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BIBLIOLOGIA

CLAUDEMIR DE NARDI

BIBLIOLOGIA

1 CLAUDEMIR DE NARDI
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1. A NATUREZA DA BÍBLIA

1.1 A importância da bíblia


Durante milhares de anos, Deus revelou-se à humanidade por meio de sua criação (Rm 1.20; Sl
19.1-6). Seguindo seu desígnio, em tempo determinado revelou-se de forma vantajosa a
humanidade, e isto fez de duas maneiras. A primeira foi através da Bíblia que é sua Palavra
escrita. A segunda foi por meio de Jesus Cristo, a Palavra viva (Jo 1.1). Devido à queda,
tornaram-se necessário ao homem, ambas as revelações. A razão deste estudo é disciplinar-nos
na ortodoxia recomendada pela Bíblia. Teologia é uma palavra que vem da união de dois
vocábulos gregos “THEOS” “Deus” e “LOGIA” “palavra ou pensar com a razão”. Jesus é a palavra
viva de Deus, a Bíblia, a Palavra escrita. Estes dois termos são empregados como “O Logos de
Deus, o verbo de Deus”. Teologia é um estudo, uma oratória, ou ainda uma reflexão sobre Deus.
O objetivo principal de quem estuda Teologia é estudar a Bíblia. Este estudo deve ordenar seu
conteúdo de forma lógica, para que seu conjunto de conhecimentos seja coordenado para a
vivência humana. Este estudo apresenta de forma original Deus, e seus preceitos por meio das
Escrituras. O vocábulo que designa o estudo de forma lógica e coordenada da Bíblia denomina-se
“Bíbliologia”.

1.2 Porque estudar a Bíblia?


Há inúmeras razões para estudarmos a Bíblia. Vejamos as seguintes:

a) Preparação para responder a todos que pedirem razão da esperança que há em nós (I Pe 3.15)
b) Aumentar a fé do cristão. (Is 34.16)
c) Para que o obreiro maneje bem à Palavra. (II Tm 2.15)
d) Para ter o caminho iluminado, e chegar a Deus. (Sl 119.105,130)
e) Por ela é dado alimento, que traz crescimento para a salvação. (Jr. 15.16; I Pe 2.1,2)
f) A Bíblia é instrumento para o Espírito Santo operar. (Ef 6.17)
g) Ela é uma ferramenta para edificar e dar herança ao cristão (At 20.32)

1.2.1 Porque a Bíblia é um livro informativo que preceitua os cristãos.


A Bíblia contém os preceitos que regulam os direitos e deveres das pessoas que desejam morar no
céu. É o livro de maior autoridade e respeito na vida do cristão. Por tamanha influência em nosso
viver, de suma importância torna-se que a examinemos, e apresentemo-nos como obreiros
aprovados (II Tm 2.15). Esta aprovação não dá se de forma inconsciente ou mecânica, mas por
meio de um exame pormenorizado, atento e aplicado. Aos obreiros que examinam a Bíblia, Deus
promete-lhes que seu ministério será próspero. “Assim será a Palavra que sair da minha boca;
não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a
designasse” (Is 55.11).

1.2.2 Porque a Bíblia é alimento para o cristão


A Bíblia é a Palavra de Deus, seu exame atento e reflexivo, alimenta e faz o cristão crescer
espiritualmente. (Mt 4.4; Jr 15.16; I Pe 2.2). O vigor e o crescimento físico vêm de uma
alimentação sadia, de forma semelhante é com a vida espiritual. Deve o cristão manifestar bom
apetite pelos escritos Bíblicos. O desejo de alimentar-se da Palavra de Deus revela que a vida
espiritual do cristão encontra-se saudável.

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1.2.3 Porque a Bíblia é uma das formas de Deus falar aos cristãos.
De suma importância é o cristão viver cheio da Palavra de Deus. Assim vivendo será ele um
agente útil que complementa e integra o corpo de Cristo. Será valoroso em sua “função (Obreiro)”
e em “utilidade (Ide; Pregar, ensinar).” Importante é o cristão meditar (mentalizar, contemplar,
orar mentalmente, pensar) (leia Sl 1.2; Js 1.8; Sl 119.47.97,167). Deve o cristão deixar as
Escrituras em seu viver exercer pleno domínio. Deverá agir sobre seu corpo, sua alma,
“pensamentos, sentimentos, entendimento e vontade” e espírito. Deve dominar a tricotomia
humana. A vida cristã deve estar dentro dos padrões Bíblicos. Todo cristão que almeja o
episcopado excelente coisa almeja (I Tm 3). Para esta função deve o cristão examinar as
Escrituras para apresentar-se como obreiro aprovado. Caso não conheça “Bíbliologia ou
Introdução à Bíblia” necessário se faz conhecer. Por meio da “Bíbliologia” o obreiro capacitado
estará para ministrar à Palavra de Deus. Sabemos que o Espírito Santo só nos fará lembrar dos
textos Bíblicos que conhecemos (leia Jo 14.26). Estudando a Bíblia estará o cristão preparado
para ensinar e pregar, então será aprovado para levar à Palavra de Deus aos confins da terra, e o
Espírito Santo servir-se-á de sua pessoa como agente do reino. Ciente deve-se estar o cristão que
anseia ser obreiro que, ter conhecimentos das Escrituras e não ter o Espírito Santo leva ao
“legalismo” e ter o Espírito Santo e não conhecer à Bíblia conduz ao “fanatismo.” O Cristão
vivendo esta forma de cristianismo usa o Espírito Santo, em vez de por Ele serem usadas. Uma
pessoa que se enquadra nestes padrões, embaraça sua vida espiritual e a de outros.

1.2.4 Porque a Bíblia valoriza a vida espiritual do cristão.


O cristão que deseja ser obreiro do Senhor deve saber que, não obterá resultado satisfatório caso
queira conhecer a Bíblia por meio de sua inteligência. Paulo quando escreveu aos Coríntios disse:
“Tal qual o espírito do homem conhece o homem, assim o Espírito de Deus conhece a Deus” (I Cor
2.10). O Espírito Santo nos levará a melhor conhecer a Deus.
Nas Escrituras contém 32.000 promessas à humanidade. A Bíblia é um dos meios usados por
Deus para revelar-se a humanidade. Todo plano divino quanto à vida humana está contido nestes
livros que estudamos, são eles para nossa vida espiritual de valor eterno.

1.3 Como estudar a bíblia


Não é a Bíblia um livro simplesmente para leitura, mais que isto, é para ser examinado e refletido.
Como primeiro plano deve o leitor intentar ler a Bíblia mantendo familiaridade com seu Autor. O
relacionamento com seu autor auxiliarão em sua interpretação, pois lhe abrirá o entendimento e
a compreensão. (Lc 24.45)

1.3.1 Diariamente.
Avaliações feitas revelam que em média 90% dos cristãos não cultivam o habito da leitura bíblica
diária. Desta falta, as conseqüências são; cristãos desinteressados, mornos espiritualmente,
desanimados e infrutíferos. Cristãos estéreis à leitura bíblica tornam-se cristãos carnais. (Gl 5.19-
21). O cristão que não examina a Bíblia torna-se carente de leite, isto é, das verdades básicas da
Bíblia. (Hb 5.12; 6.1,2). “Aqueles que examinam a “Palavra” crescem.” Os que se firmam na
leitura diária fundamentam-se nas “Doutrinas de Cristo,” não em obras mortas (Hb 9.14) que são
os pecados que os homens cometem, e que os condena a morte eterna. Há cristãos que consomem
seu tempo com leituras variadas, menos com a Bíblia. É útil a leitura de bons livros, mas não
substituir a Bíblia por eles.

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1.3.2 Com orações, de forma reflexiva e devocional
Devem-se examinar as Escrituras com espírito de devoção (Sl 119.12.18). O estudo precedido e
envolvido por orações tornará para o educando mais fácil receber revelações das coisas que são
incompreensíveis. Deve saber o estudioso da Bíblia que, o primeiro propósito como estudante é
obter benefício próprio, sua transformação.

1.3.3 Integralmente.
Impossível é a qualquer pessoa conhecer um livro que ainda não leu todo. Por mais sábio que seja
o estudante da Bíblia, ele é carente do auxílio divino, para sua melhor compreensão. Ninguém
conhece a Bíblia em sua totalidade, sempre seremos discípulos do Mestre Jesus. (Rm 11.33,34)
Jorge Muller leu a Bíblia 200 vezes (100 vezes de joelhos).

1.4 A Estrutura da Bíblia

1.4.1 Materiais empregados na escrita do Velho Testamento


Sabemos que a Bíblia existe a milhares de anos. Precisamos compreender que no tempo da
escrita do Velho Testamento o material empregado era bastante diferente dos que são atualmente.
Nos primeiros escritos os escribas serviam-se de tabletes de argila, outros materiais também
foram empregados para escrever com o passar do tempo.

Vejamos alguns:

1.4.2 Peles
Este material foi utilizado no Egito por volta de 2.900 a 2.750 a.Cseu manuseio era mais habitual
por sua durabilidade.

1.4.3 Papiro
Acredita-se que o papiro foi o material empregado para os manuscritos originais do Novo
Testamento. Este material era o mais utilizado para fazer uso na escrita nos três primeiros
séculos. Papiro é uma “planta aquática,” de dois a quatro metros de altura, que era abundante às
margens do rio Nilo e na Palestina. Estas plantas eram colocadas umas sobre as outras, assim
formando livros. Os livros da antiguidade tinham forma de rolos (Jr 36.2) estes rolos eram feitos
de papiro ou pergaminho. Este material utilizado para escrita é descrito várias vezes na Bíblia.
Algumas versões bíblicas usam o sinônimo “junco”. Do vocábulo papiro origina-se a palavra
papel.

1.4.4 Vellum
Era uma pele fina de animal, comum era ser de antílope ou bezerro. Era um material de boa
qualidade, podia ser usado de ambos os lados. Assemelhava-se ao pergaminho. A diferença era
que o pergaminho era exclusivamente pele de ovelhas, cabras ou cabritos. Sabe-se hoje que quase
todos os manuscritos foram escritos em Vellum ou Pergaminho.

1.4.5 Pergaminho
Este material era preparado com peles de ovelhas, cabras ou cabritos. Tinham a finalidade de
servir como material de escrita (II Tm 4.9,13). Estas peles passaram a denominar-se (Chartae
pergamenae) de onde se deriva a palavra pergaminho. Alguns crêem que pergaminho deriva do
vocábulo latino “pergamina” que significa de “Pérgamo,” cidade onde se produzia e comercializava
peles de animais para nelas se escrever. Ambos os conceitos são aceitos.

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1.4.6 Papel
Este material já era utilizado na China no século II a.C. Entre os Árabes ocorreu sua introdução
no século VII a.C. Começou a tornar-se de uso geral nos séculos X e XIII. Caminhou lado a lado
com o Vellum até que foi criada a imprensa em 1450.

1.4.7 Tinta
Esta palavra hebraica significa “fluir suavemente” (Jr 36.18). No idioma grego significa “negro”. O
emprego deste vocábulo é dado porque regularmente as tintas eram feitas de fuligem ou fumaça
de lâmpadas e goma, este material era dissolvido com água. Ainda que fosse mais aceito o preto,
também se fazia uso no Novo Testamento da cor azul, amarela e vermelha.

1.4.8 Estojo de escrever


Objeto feito com chifres, peça de madeira ou metal, que os escribas serviam para transportar
tintas para escrever, costumava carregar à cinta. (Ez 9.2-11). Também tinha um recipiente longo,
adaptado para armazenar penas, este permanecia preso à vasilha de tinta.

1.4.9 Estilete
Era feito de madeira, metais ou de ossos. Utilizavam-se as duas extremidades, cada uma tinha
um tipo diferente de escrita. O estilete era bastante empregado para escrever em tabletes de
argila.

1.4.10 Cinzel
É o instrumento denominado por Jó como “Pena de Ferro” (Jó 19.24). No livro de Jeremias foi
chamado de “Ponteiro de ferro e diamante pontiagudo” (Jr 17.1). O cinzel foi considerado um
objeto excelente para escrever sobre superfícies sólidas, como pedras ou lâminas de mármore.

1.5 O formato da bíblia


A Bíblia era formada por dois rolos, ou códices “volumes manuscritos.” Este rolo era feito de
papiro, ou pergaminho. Sua largura era em média 30 cm, seu comprimento dependia do conteúdo
a ser escrito. Cada livro da Bíblia era formado por um rolo separado. A Bíblia não era conduzida
tal qual é hoje. A harmonia de todos os livros, só foi possível após a invenção do papel pelos
Chineses no século II a.C. E da invenção da tipografia em 1450 por Johann Gutemberg na
Alemanha. Ainda hoje os rolos judaicos são utilizados nas sinagogas judaicas. Os códices
consistiam em obras com formatos de livros de grandes proporções feitos de pergaminho, material
do qual ele teve origem, suas folhas tinham em média 65cmde comprimento por 55 de largura.

1.6 A Bíblia é um livro divino

1.6.1 Alguns títulos relacionados ao Livro Sagrado.

Escrituras – (Mt 21.42; Mt 22.29) Palavras vivas – (At 7.38 R.A)


Escritura – (Jo 2.22; II Tm 3.16) Palavras de vida – (At 7.38 R.C)
Sagradas Escrituras – (Rm 1.2) A Palavra da Graça – (At 20.32)
Livro do Senhor – (Is 34.16) Escritura da Verdade – (Rm 10.21)
A Palavra de Deus – (Mc 7.13; Hb 4.12) Palavra da fé – (Rm 10.18)
Os oráculos de Deus – (Rm 3.2) Palavra da Justiça – (Hb5.13)
Palavra do Senhor – (II Ts 3.1) Livro do concerto – (Êx 24.7)
Palavra de Cristo – (Cl 3.16)

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1.6.2 Também podem ser encontrados alguns termos figurativos

Lâmpada e Luz – (Sl 119.105) Ouro Fino – (Sl 19.10) Semente – (Lc 8.11)
Fogo e Martelo – (Jr 23.29) Espada – (Ef 6.17) Espada do Espírito – (Hb 4.12)

Alguns textos podem conter variações dependendo da tradução. A principio estes textos
relacionavam-se ao Velho Testamento. Com o tempo achegaram também ao Novo Testamento. (I
Tm 5.18) Paulo diz nas Escrituras “ não ligará a boca ao boi que debulha e digno é o obreiro do
seu salário” aqui nos é apresentado os textos de (Dt 25.4 e de Lc 10.7).

