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(Coordenadora)
Técnicas de processamento de
frutas para a agricultura familiar
Boletim técnico
Guarapuava
2008
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE
UNICENTRO
Cristiane Kopf
Departamento de Engenharia de Alimentos
UNICENTRO
Sumário
Apresentação................................................3
1. Produção de Frutas................................... 13
1.1 Operações básicas de processamento........... 15
1.1.1 Etapas do pré-processamento.....................16
2. Processamento de compotas ou frutas em calda 24
2.1 Definição............................................. 25
2.2 Classificação........................................ 25
2.3 Características...................................... 25
2.4 Processamento de compota de pêssego........ 26
2.4.1 Etapas do processamento de pêssego em calda.. 28
2.4.2 Esterilização dos vidros............................ 33
2.4.3 Preparação da calda ou xarope................... 34
3. Processamento de frutas desidratadas............ 40
3.1 Definição............................................. 40
3.2 Secagem natural ................................... 41
3.3 Secagem artificial.................................. 41
3.4 Processamento de desidratação de maçãs..... 41
3.4.1 Etapas de elaboração da maçã desidratada 44
4 Processamento de Doce em Massa.................. 50
4.1 Processamento de doce em massa de Banana 50
4.2 Etapas do processamento de doce em massa
de banana................................................ 52
Glossário.................................................... 58
Referências................................................. 60
Lista de ilustrações
a) Transporte
O transporte de frutas é uma etapa muito
importante, devendo ser realizado no menor prazo
possível e com temperatura adequada para não afetar
a qualidade dos produtos.
14
A temperatura e a maneira de transporte variam
de acordo com o tipo de fruta.
As frutas podem ser transportadas em caminhões
bem ventilados, ou com refrigeração, acondicionadas
em caixas limpas de papelão ou de plástico (Figura 4).
Figura 4. Maçãs acondicionadas para transporte em caixas
de papelão e de plástico
Fonte: os autores
CUIDADO!
Frutas amassadas, danificadas e estragadas podem
contaminar e estragar as frutas sadias.
b) Pré-lavagem
É feita em água limpa, com objetivo de retirar
as sujeiras vindas do campo, como terra, talos, folhas
e outros (Figura 5).
Essa etapa também ajuda a diminuir a temperatura
da fruta.
15
A pré-lavagem pode ser realizada em tanques,
onde a fruta é imersa, ou em mesas com dispersores de
água tipo chuveiros.
Figura 5. Pré – Lavagem de frutas
Fonte: os autores
c) Seleção
Fonte: os autores
16
A seleção proporciona a uniformidade das frutas, o que é
importante para a qualidade final do produto
d) Lavagem
A lavagem é uma etapa muito importante, pois
retira as sujeiras que não foram eliminadas na pré-lavagem
e diminui ou elimina os microrganismos presentes.
A lavagem de frutas pode ser realizada de várias
maneiras, como por exemplo:
Lavagem por imersão: as frutas são imersas em
vários tanques contendo em cada um, separadamente,
solução de detergente (lavagem propriamente
dita), água limpa (enxagüe) e de solução sanitizante
(sanitização), respectivamente.
Lavagem por imersão com agitação: as frutas são
imersas em tanques submetidos à agitação constante,
contendo solução de detergente, água limpa e de
solução sanitizante.
Lavagem por jatos de água: as frutas são
dispostas em esteiras, onde recebem lavagem por jatos
de água, com solução de detergente, seguidas de água
limpa e posteriormente de solução sanitizante.
Pode-se utilizar também a combinação desses
três métodos.
Uma lavagem eficiente pode ser obtida seguindo
os seguintes passos:
1º Passo: As frutas são lavadas com uma solução de
detergente, retirando as sujidades da superfície da fruta.
O processo de lavagem pode ser manual ou
mecânico. Na lavagem manual podem ser utilizadas
escovas com cerdas de nylon ou esponjas, (Figura 7). No
processo mecânico existem equipamentos que realizam
esta operação através de escovas giratórias ou cilindros
de fricção.
