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ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E HÓRUS

INDÍGENA
RESENHA

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E HÓRUS INDÍGENA

Para começar a detalhar a respeito da Assistência farmacêutica e Hórus


Indígena, é importante fazer primeiro um breve relato sobre os povos
indígenas, existia no século XVI cerca de cinco milhões de pessoas (índios),
porém com a chegada de outros povos, essa população foi dizimada,
principalmente por epidemias de doenças infecciosas, cujo impacto era
favorecido pelas mudanças no seu modo de vida impostas pela colonização, de
livres, eles passaram a serem escravos, impuseram trabalhos forçados, os
maltratavam, e a desobediência levara a muitos a ficarem em confinamentos
com fome e sede. Hoje segundo o Sistema de Informação da Atenção à Saúde
Indígena (SIASI) – hoje restam cerca de 370.000 índios, em mais de 210
etnias/povos e falam 170 línguas, sendo que 17% dos indígenas não falam a
língua portuguesa. Foram criados diversos órgãos para garantir a esses povos,
acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do
Sistema Único de Saúde (SUS), dentre esses órgãos se destacam: Distrito
Sanitário Especial Indígena (DSEI), Fundação Nacional do Índio (FUNAI),
Comissão Intersetorial de Saúde Indígena (CISI), Secretaria Especial de Saúde
Indígena (SESAI), etc.
Os vídeos assistidos como parte do aprendizado sobre Assistência
Farmacêutica e Hórus Indígena, foram divididos em três módulos.
O Módulo 1 – Saúde indígena que aborda todo o funcionamento do Subsistema
de Atenção à Saúde Indígena (SASISUS) e Assistência Farmacêutica, a
Política Nacional de Atenção à Saúde de povos indígenas (PNASPI), aprovada
pela portaria nº 254/GM/MS de 31/01/2002, e seus objetivos, contemplando a
diversidade cultural, social e geográfico, histórica e política e suas diretrizes
voltadas à promoção do uso adequado e racional de medicamentos. O
farmacêutico como parte fundamental na promoção a saúde indígena e as suas
ações diretas ou indiretas relacionadas à assistência farmacêutica, partindo
das necessidades e da realidade epidemiológica de cada Distrito Sanitário
Especial Indígena (DSEI), garantindo os medicamentos e insumos necessários
à população indígena. Os farmacêuticos também devem valorizar e incentivar
as práticas de saúde tradicionais dos povos indígenas, articulando com as
demais ações de saúde dos DSEIs. Observa-se também o Subsistema de
Atenção à Saúde Indígena (SASISUS), criado pela Lei nº 9.836/99 que
acrescenta dispositivos à Lei nº 8.080/90, o SASISUS um componente do
Sistema Único de Saúde (SUS), que funciona em perfeita integração, a União é
responsável por financiar com seus próprios este subsistema. O SASISUS
deve ser estruturado como o SUS, descentralizado, hierarquizado e
regionalizado e as populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS,
compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à saúde. A
Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), órgão criado em outubro de
2010, é uma área do Ministério da Saúde, responsável por coordenar a
PNASPI e todo o processo de gestão do SASISUS, no âmbito do SUS. Suas
atribuições estão voltadas ao desenvolvimento de ações de atenção integral à
saúde indígena e educação, observando as práticas de saúde tradicionais
indígenas, planejamento e coordenação de ações de saneamento e edificações
de saúde indígena, promoção do fortalecimento do controle social no SASI,
dentre outras.
Por fim, o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), modelo de organização
de serviços, abrange mais de um município ou mais de um estado. Promove a
reordenação da rede de saúde, e das práticas sanitárias, desenvolve atividades
administrativas e gerenciais necessárias à prestação da assistência, com
controles sociais. Existem 34 DSEIs, todos têm farmácias ou Central de
Abastecimentos Farmacêuticos (CAFs) e farmacêuticos responsáveis técnicos.
Os farmacêuticos prestam serviços na alimentação do Hórus indígena, no
suporte as equipes multidisciplinares de saúde indígena (EMSI), no
planejamento para aquisição de medicamentos e insumos, programação,
distribuição aos polos e aldeias e também na atividade farmacêutica aos
indígenas. Para organizar os DSEIs deve ser realizadas discussões e debates
com a participação de lideranças e organizações indígenas, do órgão
indigenista oficial, de antropólogos, universidades e instituições