1.7 Disposição da bíblia


Dividi-se a Bíblia em duas grandes porções. Velho e Novo Testamento. São 66 livros, sendo 39
livros no Velho Testamento, e 27 no Novo Testamento. Sua divisão em capítulos - Contém 1189
capítulos, 929 no VT e 260 no NT. A divisão em capítulos deu-se em 1250 D.C por Hugo de
Sancto-Caro abade dominicano, e estudioso das Escrituras. As porções divididas em 39 livros
originam-se da “Septuaginta”. Esta era a Bíblia usada por Cristo e pelos profetas. Os 66 livros
foram escritos por uns 40 autores, num período de 1600 anos. Estes escritores tinham as mais
variadas profissões. Viveram em continentes, países e regiões as mais diversas. Os locais, épocas
e condições eram os mais variados. Entretanto a direção divina harmonizou as Escrituras. O
vocábulo “Testamento” é originado do termo grego “diateke” e significa “aliança ou concerto”. Por
“Testamento” entende-se como sendo, “um documento constando o último desejo que alguém
tinha, quanto a sua partilha depois de sua morte”. Para o VT, a palavra usada é a hebraica
“Berith” que expressa “concerto.” A expressão do “AT” foi conferida aos 39 livros por Tertuliano e
Orígenes. Na primeira porção Bíblica temos o “Antigo Concerto” estes tiveram sua origem na Lei,
instituída no Sinai a qual era confirmada com sangues de animais (Ex 24.3-8; Hb 9.19,20). Na
segunda porção Bíblica temos o “Novo Concerto vindo por meio de Jesus Cristo” o qual foi
instituído no Calvário, e confirmado através de seu próprio sangue (Lc 22.20; Hb 9.11-15). Esta é
a “Nova Aliança” ela é superior a Velha.

1.7.1 O Velho Testamento


O Velho Testamento contém 39 livros, sua escrita original foi no idioma “hebraico,” contendo
alguns textos em “aramaico” (Jr 10.11; Dn 2.4; 7.28; Esd 4.8; 6.8; 7.12-26). “O aramaico foi o
idioma que os Israelitas trouxeram da Babilônia.” O idioma hebraico pertence à denominada
família semítica de idiomas. Semelhantes a este são, Camitas, Moabitas e Fenícios. O idioma
aramaico também pertence à família semítica, mas de uma ramificação diferente.

1.7.2 Classificação
Estes 39 livros estão subdivididos em 4 grupos. Classificam-se conforme seus assuntos.
Lei, História, Poesia, Profecia.

1.7.2.1 Lei
“Torah” - Lei ou Instrução” - De Gênesis a Deuteronômio. É a coleção dos 5 primeiros livros do
AT, denominam-se “Pentateuco” (gr. Pentateuchos) 5 livros. Eles relatam as origens, todos os
acontecimentos da Lei, e a estabilidade de Israel.

1.7.2.2 História
De Josué à Ester - Livros históricos, 12 livros. Registra a história do povo de Israel desde sua
entrada em Canaã (1290 a 400 a C). Retrata um período de tempo, onde salienta a Teocracia -

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Juizes direcionados pelo Espírito para liderar o povo ( Jz 2.16 ) Monarquia - Através de Saul, Davi
e Salomão. Divisão do reinado e Cativeiro – Expõe quando Israel foi levado cativo à Assíria e Judá
à Babilônia. Pós Cativeiro - datam de Zorababel, Esdras e Neemias.

1.7.2.3 Poesia ou livros poético


De Jó a Cantares de Salomão, 5 livros. É assim denominado devido a seu gênero literário.
Também são chamados “devocionais.”.

1.7.2.4 Profecias
De Isaías à Malaquias, são 17 livros, que se subdivide em profetas maiores, 5 livros, de Isaias a
Daniel. E profetas menores, 12 livros, de Oséias à Malaquias.

1.7.7 O Novo Testamento


Compõe-se o NT de 27 livros, o idioma empregado para sua escrita foi o grego. O grego “Koiné”
que é traduzido por “popular, comum”. Neste tempo havia dois tipos de grego. Havia o “Ático ou
Clássico” que era falado na capital, era usado por filósofos e eruditos e o “koiné”. O KOINÉ –
Alexandre o Grande uniu a seu império muitos povos. Para satisfazer seu anseio, impôs a estes
povos aprenderem o grego. Desejava ele “Helenizar” o mundo. O Método empregado não era
técnico, assim com o tempo foi o grego clássico, sendo isento de suas regras, desta forma tornou-
se a língua popular. O NT foi compilado por volta de “50 a 100 AD.” Neste tempo à Palestina
usava três idiomas; O “Aramaico”- Idioma usado entre os judeus que estiveram no cativeiro na
Babilônia. O “Hebraico” Idioma empregado por eruditos e sacerdotes que conservaram (At 21.40).
O “Grego” Idioma para a comunicação, comum à maior parte, era empregado para formalizar
documentações bem como transações comerciais. (At 21.37). Dentre estes três idiomas, o grego
despontou com maior força, este era compreendido em toda Palestina, Itália e Gália. Quase todo
mundo antigo era conhecedor do grego.

1.7.8 Classificação
Os 27 livros do NT estão subdivididos em 4 classes. Esta classificação está em conformidade com
seus temas. Biografia, História, Doutrina e Profecia.

1.7.8.1 Biografia
São os 4 evangelhos. De Mateus a João. Apresenta a vida terrena de Jesus sua honra obtida por
suas ações, e seus feitos à humanidade. Mateus, Marcos e Lucas denominam-se “Sinópticos” (que
forma Sinopse - resumo) por terem semelhanças em suas idéias, e opiniões.

1.7.8.2 História
É formada por apenas um livro – Atos dos Apóstolos. Contém a relação da Igreja Primitiva, sua
conduta e seu viver. Atos apresentam o desenvolvimento da Igreja, e a propagação do Evangelho.
Estes fatos deram-se mediante a ação do Espírito Santo e sua ação. (At 1.8)

1.7.8.3 Doutrina
São 21 livros, também denominados “Epístolas ou Cartas”. Inicia-se com a “Epístola aos
Romanos, e finaliza-se com a “Epístola de Judas”“. Estes livros contêm a doutrina da Igreja.
Algumas foram remetidas às Igrejas, outras às pessoas. Nove foram remetidas às Igrejas, de
“Romanos a 2 Tessalonicenses”. Quatro foram destinadas às pessoas, “1 e 2 Timóteo, Tito e
Filemom”. Uma foi remetida aos Cristãos hebreus, ”Hebreus.” Sete destinaram-se, não
distinguindo judeus nem gentios (Tg, 1 e 2 Pe, 1, 2,3 Jo e Judas). Recebem também o título de

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“Epístolas ou Cartas Universais, Católicas ou Gerais”. Apesar de receber este título, duas delas (2
e 3 João), são destinadas à pessoa.

1.7.8.4 Profecia
1 livro – “Apocalipse” esta palavra significa “Revelação”. O próprio título declara este livro ele
“revela a volta pessoal de Jesus a terra”. Apocalipse é o inverso de Gênesis. Gênesis relata como
tudo teve início, Apocalipse relata como tudo findará.

1.8 O tema central dos livros da bíblia


“Jesus Cristo” é o tema central da Bíblia. Esta declaração Ele faz em (Lc 24.17,44; Jo 5.39).
Também referiram a Jesus em (At 3.18; 10.43; Ap 22.16).

1.8.1 Cinco palavras que se referem a Cristo resumem toda Bíblia.

 Preparação - O Velho Testamento relata a “preparação” do mundo para sua vinda.


 Manifestação - Os Evangelhos “apresentam a vida terrena de Jesus,” sua encarnação,
manifestação, e sua vida como redentor.
 Propagação - Atos dos Apóstolos revela a “propagação de Jesus por meio da Igreja.”.
 Explanação - As epístolas explanam “esclarecem” as doutrinas de Cristo
 Consumação - Apocalipse trata da “consumação” de todas as cousas preditas por Jesus
Cristo. Sem Cristo, não haveria razão de existir a Bíblia. Ele é a razão de ser da Bíblia.

Quer seja em símbolos, figuras, profecias ou tipos, Jesus é o tema central da Bíblia.

1.8.2 Jesus em cada livro da Bíblia: No Antigo Testamento

BÍBLIA 66 LIVROS

ANTIGO TESTAMENTO 39 LIVROS

LEI 5 LIVROS

Livros Abreviaturas Capítulos Jesus é

Genesis Gn 50 Ele é a semente da mulher


Êxodo Ex 40 Ele é o cordeiro Pascoal
Levítico Lv 27 Ele é o sumo sacerdote
Número Nm 36 Ele é a rocha ferida (de Meribá)
Deuteronômio Dt 34 Ele é O profeta (semelhante a Moisés)

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HISTÓRICOS 12 LIVROS

Livros Abreviaturas Capítulos Jesus é

Josué Js 24 Ele é o capitão dos exércitos do Senhor


Juízes Jz 21 Ele é nosso Libertador
Rute Rt 4 Ele é remidor divino
I Samuel I Sm 31 Ele é a pedra de Ebenézer
II Samuel II Sm 24 Ele é o Deus que se arrepende
I Reis I Rs 21 Ele é Deus que responde com fogo
II Reis II Rs 25 Ele é o profeta em quem devemos confiar
I Crônicas I Cr 29 Ele é o registro Divino
II Crônicas II Cr 36 Ele é descendência de Davi
Esdras Ed 10 Ele é o Ensinador divino
Neemias Ne 13 Ele é o edificador
Ester Et 10 É a providência divina

POÉTICOS 5

Livros Abreviaturas Capítulos Jesus é

Jó Jó 42 Ele é o redentor que vive


Salmos Sl 150 Ele é o nosso socorro e alegria
Provérbio Pv 31 Ele é a sabedoria de Deus
Eclesiastes Ecl 12 Ele é o pregador perfeito
Cantares de Ct 8 Ele é o nosso amado
Salomão

PROFÉTICOS 17
PROFETAS MAIORES 5 LIVROS

Livros Abreviaturas Capítulos Jesus é

Isaías Is 66 Ele é o Servo do Senhor


Jeremias Jr 52 Ele é o renovo justo
Lamentações Lm 5 Ele é o profeta lamentador
de Jeremias
Ezequiel Ez 48 Ele é o animal de quatro faces
Daniel Dn 12 Ele é o quarto homem na fornalha ardente

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PROFÉTICOS 17
PROFETAS MENORES 12 LIVROS

Livros Abreviaturas Capítulos Jesus é

Oséias Os 14 Ele é o marido fiel


Joel Jl 3 Ele é o Deus que batiza com Espírito Santo e
com fogo
Amós Am 9 Ele é o carregador de nossos fardos
Obadias Ob 1 Ele é o Todo poderoso
Jonas Jn 4 Ele é o nosso missionário
Miquéias Mq 7 Ele é o mensageiro de pés formosos
Naum Na 3 Ele é o vingador dos eleitos
Habacuque Hc 3 Ele é o evangelista de Deus
Sofonias Sf 3 Ele é o Senhor de toda terra
Ageu Ag 2 Ele é o desejado das nações
Zacarias Zc 14 Ele é a fonte aberta da casa de Davi
Malaquias Ml 4 Ele é o sol da justiça

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1.8.3 Jesus em cada livro da Bíblia: No Novo Testamento

BÍBLIA 66 LIVROS

NOVO TESTAMENTO 27 LIVROS

BIOGRAFIA 4 LIVROS

Livros Abreviaturas Capítulos Jesus é

Mateus Mt 28 Ele é o Messias prometido


Marcos Mc 16 Ele é o Servo operador de milagres
Lucas Lc 24 Ele é O Filho do homem
João Jô 21 Ele é o Filho de Deus

HISTÓRIA 1 LIVRO

Livro Abreviatura Capítulo Jesus é

Atos dos At 28 Ele é o Cristo ressuscitado


Apóstolos

DOUTRINA 21
LIVROS: EPÍSTOLAS PAULINAS 13 LIVROS

EPÍSTOLAS ÁS IGREJAS 9 LIVROS

Livros Abreviaturas Capítulos Jesus é

Romanos Rm 16 Ele é o Nosso justificador


I Coríntios I Cor 16 Ele é o Cristo crucificado
II Coríntios II Cor 13 Ele é a Imagem de Deus
Gálatas Gl 6 Ele é Cristo que liberta
Efésios Ef 6 Ele é o Cristo das riquezas eternas
Felipenses Fp 4 Ele é o Deus que supre todas as nossas
Colossenses Cl 4 Ele é o Tesouro escondido
I Tessalonicenses I Ts 5 Ele é o Senhor que virá
II Tessalonicenses II Ts 5 Ele é o Senhor que virá

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EPÍSTOLAS PASTORAIS 3 LIVROS

Livros Abreviaturas Capítulos Jesus é

I Timóteo I Tm 6 Ele é Nossa esperança


II Timóteo II Tm 4 Ele é Nosso Senhor
Tito Tt 3 Ele é a Graça manifesta trazendo
salvação a todos os homens

EPÍSTOLA PESSOAL 1 LIVRO

Livro Abreviatura Capítulo Jesus é

Filemon Fm 1 Ele é o Servo obediente

EPÍSTOLAS GERAIS 8 LIVROS

Livros Abreviaturas Capítulos Jesus é

Hebreus Hb 13 Ele é o Sangue da nova aliança


Tiago Tg 5 Ele é o Legislador
I Pedro I Pe 5 Ele é Nosso sumo pastor
II Pedro II Pe 3 Ele é o Nosso Senhor
I João I Jo 5 Ele é o Cristo
II João II Jo 1 Ele é o Filho do Pai
III João III JO 1 Ele é a Verdade
Judas Jd 1 Ele é o Senhor vindo com milhares de
seus anjos

PROFECIA 1 LIVRO

Livro Abreviatura Capítulos Jesus é

Apocalipse Ap 22 Ele é o Rei dos reis e o Senhor dos


senhores.