17
Figura 7. Lavagem manual
Fonte: os autores
2º Passo: Em seguida, as frutas são enxaguadas
com água limpa para retirar os resíduos. Em alguns
processos automatizados, as frutas são enxaguadas e
tratadas com sanitizantes no mesmo equipamento.
3º Passo: Consiste em submeter as frutas à ação de
sanitizantes. A sanitização visa eliminar microrganismos
aderidos às frutas para não comprometer a qualidade
do produto final.
Usualmente utiliza-se solução de água sanitária,
na dose de 50-200 ppm de cloro ativo, e o tempo de
exposição varia com o tipo da fruta, na faixa de 1 a 15
minutos, (Figura 8).
Figura 8. Preparo da solução sanitizante
Fonte: os autores
18
É obrigatório o uso de detergentes neutros e de sanitizantes
recomendados pela legislação vigente (ANVISA)
Fonte: os autores
f) Branqueamento
O branqueamento é realizado geralmente em
frutas e vegetais, com a finalidade de:
• Diminuir a quantidade de microrganismos
presentes;
• Inativar enzimas (amolecimento, escurecimento
da fruta);
• Eliminar odores e sabores desagradáveis de
algumas hortaliças;
• Fixar a cor dos vegetais;
• Facilitar o descascamento de frutas.
A escolha do método de descascamento vai depender principalmente
da textura da fruta
20
Os tipos principais de branqueamento são:
- Água quente;
- Vapor;
- Químico.
Branqueamento em Água Quente: consiste em
colocar as frutas na água quente (70 a 100ºC), por 2 a
5 minutos ou até que se tornem macias (dependendo
do produto que se queira obter). Depois é realizado o
resfriamento rápido com água fria para interromper o
tratamento térmico, a fim de evitar o prolongamento
do aquecimento do produto.
Branqueamento com vapor: as frutas entram em
contato com vapor por alguns minutos (pré-determinado
para cada tipo de fruta) com a mesma finalidade do
branqueamento com água quente.
Branqueamento químico: é feito por meio de
soluções de água com substâncias químicas; o mais
comum é o uso de ácido cítrico. A dosagem irá depender
do tipo de fruta e do produto que se pretende obter.
g) Corte
Tem a finalidade de uniformizar o tamanho dos
pedaços, além de assegurar um tratamento térmico
eficiente. O corte da fruta vai depender do produto que
será elaborado, podendo ser em: fatias; frutas inteiras;
metades; rodelas; tiras e cubos, (Figura 10).
Figura 10. Cortes de fruta em fatias, tiras e metades
Fonte: www.wikipedia.org
21
A manipulação das frutas deve ser feita em mesas
limpas, retirando-se as sementes e os caroços.
Nesta etapa é essencial tomar cuidado com as
perdas
2. Processamento de compotas ou
frutas em calda
Fonte: wikipedia.org
2.1 Definição
Compota ou fruta em calda é definida pela
Legislação Brasileira de Alimentos (Resolução – CNNPA
nº 12, de 1978 da Anvisa) como o produto obtido de
frutas inteiras ou em pedaços, com ou sem sementes,
caroços ou casca, submetidos a um cozimento inicial,
envasadas em lata ou vidro, praticamente cruas,
cobertas com calda de açúcar.
2.2 Classificação
De acordo com a composição as compotas são
classificadas em:
• Compota simples: preparada com apenas uma
fruta;
• Compota mista: preparada com duas frutas;
• Salada de frutas: preparada com três ou mais
tipos de frutas, até no máximo cinco.
2.3 Características
De acordo com Resolução – CNNPA nº 12, de 1978
da Anvisa:
• O produto não deve ser colorido nem
aromatizado artificialmente;
23
• A densidade da calda adicionada às frutas deve
apresentar de 14 a 40ºBrix.
A elaboração artesanal de compotas ou frutas
em calda envolve várias etapas que, apesar de simples,
devem ser tomados alguns cuidados para a obtenção de
um produto com qualidade.
