as unidades
sob sua jurisdição e entre as unidades de um mesmo órgão, ministério ou
entidade.
4. CONTROLE
3
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório;
Realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão
técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário;
Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União
participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao DF ou a Município;
Prestar as informações solicitadas pelo CN, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as
sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário;
Assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
Sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;
Representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título
executivo extrajudicial, usufruindo, assim, de atributo de exequibilidade. A dívida passa a ser líquida
e certa.
Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Disposições Gerais
Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:
I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o
nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos;
III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de
realização de obras e prestação de serviços.
Do Controle Interno
Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de controle a que se refere o artigo 75, sem
prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.
Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante
e subsequente.
Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em lei, ou por fim de
gestão, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de contas de todos os
responsáveis por bens ou valores públicos.
Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da proposta orçamentária ou a outro indicado na
legislação, caberá o controle estabelecido no inciso III do artigo 75.
Parágrafo único. Esse controle far-se-á, quando for o caso, em termos de unidades de medida,
previamente estabelecidos para cada atividade.
Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou órgãos equivalentes verificar a exata
observância dos limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade orçamentária, dentro do
sistema que for instituído para esse fim.
Do Controle Externo
4
Art. 81. O controle da execução orçamentária, pelo Poder Legislativo, terá por objetivo verificar a
probidade da administração, a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos e o cumprimento da
Lei de Orçamento.
Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará contas ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido
nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios.
§ 1º As contas do Poder Executivo serão submetidas ao Poder Legislativo, com Parecer prévio do
Tribunal de Contas ou órgão equivalente.
§ 2º Quando, no Município não houver Tribunal de Contas ou órgão equivalente, a Câmara de
Vereadores poderá designar peritos contadores para verificarem as contas do prefeito e sobre elas
emitirem parecer.
5
1. RECEITA
INTRODUÇÃO
O orçamento é instrumento de planejamento de qualquer entidade, seja pública ou privada, e representa
o fluxo previsto dos ingressos e das aplicações de recursos em determinado período.
A matéria pertinente à receita é disciplinada, em linhas gerais, pelos arts. 3o, 9o, 11, 35 e 57 da Lei no 4.320, de
1964.
Em sentido amplo, receitas públicas são ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado, que se
desdobram em receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades de recursos financeiros para o
erário, e ingressos extraorçamentários, quando representam apenas entradas compensatórias.
OBSERVAÇÃO:
Quando, por exemplo, o imposto de renda pessoa física é recolhido, aloca-se a receita pública
correspondente na natureza de receita código “1.1.1.3.01.1.1, segundo o esquema a seguir:
De acordo com o § 2o do art. 11 da Lei no 4.320, de 1964, com redação dada pelo Decreto-Lei no 1.939, de 20
de maio de 1982, Receitas de Capital são as provenientes de: realização de recursos financeiros oriundos da
constituição de dívidas; conversão, em espécie, de bens e direitos; recebimento de recursos de outras pessoas
de direito público ou privado, quando destinados a atender Despesas de Capital; e, superávit do Orçamento
Corrente
OBSERVAÇÃO:
Assim, a Portaria Interministerial STN/SOF no 338, de 26 de abril de 2006, que alterou a Portaria
Interministerial STN/SOF nº 163, de 2001, incluiu as Receitas Correntes Intraorçamentárias e Receitas de
Capital Intraorçamentárias representadas, respectivamente, pelos códigos 7 e 8 em suas categorias
econômicas. Essas classificações não constituem novas categorias econômicas de receita, mas apenas
especificações das categoria econômica Receitas Correntes e Receitas de Capital.
2.1.2 ORIGEM
A origem é o detalhamento das categorias econômicas Receitas Correntes e Receitas de Capital,
com vistas a identificar a procedência das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos.