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1.8.4 Fatos e peculiaridades Bíblicas

“Os livros que formam a Bíblia” em sua origem não tinham divisões em capítulos e
versículos. A “Bíblia foi dividida em capítulos” em 1250 d.Cpelo cardeal Hugo de Sancto Caro
abade dominicano e estudioso das Escrituras. As divisões em versículos foram feitas em duas
etapas. O AT em 1445 pelo Rabi Nathan, e o NT em 1551 por Robert Stevens, um impressor de
Paris. Robert Stevens publicou a primeira Bíblia dividida em capítulos versículos em 1555.
Esta publicação era a versão da Bíblia “Vulgata” latina. Vejamos alguns dados.

DADOS AT NT A BÍBLIA

Número de livros 39 27 66
Capítulos 929 260 1.189
Versículos 23.214 7.959 31.173
Números de palavras 592.439 181.253 773.692
Números de letras 2.728.100 838.380 3.566.480
Livro do meio Pv II Ts Mq – Na
Capítulo do meio Jó 29 Rm 13.14 Sl 117
Versículo do meio II Cr 20.17 At 17.17 Sl 118.8
Menor livro Obadias III João III João
Maior livro Salmos Atos Salmos
Menor versículo Êx 20.13 - Dt 5.17 Jo 11.35 Êx 20.13 – Dt 5.17

Maior versículo é Ester 8.9. Nas edições brasileiras exceto a tradução brasileira. O maior
capítulo da Bíblia é o Salmo 119 o menor é o 117. Nos livros de “Ester e Cantares não consta à
palavra Deus.” Há na Bíblia 8.000 referências à pessoa de Deus, relacionado com seus vários
nomes. Há na Bíblia 177 referências ao diabo, sob seus vários nomes. A vinda do Senhor é
mencionada 1845 vezes. Destas citações 1527 estão no AT, e 318 no NT. O Salmo 119 em
hebraico tem 22 seções de 8 versos cada. O número 22 é proporcional à quantidade de letras
do alfabeto grego. Cada uma destas 22 subdivisões começa com uma letra deste alfabeto, e em
cada seção todos os versos iniciam com as letras da citada seção. Semelhança dá-se com o
livro de Lamentações de Jeremias. Lamentações em hebraico os capítulos 1,2,4 tem 22 versos
cada, o que corresponde as letras do alfabeto hebraico, de “Aléfe a Tau.” O capítulo 3 de
Lamentações tem 66 versos sendo que cada um leva uma letra do alfabeto. O livro de Isaias é
uma miniatura da Bíblia – Contém 66 capítulos assemelhando-se a Bíblia, que contém 66
livros. No livro de Isaías os primeiros 39 capítulos narram uma mensagem idêntica ao VT. Na
Segunda seção os últimos 27 capítulos narram uma mensagem idêntica ao NT. O NT menciona
o novo céu e a nova terra, o mesmo ocorre com Isaias, que menciona novo céu, e nova terra em
(Is 66.22). O Nome de Isaias assemelha-se ao de Jesus, Isaias que dizer “Salvação de Jeová” e
Jesus “Jeová é Salvação”. A frase não temas é apresentada 365 vezes em toda Bíblia
correspondendo aos 365 dias do ano. O capítulo 19 de 2 Reis é idêntico a Isaías 37. O VT
encerra mencionando a palavra “maldição.” O NT finaliza mencionando “a graça de Nosso
Senhor Jesus Cristo.” A Bíblia foi o primeiro livro a ser impresso no mundo após a invenção do
prelo. Tal fato ocorreu em 1452 em Mainz, Alemanha. Os números 3 e 7 predominam em toda
Bíblia. O Nome de Jesus está descrito no primeiro e no último versículo do NT. No período de
1600 anos em que a Bíblia levou para ser escrita está incluído o período Inter Bíblico. Isto é
entre Malaquias e Mateus. A Bíblia poderá ser lida num período de 70 horas e 40 minutos, no
sistema de literatura de púlpito. O AT leva 52 horas e 20 minutos. O NT gasta 18 horas e 20
minutos.

13 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
1.8.5 Divisão entre texto, contexto, referências e inferências.

1.8.5.1 Texto

É a reunião de palavras que formam o conteúdo de uma mensagem escrita

1.8.5.2 Contexto

O contexto dividiu-se em anterior, posterior, imediatos ou remotos.

1.8.5.2.1 anterior
É a parte que fica antes do texto que estamos lendo.

1.8.5.2.2 posterior

É a porção que fica depois do texto que estamos lendo.

1.8.5.2.3 imediato

É o versículo que estamos lendo


1.8.5.2.4 remoto

Pode ser um capítulo ou um versículo todo

1.8.5.2.5 referências

É a ligação imediata sobre um assunto. As referências indicam o livro, o capítulo os


versículos. Podem também indicar outros fatos.
“a” referindo-se à parte inicial do versículo (Sl 23.1a)
“b” referindo-se a parte final do versículo (Sl 23.1b)
“ss.” indica os versículos que segue até o final do capítulo ou não (Sl 23.5ss.)
“qv” “quod vid” expressão latina que significa “que veja”. Indica que se leia o texto referido.
“cf.” refere a que se deve “comparar, confirmar, confrontar o texto”. Vocábulo latino “confere”
“i e” significa “isto é” palavra latina “Id est”

1.8.5.2.6 As referências poderão ser ainda verbais ou reais.

1.8.5.2.6.1 verbais
São as correspondências entre palavras.

1.8.5.2.6.2 reais
São as que coincidem em assuntos e idéias.

1.8.5.2.6.3 inferência
É uma “ligação” indireta entre assuntos. É uma “conclusão ou dedução” de um raciocínio.

1.8.6 Tempos antes, e depois de Cristo.


A.C- Antes de Cristo, “isto é” antes do nascimento de Cristo.
D.C- Depois de Cristo, “isto é” depois do nascimento de Cristo.
A.D- Em algumas versões a palavra latina “Anno Domini” é o “ano do Senhor” referindo-se ao
nascimento de Cristo.

14 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
2. INSPIRAÇÃO E REVELAÇÃO DIVINA

2.1 Definindo inspiração


Etmologicamente origina-se da união de dois vocábulos latinos, “IN” e “SPIRO” que quer dizer
“SOPRAR EM” ou “SOPRAR DENTRO”. Aparece duas vezes na Bíblia. em (Jó 32.8) expressa que
os homens não são independentes de Deus como seres intelectuais, querem sejam grandes,
pequenos, velhos ou novos. Mas a todos sem acepção, “a inspiração do Todo Poderoso dá
inteligência”. Em (II Tm 3.16) “inspirado” expressa a virtude das Escrituras, afirmando que ela
é divina e útil para o homem de Deus ser perfeitamente habilitado em toda boa obra. É com o
mesmo sentido aplicado em (II Tm 3.16) que o tema inspiração será estudado na seqüência.
Em hebraico, este vocábulo é “NISHAMAH” e apresenta-se, 25 vezes no NT. Este vocábulo tem
vários significados na tradução para a língua portuguesa. Ex: “Sopro, Sopro de Deus,
Inspiração”. Na língua grega o vocábulo composto é “THEOPNEUSTA,” traduzido para o
português é “Inspirado por Deus”. A composição destes dois vocábulos, “Theos” e “pneusta”
significam “por Deus é inspirado, soprado”. Da mesma raiz procede ao vocábulo “Pneuma”
espírito. A palavra “Pneu” é apresentada 7 vezes no NT, em alguns textos significa “Vento,
Espírito” como em (Jo 3.8; Jo 6.18; Mt 7.25,27; Lc 12.55; At 27.40; Ap 7.1). A palavra
Inspiração aplicada as Escrituras leva-nos a entender que foi o “sopro de Deus no homem” que
he concedeu capacitação, tanto para a receptividade, quanto para comunicação das verdades
divinas. “A inspiração é Deus, pelo Espírito Santo, servindo-se de homens, para comunicar-se,
com homens”.
“Webster define inspiração como; “A influência sobrenatural do Espírito de Deus sobre a mente
humana, pela quais os profetas, apóstolos e escritores sacros foram habilitados para exporem a
vontade divina sem nenhuma mistura de erro”“.
Segundo o Dr. Gaurssen “É o poder inexplicável que o Espírito Santo exerce sobre os autores
das Escrituras, em guiá-los até mesmo no emprego correto das palavras, e em preservá-los de
todo erro, bem como de qualquer omissão”.
O Dr. Willians Evans escreveu “A Inspiração divina, como é definida por Paulo nesta passagem
(II Tm 3.16), é a forte inspiração espiritual de Deus sobre os homens, e, por conseguinte, o
Antigo Testamento é a palavra de Deus. É como se o próprio Deus houvesse falado cada
palavra do livro. As Escrituras são os resultados da divina inspiração espiritual, da mesma
maneira em que o falar humano é efetuado pela respiração da boca do homem.”.
As Escrituras anuncia-se inspirada por Deus. A declaração “Assim diz o Senhor” faz
reconhecer como verdadeira, pois ocorre mais de 2.600 vezes em toda Bíblia. Há outros dizeres
semelhantes, e equivalentes a este. A Inspiração, ”O SOPRO DIVINO” é que diferencia as
Escrituras de todos os demais livros (II Tm 3.16; II Pe 11.21; Jó 32.8). Devido sua inspiração, é
que ela é reconhecida como a viva Palavra de Deus.

2.2 Falsas Teorias quanto à inspiração Bíblica

2.2.1 Teoria da Inspiração natural humana


Esta teoria ensina que as Escrituras foram escritas, por homens capacitados de alto grau de
intelectualidade tal qual Platão, Sócrates, Rui Barbosa, Machado de Assis e outros mais. Esta
teoria considera a Bíblia como escrita puramente natural, nega o sobrenatural. Tal modo de
entender é errado e conduz a descrença. Os escritores alegavam que era por meio deles que
Deus falava. (II Sm 23.2 com At. 1.16; Jr. 1.9 com Ed. 1.1; Ez 3.16,17).

2.2.2 Teoria da inspiração divina comum


Esta teoria ensina que os escritores da Bíblia receberam a mesma inspiração que recebemos
quando oramos, pregamos, cantamos, ou ensinamos. Esta teoria confunde inspiração com
esclarecimento, pois relaciona a influência do Espírito Santo comum a todo cristão, influência
que os capacita a ter compreensão das coisas de Deus (I Cor 2.4; Mt 16.17). Estes mantêm a

15 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
opinião que este esclarecimento espiritual seja aplicação adequada sobre a origem das
Escrituras. Ensinam que no homem há uma faculdade pela qual pode ele conhecer a Deus “um
tipo de olho da sua alma”. Quando na antiguidade homens meditavam em Deus, o Espírito de
Deus avivava essa faculdade expondo-lhes os mistérios divinos. Esta explicação é prometida e
tem sido provada pelos Cristãos. Este esclarecimento não é a mesma coisa que inspiração.
Através dos escritos de (I Pe 1.10-12) tomamos conhecimento que os profetas eram usados por
inspiração e lhes era negado esclarecimento necessário a sua compreensão dessas mesmas
verdades. O Espírito concedeu-lhes inspiração das palavras, mas não achou necessário
conceder-lhes entendimento do real significado. Vejamos um exemplo: “Caifás” foi condutor
duma mensagem inspirada (inconsciente) apesar de não estar pensando em Deus. Nesse
momento foi ele inspirado, mas não recebeu esclarecimento (Jo 11.49-52).

2.2.3 Teoria do ditado verbal


Inspiração não quer dizer que a Bíblia foi ditada, e que os escritores foram passivos sem tomar
parte na escrita das mensagens. Algumas partes são ditadas, a exemplo temos o “decálogo e a
oração dominical”. O termo inspiração exclui todas as idéias de uma atuação meramente
mecânica. Esta forma neutralizaria o sentido literal de inspiração. Para exemplo pode-se tomar
um diretor de empresa, ele não inspira sua secretária ao ditar-lhe as cartas. Deus não
expressou por meio de homens como alguém que está falando por um alto falante. Mas o
Espírito Santo de Deus usou suas faculdades mentais, desta forma produziu uma mensagem
que reuniu todas as qualidades concebíveis. Foi uma mensagem totalmente divina, e ao mesmo
tempo continuaram as características e a personalidade dos autores. Entendemos que a
Palavra é de Deus, pois o é, também entendemos que no sentido escriturístico é a palavra de
Moisés, de Pedro, de Paulo etc. Pode de esta forma compreender que “Deus nada fez a não ser
pelo homem, o homem nada fez a não ser por Deus” É Deus quem fala no homem, é Deus quem
fala pelo homem, é Deus quem fala como homem, é Deus quem fala a favor do homem”. Esta
teoria inspirando somente os vocábulos e excluindo as atividades e o estilo dos escritores é
errôneo, pois os diferentes estilos podem ser observados nos escritos. Tal conceito assemelha
os escritores com máquinas, pois não faziam uso de suas faculdades intelectuais e mentais.
Lucas faz investigação de fatos que já era conhecido (Lc 1.4).

2.2.4 Teoria da inspiração parcial


Esta teoria expressa que os escritores estariam preservados de todos os erros relacionados à
salvação da humanidade. Mas não foram preservados quanto a erros de ciências, história,
cronologia e outros. Segundo esta teoria “A Bíblia contém a Palavra, em lugar de dizer que a
Bíblia é a palavra de Deus”. É uma especulação meramente racional, pois quem terá certeza
para julgar o que seja essencial e o que não seja a salvação. Quem poderá decidir qual é a
parte da Palavra de Deus e qual não é. Se esta contém erros quanto à história, ciência e
cronologia também contêm erros doutrinários, pois as doutrinas têm sua base na história
bíblica. O ensinamento que algumas porções bíblicas são inspiradas e outras não nos fazem
entender que “a Bíblia não é a palavra de Deus, apenas contém a Palavra de Deus”. Este teoria
gera confusão, mas as Sagradas Escrituras desmentem tais teorias (II Tm 3.16). O próprio
Senhor Jesus empregou a expressão “A palavra de Deus” a todo o VT (Mc 7.13). Referindo-se a
NT (Jo 16.12; Ap 22.18,19).

