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1 Introdução Lógica

Lógica é a análise e avaliação de argumentos. Quando fazemos lógica, tentamos esclarecer raciocínio e separar o bom
raciocínio do mau raciocínio.

1.2 Argumentos válidos

Se você perder a hora, você se atrasará. Se você perder a hora, você se atrasará.
Você não está atrasado. Você não perdeu a hora.
Portanto: Portanto:
a) Você dormiu demais. a) Você está atrasado.
b.) Você não perdeu a hora. b) Você não está atrasado.
c.) Você está atrasado. c) Você perdeu a hora.
d.) Nenhuma das anteriores d) Nenhuma das anteriores.

“Você não está atrasado” não segue necessariamente, já que você pode estar atrasado por outras razões; talvez seu carro
pode ter quebrado ou algum outro motivo.
- Um argumento, no sentido utilizado em lógica, é um conjunto de enunciados que consistem em premissas e uma
conclusão. As premissas são enunciados que fornecem evidência de sustentação; a conclusão é o que é alegadamente
sustentado por esses enunciados. Argumentos colocam em palavras um possível ato de raciocínio. Exemplo de
argumento válido:
Se você perder a hora, você se atrasará.
Você não está atrasado.
⸫ Você não perdeu a hora.

Um argumento é válido caso seja contraditório (impossível) que as premissas sejam todas verdadeiras e que a conclusão
seja falsa. Ao chamar um argumento de válido, não estamos dizendo que as premissas são verdadeiras. Apenas dizemos
que a conclusão segue a partir das premissas – que, se as premissas forem todas verdadeiras, a conclusão também será
verdadeira. O argumento é válido devido à sua forma lógica – sua disposição de noções lógicas (como “se então” e
“não”) e frases de conteúdo. Um argumento é correto se ele é válido e todas as suas premissas são verdadeiras.
Podemos expor a forma de um argumento utilizando palavras ou símbolos para noções lógicas e letras para frases de
conteúdo:

Se você perder a hora, você se atrasará. Se A então B (válido)


Você não está atrasado. Não -B
⸫ Você não está perdeu a hora. ⸫ Não -A

O argumento é válido pois sua forma é correta. Caso tomemos um outro argumento com a mesma forma, mas
substituímos outras ideias por “A” e “B”, então este outro argumento também será válido. Exemplo:

Se você está na França, você está na Europa. = Se A então B


Você não está na Europa. = Não -B
⸫ Você não está na França = ⸫Não -A

Consideremos o exemplo INVÁLIDO:

Se você está na França, você está a Europa. = Se A então B


Você não está na França. = Não -A
⸫ Você não está na Europa. = ⸫ Não -B

O argumento torna-se inválido, pois do fato de você estar na Europa não segue necessariamente que você esteja na
França; você pode estar na Itália.
Argumentos Corretos

Em lógica, distinguimos argumentos válidos de argumentos corretos: Um argumento é válido caso seja impossível que
as premissas sejam todas verdadeiras e a conclusão seja falsa. Um argumento é correto se ele é válido e todas as suas
premissas são verdadeiras.

Dizer que um argumento é “válido” não diz nada sobre se suas premissas são verdadeiras. Mas dizer que um argumento
é “correto” quer dizer que ele é válido (a conclusão segue a partir das premissas) e que suas premissas são verdadeiras.
Exemplo de argumento válido e com premissas verdadeiras:

Se você está lendo isto, você não é analfabeto.


Você está lendo isto.
⸫ Você não é analfabeto.

Um argumento pode ser incorreto se: ele tem uma premissa falsa ou se sua conclusão não segue a partir das premissas.
Exemplos:

Primeira premissa falsa: A conclusão não segue:


Todo lógico é milionário. Todo milionário come bem.
Roberto é lógico. Roberto come bem.
⸫ Roberto é milionário. Roberto é milionário.

Existem argumentos dedutivos, onde a conclusão é declarada seguindo necessariamente a partir das premissas. Há
também os argumentos indutivos, onde a conclusão é declarada seguindo a partir das premissas como probabilidade,
possibilidade; esta declaração é implícita ou expressa por termos como “provavelmente”. Exemplo:

Dedutivamente válido Indutivamente forte


Todos que moram na França, moram na Europa. A maioria das pessoas que mora na França, fala francês.
Pierre mora na França. Pierre mora na França (tudo que sabemos sobre ele)
⸫ Pierre mora na Europa Pierre fala francês (provavelmente).

O primeiro argumento possui uma conexão estreita entre premissas e conclusão; seria impossível que as premissas
fossem todas verdadeiras e a conclusão falsa. O segundo tem uma conexão entre premissa e conclusão mais solta.
Relativamente às premissas, a conclusão é apenas uma boa adivinhação; ela é provavelmente verdadeira, mas poderá
ser falsa (talvez Pierre seja filho do embaixador polonês na França).

A lógica exige leitura cuidadosa, pois é cumulativa (uma ideia se constrói sobre a outra).

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