governamentais e não governamentais que prestam serviços às comunidades
indígenas, além de secretarias municipais e estaduais de Saúde. Porém, os
serviços de saúde estão organizados da seguinte forma: os Polos base – que é
a primeira referência para os agentes de saúde indígena (AIS), cada polo base
cobre um conjunto de aldeias, estão estruturados como unidades básicas de
saúde, e contam com a ação das equipes multidisciplinares de saúde. CASAI –
Casas de apoio da saúde do índio, presente em vários municípios, são
executadas os serviços de apoio aos pacientes indígenas e encaminhados à
rede de saúde do SUS. Esses pacientes e seus acompanhantes são recebidos,
alojados, alimentados, pela CASAI. UBSI – Unidade básica de saúde indígena,
divida em três tipos, tipo I – população mínima entre 50 e 250, tipo II –
população mínima entre 251 e 500 e tipo III – população de referência acima
de 501 indígenas. Os atendimentos nas aldeias são feitos pela EMSI –
compostos por médicos, enfermeiros, nutricionistas, dentistas, e outros
profissionais. O farmacêutico é importantíssimo no cuidado ao usuário
indígena, quanto mais próximo esse profissional está nas aldeias e dos índios,
melhor será a qualidade do atendimento, e maior o sucesso no seguimento
farmacoterapêutico.
No módulo II, fala-se sobre o Sistema Hórus indígena, desenvolvido no ano
2011/2012, em parceria com o Departamento de Assistência farmacêutica,
Departamento de Informática do SUS e SESAI, a finalidade deste sistema na
época era de se adequar as necessidades de organização dos
estabelecimentos de saúde indígena. A implantação do Hórus indígena ocorreu
em maio de 2012, no DSEI Pernambuco (Polo base Fulni-ó – Águas Belas),
após a implantação nas duas localidades, foi feita a primeira movimentação do
Hórus na saúde indígena. O objetivo é promover a qualificação da gestão da
assistência farmacêutica do Subsistema de Atenção a Saúde Indígena
(SASISUS), contribuindo para a ampliação do acesso dos indígenas aos
medicamentos e insumos, possibilita também o monitoramento e a Avaliação
dos dados da assistência farmacêutica nos DSEIs e geração de informação
sobre o acesso e uso de medicamentos pelos indígenas. Este sistema
monitora, através de fluxos de movimentações, relatórios, gestão de estoques,
controle das entradas e saídas e registro das dispensações de medicamentos,
dentre outros.
O Módulo III, relata a qualificação nacional em assistência farmacêutica e
utilização do Sistema Hórus, quais ferramentas de gestão da AF são utilizadas,
como funciona o fluxo do processo licitatório de aquisição de medicamentos,
como é feito um plano de ação para saúde indígena, que é um documento
formulado a partir de identificação de problemas internos e externos, para os
quais se elaboram objetivos, ações e atividades com o fim de resolvê-los com
conformidade com um cronograma de execução. Através do Sistema Hórus é
realizado o ciclo de assistência farmacêutica, começando pela seleção de
medicamentos, decreto 7.508/2011, artigo 11, define que a população indígena
contará com regramentos diferenciados de acesso, compatíveis com suas
especificidades e necessidade de assistência integral à saúde, depois
programação, através das áreas técnicas, DIASI Divisão de Atenção à Saúde
Indígena, SELOG – Serviço de Recursos Logísticos e SEOFI – Serviços de
Orçamento e Finanças, aquisição (através de licitações), armazenamento
(armazenada na CAF do DSEI, e realizada a entrada dos insumos no sistema),
distribuição ou dispensação (os medicamentos são distribuídos para as 34
DSEIs e CASAI DF, ficando disponíveis para as aldeias, polos base e
CASAI(s), para serem dispensados aos indígenas).
Enfim, percebe-se a importância que o Sistema Hórus, tem na assistência
farmacêutica, seja para o acesso a atenção primária, secundária e terciária aos
povos indígenas, como para promoção, proteção e recuperação da saúde,
tanto individual como coletivo, a garantia de medicamentos essenciais à saúde,
desde a entrada do medicamento até a entrega a população indígena e a
promoção ao uso adequado e racional de medicamentos, etc.

REFERÊNCIAS

1. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_saude_indigena.pdf
2. https://www.youtube.com/watch?v=VZQibDEN5Vg
3. https://www.youtube.com/watch?v=WpLJGBG6mDU
4. https://www.youtube.com/watch?v=FW-OVL89Zv0&t=826s

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