2.2.5 Teorias da inspiração de idéias


Esta teoria afirma que Deus inspirou os pensamentos, mas não as palavras dos escritores.
Esta teoria diz que Deus inspirou os homens, mas deixou a critério deles a escolha tanto das
palavras quanto das expressões. O valor do conteúdo bíblico não repousa sobre os homens
inspirados, mas sim sobre as palavras inspiradas. (Hb 1.1; II Pe 1.21). Este conceito baseia-se
que Deus inspirou as idéias da Bíblia, mas não inspirou suas palavras. As palavras ficaram a
cargo dos escritores. Definido palavra não temos “expressão dos pensamentos” difícil seria
desunir o vocábulo do pensamento. Um pensamento é uma palavra antes de ser proferida “Não

16 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
comeceis a dizer em vossos corações” “O tolo disse em seu coração” logo podemos entender que
uma palavra é um pensamento ao qual se deu por palavras ou gestos. Os pensamentos de Deus
são expressos por palavras também inspiradas por Deus. O apostolo Paulo fala de “palavras
ensinadas pelo Espírito (I Cor 2.13)”. Difícil seria formular uma idéia sem palavras. Não se pode
separar a palavra da idéia. As inspirações das escrituras não são somente “pensadas” também
são “faladas”. Podem-se observar porções referentes a este assunto onde está empregado o
vocábulo “falar” veja (II Pe 1.21; Hb 1.1). Estes textos facilitam compreender que as palavras
também foram inspiradas (AP 22.19).

2.2.6 Diferença entre revelação e inspiração:

2.2.6.1 Revelação
É a ação de Deus pela qual ela dá-se a conhecer ao homem, o que este por si próprio não teria
condições de saber. (Dn 12.8). A inspiração nem sempre envolve revelação. Toda Escritura é
inspirada por Deus, mas nem toda ela foi dada por revelação. Lucas examinou trabalhos já
conhecidos (Lc 1.4).

Ex: de porções bíblicas dadas por revelação:

a)Os primeiros capítulos de Gênesis, Moisés relatou fatos acontecidos antes de ele ter
nascido. Se não recebeu revelação, usou algum escrito da época.
b) José interpretando os sonhos de Faraó: (Gn 40.8; 41.15,16 38,39).
c) Daniel, expondo e interpretando o sonho que o rei Nabucodonosor esquecera. (Dn 2.2-
7,19,28-30).
d) Paulo diz que recebeu revelações (Gl 1.11,12; Ef 3.3-7).

2.2.6.2 Inspiração
É a influência sobrenatural do Espírito Santo soprando os escritores bíblicos habilitando-os a
receber e transmitir as mensagens divinas sem erros.
Ex: O Decálogo foi revelado e Moisés foi inspirado ao escrevê-lo nas tábuas. A inspiração nem
sempre envolve revelação; Ex; Moisés foi inspirado a escrever fatos que havia presenciado tais
fatos lhe era conhecido.

2.2.6.3 Diferença entre “palavras inspiradas” e escritos inspirados”


As Escrituras não mentem, mas contém mentiras proferidas por outras pessoas. Não foi a
mentira do registro bíblico que foi inspirado, mas o registro da mentira. Nela está escrito (Sl
14.1) “Não há Deus” não é a declaração inspirada, e sim o que esta escrita. Veja outro ex: (I Sm
31.4) conferir com (II Sm 1.6-10) Sansão mentiu a Dalila (Jz 16). Isto não quer dizer que a
Bíblia seja mentirosa, ela apenas registra o fato. Vários dizeres de Satanás estão registrados na
Bíblia, mas sabemos que Satanás não foi inspirado por Deus ao pronunciá-las, mas o registro
destas expressões Satânicas foi inspirado.

2.2.6.4 Teoria correta quanto à inspiração Bíblica


A teoria que não apresenta erros, quanto à inspiração da Bíblia é a denominada “Teoria da
Inspiração Plenária ou Verbal”. Esta teoria afirma que todas as porções Bíblicas são igualmente
inspiradas por Deus (II Tm 3.16). Afirma esta teoria que os escritores sagrados não se serviram
como robôs, inconscientes. Mas sim, que houve associação ininterrupta, entre os escritores e o
Espírito Santo de Deus que os habilitava. Esta teoria declara que homens santos escreveram a
Bíblia, com suas próprias palavras, porém sob influência do Espírito Santo, tanto é que
escreveram a Palavra de Deus. A “Inspiração Plenária” deixou de ser escrita, quando o último
livro da Bíblia foi escrito. Após este acontecimento nem estes escritores, nem outro servo de
Deus poderá receber o título de “Inspirado” nesta mesma contextualização.

17 CLAUDEMIR DE NARDI
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3. REVELAÇÃO DIVINA

A Sagrada Escritura é diferente de todos os outros livros existentes por algumas razões. A
revelação divina possui inspiração divina e tem autoridade divina.

3.1 Definindo Revelação


O vocábulo “Galah” do VT e “Apocalipse” no NT significam “Revelação”. Estas palavras estão se
relacionando a uma verdade, a uma pessoa escondida ou a um fato, que possa vir a ser de
conhecimento geral ou não. Que possa ser trazido à luz. A raiz latina deste vocábulo
“revelação” significa “tirar o véu, ou descobrir”. O vocábulo “Apocalipse” do NT grego
literalmente quer dizer, “o ato de puxar a cortina para que o auditório possa ver a atuação do
artista na representação teatral”. O nome do último livro do NT é conhecido por “revelação”.
Revelação de Deus significa que: “Ele está puxando a cortina para que possa ser visto aquilo
que está escondido”. É uma atividade divina em que se torna tanto sua pessoa quanto sua
vontade conhecida à humanidade. “Revelação é a ação divina pela qual Deus torna-se
conhecido”. Duas frases “Assim dizem o Senhor” e “A Palavra do Senhor” apresentam a
natureza verbal da revelação.

3.2 A necessidade da revelação


Deus é Espírito: Num diálogo com uma Samaritana Jesus disse que os verdadeiros adoradores
devem adorar em espírito e em verdade, porque Deus é Espírito (Jo 4.23,24). Sabendo que
Deus é Espírito, ao homem é impossível vê-lo com seus olhos. João disse que ”Ninguém jamais
viu a Deus: o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (Jo 1.18). Jesus
afirmou “Não que alguém tenha visto o Pai, salvo aquele que vem de Deus; este o tem visto”.
(Jo 6.46). O homem encontra-se destituído da glória, das bem aventuranças divinas devido a
este fato ele tem necessidade desta revelação, para achegar-se Deus.

3.3 Revelação e atividade de Deus


Como criatura que é jamais poderá o homem descobrir a Deus na natureza, por uma simples
razão, porque Deus não se corporificou em sua criação. Deus é o Criador ele está além de sua
criação. O homem constitui-se parte da criação divina, portanto pode ele descobrir alguma
coisa sobre Deus através do mundo criado, alguma coisa que revela a natureza divina, mas de
forma alguma poderá lançar seu intelecto limitado às dimensões divinas e assim descobrir a
natureza Divina.

3.3.1. O homem chega ao conhecimento da revelação de Deus de duas formas

A primeira é através dos cinco sentidos “visão, olfato, paladar, audição e tato”. Estes sentidos
capacitam o homem, a saber, sobre a natureza física que o rodeia. Através de sua faculdade
intelectual ele terá percepção, isto é resultado de suas experiências sensitivas.

A Segunda é Deus revelando-se ao homem, esta é a única maneira do homem conhecer a


Deus. Para isso necessário se faz Deus revelar-se, ou puxar à cortina “que o oculto do
conhecimento humano”. “A revelação é uma atividade de Deus tornando-se conhecido pelo
homem, não é uma conquista do homem em descobrir a Deus”.

3.3.2 De que maneira Deus tem se revelado

3.3.3 Qual a diferença entre revelação geral e teologia natural.


Estudiosos usam duas expressões; “Revelação geral e teologia natural”.

18 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
3.3.3.1 A teologia natural
Apresenta a doutrina da natureza e a vontade divina, fundamentando-se em conceitos não das
Escrituras. A razão do homem é a base na qual firma-se a teologia natural. Mas há de se saber
que a natureza também é uma fonte (através razão). São Tomaz de Aquino, que viveu na Idade
Média é destacado por sua teologia natural que se fundamentou principalmente sobre a razão.
“Karl Barth teólogo contemporâneo afirmou que “Nenhum conhecimento válido de Deus pode
ser obtido por meio da revelação geral.” “O homem só pode conhecer a Deus pela revelação
especial, que se centraliza na pessoa de Jesus Cristo”“. Ele salienta uma segunda fonte para se
conhecer a Deus –“Como a Bíblia e a tradição, ou a Bíblia e a razão, sempre resulta em
desvalorização da primeira fonte”. Segundo o pensar de “Barth” pode haver uma revelação
geral, mas não há possibilidades de haver uma teologia natural, que apresente valor, e isto
porque a mentalidade do homem pecador altera os conhecimentos divinos através da natureza.

3.3.3.2 Paulo e seu conceito quanto à revelação


Referência à revelação geral é feita pelo apostolo Paulo em sua epístola aos Romanos no
capítulo 1 e 2. O homem que não conhece a Deus através da revelação especial da pessoa de
Jesus Cristo é responsável diante de Deus por meio da revelação geral, mesmo sabendo que a
natureza nada expressa concernente a atividade da misericórdia e da redenção. Paulo declara
que as obras criadas por Deus, esclarecem seu ilimitado poder, sua eternidade bem como sua
natureza divina. (Rm 1.20). “Através da revelação geral, o homem adquire conhecimento
suficiente sobre sua responsabilidade diante de Deus, e poderá vir a ser incriminado quando
seguindo seu bel prazer tornar desobediente e recusar a Ele prestar adoração”. Paulo expressa
que a consciência do homem lhe fornece evidências de que ele tem certo conhecimento de sua
responsabilidade perante Deus (Rm 2.12ss). Os povos gentios que não receberam uma
revelação especial da Lei do VT mostraram conhecer algumas coisas relacionadas às
ordenanças éticas e morais de Deus. E isto como? Por terem eles para si estabelecido leis. Seu
modelo ético e moral não eram elevados quanto aos dos judeus, que tinham o VT como
revelação especial. Entretanto sua condenação não se fundamentava em não terem uma lei
ética e moral superior, mas sim porque não cumpriam a lei que tinham.

3.3.3.3 O significado da revelação geral


A revelação geral é a base da culpa do homem e a justificação de Deus em condenar todos os
homens como pecadores (Rm 1.18-20). A revelação geral não traz ao homem um conhecimento
completo sobre a pessoa divina, mas traz ao homem algum esclarecimento, para que ele viva. O
homem afasta-se destes esclarecimentos através da natureza, e assim justifica suas ações
injustas.

3.4 Deus revela-se como redentor


Por meio da revelação geral, ao homem é possível obter certos conhecimentos de Deus. Edifica-
se nesta base a revelação geral. A criação testifica ao homem sobre a existência de um mais
elevado poder, e o homem natural manifesta sua vontade de ter um conhecimento maior de
Deus através de várias formas de religião. O cristianismo iniciou seu fundamento da inspiração
inata dos homens por Deus e oferece lhes um conhecimento específico e completo de Deus por
meio da pessoa de Jesus Cristo. A revelação especial é a revelação Bíblica.

3.4.1 A revelação especial relaciona-se a obra redentora de Deus na vida de Israel, seu
povo escolhido no VT e da vida da Igreja no NT.
Ao homem necessário é uma revelação especial. Tal fato é preciso devido a sua natureza
pecaminosa. Se não houvesse um encontro especial de Deus com o homem, este permaneceria
a satisfazer as vontades da carne. Preservando seus apetites e sua natureza depravada, o
pecado vai proliferando e sustenta a separação entre criatura e o Deus Criador, e por fim a
morte eterna. O pecador não consegue perceber em que condição encontra-se, e tal revelação é

19 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
impossível por meio da revelação geral. O homem torna-se capacitado somente após sua
regeneração, para ler o “livro da natureza” e dele entenderem.

3.4.2 A revelação geral ou natural é substituída pela especial


Ao homem é assistida a faculdade de tomar conhecimento da natureza divina, isto se dá
através da análise de sua obra criativa, mas somente de forma parcial. “Calvino disse que; um
conhecimento da revelação especial do VT capacita o homem a ler o “Livro da Natureza” com
óculos tais que possa ver realmente o que está, e sempre estava disponível em a natureza”.

3.4.3 A revelação especial de Deus em Cristo Jesus


Esta revelação transmite-nos um maior e melhor entendimento da justiça e do amor de Deus,
do que poderíamos concluir por meio da natureza. A revelação especial é um donativo da graça
de Deus aos homens pecadores, com o intuito de restituí-los da pess. A revelação especial
concede aos homens as “boas novas” da obra redentora de Deus, por intermédio de Jesus
Cristo. A revelação especial de Deus que começou no VT, alcançou seu objetivo final em
“Jesus Cristo”.

3.5 A transmissão da revelação especial

3.5.1 A comunicação de Deus com os homens


Uma análise bem feita das Sagradas escrituras levará o estudante à conclusão que a história é
indicada como caminho, por meio da qual Deus se revela de uma vez para sempre. Deus
atribuiu dádiva a Israel, escolhendo-o para guiar a história. Uma nação com pequenas
dimensões territoriais como Israel exerceu durante vários séculos influência sobre as demais,
tal fato não se explica pela razão, a não ser que seja aceito o fato de que Deus moveu a história
a favor desta nação de modo específico. O povo hebreu desde o princípio já acreditava que a
história estava sob o controle de Deus. A direção divina sobre a história do povo Israelita não
deixou outras nações livres de seu controle. Através de Israel Deus revelou seus propósitos
com outras nações. A esta nação foi incumbida a tarefa de divulgar a revelação de Deus, a
outros povos.

