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Bons estudos!
Fabiano Pereira
“Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite
que ele possa ser realizado”.
Roberto Shinyashiki
art. 9º da LIA. REsp 1.412.214-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel.
para acórdão Min. Benedito Gonçalves, julgado em 8/3/2016, DJe 28/3/2016
(Informativo n. 580).
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8.987/1995 -, o mencionado art. 11, ao citar “no edital”, não inviabiliza que a
possibilidade de aferição de outras receitas figure apenas no contrato, haja vista
se tratar de parte integrante do edital.
Sendo assim, desde que haja previsão no contrato de concessão da rodovia,
permite-se a cobrança, a título de receita alternativa, pelo uso de faixa de
domínio, ainda que a cobrança recaia sobre concessionária de serviços de
distribuição de energia elétrica. Ademais, havendo previsão contratual, não há
como prevalecer o teor do art. 2º do Decreto 84.398/1980 em detrimento do
referido art. 11 da Lei 8.987/1995. Precedente citado: REsp 975.097-SP, Primeira
Seção, DJe 14/5/2010. EREsp 985.695-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado
em 26/11/2014, DJe 12/12/2014 (Informativo 554).
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4. SERVIDOR PÚBLICO
Processo: EREsp 1.157.628-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, por maioria, julgado em
7/12/2016, DJe 15/2/2017.
Resumo do julgado: A “teoria do fato consumado" não pode ser aplicada para
consolidar remoção de servidor público destinada a acompanhamento de
cônjuge, em hipótese que não se adequa à legalidade estrita, ainda que tal
situação haja perdurado por vários anos em virtude de decisão liminar não
confirmada por ocasião do julgamento de mérito.
Em uma primeira linha, a teoria do fato consumado tem sido aplicada, no âmbito
judicial, para as hipóteses em que, pela própria lei da natureza, não haveria como
desfazer os acontecimentos decorrentes do ato viciado. Também tem sido
reconhecida a incidência da teoria do fato consumado nas hipóteses em que a
Administração permite, por vários anos, a permanência de situação contrária à
legalidade estrita, atribuindo ares de legalidade a determinada circunstância, e,
assim, fazendo crer que as pessoas agem de boa-fé, conforme o direito. Nessa
perspectiva, a teoria do fato consumado guarda íntima relação com a
convalidação dos atos administrativos, atualmente regulada pelo artigo 54 da Lei
n. 9.784/1999. Quanto aos comportamentos das partes ao longo do tempo, faz-
se necessário, para que se tenha por aplicável a teoria do fato consumado,
distinguir duas situações que podem ocorrer quando se pratica um ato
equivocado. A primeira situação corresponde à hipótese em que um ato contrário
à lei é praticado sem dolo e sem contestação, tendo vigência por anos a fio, e
assim atribuindo à situação fática ares de legalidade, atraindo para si o valor da
segurança jurídica. Há, nesses casos, de ser preservada a estabilidade das
relações geradas pelo ato inválido, cuja regularidade manteve-se inconteste por
anos, fazendo convalescer o vício que originalmente inquinava sua validade.
Protege-se, com isso, a boa-fé e o princípio da confiança legítima do
administrado, a ela associado. Situação diversa é aquela em que determinado
ato é praticado sob contestação das pessoas envolvidas, que o reputam irregular
e manifestam a existência de tal irregularidade nas vias adequadas, mas que, por
causa da demora no transcurso do procedimento destinado à apuração da
legalidade do ato, termina por gerar efeitos no mundo concreto. Nessa última
hipótese, verificada ou confirmada a ilegalidade, sendo ainda possível, o ato deve
ser desfeito, preservando-se apenas aquilo que, pela consolidação fática
irreversível, não puder ser restituído ao status quo ante. Mesmo nesses casos, se
ficar configurado prejuízo decorrente do fato irreversível, deve ser ressalvada à
parte prejudicada o direito de exigir perdas e danos. E, embora se reconheça o
relevante valor social da família, cuja proteção encontra-se determinada pela
própria Constituição Federal, o STF já assentou que o artigo 226 da Lei
Fundamental não é motivo suficiente, por si só, para garantir ao servidor o direito
a lotação na cidade em que possui vínculos afetivos. Por outro lado, a remoção
de servidor fora das hipóteses legais termina por desbalancear o quadro de
lotação dos órgãos públicos, retirando da Administração a discricionariedade que
a lei lhe outorgou na distribuição de sua força de trabalho, segundo as reais
necessidades do serviço público. A teoria do fato consumado não se presta,
assim, para mitigar a interpretação do art. 36, III, "a", da Lei n. 8.112/1990,
assegurando ao servidor lotação para acompanhamento de cônjuge fora da
estrita moldura normativa. Não se deve perder de vista que a teoria do fato
consumado é de aplicação excepcional e deve ser adotada com cuidado e
moderação, para que não sirva de mecanismo para premiar quem não tem direito
pelo só fato da demora no julgamento definitivo da causa em que fora deferida
uma decisão liminar, cuja duração deve ser provisória por natureza. Com essas
considerações, tem-se por inaplicável a teoria do fato consumado para consolidar
remoção destinada a acompanhamento de cônjuge, em situação que não se
adéqua à legalidade estrita, mitigando a interpretação do artigo 36, III, "a", da
Lei n. 8.112/1990, ainda que tal situação haja perdurado por vários anos em
virtude de decisão liminar não confirmada quando do julgamento de mérito.