A atual codificação amplia o escopo de abrangência do conceito de origem e passa a explorá-lo na
sequência lógico-temporal na qual ocorrem naturalmente atos e fatos orçamentários co-dependentes. Nesse
contexto, considera que a arrecadação das receitas ocorre de forma concatenada e sequencial no tempo,
sendo que, por regra, existem arrecadações inter-relacionadas que dependem da existência de um fato
gerador inicial a partir do qual, por decurso de prazo sem pagamento, originam-se outros, na ordem lógica
dos acontecimentos jurídicos:
a) primeiro, o fato gerador da Receita Orçamentária Propriamente Dita, que ocorre quando da
subsunção do fato, no mundo real, à norma jurídica;
c) terceiro, a obrigação de pagar a dívida ativa referente à Receita Orçamentária Propriamente Dita
e às multas e aos juros dessa receita, cujo fato gerador é a inscrição em dívida ativa, que decorre do
transcurso de novo prazo e da permanência do não pagamento da receita e das multas e juros que lhe são
afetos. (Novamente, ao remetermos para o início do processo – a origem – há dependência da existência
do fato gerador primeiro, inicial: a existência da Receita Orçamentária Propriamente Dita); e
d) quarto, a obrigação de recolher multas e juros incidentes sobre a dívida ativa da Receita
Orçamentária Propriamente Dita, cujo fato gerador é o decurso do prazo estipulado por lei para pagamento
da dívida ativa, sem que o pagamento tenha ocorrido. (Ao buscar-se o marco inicial dessa obrigação,
conclui-se, novamente, que, na origem, há dependência da existência da Receita Orçamentária
Propriamente Dita).
Nesse diapasão, ressalte-se que o ponto de partida – a origem – de todo o processo relatado no
parágrafo anterior foi a existência da Receita Orçamentária Propriamente Dita, e as demais arrecadações
que se originaram a partir do não pagamento dessa receita foram, na sequência temporal dos
acontecimentos: multas e juros da receita, dívida ativa da receita e multas e juros da dívida ativa da receita.
O raciocínio estruturado acima explora o fato de que se a existência de multas, juros, dívida ativa e multas
e juros da dívida ativa decorrem do não pagamento da Receita Orçamentária Propriamente Dita dentro dos
prazos estabelecidos em lei, então dependem da existência dessa receita e nela tiveram origem.
2.1.5 TIPO
O tipo, correspondente ao último dígito na natureza de receita, tem a finalidade de identificar o tipo de
arrecadação a que se refere aquela natureza, sendo:
Assim, o mesmo código utilizado para controle das destinações da receita também é utilizado na
despesa, para controle das fontes financiadoras. Dessa forma, esse mecanismo contribui para o atendimento
do parágrafo único do art. 8o, parágrafo único, e do art. 50, inciso I, da LRF:
destinação não vinculada (ou ordinária): é o processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de
recursos, para atender a quaisquer finalidades, desde que dentro do âmbito das competências de atuação do
órgão ou entidade.
A vinculação de receitas deve ser pautada em mandamentos legais que regulamentam a aplicação
de recursos e os direcionam para despesas, entes, órgãos, entidades ou fundos.
- Receitas do Orçamento de Investimento das Empresas Estatais: referem-se aos recursos das
empresas estatais não dependentes [não enquadradas no art. 2o, inciso III, da LRF] em que a União, direta
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
2.5 ETAPAS DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA
As etapas da receita seguem a ordem de ocorrência dos fenômenos econômicos, levando-se em
consideração o modelo de orçamento existente no País. Dessa forma, a ordem sistemática inicia-se com a
etapa de previsão e termina com a de recolhimento.
Nem todas as etapas citadas ocorrem para todos os tipos de receitas orçamentárias. Pode ocorrer
arrecadação de receitas não previstas e também das que não foram lançadas, como é o caso de uma doação em
espécie recebida pelos entes públicos.
2.5.1 PREVISÃO
Efetuar a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que constará na proposta
orçamentária. Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas técnicas e legais correlatas e, em
especial, com as disposições constantes na LRF. Sobre o assunto, vale citar o art. 12 da referida norma:
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro
fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
utilizadas.
