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HISTÓRIA DO PARANÁ
P A R A V E S T I B U L A R E S

prof. Marcos Pizzolatto


Sumário

1. Paraná do Índio, 3
2. Paraná Espanhol, 12
3. Paraná Português, 16
3.1 Paraná do Ouro, das Tropas e da Erva-Mate

4. Paraná Província,22 2
4.1 O Paraná na Guerra do Paraguai

5. Paraná Imigrante, 25

6. Paraná na República
6.1 O Paraná na Revolução Federalista, 30
6.2 O Contestado, 32
6.3 A Coluna Prestes no Paraná, 36
6.4 O Paraná na Revolução de 1930, 38
6.5 O Território do Iguaçu, 40
6.6 A Revolta dos Posseiros, 42

7. Paraná Dados Técnicos, 46


8. Paraná cronologia, 47

Glossário, 51
Referências, 52
1. Paraná do Índio

1.1 Origem
A opinião majoritária é de que o homem não é autóctone em nosso
continente e, por conseguinte, também não o é no Paraná. Isto é, o homo sapiens-
sapiens que ocupou as Américas teve suas origens no continente africano e em algum
momento migrou para o continente americano.
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Quem vem, vem DE ALGUM LUGAR. Também é consenso que as
vagas humanas que aqui chegaram atravessaram o estreito de Bering, no extremo
norte do continente. Contudo, subsistem outras teorias que afirmam que o continente
também foi povoado por grupos humanos vindos das ilhas do Oceano Pacifico,
navegando do oeste para o leste e desembarcando na costa oeste da América Central
e do Sul ou ainda que os humanos chegaram à Terra do Fogo vindos da Austrália e
da Nova Zelândia.

Fonte da imagem: http://www.jurassico.com.br/aulas-de-historia/pre-historia-da-america/

O último debate este mais polêmico é quanto a data da chegada dos


primeiros humanos a América. Existem autores que afirmam que os primeiros homens
chegaram à America há mais de 300 mil anos. Mas as datações mais aceitas pela
comunidade científica são aquelas que giram em torno de 12 mil anos atrás, pois são
em torno desta idade que se datam os esqueletos humanos mais antigos encontrados
no continente, como é o caso do crânio de uma mulher, batizada de Luzia, encontrado
em Minas Gerais, datado de 11.500 anos atrás.
Para a região onde hoje é o Paraná há datações que chegam a 9 mil
anos anos antes do presente.
Nas margens do rio Ivaí, no oeste do Estado, em Cidade Gaúcha no
sítio denominado José Vieira demonstraram a existência de povoamentos com idades
8 e 9 mil anos antes de nossa era.
Outras escavações realizadas no centro-leste do Estado, na região de 4
Vila Velha, também com 8 mil anos.
Subindo o rio Ivaí, no município de Manoel Ribas, no centro do Estado,
pesquisas revelaram a existência de material lítico, datado em torno de 7 a 8 mil anos
e onde também foi encontrada uma quantidade de material cerâmico, datado em torno
de 800 anos.
Por todo o Paraná vamos encontrar vestígios desses antigos
assentamentos humanos. O mais antigo deles, datado de 9.040 anos atrás, no vale
do rio Iguaçu.

1.2 As populações caçadoras e coletoras pré-cerâmicas


Essas populações, também chamadas apenas de pré-cerâmicas,
habitaram o Paraná entre 9 mil e 3 mil anos atrás.

Pré-cerâmicos
9.000 a 3.000 anos

Humaitá Umbu Sambaqui


Vale dos grandes rios Terras altas Litoral
Os arqueólogos dividiram essas populações de caçadores coletores
pré-cerâmicos em três tradições e reuniram características identificatórias sobre elas:

1.2.1 Tradição Humaitá

 Não deixaram descendentes historicamente conhecidos.


 Ocuparam todos os estados do sul brasileiro e as regiões vizinhas do
Paraguai e da Argentina, entre 8 mil e 2 mil anos atrás.
 Viviam em bando, compostas de pequenos grupos entre 40 e 60
5
indivíduos.
 Cultura de subsistência de caça, pesca e da coleta
 Seus vestígios mais estudados até o presente restringem-se aos
instrumentos líticos usados para cortar, furar, amolar, moer e ralar.

Instrumento lítico da tradição Humaitá

1.2.2 Tradição Umbu


 Não deixaram descendentes historicamente conhecidos.
 Essas populações ocuparam preferencialmente as regiões de maior
altitude nos planaltos do Paraná, principalmente entre os rios como o
Iguaçu, no sítio Ouro Verde, datado de 9 mil anos, e em vários locais ao
longo do rio Ivaí.
 Construíram suas habitações, tanto a céu aberto quanto nos abrigos
sob rochas. No Rio Grande do Sul e no Uruguai construíram aterros
artificiais onde fixaram suas habitações.

1.2.3 Tradição Sambaqui


 Ocuparam uma vasta faixa entre o mar e a Serra do Mar, desde o Rio
Grande do Sul até a Bahia, desde 6 mil anos 6
 Seus principais vestígios são os inúmeros montes – conhecidos por
sambaquis – que construíram intencionalmente com restos alimentares,
adornos, conchas, ferramentas, armas, carvões de antigas fogueiras,
vestígios de sepultamentos humanos e de antigas moradias.
 A implantação dos Sambaquis nesses ambientes estuarinos não foi
fortuita: ela se deu devido à existência de várias espécies de peixes,
moluscos, crustáceos e outros animais, componentes riquíssimos da dieta
alimentar desses grupos humanos.

1.3 Populações Nativas Agrícolas


Por volta de 2.500 anos atrás populações começam a ocupar a região
da bacia do rio
Paraná e de seus afluentes (Iguaçu, Piquiri, Ivaí, Paranapanema Pirapó,
Santo Inácio, Bandeirantes, Tibagi e Itararé). Foi a expansão dos povos de língua
guarani que vinham ocupando o território do atual Mato Grosso do Sul e as bacias dos
rios Paraguai e Paraná, e do Rio da Prata.

Esses agrupamentos tinham em comum a língua e a produção de


artefatos cerâmicos.
Os vestígios da cultura material dessas populações agricultoras
ceramistas são denominados pela Arqueologia como Tradição Tupi-guarani e
Tradição Itararé/Taquara.

Pode-se afirmar que a região da bacia do rio Paraná e de seus


afluentes da margem esquerda onde é hoje o estado do Paraná foi densamente
povoada, até a chegada dos espanhóis e portugueses, por populações
caçadoras/coletoras pré-ceramistas e pelos agricultores ceramistas, principalmente os
falantes do guarani.

Populações indígenas
históricas
3.000 a aos dias de hoje

Kaingang Tradições Pré Guarani


Tronco lingüístico Cerâmicas Tronco lingüístico
Macro-Jê incorporadas Tupi 7

Xokleng
Xetá
Tronco lingüístico Macro-
Tronco lingüístico Tupi

Carijós
Tronco Linguístico Tupi

Populações indígenas agricultoras ceramistas no Paraná

1.3.1 Guaranis (Tronco Tupi)


 A denominação Guarani define, ao mesmo tempo, a população e o
nome da língua por ela falada.
 os Guarani vieram das bacias dos rios Madeira e Guaporé. Depois
ocuparam continuamente diversos territórios ao longo das bacias dos
rios Paraguai e Paraná até alcançar Buenos Aires, distante
aproximadamente 3 mil km do seu centro de origem. Expandiram-se
ainda para a margem esquerda do Pantanal, nos atuais estados de São
Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Também ocuparam
o Uruguai e o Paraguai.
 Mantiveram esses territórios até a chegada dos primeiros europeus
 Os Guaranis ocuparam os vales e as terras adjacentes de quase
todos os grandes rios e de seus afluentes. A maioria dos sítios
arqueológicos da Tradição Tupi-guarani estão inseridos em áreas
cobertas por florestas, estabelecendo aldeias e as plantações em
clareiras dentro da mata.
 Quando novas áreas eram ocupadas as antigas não eram
necessariamente abandonadas. Os grupos se dividiam com o seu
crescimento populacional ou por disputas políticas, indo ocupar novas
áreas próximas.
 Os guaranis contribuíram para biodiversidade as dispersar espécies
vegetais
 As aldeias tinham tamanhos variados, podendo comportar mais de
mil pessoas,
 organizadas socialmente por meio de relações de parentesco e de 8
aliança política.
 Cada aldeia poderia ter até sete ou oito casas, construídas de
madeira e folhas de palmáceas, podendo abrigar até 300 ou 400
pessoas, e alcançar cerca de 30 ou 40 metros de comprimento por até 7
ou 8 metros de altura.
 A cultura material era composta por objetos confeccionados de
materiais como ossos, madeiras, penas, palhas, fibras vegetais,
conchas, vasilhas cerâmicas, ferramentas de pedra, corantes minerais...

1.3.2 Carijós
• Carijós são índios que ocupavam o território que ia de Cananéia (SP)
até a Lagoa dos Patos (RS). Vistos como "o melhor gentio da costa",
foram receptivos à catequese. Isso não impediu sua escravização em
massa por parte dos colonos de São Vicente.
• Eram os carijós índios dóceis, trabalhadores e bem intencionados.
Pertencia ao ramo Guarani e efetuaram uma marcha migratória do
Paraguai para o sul do litoral brasileiro.