(Informativo n. 598)
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Processo: MS 21.991-DF, Rel. Min. Humberto Martins, Rel. para acórdão Min.
João Otávio de Noronha, por maioria, julgado em 16/11/2016, DJe 3/3/2017.
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Corte Especial
DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. PRAZO DECADENCIAL PARA
IMPETRAR MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA REDUÇÃO DE VANTAGEM DE
SERVIDOR PÚBLICO.
O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra
redução do valor de vantagem integrante de proventos ou de
remuneração de servidor público renova-se mês a mês. A citada redução,
ao revés da supressão de vantagem, configura relação de trato sucessivo, pois
não equivale à negação do próprio fundo de direito. Assim, o prazo decadencial
para se impetrar a ação mandamental renova-se mês a mês. Precedente citado:
AgRg no REsp 1.211.840-MS, Segunda Turma, DJe 6/2/2015. EREsp 1.164.514-
AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/12/2015, DJe 25/2/2016
(Informativo n. 578).
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Processo: REsp 1.514.673-RS, Rel. Min. Regina Helena Costa, por unanimidade,
julgado em 7/3/2017, DJe 17/3/2017.
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Com efeito, o art. 9º, III, da Lei n. 8.666/1993 dispõe que não poderá participar,
direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do
fornecimento de bens a eles necessários o servidor ou dirigente de órgão ou
entidade contratante ou responsável pela licitação. Desse modo, cinge-se aos
autos a falta cometida pela empresa e o desrespeito às normas de licitação e
contratos, com a contração de sargento do Exército Brasileiro que, em razão da
sua atuação em setor específico da Força Terrestre, detinha plena experiência na
condução do serviço objeto da licitação. Caracterizada, portanto, a conduta
inidônea da empresa, com a quebra de confiança da Administração, o que vai de
encontro aos dispositivos legais sob análise. Consigne-se, por fim, que, consoante
o entendimento da Primeira Turma deste STJ, "não pode participar de
procedimento licitatório a empresa que possuir em seu quadro de pessoal
servidor ou dirigente do órgão ou entidade contratante ou responsável pela
licitação (...) O fato de estar o servidor licenciado, à época do certame, não ilide
a aplicação do referido preceito legal, eis que não deixa de ser funcionário o
servidor em gozo de licença" (REsp 254.115-SP, Rel. Min. Garcia Vieira, DJ de
14/8/2000). (Informativo n. 602)
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Inteiro teor: Tratou-se de ação civil pública proposta por Ministério Público
Federal contra Universidade Federal com o escopo de obrigar a instituição de
ensino a iniciar as obras de adaptação de todas as suas edificações para permitir
sua utilização por pessoas portadoras de necessidade especiais. No campo dos
direitos individuais e sociais de absoluta prioridade, o juiz não se deve
impressionar nem se sensibilizar com alegações de conveniência e oportunidade
trazidas pelo administrador relapso. A ser diferente, estaria o Judiciário a fazer
juízo de valor ou político em esfera na qual o legislador não lhe deixou outra
possibilidade de decidir que não seja a de exigir o imediato e cabal cumprimento
dos deveres, completamente vinculados, da Administração Pública. Se um direito
é qualificado pelo legislador como de absoluta prioridade, deixa de integrar o
universo de incidência da reserva do possível, já que a sua possibilidade é,
preambular e obrigatoriamente, fixada pela Constituição ou pela lei. Ademais,
tratando-se de direito essencial, incluso no conceito de mínimo existencial,
inexistirá empecilho jurídico para que o Judiciário estabeleça a inclusão de
determinada política pública nos planos orçamentários do ente político,
principalmente quando não houver comprovação objetiva da incapacidade