No âmbito federal, a metodologia de projeção de receitas busca assimilar o comportamento da
arrecadação de determinada receita em exercícios anteriores, a fim de projetá-la para o período seguinte, com o
auxílio de modelos estatísticos e matemáticos. O modelo dependerá do comportamento da série histórica de
arrecadação e de informações fornecidas pelos órgãos orçamentários ou unidades arrecadadoras envolvidos no
processo.
A previsão de receitas é a etapa que antecede a fixação do montante de despesas que irá constar nas leis
de orçamento, além de ser base para se estimar as necessidades de financiamento do governo.
2.5.2 LANÇAMENTO
O art. 53 da Lei no 4.320, de 1964, define o lançamento como ato da repartição competente, que verifica a
procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta. Por sua vez, conforme o art.
142 do CTN, lançamento é o procedimento administrativo que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo e,
sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade cabível.
Observa-se que, segundo o disposto nos arts. 142 a 150 do CTN, a etapa de lançamento situa-se no
contexto de constituição do crédito tributário, ou seja, aplica-se a impostos, taxas e contribuições de melhoria.
2.5.3 ARRECADAÇÃO
Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro Nacional pelos contribuintes ou devedores, por
meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo ente.
Vale destacar que, segundo o art. 35 da Lei no 4.320, de 1964, pertencem ao exercício financeiro as
receitas nele arrecadadas, o que representa a adoção do regime de caixa para o ingresso das receitas públicas.
2.5.4 RECOLHIMENTO
Consiste na transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro Nacional, responsável
pela administração e controle da arrecadação e pela programação financeira, observando-se o princípio da unidade
de tesouraria ou de caixa, conforme determina o art. 56 da Lei no 4.320, de 1964, a seguir transcrito:
Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria,
vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.
Principal fonte de recursos do Governo Federal, tributos são origens de receita orçamentária corrente. Embora,
atualmente, os tributos englobem as contribuições, a classificação orçamentária por Natureza de receita, faz uma
distinção entre as receitas de origem Tributária e as de Contribuições, atendendo ao disposto na Lei NR 4.320,
de 1964.
Trata-se de receita derivada, cuja finalidade é obter recursos financeiros para o Estado custear as atividades que
lhe são correlatas. Sujeita-se aos princípios da reserva legal e da anterioridade da Lei, salvo exceções.
O art. 4º do CTN preceitua que a natureza específica do tributo, ao contrário de outros tipos de receita, é
determinada pelo fato gerador da obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a sua denominação; e
II - a destinação legal do produto de sua arrecadação.
IMPOSTOS
Os impostos, segundo o art. 16 do CTN, são espécies tributárias cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, o qual não recebe
contraprestação direta ou imediata pelo pagamento.
O art. 167 da CF proíbe, ressalvadas algumas exceções, a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
despesa. Os impostos estão enumerados na CF, ressalvando-se unicamente a possibilidade de utilização, pela
União, da competência residual prevista no art. 154, inciso I, e da competência extraordinária, no caso dos
impostos extraordinários de guerra externa, prevista no inciso II do mesmo artigo.
TAXAS
De acordo com o art. 77 do CTN:
As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
A taxa está sujeita ao princípio constitucional da reserva legal e, sob a ótica orçamentária, classifica-se em:
Taxas de Fiscalização e Taxas de Serviço.
Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente
à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do poder público, à tranquilidade pública ou
ao respeito à propriedade e aos direitos individuais e coletivos.
A relação jurídica, nesse tipo de serviço, é de verticalidade, ou seja, o Estado atua com supremacia sobre o
particular. É receita derivada e os serviços têm que ser específicos e divisíveis.
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
A contribuição de melhoria é espécie de tributo na classificação da receita orçamentária e tem como fato gerador
valorização imobiliária que decorra de obras públicas, contanto que haja nexo causal entre a melhoria ocorrida e
a realização da obra pública.