1.3.3 Os Xetá (Tronco Tupi)

 O povo Xetá é conhecido na literatura como: Botocudo, Héta, Chetá,


Setá, Ssetá, Aré e Yvaparé.
 Seu território tradicional, que se estendia pelas margens do baixo rio
Ivaí até a sua foz, no rio Paraná.
 Foi o último grupo indígena contatado no Paraná, no final da década
de 1940 e no início de 1950, quando a frente de ocupação cafeeira
chegou ao seu território.
 A presença dos grupos Xetá no rio Ivaí e em seus afluentes foi
registrada pela primeira por volta de 1840, quando Joaquim Francisco
Lopes e John H. Elliot, a serviço do Barão de Antonina, fizeram contato
com alguns deles nas imediações da foz do rio Corumbataí, no Ivaí.
 Em 1872, o engenheiro inglês Thomas Bigg-Whiter capturou um
pequeno grupo nas proximidades do Salto Ariranha, também no rio Ivaí.
 Muitos outros contatos foram noticiados, mas na região conhecida
como Serra dos Dourados, onde hoje estão implantados os municípios
de Umuarama, Ivaté, Douradina, Icaraíma, Maria Helena, Nova Olímpia, 9
entre outros, é que se deu, na década de 1950 o mais documentado
encontro com um grupo Xetá.
 o Governo do Estado do Paraná vendeu os territórios Xetá para as
Companhias de Colonização, que os lotearam para revenda aos
interessados no cultivo de café na região.
 Até a década de 1990 os Xetá eram tidos pela FUNAI como grupo
extinto ou quase extinto, pois constam nos seus dados populacionais
apenas cinco pessoas.
 Em 1997, por solicitação dos Xetá, foi realizado o primeiro encontro dos
seus sobreviventes em Curitiba, intitulado “Encontro Xetá:
Sobreviventes do Extermínio”.
 Atualmente os Xetá somam aproximadamente 100 (cem) pessoas, em
25 (vinte e cinco) famílias. Estão em processo de luta para que seu
território tradicional seja reconhecido junto à FUNAI

1.3.4 Os Kaingang (Tronco macro-jê)

 A denominação Kaingang define genericamente, ao mesmo tempo, a


população e o nome da língua por ela falada.
 Sabe-se ainda muito pouco sobre seus ascendentes pré-históricos.
 O Brasil central é a provável origem dos Kaingang.
 Eles ocuparam imensas áreas dos estados da região sul, parte
meridional de São Paulo e leste da província de Missiones, na Argentina.
 É provável que os Kaingang e os Xokleng tenham chegado primeiro ao
Paraná, pois em quase todo o Estado os sítios dos Guarani estão próximos
ou sobre os sítios arqueológicos dos Kaingang e Xokleng.
 Com a chegada dos Guarani os Kaingang foram sendo empurrados
para o centro-sul do Estado e/ou foram sendo confinados nos territórios
interfluviais, enquanto os Xokleng foram sendo impelidos para os
contrafortes da Serra Geral, próximo ao litoral.
 A partir do final do século XVII, quando as populações Guarani tiveram
uma drástica redução, os Kaingang voltaram a se expandir por todo o
centro do Paraná.
 Em meados do século XVIII, com as primeiras expedições coloniais nos
territórios do hoje Paraná, foi possível conhecer os nomes kaigangs dos 10
territórios por eles ocupados:

 Koranbang-rê (campos de Guarapuava);

 Kreie-bang-rê (campos de Palmas);

 Kampo-rê (Campo Ere –sudoeste);

 Payquerê (campos entre os rios Ivaí e Piquiri, hoje


nos município de Campo Mourão, Mamborê, Ubiratã
e outros, adjacentes);

 Minkriniarê (campos de Chagu, oeste de


Guarapuava, no município de Laranjeiras do Sul);

 campos do Inhoó (em São Jerônimo da Serra).

1.3.5 Os Xokleng (Tronco macro-jê)


 A denominação Xokleng define genericamente, ao mesmo tempo, a
população e o nome da língua por ela falada.
 Na bibliografia arqueológica esses povos são conhecidos como
Tradição Itararé.
 Ainda se conhece pouco sobre seus ascendentes pré-históricos
 Suas aldeias eram geralmente pequenas, no interior das florestas,
abrigando poucos habitantes. Também ocupavam abrigos sob rocha e
casas semissubterrâneas.
 Fabricavam vasilhas cerâmicas semelhantes às feitas pelos Kaingang,
 Ainda é problemático definir claramente as diferenças entre Kaingang e
Xokleng.
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2. Paraná Espanhol

A ocupação europeia no território do atual Paraná aconteceu por duas


vias: uma espanhola e a outra portuguesa.
A presença espanhola nessa “metade” da América se devia ao tratado
de Tordesilhas, assinado entre Portugal e Espanha, em 1494. De acordo com
Tordesilhas, a Espanha detinha a maior parte das terras que forma nosso atual
estado. No século XV os espanhóis foram abrindo caminhos e estenderam seus
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domínios territoriais objetivando índios para escravidão, deter as invasões portuguesas
a seu território, além de intentar conseguir um porto marítimo, no Atlântico, para
Assunción.
Desde o início do XVI, exploradores europeus atravessaram o território
paranaense tendo como ponto de partida o litoral atlântico. O primeiro europeu a
percorrer toda a extensão deste território foi o bandeirante Aleixo Garcia.
Em 1541 Dom Alvarez Nuñes Cabeza de Vaca, partiu da Ilha de Santa
Catarina seguiu seguindo por terra rumo a oeste tomando posse destes territórios em
nome da coroa Espanhola.
Nestes territórios são fundadas algumas cidades e reduções jesuíticas
para garantir a posse sobre estas terras.
Em 1554 é fundada a primeira povoação europeia em território
paranaense, a vila de Ontiveros, às margens do rio Paraná, perto da foz do rio Ivaí.
Em 1556 o povoado é transferido para perto da foz do rio Piquiri sendo rebatizado
para Cuidad Real del Guairá, hoje Terra Roxa. Esta cidade mais a Vila Rica do
Espírito Santo, nas margens do rio Ivaí, formavam a província de Vera ou do Guairá.
Guaira ou Guayrá em castelhano,fazia parte do Império Espanhol como
um território originalmente pertencente ao governo do Rio da Prata e Paraguai. A
palavra Guairá vem de nome de um cacique da região. Também recebeu o nome “La
Piñería”, pinheiral em português, dada a grande cobertura da terra feita pelo “Pinheiro
do Paraná” (Araucaria angustifolia).
Entre 1622 e 1628 os jesuítas fundaram onze reduções na área do
Guayrá.
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Projeção da localização provável da Ciudad Real del Guayra


14

A partir de 1627 começaram os ataques bandeirantes inicialmente em


busca de índios que viviam fora das reduções, mas a partir de 1629 os bandeirantes
começaram a atacar também as reduções do Guayrá.
Em 1631, o padre Antonio Ruiz de Montoya liderou o “Êxodo
Guairenho”, quando 12 mil indígenas viajaram rio abaixo pelo Paranapanema e pelo
Paraná, no entanto apenas 4.000 Guaranis conseguiram escapar a predação
bandeirante.
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Em 1638 a Ciudad Real Guayrá foi arrasada pelos bandeirantes


portugueses, encerrando o domínio espanhol no Guayrá.
Finalmente, em 1750, o Tratado de Madri estabeleceu os limites entre
Espanha e Portugal, abolindo a linha do Tratado de Tordesilhas e reconhecendo o
território de Guayrá como Português.
3. Paraná Português

Como vimos o território que compreende o Paraná veio, a Portugal, via


Tratado de Madrid (1750), anterior a esse, o tratado de Tordesilhas dividia o Paraná
Português entre as províncias de São Vicente e Santana.

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Fonte: Gazeta do Povo

Em meados de 1600 intensifica-se a presença dos moradores da


capitânia de São Vicente em todo o litoral e nos Campos de Curitiba.
Em 1648 o povoado de Paranaguá é elevado a categoria de Vila com a
denominação de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá.
Diogo de Unhate foi o primeiro português a requerer terras em solo
paranaense. Em 1614 ele obteve uma sesmaria na região de Paranaguá.
Em 1617 Gabriel de Lara funda uma povoação na Ilha da Cotinga, que
depois transferiu para a margem esquerda do rio Taquaré, hoje rio Itiberê.

3.1 Paraná do Ouro, das Tropas e da Erva-Mate


A primeira onda povoadora que realizou a ocupação portuguesa se
esboçou no século XVII com a procura do ouro e se estruturou no século XVIII,
sobretudo no latifúndio campeiro dos Campos Gerais, com base na criação e no
comércio do gado e, mais tarde, no século XIX, na extração e no comércio exportador
de erva-mate e madeira.
3.1.1 OURO
O litoral do Paraná foi a primeira região colonial na descoberta de ouro
de aluvião na primeira metade do século XVII.
A evidência do ouro foi manifestada por Gabriel de Lara em Paranaguá
(1646) e Heliodoro Ébano Pereira nos campos de Curitiba (1651). Nesta época
muitos moradores abandonaram o trabalho na terra para tentar a sorte com o ouro. O
que agravou a pobreza e provimento de alimentos na região. Como o ouro era pouco
logo acabou.
17

• Caminho da Graciosa: primeiramente utilizado por


indígenas, foi utilizado por aqueles que procuravam ouro no
planalto. No segundo momento, foi utilizado para o trânsito de
muares, sendo considerada Estrada apenas no século XIX,
ligando Curitiba com Morretes.