3.5.2 Dentre estas revelações estão adicionados alguns preceitos que são;
a) Deus é justo e deseja que todas as nações sejam justas.
b) Deus é amoroso, misericordioso, e concede perdão aos homens que se arrependerem.
c) Deus providenciou a vida eterna para todos os que vivem pela fé nele.

3.5.3 Deus revelou-se um Deus justo e exigiu justiça de seu povo em alguns fatos
históricos.
a) Na destruição de Sodoma e Gomorra.
b) Na entrega dos 10 mandamentos, na punição dos peregrinos no deserto, no cativeiro e na
cruz de Cristo. Deus revelou se misericordioso, e anseia trazer perdão e liberdade a seu povo.
c) A libertação do Egito, a provisão para suas viagens pelo deserto, à conquista da terra de
Canaã, a libertação do cativeiro babilônico, e a vida, morte e ressurreição de Cristo.

3.5.4 A revelação de Deus na história surgiu na pessoa de Jesus Cristo


Através da pessoa de Jesus Cristo, o Filho, Deus encarnou-se e entrou na história de Israel.
Revelou-se um Deus justo, amoroso, misericordioso, redentor, esse é um fato compreensível ao
homem. A natureza e propósito eterno foram encarnados e habitou entre o seu povo. Através
das experiências históricas da morte e ressurreição de Jesus, torna-se compreensível seu amor
e plano para remir o seu povo. O ponto mais elevado da revelação divina deu-se na encarnação,
na morte e ressurreição de Jesus Cristo.

20 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
3.5.5 A revelação final de Deus através de Jesus Cristo
Jesus o Filho unigênito é a última revelação de Deus. Jesus disse que aqueles que o viram,
viram o Pai. João disse que Jesus era a Palavra de Deus, que Jesus revela o Pai e seu desejo à
humanidade. Os preceitos e doutrinas de Cristo constituem a Palavra de Deus. Estas
atividades são manifestações de Deus na história. Através da natureza divina e sua relação
com o Pai, os homens encontram-se capacitados a conhecer a Deus de forma pessoal, por meio
de Cristo. Não é simples o homem entender a Deus, como um Ser espiritual. Na pessoa de
Jesus Cristo a natureza divina está exposta, capacitando o homem a compreendê-la por meio
de sua personalidade. Deus não se manifestou conhecido na pessoa de seu Filho Jesus em
aparência física, mas em amor. Na pessoa de Jesus, Deus revela-se com personalidade
definida, não de maneira simples e indefinida. Além da revelação de sua Pessoa e de sua
essência, são apresentados na pessoa de Cristo tanto sua natureza quanto sua personalidade
que em sua maior parte conserva-se oculta.

3.6 Verdades reveladas por meio das Escrituras


Embora resumidas em muitas frases estas declarações sejam importantes quando reveladas
pelas Escrituras.
Deus revela sua natureza
Deus revela sua vontade e propósitos ao homem
Deus revela o conhecimento da Salvação
Deus revela as exigências da vida cristã e os recursos para vivê-la
Deus revela soluções para os problemas pessoais
Deus revela o poder do seu reino e a promessa de sua vitória final

(Extraído do livro Understanding the Bíble - The Semenary Extension Departament SBC
Nashiville - Tennessee).

3.7 Panorama atual das sagradas escrituras e de sua revelação


Teólogos têm formulado conceitos quanto ao significado de revelação. Mas tem havido
desacordo quanto a este assunto. Dividem-se os teólogos em três grupos; Os Liberais, os Neo
Ortodoxos e os Conservadores ou Fundamentalistas.

3.7.1 Modernistas ou Liberais


Afirmam que as Escrituras contém a Palavra de Deus, junto com as palavras dos homens.
Estes se opõem aos “Ortodoxos” enquanto os “Ortodoxos” crêem ser a bíblia a Palavra de Deus
os “Liberais” ensinam que ela contém a palavra de Deus. Algumas de suas partes são divinas e
expressam verdades, e outras são humanas e apresentam erros. Crêem estes que a bíblia
recebeu muitas lendas mitos e falsas crenças relacionadas à ciência. Os liberais dizem por
meio de seu julgamento dos escritos bíblicos que, nem tudo o que é ensinado através das
Escrituras tem respeitabilidade e autoridade moral para ser chamado de revelação de Deus.
Alguns teólogos liberais crêem que os escritores sacros eram inspirados de tempo em tempo
quando sua percepção religiosa e sua inteligência eram aprofundadas e afinadas e desta forma
descobriam as verdades divinas para seu próprio tempo. O ponto básico dos liberais são as
descobertas que os homens fazem de Deus, em vez das revelações que Deus faz de si. Há
grandes divergências entre conservadores e os liberais. Vejamos quais são: Estes dão grande
valor às ações humanas na descoberta de Deus. Quanto à revelação, “os liberais são
racionalistas,” estão centralizados nos homens. Entre os “Modernistas” há dois conceitos; o
“Conceito da Iluminação” e o “Conceito da Intuição”.

3.7.2 Neo-Ortodoxo
Estes declaram que “as Escrituras tornam-se a Palavra de Deus.” Alguns liberais do século XX
afirmaram que as Escrituras estão repletas de erros e imperfeições. Como poderá ser as
Escrituras a perfeita palavra de Deus quando está cheia de palavras imperfeitas de homens? A

21 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
esta pergunta Karl Barth respondeu que; a Bíblia torna-se a palavra de Deus quando Deus
escolhe o canal imperfeito para confrontar o homem com sua palavra perfeita. A Bíblia revela
Deus ao homem, não propõe sobre Deus, mas servi como um canal através do qual é feito o
encontro pessoal de Deus com o homem por meio da revelação. Na prática da vida, as palavras
das páginas da Bíblia tornam-se vivas e falam pessoalmente ao homem. Entre os “Neo-
Ortodoxos” temos duas correntes a da “Visão Demitizante” e a do “Encontro Pessoal”. Você
poderá encontrar mais sobre o assunto no livro Introdução Bíblica “Como a Bíblia chegou até
nós” de Norman Geisler e William Nix, pág 18 Editora Vida.

3.7.3 Ortodoxo
“A Bíblia é a Palavra de Deus - Por volta de18 séculos de história da Igreja prevaleceu à
convicção “Ortodoxa” de que a Bíblia é a Palavra de Deus”. Os pais da Igreja neste tempo
sempre ensinaram que a Bíblia é a Palavra de Deus escrita. Os teólogos Ortodoxos deste o
princípio vem expondo que a Bíblia é inspirada por Deus verbalmente, isto é o registro escrito
por inspiração de Deus. Entre os ortodoxos há divergência quanto a Bíblia ser Inspirada por
Deus e ao mesmo tempo escrita por homens. Entre os Ortodoxos há dois conceitos o do
“Ditado Verbal” e o dos “Conceitos Inspirados” Alguns argumentam quanto o “ditado verbal”
considerando que os escritores da Bíblia registram somente o que Deus lhes havia ditado,
palavra por palavra. Há também os defensores da teoria dos “Conceitos Inspirado” este
conceito deduz que Deus só concedeu aos autores pensamentos inspirados, e os autores
tiveram a liberdade de revesti-los com seu próprio vocabulário.

22 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
4. O CÂNON BÍBLICO

Cânon ou Escrituras canônicas é a disposição completa dos livros divinamente inspirados, que
constituem a Bíblia. A canonização do Velho Testamento aparenta ser tão antiga quanto à
origem da literatura. Contemporâneos de Jesus já aceitavam vários livros como sendo
inspirados por Deus. Alguns destes livros eram: a Lei, Profetas e Escritos. Como estes livros
vieram a tornar-se reconhecidamente a Palavra de Deus, como e porque eles foram
reconhecidos e autorizados? Qual a razão de alguns livros serem considerados inspirados ao
passo que outros foram considerados apócrifos. Isto é o que veremos a partir de agora.

4.1 O Cânon do Velho Testamento

4.1.1 Significado do Cânon


O vocábulo “Cânon” é derivado do grego “Kanon” (cana, régua) que é originou-se do idioma
hebraico “Kaneh”, palavra do V.T que significa “vara ou cana de medir” (Ez 40.3) Cana era
instrumento empregado para medir, por esta razão o “Cânon” tornou-se regra de padrão. Seu
emprego primário pelos cristãos tomou a conotação de “regra de fé ou escritos normativos ou a
Escritura autorizada”. No ano 350 AD o “Cânon” da Igreja foi aplicado por Atanásio à Bíblia,
referindo-se aos livros que a Igreja reconhecia como padrões de conduta e fé. Reconhecendo
alguns livros como inspirados e de autoridade divina a Igreja assim reconhece como seu guia
de fé e de prática. “Canonização” quer dizer “ser oficialmente reconhecido como guia ou regra
autorizada em matéria de fé e de prática”.

4.1.2 Qual o paralelismo entre canonicidade e autoridade divina


Há distinção entre a canonicidade de um livro Bíblico e sua autoridade. Um livro precisa conter
autoridade divina, por razão da inspiração divina, antes que este possa ser qualificado a ser
canonizado. O livro recebeu autoridade não por a Igreja o incluir na lista dos sagrados, mas
sim porque estes livros apresentaram autoridade divina em razão de sua inspiração divina.

4.2 Paralelismo entre canonicidade, revelação e inspiração.


O método de criação e desenvolvimento do Cânon do VT ocorreu em três etapas.

4.2.1 Revelação - Manifestação de um conhecimento de Deus e sua vontade para com o


homem.

4.2.2 Inspiração - Registro sob a liderança do Espírito Santo, da verdade que Deus tornou
conhecida na revelação.

4.2.3 Canonização - O reconhecimento daqueles escritos que contêm a divina revelação, e que
são divinamente inspirados.

H. E. Ryle declara três estágios no trabalho de canonização

1) A proclamação e arranjo oral do conteúdo dos livros do VT.


2) As cópias reduzidas desses livros atualmente
3) A escolha desses livros para fazerem parte das devidas posições no Cânon judaico das
Sagradas Escrituras. Observa-se que os dois primeiros aprendizados estão ligados a inspiração
das Escrituras fazendo alusão à canonicidade. O terceiro relaciona-se com a canonização, e
indiretamente com a inspiração. A aceitação destes livros autorizados pode não ser desligada
da inspiração divina destes livros. É tarefa de o Espírito Santo direcionar os homens à
identificação dos escritos inspirados.

23 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
4.3 Reconhecendo os Livros Divinamente Inspirados
O que tornou difícil e custoso na história da canonização do VT foi como se tornar
compreensível qual o tipo de reconhecimento constitui canonização e qual não. O cânon pode
ser desta forma definido como sendo “um corpo definido de literatura sagrada que foi
reconhecido oficialmente como divinamente inspirado e autorizado”. A maior parte dos livros do
VT foi admitida pelo povo antes que as autoridades tomassem qualquer decisão sobre o Cânon.

4.3.1 O Cânon Palestiniano


Após ser Jerusalém destruída em 70 AD os estudiosos mudaram-se para Jâmnia para estudar
e ensinar as Escrituras. Numa reunião de lideres religiosos judeus em 90 AD “Assembléia que
se denominou concílio de Jâmnia,” decidiram quais escritos deveria ser adicionado ao Cânon
do VT. Foram reconhecidos oficialmente 24 livros do VT hebraico (os 39 da nossa Bíblia na
língua portuguesa). Antes estes livros foram escolhidos pelo seu uso e valor popular.
Reconheceram nestas autoridades não contidas noutras literaturas.

4.3.2 O Cânon de Alexandria


Alexandria situava-se ao sul do Egito, ali havia uma comunidade judaica que falava o grego.
Havia ali um templo no quais estes escreviam literatura religiosa. Confiavam que eram sacros
todos os livros da Bíblia hebraica, mesmo assim a estes adicionaram alguns livros, que hoje
são denominados “Apócrifos”.

4.3.2.1 Direção do Espírito Santo de Deus


Estudiosos crêem que o processo de canonização não consistia somente numa ação humana
da Igreja, mas tinha a ação Espírito Santo. Alguns historiadores asseveram que o Cânon não
foi dado por Deus, mas constitui-se em trabalho de homem. Por outro lado teólogos asseveram
que a canonização que se referem alguns livros resulta da autoridade religiosa falando ao
homem concernente aos anseios divinos.

4.3.2.2 Atividades humanas


O direcionamento dado por Deus à escolha dos livros, não apaga o trabalho do homem. Os
livros que tiveram mais uso entre os grupos religiosos, e que notadamente contribuíram para a
vida espiritual da população estes foram considerados para serem separados. Para serem úteis
espiritualmente deveria estes conter autenticidade da autoridade. A autoridade está
fundamentada na revelação e na inspiração divina. Inúmeros livros de literatura foram pelo
povo judeu considerado literaturas sagrada, desta forma o povo de Israel considerava como
sendo a palavra de Deus autorizada. Só no ano de 90 AD é que alguns destes livros foram
reconhecidos oficialmente como sendo autorizados. A literatura religiosa rejeitada tornou-se
conhecida como livros “Apócrifos ou pseudos-epigráficos”.

4.4 A canonicidade do Velho Testamento e sua divisão


O VT hebraico estava composto em três partes: A Lei (Torah), os Profetas e os Escritos. Não há
uma decisão única nestes escritos para relacioná-los as seqüências das datas em que tiveram
origem os livros, ou ainda se diz sua posição no Cânon. A Bíblia grega de Alexandria
(Septuaginta) aceitou uma variedade de livros e nela estão incluídos os “Apócrifos”. A Bíblia
grega dividiu-se em quatro porções e suas porções estão em iguais disposições a nossa, por
assuntos. Lei, História, Poesia e Profecia. Aqui o estudo trará referência às “Três divisões da
Bíblia hebraica” bem como o assunto “Livros Apócrifos”

4.4.1 Lei
Gênesis, Êxodo, Levítico, Número e Deuteronômio. Não se tem alguma data conhecida de
quando a “Lei” foi admitida como documento constando autoridade divina. Talvez algumas leis
fôssemos dadas. Os preceitos instituídos pelos sacerdotes, os ensinamentos aconselhando por
regras de conduta, a pronuncia de sentença de um juiz ou ainda de homens versados na lei

24 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
(advogados) foram entendidos como vindas de Deus significando autoridade divina. Antes do
Exílio não tinha afirmação que definisse se uma “Coleção” de escritos sagrados que tivesse sido
popularmente reconhecida ou recebida era declaração Canônica. O Torah “a Lei” deu inicio a
reunião dos materiais que compuseram e expressaram o desejo divino relacionado ao povo
hebraico. Os livros dos “profetas e os escritos” foram reconhecidos com sendo por Deus
inspirado, mas não se nivelaram à influência e o prestígio da Lei na vida do povo. Declarou R K
Harrison que “a Lei estava profundamente vinculada na antiguidade e na santidade da tradição
Mosaica, que o termo ”Torah” não era usado somente aos primeiros livros do Cânon, que se
desenvolvia, mas também ao corpo inteiro da Escrituras Hebraicas até um período posterior”.

