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Ex.2-3: I val nowy wv ow Cc AT Dm? Dt @ oo B ete. Vejamos agora alguns exemplos de melodias que “pedem” mais claramente harmoniza- .gbes com dominantes secundirios (a andlise harménica fica ao encargo do estudante). Ex.2-4: a) F mo Gm co _—T3 ee eee Se » A™, ot cm’ FR (©) rss de passe cron 1.1. Modos dos dominantes secundarios Considerando que os acordes dominantes secundirios nao sio diatdnicos — assim como todos aqueles que, a partir de agora, serio abordados —, & ficil perceber que suas escalas correspondentes também néo o serio, Elas derivam do modo referente a0 modelo adotado: © mixolidio. Para que possamos deduzi-los, existe uma indicaséo a ser observada: a construgio de um modo nio diaténico deve empregar 0 maximo de notas diatinicas postvei, Em summa, somen- te devem ser usadas as notas alteradas que fazem parte do arpejo da tétrade bésica. Os modos variantes do mixolidio serio, assim, conseqtiéncia direta desse procedimento. 208 Harmonia Funcional Em 6 mon Areva, bis ° v 3 5 7 3 [Em relagdo ao modclo hi apenas uma dferenga: a désimaterceira menor, Assim, ser conhecido por modo Mixo (9, B13, Brcvay 7 bis b Z¢ 9 fe e — ar ae Al Além da cima tereira menor hi aqui também nona menor. Nome do modo: Mixo (b, bl3). crvayy 3 3 7 i © modo do ViTV €idntico 20 modelo, portant, seri também chamado de Mixolido. bry Idem, modo Mixoiaio, ET(WND 1 3 5 7 ‘Assim como o VIII, Mixo (68, B13). Podemos resumir as variantes do modo mixolidio na seguinte tabela: Mode Dominantes secunditios | Tétrade bisica | Tenses harmonizveis Mixolidio Viv eviV 9,13 Mixo (b13) val 9,b13 Mino 69,613) ViVIe VIII b9, bI3 | Expancio da funsda deminante 109 ‘Como podemos observar, sempre que 0 acorde de resolucio for de qualidade maior (IV €V), 0 modo de seu dominante sccundario serd idéntico 20 modelo mixolidio (0 V grat que, no por acaso, dirige-se ambém a um grau maior, o 1). Outra questio interessante, mencio- nada anteriormente: em acordes de qualidade dominante, tensdes separadas por semitom da fundamental ¢ da quinta (ou seja, b9 e b13) séo perfeitamente harmonizéveis, contrariando a regra geral. Nesses acordes a regra aplica-se somente & décima primeira que, quando justa, deve ser sempre evitada. 1.2. Variantes possiveis O emprego generalizado dos dominantes secundétios dé origem a algumas interessantes variantes da utilizacao “habitual”, que é preparar a entrada dos acordes diaténicos. Sao as se- guintes: 1) Dominantes consecutivos Como o préprio nome indica, trata-se do encadeamento de dois ou mais dominantes secundérios. Uma questo pode, entao, logicamente surgir: se 0 sentido funcional do domi- nante secundétio (por exemplo, V/VI) é preparar a entrada do acorde diaténico que Ihe é imediatamente correspondente (no caso, 0 VI), como é possivel que se the suceda um outro dominante secundério? A resposta é simples: a resolucio do V/VI dar-se-d de fato sobre a fundamental do V1 grau. Este, porém, terd sua terca menor alterada para maior, transforman- do-se, assim, em VIII. Isto é, a necessidade de resolucao do dominante secundério é parcial- ‘mente satisfeita devido a0 movimento entre fundamentais (47) e o forte parentesco entre 0 acorde esperado (VI) ¢ a resolusao havida de fato (V/II). Contudo, a tensio latente do trito- no, que busca sempre o repouso no intervalo de versa (ou de sexta) formado pela fundamen- tal earerca de um acorde diatdnico, néo se dissipa: ela éransferida para o dominante seguin- te, que passa a ter a responsabilidad da resolusao (a ndo ser que o primeiro seja sucedido por outro dominante secundario, o que faria o processo se repetir indefinidamente).6 E mais ou ‘menos como acontece numa corrida de revezamento: cada dominante passa 0 “basto” para 5 Ao encadear dois dominantes secundsios, 0 witono do prime nao resolve: por movimento cromitico descendents, cle se manforma num segundo citono, Por exemplo, na sequéncia D7 (V/V em d6 maior, ertono: 46-8) — G7 (V, teitono: st), os movimentos das vores entre seus teitonos serio: dé (7)si (3) Fe (3)fi (7). Numa progressio de ‘virios dominances consceutivosreconhecemos, assim, duss linhas crométicas descendentes,resultances da sucestia dos tltonos. Tl dupla linha cromtica sé resolverd no momento em que 0 iltime dominante encontrar 0 gra dia- ronico a que se dessina (ver também o exemplo 2-5) vt vt va VV VT BAT Dr Gt 110 Harmonia Funcional © dominante seguinte, até que o tiltimo da seqiiéncia — tenha ela a extenséo que for — f- nalmente resolva Embora seja mais comum a seqiiéncia de dois dominantes consecutivos, séo posstveis séries de até seis deles (incluindo na conta o V grau que, embora néo seja secundario, é tam- bém dominante). Ex2-5: 1 val wooo 1 Ay DB Ear D 1 ‘vat var val vv 2) Cadéncias interrompidas Cadéncias interrompidas seguindo os modelos V-VI e V-IV séo também possiveis, em- bora bem mais raras do que nas situagées originais, Terfamos, entéo, as seguintes possi lidades: V/Il— VU (rarissimo) e V/I—V Vill —1e VIII — VI VIIV — Ie V/IV — VII (rarissimo) VV —Mleviv—1 VINI—We VIVI—0 Ex.2-6: $ 1 vn v B D Eb ete. Expansao da funcio dominante ue 1.3. Inversdes Inverses de dominantes secundérios so geralmente utilizadas visando a obtengao de linhas de baixo mais fluentes, Nesse sentido, das trés invers6es possiveis, a primeira (baixo na terca) é, sem dtivida, a mais eficaz, j4 que provoca um movimento cromético em relagdo & fundamental do acorde diatonico de resolugéo. Quanto & terceira inversio, a sétima do do- minante sempre se movimenta para a terga (primeira invers4o) do acorde-alvo.? v i 1 viv ov Q ») A AG DIF (0) src comeer "ATIC", | gana stime se ence no to 1.4, Harmonizasio e rearmonizasao Como foi dito anteriormente, os dominantes secundatios sio empregados na harmoni- zacio de trechos melédicos principalmente formados por notas nao diatonicas* que, de for- ‘ma nitida, suginem resolugéo num determinado acorde diaténico. Pode parecer um tanto vvago, mas, na andlise melédica, quase sempre as tendéncias das notas nao diatdnicas se mos- team bem explicitas. Quer dizer, fica facil distinguir suas fung6es (ver exemplo abaixo), se sio inflexées melédicas, notas pertencentes a dominantes secundarios ou a empréstimos (que se- ro vistos no préximo capitulo). 7 Tudo isto considerande resolugées convencionais dos dominantes secundities. O estudante pode especular sobre couteas posibilidades (cadénciasinterrompidas, por exemple). 8 Nao podemos esquecer que dominantes secunditios também podem harmonizat nota diatonicas, desde que ests Indiquem claramente uma necessidade de preparasio cadencal. (Para io, ver exemplo 2-3) ma Harmonia Funcional

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