Por alguns anos, os exploradores conseguiram retirar alguma


quantidade de ouro sem muito rendimento. A partir da descoberta de ouro nas Minas
Gerais no final do século XVII, a escassa mineração do Paraná perdeu a importância.
A população de Paranaguá voltou a viver somente da agricultura, e nos campos de
Curitiba, permaneceu a criação de gado.
A produção e o comércio de farinha de mandioca possibilitava a
importação de produtos básicos como o sal, ferragens e peças de algodão vindos da
sede da Capitania.
Ainda no século XVII iniciou-se no litoral outra atividade produtiva como
o plantio de arroz e cana-de-açúcar; este último com a finalidade de produzir a
aguardente e o açúcar.

3.1.2 TROPEIRISMO
Com a abertura do caminho do Viamão, em 1731, a criação e a
invernagem de gado dá o início a principal atividade econômica paranaense do século
XVIII, o tropeirismo.
Para atender às necessidades de alimentação e transporte dos
mineradores das Minas Gerais, ocorreu uma grande procura de vacas, cavalos e
mulas.
Por volta de 1720, os paulistas começaram a buscar o gado do Rio
Grande do Sul. Alguns anos depois, foi aberto o Caminho Viamão-Sorocaba Era um
caminho que levava o gado das margens do rio da Prata e da lagoa dos Patos, no Sul,
à feira de Sorocaba, em São Paulo, passando por Curitiba. Com isso na região se
intensificou a ocupação de campos dos planaltos paranaenses. Ampliando assim a
conquista do interior.
Muitos paranaenses passaram a se dedicar a compra de gado no Sul e
a engordá-lo em suas fazendas para vendê-los em Sorocaba.

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Ao longo do caminho do Viamão organizaram-se pousos, invernadas e


freguesias, como as de Sant’Ana do Iapó, de Santo Antônio da Lapa originando
vilas e futuras cidades do Paraná. Assim foram ocupados os Campos de Curitiba, os
Campos Gerais e ainda, no século XIX, os Campos de Guarapuava e Palmas.
O Tropeirismo irá se esgotar na década de 1870 pelo aparecimento das
estradas de ferro as quais fizeram com que os animais de carga perdessem sua
função econômica.
3.1.3 ERVA-MATE

No início do século XIX a erva-mate abriu o comércio de exportação


para os mercados do Prata e do Chile transformando-se em um das bases econômica
paranaense até os anos de 1930 quando a concorrência argentina encerrará a
predominância da erva-mate paranaense.
Entre 1722 e 1759 a região portuguesa do território paranaense
praticava comércio latino-americano de erva-mate principalmente através dos jesuítas.
Com a expulsão da companhia dos domínios portugueses em 1767, a erva voltou a 19
ser direcionada para o consumo interno.
Em 1813 o ditador paraguaio José Gaspar Rodríguez de Francia
estabeleceu uma política de isolamento do seu país e proibiu a exportação da erva-
mate para Buenos Aires e Montevidéu. Para suprir este espaço comercial deixado pela
política de Francia o “Paraná” vai alavancar sua produção ervateira.
Em 1820, o argentino Don Francisco Alzagaray chegou a Paranaguá
introduzindo novas concepções de beneficiamento e de fabrico.
Em 1834 o coronel Caetano Munhoz instala em Curitiba o primeiro
engenho de soque, o Engenho da Glória.
A partir da emancipação em 1853, o presidente da província, Zacarias
de Góes de Vanconcellos, proibiu a mistura de outras plantas a erva-mate, pois isso
dificultava a comercialização.
O auge da exportação ocorreu entre 1856 e 1857 – a maior parte ia
para Argentina, Uruguai e Chile. Só em Curitiba , nesta época, existiam cerca de 15
engenhos.
Em 1878, Francisco Camargo Pinto aplicou inovações industriais no
beneficiamento da erva-mate no engenho Tibagy, pertencente ao Barão do Serro
Azul, o maior produtor da época.
Em 1870, com o fim da Guerra do Paraguai, o Império do Brasil inicia a
demarcação da fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Thomaz Larangeira, ex-
combatente da guerra, fornecia os mantimentos para essas expedições de
demarcação de fronteira. Larangeira observou a presença de vastos ervais nativos na
região da atual fronteira entre Paraná e Mato Grosso do Sul. Larangeira se associou
ao português Francisco Mendes Gonçalves em 1877 passando a explorar a planta na
cidade paraguaia de Concepción. Em 1882 surge a Empresa Matte Larangeira.
1892 a Empresa é vendida para o Banco Rio Branco e Mato Grosso, da
família Murtinho. Assim, surge a Companhia Matte Larangeira. A Companhia Matte
Larangeira detém uma área de 5 milhões de hectares, tornando-se um dos maiores
arrendamentos de terras devolutas do Brasil.
Em 1904 a argentina Francisco Mendes e Cia compra 96% das ações
da Matte Laranjeira e faz nascer a Larangeira Mendes e Cia.
Em 1909 o escoamento da produção muda de Porto Murtinho para
Porto Mendes, junto ao rio Paraná.
Em 1943, durante o Estado Novo de Vargas, são criados os Territórios
de Ponta Porã e de Iguaçu e a concessão da Larangeira Mendes e Cia é anulada.
Mas somente em 1947 é que a empresa termina suas atividades de exportação no rio 20
Paraná.
Há registros de que o mate do Paraná participou de exposições em
Viena (1873), Amsterdã (1884) e, em 1885, em duas exposições nas proximidades de
Paris (Vincernnes e Saint-Maur), segundo registro do livro "Vida material, vida
econômica" da Coleção História do Paraná.
Os ervateiros do Paraná também tiveram sua participação nas
exposições internacionais da Europa, evento que se assemelhava às exposições
universais.
Nos anos 1920, os argentinos já produziam praticamente toda erva-
mate que consumiam reduzir consideravelmente as exportações do Paraná.
Finalmente, em 1929 ocorre o crash da Bolsa de Nova York e a erva-mate afundou
numa crise de exportação que tornou insustentável a produção. Iniciou-se, então, um
novo ciclo econômico no estado: o da madeira. Somente na década de 1940, o café
entrou em cena. O mate passou a ser secundário na economia paranaense.
A ERVA MATE E A ARTE

Em fins do século 19, Curitiba começou a se tornar agitada com a proliferação de serrarias
e de tanoeiros que montavam barricas para armazenar o mate vindo dos engenhos. A
demanda só aumentava nas fundições, responsáveis pela fabricação de aduelas de metal
para as barricas. Faltava a comunicação visual que informasse, de maneira atraente aos
olhos do consumidor, o nome do engenho e a marca do produto. Surgiram, então, oficinas
de litografia que imprimiam rótulos elaborados e chamativos. Grande parte dos artistas eram
imigrantes alemães.

O engenheiro André Rebouças, criador da estrada de ferro Curitiba-Paranaguá, culpava as


bolsas de couro usadas para transportar a erva-mate pelo fracasso da aceitação do produto 21
nas exposições europeias. “Não se vai a um baile com a mesma roupa que se vai ao
campo”, afirmava Rebouças, como consta no livro “História econômica do mate”, de
Temístocles Linhares. Foi então que surgiu a ideia de embalar a erva-mate em caixinhas de
pinho para a exportação adesivando um rótulo artístico que a identificava.
4. Paraná Província

Em 19 de fevereiro de 1811 foi criada a comarca


de Paranaguá e Curitiba, pertencente à capitania de São Paulo.
Os então chamados parnanguaras promoveram atividades políticas no
intuito de emancipar a comarca e a criação de nova capitania. Esse movimento
denominado Conjura Separatista, liderado por Floriano Bento Viana, apesar de
sucessivas diligências e petições que visavam a emancipação político-administrativa e
e mesmo após a independência em 1822, não obtiveram êxito. 22
Em 29 de maio de 1843, entra em primeira discussão o projeto de lei
que elevava a comarca de Curitiba à categoria de província. O verdadeiro motivo da
criação da nova província, por desmembramento da Província de São Paulo, seria o
de punir esta última por sua participação na Revolta Liberal de 1842.
A economia paranaense por este tempo dependia do comércio de gado,
dos muares e da exportação da erva-mate.
Enfim, em 28 de agosto de 1853 foi aprovado o projeto de criação da
província do Paraná, que teria como capital no município de Curitiba.
Em 19 de dezembro chegou à capital Zacarias de Góis e
Vasconcelos, primeiro presidente da província.
Durante o período provincial (1853-1889), o governo do Paraná não
alcançou estabilidade administrativa, já que a presidência da província dependia da
boa-vontade do imperador que escolheu 55 ocupantes nestes 36 anos provinciais.
Os liberais paranaenses organizaram-se sob a liderança de Jesuíno
Marcondes e seu cunhado Manuel Alves de Araújo, da família dos barões de Tibagi e
Campos Gerais. Os conservadores eram chefiados por Manuel Antônio Guimarães e
Manuel Francisco Correia Júnior, que controlavam o comércio do litoral.

4.1 O Paraná na Guerra do Paraguai

No dia 27 de abril de 1870 regressaram ao Paraná 51 Voluntário da


Pátria que enfrentaram os campos de batalha da Guerra do Paraguai (1864-1870).
Os heróis foram homenageados com festas que se prolongaram até o
dia 29 daquele mês.
A maioria dos enviados da província era formada por jovens que
moravam nas comarcas de Curitiba, Castro e Guarapuava.
Com o decreto 3.371, de 7 de janeiro de 1865, foi determinado a
formação dos Voluntários da Pátria e civis foram recrutados para incorporar as tropas
do Império Brasileiro na guerra.