4.4.2 Profetas
Assemelham-se à Lei, suas mensagens eram aceitas destes tempos passados com oriundas de
Deus, e eram considerados como mensageiros da autoridade de Deus. As palavras dos
verdadeiros profetas eram ditas pelo Espírito Santo e reconhecidas quando faladas como “A
palavra do Senhor”. Apesar disso os livros proféticos não foram reunidos, tão pouco aceitos por
canônicos senão séculos mais tarde. Informações sobre a idoneidade dos livros proféticos
surgiram após a volta de Esdras. A Segunda divisão do Cânon foi depois subdividida em duas
partes. “Os primeiros Profetas” este são formados por “Js; Jz; Sm; e Rs”. Os “profetas
posteriores” formados por “Is, Jr, Ez e os doze Menores”. Os primeiros profetas são importantes
por relatarem as provisões dos pactos ou a aliança entre Deus e o povo. Os profetas posteriores
foram por alguns reconhecidos no tempo em que foi apresentada sua mensagem. Alguns
reconhecem a autoridade da palavra dos profetas quando de suas profecias cumpriram-se se
no “Exílio”. Os profetas não se importavam com as conseqüências, conquanto que
pronunciassem “A palavra do Senhor”.

4.4.3 Escritos
Os escritos do VT hebraico podem ser divididos em: “Livros de Poesia” reunindo “Salmos;
Provérbios; e Jó”. Os “Cinco Rolos (Megilloth) reunindo Daniel, Esdras, Neemias e Crônicas”.
Os escritos têm suas variantes quanto a seu caráter e autoria. Entretanto a coleção inteira
pode ter sido mencionada em certas ocasiões como “Os Salmos” (Lc 24.44). Iguais aos livros
das outras seções os desta foram reconhecidos como contendo a Palavra de Deus, ainda antes
de serem reunidos num mesmo corpo o material que posteriormente fora constituído parte do
Cânon. A canonização dos Escritos deu-se mais tarde que a dos profetas.

4.4.4 Apócrifos
Os 22 livros aceitos nas Escrituras hebraicas correspondem aos nossos 39 do VT. No que se
refere à aceitação ou não de determinados livros obrigou o surgimento de 4 termos técnicos
para melhor compreensão. Vejamos quais são; Os livros bíblicos aceitos por todos eram
chamados “Homologoumena” (i.e, falar como um). Os livros bíblicos que em alguma ocasião
foram questionados por alguns eram classificados como “Antilegomena” (i.e, falar contra). Os
livros não-bíblicos rejeitados por todos denominavam-se “pseudepígrafos” (i.e, falsos escritos).
Os livros não bíblicos aceitos por alguns, mas que eram rejeitados por outros incluindo os
livros que eram questionados chamavam-se “Apócrifos” (i.eescondidos ou duvidosos). Apócrifos
são escritos religiosos que não foram considerados Canônicos pelos estudiosos no “Concílio de
Jâmnia”. Este título tem a conotação de algo “secreto ou escondido”. Na palestina era comum a
leitura “Apócrifa”. Talvez todo o escriba do nosso NT tivesse conhecimento de todos os
“apócrifos” e muitos dos “pseudos apócrifos”. Estes apócrifos eram usados por pessoas que
falavam o grego e o latim, tanto é que estes foram somados ao Cânon do VT. Jerônimo aceitou
o Cânon filiado pelos judeus da Palestina e diferenciou entre os livros contidos no mesmo e os
Apócrifos. Ele traduziu os livros apócrifos para o latim e adicionou-os no Cânon hebraico.
Estes livros foram empregados na Idade média pela Igreja Latina, e não se distinguia entre os

25 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
livros canônicos e os apócrifos incluídos. Em 1546 no “Concílio de Trento” a Igreja Católica
Romana aceitou oficialmente o lugar canônico dos livros apócrifos e denominou-os como sendo
“Deuterocanônicos” os livros encontrados na tradução latina (Vulgata) de Jerônimo foram
considerados canônicos. Martinho Lutero negou infalibilidade do Papa e de certas doutrinas da
Igreja Católica alicerçada em livros apócrifos. Desafiou a doutrina do purgatório negando o
direito de adicionar ao cânon (II Macabeus 12.46). Expressou que os livros apócrifos não
estavam contidos no Cânon Hebraico. Lutero acrescentou os livros no final da Bíblia alemã em
1534, mas concedeu a eles menor mérito. A coleção modelo de “pseudepígrafos” contém 17
livros. Adiciona-se a esta o “Sl 151” que está na versão do AT feito pelos Setenta.

4.4.4.1 Aqui temos apresentada a lista principal dos “pseudepígrafos.”.

4.4.4.1.2 Lendários

1- O livro do Jubileu
2- Epístola de Aristéias
3- O livro de Adão e Eva
4- O martírio de Isaías

4.4.4.1.3 Apocalípticos :

1 - 1 Enoque
2 - Testamento dos doze patriarcas
3 - O oráculo Sibili
4 - Assunção de Moisés
5 - 2 Enoque, ou O livro dos segredos de Enoque
6 - 2 Baruque, ou o Apocalipse Siríaco de Baruque * Baruque relaciona-se entre os “apócrifos”
7 - 3 Baruque, ou o Apocalipse grego de Baruque

4.4.4.1.4 Didáticos

1 – 3 Macabeus
2 – 4 Macabeus
3 – Pirque Abote
4 – A História de Aicar

4.4.4.1.5 Poéticos

Salmos 151

4.4.4.1.5 Históricos
Fragmentos de uma obra de Sadoque
Vimos uma tabela de Livros “pseudepígrafos” veremos agora uma tabela com os livros
“Apócrifos”. Onde estiver na frente um “asterisco * “são livros que não foram aceitos como
canônicos no “Concílio de Trento” em 1546”. Com dois “asteriscos**” não estão relacionados ao
sumário de Douai, por estarem juntos a outros livros.

26 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA

Gênero do Livro Versão revista padrão Versão de Douai

Didático 1- Sabedoria de Salomão (c 30 a.C) O livro da sabedoria


2- Eclesiástico ( Siraque) (132 a.C) Eclesiástico

Religioso 3. Tobias (C 200 a.C) Tobias

Romance 4 – Judite (c 150 a.C) Judite

5- 1 Esdras (c 150-100 a .C) 3 Esdras *


Histórico 6- 1 Macabeus (c 110 a .C) 1 Macabeus
7- 2 Macabeus (c 110-70 a .C) 2 Macabeus

8 - Baruque (c 150-50 a .C) Baruque 1-5


Profético 9- Epístola de Jeremias (c 300-100 a .C) Baruque 6
10- 2 Esdras (c 100 d .C) 4 Esdras **

11- Adições a Ester (140-110 a .C) Ester 10.4-16.24


Lendário 12- Oração de Azarias (século I ou II) Daniel 3.24-90** (a.C)
(Cântico dos três Jovens )
13- Susana (Século I ou II a .C) Daniel 13 **
14- Bel e o dragão (C 100 a .C) Daniel 14 **
15- Oração de Manasses (século I ou II Oração de Manasses *
a.C)

4.5 Alguns fatos históricos quanto a Canonização


Os conservadores analisam que; A Canonização t0em seu alicerce na autoridade divina que
esta incluída num livro. A canonicidade é definida por Deus, que inspira os escritos. Deus
inspira os homens para aceitar o livro canônico. Deveria ser um livro reconhecido canônico
somente quando tivesse a Palavra de Deus autorizada. O Espírito Santo direcionou os homens
a admitir quais livros eram inspirados. Pode se entender que a canonização é uma declaração
humana, sob a liderança de Espírito Santo de Deus.

4.5.1 O Pentateuco Samaritano


Nas reformas religiosas lideradas por Esdras, e a reconstrução dos muros com o líder Neemias
por volta de 450 a C foi ordenado o afastamento entre judeus e gentios. Os samaritanos
uniram-se com nações diferentes e os judeus não se associaram mais a eles. Esta quebra dos
laços levou os samaritanos a instituir um novo local para adoração. O líder religioso dos
samaritanos foi Eliasabe sumo sacerdote e genro de Sambalate. Este foi obrigado a sair de
Jerusalém por formar aliança com uma estrangeira (Ne 13.28). A Bíblia dos Samaritanos tinha
somente 5 livros da Lei. Estudiosos dizem que os samaritanos preparam para si um texto da
Lei após cortarem relações com os judeus. Podem eles ter adotado somente o Pentateuco,
deduz se que somente estes textos do VT eram aceito oficialmente como autorizada na época da
quebra de relações. A semelhança entre o Pentateuco Samaritano com os 5 livros da Lei
Mosaica, indica que este já era aprovado e tinha uma forma única. A escolha única do
Pentateuco faz entender o valor dado ao livro da Lei. Talvez não respeitassem ainda os profetas
por estes não serem muito examinados ou por não fazer parte dos escritos considerados
inspirados. O cânon Samaritano constituía se de 5 livros.

27 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
4.5.2 Septuaginta
Houve um grande crescimento do povo judeu no Egito, perto dos limites Alexandrinos. Os
hebreus Alexandrinos falavam a língua grega, e careciam de uma tradução grega para sua
grafia religiosa. A lei foi trazida em 250 a.C. Outros escritos foram traduzidos para o grego em
150 a.C. A Escritura grega contém toda a grafia contida nas Escrituras hebraica aumentada
com outros materiais aceitos. Temos algumas partes desta escritura de meados do século 2
a.C. A igualdade entre a Septuaginta e a Bíblia hebraica aparenta que não houve muitas
diferenciações em seu conteúdo após ser feita sua tradução para o grego. No tempo em que foi
terminada a Bíblia grega, já tinha sido definida a forma do Cânon. Septuaginta é a versão grega
preparada por um grupo de setenta e dois eruditos, em Alexandria. Esta era a Bíblia nos dias
de Cristo.

4.5.3 Eclesiástico
Jesus, filho de Siraque escreveu em 190 a.C . um livro de sabedoria (Eclesiástico) Livro este
que foi traduzido para o grego por seu neto em 132 a.C. Este confirmou a introdução que seu
avô tinha examinado “Lei, profetas e outros materiais dos antepassados”. Por esta narrativa
fica claro que as três divisões do VT já tinham sido reunidos e formado uma coleção definitiva.
Mas a quantidade de livros talvez ainda não houvesse sido definida. O neto escreveu a
tradução original do hebraico para o grego e expressou que só grafou estes escritos para ajudar
os gentios a amar e ter compromisso com “a Lei, com os profetas e outros livros de nossos
pais”.
Tais fatos expressam uma variedade de fatos que relaciona a Bíblia hebraica primitiva.
a) A Bíblia hebraica estava dividida em três partes a Lei, Profetas e os Escritos.
b) A Lei e os profetas aparentam referir-se a partes definidas de leitura, enquanto “os outros
livros” a uma seção menos definida.
c) Os cinco livros de Moisés há muito tempo já eram considerados como Escrituras.
d) Os Escritos ou outros livros eram todos de valor, talvez como Escrituras, mas sua
quantidade alinda não havia sido decidida.

4.5.4 Talmude “Baba Bathra”


As seqüências dos livros dos profetas são: Josué, Juizes, Samuel, Jeremias, Ezequiel, Isaias e
os Doze Profetas menores. As ordens dos Escritos são; Rute, Salmos, Jó, Provérbios, Cântico
dos Cânticos, Lamentações, Daniel, o Rolo de Ester, Esdras e Crônicas. ( Introduction to the
Old testamento, p. 271). Ainda que não reúna o Pentateuco antes dos primeiros profetas à
afirmação é digna de atenção devido à disposição dos livros do VT. Há divisão definitiva em três
partes, uniu Daniel aos Escritos no lugar dos profetas. Crônicas estão em último lugar. “É-nos
de melhor compreensão quando comparamos com (Mt 23.35)”. De Abel temos referência em
Gênesis, de Zacarias em (II Cr 24.20) o último livros na Bíblia hebraica. No texto de (MT 23.35)
Jesus faz relação ao VT hebraico todo, no qual estava disposto por último o livro de Crônicas.
O próprio Senhor Jesus refere-se a uma tríplice divisão quando falou da “Lei de Moisés, nos
Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.34).

4.5.5 II Macabeus
Este livro data por volta do século 100 a.C. O escriba examinou a Lei Mosaica em todo contexto
social e religioso do seu povo. Relatou que “Judas motivou seus homens” desde a Lei e os
profetas ““ (15.9) Em 2.13-15 dizem “As mesmas coisas foram registradas, também nos escritos
e memórias sobre Neemias, como na formação de uma biblioteca, e ele conseguiu reunir os livros
sobre os reis e os profetas, os sobre Davi e cartas de Reis sobre dádivas.” Tal fato revela o tempo
primário quanto à formação do Cânon que relata sobre os dias de Neemias no 5o século a.C. Os
Reis e Profetas aludem aos profetas primeiros e aos posteriores. Os de “Davi” se relacionam aos

28 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
Salmos. O desejo de Neemias era montar uma biblioteca que tivesse uma coleção que
resguardasse a antiga literatura judaica.

