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Colégio Municipal Plínio de Almeida

Data:___de_________de__________
Aluno (a)__________________9º__
NARRAÇÃO

Narrar é contar uma história. Sendo assim, a narração tem como centro a ação, o
fato. Um texto narrativo é uma seqüência de ações que se sucedem através do
tempo e do espaço. A narrativa pode ser ficcional ou não ficcional. A narrativa
não ficcional (ou real), conta os fatos reais, sem recriá-los, limitando-se a
mostrá-los como realmente aconteceram A narrativa ficcional (ou fictícia) cria
ou recria fatos. Sobre um fato real, por exemplo, a história da Segunda Guerra
Mundial, podem ser criados milhares de textos fictícios (basta lembrar de filmes
como “Os doze condenados”, “Os canhões de Navarone”, “A lista de
Schlinder”, “Uma luz na escuridão”, “Um canto de esperança”, entre outros.).
Veja abaixo os tipos de narrativas não ficcionais e ficcionais:

Narrativa não ficcional

Biografia: É a narrativa da vida de alguém. Pode ser escrita pelo próprio autor
(autobiografia) ou por outra pessoa.

Relato: Texto narrativo curto, essencialmente informativo como, por exemplo, o


relatório, carta, e-mail, entre outros.

Resenha: Trata-se de um resumo crítico com juízo de valor, uma síntese de um


texto que visa impressionar o leitor em relação às qualidades desse texto.

Artigo: Texto normalmente divulgado pela imprensa, elaborado com base em


fatos atuais. Difere da reportagem pelo grau de isenção do autor, porque no
artigo o autor tem liberdade de expor sua opinião.

Ensaio: Texto científico ou técnico que deixa clara a opinião do autor sobre
determinado assunto, geralmente mostrando ao leitor o processo de reflexão pelo
qual passou o autor até chegar à conclusão que é tema do texto.

Reportagem: Texto narrativo essencialmente informativo, sem limite de


tamanho. Em princípio, deve limitar-se a narrar os acontecimentos, sem juízo de
valor. Seu objetivo é retratar literalmente a realidade, com o objetivo único de
informar os fatos.

História: É a narrativa da “vida” de um país ou de um povo.


Narrativa ficcional

Romance: em geral é um tipo de texto que possui um núcleo principal, mas não
possui apenas um núcleo. Outras tramas vão se desenrolando ao longo do tempo
em que a trama principal acontece. O Romance se subdivide em diversos outros
tipos: Romance policial, Romance romântico, etc. É um texto longo, tanto na
quantidade de acontecimentos narrados quanto no tempo em que se desenrola o
enredo.

Novela: muitas vezes confundida em suas características com o Romance e com


o Conto, é um tipo de narrativa menos longa que o Romance, possui apenas um
núcleo, ou em outras palavras, a narrativa acompanha a trajetória de apenas uma
personagem. Em comparação ao Romance, se utiliza de menos recursos
narrativos e em comparação ao Conto tem maior extensão e uma quantidade
maior de personagens.

OBS: A telenovela é um tipo diferente de narrativa. Ela advém dos folhetins,


que em um passado não muito distante eram publicados em jornais. O Romance
provém da história, das narrativas de viagem, é herdeiro da epopéia. A novela,
por sua vez, provém de um conto, de uma anedota, e tudo nela se encaminha
para a conclusão.

Conto: É uma narrativa curta. O tempo em que se passa é reduzido e contém


poucos personagens que existem em função de um núcleo. É o relato de uma
situação que pode acontecer na vida das personagens, porém não é comum que
ocorra com todo mundo. Pode ter um caráter real ou fantástico da mesma forma
que o tempo pode ser cronológico ou psicológico.

Crônica: por vezes é confundida com o conto. A diferença básica entre os dois é
que a crônica narra fatos do dia a dia, relata o cotidiano das pessoas, situações
que presenciamos e já até prevemos o desenrolar dos fatos. A crônica também se
utiliza da ironia e às vezes até do sarcasmo. Não necessariamente precisa se
passar em um intervalo de tempo, quando o tempo é utilizado, é um tempo curto,
de minutos ou horas normalmente.

Fábula: É semelhante a um conto em sua extensão e estrutura narrativa. O


diferencial se dá, principalmente, no objetivo do texto, que é o de dar algum
ensinamento, uma moral. Outra diferença é que as personagens são animais, mas
com características de comportamento e socialização semelhantes às dos seres
humanos

Parábola: é a versão da fábula com personagens humanas. O objetivo é o


mesmo, o de ensinar algo. Para isso são utilizadas situações do dia a dia das
pessoas.

Apólogo: é semelhante à fábula e à parábola, mas pode se utilizar das mais


diversas e alegóricas personagens: animadas ou inanimadas, reais ou fantásticas,
humanas ou não. Da mesma forma que as outras duas, ilustra uma lição de
sabedoria.
Anedota: é um tipo de texto produzido com o objetivo de motivar o riso. É
geralmente breve e depende de fatores como entonação, capacidade oratória do
intérprete e até representação. Nota-se então que o gênero se produz na maioria
das vezes na linguagem oral, sendo que pode ocorrer também em linguagem
escrita.

Lenda: é uma história fictícia a respeito de personagens ou lugares reais, sendo


assim a realidade dos fatos e a fantasia estão diretamente ligadas. A lenda é
sustentada por meio da oralidade, torna-se conhecida e só depois é registrada
através da escrita. O autor, portanto é o tempo, o povo e a cultura. Normalmente
fala de personagens conhecidas, santas ou revolucionárias.