23

Nesse período, o presidente da Província era Pádua Fleury. Durante um


discurso na Assembleia Provincial, em janeiro de 1865, ele declarou que “graças ao
civismo dos briosos paranaenses já desembarcou na Corte a primeira companhia
organizada nesta capital [Curitiba] com 75 praças e três oficiais”.
A companhia paranaense foi incluída no 4.° Batalhão de Voluntários. O
primeiro corpo completo constituído no Paraná foi formalizado apenas em maio de
1865 e, em junho, embarcaram no vapor Dom Pedro II para Santa Catarina e dali para
o front de batalha.
Além deste batalhão, no início de julho, seguiu um segundo grupo
formado por 17 oficiais, 250 praças e 22 mulheres.
Muitos paranaenses tiveram participação importante no conflito, mas
não há um herói simbólico. Segundo o historiador Edilson Pereira Brito “para a elite a
guerra representou um momento de reforçar lealdades com o governo geral. Logo, tais
homens que ocupavam postos importantes mobilizaram a sua clientela (empregados,
agregadas e outros de forma geral) para a Guerra, obtendo certo sucesso e depois
recebendo títulos do Imperador”.
24

Indígena e Escravo Paranaenses

Muitos indígenas e escravos do Paraná foram utilizados e recrutados


para a batalha no Paraguai. Segundo um anúncio no jornal Dezenove de Dezembro,
durante a guerra um escravo fugiu de seu proprietário para se alistar no Exército. “Isso
mostra como a escravidão no Brasil era perversa, já que muitos escolhiam servir na
guerra do que viver sob o jugo do cativeiro”.
Em junho, ocorreu a Batalha do Riachuelo, no Rio Paraná, o único
grande confronto naval da guerra, no qual as tropas brasileiras venceram. Já em abril
de 1866, as tropas aliadas invadiram o Paraguai e instalaram um quartel-general no
Tuiuti, na confluência dos rios Paraná e Paraguai. Em 24 de maio, repeliram uma
investida paraguaia e venceram a primeira grande batalha em terra.
Em setembro de 1866, Solano López chegou a propor concessões,
inclusive territoriais, para terminar a guerra, desde que o Paraguai não fosse
totalmente desmembrado ou ocupado em caráter permanente. A proposta foi rejeitada.
Assunção foi ocupada em 1º de janeiro de 1869. Solano López tentou resistir por mais
de um ano, mas acabou sendo morto em Cerro Corá, no nordeste do Paraguai, em 1º
de março de 1870. Em 27 de julho, foi assinado um tratado de paz preliminar.
5. Paraná Imigrante

Os fluxos migratórios com destino ao Paraná se intensificaram a partir


da década de 1850, a partir da independência da província paranaense. O governo
local passa a desenvolver políticas para atrair novos migrantes a fim de promover o
desenvolvimento econômico da Província. Entre os anos de 1853 e 1886 o Paraná
recebeu aproximadamente 20 mil migrantes.
A população paranaense é composta por diversas etnias, são
25
principalmente imigrantes alemães, poloneses, ucranianos, italianos, portugueses,
holandeses, espanhóis, árabes, argentinos e japoneses, além dos indígenas que já
habitavam o território. Ao todo são 28 etnias, contribuindo para a pluralidade cultural
do Estado.

Alemães – Os alemães foram os primeiros a chegar ao Paraná, em


1829, fixando-se em Rio Negro. Porém, houve a intensificação da entrada de alemães
no estado durante a Primeira Guerra (1914 – 1918) e Segunda Guerra Mundial (1939
– 1945).
Espanhóis – Formaram colônias nos municípios de Jacarezinho, Santo
Antônio da Platina e Wensceslau Brás. A entrada de espanhóis no Paraná ocorreu
principalmente entre os anos de 1942 e 1952.
Portugueses – Motivados pela exploração cafeeira, os portugueses
migravam para o Paraná, com destaque para o município de Paranaguá, que possui
características culturais lusitanas.
Italianos – Fundaram a colônia anarquista de Santa Cecília, atualmente
a maior quantidade de descendentes de italianos reside em Curitiba. Foram de
fundamental importância nas lavouras de café e desenvolvimento industrial.
Poloneses – Migraram para o Paraná durante a década de 1870,
fundaram diversas colônias em Curitiba, que atualmente constituem os bairros de
Santa Cândida e Abranches.
Árabes – Durante a Segunda Guerra Mundial os árabes totalizaram
10% da população curitibana. Atualmente Foz do Iguaçu possui a maior colônia árabe
do Paraná.
Japoneses – As cidades que abrigam a maior quantidade de japoneses
são Londrina e Maringá. Dedicaram-se principalmente a piscicultura, horticultura e
fruticultura para o desenvolvimento econômico paranaense.
Negros - A migração forçada de negros durante o período da
escravidão no Brasil também contribuiu para a composição étnica da população
paranaense. Atualmente, cerca de 24,5% da população do estado é negra. Esse fato
torna o Paraná o estado com a maior população negra da região Sul do país. O
estado possui também cerca de 90 Quilombos, comunidades formadas por
descendentes de escravos que até hoje carregam consigo uma identidade cultural
muito forte.

26
Listagem das Colônias de Imigrantes no Paraná

1829 - Rio Negro Rio Negro -PR alemães, Rio Negro - PR


luxemburgueses (248)
1829 - Núcleo próxima ao Rio Ivaí poloneses, Ucranianos, Bom Jardim do Sul
Colonial Miguel alemãs e negros (519) -PR
Calmon
1847 - Colônia próxima ao Rio Ivaí franceses (87 imigrantes)- Ivaí - PR
Thereza fundador: Dr. João
Maurício Faivre
1852 - Colonia Paraná alemães, suiços,franceses Guaraqueçaba- PR
Superagüi e outros (85 imigrantes)
1856 - Colônia Paraná alemães Teófilo Otoni
27
Teófilo Otoni
1860 - Colônia do Na Ribeira - ingleses, franceses, Cerro Azul - PR
Assungui Estrada do italianos e alemães (949
Assungui imigrantes)
1869 - Colônia Curitiba - PR alemães, suiços,franceses Curitiba
Angelina e argelinos
1870 - Colônia Curitiba alemães, poloneses e Curitiba - PR
Pilarzinho italianos (242 imigrantes)
1871 - Col. São Curitiba alemães, poloneses e Curitiba - PR
Venâncio suecos (160)
1871 - Colônia Araucária poloneses Curitiba -Paraná
Tomás Coelho
1873 - Colônia Curitiba alemães e poloneses (323) Curitiba
Abranches
1875 - Colônias: Curitiba poloneses, suiços e Curitiba - PR
Colônia Santa franceses (340)
Cândida
1875 - Colônia Curitiba poloneses, italianos, Curitiba _ PR
Orleães suiços, franceses e outros
(290)
1875 - Colônia Paranaguá italianos (320) Paranaguá - PR
Alexandra
1875 - Colônia Paranaguá italianos e espanhóis (115) Paranaguá - PR
Pereira
1876 - Colônia Araucária Poloneses, galicianos e Araucária - PR
Tomaz Coelho silesianos (1.295)
1876 - Colônia Curitiba poloneses, silesianos e Curitiba- PR
Santo Inácio galícios
1876 - Colônia Curitiba alemães e poloneses (746) Curitiba- PR
Lamenha
1877 - Colônia Curitiba alemães, franceses e Curitiba - PR
Rivière poloneses (406)
1877 - Linha Entre Morretes italianos (50) Morretes - PR
Rios
1877 - Colônia linha América italianos (150 imigrantes) Morretes - PR
Nova Itália
1877 - Linha Morretes italianos (620) Morretes - PR
Sesmaria
1877 - Colônias: Morretes italianos Morretes - PR
Cari, Marques, Rio
Sagrado
1877 - Colônias: Antonina italianos Antonina _ PR
Ipiranga, Zulmira e
Turvo
1878 - Colônia Curitiba italianos (580) Curitiba - PR
Santa Felicidade
09/1878 - Colônia S. J. Pinhais - PR trentinos, tirolêses Piraquara - PR
S. Maria do Novo (italianos do Valle di
Tyrol da Boca da Primiero)
Serra
1878 - Colônia São José dos poloneses e italianos (397) São José dos
Muricy Pinhais Pinhais-PR
1878 - Colônia Campo Largo italianos e poloneses (244) Campo Largo - PR
Antonio Rebouças
1878 - Colônia Ponta Grossa alemães do Volga (214) Ponta Grossa - PR
Octávio (linha
Taquary)
1878 - Colônia núcleos: Tibagy, alemães do Volga Ponta Grossa - PR 28
Octávio Guaraúna,
Uvaranas, Floresta,
Eurídice
1878 - Colônia Lapa alemães do Volga (44 Lapa - PR
Virmond imigrantes)
1878 - Linha Santa Palmeira - PR alemães do Volga (175 Palmeira-PR
Quitéria imigrantes)
1878 - Colônia Linha Marcondes ( alemães do Volga (50 Palmeira-PR
Sinimbú Pugas ) imigrantes)
1878 - Núcleo Palmeira - PR alemães do Volga (149 Palmeira - PR
Hartmann imigrantes)
1886 - Colônia Campo Largo 294 imigrantes poloneses Araucária-PR
Santa Christina
depois, Colônia
Cristina
1890 - Colônia Contenda poloneses Contenda-PR
Contenda
04/1890 - Colônia Palmeira anarquistas italianos (150) Palmeira-PR
Cecília
1891 -Colônia Sta. Palmeira alemães,poloneses, Palmeira-PR
Bárbara ucranianos e italianos
1891 -Colônias: Rio Negro alemães e poloneses (250) Rio Negro-PR
Augusta Victoria e
Lucena
1892 -Colônia Guarapuava poloneses e ucranianos Guarapuava-PR
Apucarana (1342 imigrantes)
1895 - Campo da ao longo da atual ucranianos bairro do Bigorrilho,
Galícia Av. Cândido Curitiba-PR
Hartmann - Curitiba
1896 -Colônia Prudentópolis (com poloneses, alemães, Prudentópolis-PR
Prudentópolis 30 núcleos) ucranianos e outros
(16.637)
1907 - Colônia Guarapuava Ucraniananos (3.132 Prudentópolis-PR
Senador Correia imigrantes)
1907 - Colônia Ivay Ipiranga - linhas Ucranianos, Alemães, Ipiranga-PR
Calmon e São Poloneses, Holandeses
Roque (4.840 imigrantes)
1908 - Colônia Irati Irati alemães, poloneses, Irati-PR
holandeses e ucranianos
(1.379)
1910 - Colônia Guarapuava poloneses, alemães e Guarapuava-PR
Cruz Machado ucranianos (4.474)
1911 - Colônia Castro holandeses (450) Castro-PR
Carambeí
1924 - Colônia São Joaquim Távora lituanos, letônios, Joaquim Távora-
Miguel poloneses, ucranianos e PR
alemães
1924 redondezas do japoneses referidos bairros de
bairro Curitiba-PR
Uberaba,Campo
Comprido,Araucária
1927 - Colônia depois "Vila de poloneses e alemães Cambé-PR
Dantzig Nova Dantzig
1927/1932 - Gleba Assahi japoneses Assaí-PR
Três Barras
1933 - Gleba Rolândia alemães Rolândia-PR
Roland
1937 - Colônia Arapongas eslavos e japoneses Arapongas-PR 29
Esperança
1940 - Colônia Rolândia japoneses Rolândia-PR
Cafezal
6. Paraná na República
6.1 O Paraná na Revolução Federalista