De acordo com o art. 81 do CTN:
A contribuição de melhoria cobrada pela União, Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de
suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra
resultar para cada imóvel beneficiado.
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
Classificada como espécie de contribuição, por força da Lei no 4.320, de 1964, a contribuição social é tributo
vinculado a uma atividade estatal que visa atender aos direitos sociais previstos na CF, tais como a saúde, a
previdência, a assistência social e a educação.
A competência para instituição das contribuições sociais é da União, exceto das contribuições dos servidores
estatutários dos Estados, Distrito Federal e Municípios, que são instituídas pelos respectivos entes. As
contribuições sociais para a seguridade social (§ 6o do art. 195 da CF) estão sujeitas ao princípio da
anterioridade nonagesimal, ou seja, somente poderão ser cobradas noventa dias após a publicação da lei que as
instituiu ou majorou.
OBSERVAÇÃO:
Seguridade Social
Conforme dispõe o art. 195 da CF, a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, mediante recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de contribuições
sociais. Em complemento, a composição das receitas que financiam a seguridade social é discriminada nos arts.
11 e 27 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, que instituiu o Plano de Custeio da Seguridade Social. O Anexo
II do Ementário de Receitas Orçamentárias da União descreve o conjunto de receitas que integram o Orçamento
da Seguridade Social. Essas receitas classificam-se como Contribuições Sociais e Demais Receitas, por meio da
seguinte metodologia:
Contribuições Sociais: para integrarem o Orçamento da Seguridade Social, as receitas de contribuições sociais
devem ser destinadas para as áreas de saúde, previdência ou assistência social.
Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o
custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de
energia elétrica.
Sob a ótica da classificação orçamentária, a Contribuição para o Custeio de Serviço de Iluminação Pública é
espécie da origem Contribuições, que integra a categoria econômica Receitas Correntes.
FONTES DE CONSULTA
1.1. Conceito
O orçamento é o instrumento de planejamento de qualquer entidade, pública ou privada, e
representa o fluxo de ingressos e aplicação de recursos em determinado período.
Para o setor público, é de vital importância, pois é a lei orçamentária que fixa a despesa pública
autorizada para um exercício financeiro. A despesa pública é o conjunto de dispêndios
realizados pelos entes públicos para o funcionamento e manutenção dos serviços públicos
prestados à sociedade.
Os dispêndios, assim como os ingressos, são tipificados em orçamentários e
extraorçamentários.
Dessa forma, despesa orçamentária é toda transação que depende de autorização legislativa,
na forma de consignação de dotação orçamentária, para ser efetivada.
Dispêndio extraorçamentário é aquele que não consta na lei orçamentária anual,
compreendendo determinadas saídas de numerários decorrentes de depósitos, pagamentos de
restos a pagar, resgate de operações de crédito por antecipação de receita e recursos
transitórios.
Para fins contábeis, a despesa orçamentária pode ser classificada quanto ao impacto na
situação líquida patrimonial em:
a. Despesa Orçamentária Efetiva - aquela que, no momento de sua realização, reduz a
situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil modificativo diminutivo.
b. Despesa Orçamentária Não Efetiva – aquela que, no momento da sua realização, não
reduz a situação líquida patrimonial da entidade e constitui fato contábil permutativo.
Em geral, a despesa orçamentária efetiva é despesa corrente. Entretanto, pode haver despesa
corrente não efetiva como, por exemplo, a despesa com a aquisição de materiais para estoque
e a despesa com adiantamentos, que representam fatos permutativos.
1
1.2.1.2. Descentralizações de Créditos Orçamentários
As descentralizações de créditos orçamentários ocorrem quando for efetuada movimentação
de parte do orçamento, mantidas as classificações institucional, funcional, programática e
econômica, para que outras unidades administrativas possam executar a despesa
orçamentária.
As descentralizações de créditos orçamentários não se confundem com transferências e
transposição, pois:
Para a União, de acordo com o inciso III do §1º do art.1º do Decreto nº 6.170/2007, a
descentralização de crédito externa dependerá de termo de cooperação, ficando vedada a
celebração de convênio para esse efeito.