Como exemplo para o estudo, são apresentadas
as etapas para a elaboração de pêssego em calda.
Fonte: wikipedia.org
24
Quadro 2. Composição química do pêssego in natura
Nutrientes Valor por 100 g
Água 88.87
Calorias 39.00
Proteínas 0.91
Lipídeos Totais 0.25
Carboidratos 9.54
Fonte: USDA (Julho 2001)
26
As etapas envolvidas no processamento são:
a) Recepção
No recebimento das frutas, essas devem passar
por uma pré-seleção, sendo então acondicionadas em
caixas e armazenadas em ambientes refrigerados ou
ventilados até o momento do processamento. Conforme
o estágio de maturação, a fruta pode ficar estocada de
2 a 4 semanas em câmaras frias, em temperaturas de
-1 a + 1 ºC.
b) Seleção e classificação
A seleção de frutas é importante para a elaboração
de uma boa compota, tanto em sabor quanto em
aparência, (Figura 14).
Figura 14. Pêssego para descarte e pêssego apto para ser
processado
Fonte: os autores
Os pêssegos devem:
• Apresentar tamanho, variedade e cores
semelhantes;
• Ser frescos e sadios;
• Estar maduros ou quase maduros (textura firme).
c) Lavagem
Com a lavagem são removidos os resíduos de
agrotóxicos e sujidades em geral (Figura 15).
27
Figura 15. Lavagem da fruta
Fonte: wikipedia.org
ATENÇÃO:
Frutas muito maduras não devem ser misturadas com frutas
maduras ou quase maduras
28
Figura 16. Descascamento do pêssego
Fonte: wikipedia.org
e) Branqueamento
Conforme indicado no item do pré-processamento,
o branqueamento facilita a inativação das enzimas
responsáveis pelo escurecimento da fruta.
O branqueamento no processamento de pêssego
em calda pode ser realizado utilizando solução de ácido
cítrico a 0,1% ou solução de vinagre e sal (2 colheres
de sal e 2 colheres de vinagre para 4 litros de água). As
frutas deverão ser imersas por 2 a 5 minutos e escorridas
antes de passarem para a próxima etapa.
f) Descaroçamento
O descaroçamento pode ser manual ou
mecânico.
Descaroçamento manual: os pêssegos são
cortados ao meio; é feito um movimento de torsão com
as metades do fruto e então são retirados os caroços.
Descaroçamento mecânico: realizado por
descaroçadores que irão serrar as frutas ao meio e
retirar o caroço com uma faca em forma de meia-lua.
29
g) Corte
O corte poderá ser em fatias grossas ou em
metades, (Figura 17).
Figura 17. Corte do pêssego ao meio e em metades
Fonte: wikipedia.org
A polpa do pêssego é fatiada em tamanhos e
formatos uniformes, para melhor aparência e apresenta-
ção da conserva.
h) Seleção de fatias
As fatias que estão fora do tamanho padrão ou
apresentam descascamento incompleto e com manchas
na polpa deverão ser descartadas.
i) Acondicionamento da fruta e enchimento
Os pedaços de fruta devem ser acondicionados
ainda quentes em recipientes de vidro ou de metal
previamente esterilizados (Figura 18).
Figura 18. Acondicionamento da fruta
Fonte: os autores
30
Após a distribuição das frutas nos recipientes,
adiciona-se a calda de cobertura, conforme indicado
no item posterior.
No uso de recipientes de vidro, verificar a
distribuição das frutas de maneira a obter um produto
atrativo.
2.4.2 Esterilização dos vidros
• Coloque um pano ou grade de madeira no fundo
de uma panela, (Figura 19), arrume os vidros deitados
e as tampas, ferva-os com a panela tampada por 15
minutos.
Figura 19. Esterilização da embalagem
Fonte: os autores
31
A sacarose é o açúcar mais utilizado na preparação
da calda. A calda é preparada em tanques aquecidos
sob agitação ou artesanalmente em tachos e panelas. A
preparação da calda é apresentada a seguir.