PICA-PAUS e MARAGATOS

Os legalistas, partidários de Júlio de Castilhos e Floriano ficariam


conhecidos como “pica-paus” e identificados pelo lenço branco
amarrado no pescoço.

Os federalistas, aliados de Silveira Martins, mas também


monarquistas. Defensores da República, mas contrários a Floriano,
30
anarquistas ou mesmo “peleadores” sem identificação política,
passariam a ser chamados de “maragatos” (‘coisas ruins’), de lenço
vermelho como distintivo.

O então presidente marechal Floriano Peixoto convocou o veterano da


Guerra do Paraguai coronel Gomes Carneiro para conter o avanço da Revolução
Federalista no Sul do Brasil. Era novembro de 1893 e a tropa revolucionária gaúcha já
avançava em direção ao Paraná.
O objetivo era chegar à capital, Rio de Janeiro, e derrubar o governo de
Floriano. Na capital nacional, eclodia a Revolta da Armada, sob a liderança do
almirante Custódio de Melo, que também lutava contra Floriano. Depois de algumas
trocas de tiros com o Exército, os revoltosos seguiram para o Sul do país.
Desembarcaram em Desterro, atual Florianópolis, proclamando a cidade como a nova
capital do país. Os interesses fizeram com que as duas revoltas chegassem a se unir,
principalmente por parte de Custódio de Melo.
“Eles juntaram forças para derrubar Floriano. Pelo mar, Custódio de
Melo foi responsável pela tomada de Paranaguá, que aconteceu em janeiro de 1894”,
conta o desembargador e estudioso do tema Paulo Hapner. Pela terra, Gumercindo
Saraiva avançou em direção à capital do Paraná.

Cerco da Lapa
No mesmo período em que o litoral foi tomado, os maragatos passaram
por Tijucas do Sul e chegaram à Lapa, a 60 km de Curitiba.
Com o avanço dos rebeldes, o governador do estado, Vicente Machado,
tinha fugido de Curitiba. Com apenas 639 homens, poucas armas e falta de alimentos,
o coronel Carneiro tinha a missão de conter os federalistas na Lapa.
Durante 26 dias, Carneiro e sua tropa, resistiram bravamente aos
ataques dos 3 mil combatentes comandados por Gumercindo Saraiva.
Pelo menos 500 pessoas morreram no Cerco da Lapa, entre elas
Carneiro. Com a morte do comandante, a Lapa se rendeu e criou a passagem para
que os revolucionários tomassem Curitiba.
Apesar de derrotados na batalha em Lapa, a resistência foi fundamental
para que os rebeldes fracassassem, pois deu a Floriano Peixoto tempo para que se
organizasse e derrotasse os federalistas.
Para o historiador Dennisson de Oliveira, “trata-se de um episódio
mítico que ‘salvou’ a República” florianista.
31
Curitiba Tomada
Com a tomada de Paranaguá, Tijucas do Sul e Lapa, e a fuga do
governador e ausência de força militar no Paraná, os rebeldes entraram facilmente em
Curitiba.
Gumercindo Saraiva e Custódio de Melo não tiveram obstáculo.
Chegaram a nomear o novo governador, o coronel Teófilo Soares Gomes, que ficou
somente quatro dias no poder, sendo substituído por João Menezes Dória, também
nomeado pelos revoltosos que agora ocupavam a capital. Depois dele, ainda foram
nomeados outros dois governadores. O último governador maragato no Paraná foi
Antônio José Ferreira Braga, no início de maio de 1894.

Barão do Serro Azul


Tomada a capital do estado os federalistas passaram a exigir
“empréstimos de guerra” para não saquear a cidade. Foi neste período que Ildefonso
Pereira Correia, o Barão do Serro Azul, atuou para libertar Curitiba dos maragatos.
O Barão montou uma junta governativa para administrar o estado
ocupado pelos maragatos. Em troca da paz o barão emprestou, com o apoio de alguns
comerciantes, dinheiro a Gumercindo Saraiva, chefe dos maragatos. A negociação,
entretanto, foi vista como uma traição por parte dos defensores de Floriano.
Assim, os maragatos deixaram o município e Vicente Machado pode
retornou ao comando do estado. No entanto, Serro Azul e mais cinco companheiros
foram presos sob a alegação de “traição” pela ajuda financeira que teriam dado aos
maragatos. Levados de trem em direção a Paranaguá onde embarcariam para o Rio
de Janeiro para , supostamente, serem julgados. Contudo, não foi o que aconteceu. O
Barão de Serro Azul e seus amigos foram fuzilados no caminho.
32

Gomes Carneiro com Floriano Peixoto

6.2 O Contestado

Movimentos religiosos de cunho messiânicos como acontecia no


nordeste brasileiro e que resultou na Guerra de Canudos, também acontecera no sul
do Brasil entre 1912 e 1916 na região que recebeu o nome de Contestado por ser
alvo de disputa entre Santa Catarina e Paraná.
A província do Paraná fora desmembrado de São Paulo em 1853
tornando-se assim autônomo. Contudo, as divisas entre Paraná e Santa Catarina não
haviam sido claramente definidas, gerando conflitos sobre os limites territoriais.
A disputa entre esses dois estados envolvia uma área de terra de
aproximadamente 48 000 km² de importância social e econômica para ambos os
estados. Essa disputa de limites ficou conhecida como a Questão do Contestado.
Ainda no século XVIII fora aberto o “caminho do Sul”, ligando Rio
Grande do Sul à cidade de Sorocaba em São Paulo. Por este caminho era conduzido
o gado e tropas de mulas que transportavam couro e charque rumo à feira de animais.
Ao longo deste caminho foram se desenvolvendo vilas e povoados que se expandiram
devido à pecuária e ao cultivo da erva-mate.
Com o tempo grandes fazendas se formaram na região pelo sistema de
apadrinhamento e comando dos senhores locais com a ajuda de capangas e peões,
como também acontecia nos demais estados brasileiros da república velha.

33

Em 1908, o governo federal, sob o comando do presidente Afonso Pena


(1906-1909), cedeu uma faixa de terra de 30 quilômetros de largura ao longo de
quatro estados para a construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande pela
empresa norte-americana Brazil Railway Company que ligaria São Paulo ao Rio
Grande do Sul substituindo o antigo caminho dos tropeiros.
A Brazil Railway Company pertencia ao estadunidense Percival
Farquhar que também era proprietário da Southern Brazil Lumber and Colonization
Co. exploradora e comercializadora da madeira da região tanto para o Brasil e quanto
para o exterior. A empresa ganhou ainda o direito de revender os terrenos
desapropriados às margens da estrada de ferro.
A desapropriação das terras atravessadas pela ferrovia era ocupada
pelos posseiros que dela foram expulsos. A ferrovia chegou a ter oito mil funcionários
e a serraria da Lumber, em Três Barras (SC), era o maior empreendimento madeireiro
da América do Sul daquela época.
Com o término da ferrovia a maior parte dos trabalhadores foi
dispensada e, sem ter como retornar ao estado de origem, muitos deles passaram a
se instalar nas proximidades, gerando tensões sociais e políticas na região. A
opressão e a perseguição pelos grandes fazendeiros levaram esses trabalhadores a
buscar consolo na palavra de beatos, fazendo nascer um fanatismo religioso
messiânico.
Entre os diversos místicos beatos estava João Maria de Agostini,
também chamado de Monge João Maria de Santo Agostinho. Paulista de Sorocaba ele
percorreu os mesmos caminhos dos tropeiros realizando pregações e anunciando a
vinda de um novo Messias e propondo-se a conduzir os que o seguissem para a
salvação.
Outros beatos, aproveitando-se da fama e público crente criado por 34
João Maria, iniciaram as suas pregações. Foi o caso do monge José Maria que
conseguiu concentrar grande número de seguidores para construir na terra a chamada
Monarquia Celeste apregoando o fim da República e o início de um tempo melhor
para os seus seguidores.
O monge José Maria, cujo verdadeiro nome era Miguel Lucena de
Boaventura, tinha fama de milagreiro e de homem santo. Após se estabelecer no
arraial de Taquaraçu, em Santa Catarina, organizou o Quadro Santo, uma
comunidade onde a propriedade seria comum e o comércio proibido e punido com a
morte.
A concentração dos seguidores dos monges causou conflitos com os
chefes políticos locais e as empresas americanas instaladas na região.
Foram organizadas, então, expedições de tropas federais e estaduais
visando dispersar o grupo de seguidores do místico. Já no início dos embates, o
monge José Maria foi morto, mas em 1913 uma nova comunidade foi organizada com
cerca de 3000 crentes.
Consecutivos confrontos com as tropas do Exército e da Força Pública
de Santa Catarina envolveram dezenas de milhares de soldados e de sertanejos na
luta pela posse da terra em combates que destruíram várias “vilas santas” usando
modernos maquinários de guerra e até aviação de bombardeio.
Com a intermediação do presidente da república, Wenceslau Brás, a
região Contestada foi dividida em duas partes: o Paraná ficaria com,
aproximadamente, 20 000 km² e Santa Catarina, com 28 000 km². Assim, o acordo de
1916 trouxe para Santa Catarina um aumento de população e de território,
configurando de forma definitiva os territórios catarinense e paranaense.
35