Sabendo que os textos não ficcionais são apenas o relato de fatos reais,
trataremos apenas dos textos ficcionais, que criam ou recriam histórias e fatos do
cotidiano.

Elementos da narrativa

O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e


conflito. Seus elementos são:

1. Foco narrativo

1.1 Primeira pessoa: quando o narrador conta a história utilizando a primeira


pessoa do singular ou do plural. Neste caso, ele participa da história (narrador-
personagem);

1.2. Terceira pessoa: quando o narrador não faz parte da história e fala do
personagem na terceira pessoa do singular ou do plural (narrador-observador).
Obs.: Muitas vezes o autor fala de si mesmo na terceira pessoa. Como se um
aluno contasse o seu dia na escola, referindo-se a si mesmo como ele, o aluno.

2.Personagens

2.1. Protagonista – É o personagem principal, o herói (heroína), aqueles por


quem todos torcem.

2.2. Antagonista - É o personagem que se coloca contra o protagonista,


geralmente, nas novelas, aquela pessoa que vive armando situações para
prejudicar o personagem principal.

2.3. Coadjuvante – Personagem menos importante, secundário, que faz parte do


cotidiano do protagonista ou do antagonista.

2.4. Figurante – Personagem terciário, que apenas aparece para compor a cena,
não desempenhando nenhum papel significativo no enredo. Pode até nem ser
percebido pelos personagens principais e secundários.

3.Narrador

3.1. Narrador-personagem – É aquele que faz parte da história e, por isso


mesmo, relata os fatos em primeira pessoa.

3.2. Narrador-observador – É o narrador que, estando diante dos fatos,


observa-os e relata o que vê.

3.3. Narrador onisciente – É aquele que, além de observar e saber de tudo o


que acontece, tem o poder de conhecer o pensamento, os sentimentos e emoções
de cada personagem, como também tudo o que aconteceu e o que está por
acontecer.

4.Tempo

4.1. Cronológico – O relato se desenvolve numa sequência progressiva e lógica


de tempo.

4.2. Psicológico – O relógio e o calendário perdem seu sentido linear. No tempo


psicológico o personagem ou o narrador vai à infância e avança à velhice em
segundos.

É o tempo da imaginação, do sonho, da lembrança, da saudade. Geralmente,


quando aparece o tempo psicológico no texto narrativo, ele marca a presença de
um trecho descritivo.

5. Espaço. – O contexto, o lugar onde se desenvolve o fato ou a história.

Estrutura do texto narrativo

Apresentação - A parte que introduz que dá os dados necessários para a


compreensão da anedota, conto, crônica ou qualquer que seja o tipo de texto
narrativo.

Complicação ou desenvolvimento - Parte do texto que traz o conflito,


problema ou situação que é o ponto central da narrativa.

Clímax - É o auge, o ponto culminante do conflito, seja ele dramático ou


cômico.
Desfecho É a resolução ou a saída do conflito, ou ainda – no caso de uma
anedota – o final que faz com que o leitor perceba o sentido cômico da
narrativa.

O discurso na narrativa

1. Discurso direto

O narrador apresenta a própria personagem falando diretamente, permitindo ao


autor mostrar o que acontece em lugar de simplesmente contar. Veja o exemplo
a seguir:

“Lavador de carros, Juarez de Castro, 28 anos, ficou desolado,


apontando para os entulhos: “Alá minha frigideira, alá meu escorredor
de arroz. Minha lata de pegar água era aquela. Ali meu outro
tênis.”

( Jornal do Brasil, 29 de maio 1989)

Obs. Vale ressaltar que, embora, no exemplo acima, a fala do personagem esteja
reproduzida dentro do texto, separada da fala do narrador por aspas, é mais
comum o discurso direto aparecer com as falas introduzidas por um travessão e
pelos verbos dicendi ( disse, respondeu, falou, afirmou etc.)

2. Discurso indireto

O narrador interfere na fala da personagem. Ele conta aos leitores o que o


personagem disse, mas conta em 3ª pessoa. As palavras da personagem não são
reproduzidas, mas traduzidas na linguagem do narrador.

“Dario vinha apressado, o guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou


a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi
escorregando por ela, de costas, sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva, e
descansou no chão o cachimbo.

Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se não estava se sentindo bem.


Dario abriu a boca, moveu os lábios, mas não se ouviu resposta. “Um senhor
gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de ataque”.

Dalton Trevisan. Cemitério de elefantes. Rio de Janeiro,


Civilização Brasileira, 1964.

3. Discurso indireto livre


É uma combinação dos dois anteriores, confundindo as intervenções do narrador
com as dos personagens. É uma forma de narrar econômica e dinâmica, pois
permite mostrar e contar os fatos a um só tempo.

“Enlameado até a cintura, Tiãozinho cresce de ódio. Se pudesse matar o


carreiro... Deixa eu crescer!... Deixa eu ficar grande!... Hei de dar conta deste
danisco... Se uma cobra picasse seu Soronho... Tem tanta cascavel nos pastos...
Tanta urutu, perto de casa... se uma onça comesse o carreiro, de noite... Um
onção grande, da pintada... Que raiva!... Mas os bois estão caminhando
diferente. Começaram a prestar atenção, escutando a conversa de boi Brilhante”.

Guimarães Rosa. Sagarana. Rio de Janeiro,


José Olympio, 1976.

Observe que o discurso indireto livre representa o “pensar alto”, a exposição do


pensamento no meio da narrativa. No discurso direto, o personagem fala. No
discurso indireto, a fala do personagem é reproduzida pelo narrador ou por outro
personagem. E o discurso indireto livre mostra o pensamento do personagem.

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