A LRF definiu procedimentos para auxiliar a programação orçamentária e financeira nos arts 8º
e 9º:
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de
diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder
Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de
desembolso. [...]
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar
o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas
Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes
necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira,
segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
2
1.2.1.4. Processo de Licitação e Contratação
O processo de licitação compreende um conjunto de procedimentos administrativos que
objetivam adquirir materiais, contratar obras e serviços, alienar ou ceder bens a terceiros, bem
como fazer concessões de serviços públicos com as melhores condições para o Estado,
observando os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e de outros que lhe são correlatos.
A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, estabelecendo normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações.
1.2.2. Execução
A execução da despesa orçamentária se dá em três estágios, na forma prevista na Lei nº
4.320/1964: empenho, liquidação e pagamento.
1.2.2.1. Empenho
Empenho, segundo o art. 58 da Lei nº 4.320/1964, é o ato emanado de autoridade competente
que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.
Consiste na reserva de dotação orçamentária para um fim específico.
Quando o valor empenhado for insuficiente para atender à despesa a ser realizada, o empenho
poderá ser reforçado. Caso o valor do empenho exceda o montante da despesa realizada, o
empenho deverá ser anulado parcialmente.
Será anulado totalmente quando o objeto do contrato não tiver sido cumprido, ou ainda, no
caso de ter sido emitido incorretamente.
b. Estimativo: é o tipo de empenho utilizado para as despesas cujo montante não se pode
determinar previamente, tais como serviços de fornecimento de água e energia elétrica,
aquisição de combustíveis e lubrificantes e outros; e
3
c. Global: é o tipo de empenho utilizado para despesas contratuais ou outras de valor
determinado, sujeitas a parcelamento, como, por exemplo, os compromissos decorrentes de
aluguéis.
É recomendável constar no instrumento contratual o número da nota de empenho, visto que
representa a garantia ao credor de que existe crédito orçamentário disponível e suficiente para
atender a despesa objeto do contrato. Nos casos em que o instrumento de contrato é
facultativo, a Lei nº 8.666/1993 admite a possibilidade de substituí-lo pela nota de empenho de
despesa, hipótese em que o empenho representa o próprio contrato.
1.2.2.2. Liquidação
Conforme dispõe o art. 63 da Lei nº 4.320/1964, a liquidação consiste na verificação do direito
adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo
crédito e tem por objetivo apurar:
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo
por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.
§ 1º Essa verificação tem por fim apurar:
I – a origem e o objeto do que se deve pagar;
II – a importância exata a pagar;
III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:
I – o contrato, ajuste ou acôrdo respectivo;
II – a nota de empenho;
III – os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.
1.2.2.3. Pagamento
O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor por meio de cheque nominativo,
ordens de pagamentos ou crédito em conta, e só pode ser efetuado após a regular liquidação
da despesa.
A Lei nº 4.320/1964, no art. 64, define ordem de pagamento como sendo o despacho exarado
por autoridade competente, determinando que a despesa liquidada seja paga.
A ordem de pagamento só pode ser exarada em documentos processados pelos serviços de
contabilidade.
Serão inscritas em restos a pagar as despesas liquidadas e não pagas no exercício financeiro,
ou seja, aquelas em que o serviço, obra ou material contratado tenha sido prestado ou
entregue e aceito pelo contratante. Também serão inscritas as despesas não liquidadas
quando o serviço ou material contratado tenha sido prestado ou entregue e que se encontre,
em 31 de dezembro de cada exercício financeiro, em fase de verificação do direito adquirido
pelo credor ou quando o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor estiver
vigente.
A inscrição de despesa em restos a pagar não processados é procedida após a anulação dos
empenhos que não podem ser inscritos em virtude de restrição em norma do ente, ou seja,
verificam-se quais despesas devem ser inscritas em restos a pagar e anulam-se as demais
para, após, inscrevem-se os restos a pagar não processados do exercício.
