Você está na página 1de 1

- A recusa do Chefe do Poder Executivo no âmbito Municipal (Prefeito) para

não cumprir determinada lei por achá-la inconstitucional se aplica somente às leis
municipais ou englobam-se as estaduais e federais da mesma forma?

Em momento anterior à promulgação da Constituição Federal de 1988, “em


razão da legitimidade exclusiva do Procurador-Geral da República, naquele período,
para provocar a controle de constitucionalidade junto ao Judiciário”, os Chefes dos
Poderes Executivos teriam legitimidade para expedirem um decreto cujo objeto seria a
recusa de cumprimento de uma lei inconstitucional, já que estes não tinham
legitimidade para impetrarem uma ADI.

Com o advento da Carta Política de 1988, o rol dos legitimados para propor a
ação direta de inconstitucionalidade expandiu-se, abrangendo o Presidente e os
Governadores, ficando de fora os Prefeitos. Logo, a ADI no âmbito federal não é o
meio utilizado para o mesmo negar execução a uma lei que lhe pareça
inconstitucional.

Dispõe o artigo 125, parágrafo 2°, da Carta Cidadã de 88, que cabe aos
Estados-membros instituírem representação de inconstitucionalidade de leis e atos
normativos estaduais e municipais em face da Constituição Estadual. Desta maneira,
compete à Constituição Estadual de cada Estado-membro descrever quais são os
legitimados para propor a representação no controle de constitucionalidade no âmbito
estadual, já que a Constituição Federal não os especificou.

Insta mencionar que o rol na Constituição Estadual deve ter uma estrita relação
com o que está descrito no artigo 103 da Constituição Federal. E assim, pelo princípio
da simetria, os Prefeitos integram o rol para propor a ADI na esfera estadual.

Em conclusão, os Prefeitos podem impetrar uma ADI, exclusivamente, frente a


uma lei e/ou um ato estadual ou municipal que esteja em confronto com uma
Constituição Estadual, revelando, dessa forma, uma inconstitucionalidade no âmbito
do Estado-membro. Lembrando que a competência para o julgamento desse controle
de constitucionalidade pertence ao Tribunal de Justiça local.

Você também pode gostar