2.4.3 Preparação da calda ou xarope
Fonte:
Fonte: os autores os autores
A preparação mais simples consiste na dissolução
do açúcar na água nas proporções apresentadas no
quadro 4, a seguir.
Quadro 4. Caldas de cobertura para compotas de frutas
32
Figura 21. Calda de açúcar
Fonte: os autores
Os cálculos para preparação são feitos segundo a
fórmula básica abaixo:
ºBrix desejado=___________
massa de açúcar x100
massa de açúcar + massa de água
Exemplo:
Como preparar 50 kg de xarope a 40º Brix, com
20 kg de açúcar? (Figura 22)
Solução:
Sabe-se que o Brix desejado é 40 (40%), e se
quer preparar 50 kg de xarope. A quantidade de açúcar
disponível é de 20 kg. Como o xarope é constituído de
Figura 22. Adição da calda
Fonte: os autores
33
açúcar e água pode-se diretamente responder que a
quantidade de água necessária será de 30 kg ou 30 L
(densidade da água = 1) ou:
______ x 100(- 20
40 = 20
20 + m
x 100 m
água
=
( __
40
água
m =30l
água
Resultado:
Para se atingir 50 kg de xarope, basta adicionar
30 kg (= 30L) de água aos 20 kg de açúcar.
k) Exaustão
Sedurante a adição do xarope ficarem bolhas de ar, remova-as
com o auxílio de uma colher ou faca de aço inox esterilizados
Fonte: os autores
34
A compota é colocada em banho-maria (95 a
98ºC), sem tampa, por 10 a 15 minutos. O vapor d’água
no espaço livre, em substituição ao ar, condensa-se
durante o resfriamento, produzindo um vácuo parcial.
l) Fechamento (Recravação)
Depois da retirada do ar, os vidros ainda quentes
são fechados hermeticamente, para que não haja
contaminação microbiana e para que o alimento durante
o processo de esterilização, resfriamento e estocagem
não seja comprometido.
Para comprovar que o fechamento foi eficiente,
coloque os vidros de cabeça para baixo e observe se
não há vazamentos.
Não podem aparecer bolhas, líquido turvo e bolor
na superfície, porém estas alterações somente serão
notadas em um maior período de tempo.
m) Tratamento térmico
Consiste na pasteurização da calda e da polpa, a fim
de que não haja desenvolvimento de microrganismos pato-
gênicos e deteriorantes na conservação a longo prazo, além
de melhorar a textura, o sabor e a aparência do alimento.
Os vidros são colocados de modo que todos fiquem
submersos em banho-maria com temperatura próxima ao
ponto de ebulição. O tempo de tratamento térmico varia
em função do produto, tendo-se que garantir a temperatura
mínima de 85ºC no centro dos pedaços de frutas.
n) Resfriamento
O resfriamento dos vidros deve ocorrer no menor
tempo possível e logo em seguida ao tratamento térmico.
Um resfriamento prolongado poderá causar supercocção
do produto, além de alterações microbiológicas. A
temperatura final de resfriamento deve estar entre
35
35-40ºC, o que provocará a evaporação rápida da água
ainda aderida à embalagem.
O resfriamento de produtos embalados em vidro
deve ser realizado da seguinte maneira:
Quanto maior a embalagem, maior o tempo necessário para o
tratamento térmico
p) Estocagem ou armazenamento
Os produtos devem ser encaixotados em caixas
de papelão.
37
O armazenamento deverá ser efetuado em local
com temperatura máxima de 38ºC.
O ambiente de estocagem deve ser seco e bem
ventilado para evitar corrosão nas tampas das conservas
e manchas nos rótulos.
Após um certo prazo, antes de consumir a compota
deve-se observar se ocorreu o aparecimento de:
• Bolhas
• Líquido turvo
• Espuma
• Bolor na superfície
Se detectado qualquer um dos itens citados, há a in-
dicação de que a compota não está apta para o consumo.