4
No momento do pagamento de restos a pagar referente à despesa empenhada pelo valor
estimado, verifica-se se existe diferença entre o valor da despesa inscrita e o valor real a ser
pago; se existir diferença, procede-se da seguinte forma:
Se o valor real a ser pago for superior ao valor inscrito, a diferença deverá ser empenhada a
conta de despesas de exercícios anteriores;
Se o valor real for inferior ao valor inscrito, o saldo existente deverá ser cancelado.
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois
quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida
integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem
que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
Supõe-se que determinada receita tenha sido arrecadada e permaneça no caixa, portanto,
integrando o ativo financeiro do ente público no fim do exercício. Existindo, concomitantemente,
uma despesa empenhada, deverá ser registrada também um passivo financeiro; caso contrário
o ente público estará apresentando em seu balanço patrimonial, sob a ótica da Lei nº
4.320/1964, ao fim do exercício, um superávit financeiro (ativo financeiro – passivo financeiro)
indevido, que poderia ser objeto de abertura de crédito adicional no ano seguinte na forma
prevista na lei. Assim, a receita que permaneceu no caixa na abertura do exercício seguinte já
está comprometida com o empenho que foi inscrito em restos a pagar e, portanto, não poderia
ser utilizada para abertura de novo crédito.
5
O ingresso no caixa corresponderá a uma receita orçamentária. O empenho da despesa é um
ato que potencialmente poderá afetar o patrimônio, criando passivo financeiro que
comprometerá o ativo financeiro, diminuindo o valor do superávit financeiro. Após o implemento
de condição e a verificação do direito adquirido pelo credor, o patrimônio sofrerá alteração
qualitativa ou quantitativa.
O reconhecimento da despesa orçamentária ao longo do exercício deve ser realizado no
momento do empenho com a assunção de um passivo financeiro orçamentário.
Dessa forma, na situação acima descrita, todas as despesas serão inscritas em restos a pagar,
havendo segregação entre as liquidadas e não pagas e as não liquidadas. Assim, o total de
restos a pagar inscrito será de $900, sendo $700 referentes a restos a pagar processados
(liquidados) e $200 ($900-$700) referentes a restos a pagar não processados (não liquidados).
Desta maneira, tem-se um superávit financeiro de $100, que corresponde à diferença entre a
receita arrecadada de $1000 e a despesa empenhada de $900.
Assim, para maior transparência, as despesas executadas devem ser segregadas em:
Despesas liquidadas, consideradas aquelas em que houve a entrega do material ou serviço,
nos termos do art. 63 da Lei nº 4.320/1964; e Despesas não liquidadas, inscritas ao
encerramento do exercício como restos a pagar não processados.
O art. 37 da Lei nº 4.320/1964 dispõe que as despesas de exercícios encerrados, para as quais
o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que
não se tenham processado na época própria, bem como os restos a pagar com prescrição
interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício
correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento,
discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.
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2.2. PROGRAMAÇÃO QUANTITATIVA
A programação orçamentária quantitativa tem duas dimensões: a física e a financeira.
A dimensão física define a quantidade de bens e serviços a serem entregues.
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2.3. CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA POR ESFERA ORÇAMENTÁRIA
Na LOA, a esfera tem por finalidade identificar se a despesa pertence ao Orçamento Fiscal (F), da
Seguridade Social (S) ou de Investimento das Empresas Estatais (I), conforme disposto no § 5o do art.
165 da CF. Na LOA, o classificador de esfera é identificado com as letras “F”, “S” ou “I”. Na base de dados
do SIOP, o campo destinado à esfera orçamentária é composto de dois dígitos e será associado à ação
orçamentária:
Orçamento Fiscal - F (código 10): referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
- Orçamento da Seguridade Social - S (código 20): abrange todas as entidades e órgãos a ela
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos
pelo Poder Público; e
- Orçamento de Investimento - I (código 30): orçamento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
O § 2o do art. 195 da CF estabelece que a proposta de Orçamento da Seguridade Social será elaborada
de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo
em vista as metas e prioridades estabelecidas na LDO, assegurada a cada área a gestão de seus
recursos.