econômico-financeira da pessoa estatal. (Informativo n. 592)
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República”. Além disso, mesmo que não fosse a expressa autorização legal para
regulamentação da ajuda de custo, outras razões hermenêuticas e axiomáticas
reforçam a legitimidade de resoluções que prescrevam a limitação temporal em
análise, visto se tratar de medidas limitadoras que obedecem aos princípios da
moralidade administrativa, da razoabilidade, da impessoalidade, da eficiência e
da economicidade da gestão pública. Nesse sentido, ressalta-se que o fator tempo
não pode ser desconsiderado por ocasião da fixação de limites para a concessão
de ajuda de custo, ante fundamentos atrelados à ratio do benefício, aos impactos
financeiros da presente decisão, à conveniência e oportunidade da concessão e
ao histórico do tratamento da matéria. Além do mais, ir além e questionar os
termos em que estabelecido o limite temporal exigiria a invasão do mérito dos
atos administrativos que estabelecessem essa limitação, o que é permitido
apenas em hipótese excepcional de flagrante ilegalidade (AgRg no Ag 1.298.842-
RJ, Segunda Turma, DJe 29/6/2010; e AgRg nos EDcl no REsp 902.419-RS,
Segunda Turma, DJe 15/2/2008). De mais a mais, o CNJ e o STF ratificam essas
limitações. Nesse sentido, cabe ressaltar a afirmação realizada pelo CNJ ao
analisar pedido de ajuda de custo de magistrado (Pedidos de Providência
2007.10000007809 e 2007.10000011825): “Observo ainda que os decretos
regulamentadores da ajuda de custo, no plano federal, limitam a concessão da
ajuda de custo a um ano, ou seja, o magistrado não pode receber em período
inferior a um ano mais de uma ajuda de custo. Esta regra deve ser seguida nas
concessões de ajuda de custo, sob pena de conversão dos magistrados em
peregrinos, contrariando inclusive a própria natureza da ajuda de custo, com o
que a ajuda de custo somente é devida em remoções que ocorrerem em prazo
superior a um ano”. Seguindo a mesma ratio, a Resolução 382/2008 do STF, que
dispõe sobre a concessão de ajuda de custo no âmbito do Supremo Tribunal
Federal, assevera, em seu art. 9º, caput e I, que “Não será concedida ajuda de
custo ao Ministro ou ao servidor que [...] tiver recebido indenização dessa espécie
no período correspondente aos doze meses imediatamente anteriores, ressalvada
a hipótese de retorno de ofício, de que trata o § 6º do art. 3º”. REsp 1.257.665-
CE, Rel. Min. Herman Benjamin, Primeira Seção, julgado em 8/10/2014, DJe
17/9/2015 (Informativo 569).
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SÚMULA 552
O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para
o fim de disputar as vagas reservadas em concursos públicos. Corte Especial,
aprovada em 4/11/2015, DJe 9/11/2015 (Informativo 572).
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foi acompanhado pelos ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Gilmar Mendes,
Cármen Lúcia (Presidente) e Alexandre de Moraes.
A Corte entendeu que uma interpretação conforme do art. 71 da Lei
8.666/1993, com o reconhecimento da responsabilidade subsidiária da
Administração Pública, infirma a decisão tomada no julgamento da ADC
16/DF (DJE de 9.9.2011), nulificando, por conseguinte, a coisa julgada formada
sobre a declaração de constitucionalidade do dispositivo legal.
Observou que, com o advento da Lei 9.032/1995, o legislador buscou
excluir a responsabilidade subsidiária da Administração, exatamente para
evitar o descumprimento do disposto no art. 71 da Lei 8.666/1993,
declarado constitucional pela Corte. Anotou que a imputação da culpa “in
vigilando” ou “in elegendo” à Administração Pública, por suposta deficiência
na fiscalização da fiel observância das normas trabalhistas pela empresa
contratada, somente pode acontecer nos casos em que se tenha a efetiva
comprovação da ausência de fiscalização.