3.1 Definição
Segundo a resolução CNNPA nº12/1978, fruta
seca é o produto obtido pela perda parcial da água da
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fruta madura, inteira ou em pedaços, por processos
tecnológicos adequados.
Frutas desidratadas = frutas sem água
Desidratação = retirada da água
O aumento da temperatura da fruta faz com que
parte da água contida nela evapore. A evaporação da
água pode ser de dois tipos:
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Figura 24. Maçãs in natura
Fonte: wikipedia.org
Água 85,5
Calorias 52
Proteínas 0,26
Gordura total 0,17
Carboidratos 13,81
Fibra total dietética 2,4
Cinzas 0,19
Fonte: usda (julho 2001)
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Quadro 6. Composição química da maçã desidratada
Nutrientes Valor por 100g
Água 3
Calorias 346
Proteínas 1,32
Gordura total 0,58
Carboidratos 93,53
Fibra total dietética 12,4
Cinzas 1,57
Fonte: usda (julho 2001)
Pré-lavagem
Lavagem
Descascamento
Corte
Branqueamento
Secagem
Embalagem
Rotulagem
Armazenamento
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a) Seleção
As maçãs devem ser selecionadas, retirando-se as
frutas muito maduras com machucados e defeitos grandes.
As frutas devem estar no ponto ótimo de maturação.
b) Pré-lavagem
As frutas são lavadas com água potável com
objetivo de remover matérias estranhas como terra e
poeira e reduzir a temperatura.
c) Lavagem
As maçãs devem passar pela etapa de lavagem com
o intuito de eliminar qualquer sujeira que não tenha sido
retirada na pré-lavagem e a carga de microrganismos
que possam estar aderidos à superfície da fruta.
A etapa de lavagem das maçãs pode ser realizada
como descrita no pré-processamento, onde as frutas
passam primeiramente pela solução de detergente e
depois pela solução sanitizante.
d) Descascamento
A maioria das frutas e alguns vegetais precisam
ser descascados para serem desidratados.
O descascamento das maçãs pode ser manual,
mecânico, químico ou por vapor. A retirada da
casca facilita a secagem, porém não é uma etapa
fundamental, pois em alguns casos, como em maçãs
desidratadas em rodelas, a casca proporciona melhor
aparência ao produto.
e) Corte
As frutas podem ser cortadas em cubos ou rodelas de
acordo com a apresentação que se queira obter do produto.
O corte também visa facilitar a circulação do ar
entre os pedaços, bem como a saída do vapor de água
43
do interior da fruta e conseqüentemente a obtenção de
produtos secos num período menor.
É de fundamental importância que a espessura
ou as dimensões dos pedaços sejam as mais uniformes
possíveis para que se obtenha o máximo de uniformidade
durante a secagem. Quando isto não acontece, ocorre
numa mesma bandeja, presença de pedaços secos e
outros parcialmente secos e isto pode causar problemas
sérios de desenvolvimento de microrganismos, quando
os alimentos são embalados.
A fruta inteira descascada precisa de maior tempo de secagem
do que maçãs em pedaços
f) Branqueamento
O branqueamento é importante para prevenir o
escurecimento da fruta, que acontece pela presença
da enzima polifenoloxidase.
No caso de maçãs, o branqueamento mais
recomendado é o químico. Geralmente utiliza-se solução
de ácido cítrico. Esse ácido é largamente utilizado por
ter como vantagem baixo custo.
Pode-se utilizar também bissulfito de sódio. Este
processo pode ser chamado de sulfitação. Deve-se
fazer a imersão das maçãs em uma solução de bissulfito
de sódio de 1 a 2%. Outra técnica é a sulfuração em
câmaras herméticas com dióxido de enxofre.
g) Secagem
Nesta etapa, as maçãs já cortadas, devem ser
distribuídas em bandejas e levadas ao secador.