Mapa da Guerra do Contestado (1912-1916)


36

Territórios incorporados aos estados do Paraná e Santa Catarina

6.3 A Coluna Prestes no Paraná

Entre 1924 e 1925 o Oeste e o Sudoeste do Estado presenciou


combates entre as tropas do Governo Federal e os revolucionários comandados por
Isidoro Dias Lopes e Luiz Carlos Prestes. Os revolucionários, vindos de São Paulo,
chegaram ao Paraná por Guaíra no dia 14 de setembro de 1924 e os vindo do Rio
Grande do Sul, ocuparam Barracão no dia 7 de janeiro de 1925.
Os dois grupos de "tenentes" se uniram em Foz do Iguaçu formando a
Coluna Prestes e no dia 30 de abril de 1925 cruzou o Rio Paraná, continuando a sua
jornada por todo o Brasil.
Segundo Lourenço Moreira Lima, "ocupada a vasta região
compreendida entre os rios Piquiri, ao norte, Iguaçu ao sul, Paraná ao oeste e a serra
do Medeiros a leste foi iniciada a 15 de novembro por um combate na dita serra a
Campanha do Paraná uma das mais violentas de que há memória nos fastos militares
do Brasil. A linha de combate passava pela referida serra Piquiri e Guaíra,
estendendo-se a vigilância do último ponto até a Foz do Iguaçu".
As tropas do Governo, compostas mais de 12.000 homens,
comandadas pelo General Rondon, tinham seu quartel general em Ponta Grossa. Para
enfrentar os revolucionários, os governistas se organizaram em três frentes: Ponta
Grossa, Clevelândia e Campo Mourão.
Em 30 de março cerca de 400 homens das tropas tenentistas se
renderam em Cantanduvas.
Prestes chegou ao Paraná, em abril de 1925, nove meses depois de já 37
iniciada a campanha dos tenentes paulistas na região. A munição conseguida quando
da retirada dos tenentes paulistas dos quartéis de São Paulo estava se esgotando.
Havia muitos feridos e os medicamentos acabando.
João Cabanas, o chefe da Coluna da Morte, batalhão que pertencia a
divisão dos revoltosos paulista, vencera um combate na cidade de Formigas (Paraná)
conseguindo grande quantidade de armas e munições. Outras fontes de municiamento
eram do Paraguai e da Argentina.
A coluna permaneceu no Paraná por mais de sete meses. Período de
lutas intensas. Os tenentes, chefiados por Izidoro Dias Lopes, conquistaram partes do
Oeste do Paraná, de Guaíra, pelo Rio Piquiri, passando por Belarmino, Serra dos
Medeiros, Catanduvas, Benjamim e Foz do Iguaçu.
38

6.4 O Paraná na Revolução de 1930

Na madrugada de 5 de outubro, sob o comando do major Plínio


Tourinho, oficiais da 5.ª Região Militar tomaram os quartéis de Curitiba. Polícia Militar,
bombeiros, delegados fiscais e até funcionários dos Correios haviam aderido ao
movimento. O presidente do estado, Affonso Camargo, abandonou a cidade em
direção a Paranaguá. Em poucas horas, a Revolução de 1930 se instalou no Paraná e
rumava para seu desfecho 20 dias depois, com Getúlio Vargas assumindo a
Presidência do Brasil.
Segundo Osvaldo Siqueira, “o estado era muito importante para que as
tropas revolucionárias que vinham do Rio Grande do Sul chegassem ao Rio de
Janeiro, então capital federal”.
39

O início da revolução está ligado a indicação de Júlio Prestes, um


paulista, como candidato a presidente quebrou o acordo de alternância do café-com-
leita empurrando Minas Gerais, que estaria no “direito” de indicar um candidato
mineiro, para os braços dos gaúchos e paraibanos. Foi indicado o governador gaúcho
Getúlio Vargas para presidente e o paraibano João Pessoa como vice.
Derrotada nas eleições de 1.º de março de 1930, a Aliança Liberal de
Vargas não aceitava o resultado. As acusações de fraude, que, honestamente,
ocorreram de ambos os lados e o assassinato do candidato a vice João Pessoa,
acendeu o estopim do conflito.
Em 3 de outubro, as Forças da Guarda Civil gaúcha junto e voluntários
tomaram o quartel-general do Exército de Porto Alegre. Tropas rebeldes seguiram em
direção a Porto União, entre Paraná e Santa Catarina.
As tropas entraram pelo Paraná através da mesma região que fora
disputada no confronto do Contestado. Getúlio estava em Ponta Grossa enquanto
tropas leais a ele na capital federal, derrubaram o governo ainda vigente de
Washington Luís.
Depois de Ponta Grossa, os gaúchos chegaram ao Norte Pioneiro e, de
Curitiba, uma das tropas seguiu para o Vale da Ribeira. Formaram-se, então, três
frentes em direção a São Paulo: Vale da Ribeira, Norte Pioneiro e também uma por
Sengés. No dia 5 o quartel de Curitiba foi tomado e o Paraná já tinha um interventor
provisório, o general Mário Monteiro Tourinho. Ele dissolveu o congresso estadual,
cassou os mandatos dos prefeitos e nomeou outros de sua confiança.
Enquanto isso, as tropas continuaram o percurso até que dia 3 de
novembro Vargas assumiu o Palácio do Catete e decretou o fim da República Velha.
Durante a passagem das tropas revolucionárias pelo estado a
população paranaense assistiu de modo passivo à passagem dos rebeldes. Segundo
o historiador Ângelo José da Silva “No Nordeste do Brasil, Rio Grande do Sul e Rio de
Janeiro houve levantes populares em favor da Revolução. Aqui, não. Foi algo mais
tímido. Quem era contra Getúlio Vargas, em sua maioria, mudou de lado ou não se 40
manifestou e quem era a favor também não se manifestou”.

6.5 O Território do Iguaçu

Entre 13 de setembro de 1943 a 18 de setembro de 1946, a área que


corresponde às regiões Oeste e Sudoeste do Paraná e o oeste de Santa Catarina
passou a formar o território federal do Iguaçu. Administrado pelo governo federal,
durante sua ditadura Varguista do Estado Novo, a região cobria toda a fronteira dos
dois estados com Paraguai e Argentina.
Criado pelo Decreto-Lei nº 5.812, de 13 de setembro de 1943, junto a
mais outros quatro novos territórios nacionais, o de Ponta Porã, no atual estado do
Mato Grosso do Sul, o do Amapá, o de Rio Branco, atual Roraima, e o Guaporé, que
deu origem ao estado de Rondônia.
O Território Iguaçu possuía uma superfície de 68,8 mil km² e uma
população de cerca de 96 mil habitantes. A capital do território nacional era a cidade
de Iguaçu, hoje denominada Laranjeiras. A administração do Território Iguaçu ficou a
cargo do major Frederico Trotta, nomeado por Vargas e seguindo os ditames da
ditadura do Estado Novo.
A intenção da criação desses territórios baseava-se na tentativa de
colonização do interior do Brasil, em um processo chamado “Marcha para o Oeste”,
um esforço para diminuir os ditos vazios populacionais do território brasileiro. Além
disso, durante a II Guerra Mundial, havia a possibilidade, não concretizada, de que o
conflito pudesse ser transposto para a América do Sul e houvesse risco as estes
territórios fronteiriços. A criação dos territórios nacionais era, desta forma, uma
garantia de Segurança Nacional.
Após a extinção do território federal do Iguaçu, alguns movimentos
locais tentaram ressuscitar a ideia. Na década de 60, criou-se Sociedade para o
Desenvolvimento e Emancipação do Iguaçu (Sodei). Mas o golpe de 1964 acabou
com a iniciativa. Em 1990, o então deputado federal Edi Siliprandi, defendeu a
realização de um plebiscito que legalizasse a criação de um novo estado do Iguaçu.
Porém, sem apoio políticos a consulta popular não se realizou.