Nesse ponto, asseverou que a alegada ausência de comprovação em juízo da
efetiva fiscalização do contrato não substitui a necessidade de prova taxativa do
nexo de causalidade entre a conduta da Administração e o dano sofrido. Ao final,
pontuou que a Lei 9.032/1995 (art. 4º), que alterou o disposto no § 2º do art.
71 da Lei 8.666/1993, restringiu a solidariedade entre contratante e contratado
apenas quanto aos encargos previdenciários resultantes da execução do
contrato, nos termos do art. 31 da Lei 8.212/1991. Vencida a ministra
Rosa Weber (relatora), acompanhada pelos ministros Edson Fachin, Roberto
Barroso, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello, que negavam provimento
ao recurso. Concluíam: a) pela impossibilidade de transferência automática
para a Administração Pública da responsabilidade subsidiária pelo
descumprimento das obrigações trabalhistas pela empresa terceirizada; b)
pela viabilidade de responsabilização do ente público, em caso de culpa
comprovada em fiscalizar o cumprimento dessas obrigações; e c) pela
competência da Administração Pública em comprovar ter fiscalizado
adequadamente o cumprimento das obrigações trabalhistas pelo contratado.
(RE 760931/DF, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Luiz
Fux, julgamento em 26.4.2017. (RE-760931) (Informativo 862,
Plenário, Repercussão Geral)
que o recurso não deveria ser conhecido quanto à suposta ofensa ao art. 100 da
Constituição, pois não caberia falar em pagamento dos valores em discussão por
meio de precatório, de acordo com precedentes da Corte.
Na parte conhecida, rememorou entendimento jurisprudencial pela legalidade
dos descontos remuneratórios alusivos aos dias de paralisação, a exemplo
do que fixado no MI 708/DF (DJe de 30.10.2008). Frisou inexistir legislação
específica acerca do direito de greve no setor público, razão pela qual, quando o
tema alcança o Supremo Tribunal Federal, tem-se decidido pela aplicação da
regra atinente ao setor privado.
Destacou a existência, em outros países democráticos, dos fundos de greve,
geridos pelos sindicatos, cujos recursos seriam usados para remunerar os
servidores públicos grevistas, de forma a não onerar o Estado. Além disso,
ressaltou haver países, também democráticos, em que inexistiria o direito de
greve a servidores públicos. Essa não seria a situação brasileira, pois esse
direito estaria constitucionalmente assegurado. Sublinhou a importância da
negociação coletiva para resolver questões remuneratórias, muito embora
os avanços no sentido da aplicação desse instituto no setor público ainda
fossem pouco expressivos. Ademais, sustentou que eventual compensação de
dias e horas não trabalhados deveria ser sempre analisada na esfera da
discricionariedade administrativa, por não haver norma a impor sua
obrigatoriedade.
Anotou que alguns entes federados teriam editado atos normativos impeditivos
de abono ou compensação na hipótese de greve. Sem prejuízo da eventual
constitucionalidade dessas normas, seria possível inferir que a opção da
administração deveria ser respeitada, até mesmo ao estabelecer premissas
normativas impeditivas de negociações sobre determinados pontos, desde que
razoáveis e proporcionais, até o advento de lei de regência nacional sobre o tema.
Enquanto isso não ocorresse, o instrumento da negociação seria o melhor
caminho para solucionar conflitos em cada caso, observados os limites acima
traçados.
Salientou que, na espécie, de um lado, não haveria dados sobre imposição de
sanção administrativa nem sobre a existência de processos disciplinares
contra os grevistas. Pelo contrário, a autoridade impetrada apenas teria
cumprido a lei e reconhecido a legitimidade dos descontos. Não haveria, por outro
lado, certeza quanto à alegação de que os dias não trabalhados seriam
devidamente compensados, o que seria impassível de exame no recurso. Não
existiria, portanto, violação a direito líquido e certo dos impetrantes, ora
recorridos. Vencidos os ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Marco Aurélio e
Ricardo Lewandowski, que negavam provimento ao recurso.
Consideravam que a greve dos servidores públicos seria direito fundamental
ligado ao Estado Democrático de Direito. Como a greve seria o principal
instrumento de reivindicações civilizatórias da classe funcional pública diante
do Estado, a suspensão do pagamento da remuneração dos servidores
tocaria a essencialidade do direito em debate. A adesão de servidor a movimento
grevista não poderia representar uma opção economicamente intolerável ao