As maçãs podem ser desidratadas por secagem
natural (expostas ao sol, energia natural) ou em estufas
com circulação de ar em secadores ou desidratadores,
conforme se vê na figura 26, supridas de energia artificial
podendo ser a gás, elétrica ou vapor.
44
O processo de secagem pode ser acelerado pela
temperatura, porém, altas temperaturas prejudicam as
características do produto.
Figura 26. Desidratador tipo cabine
Fonte: www.meloni.com.br
É importante controlar a relação tempo x
temperatura, a qual depende do tipo de fruta. O
controle favorece a obtenção de produtos desidratados
mais uniformes.
Para maçãs geralmente utiliza-se desidratadores
com circulação de ar aquecido, com temperaturas em
torno de 50ºC a 70ºC. O tempo de secagem dependerá
do corte da fruta, da espessura, da presença ou não da
casca e da velocidade do ar no desidratador.
É importante a distribuição ou disposição das
frutas no secador, para que o ar quente possa circular
uniformemente por todos os espaços e assim desidratar
todas as partes por igual.
A maçã desidratada deverá ter umidade de até
25% para garantir a integridade do produto durante a
armazenagem.
Se a temperatura for alta devemos reduzir o tempo de secagem
Se a temperatura for baixa, aumentamos o tempo de secagem
Fonte: www.empregoerenda.com.br
j) Armazenamento
O armazenamento do produto final deve ser
em local seco e arejado para não comprometer a
qualidade, mantendo a crocância característica da
fruta desidratada.
47
As frutas secas armazenadas há mais tempo
deverão ser as primeiras a saírem para o mercado.
Os lotes devem estar adequadamente etiquetados,
com as datas de fabricação das partidas.
A disposição e a quantidade de caixas
empilhadas, juntamente com a circulação do ar são
fatores importantes que influenciarão na manutenção
da qualidade do produto final.
Fonte: wikipedia.org
Popularmente, quando a banana está verde,
diz-se que ela “pega” na boca (sabor adstringente).
Isto porque antes de sua maturação, as bananas se
compõem, basicamente, de amido e água. Tanto é
assim que, com a maioria das bananas verdes, pode-
se produzir uma farinha extremamente nutritiva, com
inúmeras aplicações na alimentação, desde o preparo
de mingaus até biscoitos.
Em seu processo de amadurecimento, a maior
parte do amido contido nas bananas transforma-
se em açúcar: glicose e sacarose. Em função dessa
transformação, de maneira geral, a banana é uma das
frutas mais doces dentre todas as frutas.
Considerada, por muitos, a fruta perfeita, a
banana apresenta muitas qualidades:
- Amadurece aos poucos, fora do pé, facilitando
a colheita, o transporte e o aproveitamento;
- É fácil de mastigar, a textura da fruta não é
nem muito dura, nem muito mole;
49
- Seu descascamento não exige o uso de utensílios
de corte;
- Tem sabor e aroma agradáveis;
- Não é enjoativa ou indigesta; é uma fonte rica
em vitaminas A, B1, B2, potássio, carboidratos e
fibras (Quadro 7);
- Nasce em todo tipo de solo;
- Pode ser encontrada durante o ano inteiro e é
totalmente aproveitável.
A casca pode ser aproveitada tanto na alimentação
humana quanto na alimentação e formulação de rações
para animais domésticos.
As variedades encontradas para consumo são das
mais diversas. Entre elas podem-se citar: banana maçã,
ouro, prata e nanica, consideradas bananas de mesa. O
quadro abaixo mostra a composição química da banana
in natura.
Seleção e Lavagem
Descascamento
Adição do Açúcar
Mistura
Concentração
(com adição do restante do ácido próximo ao
final do processo)
Embalagem
Armazenamento
51
4.2.1 Recepção
Fonte: wikipedia.org
Durante o recebimento, cada lote de bananas
deve ser pesado e inspecionado em relação ao
estado de conservação das frutas. Durante a safra,
se for necessário, as frutas devem ser mantidas sob
refrigeração ou em local ventilado.