41
6.6 A Revolta dos Posseiros

Em 1957, o sudoeste do Paraná foi cenário de grave conflito pela


posse da terra envolvendo companias colonizadoras e posseiros.
A origem do conflito residia na disputa jurídica pela posse da
gleba MISSÕES e parte da gleba CHOPIM.
O governo federal, através da criação da CANGO (Colônia Agrícola
Nacional General Osório), implantou na região projeto de colonização e 42
incentivou, principalmente gaúchos e catarinenses, a colonizá-la.
Vale lembrar que antes de 1940 a região já era habitada por índios e
caboclos que praticavam uma economia de subsistência baseada na exploração de
erva-mate, da madeira e na criação de suínos. Ignorando essa presença cabocla e
mestiça, o fato é que a região passou a ser ocupada “oficialmente” a partir do ano de
1943, com a criação da CANGO, na vila de Marrecas, atual cidade de Francisco
Beltrão.
A CANGO promovia, portanto, a colonização oficial oferecendo aos
colonos que chegavam à região todo tipo de assistência: terra, casa, ferramentas e
sementes e até ajuda médica. Tudo sem custos, contudo o colono não recebia o título
de propriedade da terra, portanto, na prática esses colonos eram posseiros. Tinham a
posse da terra, mas não um documento que atestasse a sua propriedade.

Simultaneamente a colonização promovida pela CANGO, outra


companhia, a CITLA (Clevelândia Industrial e Territorial Ltda), de capital privado,
instalou-se na área depois de longo processo judicial envolvendo o poder
público e estes empreendedores particulares.
Embora a constituição brasileira do período proibisse a venda de
terras em faixa de fronteira sem a autorização do Conselho de Segurança
Nacional e em terras com área superior a 10 mil hectares houvesse ainda a
necessidade da autorização do Senado Federal, essas exigências não foram
cumpridas pela CITLA que, mesmo assim, já se instalara na região e iniciara a
venda de lotes. 43
A situação agrava-se em 1956, com a entrada de duas outras
colonizadoras ligadas à CITLA, a COMERCIAL (Companhia Comercial e
Agrícola Paraná Ltda) e a APUCARANA (Companhia Imobiliária Apucarana
Ltda) e tem seu estopim em outubro de 1957.
Tanto a instalação na região da CITLA, quanto da COMERCIAL e a da
APUCARANA se deram durante dos dois mandados governamentais de Moisés
Lupion : primeiro mandato (1946-1951) e segundo mandato (1956-1961). Em 1952,
Bento Munhoz da Rocha (1951-1955), eleito pela oposição, adiou a questão da
propriedade das terras proibindo o recolhimento dos Impostos de Transmissão e
Propriedade de qualquer transação nas glebas Missões e Chopim. A CITLA para
driblar a proibição continua registrando as terras com instrumentos particulares de
compra e venda nos "cartórios amigos". Em 1955, Lupion é reeleito e revoga esta
proibição do recolhimento dos impostos atraindo , então, a COMERCIAL e a
APUCARANA.
Em 1951 surgem as primeiras reações ainda pacíficas dos posseiros,
até que em 1957 estoura o levante armado.
O rádio conclama os colonos a invadirem as sedes das companhias
comerciais de terra e expulsar seus jagunços. Começam chegar os caminhões, cavalo
e a pé, agricultores que vêm de São Miguel, Jacutinga, Linha Gaúcha, Rio do Mato. Ao
final da tarde já eram mais de três mil, armados com espingardas de caça, pedaços de
pau, enxadas. As entradas de Francisco Beltrão foram guarnecidas e o campo de
aviação interditado com toras de pinheiros.
No dia seguinte, 11 de outubro de 1957, o exército posseiro já somava
seis mil revoltosos. A delegacia e a prefeitura foram tomadas. Ao final da tarde, os
empregados das companhias de terras e seus jagunços são expulsos da cidade.
"A cidade virou uma festa. Os escritórios das companhias foram
invadidos. Quebraram tudo. Não que quisessem destruir, o que queriam
eram as malditas promissórias e os contratos ilegais que haviam sido
obrigados a assinar. A avenida ficou branquinha, coberta de papéis..."
(Walter Pecoits)

Os posseiros unidos haviam expulsado a (Citla), a COMERCIAL e a


APUCARANA, empresas que haviam explorado a terra na região usando da violência
44
e do terror com a conivência das "autoridades constituídas".
O conflito estendeu-se pelos atuais municípios de Capanema, Dois
Vizinhos, Francisco Beltrão, Pato Branco, Pranchita, Santo Antonio do Sudoeste,
Verê e foi concluído com a vitória dos posseiros, que tiveram suas posses
regularizadas e tituladas a partir de 1962.
As áreas em litígio são desapropriadas no governo Jânio Quadros em
1961 e em 1962 é criado o GETSOP (Grupo Executivo para as Terras do Sudoeste do
Paraná), cuja missão era concluir a obra iniciada pela CANGO e interrompida pela
atuação das companhias. Entre 1962 a 1973, o governo federal realizou uma
verdadeira reforma agrária no sudoeste, concedendo cerca de 43 mil títulos de
propriedade numa área de 545 mil hectares de terras. (Adaptado de: GOMES, 2005, p.
29 a 38)
CRONOLOGIA DO CONFLITO

1943 – O presidente Getúlio Vargas, desconsiderando o litígio pela


posse da gleba Missões com o Paraná, instalou na área a CANGO, Colônia Agrícola
General Osório, com o objetivo de colonizar 300 mil hectares na região de fronteira
com a Argentina.

1945 – O empresário catarinense José Rupp, considerando-se lesado


pela perda de terras para a CEFSPRG, obteve na justiça a penhora dos bens da
empresa, dentre os quais constavam as glebas Missões e Chopim. 45
1950 – José Rupp não conseguiu obter a desejada indenização e, em
1950, vende seus supostos direitos à CITLA, Clevelândia Industrial e Territorial Ltda. A
SEIPN, Superintendência das Empresas Incorporadas ao Patrimônio Nacional,
escriturou para a CITLA a gleba Missões e parte da gleba Chopim.

1951 – A CITLA instala-se no sudoeste do Paraná, com escritório


central em Francisco Beltrão.

1952 – A procuradoria da República ajuizou contra a CITLA ação de


nulidade da escritura pública de dação para reaver judicialmente as terras. A CITLA
recorreu, ficando a região novamente sub-judice.

1956 – Instalam-se na região mais duas colonizadoras com redivisão da


área de atuação: CITLA na cidade de Francisco Beltrão; a COMERCIAL no interior de
Francisco Beltrão, Verê e Dois Vizinhos; a APUCARANA em Capanema e Santo
Antonio do Sudoeste.

1957 – Estoura a Revolta dos Posseiros no sudoeste do Paraná, conflito


entre posseiros e colonizadoras.

1961 - As áreas em litígio são desapropriadas no governo Jânio


Quadros

1962 a 1973 – O GETSOP, Grupo Executivo para as Terras do


Sudoeste do Paraná, concluiu a obra iniciada pela CANGO e interrompida pela
atuação das companhias. Entre 1962 a 1973, o governo federal realizou uma
verdadeira reforma agrária no sudoeste, concedendo cerca de 43 mil títulos de
propriedade numa área de 545 mil hectares de terras.
7. Paraná dados Técnicos

LOCALIZAÇÃO
O Paraná está localizado na Região Sul do Brasil. Com 399 municípios,
tem área de 199,554 Km2, o que eqüivale a 2,3% da superfície do Brasil.
De acordo com o Censo realizado no ano de 2000 pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) a população era de 9.706.000 habitantes.
46
CLIMA
Três tipos de clima são identificados no Paraná, que são definidos
principalmente pela localização do Estado, as temperaturas e os ciclos de chuva. No
litoral predomina o clima tropical super-úmido, sem estação seca. Nas regiões norte,
oeste e sudoeste predomina o clima subtropical úmido mesotérmico, com verões
quentes, sem estação seca, com poucas geadas. Na região de Curitiba, nos campos
gerais e sul, o verão é brando, sem estações secas e ocorrem geadas severas. A
temperatura média do Estado é de 18,5ºC.

HIDROGRAFIA
O Paraná é subdividido em duas bacias de desaguamento: os rios que
pertencem ao grande sistema de captação do rio Paraná e o complexo de rios que
pertencem à bacia de drenagem do Oceano Atlântico.
Os principais rios da bacia hidrográfica do Paraná são o
Paranapanema, o Tibagi, o Piquiri e o Iguaçu, que formam um complexo hidrográfico
com enorme potencial energético. Somente a bacia do rio Iguaçu, que nasce ao lado
de Curitiba e deságua no extremo oeste do Estado, no rio Paraná, na fronteira com o
Paraguai, tem potencial hidroelétrico para 11,3 megawatts.
A bacia hidrográfica do Atlântico abrange os sistemas hidrográficos do
rio Ribeira, da baía das Laranjeiras, da baía de Antonina, do rio Nhundiaquara, da baía
de Paranaguá e da baía de Guaratuba.
8. PARANÁ CRONOLOGIA POR SÉCULO

Século XVI
- 1501 : O Território paranaense se encontra dividido pelo Tratado de
Tordesilhas.
- 1536: criadas sobre o litoral paranaense as capitanias de São Vicente
e a de Sant’Ana.
- 1541: uma expedição comandada pelo espanhol Dom Álvaro Cabeza
de Vaca, a partir da ilha de Santa Catarina passando por terras 47
paranaenses, chega a Assunção, Paraguai.
- 1549: o alemão Hans Staden naufraga na altura da barra do
Superagüi. Em 1557 publica as primeiras notícias sobre a baía de
Paranaguá, bem como o seu primeiro mapa.
- Moradores de São Vicente, Cananéia, intensificaram sua presença na
baía de Paranaguá, procurando comércio com indígenas. Alguns se
estabelecem na ilha da Cotinga.