4.5.6 II Esdras
Sua data é de 90 AD. Contém a história da destruição da Lei pelo fogo e sua recuperação por
meio do Espírito Santo. Esdras diz a Deus que o mundo ficaria sob as trevas por haver sido os
livros da lei destruídos em Jerusalém. Esdras pede a Deus para que o Espírito Santo viesse
para direcioná-lo na recuperação dos escritos. Foi orientado a reunir-se com outros cinco
escribas e conseguir grande numera de material para a grafia. No dia seguinte ”uma voz lhe
ofereceu uma xícara cheia de alguma coisa semelhante à água, mas sua cor era como que de
fogo” (14.39) Após beber este líquido seu coração transbordou de sabedoria. Ficou inspirado a
ditar de forma contínua aos escribas por 40 dias, o que originou 94 livros, sendo que 24 deles
fizeram parte do VT hebraico, ou os livros considerados Canônicos. Os quais deveriam ser
publicados. Os 70 livros restantes são denominados (Apocalípticos e deveriam ser promovidos).

4.5.7 Flávio Josefo


Por volta de 100 AD Flávio Josefo afirmou que os judeus tinham apenas 22 livros, nos quais
estavam escritos todo passado, os quais foram aceitos com sendo Divinos. Citou os 5 livros da
Lei que finalizavam suas leis bem como as tradições do começo do ser humano até sua morte.
Treze destes livros narravam a história desde a morte de Moisés até o reinado de Ataxerxes, rei
Persa. Os quatro livros continham hinos a Deus que aludiam à conduta do viver humano.
Provavelmente estes 22 livros citados por Joséfo resultaram da união de Lamentações com
Jeremias e Rute com Juizes.

4.6 Período Inter Bíblico


Este período vai de Malaquias a Mateus, ao advento de Cristo. Você encontrará descrito este
assunto no livro de Daniel capítulo 11 à 12.4. Este período que durou em média 430 anos
iniciou com Israel sob o domínio persa. Inter Bíblico quer dizer entre a Bíblia, porque neste
período não houve revelação divina escrita. Aqui colocaremos apenas algumas citações
relativas ao período Inter-Bíblico. “““ Aos desejosos em aprofundarem-se no assunto poderão
encontrar ajuda na Bíblia de Estudo Pentecostal pág 1378,79 e a Bíblia Scofield pág 934,35 no
livro Bibliologia” Introdução ao estudo da Bíblia” EETAD Antonio Gilberto

4.7 O Novo Testamento


O Novo testamento evidencia que o Velho Testamento foi considerado sagrado. Denomina-se
“Escritos Santos “e é respeitado como sendo por Deus dado”“. Não resta duvida quanto sua
autoridade (Mt 21.42; Rm 11.2). As duas primeiras partes referem-se (Mt 5.17 e Lc 16.16). As
três partes de (Lc 24.44) e algumas passagens a palavra lei relaciona-se a todo o VT.

4.7.1 A Canonização do Novo Testamento


O vocábulo “Cânon” significa ”regra” ou “padrão”. Significa a lista de livros sagrados que são
aceitos pela Igreja como tendo autoridade em matéria de fé e vida. Os cristãos do II século não
selecionavam sua literatura doutrinária, não tinham livros autorizados, usavam outros livros
além dos 27 do NT dentro da Igreja.

4.7.1.1 Clemente
Escrita pelo pastor de Roma, representando sua Igreja. À Igreja de Corinto em “96 A.D” pela
qual tinha grande consideração. Clemente era discípulo dos apóstolos (talvez de Pedro) era
superintendente da Igreja. Westcott narrou que seu trabalho era pouco abaixo das epístolas
Pastorais. Clemente relata que I Coríntios são “as palavras do Senhor Jesus”. Sua doutrina da

29 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
justificação assemelhava-se a de Paulo. Sobre trabalhos de justiça seu trabalho era idêntico a
Tiago. I Clemente era lido em cultos públicos da Igreja de Corinto, em 170 a.D. Irineu, de Lyon
(França ou Gália), Clemente e Orígenes de Alexandria considerava seu trabalho valioso.

4.7.1.2 Didache
(O ensino dos 12 apóstolos) Constitui-se numa coleção de preceitos morais cristãos, contendo
orientação quanto ao batismo e a eucaristia e instruções para ministros. Clemente de
Alexandria e Orígenes consideram-na como Escrituras Sagradas. Sua escrita data do ano 120
d.Cou antes, com freqüência expunha Mateus.

4.7.1.3 Epístola de Barnabé


Clemente de Alexandria e Orígenes consideravam este livro como sendo canônico. Sua escrita
data de 130 A.D foi escrita talvez em Alexandria, tem algumas afinidades com hebreus.

4.7.1.4 O Pastor de Hermas


Foi escrito em 140 A.D por Hermas que era irmão do Bispo Pio de Roma. Irineu citava como
Escrituras Sagradas.

4.7.1.5O Apocalipse der Pedro


Contém dois pontos de vista; um do céu e outro do inferno. Sua escrita data de 150 A.D foi
usado na Igreja Grega do Oriente, como também na Igreja latina do ocidente.

4.8 Fatores no desenvolvimento do Cânon


A princípio não aparentava urgência a fixação do Cânon.

Westcott disse que talvez a formação canônica fosse impedida por algumas razões
1) Pelos meios de comunicação, que eram vagarosos e precários.
2) Em virtude dos gastos e das dificuldades em reproduzir os manuscritos
3) Devido à destruição do lugar comum em que os cristãos se reuniam em Jerusalém.

E por causa dos vários grupos eclesiásticos que reuniam em várias partes do Império e que
tinham as suas próprias opções de livros. Antes de findar o 1o século era exigida uma literatura
autorizada. Começaram então a surgir os grupos heréticos, e a maneira de solucionar estes
problemas seria por meio dos documentos que não pudessem ser mudados, que fossem
incorruptíveis. A Igreja em desenvolvimento necessitava de liderança em questão de fé e
prática. Deus solucionou tais problemas por meio do Espírito Santo, O Espírito da Verdade,
que os direcionou Apóstolos e a Igreja a ampliar e canonizar a Palavra inspirada e autorizada.

4.9 Os livros do NT e os testemunhos do 2o século


O primeiro livro do NT foi escrito no ano de 50 e o último data de 95 AD.
Pelo tempo em que a 2a carta de Pedro e os escritos Paulino foram considerados Escrituras (2
Pe 3.15). Os escritos Paulinos parecem ser os primeiros escritos a serem reunidos. Após a
destruição de Jerusalém, o centro do cristianismo tornou-se Antioquia (da Síria) e Éfeso. Os
textos de Paulo foram considerados desta forma. Os evangelhos sinópticos são citados como
unidos no mesmo tempo que as cartas paulinas. A aceitação dos códices pelo cristão do 2 o
século possibilitou uma reunião maior de materiais dentro de um livro. Já no inicio do 2o
século tanto os escritos paulinos quanto os evangelhos sinópticos eram tidos por canônicos.

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BIBLIOLOGIA
4.9.1 Clemente de Roma. 96 AD
Provavelmente já conhecia a primeira carta aos Corintios, os ensinos de Cristo (Um dos
evangelhos) e a epístola aos hebreus, contudo não fez menção destes como Escrituras. Quando
escreveu suas obras alguns apóstolos estavam vivos. Os dirigentes das Igrejas eram nomeados
pelos apóstolos. Nesta época a Igreja sentia a autoridade apostólica, portanto não carecia de
precipitar para obter escrito autorizados.

4.9.2 Inácio, Bispo de Antioquia 116 AD


No 2o século, Roma e Antioquia eram o centro do cristianismo. Os escritos de Inácio que era
bispo no Oriente expressaram que ele tinha conhecimento das epístolas de Paulo e dos
evangelhos de Mateus e de João. Inácio recebeu muita influência de João. Entretanto não se
referiu a nenhum livro do NT como Escritura.

4.9.3 Policarpo, Bispo de Esmirna 69-155 AD.


Por volta do ano 115 A.D Policarpo escreveu uma carta aos Filipenses. Referiu-se muito mais
ao NT do que qualquer obra antiga, entretanto varias vezes narrou textos de qualquer livro do
NT. Ele ouviu o apóstolo João e vieram a ser mestre de Irineu, que disse que havia aprendido
dos apóstolos os ensinos que continuavam a ser as tradições da Igreja. Fizeram referência ao
Livro de Efésios 4.26 como Escrituras.

4.9.4 Papias, Bispo de Hierápolis 80-155 AD


Papias também ouviu João antes sua morte. Disse ele “Não pensei que pudesse tirar tanto
proveitoso do conteúdo de livros quanto ao ouvir a palavra de uma voz viva e permanente”
(Eusébio. Hist. Ecl. 3.39). Aqui tem apresentado porque os textos não eram muitos influentes
no início do 2o século Papias afirmou que Marcos era o interprete de Pedro e que Marcos
escreveu tudo o que lembrou dos ensinos e ações de Cristo. Papias declarou que Mateus
compôs “os oráculos no idioma hebraico, e cada qual os interpretava como pudesse” (Eusébio,
hist. Eccl. 3.39). Eusébio afirmou que Papias narrava I João e I Pedro.

4.9.5 O Evangelho da Verdade 140 AD


Talvez Valentino tenha escrito este documento em Roma. Contém ensinos gnosticismo.
Harrison examinando este trabalho deduz que seu uso compreensível do NT da condição para
afirmar que o NT que havia em Roma naqueles dias era aproximadamente o que temos hoje na
atualidade. Este trabalho expressa que os Evangelhos, os Atos, as Epístolas de Paulo, Hebreus
e a Revelação eram tidos como autorizados.

4.9.6 Justino o mártir de Samaria e Roma 140 AD


Justino estudou filosofia na Grécia antes de converter-se ao cristianismo. Creu que o
cristianismo é a filosofia que atende as necessidades dos homens, fundou em Roma uma
escola. Numa carta ao Imperador apresentou que as Escrituras eram aceitas pela Igreja, e não
só por ele. Cria ser os evangelhos memórias dos apóstolos. Os evangelhos eram lidos em cultos
públicos e seus ensinos eram baseados neles. Justino cria na autoridade dos Evangelhos pelo
emprego do vocábulo “está escrito”. Seus textos apresentam conhecimento dos livros: Atos, I
Pedro, Romanos, I Corintios, Gálatas, Efésios, Colocenses, II Tessalonicenses, Hebreus e
Revelação além dos evangelhos.

31 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
4.9.7 Marcião de Ponto e Roma 140 AD
O Pai de Marcião que era bispo de Ponto (Ásia Menor) e o excomungou por sua imoralidade
bem como por seus erros doutrinários. Marcião foi para Roma, novamente foi excomungado
por promover doutrinas gnósticas. Afirmava que Deus que criou e governa o mundo não era Pai
de Jesus, porque Deus alegrava-se com sacrifícios de sangue e morte de pessoas como se vê no
VT. Cristo não era um homem que veio com natureza humana, do contrário estaria ele sob o
controle do Deus do VT. O Deus do NT não exigia que se guardasse a lei, mas requeria fé e
amor. O Evangelho do Cânon de Marcião consistia na revisão de Lucas com várias omissões.
Aceitou as 10 epístolas de Paulo, rejeitou Atos por conter doutrinas de Pedro em medida
excessiva. Tentaram extrair do seu Cânon todos os ensinos judaizantes. Em 150 A.D a Igreja
não tinha ainda seu Cânon expresso, algumas referências apresentam que as maiorias dos
livros do NT já eram usadas na Síria, na Ásia menor e em Roma. Na metade do século II a força
do cristianismo tinha sido transferida para Roma. A heresia de Marcião, a adoção de um
cânon, e a notoriedade dos seus ensinos ajudou a Igreja a aceitar um Cânon.

4.9.8 Táciano de Roma 170 AD


O escrito de Táciano ”Diatessaron” (ou Harmonia dos 4 evangelhos) aparenta ser a primeira
aceitação dos 4 evangelhos. Ele harmonizou os 4 evangelhos (numa história continua). Alem
dos evangelhos apresenta conhecimento das Epístolas de Paulo e Apocalipse.

4.9.9 O Cânon Muratoriano 170 AD


Este documento é de origem latina, mas estava quase desfeito quando foi descoberto numa
biblioteca em Milão. Continha uma lista dos livros do NT, provavelmente opondo-se ao Cânon
de Marcião. O inicio destes escritos fora perdidos. Inicia-se com referência a Marcos. Este
Cânon afirma que Lucas está em 3o e que foi ele quem escreveu, e que em quarto lugar consta
João. Mateus é o primeiro Evangelho. Faz menção de Atos, de 13 epístolas paulinas, de Judas
e das epístolas de João, Pedro e a revelação. Relaciona-se a todos os livros do nosso Cânon,
exceto Hebreus, Tiago, I Pedro, e I João. Tem acrescentado o Apocalipse de Pedro que não
consta no nosso Cânon. Aparenta ser este Cânon a visão de uma igreja e não de uma pessoa.
Diferencia-se do nosso NT por acrescentar quatro e excluir um livro.

4.9.10 Irineu de Lyon, Gália 177 AD.


Nascido em Esmirna província da Ásia Menor. Irineu de Lyon ouviu Policarpo narrar sobre seu
relacionamento com o apostolo João e com outras testemunhas da Palavra de Deus. Seu
conhecimento deu lhe condições para reunir tradições da Ásia Menor, de Roma, e da Gália.
Usou maior parte dos livros do NT.

4.9.11 Clemente de Alexandria (215AD)


A tradição diz que Marcos deu início ao trabalho no Egito. Havia uma escola para os fiéis
estudarem sob a direção de Pantenos, que era ouvinte dos apóstolos. Clemente era seu aluno e
escreveram comentários sobre todos os livros do NT exceto Tiago, II Pedro e III João. Orígenes
que veio após Clemente afirmou que os livros do NT com exceção de II Pedro, II e III João eram
aceitos pela Igreja.

4.10 Bases para selecionar os livros


Aceitação e uso em congregações ortodoxas. Os livros que foram canonizados tinham
autoridade e causava admiração às Igrejas. Os livros foram empregados muito tempo em várias
partes do Império Romano. Além de Hebreus, Tiago, 2 Pedro e 3 João, Judas e Revelação, todos
os livros do NT eram aceitos como apostólicos e aceitos em todas as Igrejas no 2o século.