A temperatura mais indicada para conservação
da banana da variedade Nanicão, por exemplo, é de
12°C externamente e de 13°C na polpa. Temperaturas
abaixo das indicadas causam distúrbios fisiológicos na
casca, denominados injúria pelo frio (chilling injury),
tornando-a de amarela acinzentada a marrom.
As frutas, para serem armazenadas, devem estar
limpas e sanitizadas, livres de insetos e roedores.
4.2.2 Seleção e lavagem
As frutas devem ser selecionadas, descartando-se
aquelas que estão ainda imaturas, estragadas, podres
ou atacadas por insetos.
52
A pré-lavagem retira a maior parte da terra
aderida às frutas.
As bananas maduras devem ser imersas em
água clorada, na proporção de 7 ppm de cloro ativo.
Para preparação desta água adicionam-se 70mL de
hipoclorito de sódio comercial a 1.000L de água. Essa
solução deve ser constantemente renovada, cada 15
a 20 minutos, dependendo da quantidade de sujeiras
aderidas às frutas.
4.2.3 Descascamento
O descascamento deve ser feito manualmente,
retirando-se as cascas (Figura 31).
Figura 31. Descascamento manual da banana
Fonte: os autores
53
Uma sugestão para a formulação do produto é:
62,5% de polpa de banana; 31,1% de açúcar; 6% de água
e 0,4% de ácido cítrico.
4.2.6 Mistura
A polpa, o açúcar, a água e parte do ácido são
misturados até a sua homogeneidade.
4.2.7 Adição da pectina e do ácido
A acidificação visa reduzir o pH para 3,7-3,8,
condição na qual a pectina atua melhor. Parte do ácido
deve ser adicionada no início do processamento e parte no
final, para evitar-se que ocorra uma hidrólise acentuada
da pectina durante o processamento. A pectina,
adicionada em quantidade equivalente a 0,5%-1,0%,
tem a função de promover a formação de um gel firme.
Para isso são adicionados os chamados “aci-
dulantes” - ácidos orgânicos tais como ácido cítrico
(mais usado), tartárico e o málico. Na ausência dos
ácidos pode-se utilizar suco de limão ou até mesmo
vinagre. O ácido deve ser previamente dissolvido na
água para facilitar sua dispersão na mistura.
No caso da banana ela pode ser considerada
média em pectina e pobre em acidez.
4.2.8 Concentração
Este procedimento pode ser realizado em tacho
aberto. A concentração final depende da consistência
desejada para o produto. Para o doce em pasta, a
concentração final recomendada é em torno de 70º Brix.
4.2.9 Embalagem
O doce de banana em massa pode ser embalado
em latas ou potes de vidro.
54
4.2.10 Armazenamento
O doce em massa deve ser armazenado em local
seco e arejado à temperatura ambiente. Devido a alta
concentração de açúcar, o produto é susceptível ao
desenvolvimento de microrganismos. Daí a importância
de uma embalagem e armazenamento adequados.
4.2.11 Rotulagem
A rotulagem de doce em massa deve atender
às normas da legislação vigente no país. Segundo a
Resolução CNNPA Nº 09/1978 (ANVISA), devem constar
as seguintes informações no rótulo: a designação
(nome da fruta acrescido do sufixo “ada”, quando se
tratar de “doce em massa” elaborado com uma única
espécie de fruta, no caso de doce em massa de banana:
bananada); marca; peso do produto; os ingredientes na
ordem decrescente do respectivo peso, com exceção
da água; informação nutricional; nome e endereço
do fabricante; razão social, CGC; Nº do registro no
Ministério da Saúde; identificação do lote e data de
fabricação; instruções sobre o uso do alimento.
A tabela 3, a seguir, mostra a informação
nutricional do doce em massa de banana.