Século XVII
- 1608: é criada Província del Guairá, território a oeste do Tratado de
Tordesilhas. Nesta região foram implantadas 13 reduções jesuíticas.
- 1614: é concedida a Diogo Unhate a primeira sesmaria em terras do
Paraná, no litoral do atual município de Guaraqueçaba.
- Inúmeras bandeiras percorrem o território paranaense. A bandeira de
Fernão Dias Paes destrói as reduções jesuíticas forçando o êxodo de
parte da população indígena em direção ao Tape, no Rio Grande do
Sul.Essa destruição determinou, por mais de cinqüenta, o abandono de
toda região.
- Intensifica-se a penetração dos vicentinos no litoral de Paranaguá e
nos Campos de Curitiba a procura de ouro.
- 1646: Gabriel de Lara manifesta ter encontrado ouro em Paranaguá
junto à Câmara Municipal de São Paulo.
- 1648: a descoberta de ouro possibilita a elevação do povoado de
Paranaguá à categoria de Vila de Nossa Senhora do Rosário.
- Como autoridade portuguesa Gabriel de Lara toma posse da região de
Curitiba e ergue um pelourinho.
- 29 de março de 1693: Curitiba é elevada a Vila, pelo então Capitão-
povoador Mateus Martins Leme.
Século XVIII
- 1708: os padres jesuítas Antônio Cruz e Thomaz de Aquino instalam-
se em Paranaguá.
- 1710: Paranaguá torna-se a 2ª Comarca da Capitania de São Paulo.
- 1714: criada a freguesia de Nossa Senhora do Pilar, hoje Antonina.
- 1731: Cristóvão Pereira de Abreu abre o trânsito do caminho entre
Viamão, Rio Grande do Sul, a Sorocaba, São Paulo.
- 1750: Portugal e Espanha firmam o Tratado de Madri com a finalidade 48
de legitimar os territórios conquistados além do meridiano de
Tordesilhas. Seis anos após o novo tratado Ângelo Pedroso explora o
sertão do Tibagi.
- 1767: Afonso Botelho inicia as obras da construção da Fortaleza de
Nossa Senhora dos Prazeres, Ilha do Mel. Foram concluídas a 23 de
abril de 1769.
- 1770: início da plantação de cana de açúcar no litoral para produção
de açúcar e aguardente.
- 1797: erigida a Vila de Antonina.

Século XIX
- 1808: com a chegada da Família Real ao Brasil inicia o um novo
processo de divisão político-administrativa das Capitanias. Curitiba
torna-se sede da 5ª Comarca de São Paulo. A mando do Príncipe
Regente os curitibanos da 5ª Comarca fazem expedição povoadora nos
Campos de Guarapuava.
- 1811: acontecem as primeiras manifestações para a emancipação
política.
- 1818: introdução de imigrantes açorianos no Registro do Rio Negro.
- Estabelece o comércio regular de erva-mate paranaense com o Rio do
Prata e com o Chile.
- 1829: chegam os alemães e são instalados na Lapa e Rio Negro.
- 1839: inicia-se o povoamento dos Campos de Palmas.
- 19 de dezembro de 1853: data da emancipação política do Paraná da
Província de São Paulo.
- 16 de julho de 1854: Curitiba é confirmada como a capital da nova
província.
- Período marcado pelo apogeu do comércio de tropas que passam e
invernam nos campos do Paraná.
- Surgem outras colônias de imigrantes europeus (Colônia do Assungüi,
Colônia Thereza e Colônia do Superagüi).
- É criado o “O Dezenove de Dezembro”, o primeiro jornal do Paraná.
- 1860 a 1880: foram estabelecidas 27 colônias, com imigrantes
alemães, poloneses, italianos nos arredores de Curitiba, Paranaguá ,
São José dos Pinhais, Antonina, Lapa, Campo Largo, Palmeira, Ponta
Grossa e Araucária. 49
- 1862: surgem núcleos de migrantes mineiros e paulistas no Norte
(velho) do Paraná para plantarem café.
- 1865: surge o núcleo da Colônia Mineira, hoje Tomazina.
- 1866: surge Santo Antônio da Platina.
- 1872: primeiras tentativas de exploração do pinho paranaense
empreendida pela Companhia Florestal Paranaense, fundada por
Antônio Pereira Rebouças Filho, em Piraquara.
- Neste período foram estabelecidas 34 colônias em Campo Largo,
Araucária, Curitiba, São Mateus do Sul, Rio Negro, Paranaguá,
Contenda, Palmeira, São João do Triunfo, União da Vitória,
Guarapuava, Prudentópolis e Marechal Mallet.
- 1880: início da construção da estrada de ferro entre Paranaguá e
Curitiba.
- 1885: inauguração da estrada de ferro Paranaguá-Curitiba.
- 1894: registra-se a invasão do Paraná pelos revolucionários
federalistas vindos do Rio Grande do Sul.

Século XX
- Concessões a companhias colonizadoras situadas no Norte do
Paraná.
- 1916: criação da primeira universidade do Brasil; a Universidade do
Paraná. O Paraná perde o território Contestado para Santa Catarina.
Chegam os primeiros colonos holandeses e japoneses.
- 1924: passagem da Coluna Prestes pelo território paranaense.
- 1927: o Governo do Estado concede à Paraná Plantations Limited
grande quantidade de terras (sucedida pela Cia. de Terras Norte do
Paraná e posteriormente pela Cia. Melhoramentos Norte do Paraná).
- Entrada de corrente migratória povoadora vinda dos estados do Sul
para as regiões do Estremo Oeste e Sudoeste do Paraná.
- O governo prossegue os planos de colonização de suas terras
devolutas e divide o Paraná entre as companhias colonizadoras, entre
outras a MARIPÁ, Mate Laranjeira, etc.
- 1943 -1946: é criado o Território do Iguaçu resultando na perca de
grande extensão de terras por parte do Paraná e, também Santa
Catarina.
- 1957: problemas de questões de posse da terra resultam na “Revolta 50
dos Posseiros” na região Sudoeste.
- Período do auge do café no Paraná. Londrina torna-se a capital
mundial do café. A monocultura do café rege a economia e a sociedade.
- 1964: golpe militar retira o presidente João Gulart do poder.
- 1966: eleição do último governador eleito por voto direto.
- Introdução de agro-indústrias para proveito da produção agrícola
paranaense.
- 1968: movimento estudantil invade a Reitoria da Universidade do
Paraná.
- O território paranaense está totalmente ocupado.
- 1975: a grande geada determina o desaparecimento da monocultura
do café e a introdução da monocultura da soja.
- Todo processo de transformação do meio rural refletirá no meio
urbano, principalmente dos grandes centros. O êxodo rural provoca o
inchaço das grandes cidades e o seu favelamento em busca do “El
Dourado” em Curitiba.
- A construção de Itaipú, a maior hidroelétrica do mundo, através de um
consórcio entre o Brasil e o Paraguai.
- 1980: o Papa João Paulo II visita Curitiba.
- 1982: acontece a primeira eleição democrática para governador pós
golpe militar.
- 1984: acontece em Curitiba o primeiro comício em prol das “Diretas
Já".
- 1985: ano do Tombamento da porção paranaense da Serra do Mar.
GLOSSÁRIO
- Aluvião: Depósito de cascalho, areia e argila que se forma junto às
margens ou à foz dos rios, proveniente do trabalho de erosão.
- Campeiro: Aquele que trabalha no campo. Empregado a quem
incumbe o trato do gado, e que vive habitualmente nos campos gerais.
Vaqueiro.
- Capitanias: Cada uma das primeiras divisões administrativas do
Brasil, das quais se originaram as províncias e os estados de hoje, e
cujos chefes tinha o título de capitão-mor. 51
- Ibéricos: Relativo ou pertencentes à Península Ibérica, constituída da
Espanha e Portugal.
- Invernagem: Designação comum de certas pastagens rodeadas de
obstáculos naturais ou artificiais onde se guardam eqüídeos, muares e
bovinos, para repousarem e recobrarem as forças durante as longas
viagens.
- Rupestre: Gravado ou traçado na rocha.
- Tropeirismo: Atividade econômica ligada ao comércio de tropas de
gado.
- Sambaqui: Designação dada a antiquíssimos depósitos, situados ora
na costa, ora em lagoas ou rios do litoral, e formados de montões de
conchas, restos de cozinha e de esqueletos amontoados por tribos
selvagens que habitaram o litoral americano em época pré-histórica.
- Vicentinos: Moradores pertencentes à Capitania de São Vicente.
Referências

Sites
http://www.cultura.pr.gov.br
https://www.gazetadopovo.com.br
http://www.museuparanaense.pr.gov.br
http://www.guiageo-parana.com

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Livros
 Os poloneses no Brasil - Subsídios para o problema da colonização polonesa
no Brasil" - autor: Kazimierz Gluchowski;
 "Memórias & Cotidiano - Cenas do Norte do Paraná: escritos que se
recompõem" - 1995 - IPAC/LDA - UEL. Organizador: Jorge Cernev;
 "O Anarquismo da Colônia Cecília" - STADLER de SOUZA, Newton;
 "Colônia Imperial Santa Maria do Novo Tirol da Boca da Serra" - 120 Anos de
História 1878 - 1998 - autores: TOMAZ, Antonio & THOMAZ, Ariel José;

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