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AULA 01

CONCEITOS FUNDAMENTAIS

NOÇÕES BÁSICAS SOBRE


MÁQUINAS-FERRAMENTAS

Velocidade de corte (ou de trabalho)

A velocidade de corte é a velocidade com que se dá a retirada


do cavaco. É expressa em [m/min].

O movimento relativo “ferramenta-peça” deve ser feito com


velocidades apropriadas.

Algumas máquinas (plainas, p. ex.) só possuem uma ou poucas


velocidades de trabalho.

A maioria das máquinas são acionadas com muitas velocidades,


principalmente as que têm movimentos de rotação (torno,
furadeira, fresadora, retífica, etc.).

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Relação entre velocidade de corte e velocidade de rotação:

πd[mm]n[rpm]
v[m / min] =
1000
A velocidade de corte apropriada implica num custo mínimo de
obtenção da peça

Não se pode trabalhar com uma velocidade de corte qualquer:

se "v" for muito pequena, o tempo empregado para usinagem


será demasiadamente grande

se "v" for alta, a aresta de corte perde a têmpera em função


do forte aquecimento sofrido, desgastando-se rapidamente

Conclusão: deve-se escolher a velocidade de corte mais


adequada para cada caso

Avanço e Profundidade de corte


Avanço = distância s [mm] que a aresta de corte percorre em cada rotação completa
da peça, ao tornear paralelo:

Profundidade de corte = distância radial a [mm] que a ponta da ferramenta penetra


na peça

Secção transversal do cavaco = A [mm2] = s a

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É aconselhável trabalhar com:

• avanço reduzido

• grande profundidade de corte

• ângulo de posição α em torno de 45º

Observações:

materiais frágeis (bronze, ferro fundido):


cavacos saltam sob a forma de cavacos arrancados

materiais tenazes (aço):


formam-se cavacos plásticos (enrolados)

NOÇÕES BÁSICAS DE UMA


MÁQUINA-FERRAMENTA
O assunto será desenvolvido em cima do torno, que é a máquina
ferramenta mais comum de se encontrar em setores de
usinagem. A figura mostra um torno mecânico paralelo:

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Partes componentes do torno
Barramento (a):
Suporta todas as partes principais
da máquina
Apoia-se sobre os pés do torno
O carro e o contraponto deslocam-
se sobre as suas guias, as quais
geralmente apresentam a forma
prismática:

Cabeçote fixo (b):


No cabeçote fixo está montada a
árvore principal ou de trabalho,
por meio da qual a peça recebe o
movimento de rotação

Cabeçote móvel (ou contraponto)


(d):
Utilizado como encosto ou apoio
para montagem entre pontos de
peças a tornear, que apresentem
comprimentos significativos
Na operação de furar nele é
também colocada a ferramenta

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Carro (c):
Apoio para a ferramenta de corte,
proporciona os movimentos de avanço e
penetração
Compõe-se de:
Carro longitudinal (ou de barramento)
Carro inferior (ou carrinho transversal)
Carro superior (com porta-ferramenta)
Os carros devem mover-se nas guias
respectivas sem folga alguma

Carro
superior
Carro
Carro longitudinal

inferior

Luneta (ou guia de


Acessório de extrema importância
acompanhamento)
Peças compridas e delgadas podem fletir
durante o torneamento, com o seu
diâmetro tornando-se irregular

A superfície da peça fica sujeita a


apresentar marcas resultantes de
vibrações

Para evitar a flexão, é utilizada a luneta,


a qual possui grampos reguláveis, entre os
quais gira a peça

Tipos de lunetas:

Luneta fixa ou guia de três contatos:


fixada ao barramento do torno

Luneta móvel ou guia de dois contatos:


fixada ao carro.

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Processos de torneamento
Torneamento
paralelo ou
cilíndrico
(cilindramento)
Torneamento
perfilador
Torneamento de (perfilamento)
faces (faceamento)

Torneamento de
roscas
Torneamento (rosqueamento)
cônico

Mecanismos para variar a


velocidade de rotação
A velocidade de rotação [rpm] deve ser variada, conforme a
exigência do trabalho a executar
Para a produção dos diferentes números de rotações, recorre-
se a um mecanismo de acionamento
Na maioria das vezes, esse mecanismo está localizado no
cabeçote fixo
Através de mecanismos de transmissão por correias ou por
rodas dentadas (engrenagens) podem ser variados “por
escalões” (por faixas) os números de rotações (ex.: 105, 151,
214 rpm)
Existem também mecanismos que possibilitam uma alteração
contínua de velocidades (sem escalonamento)

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Transmissão por correias

Transmissão cruzada
(sentidos de rotação opostos)
Transmissão simples Transmissão para eixos não
(mesmos sentidos de rotação) paralelos

Secções transversais de correias


Correia plana Correia trapezoidal

A = encapamento de borracha
B = elementos de tração (nylon)
C = material acolchoante (elastômero)

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Transmissão por engrenagens
Se dá simplesmente mediante o engrenamento dos dentes:

Cálculos
referentes à
transmissão
por correias

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Mecanismos escalonados
Para que se possa regular o número de rotações da forma mais vantajosa possível,
recorrem-se a mecanismos escalonados
Vejamos um exemplo de mecanismo, através do qual pode-se dispor de quatro
diferentes rotações na árvore principal.

Posição de correia I:
n.d11 = n1.d12 ⇒ 180 x 255 = n1.150
n1 = 306 rpm
Posição de correia II:
n.d21 = n2.d22 ⇒ 180 x 220 = n2.185
n2 = 214 rpm
Posição de correia III:
n.d31 = n3.d32 ⇒ 180 x 185 = n3. 220
n3 = 151,36 rpm
Posição de correia IV:
n.d41 = n4.d42 ⇒ 180 x 150 = n4. 255
n4 = 105,88 rpm

Cálculos
referentes à
transmissão por
engrenagens

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