Tabela 3. Informação nutricional de doce em massa de banana
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
Porção de 15g (medida caseira)
Quantidade por porção % VD (*)
Valor energético 50 kcal 1,6%
Carboidratos 13 g 2,78%
Proteínas 0,33 g 0,53%
Gorduras Totais 0,04 g 0,032%
* Valores Diários de referência com base em uma dieta de 2.000 kcal.
Fonte: www.bananacandy.com.br/.
55
Glossário
a) Microrganismos
Os microrganismos são popularmente conhecidos
como micróbios. Eles estão presentes em toda parte do
ambiente. Alguns desses microrganismos são patógenos,
ou seja, podem causar doenças ao homem. Enquanto
outros participam da fabricação de alguns alimentos como
o pão, o iogurte, o vinho e o salame, por exemplo.
São classificados em: bactérias, fungos, leveduras
e vírus.
b) Enzimas
As enzimas são moléculas de proteína bastante
grandes e complexas que agem como catalisadoras em
reações bioquímicas. Como as proteínas, elas consistem
em longas cadeias de aminoácidos unidas por ligações
de peptídeos. Elas são formadas dentro das células
de todos os seres vivos, plantas, fungos, bactérias e
organismos microscópicos unicelulares.
Em vegetais, controlam desde as reações de
maturação, até a degradação completa do vegetal.
Nos alimentos, são responsáveis pelas mudanças
de cor, aroma, textura e valor nutritivo.
Uma enzima importante no processamento de
frutas é a polifenoloxidase que é responsável pelo
escurecimento quando se descasca ou corta a fruta.
c) Imersão
A imersão consiste em mergulhar os vegetais em
água pura ou em uma solução de água com uns agentes
químicos, que são específicos para cada tipo de produto.
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d) ºBrix
Medida de concentração que expressa o teor de
sólidos solúveis numa determinada solução ou produto.
e) Sólidos solúveis
Está relacionado à concentração de açúcares
presentes no produto. Pode ser medido através de um
aparelho chamado refratômetro. A medida é usada para
indicar o ponto de colheita de frutas ou o fim da etapa
de concentração de um caldo, doce, etc.
f) Tratamento térmico
O objetivo do tratamento térmico é conservar os
produtos por um maior período de tempo, pois através
do calor é minimizada ou eliminada a quantidade de
microrganismos presentes, que poderiam deteriorar o
alimento ou causar doenças ao homem quando ingeridos.
São exemplos de tratamento térmico:
- pasteurização: é utilizada uma faixa de
temperatura de 65º C durante 30 minutos, ou
ainda 75º C durante 15 a 20 segundos, eliminando
os microrganismos patogênicos presentes nos
alimentos.
- esterilização: normalmente utilizada por
autoclavação, onde o produto fica exposto ao
vapor a uma temperatura de 121º C por um
período de 15 minutos. Visa à destruição de
qualquer tipo de microrganismo presente no
alimento, inclusive os esporos de bactérias que
são altamente resistentes.
g) Acidez
A acidez é uma característica notada pela
presença de ácidos orgânicos. Estes influenciam no sabor,
odor, cor e na manutenção da qualidade dos alimentos.
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Em frutas é útil na determinação do grau de
maturação.
Varia de 0,2 a 0,3% em frutas de baixa acidez
como maçãs vermelhas e bananas, 2% em ameixas e
acima de 6% em limão.
h) Pectina
É um ácido presente nas frutas, responsável pela
formação do gel, que dá a consistência ao doce. Define-
se o grau de pectina como o número de gramas de açúcar
que um grama de pectina é capaz de transformar em
gel. Frutas levemente verdes têm maior rendimento de
pectina que as supermaduras, porque, conforme a fruta
amadurece, a pectina decompõe-se em ácido péctico,
não formando gel.
i) Hidrólise
É a reação que ocorre quando a pectina é aquecida
em meio ácido, perdendo totalmente seu poder
geleificante. Portanto, depois da colocação do ácido,
o doce em massa não deverá permanecer em cocção.
Referências
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fabricação de alimentos, fábrica do agricultor. SENAI,
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