32 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
4.11 Formação doutrinária
A Igreja combatia os heréticos, gnósticos e ebionitas. Os gnósticos desejavam unir o
Cristianismo com as idéias e costumes gregos e com filosofias pagãs. Queriam o cristianismo
aceito pelos intelectuais. Seus ensinos fundamentavam-se em alcançar a salvação por meio de
conhecimento ocultos (Gnósis). Aceitavam haver possibilidade obter revelação por meio de
palavras secretas ou por um ritual. O alvo do homem era estar alheio ao mundo que era mau.
Acreditavam que toda matéria era má porque era imperfeita, e que um Deus bom não poderia
ter criado o mundo. Ensinavam que a criação natural originou-se de algum poder inferior e
inimigo de Deus. Estes negavam a encarnação de Jesus, isto por causa da natureza
pecaminosa do homem. As pessoas assumiram o seguinte ponto de vista; a natureza
pecaminosa está inerente ao cristão, então este pode entregar-se as práticas imorais desde que
não envolvam seu espírito. O ibionismo originou-se dos costumes judaizantes de forma
indiretas apresentada em At. 15 e Gálatas. Desde o início o tema sobre as Leis Mosaicas e “as
tradições dos anciãos” tem sido polêmico à Igreja Cristã. O resultado do Concílio de Jerusalém,
em At. 15 libertou a Igreja das formas judaicas. Opositores de Paulo enfatizavam o
monoteísmo, portanto não aceitou Jesus ser Deus. Estes mantiveram alguma reverência por
terem em mente que a Lei era sagrada, portanto mantinham seus rituais de sacrifício e
purificação. Opositores de Paulo preferiam Mateus e Tiago. Ensinavam que era obrigação
guardar a lei mosaica após serem salvos pela fé. Cria ser Cristo um homem que recebeu
inspiração, que recebeu sua adoção de filho de Deus após o batismo por ter um viver digno.
Quaisquer livros que fossem relacionados às idéias gnosticistas ou ibionistas seria posto em
duvida pela igreja.

4.12 O Cânon do quarto século

4.12.1 Eusébio Bispo de Cesaréia e Historiador da Igreja primitiva (270-340AD) Fazem


alusão a Tiago, II Pedro, II e III João e Judas com livros disputados.

4.12.2 Agostinho de Hipona (África do Norte) (354-430 AD) Aceitou todos os sete livros que
foram discutidos em reuniões da Igreja.

4.12.3 Concílio de Laodicéia (363AD) Reuniram-se 32 lideres cristãos neste que era o 59o
Concílio e decidiram que somente os livros canonizados do VT e NT poderiam ser lidos na
Igreja.

4.12.4 Atanásio de Alexandria (298-373 AD) Atanásio provavelmente seja a primeira


pessoa a expressar o termo canônico aos 27 livros exatos como temos em nosso NT hoje.

4.12.5 O Terceiro concílio de Cartago (397AD) Sob a liderança de Agostinho, bispo de


Hipona. Foi adotada uma lista de livros das Sagradas Escrituras. Foi decidido que nada
poderia ser lido como Escritura divina a não ser os livros canônicos. No século 16 a Igreja
Católica tornou-se a autoridade maior nas questões eclesiásticas. A Bíblia que usavam era a
tradução latina feita por Jerônimo (a Vulgata).

4.13 A transmissão da Bíblia

4.13.1 Velho Testamento Hebraico

4.13.2 O Manuscrito - O conteúdo mais antigo do VT foi grafado no hebraico.

4.13.3 Os manuscritos de Antioquia - Em 167 a.C antes da revolta dos Macabeus, foram
destruídos quase todos os manuscritos pelos Sírios.

33 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
4.13.4 Manuscritos da Bíblia Hebraica Moderna - A edição atual da Bíblia hebraica - (Bíblia
Hebraica de Kittel). Baseia-se nos seguintes manuscritos; O código de Cairo, o Códice de
Allepo, o código de Leningrado.

4.13.5. Fragmentos de Geniza - Na época da reconstrução da Sinagoga do Cairo (Egito) em


1890 por volta de 2.000 trechos de grafias bíblicas e outras mais foram desenterradas.

4.13.6 Papiro de Nash - Em 1902 foi comprado no Egito por W.L.Nesh uma folha de papiro
grafada uma cópia do decálogo de “Ex 20.2 e Dt 6.4”.

4.13.7 Rolos do mar morto - Estes rolos apresentaram partes valiosas dos livros do VT.

4.13.8 Textos Massoréticos - Por volta de 100 a.C judeus prepararam uma edição modelo dos
textos hebraicos consonantal do VT.

4.13.9 Pentateuco Samaritano - Não é tradução ou versão do VT, mas sim um manuscrito
com os 5 livros de Moisés.

4.13.10 Septuaginta - Grande número de judeus que falavam o grego habitava em Alexandria,
então foi traduzido o Pentateuco para o grego no ano de 250 a.C por ser traduzida por 72
eruditos recebeu o nome de Septuaginta.

4.13.11 Várias traduções Gregas - Houve uma tradução feita por Áquila em 130 AD e outra
feita por Símaco em 170 AD e uma terceira feita por Teodósio, em 200 AD

4.13.12 A hexapla de Orígenes - Teólogo de Alexandria que compôs uma Bíblia com seis
colunas paralelas. - O texto hebraico - O texto hebraico sem letras gregas( transliteração ) - o
texto grego de Áquila - O texto grego de Símaco - A septuaginta - O texto grego de Teodósio.

4.14 Versões em outros idiomas

4.14.1 Para o Aramaico - Após o exílio o judaísmo trocou o hebraico pelo aramaico, necessário
foi traduzir a Bíblia hebraica para o aramaico. A ação da tradução chamou-se “targem” e a
própria tradução “targum”.

4.14.2 Dialeto aramaico – sírio - A Igreja na Síria desejou uma tradução simples do VT em
Aramáico-Sírio que é um dialeto do Aramaico da Palestina. Denominava-se “Peschitta” que
quer dizer tradução simples. Traduzida por volta do 1o século AD.

4.14.3 Latim - Com a propagação do idioma oficial do Império Romano tornou-se preciso
traduzir o VT para o Latim.

4.15 Novo Testamento - Os manuscritos mais antigos do NT que há são de papiro.

4.15.1 Manuscritos em Papiro

4.15.2 P52 - Um fragmento de papiro de 6,5 cm por 8,5 contendo alguns versos do quarto
evangelho, é a porção do NT mais antiga que existe. Teve origem por volta de 117 e 138 AD

4.15.3 P45, P46, P47 - Papiros comprados em Londres por Chester Beatty. Estes papiros
continham muito dos Evangelhos e dos Atos, das Epístolas Paulinas e do Apocalipse.

34 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
4.15.4 P66, P72, P75 - P66 Contém grande parte do Evangelho de João, data de 200 AD.
P72 Contém Judas e Epístolas Paulinas data do 3o século. Também contém livros apócrifos e
salmos.
P75 contém 102 das 144 páginas do códice de Lucas e João, datam de 175-225 AD.

4.16 Manuscritos em pergaminho

4.16.1 Códice vaticano - Data do 4o século (3325 AD) está entre os mais importantes
manuscritos gregos

4.16.2 Códice Sinaítico - Foi escrito no 4o século pouco depois que o Códice Vaticano.

4.16.3 Códice Alexandrino - Escrito no 5o século, contém o VT com algumas faltas, e maior
parte do NT.
4.16.4 Códice de Efraim - Reescrito no 5o século, foi apagado no século 12, e as folhas foram
empregadas por Santo Efraim para traduzir sermões em grego.

4.16.5 Códice de Bezae - Bezae, erudito francês líder que sucedeu João Calvino na Igreja de
Genebra.

4.16.6 Vulgata Latina de Jerônimo - A mando do Papa Damasco, em 382 AD Jerônimo fez a
revisão da velha tradução latina. Optou por temas latinos, e comparou-os com manuscritos
gregos antigos. Langton em 1228 dividiu a Vulgata em capítulos modernos.

4.16.7 Bíblia versão Inglesa - Começou no século 14 William de Shoreham apresentou a


primeira tradução em prosa de partes da Bíblia, num dialeto do sul da Inglaterra em 1320. A
tradução literal da vulgata latina foi feita por Richard Rolle, para um dialeto do norte da
Inglaterra. Datada de 1340.

4.16.8 Tradução de João Wycliffe (1383) - Esta tradução deu-se de forma literal de textos
inferiores da Vulgata. Completou sua tradução em 1383 ano em que faleceu.

4.16.9 William Tyndale (1526) - O rei da Inglaterra proibiu a tradução inglesa, William
Tyndale foi para a Alemanha para imprimir o NT. Em 1535 trabalhando na tradução do NT foi
condenada a forca e a ser queimado.

4.16.10 Coverdale (1535) - A tradução de Coverdale não foi baseada no original hebraico ou
grego, mas numa tradução do latim. Sua Bíblia é a primeira impressa em Inglês.

4.16.11 A grande Bíblia (1539) - “Grande Bíblia” foi assim denominada por seu tamanho, foi
apresentada em 1539, era uma revisão da Bíblia de Matew. Foi colocado um exemplar em cada
Igreja Inglesa.

4.16.12 Bíblia de Genebra - Foi o primeiro NT Inglês com divisão em capítulos e versículos,
assemelhando-se ao NT grego de Epifânio, foi impressa em (1557).

4.16.13 Versão do rei Tiago ( King James ) - Os Anglicanos usavam a “Grande Bíblia” Os
protestantes Calvinistas usavam a Bíblia de Genebra. O Rei Tiago nomeou 54 eruditos para
prepararem uma nova tradução que fosse aprovada por todas as Igrejas.

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BIBLIOLOGIA
4.17 Bíblias recentes

4.17.1 A versão Inglesa - Revista e aceita em 1870, e sua publicação deu-se entre1881-1885.

4.17.2 Versão Americana - Revista e publicada pela Fundação Locman com o título de “Nova
Bíblia Americana Padrão” (New American Standard Bíble)

4.18 Bíblias em língua Portuguesa

4.18.1 João Ferreira de Almeida - Almeida em 1861 iniciou a publicação do Novo


Testamento. ARA - Almeida Revista e Atualizada esta é a Bíblia de Almeida revisada e
publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil. Completa em 1958. ARC - Almeida Revista e
Corrigida, é a Bíblia antiga de Almeida, que é impressa desde 1951 pela imprensa Bíblica
Brasileira.

4.18.2 Versão de Figueiredo – Antonio Pereira de Figueiredo. A Bíblia de Figueiredo Foi pela
primeira vez publicada em um único volume em 1821. Atualmente é Impressa pela Sociedade
Britânica e Estrangeira - Londres

4.18.3 Versão de Rhoden – Huberto Rodhen. Apresenta somente o NT. Esta é uma versão
particular deste ex-padre Catarinense.

4.18.4 Versão de Matos Soares - Este padre brasileiro fez a tradução da “vulgata” concluiu
sua versão 1932, mas sua publicação deu-se somente em 1946. Esta é a versão popular dos
católicos brasileiros. (Edições Paulinas)

4.18.5 Edições brasileiras - Em 1879 uma edição do NT foi publicada pela “Sociedade de
Literatura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro”. Foi anunciada com a “Primeira Edição
Brasileira”.

4.18.6 Tradução revista da Imprensa Bíblica Brasileira - Esta Imprensa tinha pronta a
revisão do NT em 1949, sendo edição especial deste ano.

4.18.7 Centro Bíblico de São Paulo – C.B.P.S. Edição Católica popular da Bíblia, São Paulo.

4.18.8 V.I.B. B – Versão da Imprensa Bíblica Brasileira.

4.18.9 TR. BR – Tradução Brasileira, publicada inicialmente em 1917

4.18.10 Bíblia de Jerusalém – Bíblia esta traduzida por monges Meredsous (1959) que é a
Bíblia de Jerusalém Foi traduzida pela Escola Bíblica de Jerusalém (padres dominicanos) e que
em 1981 foi editada no Brasil por Edições Paulinas.

4.18.11 Bíblia na linguagem de hoje – Esta versão foi publicada pela Sociedade Bíblica do
Brasil (1988)

4.18.12 Edição Contemporânea da Bíblia de Almeida - Em 1990 a Editora Vida publicou a


Edição contemporânea da Bíblia de Almeida.

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BIBLIOLOGIA

A seguir você terá algumas sugestões Bibliográficas para estudar.

GILBERTO, Antonio. A Bíblia o Livro a História a Mensagem, editora CPAD.


GILBERTO, Antonio. Bíbliologia – Introdução ao Estudo da Bíblia, EETAD.
GOODSPEED, Edgard J. Como nos veio a Bíblia, editora imprensa metodista.
CONDE, Emilio. Estudos da Palavra. Editora CPAD
GEISLER, Norman / William Nix. Introdução Bíblica, Editora Vida

Bibliografia

SHEDD. R. P. Bíblia Vida Nova. 2. ed. Reimpressão 1995. São Paulo. Vida Nova, 1995.
GEISLER, Norman; Nix, Willian. Introdução Bíblica, São Paulo. Editora Vida, 1997.
GILBERTO, Antonio. Manual da Escola Dominical. 8. ed. Rio de Janeiro, CPAD 1981.
PEARLMAN, M. Conhecendo as doutrinas da Bíblia, 24. ed. Miami. Editora Viva, 1996.
BERKHOF, L. Teologia Sistemática, Campinas, Luz para o Caminho Publicações 1990.
OLIVEIRA, Raimundo. F. Anjos, Homens e Pecado. Campinas, EETAD
GILBERTO, Antonio. A Bíblia, o livro, a história, a mensagem. Rio de Janeiro. CPAD, 1982.
GOODSPEED, Edgard. J. Como nos veio a Bíblia. 3. ed. São Bernardo do Campo, Imprensa
Metodista, 1981.
MEIN, J. A Bíblia como chegou até nós. 4. ed. Rio de Janeiro, Juerp, 1980.
McMILLAN. M. Willian. Bíbliologia, SBM
OLIVEIRA, P. A. Curso de Introdução Bíblica, 2. ed. Belo Horizonte, 1994.
VIERTEL. E. Weldon. A Interpretação da Bíblia, 2. ed. Rio de Janeiro, Juerp, 1979

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BIBLIOLOGIA

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