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2.5. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DA DESPESA
A classificação funcional é formada por funções e subfunções e busca responder basicamente à
indagação “em que áreas de despesa a ação governamental será realizada?”. Cada atividade, projeto e
operação especial identificará a função e a subfunção às quais se vinculam.
A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria no 42, de 14 de abril de 1999, do então Ministério
do Orçamento e Gestão (MOG), e é composta de um rol de funções e subfunções prefixadas, que servem
como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental nos três níveis de Governo. Trata-
se de uma classificação independente dos programas e de aplicação comum e obrigatória, no âmbito dos
Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União, o que permite a consolidação nacional dos
gastos do setor público.
A classificação funcional é representada por cinco dígitos, sendo os dois primeiros relativos às funções e
os três últimos às subfunções. Na base de dados do SIOP, existem dois campos correspondentes à
classificação funcional:
A codificação para a Reserva de Contingência foi definida pelo art. 8o da Portaria Interministerial
STN/SOF nº 163, de 2001, alterado pelo art. 1o da Portaria Conjunta STN/SOF no 1, de 18 de junho de
2010, atualizada, vigorando com a seguinte redação:
Art. 8º A dotação global denominada “Reserva de Contingência”, permitida para a União no art. 91 do
Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a ser
utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e para o atendimento ao disposto no
art. 5o, inciso III, da Lei Complementar no 101, de 2000, sob coordenação do órgão responsável pela sua
destinação, bem como a Reserva do Regime Próprio de Previdência do Servidor - RPPS, quando houver,
serão identificadas no orçamento de todas as esferas de Governo pelos códigos “99.999.9999.xxxx.xxxx”
e “99.997.9999.xxxx.xxxx”, respectivamente, no que se refere às classificações por função e subfunção e
estrutura programática, onde o “x” representa a codificações das ações e o respectivo detalhamento.
2.5.1. FUNÇÃO
A função pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor
público. Reflete a competência institucional do órgão, como, por exemplo, cultura, educação, saúde,
defesa, que guarda relação com os respectivos Ministérios. Há situações em que o órgão pode ter mais
de uma função típica, considerando-se que suas competências institucionais podem envolver mais de
uma área de despesa. Nesses casos, deve ser selecionada, entre as competências institucionais, aquela
que está mais relacionada com a ação.
A função Encargos Especiais engloba as despesas que não podem ser associadas a um bem ou serviço
a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras
afins, representando, portanto, uma agregação neutra. A utilização dessa função irá requerer o uso das
suas subfunções típicas, conforme tabela abaixo:
2.5.2. SUBFUNÇÃO
A subfunção representa um nível de agregação imediatamente inferior à função e deve evidenciar a
natureza da atuação governamental . De acordo com a Portaria no 42, de 14 de abril de 1999, é possível
combinar as subfunções a funções diferentes daquelas a elas diretamente relacionadas, o que se
denomina matricialidade.
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2.6. ESTRUTURA PROGRAMÁTICA
2.6.1. PROGRAMA
Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos objetivos
estratégicos definidos para o período do PPA, ou seja, quatro anos.
Na base de dados do SIOP, o campo que identifica o programa contém quatro dígitos.
Assim como no PPA 2016-2019, a Ação Orçamentária integrará exclusivamente a LOA. Os programas,
que constam em ambos os instrumentos, são subdivididos em Programas Temáticos e Programas de
Gestão. Todavia, na LOA, há alguns programas que não constam no PPA, que são os Programas
compostos exclusivamente por Operações Especiais. A integração Plano-Orçamento se dará da seguinte
forma:
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No caso dos Programas Temáticos, admite-se que ações padronizadas (que possuem o mesmo código)
possam vincular-se a objetivos diferentes.
Dessa forma, o Objetivo será o elo entre o Plano e o Orçamento quando se tratar de Programas
Temáticos.
OBSERVAÇÃO:
Considerando que as metas regionalizadas para a Administração Pública estão retratadas no PPA 2016-
2019 na categoria Objetivos, essa categoria deverá servir de referencial para a avaliação das ações.
Caso seja necessária a criação de novas ações que não possam ser vinculadas aos Objetivos existentes,
o órgão setorial deverá solicitar à SPI a criação dessa nova categoria.
2.6.2.1. ATIVIDADE
Instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um
conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um
produto ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo. Exemplo: ação 4339 -
Qualificação da Regulação e Fiscalização da Saúde Suplementar.
2.6.2.2. PROJETO
Instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto
de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o
aperfeiçoamento da ação de governo. Exemplo: ação 7M64 Construção de Trecho Rodoviário -
Entroncamento BR-472 - Fronteira Brasil/Argentina - na BR-468.
OBSERV
OBSERVAÇÃO:
As operações especiais caracterizam-se por não retratar a atividade produtiva no âmbito federal,
podendo, entretanto, contribuir para a produção de bens ou serviços à sociedade, quando caracterizada
por transferências a outros entes.
Desde 2015, o processo de revisão das ações envolve a identificação, quando possível, útil ou desejável,
de unidades de mensuração (volume de operação, carga de trabalho, produtos/serviços gerados a partir
das transferências etc.) para as operações especiais.
Esse processo de revisão envolve, também, a análise geral das ações atuais, que permitirá a
identificação de falhas de classificação e os seus respectivos ajustes, quando necessário.
Por fim, as operações especiais deverão ser tipificadas conforme o atributo "Subtipo de Operação
Especial"
2.6.3. SUBTÍTULO
As atividades, os projetos e as operações especiais serão detalhados em subtítulos, utilizados
especialmente para identificar a localização física da ação orçamentária, não podendo haver, por
conseguinte, alteração de sua finalidade, do produto e das metas estabelecidas.
A adequada localização do gasto permite maior controle governamental e social sobre a implantação das
políticas públicas adotadas, além de evidenciar a focalização, os custos e os impactos da ação
governamental.
A localização do gasto poderá ser de abrangência nacional, no exterior, por Região (Norte, Nordeste,
Centro Oeste, Sudeste, Sul), por Estado ou Município ou, excepcionalmente, por um critério específico,
quando necessário. A LDO veda, na especificação do subtítulo, a referência a mais de uma localidade,
área geográfica ou beneficiário, se determinados.
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Na União, o subtítulo representa o menor nível de categoria de programação e será detalhado por esfera
orçamentária, por GND, por modalidade de aplicação, IDUSO e por fonte/destinação de recursos, sendo o
produto e a unidade de medida os mesmos da ação.
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A despesa, assim como a receita, é classificada em duas categorias econômicas, com os seguintes
códigos:
3 - Despesas Correntes: as que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem
de capital.
4 - Despesas de Capital: as que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de
capital.
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2.7.2.3. IDENTIFICADOR DE DOAÇÃO E DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO - IDOC
O IDOC identifica as doações de entidades internacionais ou operações de crédito contratuais alocadas
nas ações orçamentárias, com ou sem contrapartida de recursos da União. Os gastos referentes à
contrapartida de empréstimos serão programados com o IDUSO igual a “1”, “2”, “3” ou “4” e o IDOC com o
número da respectiva operação de crédito, enquanto que, para as contrapartidas de doações, serão
utilizados o IDUSO “5” e respectivo IDOC.
O número do IDOC também pode ser usado nas ações de pagamento de amortização, juros e encargos
para identificar a operação de crédito a que se referem os pagamentos.
Quando os recursos não se destinarem à contrapartida nem se referirem a doações internacionais ou
operações de crédito, o IDOC será “9999”. Nesse sentido, para as doações de pessoas, de entidades
privadas nacionais e as destinas ao combate à fome, deverá ser utilizado o IDOC “9999”.
FONTES DE CONSULTA:
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